• Nenhum resultado encontrado

PROJETO DE LEI Nº 36/2011 Poder Executivo

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "PROJETO DE LEI Nº 36/2011 Poder Executivo"

Copied!
6
0
0

Texto

(1)

PROJETO DE LEI Nº 36/2011 Poder Executivo

Institui o Programa Casas da Solidariedade.

Art. 1º -Fica instituído o Programa Casas da Solidariedade, com a finalidade de fornecer os meios de hospedagem aos usuários do Sistema Único de Saúde – SUS - que, por insuficiência de condições de serviços de saúde de seu domicílio ou em decorrência da complexidade do tratamento ou procedimento indicado, necessitem de atendimento específico em local diverso de seu domicílio.

§ 1º – O programa buscará atender, de forma universal e pública, os princípios constantes no art. 3º e nos incisos I e II do art. 7º da Lei 8.080 de 19 de setembro de 1990 (Lei Orgânica de Saúde).

§ 2º - Os meios de hospedagem estarão localizados preferencialmente em Municípios com serviços de referência em saúde, devendo atender a demanda de cada região e obedecer aos padrões estabelecidos pelos órgãos de vigilância em saúde, sem prejuízo das demais normas aplicáveis.

Art. 2º - Para efeitos deste programa:

I – os serviços de saúde serão considerados como insuficientes quando esgotados todos os meios de tratamento clínico, médico ou ambulatorial no domicílio do usuário;

II – é considerado como atendimento específico em local diverso o serviço de saúde necessário ao diagnóstico e/ou tratamento localizado a mais de 50 km da sede do domicílio do usuário;

III – o programa atenderá aos usuários da rede pública própria, conveniada ou contratada do SUS; IV – o beneficiário deverá ter garantia do atendimento específico no local diverso, com horário e datas previamente agendados.

Art. 3º - O programa abrange, em todos seus efeitos, um acompanhante do usuário.

Art. 4º - Fica criado um Grupo Gestor formado por representantes da Secretaria da Saúde, da Secretaria do Trabalho e do Desenvolvimento Social e da Secretaria da Justiça e dos Direitos Humanos com a atribuição de desenvolver, executar e acompanhar as ações, estipular critérios de aferição de resultados e de metas e os meios de fiscalização social e de participação da comunidade, na forma a ser estabelecida em Decreto que regulamentará o programa.

Parágrafo único – O regulamento estabelecerá também as condições em que será admitido o usuário do SUS e seu acompanhante nos meios de hospedagem abrangidos por esta Lei.

Art. 5º - O Poder Executivo regulamentará o programa, estabelecendo metas, público alvo e meio de execução, com vista ao atendimento integral, universal e com participação da comunidade.

Art. 6º - A implantação, estruturação, o funcionamento e a fiscalização dos meios de hospedagem serão acompanhados, de acordo com o Município em que se localizam, pelos respectivos Conselhos Municipais e Conselho Regional de Ssaúde, com a participação do Conselho Estadual de Saúde, o qual participará também da regulamentação prevista no art. 5º desta Lei.

Art. 7º - O programa terá sua implementação descentralizada e sua execução poderá ser feita por meio de convênios, acordos ou contratos com órgãos e entidades públicos, em especial com Municípios e Consórcios de Municípios, bem como com entidades privadas.

(2)

Parágrafo único – Fica vedado o estabelecimento de convênios, acordos ou contratos com entidades mantidas ou vinculadas direta ou indiretamente a agentes políticos.

Art. 8º - Fica o Poder Executivo autorizado a abrir créditos adicionais no orçamento do Estado com vista à alocação de recursos para execução da presente Lei.

Art. 9º - Esta Lei entra em vigor na data da sua publicação.

JUSTIFICATIVA

O presente Projeto de Lei visa instituir o Programa Casas da Solidariedade, disponibilizando meios de hospedagem para usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) e seus acompanhantes, que necessitem de tratamento médico-hospitalar e/ou realização de exames fora do município de origem.

As Casas da Solidariedade terão caráter público e acesso universal, sendo localizadas, preferencialmente, em regiões nucleares que sejam referência em saúde no Estado como Porto Alegre, Passo Fundo, Santa Maria, Caxias, Ijuí, Pelotas, Erechim, Santa Rosa, Frederico Westphalen e Uruguaiana.

O Estado, por meio do Grupo Gestor formado pelas Secretarias da Saúde e do Trabalho e do Desenvolvimento Social, definirão as formas de implantação, estruturação e funcionamento das Casas da Solidariedade, estabelecendo, assim, os meios de hospedagem que contribuam com a execução do Programa e a conseqüente qualificação do apoio prestado aos usuários do Sistema Único de Saúde no Estado.

Todo sistema de hospedagem instituído pelo Estado deverá ser acompanhando pelos Conselhos municipais, regional e estadual de saúde, garantindo-se a qualidade e o controle público.

Vale referir que essa iniciativa decorre de uma necessidade histórica da população do Estado e que já foi objeto de iniciativas parlamentares.

Para ressaltar a importância da iniciativa, reproduzimos abaixo parte da justificativa elaborada pela assessoria da Bancada do PT na Assembléia Legislativa, a partir da qual presta-se homenagem ao médico sanitarista Walter Tsunaki, que nos deixou há um ano e que dedicou sua carreira à implantação do SUS:

“Para a plena efetivação do Sistema Único de Saúde no País, a Constituição Federal prevê a progressiva implantação de uma rede de serviços regionalizada e hierarquizada com níveis crescentes de resolutividade.

Em que pesem as enormes dificuldades para a construção desta diretriz constitucional, vários Estados e Municípios, e o RS, em particular, lograram avanços notáveis na Regionalização da Atenção à Saúde.

Ainda assim, cerca de 50% dos casos de maior complexidade são encaminhados para Porto Alegre e para outros Municípios, como Pelotas, Rio Grande, Caxias do Sul, Santa Maria, Passo Fundo, Erechim, Santa Rosa, Frederico Westphalen e Uruguaiana, que também recebem milhares de cidadãos de cidades menores. São chamadas de cidades-pólo por possuírem uma razoável estrutura de serviços de saúde, especialmente as que possuem unidades de ensino superior na área da saúde.

A descentralização da saúde, outra importante diretriz constitucional, também objetiva uma melhor estruturação da rede de serviços do SUS. Com vários projetos em andamento, espera-se que os Municípios menores estejam capacitados para resolver os problemas corriqueiros de saúde que não demandem especialistas e estruturas complexas, o que corresponde à cerca de 90 a 95% dos atendimentos.

(3)

Inevitavelmente os demais casos devem ser tratados nos Municípios maiores.

Desta forma, os portadores de câncer que necessitam de quimioterapia ou radioterapia diariamente e os doentes renais crônicos que realizam hemodiálises 3 vezes por semana, para ficarmos apenas nesses dois exemplos, são encaminhados para os serviços de maior complexidade. Geralmente são procedimentos ambulatoriais que não requerem internação. No entanto, muitos destes pacientes são “internados”, pois não possuem local para a pernoite, o que acarreta uma redução no número de leitos e o aumento de custos para o SUS.

Assim, é o objetivo do presente Projeto de Lei, disponibilizar meios adequados e eficientes de hospedagens a esses usuários, medida essa que reduzirá custos do SUS com internações desnecessárias, ao mesmo tempo em que se ampliará a oferta de leitos especializados.(...)”

______________________________________________

OF.GG/SL - 049 Porto Alegre, 4 de fevereiro de 2011.

Senhor Presidente:

Dirijo-me a Vossa Excelência para encaminhar-lhe, no uso da prerrogativa que me é conferida pelo artigo 82, inciso III, da Constituição do Estado, o anexo Projeto de Lei que institui o Programa Casas da Solidariedade, a fim de ser submetido à apreciação dessa Egrégia Assembléia Legislativa, no regime de urgência previsto no artigo 62 da Carta Estadual.

A justificativa que acompanha o Expediente evidencia as razões e a finalidade da presente proposta.

Atenciosamente,

TARSO GENRO, Governador do Estado.

Excelentíssimo Senhor Deputado ADÃO VILLAVERDE, Digníssimo Presidente da Assembleia Legislativa,

Palácio Farroupilha, NESTA CAPITAL.

______________________________________________ COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA

PROJETO DE LEI Nº 36/2011 Processo nº 20071.01.00/11-9

(4)

Proponente: Poder Executivo

Ementa: Institui o Programa Casas da Solidariedade. Relator(a): Deputado(a) Ronaldo Santini

Parecer: Favorável.

PARECER DA COMISSÃO N.º 07/2011

Vem a esta Comissão de Constituição e Justiça para exame e parecer, o Projeto de Lei n.º 36/2011, de autoria do Poder Executivo, que pretende instituir o Programa Casas da Solidariedade, com a finalidade de fornecer os meios de hospedagem aos usuários do Sistema Único de Saúde – SUS – que, por insuficiência de condições de serviços de saúde de seu domicílio ou em decorrência da complexidade do tratamento ou procedimento indicado, necessitem de atendimento específico em local diverso de seu domicílio.

O programa busca atender os princípios da universalidade de acesso aos serviços de saúde e integralidade de assistência, ambos expressos na Lei Orgânica da Saúde – Lei n.º 8.080 de 19 de setembro de 1990.

De acordo com a proposta, as casas estarão localizadas preferencialmente em municípios com serviços de referência em

saúde, como por exemplo, Porto Alegre, Passo Fundo, Santa Maria, Caxias, Ijuí, Pelotas, Erechim, Santa Rosa, Frederico Westphalen e Uruguaiana.

A proposta também observa alguns conceitos, os quais deverão ser atendidos para efeitos de qualificação ao programa. Entre eles tem-se a definição de insuficiência de condições, ou seja, serão considerados como insuficientes os serviços de saúde quando esgotados todos os meios de tratamento clínico, médico ou ambulatorial do usuário, bem como a observância da distância de 50km da sede do domicílio do usuário.

No âmbito do Programa, fica criado um Grupo Gestor formado por representantes da Secretaria da Saúde, Secretaria do Trabalho e do Desenvolvimento Social e da Secretaria da Justiça e dos Direitos Humanos.

O Poder Executivo regulamentará o programa, estabelecendo metas, público alvo e meio de execução, com vista ao atendimento integral, universal e com participação da comunidade.

A Constituição da República prevê que a saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação. Dispõe, também, que para a plena

(5)

efetivação do Sistema Único de Saúde deverá ser implantada uma rede de serviços regionalizada e hierarquizada.

Para corroborar a importância da matéria, cita-se entendimento do Desembargador Marcelo Bandeira Pereira, em seu voto-vista no Processo n.º 2942006, oriundo do Tribunal Regional Eleitoral, quando em discussão os albergues mantidos pelos parlamentares no Estado:

“Ainda que não caiba a este Órgão Julgador ditar o modo como se deve portar outro Poder de Estado, o estágio dos acontecimentos força, no epílogo deste voto, recomendação especial. Urge, até para a tranquilidade de todos, porquanto este voto está sendo lançado à vista, basicamente, do momento histórico em que vivemos, solução legislativa para o problema. A questão social que indicou a instituição dos abrigos em debate precisa ser resolvida. O problema aí está. E ao Poder Público, pelos Poderes Legislativo e Executivo, cabe resolvê-los, chamando o Estado a si a responsabilidade que lhe cabe, de dar atendimento efetivo aos necessitados, dentre o que se inclui oferecimento de condições dignas de se manterem nos grandes centros para onde se deslocam em busca de exames e tratamentos especializados".

No que tange à iniciativa, a proposta encontra guarida constitucional no artigo 60, inciso II, alínea “d” da Constituição Estadual, bem como no artigo 82, inciso II.

Sendo assim, a proposta, além de meritória, está em consonância com os ditames legais e constitucionais, devendo, portanto, continuar em sua tramitação, razão pela qual meu PARECER É

FAVORÁVEL.

Sala das Sessões, 05 de abril de 2011.

Deputado(a) Edson Brum, Presidente.

Deputado(a) Ronaldo Santini, Relator(a).

Deputado(a) Adroaldo Loureiro

Deputado(a) Heitor Schuch Deputado(a) João Fischer Deputado(a) Marlon Santos Deputado(a) Daniel Bordignon Deputado(a) Raul Carrion Deputado(a) Jorge Pozzobom

(6)

PROJETO DE LEI Nº 36/2011 EMENDA Nº 1

Deputado(a) Pedro Pereira

Acrescenta dois parágrafos ao artigo 1º do Projeto de Lei n.º 36/2011, com as seguintes redações.

Art. 1º - Fica acrescido dois parágrafos ao artigo 1º do Projeto de Lei n.º 36/2011, com as seguintes redações:

“§ - Os hospedes terão direito a três refeições diárias”.

“§ - As Casa da Solidariedade realizarão o transporte dos hospedes até o local do tratamento clinico”.

“§ - As Casas da Solidariedade possuirão profissionais de saúde para eventual atendimento de urgência”.

JUSTIFICATIVA

Nada mais justo que se ofereça aos hospedes, na maioria, pessoas carentes de parcos recursos financeiros, usuários do SUS, o direito de receber refeições diárias, deslocamento até o local do tratamento e a disponibilidade de profissionais de saúde para eventual atendimento de urgência, pois decorrência de usufruírem de um programa de Governo, estão sob a responsabilidade do Estado.

Na maioria dos casos em que o cidadão desloca-se de seu domicílio é uma supressão da omissão do Estado em disponibilizar. Oportunamente, destaca-se que a saúde é um direito fundamental do ser humano, tanto que a Constituição Federal, garante a todos os cidadãos o direito à saúde, por força de vários dispositivos constitucionais, onde está prescrito em vários deles, que a saúde é um direito de todos e dever do Estado (art. 196), assim, é dever do Estado prover as condições indispensáveis ao seu pleno exercício ao direito à saúde.

Sala das Sessões,

Referências

Documentos relacionados

No período do exílio babilônico, por exemplo, independentemente da forma de adaptação nas terras por onde se dispersaram os judeus, a esperança pela

As empresas que operam com fontes móveis com potencial de risco ambiental, nos modais hidroviário e ferroviário, deverão comprovar, para fins de licenciamento, que possuem

Evaldo Kupske, na Vila Salgado Filho, neste Município limitando-se: ao norte, com terras da Cooperativa Tritícola e Agro-Pastoril Giruá Ltda, por dezenove metros e

Define organização criminosa e dispõe sobre a investigação criminal, os meios de obtenção da prova, infrações penais correlatas e o procedimento criminal; altera

A opção de inserir profissionais da medicina veterinária através da habilitação de prestadores de serviços técnicos e operacionais na inspeção sanitária

Art. As Federações e Colônias de Pescadores, Sindicatos, Associações, Fóruns de Pesca e demais entidades representativas do setor pesqueiro, bem como as

Dirijo-me a Vossa Excelência para encaminhar-lhe, no uso da prerrogativa que me é conferida pelo artigo 82, inciso III, da Constituição do Estado, o anexo Projeto

Os critérios de inclusão foram estudos que trouxessem como tema, os pacientes prostatectomizados com IU que receberam como intervenção o BF isoladamente ou combinado