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Modo de vida e memórias da paisagem do distrito de Tabuleiro Conceição do Mato

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Academic year: 2021

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Modo de vida e memórias da paisagem do distrito de Tabuleiro – Conceição do Mato Dentro – MG

DIANALUZ DA COSTA LEME CORRÊA1

Esta comunicação é resultado da análise de conteúdo das entrevistas feitas para a dissertação de Mestrado “Paisagem Cultural e as disputas em torno da institucionalização das paisagens rurais: caso do Tabuleiro, Conceição do Mato Dentro – MG” que está em curso no Programa de Pós-Graduação m Estudos Rurais da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri. A dissertação trata dos aspectos da paisagem cultural e também das relações entre moradores e instituições públicas, nomeadamente os Parques Natural Municipal do Tabuleiro (PNMT) e o Parque Estadual Serra do Intendente. A metodologia utilizada para produção deste artigo foi a utilização da História Oral temática e da análise de conteúdo das entrevistas. O presente artigo tem por objetivo apreender a memória coletiva dos moradores sobre o lugar, revelando modo de vida e as memórias da paisagem.

A metodologia da História Oral utilizada na dissertação e por consequência neste artigo foi submetida a avaliação do Comitê de Ética da UFVJM e todas entrevistas contam com autorização dos depoentes, seja na forma oral ou escrita, tendo em vista que alguns depoentes são iletrados ou quase iletrados. O roteiro de perguntas foi simples norteador das entrevistas, não sendo um roteiro fechado, as perguntas feitas aos depoentes foram as seguintes:

1. Qual seu nome e idade?

2. Como era seu cotidiano antigamente e como ele é hoje em dia? 3. Você tem memórias de Tabuleiro que gostaria de contar? 4. O que você acha da criação dos Parques no Tabuleiro?

As entrevistas tomadas no distrito de Tabuleiro revelam uma memória coletiva dos moradores. Mesmo que os moradores entrevistados não tivessem tido contato na ocasião da tomada das entrevistas, eles reproduziram muitos trechos que se assemelham, revelando uma memória comum do lugar. Assim, o objetivo deste artigo é tomar a memória coletiva do Tabuleiro em relação a paisagem e o modo de vida. A primeira parte, tratará da paisagem e do modo de vida observando o resultado da análise de conteúdo. A segunda parte traz o recorte da

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pergunta de número 4, apresentando o que é importante se lembrar para os moradores de Tabuleiro.

1. Primeira parte: Modo de Vida e Paisagem na Análise de conteúdo

Podemos entender um pouco o panorama geral das entrevistas observando um pouco do resultado da análise de conteúdo das entrevistas: as entrevistas foram divididas em assuntos maiores, temas e subtemas (BARDIN, 1977). As entrevistas foram divididas nas seguintes categorias e subcategorias:

1.1 Modo de vida: Vender gêneros rurais no mercado

1.2.Modo de vida: Trabalho

1.2.1 Trabalho na Agricultura

1.2.2 Trabalho na Agricultura e na cidade

1.2.3 Trabalho na Agricultura e na Construção Civil 1.2.4 Trabalho nos Engenhos

1.3- Modo de vida: Mudança das coisas

1.3.1 Mudança das coisas: Banheiro

1.3.2 Mudança das coisas: Telhas

1.3.3 Mudança das coisas: Colchão

1.3.4 Mudança das coisas: Fogão a lenha

1.3.5 Mudança das coisas: Casas

1.3.6 Mudança das coisas: Utensílios de cozinha

1.3.7 Modo de Vida: Mudança das coisas: Brinquedo

1.4- Modo de vida: Dificuldade da vida em Tabuleiro

1.5- Modo de vida: Alimentação e Roupas

2. Paisagem do Tabuleiro:

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2.1.1 Diminuição da população do Charco

2.1.2 Mudança na Vegetação

2.1.3 Mudança das águas

2.2 Relações com a Natureza

2.2.1 Relação com a Cachoeira

2.2.2 Garimpo

2.2.3 Questão Ambiental

2.3 Urbanização

2.4 Morar no Tabuleiro

3. Relação com as instituições:

3.1 Parque:

3.1.1Visão Negativa

3.1.2 Visão Positiva

3.1.3 Visão positiva e negativa

3.1.4 Indiferente

3.1.5Visão Positiva

3.2 Prefeitura

3.2.1Visão Positiva

4. Estrada e Carros no Tabuleiro

4.1 Carros

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5. Povo do Tabuleiro

5.1 Povo do Tabuleiro: Indígenas

5.2 Povo do Tabuleiro: Origem europeia

5.3 Povo do Tabuleiro: Negros no Tabuleiro

5.4 Povo do Tabuleiro: característica

6. Saúde

6.1 Saúde das pessoas antigamente

6.2 Atendimento Médico 6.3 Filho doente 7. Tempos de escola 8. Histórias Extraordinárias 8.1 Histórias de Assombração 8.2 Histórias de Ovnis 9. Festas Religiosas 10. Comércio 11. Energia Elétrica

12. Origem do nome Tabuleiro

13. Modo de Falar

14. Casamento

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Nas falas sobre o modo de vida, podemos observar que além de numerosas, se desdobram em outros assuntos, tais como: Vender gêneros no Mercado (3 falas), Trabalho (7 falas), Mudança das coisas (6 falas), Dificuldade da vida em Tabuleiro (2 falas), Alimentação e Roupas (2 falas).

A subcategoria “Vender gêneros no Mercado” expressa um modo de vida que é presente até hoje no Tabuleiro, muitas pessoas vão até o Mercado Municipal da cidade para vender o excedente de sua produção, entretanto, hoje com o transporte público esta tarefa se tornou mais fácil, antigamente todos iam a pé ou montados em um animal, na categoria “Estrada e Carros” este fato está mais claro na fala de Dona Zenita: “Levava no animal, não tinha carro, num tinha estrada de carro...”. Assim como acrescenta a fala de Cristiano e de dona Geralda e Sr. Anísio podemos perceber que vender os gêneros no Mercado era uma prática corriqueira praticada largamente pela população do Tabuleiro.

As falas sobre o trabalho na categoria Modo de Vida são bastante numerosas, Dona Zenita nos dá a dimensão do que é o trabalho na agricultura para ela, explicando que tem 25 anos que ela não compra feijão para despesa, e brinca ironicamente que “hoje o povo quer viver na balança”, expressão que ela explica para mim posteriormente que quer dizer que as pessoas só querem comprar no mercado, pesando na balança os gêneros.

A subcategoria Mudança das Coisas foi criada principalmente para abarcar as numerosas falas do Sr. Anísio sobre coisas domésticas comuns, mas também abarcou falas de Dona Zenita quando esta fala sobre os banheiros que era um item mais caro e por isso as pessoas não tinham e também na sua fala sobre o fogão a lenha, dizendo que não existia gás, ninguém comprava porque também não existia. As falas do Sr. Anísio compõe um cenário geral de como eram as casas no Tabuleiro antigamente: casas de barro batido, sapé, sem telhas, apenas cobertas de capim que mais tarde foram substituídas por telhas rústicas, feitas à mão. Dentro das casas não havia utensílios de cozinha como são os de hoje, e sim utensílios rústicos feitos de bambu e cuias... Os brinquedos eram de madeira...

A subcategoria “Dificuldade da vida em Tabuleiro” expressa o sentimento do Sr. Manoel que em suas falas podemos perceber que o esquecimento se faz presente, justificando-se que a dificuldade era tanta que ele até esqueceu e em outra fala que ele constata que hoje as coisas estão melhor.

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Na subcategoria Alimentação e Roupa, podemos ver pela fala de Dona Palmira que era muito difícil obter os gêneros para alimentação, ela salienta que hoje tem os gêneros para vender na mercearia, assim como na fala do Sr. Anísio podemos ver que hoje a alimentação não é mais um problema.

A categoria da paisagem do Tabuleiro está expressa em algumas subcategorias que nos dão a dimensão da paisagem local, algumas expressando o passado, outras expressando o momento presente ou a relação dos indivíduos com a natureza. Dividiu-se em Mudanças na Paisagem, Relações com a Natureza, Urbanização, Morar em Tabuleiro. Em Mudanças na Paisagem, vemos os seguintes assuntos: Diminuição da população do Charco, apontado pelo senhor Anísio, que lembra que nos seus tempos de escola, havia muitas casas, muitos moradores, que ele enumera. Mudança na Vegetação: Cristiano aponta que no passado não havia preocupação ambiental e que se destruía muito as matas, por isso em meados da década de 80 o Tabuleiro era mais devastado. Mudança nas águas: Gisele aponta a mudança no rio na beirada de sua casa e relembra que todos tinham bica em casa, denotando abundância das águas. Em Relações com a Natureza, vemos: Relação com a Cachoeira, em que Cristiano nos conta que pescava com instrumentos como o “Jequi” ou “Colvo”; Garimpo, em que Cristiano nos conta do episódio do garimpo no Poço Pari; e a Questão Ambiental, que é assunto recorrente de Cristiano, que nos conta que seu avô era um grande educador ambiental da região e conta também como foi instituído os parques. Em Urbanização vemos falas relativa a melhora de serviços básicos como serviço de saúde e energia elétrica. Em Morar no Tabuleiro estão expressas as vantagens de morar no local, apontado por Dona Zenita o fato de não pagar IPTU. Essas informações nos dão um panorama parcial das entrevistas tomadas para a dissertação.

2. A Memória Coletiva da Paisagem:

Segundo Halbwachs (1990), os relatos podem fortalecer , debilitar ou completar aquilo que sabemos sobre determinado exemplo. A primeira testemunha dos fatos é o eu e as lembranças que guardamos se adaptam ao conjunto de nossas percepções atuais e as lembranças dos outros nos ajudam a construir nossas próprias lembranças. Segundo este autor, as lembranças são coletivas, nunca estamos sós, de maneira que ele coloca que podemos passear com as pessoas, e mesmo sem elas, estaremos nos valendo do que aprendemos com elas para nós mesmos observarmos a realidade.

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Como seres humanos, somos uma construção, como indivíduos, somos construídos mentalmente a partir das experiências que vivemos, dos livros que lemos, das pessoas que nos influenciaram. Ao experimentar o mundo a pessoa forma também seu caráter, sua persona. Encontramos em nós muito de ideias e modos de pensar que não chegamos a eles sozinhos, e sim com a vivência e troca. Assim, muitos têm lembranças em comum conosco, muitos que fizeram parte desta caminhada da construção do eu.

Na construção do eu e na reprodução de suas lembranças, são inevitáveis as lembranças acerca dos lugares, e a memória dos lugares é o que vamos explorar aqui, as memórias que se lançam no quadro de ideias reproduzem uma imagem muito familiar a todos os depoentes, é a imagem do passado, acompanhada de reações e sensações, evocando muitas vezes aspectos pitorescos, que fazem parte da memória do lugar, como é o caso das estranhas luzes, aparições de óvnis, assim como assombrações no meio da estrada e alguma coisa que apagava as lanternas...

Na construção das entrevistas, podemos perceber o quanto a memória é fragmentária e que nem mesmo todas as perguntas que fizemos poderiam arrancar da boca dos depoentes todas vivências que eles tiveram nessa terra. Tivemos então que nos contentar com a riqueza dos relatos em si, as lacunas já não são mais empecilhos, são aspectos, características da fala deste povo do Tabuleiro.

Para pensar no que tem valor para estas pessoas que residem no distrito de Tabuleiro foi feita a análise de conteúdo com base em dois critérios: o que foi mais relevante em cada fala dos depoentes e também a resposta à pergunta: Que memórias você gostaria de lembrar do Tabuleiro. Auscultando novamente cada uma das entrevistas pude apreender o que foi mais significativo em cada uma delas, entretanto, outro pesquisador poderia ouvir as mesmas entrevistas e identificar coisas diferentes ou novas, sendo este critério de importância uma questão muito pessoal da pesquisadora, com seu olhar permeado pela experiência que já teve vivendo em Tabuleiro, pelo seu olhar também dirigido pela sua formação de historiadora e também com o aporte dos Estudos Rurais.

Podemos perceber que as festas religiosas figuram um papel importante na memória do distrito de Tabuleiro, de maneira que o Sr. Anísio, Dona Palmira e Dona Lia se lembraram delas. Para o Sr. Anísio, o que marcou ele a respeito do Tabuleiro foram as festas de Nossa Senhora do Rosário:

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8 Dianaluz: E alguma história que marcou o senhor, a sua vida, a sua estadia aqui no Tabuleiro, que o senhor tá aqui desde criança? Alguma história que você lembre de Tabuleiro assim...

Anísio: História que me marcou aqui foi da Festa do Rosário, tem ela até hoje, eu lembro quando eu era menino , os primeiro dia que eu ia na festa, aí a tradição não acabou é até hoje , porque é a mesma festa né, todo ano tem, Nossa Senhora do Rosário, eu era menino eu lembro que nós vinha na festa, aí tinha comida, tinha doce, tinha muita coisa, até hoje é assim...

Dianaluz: Eles distribuem doce no final da festa né... Anísio: Distribui doce. É bom demais...(FERNANDES, 2020)

E também dona Palmira se lembra das festas religiosas ocorridas no distrito de Tabuleiro:

Festas religiosas, sobre festa assim de igreja e tudo. Tenho uai, antes de um tempo pra trás o padre vinha aqui igual eu tô te contando, estrada de carro não tinha, padre pra vim aqui fazer uma festa aqui no Tabuleiro vinha a cavalo também, era o carro que existia era o cavalo, aí vinha a cavalo também, passava lá pelas Três Barras, chegava aqui pra festa de dia de sexta feira, era sábado domingo, ele ia embora na segunda-feira, agora hoje como já tem carro tem muitas coisas assim que já favorece, o padre vem aí, celebra uma missa aí, nem dormir ele não dorme, já é uma diferença né, ele já vem aí, celebra a missa, as vezes tem procissão, às vezes não tem, acompanha a procissão nada, festinha boa mais já é mais simples.(COSTA, 2020a)

Além da Festa do Rosário e de São Sebastião, dona Palmira se lembra com alegria também da festa do seu casamento, evento que ela descreve da seguinte maneira:

Casamento foi lá em Conceição, eu casei muito nova, casei com dezessete anos, não tinha nem esses planos nem nada pra aprontar casamento... Eu casei mesmo de livre vontade, casei com dezessete anos já casando e arrumando família... [risos] , nunca dizia que desesperasse com minha família, graças a deus tudo beleza, adoro meus filhos e no mais casamento não tinha, padre não vinha aqui em Tabuleiro pra fazer casamento, tudo era difícil antes no meu tempo, tudo era difícil, então quando eu casei foi de cavalaria, foi muitos cavaleiro, eu saí daqui que é o Rio Preto, fiz o casamento lá na Igreja do Seu Bom Jesus do Matosinhos, fiz o casamento depois vim pra cá e foi festa e dança e farra a noite toda (risada sonora).(COSTA, 2020a)

Ao ser perguntada sobre que memórias leva do Tabuleiro, Dona Lia também nos lembra das festas, se lembrando com grande alegria destes episódios de festa no Tabuleiro:

Dianaluz: Qual a lembrança do Tabuleiro que você gostaria de lembrar, gostaria de contar pras pessoas também?

Dona Lia: As lembranças do Tabuleiro, a coisa mais boa que eu tenho lembrança é das festas que tinha em Tabuleiro, sabe? Muito boa as festas, todo final do ano tinha as festas do Rosário, mês de maio tinha as rezas todo dia sabe, a mãe da gente levava a gente, era muito bom, ótimo...(NASCIMENTO, 2020)

As memórias do Tabuleiro se encontram no campo afetivo, como pudemos observar a lembrança das festas como uma recordação boa, também podemos perceber pelo relato do Senhor Anísio que o que tem importância para ele é o povo de Tabuleiro, isso porque O Senhor

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Anísio nos conta que o que marcou muito sua infância foi um senhor que dava às crianças rapadura e amendoim na volta para a escola:

Anísio: E outra história é quando eu estava na escola, estudava muito e passava fome, que na época não tinha merenda boa que nem tem hoje não, tem tudo e ainda assim muitos ainda não quer ir na escola... na época nós... aqui pra cima de Tabuleiro tinha um homem que ele fazia rapadura e plantava muito amendoim, esse homem que matou a nossa fome muito quando nós tava na escola.

Dianaluz: E a escola era onde? Aqui no Tabuleiro mesmo?

Anísio: Aqui no Tabuleiro mesmo , só que não é no lugar do grupo hoje não, a escola que eu estudei é no mesmo lugar que tá mercearia do Antônio Ferreira, alí foi onde que eu estudei... Aí Antônio Ferreira comprou o lugar lá e fez a mercearia e o grupo mudou lá pra cima, a prefeitura comprou aquele pedaço lá e fez o grupo lá, mas a escola era cá embaixo. Aí todo dia nós saía da escola e com fome, que a merenda era aquele mingau na época, era mingau, tinha dia que tava ralinho porque era pouco, a cozinheira aumentava a água nele, aí nós saía com fome passava na casa desse homem lá fazendo rapadura, nós chegava lá de qualquer jeito que tivesse a rapadura pra nós tava bom, se tivesse moendo nós bebia garapa fria, se tivesse melado já no tacho nós comia melado, se a rapadura tivesse pronta ele dava pra nós rapadura e amendoim ele enxia a banca de amendoim lá aí nós comia pra acabar de chegar no Charco, que eu morava no Charco, sou nascido e criado no Charco, uns 3 quilómetros depois de Tabuleiro pra cima assim...(FERNANDES, 2020)

Desta maneira, podemos apreender que o que ficou marcado para o Sr. Anísio era a solidariedade do povo de Tabuleiro.

As histórias que rondam o distrito de Tabuleiro são histórias de assombrações e óvnis, no distrito existem duas placas da Associação Brasileira de Ufologia, uma na Mercearia do centro do distrito e outra no Poço Pari, indicando que alí tiveram estudos ufológicos.Para esta pesquisa foi entrevistada a proprietária do Poço Pari, dona Zenita Costa. Nas memórias de Dona Zenita, o que ficou marcado foi o seu relato de contato com óvnis, esse é um aspecto marcante da sua vida no Tabuleiro:

Zenita: Na base de umas duas hora, duas e meia, eu fui lá com minha neta. Ela disse que ia pescar. Não era, tem pescaria não. Cheguei lá assim, no bando de cá mesmo, aí eu ouvi uma zuerada, quebrou a mata lá de cima de que eu tava, era um avião, um avião, um avião desses grande, desses grandão, eu falei assim com minha neta, vou pular dentro d’água. Ela falou você é boba mãe, é melhor que morrer queimada, não é não, isso aí vai cair dentro d’agua aqui, que que nós vamos fazer, e o negócio e´ aquele aviãozão mesmo, grandão, voando assim por cima da água, até com uma vara eu batia nele, e sumiu, ele sumiu...

Dianaluz: Sumiu?

Zenita: Ele sumiu, nós ficamos paralisadas um tempão em cima da pedra sem poder caminhar, não conversava, aquele trem sumiu e não voltou,

Dianaluz: E a senhora acha que era um avião?

Zenita: Foi uma figura de avião, mas não era um avião não, as pessoas que estavam lá dentro dele, tinha duas pessoas, mas era pequenininha

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e de boné, de capacete, aí nós voltamos e corremos, viemos embora... Eu vou lá até hoje, vou lá, passeio, costumo ir lá, tem a rede de pescar, levar os cachorro, mas quando eu vejo um barulho assim, já tenho medo, aquilo lá era muito grande, muito feio, de dia, de dia, mas eles podem ter vindo aqui... mas o primeiro disco voador que eu vi, eu não via ele não... eu tava esperando a menina, minha menina caçula estava passando até mal, e eu ouvia o cachorrinha tava latindo muito, foi latindo, a gente morava na outra casa construiu alí, aí o negócio veio em cima da telha, que eu vi a telha afundando, eu pensei esse trem vai matar nós, esse povo não corre, meu marido na porta, e os meninos tá dormindo e depois com muito custo... meu marido falou assim: Eu vou lá no terreiro, não tinha banheiro, eu falei: Você não vai não, que tem uma coisa muito feia no terreiro, que eu ví o negócio pousando e o negócio é feio, e a cachorra parou de latir e ficou quietinha durante o tempo que teve no terreiro a cachorra ficou sem latir aí na hora o negócio cantou, zuera redonda, aí na hora que ele levantou aí a cachorra latiu, sumiu... Eu levantei muito cedo pra ver se eu via o rastro lá no terreiro, não tinha nada, por que aqui muita gente já viu disco voador, o meu padrinho de batismo ele é vivo até hoje, ele tem 101 anos, ele é cego, ficou olhando pela fechadura da porta lá na casa dele... Ele ficou olhando pro lado de fora pra ver as pessoas, ele diz que era baixinho e o disco voador era redondo...(COSTA, 2020b)

O relato de Cristiano é muito rico, e quando perguntado se ele sabe de alguma história ,marcante do Tabuleiro, ele se lembra prontamente das histórias de contatos com óvnis e abduções, nos contando a história do senhor Zé do Cilo, avô de nosso colega Elias, que tinha a padaria no Tabuleiro, com quem formamos um grupo de alfabetização de adultos:

Dianaluz: E histórias do Tabuleiro, o que você tem pra me contar? Cristiano: Aqui tem muita história de luz né, disco voador, povo conta muitas histórias aí de abdução, Seu Cilo, pai do Elias, pai não, acho que é Vô do Elias da padaria, você lembra, eles abduziram ele alí na ponte do Val e deixaram ele lá longe pro meio do mato, tem até um vídeo no youtube, posso até pesquisar e te mandar o depoimento dele, voltou e eles colocaram tipo um implante nele na testa, tipo um chip, tem o caso do Seu Joaquim Elói né também que, isso seu Joaquim me contando né, que quando, teve um certo dia, uma hora da noite clareou tudo, pelas fresta das telha assim, clareou tudo, ele saiu pra fora pra ver o que que era, aí viu uma luz muito grande assim perto da casa dele, aí chamou os filho dele pediu pra pegar a espingarda, aí ele pegou a espingarda e atirou em direção à luz, aí nessa que ele atirou em direção à luz, a luz deu tipo um flash nele, aí nisso que queimou a retina dele, queimou, ele disse que queimou o braço, isso eu ouvindo ele descrevendo, ele colocou o braço na frente pra proteger, a luz era tão forte que queimou o braço dele, diz que 87 assim foi o ápice das luzes, acho que isso ocorreu no mundo inteiro né, você vai ver Roosevelt de 87, você vai ver outros lugares no mundo é 87, Tabuleiro é 87, então eu acho que foi um boom de luzes no mundo inteiro por algum motivo... (SILVA, 2020)

O vídeo ao qual Cristiano se refere é “OVNIs na Serra do Cipó MG”, encontrado no youtube na página de Paulo Baraky Werner, mostra a pequena vila de Tabuleiro em meados do ano de 1987, com depoimento de dois moradores sobre contato com o desconhecido. No primeiro relato, o Sr. José conta de uma luz que apareceu próximo à sua propriedade, relata ter ouvido conversas dos ocupantes daquela nave. O outro relato é do sr. Ocilo José dos Santos, de 72 anos que relata ter sido abduzido: um dia voltando do trabalho na roça ele viu uma luz muito forte e também ouviu conversas dos seres extraterrestres. O Sr. Ocilo relata que colocaram um

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dispositivo em sua cabeça que ele conseguiu retirar com as mãos. A esposa do Sr Ocilo relata ter ido procura-lo e tendo encontrado em cima de uma pedra sem saber dizer onde esteve.

O outro vídeo encontrado na internet é denominado “óvnis em tabuleiro”, postado pela revista Viver Brasil, no qual aparecem falas de vários moradores, como de Joaquim de Aguiar, que diz ter ficado cego após a visão de uma luz intensa, a fala de Geraldo Rodrigues, agricultor, que viu uma luz muito forte do tamanho de uma antena parabólica a 300 metros de sua casa o vídeo não está datado, mostra moradores como Dona Zenita Costa do Poço Pari .

Até os dias de hoje é possível encontrar uma placa da Sociedade Mineira de Ufologia no estabelecimento do Sr. Antônio Ferreira e dona Neusa, a Mercearia da vila do Tabuleiro e também uma placa no Poço Pari. Estas memórias sobre a vila do Tabuleiro, coletadas em um passado não muito distante, cerca de 31 anos, podem ser acessadas por um grande público, pois possuem livre acesso através do site youtube. Estas imagens, quando retomadas, podem nos causar emoções ao ver uma pessoa que se conhece no presente naquele vídeo tão antigo. Estas memórias refletem qual a cultura deste ambiente, pelo que ele é reconhecido. Neste momento, no vídeo, pouco foi falado da maior cachoeira de Minas, a maior ênfase é para os fenômenos ufológicos ocorridos no lugar. A identidade local identifica-se com o discurso que paira sobre o desconhecido, sobre o extraterreno. No vídeo da revista Viver Brasil é dito que Tabuleiro é o lugar de Minas Gerais com maior incidência de aparições de óvnis, esta informação deve ser averiguada.

Outro momento importante da fala de Cristiano, é quando ele fala do frei Júlio e da sua vivência na cachoeira do Tabuleiro, quando conferia os instrumentos de pesca de seu pai. Cristiano faz uma observação muito interessante sobre os nomes das coisas no Tabuleiro, a linguagem do povo:

Cristiano:[...]porque quem abriu assim a cachoeira pro mundo vamos dizer assim, foi o Frei Júlio, foi ele que começou, ele foi lá primeira vez que ele era um padre que ele era aventureiro. Ele ia celebrar a missa ele ia de moto, ele andava numa moto de trilha, isso ficou marcado na nossa infância, tipo assim: imagina um padre chegando aqui em 89, 90 pra celebrar uma missa numa moto de trilha né [risos] aí ele foi pra cachoeira com pessoal, o pessoal sempre ia né, a comunidade tinha o hábito de ir na cachoeira pescar... alí era, eu lembro eu com meu pai aos 4 anos lá debaixo da cachoeira, conferindo os instrumentos de pesca dele, ele usava o Jequi, então uma época no ano a gente ia pra pescar, época que antecedia a semana santa.

Dianaluz: E o que é jequi?

Cristiano: Jequi é uma armadilha, o peixe entra e não consegue sair, toda feita de taquara, aqui a gente chama de colvo, não é jequi, tem alguns nomes aqui que a região inteira, no brasil inteiro você vê com um nome e aqui

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12 ele tem outro né... que nem jequi, qualquer lugar você vê fala jequi, aqui eles falam colvo, aí você tem piti, que é um outro instrumento também de taquara esse aí também pra tirar a fécula da mandioca né.. então são nomes indígenas eu não sei a origem, talvez ficou aí como herança...

Dianaluz: Eu já conheci como Tipiti esse de tirar...

Cristiano: Aqui chama só piti né... varia a língua, varia muito, tem muita coisa aqui que a palavra é bem maior e o povo aqui fala ela bem curtinha [risos].(SILVA, 2020)

Apesar de dizer que não possui nenhuma lembrança marcante, uma fala significativa de Gisele demonstra qual a sua lembrança do Tabuleiro, que é a das brincadeiras no rio, com todas crianças gritando e brincando:

Gisele: Muito, aqui no fundo tinha um rio aqui só que eu falo assim que antigamente, quando eu era criança o rio aqui você escutava durante o verão todo, todo mundo gritando, que o rio vivia lotado de gente , pessoal saía de casa pra ir no rio sabe, hoje não, principalmente o pessoal que mora aqui, e o rio aqui também tem uma cana que nasce na berada do rio, cana brava , ela tá tapando a maioria do rio, que antigamente a gente lavava roupa alí né, aí eu não sei o que que tá acontecendo mas tá , a cana brava tá tapando o rio todo, aqui mesmo onde a gente nadava quando era criança já não tem quase lugar de nadar mais , mudou muito, até o rio tem mudado muito. (RODRIGUES, 2020)

A respeito do clima espiritual do distrito, Cristiano fala da doação que sua avó fizera para a Igreja, que tinha um motivo espiritual e nos lembra das origens indígenas do local. O relato de Cristiano remete muito à temática indígena, ele se considera um verdadeiro herdeiro “botocudo”:

Ah, antigamente o povo falava muito de assombração, mas o lugar era cem por cento escuro, um breu, então qualquer coisa assim no escuro é , você já tem um medozinho né, já fica com medo, eu mesmo morria de medo, mas hoje em dia até que a gente conversa... mas tem muita história, esse meiozinho aqui mesmo não tinha nada, a minha bisavó doou o terreno pra fazer a igreja e todas essas casas assim foi ela que doou pra fazer... era diferente né, é claro, na época, mas hoje assim já deu uma evoluída, esse centrinho assim ... Maria Fernanda o nome dela, minha bisavó, eu não cheguei a conhecer ela, ela que doou esse terreno aqui da igreja até lá em cima lá da tia Zélia alí, os bar aqui, a rua do Dinei alí, então ela... Um membro da família me falou que ela teve um motivo pra fazer isso sabe, motivo espiritual, eu acredito que o Tabuleiro é um lugar que além de tudo é espiritual, a vocação aqui é espiritual, por isso que a gente brinca que aqui muitas vezes as coisas não saem do jeito que as pessoas planejam e é geral, não é, tanto a gente daqui, muitas vezes a gente de fora que tá vindo também... então aqui a gente brinca que a gente fica meio pianinho, eu não sei porque mas tem esse motivo, as coisas são mais densas, acho que tem alguma coisa que protege entendeu, você não anda de acordo com quem tá alí protegendo, com quem ou com o que, aí eu acho que dá aquela travada, não é por maldade é porque não é pra fazer, eu escuto essas histórias assim muito antigas, que a minha família um

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13 lado, o lado do meu pai a metade é holandesa né, a outra metade é indígena e o lado da minha mãe os dois lados indígena. Então assim , setenta e cinco por cento, tanto do pai quanto da mãe, então eu querendo ou não tenho uma descendência, tenho uma linhagenzinha assim mínima, que do meu pai peguei os 25 dele e os 75 da minha mãe de proporção genética, e aqui reza a lenda que foi a última batalha dos botocudos, os botocudos que dominaram o Vale, pra você ver os botocudas vão daqui na Bahia, eles eram tribais, os daqui não se misturava com os de lá, na verdade não era botocudo, botocudo é o nome que os europeus deram, aqui você tem os aymoré, os krenac, maxacali até que não, são mais os aymoré mesmo, os caeté, os povos do caeté, Caeté traduzindo é mato fechado né, mato dentro, mata densa... e eles dominavam essa região, eu acredito que se eles estavam alí no salão de pedra, foi o primeiro embate né, primeiro conflito e pra trás já estava dominado, já tinha portugueses alí na região, imagino vindo do Serro e do Morro do Pilar, Córrego da Bandeirinha, então não sobrou muito lugar pra eles acuar né... vieram, e eu tava conversando aí com um rapaz que não parou, eles continuaram correndo, fugindo né, foi uma caçada e tanto, foram pra extrema, aqui ficou muita coisa, pegaram muito índio aqui na época...(SILVA, 2020)

Outro ponto alto da fala de Cristiano, é quando ele fala de sua família, das suas bisavós ou tataravós indígenas (não ficou claro mas este é um pormenor), que foram como dizem os antigos “pega no laço”:

A minha tataravó, a minha avó era índia mesmo, a mãe da minha mãe, a minha avó mãe da minha mãe é irmã da minha bisavó que é mãe da minha outra vó, as duas eram irmãs, a mãe delas era filha Maria Vitalina e a mãe da Maria Vitalina era índia, minha vó, minha bisavó, minha taravó é isso, mãe da Maria Vitalina que é lá do Salto ela também é tataravó do Juninho, pessoal da Geralda de Santa e de boa parte do pessoal lá do Salto, mas eu acredito que teve outras...

Quem que foi pega no laço foi a mãe da Maria Vitalina?

Mãe da Maria Vitalina e eu lembro bem assim da minha avó Cota né, ela também tinha o nome Maria Vitalina ela era muito triste, semblante triste, uma pessoa assim bem depressiva, não é pra menos né, ela era neta da índia, então assim ela viu muita coisa nesse processo aí, eu custei entender, todo mundo fala tá “o povo era fechado” não conversava, cara fechada, bravo... Mas aí depois eu fui entendendo, conhecendo a história da origem né, então acho que tem um porquê ela ter sido desse jeito não foi que ela quis né... Eles falam pega no laço, pra mim pego no laço é uma desculpa pra falar abuso sexual , seja lá falta de respeito com quem estava aqui... Os homens mataram todos... não tem relatos... 1910 diz que andava alguns por aí, mas depois foram sumindo, sumindo. Até 1910 tem registro fotográfico, assim, eu já ví foto...

Eu ouço uma história alí do Vau, do vau não, da ponte aqui... que ficava um índio chorando pela mulher dele que tinha sido pega... ficava um índio alí...

No travessão, alí na ponte não existia nada... A trilha dos índio é aqui no Travessão, o caminho original ele sai lá de Conceição, desce atrás da Colina da Paz num valezinho, passa num planaltinho que tem no meio de umas pedra alta, bem alta, alcança o Santo Antônio, atravessa o Santo Antônio e segue pelo Dourado, pela esquerda do Dourado e vem subindo, entre o Dourado... à esquerda Dourado e mais pra frente é Rio Preto, que é esse Rio Preto nosso aqui, eles vinham entre os dois rios, essa trilhazinha aqui passa alí no Euclides, aqui dentro da Lapa, a gente fala Lapa né, isso aqui que talvez, não tem como provar, não tem nenhum registro não fizeram também escavação, mas já acharam muita machadinha, muito artefato aqui...

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14 Tabuleiro o pessoal acha muito artefato pré histórico, não sei se é pré histórico que não foi feito a datação, aí eu creio que o caminho deles pegava e subia lá pra Serra, tem pintura rupestre aqui dentro da Lapa, então tem registro e o lugar também é bem propício pra uma comunidade bem grande assim.. Mas essa do índio que você tá falando, pelo que você falou aí assim, ligando né, pode ser minha tataravó, que ela foi pega aqui no Travessão... Eu escuto essas histórias dos meus avós, dos meus antepassados né... De repente esse índio é até eu mesmo ... [ risos] O índio não morre não, ele vive, ele só dá um tempo, espera a condição ficar boa depois ele volta...(SILVA, 2020)

É muito significativo a interpretação que Cristiano tem da história que eu contei a ele, da índia que fora pega no Travessão e o índio ficava lá chorando por ela. Cristiano nos diz que o índio que chora a falta da índia na beira do rio é ele mesmo, que chora pelos seus antepassados.

3. Conclusão:

Através da análise de conteúdo é possível se ter uma noção da riqueza dos relatos tendo em vista tantos temas gerados nas entrevistas. Pelas categorias criadas é possível identificar que existem muitas peculiaridades a serem abordadas no distrito de Tabuleiro, além do que o roteiro das entrevistas serviu eficazmente para abranger os aspectos buscados na pesquisa de mestrado em andamento e também para este artigo. As perguntas feitas buscavam identificar o modo de vida e a relação com a paisagem e com as instituições dos parques: Municipal Natural do Tabuleiro (PNMT) e Estadual Serra do Intendente (PESI). Para este artigo a pergunta de interesse foi “Quais memórias da paisagem de Tabuleiro você gostaria de contar?”, resultando numa visão subjetiva sobre o que é o distrito para as pessoas... As coisas importantes para as pessoas do distrito são bens imateriais, são coisas intangíveis são memórias de solidariedade, são memórias das festas, são memórias dos seus antepassados indígenas e são memórias de contatos extraterrestres!

Podemos enumerar como coisas significativas para cada um dos depoentes analisados:

Memórias importantes dos depoentes:

Anísio Festa do Rosário, solidariedade na volta

da escola

Dona Zenita Contatos com óvnis

Gisele Brincadeiras no rio

Dona Palmira Casamento e Festas Religiosas

Cristiano Óvnis, Pescaria na cachoeira, linguagem,

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Podemos observar que as coisas que podem ser identificadas como importantes nos relatos dos depoentes não se concentram em bens matérias de cal e pedra, e sim são reminiscências de coisas imateriais que marcam os relatos. Aparentemente o valor do distrito do Tabuleiro não está necessariamente nas coisas materiais e sim são coisas que não se pode entender senão partindo para a análise da subjetividade, do que há de imaterial e espiritual no distrito. Pudemos perceber que a memória das festas religiosas é importante para os moradores do distrito e fazem parte da paisagem cultural do local. A paisagem cultural está sempre em certa medida povoada de pessoas e sua relação com o meio é o que a caracteriza. O caráter místico e espiritual do distrito foi lembrado por Cristiano em seu relato, e faz crer que os espíritos dos índios ainda rondam o local, protegendo-o.

Referências:

BARDIN, L. Análise de conteúdo. Lisboa, Portugal: Edições 70, 1977.

COSTA, P. Entrevista com Palmira CostaConceição do Mato Dentro, Minas Gerais.Entrevista concedida a Dianaluz C. L. Corrêa, , 2020a. .

COSTA, Z. Entrevista com Zenita CostaConceição do Mato Dentro, Minas Gerais.Entrevista concedida a Dianaluz C. L. Corrêa, , 2020b. .

FERNANDES, A. da C. Entrevista com Anísio da Cruz FernandesConceição do Mato Dentro, Minas Gerais.Entrevista concedida a Dianaluz C. L. Corrêa, , 2020. .

HALBWACHS, M. A memória coletiva. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais LTDA, 1990.

NASCIMENTO, M. C. Entrevista com dona LiaConceição do Mato Dentro, Minas Gerais., 2020. .

RODRIGUES, G. Entrevista com Gisele RodriguesConceição do Mato Dentro, Minas Gerais.Entrevista concedida a Dianaluz C. L. Corrêa, , 2020. .

SILVA, C. R. da. Entrevista com Cristiano Rodrigues da SilvaConceição do Mato Dentro, Minas Gerais.Entrevista concedida a Dianaluz C. L. Corrêa, , 2020. .

Referências

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