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PERCEPÇÃO AMBIENTAL E CLIMÁTICA EM COLÉGIOS PÚBLICOS DO MUNICÍPIO DE TOLEDO PR

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Academic year: 2021

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PERCEPÇÃO AMBIENTAL E CLIMÁTICA EM COLÉGIOS PÚBLICOS DO MUNICÍPIO DE TOLEDO–PR

Thiago Kich Fogaça1 Leila Limberger2

Eixo temático: ENSINO DE GEOGRAFIA

RESUMO: Os efeitos das alterações no tempo atmosférico são sentidos por todas as pessoas, mas de formas diferenciadas. O presente projeto visa entender de que forma as informações atmosféricas do cotidiano são interpretadas por crianças da 5ª série de três colégios públicos na cidade de Toledo–PR, dois urbanos, localizados em bairros com realidades sociais distintas, e um rural. Visa entender, também, como os envolvidos estão se importando, acompanhando ou interpretando a variabilidade no tempo atmosférico. O trabalho será desenvolvido através da aplicação de questionários estruturados a turmas de 5ª série, em sequência e formato de perguntas que possam atender os objetivos propostos, seguindo metodologia divulgada por Sartori (2000). Espera-se acumular conhecimento sobre como indivíduos inseridos em contextos sociais diferentes se relacionam com o meio onde vivem.

PALAVRAS-CHAVE: educação ambiental; climatologia; percepção climática; ensino de Geografia.

1 INTRODUÇÃO

A Climatologia é uma ciência que busca estudar os fenômenos atmosféricos num longo prazo de tempo, enquanto que a Meteorologia pretende, através de cálculos matemáticos e análise de imagens de satélites, prever as mudanças no tempo em um curto prazo. A Meteorologia conta com imagens em tempo real da atmosfera e super-computadores que lidam com as informações, gerando as previsões do tempo através de cálculos de

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Universidade Estadual do Oeste do Paraná, tkfogaca2@hotmail.com

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probabilidade. Já a Climatologia visa pormenorizar os fatos do tempo, levando em consideração todos os elementos que podem alterar a dinâmica e relacioná-los com o meio ambiente e a ocupação humana.

Segundo Ayoade (2008), o estudo do tempo e do clima ocupa uma posição central e importante no amplo campo da ciência ambiental, pois os processos atmosféricos influenciam os processos nas outras partes do ambiente, principalmente na biosfera, hidrosfera e litosfera.

As alterações do tempo local são sentidas por todas as pessoas, porém essa percepção aos fatos não ocorre de forma homogênea para todos os indivíduos. Segundo Okamoto (2002), temos a sensação do ambiente pelos estímulos desse meio, sem se ter consciência disso. Cabe à mente selecionar os estímulos que são bombardeados, levando em consideração aspectos de interesse ou que tenham chamado a atenção, e só aí é que ocorre a percepção (imagem) e a consciência (pensamento, sentimento), resultando em uma resposta que conduz a um comportamento.

Sartori (2000), em sua pesquisa sobre “Clima e Percepção” no Rio Grande do Sul, fala sobre a capacidade de cada pessoa de assimilar de forma diferenciada as informações do dia-a-dia. A compreensão desses fatos se dá de forma diversificada, levando em consideração os momentos já vividos por cada indivíduo, pois os fatos tomam proporções diversificadas quando afetam diferentes segmentos da sociedade.

A psicologia aborda estudos sobre a formação de conceitos que cada novo indivíduo, ao nascer, passa a assimilar desde o primeiro momento fora do útero da mãe. A partir desse momento, a criança passa a se utilizar dos 5 sentidos, que são o tato, olfato, audição, visão e gustação, para armazenar o máximo de informações sobre as novas experiências da descoberta da vida. Durante o passar dos anos, essa capacidade amadurece com o desenvolvimento social, na família ou no colégio, e assim, dá características únicas a cada pessoa.

John Locke, em 1690, já dizia que nas crianças recém-nascidas a mente é como uma folha em branco e que o conhecimento se adquire pelos órgãos sensoriais (...), a apreensão do conhecimento faz-se tão-somente a partir da experiência advinda do estímulo e reação vivenciados em relação ao meio ambiente, por meio de conexões ou combinações de ideias, por similaridade, por contraste ou por contiguidade (OKAMOTO, 2002).

Tuan (1980) afirma que a visão é o sentido mais forte para vivenciar os momentos, porém a utilização dos 5 sentidos é crucial para perceber o ambiente.

A percepção dos fatos é inerente às experiências vividas pelo indivíduo, ou seja, varia conforme o modo de vida e como os acontecimentos afetaram o crescimento de cada um.

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Portanto, acredita-se, por exemplo, que uma criança que mora no campo, onde a percepção dos efeitos do clima é mais presente, tende a perceber melhor os efeitos do tempo atmosférico em relação a uma criança que vive nas cidades. Também como hipótese deste projeto e, segundo a bibliografia, entende-se que crianças que tenham realidades sociais distintas, apresentando maior ou menor vulnerabilidade aos efeitos de eventos meteorológicos extremos, tenham percepção climática diferenciada.

2 OBJETIVOS

Objetivo Geral

- Avaliar a percepção climática dos alunos de 5ª série de colégios públicos de Toledo, considerando-se a variação de experiências de vida, por meio de entrevistas com alunos de uma escola central, uma escola de periferia e uma escola rural.

Objetivos Específicos

- Compreender como as crianças da 5ª série interpretam o espaço geográfico e os elementos climáticos em seu cotidiano.

- Destacar a importância do ensino da Geografia como base para estruturação e maior conhecimento sobre a vida em sociedade.

- Gerar banco de dados através de questionários e formulários que servirão de base para estudos futuros em educação ambiental.

- Avaliar a percepção climática em escolas que atendem alunos com realidades sociais diferenciadas.

- Destacar o curso de Geografia da Unioeste, bem como suas pesquisas em torno da educação.

3 METODOLOGIA

Por se tratar de uma pesquisa cujo enfoque é a percepção ambiental, a metodologia que será aplicada deve ser elaborada na busca de atender aos propósitos do pesquisador em questionar aspectos únicos de cada indivíduo, bem como aproveitar o máximo de informações que serão apresentadas no decorrer da aplicação do processo. É importante destacar que esse tipo de pesquisa proporciona, além de uma aproximação média sobre a forma como os

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entrevistados percebem um fato proposto para pesquisa (neste caso o clima de Toledo), análises individualizadas, já que as personalidades e aptidões são diversificadas e cada indivíduo entende e percebe o meio em que vive de forma diferenciada, de acordo com suas experiências anteriores.

Sendo assim, para o desenvolvimento deste projeto serão aplicados, em um primeiro momento, questionários para todos os alunos das 5ª séries envolvidas. A partir da análise destes questionários, alguns alunos que demonstrarem uma percepção mais aguçada sobre o clima de Toledo serão selecionados para uma entrevista, na qual haverá um maior aprofundamento sobre as experiências com os fatores e elementos do clima.

A preocupação com a elaboração de questionários e formulários decorre da necessidade de procurar alternativas que maximizem a captação de informações, levando em consideração que o público alvo é composto de crianças de 5ª série, cujo conhecimento está em fase de elaboração.

Whyte (1985), em seus estudos sobre percepção, aborda que é necessário atentar para quais aspectos da percepção serão utilizados na pesquisa, bem como a criação de questões que possam evidenciar claramente quais aspectos da paisagem, sobre a influência do clima, serão destacados na pesquisa. Sobre a aplicação de questionários e formulários, Whyte (1985) elabora um esquema que visa ilustrar as variadas temáticas de entrevistas de que dispõe o entrevistador, bem como os ramos cuja aplicação se torna maximizada:

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Figura 1. Técnicas para avaliar a percepção ambiental e grau de controle exercido pelo pesquisador (WHYTE, 1985)

Segundo o esquema apresentado na figura 1, a observação, segundo a autora, está mais vinculada a trabalhos onde é necessário visualizar as ações do observando, sem intervenção do entrevistador. Segundo Marconi e Lakatos (2002), a observação é uma técnica de coleta de dados para conseguir informações por meio da qual o observador utiliza os sentidos na obtenção de determinados aspectos da realidade, porém não significa apenas ver e ouvir, mas também examinar fatos ou fenômenos que se desejam estudar.

Neste caso, vê-se que o processo de entrevista em um estudo de percepção envolve tanto as respostas do entrevistado quanto o traquejo do entrevistador para saber como intervir para conseguir sucesso na entrevista.

Posteriormente, Sartori (2000) elabora um esquema mais simplificado com base nas informações da pesquisa de Whyte (1985), que visa elucidar as principais abordagens metodológicas ao se aplicar uma pesquisa de estudos ambientais. Segundo o esquema abaixo (figura 2), perguntar se torna mais efetivo ao maximizar a quantidade de informações decorrentes da pesquisa.

Figura 2. Esquema elaborado por Whyte (1985) e adaptado por Sartori (2000).

Para Whyte (1985), os questionários elaborados diretamente ao indivíduo caminham nos estudos de contexto histórico, perfis de atitude (no caso do projeto, a atitude ambiental) e personalidade, e são mais efetivos na obtenção de informações.

Segundo Marconi e Lakatos (2002), o questionário é um instrumento de coleta de dados constituído por uma série ordenada de perguntas que devem ser respondidas por escrito e não necessitam da presença do entrevistador no local. Dentre as vantagens de se aplicar o questionário está a obtenção de respostas mais rápidas e mais precisas, com menos risco de distorção dos fatos, já que não existe a identificação do respondente e apresenta certa uniformidade nas questões para posterior avaliação.

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Para este projeto, prevê-se a aplicação de questionários voltados à obtenção de respostas práticas sobre conhecimentos climáticos, bem como o quanto de informação sobre o tempo atmosférico as crianças apresentam no ensino fundamental. As perguntas só poderão ser elaboradas após um contato inicial com a turma, pois o roteiro do formulário não é aplicável a todas as realidades: nos estudos sobre percepção, deve haver uma individualização dos procedimentos.

Segundo Marconi e Lakatos (2002), depois de redigido, o questionário precisa ser testado antes de sua utilização definitiva. Sendo assim, prevê-se a aplicação de questionários como teste em outubro deste ano, a fim de averiguar a aceitação e sucesso mediante as respostas apresentadas. Como uma pesquisa com base na percepção é muito individualizada (cada ser é único), é necessário conhecer o colégio, a sala de aula, e assim, conhecer um pouco do perfil dos alunos, que será possível através da aplicação desse questionário teste.

Após a aplicação dos questionários definitivos, pretende-se selecionar, mediante a análise destes, algumas crianças para uma entrevista, atividade destacada por Marconi e Lakatos (2002) como procedimento utilizado na investigação social, para a coleta de dados ou para ajudar no diagnóstico ou no tratamento de um problema social.

Vale ressaltar que os nomes dos alunos não serão publicados em momento nenhum da pesquisa. Cada questionário ou entrevista será devidamente numerado e somente mencionado desta forma. Todo o procedimento nas escolas em que o projeto será desenvolvido será acompanhado pelos professores responsáveis pelas turmas.

Como pesquisa de iniciação científica voltada ao ensino de Geografia e efetivação do saber da ciência Climatológica, acredita-se que direcionar perguntas utilizando-se de entrevista possa se tornar uma ferramenta para comprovar as afirmações encontradas nos questionários, bem como auxiliar o pesquisador em identificar, através da observação das expressões de cada criança entrevistada, como o conhecimento geográfico está inserido nas percepções dos fatos do cotidiano, visto que a Geografia é uma ciência que faz relação aos aspectos da ocupação humana e interação com o meio ambiente.

Os resultados encontrados nos questionários e entrevistas serão compilados e estruturados de forma a atender pesquisas futuras no ramo da Educação Ambiental e servir de base para pesquisas futuras sobre a educação em Geografia, para favorecer o amadurecimento do conhecimento e formação de alunos críticos e antenados aos eventos naturais que ocorrem todos os dias, em todos os locais.

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4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O estudos climáticos necessitam ser mais difundidos na sociedade, pois estes afetam os modos de vida da população de formas variadas. No entanto, a variação do tempo atmosférico e a difícil tarefa de previsão do tempo são fatos que geram discussão em torno da confiabilidade acerca dos estudos climáticos. Sendo assim, o presente projeto de iniciação científica visa, além de gerar dados sobre a problemática em torno do impacto do tempo na sociedade, introduzir com mais eficácia os estudos de clima no ensino fundamental. Enquanto projeto de iniciação científica, servirá como base para futuras práticas escolares com crianças de 5ª série, a fim de efetivar o conhecimento e correlacionar com o cotidiano dos mesmos.

REFERÊNCIAS

AYOADE, J.O. Introdução à climatologia para os trópicos. 8.ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2002.

MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Técnicas de pesquisa. 5. ed. São Paulo: Ed Atlas, 2002.

MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Fundamentos de Metodologia Científica. 6. ed. São Paulo: Atlas S.A., 2005.

OKAMOTO, Jun. Percepção Ambiental e Comportamento: visão holística da percepção ambiental na arquitetura e na comunicação. São Paulo: Editora Mackenzie, 2002.

SARTORI, Maria da Graça Barros. Clima e Percepção. 2000. Tese (Doutoramento). FFLCH/USP, São Paulo.

TUAN, Yi-Fu. Topofilia: um estudo da percepção, atitudes e valores do meio ambiente. São Paulo: Difel, 1980.

WHYTE, Anne V. T. Perception. KATES, R. W.; AUSUBEL, J. H.; BERBERIAN, M. (org.). SCOPE 27 - Climate Impact Assessment. Wiley, U.K.: 1985, 625 p. Disponível em <http://www.icsu-scope.org/downloadpubs/scope27/chapter16.html> Acesso em 25 de abril de 2011.

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