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A INFLUÊNCIA DA UMIDADE DO AR NAS ATIVIDADES FÍSICAS EM CRIANÇAS ASMÁTICAS

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Academic year: 2021

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS

CENTRO DE ESTUDOS AVANÇADOS E FORMAÇÃO INTEGRADA ESPECIALIZAÇÃO EM FISIOTERAPIA PEDIÁTRICA

LUCIANA ALVES MANGUEIRA

A INFLUÊNCIA DA UMIDADE DO AR NAS ATIVIDADES FÍSICAS EM

CRIANÇAS ASMÁTICAS

GOIANIA 2012

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LUCIANA ALVES MANGUEIRA

A INFLUÊNCIA DA UMIDADE EM CRIANÇAS ASMÁTICAS NAS

ATIVIDADES FÍSICAS

Trabalho apresentado ao Centro de Estudos Avançados e Formação Integrada, chancelado pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás como requisito para conclusão do Curso de Pós Graduação Lato Sensu em Fisioterapia Pediátrica.

Orientador: Prof. Dr. Giulliano Gardenghi

GOIANIA 2012

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RESUMO

A Influência da Umidade do Ar nas Atividades Físicas em Crianças Asmáticas

Introdução: A asma é a doença pulmonar crônica mais comum na infância, caracterizada por inflamação brônquica. Alguns fatores externos potencializam seu efeito, dentre eles destacam-se as condições meteorológicas do local, como a temperatura e a umidade relativa do ar, que podem aumentar a duração da exposição aos poluentes e impedir sua dissipação. Essa exposição proporciona um aumento exacerbado da liberação de células inflamatória que estimulam células a promoverem degranulação, dando origem a todas as reações celulares, levando aos sintomas característicos desta doença crônica. Objetivo: Revisar a influência da umidade do ar nas atividades físicas em crianças portadoras de asma brônquica. Métodos: Foi realizada uma revisão da literatura no período de 2002 a 2012, nas bases de dados Lilacs, MedLine, Pubmed, Scielo. Resultados: A umidade do ar durante as atividade física mostrou ter um papel importante na musculatura lisa alveolar, aumentando o agravamento dos mesmos. Conclusões: A compreensão da fisiopatologia da ASMA, da influência da umidade do ar nas atividades físicas para o tratamento da patologia é de fundamental importância para a qualidade de vida de crianças asmáticas. Contudo, ainda se observa resistência de profissionais em relação à pesquisa, sendo necessários estudos mais aprofundados, com bases metodológicas aplicáveis, comprovando sua eficácia, aumentando sua confiabilidade.

Palavras-chave: Asma; Exercício; Fisioterapia e Umidade.

ABSTRACT

TheInfluence ofAir HumidityinPhysical ActivityinAsthmatic Children Introduction: Asthma isachronic lung diseasemost commonin childhood, characterized bybronchial inflammation, some external factorspotentiatethe effect, among them there are thelocalweather conditions, such as temperature andrelative humidity, which can increase theduration of exposureto pollutantsand prevent theirdissipation, this exhibitionprovides an increaseexacerbatedthe release ofinflammatory cells, which stimulate cellsto promotedegranulation, givingrise to all thecellular reactions, leading to thecharacteristic symptomsof thischronic disease.Objective: To reviewthe influence ofair humidityon physical activityin children withbronchial asthmaMethods: We performed a literature reviewfrom 2002to 2012,in databasesLilacs, Medline, Pubmed, Scielo. Results: Thehumidityduringphysical activityproved to havean important rolein the smooth musclecellular, increasing the deteriorationthereof.Conclusions: Understanding thepathophysiology ofASMA, the influenceof humidityon physical activityfor the treatment ofdiseaseis of fundamentalimportance tothe quality of lifeofchildren with asthma.However, stillobservedresistanceof professionalsin relationto research, requiring further studies, withmethodological bases apply, proving its effectiveness, increasing its reliability.

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1. INTRODUÇÃO

A asma é considerada uma doença crônica de grande importância na saúde pública do Brasil, mais frequente na infância onde ocorre recorrente obstrução das vias aéreas. É considerada uma doença de caráter inflamatório, que ocorre devido à reação exagerada do sistema imunológico, aumento da reatividade das vias aéreas a uma variedade de estímulos, ou seja, a hiperresponsividade brônquica ¹.

Os fatores extrínsecos atuam sobre a dinâmica da asma, aumentando as suas taxas de morbidade e gravidade². Dentre esses fatores destacam-se as condições meteorológicas do local, como a temperatura, a umidade relativa do ar e a velocidade dos ventos, que podem aumentar a duração da exposição aos poluentes e impedir sua dissipação¹.

Essa exposição proporciona um aumento exacerbado da liberação de células inflamatórias, que estimulam mastócitos e basófilos a promoverem degranulação, dando origem a todas as reações celulares, levando aos sintomas característicos desta doença crônica, envolvendo dentre eles, episódios de sibilância, dispnéia, sensação de aperto no peito e tosse, sendo mais frequentes e pronunciados durante a noite³.

Entre as variáveis climáticas, a velocidade do vento e a umidade relativa do ar têm sido implicadas no aumento de incidência de exacerbações de asma quando em interação com a poluição atmosférica4. Corroborando esse fato, um estudo descrevendo a distribuição das crises asmáticas em relação aos fatores meteorológicos locais (temperatura, umidade relativa do ar e precipitação pluviométrica) constatou correlação da umidade relativa do ar com asma brônquica em adultos5.

As mudanças climáticas podem ser entendidas como qualquer mudança no clima ao longo dos anos, devido à variabilidade natural ou como resultado da atividade humana6.

O exercício associado ao calor ambiental induz ao estresse causado pelo calor. O efeito sinérgico, quando excessivo, influência no desempenho físico e cognitivo causa hipertermia e pode ser prejudicial mesmo para pessoas saudáveis física e mentalmente. Em contraste, quando o organismo é exposto a um ambiente frio, o exercício provoca a termogênese, a qual ajuda o organismo a prevenir o resfriamento excessivo do corpo5,6.

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Portanto, a hipotermia (quando a temperatura interna é de 35°C ou menos) ocorre mais comumente durante o período de repouso quando comparada a sua ocorrência durante o exercício 4,6.

Sendo assim, o objetivo deste estudo consistiu em revisar a influência da umidade do ar nas atividades físicas em crianças portadoras de asma brônquica.

Com a variação climática o conjunto de fenômenos meteorológicos

predominantes em determinada região, interferem na vida do homem, é de extrema importância o cuidado com a umidade relativa do ar para qualidade de vida da população.

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2. METODOLOGIA

Foi realizada uma revisão da literatura, nas bases de dados Lilacs, MedLine, Pubmed, Scielo, utilizando palavras chave: Asma; Exercício; Fisioterapia e Umidade. É um estudo descritivo, realizado nos períodos do ano de 2000 a 2012, totalizando dezessete artigos, doze na língua Portuguesa e cinco na língua Inglesa.

Os critérios de inclusão foram artigos nos últimos dez anos. Os critérios de exclusão foram artigos com mais de dez anos até a data da pesquisa.

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3. DESENVOLVIMENTO

3.1 Asma

A asma é uma doença inflamatória crônica, caracterizada por hiperresponsividade das vias aéreas inferiores e por limitação variável ao fluxo aéreo, reversível espontaneamente ou com tratamento, manifestando-se clinicamente por episódios recorrentes de sibilância, dispnéia, aperto no peito e tosse, particularmente à noite e pela manhã ao despertar. Resulta de uma interação entre genética, exposição ambiental a alérgenos e irritantes e outros fatores específicos que levam ao desenvolvimento e manutenção dos sintomas7.

3.1.1 Epidemiologia

Anualmente ocorrem cerca de 350.000 internações por asma no Brasil, constituindo-se ela na quarta causa de hospitalizações pelo Sistema Único de Saúde (2,3% do total) e sendo a terceira causa entre crianças e adultos jovens8, 9

.

Estima-se que, no Brasil, existam aproximadamente 20 milhões de asmáticos, se for considerada uma prevalência global de 10%. As taxas de hospitalização por asma em maiores de 20 anos diminuíram em 49% entre 2000 e 201014.

3.1.2 Patologia e Patogenia

A principal característica fisiopatogênica da asma é a inflamação brônquica, resultante de um amplo e complexo espectro de interações entre células inflamatórias, mediadores e células estruturais das vias aéreas. Ela está presente em todos os pacientes asmáticos, inclusive naqueles com asma de início recente, nas formas leves da doença e mesmo entre os assintomáticos10.

A resposta inflamatória alérgica é iniciada pela a interação de alérgenos ambientais com algumas células que têm como função apresentá-los ao sistema

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imunológico, mais especificamente os linfócitos Th2. Estes, por sua vez, produzem citocinas responsáveis pelo início e manutenção do processo inflamatório. A IL-4 tem papel importante no aumento da produção de anticorpos IgE específicos ao alérgeno07, 10.

O estreitamento brônquico intermitente e reversível é causado pela contração do músculo liso brônquico, pelo edema da mucosa e pela hipersecreção mucosa. A hiperresponsividade brônquica é a resposta broncoconstritora exagerada ao estímulo que seria inócuo em pessoas normais15.

3.1.3 Diagnóstico

O diagnóstico da asma deve ser baseado na anamnese, exame clínico e, sempre que possível, nas provas de função pulmonar e avaliação da alergia8.

São indicativos de asma: um ou mais dos sintomas dispnéia, tosse crônica, sibilância, aperto no peito ou desconforto torácico, particularmente à noite ou nas primeiras horas da manhã; sintomas episódicos; melhora espontânea ou pelo uso de medicações específicas para asma (broncodilatadores, antiinflamatórios esteróides); três ou mais episódios de sibilância no último ano; variabilidade sazonal dos sintomas e história familiar positiva para asma ou atopia; e diagnósticos alternativos excluídos11.

3.1.4 A umidade e Atividade física

Com a proximidade do inverno se tornam mais comuns às doenças do trato respiratório. Diversos fatores contribuem para o aumento desse tipo de doenças nessa época do ano como: queda brusca de temperatura, a permanência por muito tempo em locais fechados e o aumento da poluição do ar12.

Elevados são os números que demonstram a incidência de asma brônquica nas populações de distintas regiões do mundo todo1, sendo que grande parte dos

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acometidos são crianças na idade escolar, com elevado índice de morbidade e mortalidade por essa doença2,13.

Uma das medidas a serem tomadas na criança asmática é evitar atividade física intensa em locais externos, quando ocorrer diminuição da temperatura e baixa umidade, ou quando há excesso de poluentes no ar 13, visto que a umidade do ar influência significativamente na ocorrência do broncoespasmo induzido17.

A obstrução da via aérea costuma iniciar logo após o exercício, atingindo seu pico em cinco a dez minutos, após o que há remissão espontânea do broncoespasmo, com melhora total da função pulmonar em cerca de 30 a 60 minutos. Os pacientes em crise de asma precipitada pelo exercício apresentam os mesmos sintomas observados em crises desencadeadas por outros estímulos16.

Em um estudo foi observado nas crianças estudadas, segundo o período climático (seco ou chuvoso) e o problema diagnosticado. Nota-se que 60,9% dos diagnósticos de asma (1.912/3.140) e 49,4% dos outros diagnósticos (11.192/22.662) ocorreram no período chuvoso, sendo as diferenças estatisticamente significativas (p < 0,05) 6.

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4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A compreensão da fisiopatologia da ASMA, da influência da umidade do ar nas atividades físicas para o tratamento da patologia é de fundamental importância para a qualidade de vida de crianças asmáticas. Entretanto, a umidade do ar durante as atividade física mostrou ter um papel importante na musculatura lisa alveolar, aumentando o agravamento dos mesmos. Contudo, ainda se observa resistência de profissionais em relação à pesquisa, sendo necessários estudos mais aprofundados, com bases metodológicas aplicáveis, comprovando sua eficácia, aumentando sua confiabilidade.

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REFERÊNCIAS

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2. Lima AC et al.Tratamento homeopático da asma infantil. Rev. Pesq. Inov.Farm., v.2, n.1, pp. 62 - 71, jan-jul, 2010

3. Barbosa MMC, et al. Sazonalidade e asma infantil: impacto em indicadores funcionais e respiratórios. Rev. Bras. Fisioter.2004. vol.8. n°3, 215-222.

4. Rang HP et al. Farmacologia. 5° ed. Elsevier: Rio de Janeiro; 2007. (23): 357-365. 5. Saldanha CT et al. Variações climáticas e uso de serviços de saúde em crianças asmáticas menores de cinco anos de idade: um estudo ecológico J BrasPneumol. 2005; 31(6):492-8.

6. Mudanças climáticas e ambientais: cenários e incerteza. Epidemiol. Serv. Saúde, Brasília, 18(3):285-304, jul-set 2009

7.Busse WW, Lemanske RF. Asthma. N Engl J Med 2001;344(5):350-62.

8. Brasil. Ministério da Saúde.Secretaria Nacional de Ações Básicas. Estatísticas de saúde e mortalidade. Brasília: Ministério da Saúde; 2005.

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12.Gonçalves A et al. Infecções Respiratórias Agudas. Pneumonias e Broncopneumonias. In: BETHLEM, N. Pneumologia. São Paulo: Atheneu, 2000. p: 279-298.

13. Contreira AR et al.O efeito da prática regular de exercícios físicos no estilo de

vida e desempenho motor de crianças e adolescentes asmáticos.Pensar a Prática, Goiânia, v. 13, n. 1, p. 116, jan./abr. 2010

14. Diretrizes da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia para o Manejo da Asma. Jornal Brasileiro de Pneumologia, 2012. J BrasPneumol. v.38, Suplemento 1, p. S1-S46.

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16. IV Diretrizes Brasileiras para o Manejo da Asma. J BrasPneumol. 2006;32(Supl 7):S 447-S 474

17. Basso RP et al. Avaliação da capacidade de exercício em adolescentes asmáticos e saudáveis. Rev Bras Fisioter, São Carlos, v. 14, n. 3, p. 252-8, maio/jun. 2010.

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