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quinoMestre e doutoranda em Direito pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS. Advogada. lucinha@gmail.com
Recebido em: 14.05.2016 Pareceres: 01.06.2016 e 11.06.2016
Áreado direito: Consumidor
resumo: O presente trabalho tem como objetivo apresentar um panorama do tratamento dado pela legislação brasileira ao tema da publicidade abusiva dirigida ao público infantil. Através de análise doutrinária e jurisprudencial, será dada uma visão dos princípios e normas aplicáveis à publicidade, especialmente a dirigida ao público infantil, pelo direito brasileiro. Ademais, serão apresentados exemplos em que a publicidade di-rigida ao público infantil, por si só, é abusiva, não comportando grandes debates, e autorizando os órgãos de defesa do consumidor e o Poder Judi-ciário a atuarem de forma contundente.
Palavras-chave: Publicidade infantil – Publici-dade abusiva – Comunicação mercadológica – Proteção integral – Criança.
abstract: This study aims to present an overview of the treatment given by Brazilian law to the issue of abusive advertising directed to children. Through doctrinal and jurisprudential analysis it will be given an overview of the principles and rules concerning on advertising, especially addressed to children, on Brazilian law. Moreover, examples will be presented in which the advertising directed at children, in itself, is abusive, not holding great debates, and empowering the consumer protection agencies and the judiciary to act forcefully.
Keywords: Children advertisement – Abusive ad-vertisement – Marketing communication – Inte-gral protection – Child.
suMário: 1. Introdução. 2. A publicidade. 2.1. A publicidade no Direito Brasileiro. 2.2. A
de ordem moral, eis que elas se sentem inferiores quando não podem consumir o quanto desejam. O Marco Legal da Primeira Infância veio com a intenção de priorizar a proteção das crianças contra as pressões consumistas, e a publicida-de publicida-deve seguir o mesmo caminho.
Por fim, a publicidade deve entender onde é ou não seu lugar. Espaços em que as crianças devem se sentir seguras e estão especialmente vulneráveis em razão da aura de autoridade e sabedoria, como escolas e hospitais, devem ser absolutamente livres de publicidade dirigida ao público infantil. A inserção de anúncios nesses locais inviabiliza o exercício do poder familiar, impedindo que os pais exerçam sua autonomia de decidirem a quais conteúdos as crianças terão acesso.
O direcionamento da publicidade ao público infantil ainda é uma realidade muito forte no Brasil. Muito se alcançou em matéria de proteção nos últimos 25 anos, a partir da promulgação do Código de Defesa do Consumidor. Há ain-da, entretanto, um caminho árduo, e longo, a ser trilhado, a fim de concretizar os princípios protetores desses pequenos consumidores.
Mas o horizonte se mostra favorável, com a aprovação de normas proteti-vas, a intervenção incisiva do Poder Judiciário e a inclusão do tema no debate doutrinário e dos órgãos de defesa do consumidor, demonstrando a importân-cia de cuidar dessa nova geração de consumidores brasileiros.
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• Publicidade e hipervulneráveis: limitar, proibir ou regular?, de Lucia Ancona Lopez de Magalhães Dias – RDC 99/285-305 (DTR\2015\10681).