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A curadoria de conteúdo como ferramenta de seleção no contexto do excesso informacional

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO

CURSO DE BIBLIOTECONOMIA

MICHEL HOMERE MOUZALAS NETO

A CURADORIA DE CONTEÚDO COMO FERRAMENTA DE SELEÇÃO NO CONTEXTO DO EXCESSO INFORMACIONAL

NATAL 2019

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MICHEL HOMERE MOUZALAS NETO

A CURADORIA DE CONTEÚDO COMO FERRAMENTA DE SELEÇÃO NO CONTEXTO DO EXCESSO INFORMACIONAL

Monografia apresentada ao curso de graduação em Biblioteconomia, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito parcial à obtenção do título de Bacharel/Licenciado em Biblioteconomia.

Orientador(a): Prof(a). Esp. Malkene Wytiza Freire de Medeiros Noronha

NATAL 2019

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Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN Sistema de Bibliotecas - SISBI

Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial do Centro Ciências Sociais Aplicadas - CCSA

Mouzalas Neto, Michel Homere.

A Curadoria de conteúdo como ferramenta de seleção no contexto do excesso informacional / Michel Homere Mouzalas Neto. - 2019.

49f.: il.

Monografia (Graduação em Biblioteconomia) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Centro de Ciências Sociais Aplicadas, Departamento de Ciências da Informação. Natal, RN, 2019.

Orientadora: Profa. Esp. Malkene Wytiza Freire de Medeiros Noronha.

1. Curadoria de conteúdos - Monografia. 2. Profissional da informação - Monografia. 3. Sociedade da Informação - Monografia. 4. Cibercultura - Monografia. 5. Excesso informacional- Monografia. I. Noronha, Malkene Wytiza Freire de Medeiros. II. Universidade Federal do Rio Grande do Norte. III. Título.

RN/UF/Biblioteca do CCSA CDU 023.3 Elaborado por Eliane Leal Duarte - CRB-15/355

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MICHEL HOMERE MOUZALAS NETO

A CURADORIA DE CONTEÚDO COMO FERRAMENTA DE SELEÇÃO NO CONTEXTO DO EXCESSO INFORMACIONAL

Monografia apresentada ao curso de Graduação em Biblioteconomia, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito parcial à obtenção do título de Bacharel em Biblioteconomia.

Aprovada em: ______/______/______

BANCA EXAMINADORA

______________________________________ Profa. Esp. Malkene Wytiza Freire de Medeiros Noronha

Orientador(a)

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

______________________________________ Profa. Dr(a). Monica Marques Carvalho Gallotti

Membro interno

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

______________________________________ Profa. Me(a). Ana Claudia Ribeiro

Membro interno

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AGRADECIMENTOS

Nesse momento especial, gostaria de agradecer primeiramente aos meus familiares, em especial ao meu primo Alexsandro Ferreira Cardoso da Silva, que me auxiliou durante esses anos de universidade, além daqueles estiveram presentes em inúmeros momentos me ajudando em tudo que era necessário e possibilitando a realização deste sonho.

Presto aqui também minha homenagem as três mulheres que são e sempre serão de extrema importância na minha vida, além da minha formação como ser humano, são elas: minha Mãe Ozineide Ferreira de Souza, minha Tia Olizete Ferreira de Souza (in memoriam) e minha Avó Francisca Cosmo de Souza (in memorian), elas que sempre fizeram tudo que estava ao alcance para me proporcionar o melhor, serei eternamente grato as senhoras, dedico este trabalho a vocês, e aquelas que não estão mais presentes fisicamente, saibam que sempre carregarei vocês em meu coração, todos os ensinamentos, sermões, conselhos, etc. jamais serão esquecidos. Que minha tia e minha avó possam ver de onde estiverem que todo o esforço feito por elas valeu muito a pena, hoje sou quem sou graças a vocês. OBRIGADO, SEMPRE AMAREI VOCÊS!

À UFRN, que nesses pouco mais de quatro anos foi praticamente uma segunda casa, me proporcionando de tudo para tornar a minha trajetória mais prazerosa, além de uma estrutura incrível para o desenvolvimento das atividades acadêmicas.

Ao time de basquete da UFRN, em especial ao meu técnico José Mapurunga que com toda certeza me proporcionou conhecimentos e aprendizados que levarei para toda a vida, além de me proporcionar um espaço para que eu pudesse me desenvolver nesse esporte que tanto amo.

Aos amigos que a instituição me possibilitou conhecer e conviver, o famoso grupo dos Piruvatos(risos), Amanda, Allana, Brenna, Bruna, Flawber, Joice, Eu, Melq, Miqueias, Priscila, Paulo, Rafaela e Samita, (além dos agregados) pessoas incríveis que, com certeza, tornaram as tardes menos cansativas com risadas diárias e assuntos aleatórios nos momentos de descontração. Amizades como vocês são raras e sou muito grato por ter vocês sempre dispostos a ajudar em todos os momentos, saibam que o potencial de vocês é enorme, sempre acreditem em vocês!

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Espero que nosso grupo permaneça unido como é desde o início, embora eu possa não demonstrar, EU AMO VOCÊS! Obrigado!

Aos mestres, presentes durante toda a minha jornada acadêmica me proporcionando conhecimentos que carregarei comigo para sempre no exercício da minha profissão.

À minha orientadora, Profa. Malkene Wytiza Freire de Medeiros Noronha, que me auxiliou na produção deste trabalho, se fazendo disponível e estando sempre presente para sanar todos os questionamentos.

Ao departamento de física da UFRN que me proporcionou a bolsa na secretaria do PPGF, além de amizades que ficarão para sempre no meu coração.

Saindo da área acadêmica e entrando num âmbito mais pessoal, preciso agradecer a:

Aos meus companheiros das peladas de basquete que ouviram todos os meus desabafos, todas as “pós” que fizemos no Natal Shopping e todas as risadas com as coisas que falamos ao longo dessa jornada, saibam que vocês também fazem parte disso e eu espero que nossa amizade só cresça, saibam que sempre podem contar comigo e PÁ de vocês (piada interna rs).

Agora preciso agradecer em especial a duas pessoas que foram extremamente importantes em toda essa longa trajetória que parece que começou ontem(risos).

Primeiramente a minha melhor amiga, Joice Bezerril, que conheci no decorrer do curso, mas rapidamente se tornou uma das pessoas mais importantes da minha vida, esteve presente em praticamente todos os meus dias dentro ou fora da universidade. Uma mulher maravilhosa, guerreira e extremamente capaz, que com certeza eu levarei para toda a minha vida. TE AMO!

Agora ao meu melhor amigo, Felipe Sonehara, o cara que conheci lá atrás, ao integrar o time de basquete da UFRN, e que de forma instantânea se tornou meu irmão. Japonês, obrigado por você ser esse cara incrível, por todos os conselhos, por todas as tirações de onda, por todos os treinos, pelos campeonatos, por todas as peladas, por todas as caronas, por todas as bolas de 3 pontos que meti na tua cara(risos), também pelos momentos tristes da minha vida que tu se fez presente, além de tantas outras passagens que não dá pra citar aqui, saiba que tu sempre vai ser uma pessoa importantíssima na minha vida. Obrigado por tudo que tu fizeste por

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mim, saiba que você é meu brother e pode sempre contar comigo para tudo. OBRIGADO IRMÃO!

Ademais, gostaria de agradecer a todos aqueles que atuaram de forma direta ou indireta para que eu chegasse até aqui sendo quem sou. Obrigado!

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RESUMO

Com a emergência da sociedade da informação e a ascensão das Tecnologias de Informação e Comunicação, que aumenta de forma exponencial, a atual sociedade cria um novo ambiente para se relacionar chamado de ciberespaço, ocorrendo também o surgimento da cibercultura proveniente do meio em que estão inseridos, produzindo e disponibilizando cada vez mais conteúdo, de forma que seja causado um excesso de informação. Dessa forma, é necessário que haja estratégias de modo a facilitar a filtragem da informação. Com isso surge um novo conceito profissional, onde os profissionais da informação podem se inserir e atuar diretamente nesse contexto oferecendo serviços de curadoria para que os usuários e organizações possam ter acesso a informações selecionadas de acordo com suas necessidades. O objetivo principal da pesquisa é entender a necessidade da curadoria e como o profissional da informação, se utilizando de suas habilidades e competências, pode atuar nessa nova vertente.Tem como objetivos específicos entender o fenômeno da ansiedade de informação, diferenciar sociedade da informação e sociedade do conhecimento e verificar o acesso as tecnologias da informação em território nacional. Utilizando da pesquisa bibliográfica para entender diversas visões acerca do tema abordado, com buscas nas mais variadas bases de dados, além da utilização de livros e outras informações que abordem o tema. Portanto foi possível notar que o profissional da informação pode atuar na função de curador informacional, desempenhando-a de forma correta.

Palavras-chave: Curadoria de Conteúdos. Profissional da informação. Sociedade da Informação. Cibercultura. Excesso informacional.

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ABSTRACT

With the emergence of the information society and the rise of exponentially increasing Information and Communication Technologies, the present society creates a new environment to relate called cyberspace, and also the emergence of cyberculture from the environment in which they operate, producing and making more and more content available, so that information is caused to them. Thus, strategies are needed to facilitate information filtering. With this comes a new professional concept, where information professionals can enter and act directly in this context offering curation services so that users and organizations can have access to selected information according to their needs. The main objective of the research is to understand the need for curatorship and how the information professional, using their skills and competences, can act in this new aspect. Its specific objectives are to understand the phenomenon of information anxiety, differentiate information society and society. knowledge and verify access to information technologies in the national territory. Using bibliographic research to understand various views on the topic addressed, performing searches in various databases, and the use of books and other information that address the topic. Therefore it was noted that the information professional can act as informational curator, performing it correctly.

Keywords: Curation of Contents. Information Professional. Society of Information. Cyberculture. Informational excess.

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LISTA DE QUADROS E GRÁFICOS Quadro 1 – Quantidades de informação ... 29 Quadro 2 – Acesso a informação ... 29 Quadro 3 –

Situações que provocam ansiedade de informação ... 34

Quadro 4 Etapas de curadoria... 41

Quadro 5 Lista de ferramentas e serviços participativos... 42

Gráfico 1 –

Domicílios com acesso a internet ... 23

Gráfico 2 –

Domicílios com equipamentos TICs... 24

Gráfico 3 –

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LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

TIC Tecnologia da informação e do conhecimento PI Profissional da Informação

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ... 16 2 SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO: CONCEITOS E EVOLUÇÃO... 18 2.1 Sociedade da informação x sociedade do conhecimento ... 20 2.2 Surgimento das Tecnologias da informação e comunicação (TIC).. 21 3

3.1 3.2

CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE A CIBERCULTURA... Excesso Informacional... Ansiedade de informação... 25 29 33 4 4.1 4.2 5

CURADORIA DE CONTEÚDOS E CURADORIA DIGITAL... Importância da curadoria no âmbito informacional ... Profissional da informação como curador ... CONSIDERAÇÕES FINAIS ... REFERÊNCIAS ... 36 39 42 46 48

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1 INTRODUÇÃO

Com o surgimento da sociedade da informação, tanto pessoas quanto organizações começaram a entender a informação como um insumo para produção de capital financeiro, dessa forma se viu uma grande necessidade de produzir conteúdos possibilitando a aceleração nos processos de melhorias tecnológicas para disseminação das informações.

Por consequência dessas melhorias, surgem inicialmente as tecnologias de informação, começando pelo rádio e a televisão, assim as pessoas conseguiam ter acesso a novas informações dentro de suas casas diminuindo a necessidade de adquirir suportes impressos (jornais) todos os dias.

Na sequência surge a internet com potencial para mudar o mundo, proporcionando novas experiências aos usuários, além de novas descobertas tecnológicas para melhorar os hardwares, além da criação de softwares para suportar os avanços.

Com o advento da internet surge o ciberespaço, que se configura como um ambiente virtual de socialização e compartilhamento de conteúdo afins, proporcionando a criação de uma nova cultura no mundo cibernético, caracterizada como cibercultura. Atribuído a esse contexto o aumento do fluxo informacional acontece de forma muito rápida que provoca uma enxurrada de informações sendo disponibilizado aos usuários, influenciando também a sociedade real implicando em problemas como o excesso informacional é a ansiedade de informação cada vez mais presente pela necessidade sem fim dos usuários buscarem mais e mais informações.

A partir desse contexto é necessário que haja uma maneira de selecionar melhores conteúdos para que os usuários da informação possam buscar e acessar informações de fontes mais confiáveis, sem o receio de estar acessando conteúdos que não lhe agregue em nenhuma esfera.

Assim surge a curadoria de conteúdos, um processo com o objetivo de facilitar a encontrabilidade e tornar a informação correta mais acessível as pessoas. Desse modo, com a modernização dos serviços, é necessário que o profissional da informação se reinvente, buscando sempre melhorias em seus serviços e nos atendimentos aos usuários, e assim abre uma nova possibilidade atuando como curador da informação seja em bibliotecas ou em organizações privadas.

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Este trabalho tem como objetivo entender como a curadoria pode ser usada tendo em vista o problema do excesso informacional que assola a sociedade atual, apresentando os conceitos, buscando mostrar o quão necessário e como o processo de curadoria é importante tanto no âmbito social quanto no profissional, no que diz respeito às organizações, tendo como objetivos específicos a diferenciação da sociedade da informação e do conhecimento, a verificação do acesso as tecnologias da informação em território nacional e entender porque ocorre o fenômeno da ansiedade da informação.

A metodologia utilizada foi a pesquisa bibliográfica em suportes físicos e eletrônicos para a obtenção das informações, tendo em vista o caráter exploratório acerca do tema desenvolvido.

Portanto, entende-se que a curadoria de conteúdos é um processo de extrema importância para a disseminação das informações dentro da sociedade Além de apresentar uma nova vertente de atuação para o profissional da informação.

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2 SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO: CONCEITOS E EVOLUÇÃO

A sociedade da informação é um conceito extremamente, aplicável aos dias atuais. Tendo em vista que todos os dias a sociedade contemporânea sofre alterações de acordo com o surgimento de novas informações para uso próprio e disseminação em meios de comunicação. Sendo assim, este é um conceito que está em constante expansão e se renovando todos os dias.

O conceito de sociedade da informação surge junto do termo sociedade de massa que é um tipo de sociedade onde a maioria dos indivíduos é diretamente ligada à produção, distribuição, consumos e serviços, ocorrendo depois da revolução industrial, proveniente do grande crescimento dos meios de comunicação da época, em meados do século XX, possibilitando que as pessoas tivessem um maior acesso as informações (CASTELLS, 2002). Desse modo, ocorreu à migração das pessoas do campo para a cidade, posterior a revolução industrial, tendo em vista a fase crescente da industrialização e da geração de emprego nos grandes centros. Por volta dos anos 50 a televisão é inventada e a partir disso os meios de comunicação de massa começam a ser produzidos e comprados em larga escala, possibilitando que a informação pudesse ficar acessível as pessoas, principalmente em suas residências, de modo que essas informações pudessem ser mais compartilhadas num processo de universalização da informação, dessa forma ela passa cada vez mais a ser associada como um bem de consumo importante para a sociedade.

O que caracteriza a atual revolução tecnológica não é a centralidade de conhecimentos e informação, mas a aplicação desses

conhecimentos e dessa informação para a geração de

conhecimentos e de dispositivos de processamento/comunicação da informação em um ciclo de realimentação cumulativo entre a inovação e seu uso. (CASTELLS, 2002, p. 69).

A partir disso, a informação começa a ser vista como um ativo financeiro, sendo possível se utilizar dela para gerar receitas, fazendo com que surja uma economia baseada na informação em uma escala global.

É informacional porque a produtividade e a competitividade de unidades ou agentes nessa economia (sejam empresas, regiões ou nações) dependem basicamente de sua capacidade de gerar, processar e aplicar de forma eficiente a informação baseada em conhecimentos. É global porque as principais atividades produtivas, o

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consumo e a circulação, assim como seus componentes (capital, trabalho, matéria-prima, administração, informação, tecnologia e mercado) estão organizados em escala global[...]. (CASTELLS, 2002, p. 119)

Sendo assim, a possibilidade de entender a informação como um dos principais motores de geração de capital, cresceu e adentrou as indústrias da época, fazendo com que elas pudessem produzir novas tecnologias para suprir as necessidades da população e, consequentemente, fazer mais dinheiro. Com o passar do tempo e a globalização, as empresas notaram cada vez mais que informação era poder e isso fez com que buscassem sempre melhorar o mercado tendo em vista as inovações tecnológicas, causando um aumento no número de hardwares e softwares capazes de transformar informações em conteúdo e conhecimento e também profissionais da informação cada vez mais capacitados para tratar os conteúdos.

Com isso, foi necessária que uma mudança de comportamento do profissional da informação ocorresse, tendo em vista a nova necessidade do mercado.

[...], nenhum outro grupo que ocupa posições operacionais em indústrias está sendo tão profundamente afetado por tais mudanças como os profissionais ligados aos serviços de informação. [...] Pode-se argumentar que o fato do profissional ligado a Pode-serviços de informação desempenhar um papel fundamental na indústria, por ter um background educacional melhor definido, pode potencialmente, torná-los aptos a expandir seu papel na sociedade. (JOHNSON, 1998, p. 09).

Certamente é necessário que esses profissionais estejam em constante atualização, já que o mercado informacional é bastante volátil e sofre alterações a todo o momento, portanto quanto mais preparado para o mercado, mais bem sucedido será o PI, fazendo com que a classe seja bem notada em meio a tantos serviços que podem oferecer ao público que o procura.

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2.1 Sociedade da Informação x Sociedade do Conhecimento

Antes de traçar o paralelo entre sociedade da informação e sociedade do conhecimento, é necessário entender o que é informação e o que é conhecimento. A informação, segundo o dicionário é “uma reunião de dados acerca de alguém ou algo” (AURÉLIO, 2019)1, já conhecimento é “aquilo que se pode ser aprendido,

ensinado; o que se pode conhecer ou vir a conhecer” (AURÉLIO, 2019)¹.

Como já foi visto anteriormente a sociedade da informação se baseia em reunir dados para gerar conhecimento e estes serem aplicados fazendo a economia girar, porém, para que o conhecimento seja aplicado é necessário que existam indivíduos capazes de processar esses dados para colocá-los em prática.

Para acompanhar este novo processo de desenvolvimento do mundo onde os serviços e a criatividade dão o tom, o capital físico, que era a variável-chave do crescimento econômico, perde lugar hoje para o capital humano, representado pelo conjunto de capacitações que as pessoas adquirem através da educação, de programas de treinamento e da própria experiência para desenvolver seu trabalho com competência, bem como pelo desenvolvimento de várias

competências do ponto de vista profissional. (LUCCI, 2008)2.

Com a chegada da era pós-industrial, que surge depois da revolução industrial, e o avanço das tecnologias da informação, ficou cada vez mais evidente que o mundo havia mudado. Segundo Lucci (2008)3 “Vivemos na era pós-industrial,

um novo mundo, onde o trabalho físico é feito pelas máquinas e o mental, pelos computadores. Nela cabe ao homem uma tarefa para a qual é insubstituível: ser criativo, ter ideias.”

Dessa forma é possível notar que a sociedade da informação e a sociedade do conhecimento, estão intimamente ligadas, pois para que a informação vire um ativo financeiro e gere os lucros para as empresas é necessário que haja alguém para transformá-la em conhecimento e poder aplicar nas novas tecnologias.

Em contrapartida o fato de o capital intelectual estar em alta é algo bom, mas também prejudicial, pois, as ideias passam a ser de extrema importância para os grupos sociais, fazendo com que surjam grupos para discussão de ideias,

1 Documento online não paginado 2 Documento online não paginado 3 Documento online não paginado

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buscando construir um mundo e uma sociedade com uma melhor qualidade de vida, além de tentar encontrar um equilíbrio econômico e social para as classes. Isso ocorre devido à explosão informacional e a globalização e seus aspectos negativos, que atingem as populações cada vez mais e isso fica mais evidente ao notar que os países de primeiro mundo que detém a maioria do acesso à informação conseguem se desenvolver e prosperar bem mais do que países considerados de terceiro mundo, onde existe uma precariedade dos serviços e embora a informação devesse ser de fácil acesso para todas, algumas classes sociais são prejudicadas no que tange o acesso à informação de qualidade.

Por isso embora tenham nomes parecidos e até se assemelhem em alguns aspectos, sociedade da informação e sociedade do conhecimento, se diferem na questão da igualdade de classes, enquanto a primeira tem um viés mais capitalista utilizando a informação como ativo financeiro para gerar capital, a segunda tenta igualar um pouco as coisas focando no aspecto social que o conhecimento pode proporcionar para transformar o mundo num lugar mais igualitário.

2.2 Surgimento das Tecnologias da informação e comunicação (TIC)

Como visto anteriormente, o crescimento da sociedade da informação teve participação direta no desenvolvimento das novas tecnologias, com isso no decorrer do século XX foram sendo desenvolvidos e aprimorados novos meios de comunicação para transmissão de informações.

O processo atual de transformação tecnológica expande-se exponencialmente em razão da sua capacidade de criar uma interface entre campos tecnológicos mediante uma linguagem digital comum na qual a informação é gerada, armazenada, recuperada, processada e transmitida. (CASTELLS, 2002, p.68)

Dessa forma o mundo começa a se tornar digital, embora ainda lentamente, já começava a dar seus primeiros passos em direção à globalização por meio da revolução tecnológica.

Esse é, [...], um evento histórico da mesma importância da revolução industrial do século XVIII, induzindo um padrão de descontinuidade nas bases materiais da economia, sociedade e cultura. O registro histórico das revoluções tecnológicas, [...] mostra que todas são

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caracterizadas por sua penetrabilidade, ou seja, por sua penetração em todos os domínios da sociedade humana[...]. (CASTELLS, 2002, p. 68)

Então é possível notar que as tecnologias começam a alterar o modo como os usuários interagem e enxergam a modernização, pois, “Pela primeira vez na história, a mente humana é uma força direta de produção, não apenas um elemento decisivo no sistema produtivo” (CASTELLS,2002, p. 69), conseguindo assim, assumir o controle das tecnologias.

Nas três últimas décadas do século XX, começa a ocorrer o desenvolvimento da internet na Agência de Projetos de Pesquisa Avançada (ARPA), sediada no Departamento de Defesa dos EUA, buscando a criação de um sistema de comunicação que não pudesse sofrer nenhum tipo de interferência externa, como por exemplo, ataques nucleares, muito famosos e temidos por todos.

Com base na tecnologia de comunicação da troca de pacotes, o sistema tornava a rede independente de centros de comando e controle, para que a mensagem procurasse suas próprias rotas ao longo da rede, sendo remontada para voltar a ter sentido coerente em qualquer ponto da rede. (CASTELLS, 2002, p. 82)

A partir da criação, difusão e popularização da internet, juntamente com o processo de globalização, ao longo dos anos, foi possível notar como as tecnologias influenciaram a vida social nos grandes centros, fazendo com que as pessoas vivam cada vez mais presos e ligados ao ambiente virtual. Isso faz com que a necessidade das pessoas por novas informações aumente cada vez mais causando novos fenômenos alimentados por essa necessidade e que, embora sejam de grande valia para a sociedade como um todo, também podem se tornar prejudiciais do ponto de vista da saúde.

No Brasil, o Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br) foi criado com o intuito de monitorar a adoção das TIC no país e realiza pesquisas desde 2005 com esse foco.

Na última pesquisa realizada pelo centro, em 2018, é mostrado que, um número relativamente alto de domicílios no país ainda não possui acesso a internet.

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Gráfico 1 – Domicílios com acesso a internet

Fonte: Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br), 2018.

Considerando que em um país de tamanha extensão territorial e com a quantidade de recursos disponíveis, porém mal aplicados, poderia se esperar que o investimento em infraestrutura fosse maior, proporcionando um maior acesso a informação a todas as pessoas e principalmente em regiões mais carentes.

Mas mesmo com esse número, é possível ver que os a grande maioria dos domicílios possuem os dois maiores transmissores e facilitadores de acesso a informação da atualidade que são a televisão e o celular, que proporcionam que muitas informações possam circular e adentrar os meios sociais.

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Gráfico 2 - Domicílios que possuem equipamento TIC

Fonte: Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br), 2018.

No entanto, mesmo com a criação de aparelhos de celular cada vez mais moderna, as televisões ainda conseguem encontrar algum espaço nas residências e proporcionar um acesso mais fácil, principalmente em locais sem acesso a internet. Além desses, o rádio ainda tem seu espaço nas residências, embora seja relativamente menos utilizado do que no passado.

Dessa forma, com a democratização do acesso a internet e a facilidade de adquirir aparelhos melhores, o ambiente virtual consegue atingir mais pessoas proporcionando uma interação maior nesse meio, criando assim uma sociedade online que consegue quebrar as barreiras geográficas, sendo chamada de ciberespaço.

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3 CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE A CIBERCULTURA

Com o surgimento das tecnologias da informação, surge também um novo conceito que busca mostrar como a cultura iria se basear no futuro e como essas tecnologias causariam impacto na sociedade, seja este positivo ou negativo. A partir disso o ciberespaço começa a concentrar cada vez mais indivíduos da sociedade, afinal, atualmente, tudo se baseia em tecnologia. Sendo assim começa a existir uma transformação da sociedade, que migra cada vez mais para ambientes digitais, causando uma virtualização da informação que se dissemina em alta velocidade na rede mundial de computadores.

Em primeiro lugar, que o crescimento do ciberespaço resulta de um movimento internacional de jovens ávidos para experimentar, coletivamente, formas de comunicação diferentes daquelas que as mídias clássicas nos propõem. Em segundo lugar, que estamos vivendo a abertura de um novo espaço de comunicação, e cabe apenas a nós explorar as potencialidades mais positivas deste espaço nos planos econômico, político, cultural e humano. (LEVY, 1999, p. 9)

O crescimento do ciberespaço proporciona um novo modo de interação entre seus usuários, causando uma remodelação na transmissão das informações e em como esta impacta a vida em sociedade nas mais diferentes esferas.

A partir da criação da internet, surge junto com ela o Ciberespaço e a Cibercultura, intimamente ligados, tendo em vista que a Cibercultura é proveniente da existência do Ciberespaço. O ciberespaço [...] é o novo meio de comunicação que surge da interconexão mundial dos computadores. [...] especifica não apenas a infraestrutura material da comunicação digital, mas também o universo de informações que ela abriga[...]. (LÉVY, 1999, p.15)

Já a cibercutura, Lévy (1999, p.16) define como "[...] conjunto de técnicas (materiais e intelectuais), de práticas, de atitudes, de modos de pensamento e de valores que se desenvolvem juntamente com o crescimento do ciberespaço". Partindo desses princípios é possível entender que as relações sociais e seu desenvolvimento sofrem alterações diretas do modo como as redes impactam a vida das pessoas.

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É impossível separar o humano de seu ambiente material, assim como dos signos e das imagens por meio dos quais ele atribui sentido à vida e ao mundo. Da mesma forma, não podemos separar o mundo material - e menos ainda sua parte artificial - das ideias por meio das quais os objetos técnicos são concebidos e utilizados, nem dos humanos que os inventam, produzem e utilizam. (LÉVY, 1999, p.19)

É possível notar que atualmente a humanidade necessita mais ativamente da tecnologia para viver, depende dos hardwares e softwares para que se sinta integrada em sociedade. "Aquilo que identificamos, de forma grosseira como "novas tecnologias" recobre na verdade a atividade multiforme de grupos humanos, [...] que se cristaliza sobretudo em volta de objetos materiais, de programas de computador e de dispositivos de comunicação." (LÉVY, 1999, p.25)

Por consequência desses novos acontecimentos, surge também a inteligência coletiva, que está diretamente ligada a cibercultura, já que o ciberespaço proporciona uma maior facilidade na transmissão dos conhecimentos que os indivíduos, possuem justamente pela quebra das barreiras geográficas.

É aqui que intervém o papel principal da inteligência coletiva, que é um dos principais motores da cibercultura. [...] Quanto mais os

processos de inteligência coletiva se desenvolvem — o que

pressupõe, obviamente, o questionamento de diversos poderes —,

melhor é a apropriação, por indivíduos e por grupos, das alterações técnicas, e menores são os efeitos de exclusão ou de destruição humana resultantes da aceleração do movimento tecnosocial. (LÉVY, 1999, p. 26)

A partir disso, vendo pelo lado otimista, o ciberespaço proporciona um espaço para compartilhamento, um suporte, de informações e conhecimento nas comunidades online, coisa que, talvez, não acontecesse ou fosse dificultada sem a rede mundial de computadores.

O ciberespaço como suporte da inteligência coletiva é uma das principais condições de seu próprio desenvolvimento. Toda a história da cibercultura testemunha largamente sobre esse processo de retroação positiva, ou seja, sobre a automanutenção da revolução das redes digitais. [...], o crescimento do ciberespaço não determina automaticamente o desenvolvimento da inteligência coletiva, apenas fornece a esta inteligência um ambiente propício. (LÉVY, 1999, p.26-27)

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Desta forma, os hardwares e softwares foram evoluindo cada vez mais buscando a facilitação de seu uso por parte dos usuários, resultando em novos espaços de comunicação.

É desta forma que hoje navegamos livremente entre programas e hardware que antes eram incompatíveis. De fato, graças à adoção de padrões para programas e hardware, a tendência geral é o estabelecimento de espaços virtuais de trabalho e de comunicação descompartimentalizados, cada vez mais independentes de seus suportes. (LÉVY, 1999, p.43)

Após essa evolução dos sistemas, surge o debate sobre a virtualização da informação, pois "a virtualidade,[...], compreendida de forma muito geral, constitui o traço distintivo da nova face da informação. Uma vez que a digitalização é o fundamento técnico da virtualidade[...]." (LÉVY, 1999, p.46). Com a expansão do ciberespaço, a virtualização acelera seu processo, fazendo com que o acesso as informações fique mais rápido e aconteça de maneira simplificada.

a extensão do ciberespaço acompanha e acelera uma virtualização geral da economia e da sociedade. Das substâncias e dos objetos, voltamos aos processos que os produzem. Dos territórios, pulamos para a nascente, em direção às redes móveis que os valorizam e os desenham. Dos processos e das redes, passamos às competências e aos cenários que as determinam, mais virtuais ainda. Os suportes de inteligência coletiva do ciberespaço multiplicam e colocam em sinergia as competências. (LÉVY, 1999, p.49-50)

Sendo assim é possível dizer que a virtualização da informação nada mais é que sua digitalização para uma sequência numérica, normalmente binária (0 e 1) que possibilita as máquinas a fazerem a tradução destes signos e transformá-los em informações para que o usuário as transforme em conhecimento, levando a sua compreensão.

Digitalizar uma informação consiste em traduzi-la em números. [...] Portanto, no limite, todas as informações podem ser representadas por esse sistema. Mas por que há uma quantidade crescente de informações sendo digitalizadas e, cada vez mais, sendo diretamente produzidas nesta forma com os instrumentos adequados? A principal razão é que a digitalização permite um tipo de tratamento de informações eficaz e complexo, impossível de ser executado por outras vias. (LÉVY, 1999, p. 50)

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Partindo destes princípios, a comunicação em espaços virtuais ganhou força, fazendo com que as interações de comunicação se concentrassem, em grande parte, nos ambientes virtuais.

A cada minuto que passa, novas pessoas passam a acessar a

Internet, novos computadores são interconectados, novas

informações são injetadas na rede. Quanto mais o ciberespaço se amplia, mais ele se torna "universal", e menos o mundo informacional se torna totalizável. O universal da cibercultura não possui nem centro nem linha diretriz. (LÈVY, 1999, p.110)

A partir disso, é possível entender que mesmo sendo algo de grande utilidade para o âmbito social, esse mesmo ciberespaço causa outros fenômenos que são muito prejudiciais a sociedade, já que o fluxo informacional que transita pelos ambientes digitais é quase infinito, pois a todo momento surgem novas informações para os usuários, acarretando em problemas como o excesso informacional e a ansiedade de informação, proveniente da necessidade por mais informações.

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3.1 Excesso informacional

O excesso informacional é resultado do grande fluxo de informações presentes no ciberespaço, tendo em vista que todos os dias enxurradas de novas informações chegam as telas dos usuários e muitas das vezes são algo irrelevante fazendo com que ele não as transforme em um conhecimento passível de aplicação.

Para Braga (2006)4 esse excesso de informação pode ser notado através

dos números quantitativos que aumentam a cada ano:

Quadro 1 - Quantidades de informação

Mais de 1.000 novos títulos de livros são editados por dia em todo o mundo;

Uma só edição do jornal americano The New York Times contém mais informações do que uma pessoa comum recebia durante toda a sua vida há 300 anos (Revista Veja de 05 de setembro de 2001);

Atualmente existem mais de três bilhões de páginas disponíveis na Internet; Estão em circulação mais de 100 mil revistas científicas no planeta;

Há 15 anos a Televisão brasileira tinha menos de 10 canais. Hoje tem mais de 100 e, daqui a 10 anos, estima-se, terá mais de 400 canais.

Fonte: Braga, 2006.

Já do ponto de vista do acesso, Braga (2006)5 mostra que no caso de um

estudante universitário fazer uma pesquisa aprofundada sobre crianças hiperativas em português e inglês, ele irá se deparar com uma grande quantidade de informações que seriam elas:

Quadro 2 - Acesso à informação 178.820 páginas na Internet (até 30 de julho de 2003);

6.884 artigos científicos publicados nas revistas da área da saúde nos últimos 12 anos; 4.748 artigos científicos publicados em revistas da área de educação nos últimos 10 anos; 1.387 artigos e matérias de jornais e revistas informativas (só em português), publicados nos últimos cinco anos;

557 livros (sendo 32 em português e o restante em inglês).

Fonte: Braga, 2006.

4 Documento online não paginado 5 Documento online não paginado

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A partir destes dados, é possível notar que a quantidade de informações disponíveis para os usuários é gigantesca. [...] não é preciso muito esforço para perceber que, se o estudante não estiver preparado para o trato com a informação, tenderá a ficar extremamente ansioso, sem saber por onde começar seu trabalho.” (BRAGA, 2006)6.

Por consequência, esse excesso começa a trazer malefícios para a população, fruto de uma falsa noção de que é preciso cada vez mais informações para estar integrado em sociedade.

Manter a capacidade de se concentrar e fixar a atenção, selecionando os estímulos e informações que interessam, tornaram-se os grandes desafios desta era do conhecimento. A tentativa de apreender muitas informações ao mesmo tempo prejudica a capacidade de fixação mnemônica dessas informações e, consequentemente, a consolidação do aprendizado. (BRAGA, 2006).6

Em janeiro de 2019 o site Domo - empresa especializada em pesquisas de volume de dados - publicou um novo infográfico a respeito das interações dos usuários com a internet por minuto.

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Gráfico 3 - Data Never Sleeps 7.0

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O estudo intitulado "Data Never Sleeps 7.0" apresenta dados importantes, e de certa forma assustadores, a respeito das interações dos usuários com os produtos da internet a cada 60 segundos, os principais são:

- Mais de 18 milhões de mensagens de texto enviadas; - Quase 5 milhões de pesquisa no Google;

- 188 milhões de emails enviados;

- 4,5 milhões de usuários vendo vídeos no YouTube; - 1 milhão de usuários assistindo vídeos na Twitch.

Além desses dados, eles informam também que o percentual de usuários de internet no mundo cresceu cerca de 9% em relação ao mesmo período do ano anterior, dessa forma é possível notar a avalanche de informações que circulam na rede diariamente e como ela pode afetar a vida das pessoas.

Atualmente os principais mecanismos de influência de acesso rápido as informações são os smartphones e tabletes, já que estão sempre na palma da mão do usuário, facilitando a comunicação e interação em tempo real e em contrapartida causando também a interrupção das atividades do usuário pela necessidade e ansiedade de interação naquele momento.

Partindo do pressuposto de que o excesso informacional é prejudicial aos indivíduos, esse fenômeno desencadeia outros problemas como a ansiedade de informação que é algo que já vem sendo estudado há algum tempo.

Porém, em curto prazo o excesso de informação influencia diretamente a tomada de decisão por profissionais.

A imensa quantidade de informações disponíveis para tomar como base cada vez que precisa decidir sobre algo, faz com que o indivíduo sinta-se, cada vez mais inseguro na hora de tomar decisões. Ele fica com a sensação de que ainda poderia obter mais algumas informações que lhe dariam mais embasamento. Além de tudo, o tempo para reflexão vai ficando cada vez mais escasso, cedendo lugar para o tempo gasto na absorção de mais e mais

informações. (BRAGA, 2006)7.

Por isso, com tantas informações disponíveis para os usuários é impossível afirmar que eles estarão bem informados, tendo em vista que sua busca por informação agrega tantas coisas novas que na maioria das vezes não lhe servem de nada, podendo acarretar numa desinformação.

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O sujeito da informação sabe muitas coisas, passa seu tempo buscando informação, o que mais o preocupa é não ter bastante informação; cada vez sabe mais, cada vez está melhor informado, porém, com essa obsessão pela informação e pelo saber (mas saber não no sentido de “sabedoria”, mas no sentido de “estar informado”), o que consegue é que nada lhe aconteça. (BONDÍA LARROSA, 2002, p.22)

Por consequência, as pessoas se sentem mais ansiosas para encontrar informações que realmente supram suas necessidades de conhecimento, isso gera um transtorno fazendo com que aconteça uma alteração do seu estado emocional.

Essas dificuldades crescem com o afloramento de estados emocionais, principalmente aqueles decorrentes da ansiedade em suprir logo as lacunas percebidas, da frustração em não se conseguir expressar corretamente as necessidades e da falta de habilidade em lidar com os dispositivos que poderiam servir para prover algum tipo de auxílio. (FRANQUEIRA, 2004, p.39)

Portanto, é notório que a quantidade de informações disponíveis não serve somente para solucionar os problemas dos usuários, pelo contrário, esse excesso também acarreta problemas para a vida em sociedade, além de afetar a saúde das pessoas, principalmente em indivíduos que já possuam alguma predisposição a doenças de cunho psicológico.

3.2 Ansiedade de informação

Com o aumento exponencial na produção de informação, as pessoas começaram a sentir cada vez mais a necessidade de buscá-las para, porém essa busca por conteúdo começou a ser prejudicial aos usuários, pois a necessidade de compreensão dos dados se tornou cada vez maior, causando assim uma ansiedade para obter e aplicar o conhecimento.

Para sobreviver no mercado de trabalho e até para atuar na sociedade em geral, somos forçados a assimilar um corpo de conhecimentos que se amplia a cada minuto. A prova disso é a pilha cada vez maior de periódicos, livros, brochuras, memorandos e relatórios anuais que provavelmente está crescendo em seu escritório à espera de leitura. (WURMAN, 1991, p.36)

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Como já foi dito, a sociedade da informação nos trouxe uma nova força econômica, baseada na geração de novas informações, Wurman (1991, p. 36) destaca que "A informação transformou-se na força motriz de nossa vida e a terrível ameaça dessa pilha cada vez maior a exigir compreensão leva a maioria de nós a ansiedade", dessa forma com a necessidade de compreensão cada vez maior, as pessoas buscam mais e, em contrapartida, ficam mais ansiosas para entender aqueles dados.

É possível notar que a ansiedade de informação é uma vertente do transtorno de ansiedade estudado pela psicologia e nos dias atuais o acesso a informação na palma da mão se torna cada vez mais perigoso.

Ansiedade da informação é o resultado da distância cada vez maior entre o que compreendemos e o que achamos que deveríamos compreender. É o buraco negro que existe entre dados e conhecimento e ocorre quando a informação não nos diz o que queremos ou precisamos saber. (WURMAN, 1991, p. 38)

Para Wurman (1991, p. 49) "a ansiedade de informação pode nos atingir em qualquer nível e pode resultar tanto de excesso como de carência de informação.", além disso ele elenca em sua obra cinco razões gerais que podem provocar ansiedade, são elas:

Quadro 3 - Situações que provocam ansiedade de informação

Não compreender a informação;

Sentir-se assoberbado por seu volume; Não saber se uma certa informação existe; Não saber onde encontrá-la;

Saber exatamente onde encontrá-la, mas não ter a chave de acesso.

Fonte: Wurman, 1991.

Dessa forma, o usuário se sente impotente em um meio tão vasto de informações e sem saber com certeza do que necessita para sanar suas dúvidas, "como perguntar sobre algo se não se sabe como é chamado? Isto é ansiedade de informação. Estamos cercados por materiais de referência. Mas, sem a capacidade de usá-los, eles são apenas fontes de ansiedade." (WURMAN, 1991, p. 49).

No entanto, essa ansiedade é proveniente de sistema educacional de base defasado, que, muitas vezes é insuficiente na transmissão do conhecimento, isso faz com que os jovens cresçam sem saber a maneira correta de buscar as informações que precisam.

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Sofremos de ansiedade de informação principalmente devido a maneira como fomos treinados, ou não, para aprender. [...] O elemento individual mais contraproducente do nosso sistema educacional é a importância dada à solução de problemas e à memorização. (WURMAN, 1991, p.160-161).

Para que esse processo de ansiedade seja diminuído ou extinguido, o indivíduo precisa entender sua necessidade real realizando questionamentos que facilitem o entendimento do que se precisa.

A compreensão da diferença entre dados brutos e aqueles que podem ajudar na compreensão e aumentar o conhecimento, entre informação como coisa e informação como significado, tornará você um processador de informação mais competente. Maior competência lhe dará mais confiança e mais controle, permitindo-lhe relaxar. Sentindo-se mais relaxado e menos culpado, você chegará à compreensão (WURMAN, p.1991, p.45)

Portanto, partindo do pressuposto que é necessário fazer uma diferenciação dos dados, o processo de curadoria se faz necessário para identificar e selecionar melhores conteúdos para os usuários poderem obter os conhecimentos que precisam.

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4 CURADORIA DE CONTEÚDOS E CURADORIA DIGITAL

Com o aumento do uso das TIC e o excesso informacional ocasionado pelo grande e descontrolado crescimento da web, a curadoria de conteúdos surge como um mecanismo necessário para auxiliar o usuário na sua busca por informações que sejam relevantes a sua necessidade, além dessa, há também a curadoria digital que, normalmente, é voltada para a preservação de documentos digitais.

Devido a explosão informacional das últimas décadas, esse serviço é cada vez mais essencial tanto no âmbito de trabalho quanto no âmbito pessoal, tendo em vista que o excesso informacional prejudica cada vez mais o acesso a informações de fontes confiáveis, além de influenciar no tempo que o usuário gasta para encontrar estas informações. "Em meio a uma web abarrotada de informação, a curadoria se tornou uma necessidade para que seja possível aproveitar o excesso informacional disponível com qualidade e usufruir da inteligência coletiva." (CORRÊA; RAPOSO, 2017, p. 11)

Desse modo, é possível aproveitar o excesso informacional, para proporcionar uma nova visão das informações, sendo assim "a curadoria de conteúdos seja uma estratégia de comunicação maior que busque não apenas clicks, mas principalmente engajamento e fidelização das audiências." (CORRÊA; RAPOSO, 2017, p. 11).

O termo curadoria, remonta desde os tempos mais antigos onde as sociedades da época tinham essa atividade como um serviço ao público (CORRÊA; RAPOSO, 2017, p.3).

Com a chegada da era moderna e a explosão informacional, ocorre também uma certa mudança na função do curador, que começa a variar de acordo com o contexto no qual o profissional curador está inserido, onde ele passa a atuar não apenas como um cuidador de patrimônios, mas sim como um facilitador do acesso de informações sejam elas físicas ou digitais. "A curadoria se caracteriza pelo processo de busca, identificação, agregação de valor e compartilhamento de conteúdos relevantes, com vista a atender a demanda de uma comunidade de usuários." (BEZERRA, 2017, p. 19).

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Embora pareça um pouco complexo, a curadoria de conteúdos busca ajudar o usuário, por meio de mecanismos, a recuperar as informações relevantes a suas necessidades. "A curadoria de informações é um processo de filtragem, seleção, agregação de valor e disseminação [...] para desenvolver sistemas de gestão de conteúdos cujo principal objetivo é filtrar dados visando sua conversão em conhecimento explícito." (CASTILHO, 2015, p. 38).

Dessa forma, com a democratização do acesso a internet em todo o mundo a curadoria entra em foco para acabar com o problema da ansiedade informacional proveniente da enxurrada de informações disponíveis, principalmente nos ambientes online.

Com o advento da internet e da generalização do sistema digital em quase todos os setores da atividade humana, a curadoria surgiu como um antídoto contra a desorientação informativa provocada pela avalancha de dados, fatos e notícias depois que o cidadão comum passou a poder publicar diretamente na Web. (CASTILHO, 2015, p. 46).

Vale salientar que a curadoria de conteúdo surge num momento em que as mídias de comunicação de massa começam a se tornar, de certa forma, obsoletas, onde as organizações detêm muitas informações, mas sem conseguir transmitir aquilo que realmente querem, afetando o modo como os usuários interagem com esses meios.

A curadoria de conteúdo parece vir como resposta ao desafio do jornalismo e das organizações jornalísticas que acumulavam cada vez mais informação e ferramentas fora do compasso da tecnologia. Por trás da curadoria de conteúdo está o preceito do consumo consciente da informação em face ao excesso de fontes. (SANTOS, 2014, p.104)

No que se refere ao início do processo de curadoria de conteúdo em si, pode-se afirmar que as bibliotecas iniciaram neste processo, devido a necessidade de transmitir informações para seus usuários.

as bibliotecas foram pioneiras neste sentido, motivadas pela urgente necessidade de compartilhar a informação. Desde sua origem se configuram como um lócus privilegiado de curadoria de informação, mesmo antes de existir um termo que formalize estas ações. É sabido que as Bibliotecas assumem variadas tipologias, desde as escolares, as comunitárias, as públicas, as especializadas e a

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universitária. Em todos os tipos de Bibliotecas existe a necessidade da sistematização e organização da informação e do conhecimento. (SILVA, 2018, p. 22).

Logo, é notável que o processo de curadoria é de extrema importância social, principalmente em uma época com tantas informações físicas, e digitais disponíveis para acesso. Portanto é de suma importância que a curadoria seja aplicada de forma a sanar os problemas dos usuários e auxiliá-los em sua busca.

Ao analisar o assunto da curadoria de informação, é possível diferenciar em dois aspectos curadoria de conteúdos e curadoria digital. A curadoria de conteúdos, tem como principal foco a busca pela facilidade de encontrar informações relevantes em meio ao excesso informacional.

Já a curadoria digital é algo que ainda está em evolução, mas possui um foco mais específico com relação a preservação digital dos dados principalmente em ambientes online.

Ainda que seja um conceito em evolução, já está estabelecido que a curadoria digital envolve a gestão atuante e a preservação de recursos digitais durante todo o ciclo de vida de interesse do mundo acadêmico e científico, tendo como perspectiva o desafio temporal de atender a gerações atuais e futuras de usuários. (SAYAO; SALES, 2012, p.184)

É possível caracterizar estes dois tipos de curadoria como "[...] curadoria de conteúdos como aquela que é aplicada à filtragem, seleção de informação e curadoria digital mais voltada para a questão da preservação digital e o ciclo de vida dos dados." (SILVA, 2018, p.21)

Além disso, a curadoria digital também necessita que haja a gestão de dados para que estes possam continuar acessíveis ao longo do tempo, logo, é necessário que o investimento seja constante para a preservação desses dados.

Nessa direção, o arquivamento eletrônico de dados começa a ser estimulado ativamente pelas agências de financiamento de pesquisa, que demandam mais e mais que os projetos científicos contemplem o arquivamento dos dados gerados no decorrer das pesquisas em repositórios de dados confiáveis. O que nos indica que as agências que financiam ou que estabelecem as diretrizes para o setor de pesquisa começam a delinear políticas, estratégias e prioridades que considerem os dados de pesquisa de longa duração como um

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investimento importante que precisa ser protegido como tal. (SAYAO; SALES, 2012, p.182-183).

Com o surgimento da web 2.0, por volta de 2003, a facilidade de acesso e compartilhamento de dados cresceu ainda mais possibilitando a interação de muitos para muitos (GORDON, 2014, p. 152).

Assim surgem as mídias sociais que proporcionam uma comunicação muito mais fácil, simplificada e de forma quase que instantânea que se pode chamar de software social. (GORDON, 2014, p.152)

o termo ‘social software’ é usado para se referir ao tipo de programa que produz ambientes de socialização pela internet, ele é que está́ por trás da colaboração online”, como redes de relacionamento, blogs, microblogs, wikis, compartilhamento de arquivos e outros. (SPYER, 2007, p.21, apud GORDON, 2014, p.152).

Com a comunicação inserida cada vez mais no ambiente digital, a curadoria digital surge com vistas para garantir o acesso a longo prazo dos conteúdos.

Com o objetivo de assegurar a sustentabilidade dos dados para o futuro e conferir valor para seus criadores e seus usuários, podemos considerar que os recursos estratégicos, metodológicos e as tecnologias envolvidas na Curadoria Digital podem facilitar o acesso a dados digitais confiáveis. (ALBUQUERQUE, 2018, p. 22).

Embora sejam parecidos, curadoria de conteúdo e curadoria digital se diferenciam em seus focos, enquanto a primeira é focada na seleção dos conteúdos para facilitar a vida dos usuários na encontrabilidade da informação auxiliando na seleção de informações, a segunda é voltada para a preservação de dados digitais com o objetivo de deixá-los disponíveis o maior período possível para facilitar o acesso, principalmente a longo prazo.

4.1 Importância da curadoria de conteúdo em unidades de informação

Além das bibliotecas e centros de documentação, se encaixam neste conceito, também, as empresas de comunicação, sejam elas jornais, revistas ou emissoras de televisão, que tem como principal objetivo transmitir dados potencialmente informativos. Antes de apresentar a necessidade de se haver

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curadoria nesses locais, é importante entender o que se caracterizam como unidades de informação.

O termo é utilizado para contemplar as diversas instituições (ou setores delas) que se ocupam de produzir e oferecer serviços e produtos de informação bibliográfica. No entanto, este termo não é amplamente usado no mercado de trabalho, já que se considera, neste contexto, os nomes específicos dos ambientes de informação em questão, quais sejam, biblioteca, centro de documentação, entre outros. (MACEDO; ORTEGA, 2019, p. 326-327)

Além disso, o termo pode ser empregado também para o gerenciamento de informações internas das organizações, dando suporte aos mais variados processos internos. (CHOO, 2006; apud MACEDO; ORTEGA, 2019, p.331)

[...]embora termos diferentes sejam utilizados, os autores falam de unidades de informação, ora como um nome genérico para bibliotecas e sistemas congêneres de informação bibliográfica ora como unidades de gestão do conhecimento organizacional. (MACEDO; ORTEGA, 2019, p. 332)

O problema que pode ocorrer durante o processo até a transmissão é justamente na seleção do que será passado aos usuários, pois, como visto anteriormente, o grande excesso de informações dificulta a utilização delas da forma correta, de modo que, o receptor final possa sair prejudicado ao receber dados que

não lhe agreguem em nada. Desse modo, Bezerra (2017, p. 25) propõe um processo de curadoria que se

baseia em 7 etapas, para facilitar o processo de seleção e encontrabilidade das informações além da sua disseminação.

Quadro 4 - Etapas de curadoria

1. Reunir: esse é o primeiro contato que o curador terá com a informação, por isso ele precisará colher todo o conteúdo que considerar importante para o processo.

2. Filtrar: separar o que realmente importa do que não importa.

3. Agregar valor: adicionar conteúdo às informações de acordo com sua área de especialização.

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4. Editar: inserir elementos como imagem e/ou vídeos e adequá-los da melhor maneira possível.

5. Compartilhar: disponibilizar o conteúdo através de sites, blogs, Facebook, Twitter, Instagram, Linkedin e outros.

6. Interagir: interação com sua audiência. Gerando assim, uma troca mútua de informações e aperfeiçoamento do seu trabalho.

7. Monitorar: acompanhar o impacto de suas publicações por meio dos recursos de análise disponíveis em algumas ferramentas de disponibilização como o Facebook.

Fonte: Bezerra, 2017.

A partir dessas etapas, é possível notar que não é necessário apenas compartilhar, existe a necessidade de continuar averiguando a interação do público com o conteúdo para entender se esse conteúdo é realmente relevante ou se é preciso reunir novas fontes de informação e iniciar todo o processo novamente.

Mas embora pareça um processo relativamente fácil, é necessário que o profissional da informação seja bem letrado no que diz respeito as tecnologias digitais, já que as mesmas podem e devem ser usadas como facilitadoras nos processos por fontes confiáveis. Assim Vega (2014b apud PEREIRA, 2017, p. 45-46). elenca as principais ferramentas e os serviços que prestam aos usuários.

Quadro 5 - Lista de ferramentas e serviços participativos

SERVIÇO FERRAMENTAS

Subscrição Digg Reader, Feedly, Feedspot, The Old Reader

Gerenciamento de redes

Friendfeed, Gremlin, HootSuite, Lifestream, Plaxo, Sendible, Sobees, TweetDeck, Twitter Listmanager

Alertas Google Alerts, Mention, Talkwalker Marcadores Blinklist, Delicious, Diigo, Google

Bookmarks

Leitura adiada Evernote, Instapaper, Pocket,

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Gestores bibliográficos Google Mi biblioteca, Mendeley, Worldcat Listas, Zotero

Encurtamento de URL Bit.ly, Dlvr.it, Google Shortener, Ow.ly Planejamento de divulgações Buffer, IFTTT, Twitterfeed

Auto-publicação Tagboard, Tweed Times

Placas (publicação visual) List.ly, Padlet, Pinspire, Pinterest, Quiet.ly, Visualize.us

Cronologias Storify, Storyful

Curadoria Curata, Paper.li, RebelMouse, Scoop.it

Redes sociais

500px, Academia, Facebook, Google+, Instagram, Ivoox, Linkedin, Researchgate, Tagged, Twitter

Blogs e sites web

About.me, Blogger, Flickr, Google Sites, Slideshare, Tumblr, Vimeo, Weebly, Wikispaces, WordPress, Youtube

Newsletters Issuu, Mach5, Mailchimp, Scribd

Agregadores Flipboard, Google Currents, News 360, Pulse, Zite

Reputação Hubspot’s Grader, Klout, Kred,

Peerindex, Social Mention

Métricas

Alexa, Altmetric, Buzzdock, Google Analytics, Google Tendências, Plum Analytics, SocialBro, Topsy, Trendinalia Fonte: Adaptado de Vega (2014b apud PEREIRA, 2017)

Com essas ferramentas, tanto o usuário, por conta própria, quanto o profissional da informação tem seu caminho facilitado para o a busca, encontrabilidade e fornecimento de serviços e informações que são inerentes a curadoria de conteúdos, o que pode proporcionar uma maior exatidão dos resultados das pesquisas realizadas.

4.2 Profissional da informação como curador

Com o avanço da modernidade e das tecnologias de informação e comunicação, o profissional da informação deixou de se limitar apenas as

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informações contidas em meios físicos impressos como livros e jornais, embora estes ainda sejam de grande importância na transmissão de conhecimentos para a sociedade.

Para Mason (1990, p.125 apud LIMA, et al, 2017) o profissional da informação é aquele “capaz de fornecer a informação correta de fonte confiável ao cliente certo, no momento certo e de forma assertiva a um custo em que seu uso seja justificável”. Ele ainda ressalta que o termo engloba não apenas bibliotecários, mas profissionais de variadas áreas.

[...] o termo profissional da informação engloba dentre outros profissionais, bibliotecários, arquivistas, museólogos, analistas de sistemas, administradores, contadores, analistas de sistema, comunicólogos, jornalistas, publicitários, estatísticos, engenheiros de sistemas, sociólogos, educadores, dentre outros, com ênfase para ocupações emergentes, como webmasters e analistas de lógica industrial, cada um desempenhando seu papel específico. (MASON 1990 apud LIMA, et al, 2017).5

De certa forma o profissional da informação é multifacetado, sempre atuando com base na interdisciplinaridade que esse campo de atuação proporciona, embora o grande foco seja aquele profissional que está sempre em contato direto com a informação. Para Dante (2000, apud BEZERRA, 2018.) profissionais da informação estão vinculados a qualquer etapa do ciclo de vida da informação e tem que ser capazes de operar com eficácia tudo que é relacionado ao tratamento de informações em quaisquer organizações ou unidades de informação.

Nesse sentido, Alves (2018, p. 47) identifica o profissional da informação como sendo um administrador de informações, isso ocorre devido a grande quantidade de informações que são disponibilizadas e necessitam de alguém para selecioná-las.

O Profissional da Informação é um administrador de informações, responsável pelo processamento e disseminação dos conteúdos, sendo parte de sua atribuição desenvolver coleções, conjunto de documentos orientados por uma seleção criteriosa e eficiente que segue parâmetros e é reunida por uma finalidade. (ALVES 2018, p. 47).

Com a caracterização das habilidades e competências do profissional da informação elencadas anteriormente, é possível ver o bibliotecário como principal

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ator para o serviço de curadoria, além disso a mudança de tendência dos suportes informacionais, se concentrando no ambiente digital, também contribuiu para a reformulação tanto da formação de novos bibliotecários quanto para os profissionais que já atuam na área

A partir das mudanças ocasionadas nos suportes de disseminação da informação, as atribuições do bibliotecário se modificam para se adaptar a esta nova realidade, e seu modelo tradicional de trabalho é transformado. Este fato desencadeou a preocupação dos cursos de graduação em formar bibliotecários que sejam capazes de lidar com a informação em qualquer suporte [...]. (BEZERRA, 2018, p. 37)

Com essa nova repaginação do bibliotecário e seu enquadramento enquanto profissional da informação, além do que foi exposto anteriormente a respeito da curadoria, é possível notar que o bibliotecário possui as habilidades e competência para atuar como curador dos conteúdos disponibilizados em grande parte no ambiente digital.

O PI assim como o curador busca, em meio à produção existente, conteúdos que supram a necessidade de um grupo de indivíduos. O bibliotecário, por exemplo, quando ligado a uma unidade de informação necessita traçar meios que aliados às práticas profissionais auxiliem a comunidade usuária a acessar a informação e por meio dela gerar novos conhecimentos. (BEZERRA, 2017, p.51)

A partir disso, com o grande impacto das tecnologias da informação na sociedade, as mudanças ocorreram e com elas novos desafios surgiram para o profissional da informação.

As mudanças tecnológicas afetam diretamente o fazer das profissões [...] gerando novos desafios e oportunidades. No entanto, os profissionais da informação que lidam diretamente com a informação desde sua criação até seu uso e reuso são impactados com a mudança de comportamento e a constante quantidade de conteúdo gerado dia a dia pelos indivíduos. (BEZERRA, 2017, p. 53)

Assim com essas mudanças de mercado de trabalho, com um foco maior nos dados transmitidos na web, é possível afirmar que os bibliotecários em si têm uma nova forma de exercer suas funções com foco no tratamento de dados informacionais online.

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Sendo imprescindível à sua atuação constante atualização pessoal e profissional, por meio de novos cursos, especializações e mudança de comportamento. Valendo ressaltar, que o PI como agente atuante na sociedade tem seu papel atrelado não somente a informação, mas também aos meios que ela é propagada e aos indivíduos que dela necessitam. (BEZERRA, 2017, p. 54)

Sendo assim é necessário que o profissional da informação, seja ele bibliotecário ou de alguma área correlata, esteja sempre atualizado com relação aos novos conhecimentos, para que este possa sempre atender seu público de modo satisfatório sanando suas demandas por informação.

Referências

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