• Nenhum resultado encontrado

A Importância da parceira entre família e escola no processo de ensino- aprendizagem

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "A Importância da parceira entre família e escola no processo de ensino- aprendizagem"

Copied!
19
0
0

Texto

(1)

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE EDUCAÇÃO

CURSO DE PEDAGOGIA

A IMPORTÂNCIA DA PARCERIA ENTRE FAMÍLIA E ESCOLA NO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM

JOSEANE MARIA ESTEVAM DA SILVA BRITO1

PROFª Drª TÂNIA CRISTINA MEIRA GARCIA2

RESUMO

Esta pesquisa foi realizada entre os meses de agosto e setembro do corrente ano e tem como objetivo principal identificar os principais motivos que dificultam o processo de parceria entre a escola e a família, tendo como objeto de estudo as famílias dos alunos de uma turma de 5º ano de uma escola municipal da cidade de Jucurutu/RN. Autores como Feltrin (2004), Libâneo (2004), Martins (1999), dentre outros, serviram de base para este estudo. O método utilizado foi a coleta de dados por meio da aplicação de questionários direcionados para gestão escolar, docente e famílias dos alunos, cujos resultados foram satisfatórios, uma vez que apesar das famílias não terem uma participação mais atuantes, conforme a equipe escolar gostaria que fosse, a família reconhece sua importância em participar do processo de ensino-aprendizagem de seus filhos da maneira como podem, seja através de aulas de reforço, do incentivo aos estudos ou participando dos eventos promovidos pela escola.

PALAVRAS-CHAVES: Parceria. Família. Escola. Ensino. Aprendizagem 1 INTRODUÇÃO

O presente trabalho tem o objetivo de identificar os principais motivos que dificultam o processo de parceria entre as famílias de alunos do 5º de uma escola municipal do município de Jucurutu/RN, para se alcançar tal objetivo fez-se uma caracterização do perfil dessas famílias, a partir da sondagem da maneira como a escola possibilita a sua participação no espaço escolar, além de buscar o apontamento dos principais motivos que afastam as famílias de participarem do processo de aprendizagem dos seus filhos no âmbito escolar.

1

Aluna graduanda do Curso de Pedagogia Ead da Universidade Federal do Rio Grande do Norte-UFRN (Polo de Caicó/RN).

2

(2)

Para tanto a fundamentação teórica desta pesquisa está embasada em teóricos como: Feltrin (2004), Libâneo (2004), Martins (1999), dentre outros que a partir de suas contribuições serviram de referências para este e outros estudos.

Sabe-se que o papel da família é educar, enquanto o da escola é ensinar aos alunos os conhecimentos sistematizados que contribuirão para sua emancipação social. A mesma também assume o papel de parceira mediante a formação social dos alunos. Pensando nisso, cabe à família firmar parceria junto à instituição escolar para que juntas possam preparar os futuros cidadãos à assumirem suas responsabilidades da melhor forma possível.

O motivo pelo qual surgiu o interesse em desenvolver tal investigação é o fato de que, ao atuar na instituição escolar foi possível perceber que algumas famílias não participam das atividades propostas pela escola, não estão dispostas a dividirem papéis, são omissas as sugestões dadas pela escola e muitas vezes, são essas famílias que precisam firmar parceria junto à escola para que seus filhos tenham a garantia de um futuro promissor. Dessa forma, pretende-se então identificar quais motivos fazem com que as famílias não se envolvam no processo de ensino-aprendizagem dos filhos.

Este trabalho encontra-se estruturado nas seguintes partes: Introdução seguida de tópicos onde no segundo tópico apontamos os caminhos metodológicos, no terceiro tópico será abordado sobre o papel social da família e da escola nos dias atuais, além de apresentarmos a caracterização do perfil da escola e da família e no quarto tópico tratamos sobre a parceira família-escola tentando desvendar as principais dificuldades encontradas a partir da visão da gestora da escola, da professora da turma e das famílias dos alunos. Na sequência vêm as Considerações finais e as Referências.

2 APONTANDO OS CAMINHOS METODOLÓGICOS

Para a realização desta pesquisa de cunho qualitativa utilizamos como método de coleta de dados o estudo exploratório descritivo, que tem como característica a coleta e a discussão de resultados, buscando compreender através da literatura o significado dos dados coletados e apreciados.

As informações foram coletadas com 15 (quinze) famílias de alunos do 5º ano, do turno vespertino, de uma escola municipal situada no município de Jucurutu/RN. Também contou com a colaboração da professora da sala e da equipe gestora, os questionários abordaram sobre aspectos relativos à relação escola-família.

(3)

Diante de um questionário contendo 05 perguntas, buscamos compreender as atuações e papeis das famílias no quesito escola. Além disso, encaminhamos o questionário aos pais contendo 05 (cinco) perguntas para 20 (vinte) famílias, mas apenas 15 (quinze) nos retornaram.

Como forma de preservarmos a imagem dos colaboradores desta pesquisa não usaremos seus nomes reais e todos serão identificados pela primeira letra de sua função seguida ou não de um número, vai depender de quantos sujeitos participarem da pesquisa mediante a mesma função.

Na parte de fundamentação teórica citamos autores como: Feltrin (2004), Libâneo (2004), Martins (1999), e na parte de análise dos dados coletados foram usados gráficos com posicionamentos dos participantes.

Conforme esclarece Boccato (2006, p.266),

A pesquisa bibliográfica busca a resolução de um problema (hipótese) por meio de referenciais teóricos publicados, analisando e discutindo as várias contribuições científicas. Esse tipo de pesquisa trará subsídios para o conhecimento sobre o que foi pesquisado, como e sob que enfoque e/ou perspectivas foi tratado o assunto apresentado na literatura científica. Para tanto, é de suma importância que o pesquisador realize um planejamento sistemático do processo de pesquisa, compreendendo desde a definição temática, passando pela construção lógica do trabalho até a decisão da sua forma de comunicação e divulgação.

Desse modo, todo estudo precisa está fundamentado com uma bibliografia que contribua para a construção lógica, facilitando a comunicação e divulgação do objetivo principal da pesquisa. Todo pesquisador precisa planejar suas ações antes de iniciar seu estudo para não se perder no achismo e prejudicar o processo de sua pesquisa.

3 O PAPEL SOCIAL DA ESCOLA E DA FAMÍLIA NOS DIAS ATUAIS

O espaço escolar vem passando por inúmeras transformações desde quando foi constituído. Cada sociedade criou seus espaços buscando atender as demandas sociais de cada época. Ou seja, a escola nunca foi à mesma, sua configuração depende do meio social ao qual está inserida.

Um dos problemas que acompanha o processo de mudança é o medo em errar para não sujar a própria imagem e a da escola, tornando difícil desempenhar qualquer tipo de transformação na prática pedagógica, fato sinalizado por Vasconcellos (2006, p.112), “evitar o erro histórico de determinada proposta vira dogma, pois neste caso passa a haver um

(4)

compromisso com a aparência, criando duas escolas: a real e o do ‘papel’, o que, consequentemente, inviabiliza qualquer mudança efetiva já que a reflexão está descolada da realidade”.

Falar sobre o papel da escola é discutir sobre um cenário que envolve diferentes práticas, atores e que não pode fugir de seus padrões exigidos. Hoje temos uma escola mais próxima ao indivíduo que a frequenta, mais aberta, flexível, democrática e participativa por meio de seus arranjos educacionais, sejam eles: físicos, administrativos ou pedagógicos.

Quando se pensa em escola vem logo em mente um lugar diferente de nossas casas, onde diferentes indivíduos interagem com o mesmo propósito: aprender algo novo que seja capaz de torná-lo um cidadão crítico e atuante em seu meio social. É isso que se espera de uma escola capaz de cumprir com seu papel em formar os indivíduos para a sua inserção social. Przybylski (1985, p.11) define a escola como “instituição social de maior responsabilidade no desenvolvimento do processo educativo, por ser o único que o sistematiza”.

No entanto, para que a escola atenda as exigências decorrentes de um processo transformador, é preciso que a mesma seja aberta para as inovações, flexível nas tomadas de decisões, dinâmica nas estratégias que norteiam o processo de ensino-aprendizagem e atualizada para atender as reivindicações apresentadas no interior das instituições; além de buscar generalizar e implantar no sistema de ensino novos papéis ao lado dos já existentes.

A escola vive hoje um processo de redefinição de papéis, pois, com as constantes exigências ela já não pode garantir um futuro de sucesso, passando a ser, nesse novo contexto, um lugar de encontro das múltiplas redes relacionais e de conhecimentos, tendo em vista que estamos diante de vários instrumentos que, assim como a escola, proporcionam educação: televisão, internet, grupo de amigos, igreja, festas, cinemas, músicas, onde cada indivíduo constrói sua subjetividade e participa de um grande movimento do qual é parte.

Diante desse cenário, encontramos também diversos tipos de constituição familiar e diferentes tipos de educação permeiam os lares nos dias de hoje. A família de hoje não é mais a mesma, os padrões mudaram, assim como os valores. Quantas famílias não se esquivam de seu papel de educadora e o passam para a escola? Quantas famílias julgam responsabilidade da escola educar seus filhos? Quantas escolas precisam se desdobrar para não morrerem em meio ao árduo caminho a cada novo dia? Quantos pais perderam a autoridade sob seus filhos? Esquecendo que é a família a primeira em assumir o ato de educar, já que é nela onde se dão os primeiros contatos relacionais, onde se vivenciam as primeiras lições que devem ser aprendidas.

(5)

Antes mesmo de existirem as escolas, era no seio familiar onde se aprendiam as primeiras lições que hoje muitos só aprendem na escola. De uma forma muito simples e com poucos recursos didáticos, as mães em muitos lares assumiam a função de professora. Hoje, as lições escolares são aprendidas em sua maioria nas escolas, diga-se de passassem, que alguns alunos voltam para a escola com os deveres de casa em branco, outros os cumpre porque têm aulas de reforço pagas a terceiros que assumem o papel das mães de antigamente. Ainda existem famílias que participam ativamente da vida escolar de seus filhos porque são conscientes de seu papel mediante o processo de ensino-aprendizagem de seus filhos, outras preferem transferir seu papel para a escola.

3.1 Caracterização do perfil da escola e das famílias

A escola ainda contínua sendo o lugar onde se adquire o conhecimento sistematizado e articulado do qual prepara o indivíduo para o convívio social, ou seja, a escola é a única instância social capacitada para formar cidadãos crítico-atuantes, bem como inseri-los perante o meio social. Nesse sentido, Bleger citado por Weiss (2007, p.19) enfatiza que:

Qualquer escola precisa ser organizada sempre em função da melhor possibilidade de ensino e ser permanentemente questionada para que seus próprios conflitos, não resolvidos, não apareçam nas salas de aula sob a forma de distorções do próprio ensino. Nessas situações fica o aluno como depositário desses conflitos e, consequentemente, apresenta perturbações em seu processo de aprendizagem.

Desse modo, a escola precisa está em constante processo de avaliação, a fim de controlar seus conflitos, para que esses não venham comprometer a transmissão do conhecimento necessário ao indivíduo para sua emancipação social, isto é, a escola deverá se distanciar de seus métodos de ensino os conflitos que poderão vir a prejudicar o seu real papel e, consequentemente, prejudicar o futuro de seus egressos.

Pensando nisso, a presente pesquisa foi realizada em uma escola municipal da cidade de Jucurutu/RN. Sua diretora é graduada em Pedagogia e pós-graduada em Fundamentos Epistemológicos do Ensino Infantil e Ensino Fundamental, a vice-diretora é graduada em Pedagogia e pós-graduada em Fundamentos Epistemológicos do Ensino Infantil e Ensino Fundamental.

As modalidades de ensino oferecidas pela escola são: Educação Infantil e Ensino Fundamental (1º ao 5º ano), distribuídas nos turnos matutino e vespertino. Segundo PPP que se encontra em processo de atualização, a referida escola tem como finalidade oferecer um

(6)

ensino de qualidade, mediante um espaço adequado, para que nossos alunos se insiram na sociedade de forma comprometida e democrática a partir do respeito à diversidade.

A escola possui uma estrutura física ampla, arejada e apta ao seu funcionamento, sendo constituída de 01 secretaria, 01 direção, 01 sala de professores, 01 cozinha, 01 refeitório, 01 almoxarifado, 01 banheiro para funcionários, 01 sala de informática, 01 sala de leitura, 06 banheiros para uso dos alunos (sendo quatro adaptados para deficientes), 16 salas de aula, 01 quadra de esportes, pátio arborizado.

Possui 545 alunos matriculados e 72 funcionários distribuídos nas diversas funções, como: coordenadores administrativos, digitadores, porteiros, ASG’s, secretária geral, assistentes de secretaria. A equipe gestora é formada pela diretora e sua vice. Integra esse quadro 3 supervisoras e 39 professores. É importante salientar que todos os referidos profissionais possuem graduação e são especialistas em diversas áreas do conhecimento.

Quanto ao planejamento, o mesmo ocorre semanalmente de forma individual na sala de professores da escola, onde os professores juntamente com o apoio pedagógico planejam atividades que serão realizadas em sala de aula durante uma semana e a formação continuada acontece mensalmente no horário noturno para que todos possam participar sob a orientação das supervisoras pedagógicas que conduzem o encontro com textos reflexivos, dinâmicas, informes sobre os projetos que serão trabalhados durante o mês, leitura, análise e discussão de textos didático-pedagógico, estudo da legislação vigente, discussão de documentos que requerem apreciação para sua atualização, etc. É relevante enfatizar que a escola possui o Conselho Escolar e o Conselho do Caixa Escolar, objetivando um trabalho transparente e efetivamente democrático.

A escola pertence à esfera pública municipal, atende a toda clientela do bairro e alguns alunos vindos da zona rural. As famílias são de baixa renda, provenientes da agricultura, atividades autônomas, benefícios sociais, etc., algumas se encontram em situação de vulnerabilidade social. O clima escolar é bem satisfatório, onde diretores, professores, supervisores, pedagógicos, pessoal de apoio administrativo e as famílias se aliam quanto ao enfrentamento dos desafios que surgem a cada dia.

4 PARCERIA FAMÍLIA-ESCOLA: principais dificuldades encontradas

Se fossemos apontar todas as dificuldades que as escolas enfrentam na atualidade para manterem uma relação próxima com as famílias de seus alunos teríamos que ter muito tempo, disposição e determinação por se tratar de uma missão quase “impossível”. As famílias em

(7)

sua maioria se deixaram contagiar pela falsa ideia de que a escola tem o papel de preparar os alunos para o futuro, por meio de uma educação de qualidade, comum a todos, mas esquecem que em meio a um universo tão heterogêneo, com indivíduos tão diferentes, se torna complexo conduzir todos de maneira igualitária para o caminho do sucesso escolar, quando esses alunos passam pouco mais de quatro horas na escola e o restante de seu dia em seus lares.

O trabalho coletivo implica uma compreensão mais ampla da escola. É preciso que os diferentes segmentos e atores que se constroem e reconstroem a escola apreendam suas várias dimensões e significados. Isso porque o caráter educativo da escola não reside apenas no espaço de sala de aula, nos processos de ensino e aprendizagem, mas se realiza, também, nas práticas e relações que aí se desenvolvem. A escola educa não apenas nos conteúdos que transmitem, à medida que o processo de formação humana que ali se desenvolve acontece também nos momentos e espaços de diálogo, de lazer, nas reuniões pedagógicas, na postura de seus atores, nas práticas e modelos de gestão vivenciados (SOARES, 2010, p.04).

A legislação não é mais a mesma da época em que os alunos eram tidos como depósitos de informação e o professor o detentor do saber absoluto, esta pedagogia tradicionalista não cabe mais nos espaços escolares de hoje. Os castigos e punições acabaram, hoje o papel social do cidadão é subsidiado por direitos e deveres, para que se compreenda desde cedo seu papel social. Mediante as incertezas que surgem no dia-a-dia é preciso firmar parcerias, não só com os atores da equipe escolar, ou com órgãos externos, mas prioritariamente, com as famílias.

Acredito que a relação família-escola deva ser uma relação de parceria. A parceria constitui o encontro de diferentes para realizar um projeto comum. A parceria em questão é a educação da criança ou do adolescente, filho e aluno, o que significa assumir juntos essa educação. A relação de parceria supõe confiança mútua e cumplicidade. Isto é, conversas, trocas, discussões, dos problemas e assunção conjunta das decisões (ORSOLON apud ALMEIDA & PLACCO, 2005, p.179).

Para tanto, a escola necessita está preparada para lidar com os diferentes padrões existentes de famílias. A organização do grupo familiar não é a mesma, hoje vivemos em meio a famílias, porque a constituição familiar é muito diferente das de outrora.

Criar novos cenários e panoramas de desempenho mais promissores e eficazes, responder a novas condições e necessidades, assim como atender a novas demandas, estes são os desafios com que toda organização se defronta e deve assumir, a fim de que continue saudável e, como organismo vivo, continue se desenvolvendo (LÜCK, 2003, p.9).

(8)

É assim que a escola precisa se enxergar e deixar de viver aparências de fantasmas de épocas que não voltarão mais. As escolas não podem viver a síndrome de “apagar incêndios”, é preciso que exista muito planejamento com a visão em resultados e ações concretas, para tanto, todos precisam se aliar em prol do sucesso escolar dos alunos.

A escola deveria pautar suas leis e construir seu projeto pedagógico em cima da realidade de seus alunos. Conhecendo o que ocorre no dia-a-dia da escola professores e demais implicados no processo educativo poderão compreender melhor e chegar a deduções mais acertadas sobre a realidade da indisciplina (FELTRIN, 2004, p.121).

Como se pode observar, a escola precisa fazer uma avaliação de sua realidade e buscar caminhos para lidar com seus problemas da melhor forma possível, embasando-se na legislação vigente, atualizando sua equipe, reunindo-se periodicamente e ouvindo cada parte envolvida nesse processo a fim de construir um projeto de escola capaz de garantir o sucesso escolar de seus alunos.

4.1 Visão da gestora quanto a parceria escola-família

Por meio da análise dos dados coletados através do questionário aplicado com a supervisora pedagógica da escola é possível por meio de fragmentos de seu posicionamento compreendermos melhor o que foi explicitado até então.

Quando solicitada a responder a primeira pergunta: “Descreva como você observa a participação das famílias no dia-a-dia da escola?” a diretora “G” respondeu:

Na escola da qual faço parte há duas realidades a serem apresentadas, a do turno matutino, no qual a maioria dos pais demonstram interesse com o desenvolvimento e com o processo de aprendizado, e o turno vespertino, cuja minoria demonstra esse interesse.

Por meio da resposta dada pela diretora “G”, percebe-se uma dicotomia notória quanto à participação dos pais em cada turno, inclusive, ficou evidente que as famílias dos alunos objeto de estudo desta pesquisa encontram-se inseridas no turno vespertino, ou seja, enquadram-se no que a diretora “G” considerou como minoria a se preocupar com o desenvolvimento e com o processo de aprendizado dos alunos.

(9)

Na segunda questão: “Que estratégias a equipe gestora desenvolve para trazer as famílias para participarem da vida escolar de seus filhos? Descreva.”, a diretora “G” descreveu o seguinte:

A escola realiza projetos que são desenvolvidos em sala e abertos para expor ao público anualmente, bem como tem por tradição a realização de eventos nas datas comemorativas como: São João, Dia da Família na Escola em duas edições (1ª edição na segunda semana de maio e a 2ª edição na segunda semana de agosto).

Para a diretora “G” as melhores estratégias desenvolvidas pela escola para trazer as famílias para participarem da vida escolar de seus filhos são a realização de projetos e eventos comemorativos. Porém, diante dos inúmeros enfrentamentos e dificuldades pendentes quanto ao assunto parceria escola-família, a equipe gestora e escolar como um todo poderia ampliar suas estratégias, trazendo as famílias mais vezes a escola, não apenas no sentido de está presente, mas de participar, nas reuniões mensais, oficinas informativas e empreendedoras já que muitas famílias são de baixa renda e em sua maioria encontram-se desempregadas, sobrevivendo de incertezas, dentre outras estratégias que pudessem envolver mais as famílias em suas responsabilidades com os seus filhos, fazendo com que essas entendessem que a escola é co-responsável na formação de seus alunos, é a família a maior responsável pelo processo de formação social do indivíduo.

Na terceira questão sondamos sobre: “Com que frequência às famílias vem à escola para opinar sobre a vida escolar dos seus filhos? Fale um pouco sobre”.

São realizadas reuniões com os pais de acordo com a necessidade de cada professor, ocorrendo no mínimo quatro reuniões anuais, nas quais é apresentado aos pais ou responsáveis o desempenho, o comportamento e as atividades realizadas em cada bimestre.

A escola se esforça de certa forma para cumprir com seu papel, proporciona momentos onde todos podem se reunir para esclarecer, perguntar, opinar, colaborar de alguma maneira para que o processo de ensino-aprendizagem dos alunos seja o melhor possível, com ótimos desempenhos, porque nenhuma instituição de ensino trabalha em prol de alcançar fracassos, ao contrário, às mesmas se desdobram para que esse seja o mínimo possível. Diferente de outras épocas, onde o cenário era marcado por opressão, autoritarismo. Segundo Libâneo (2004, p.217):

Muitos dirigentes escolares foram alvos de críticas por práticas excessivamente burocráticas, conservadoras, autoritárias, centralizadoras. Embora aqui e ali

(10)

continuem existindo profissionais com esse perfil, hoje estão disseminadas práticas de gestão participativa, liderança participativa, atitudes flexíveis e compromisso com as necessárias mudanças na educação.

Nos dias atuais, o cenário educacional procura por dirigentes que sejam capazes de liderar sua equipe fazendo com que a mesma alcance os objetivos traçados nos projetos pedagógico da escola, entretanto, o perfil que cada dirigente assume é quem determina a forma de entrosamento de sua equipe, mas o que deve ser levado em conta é a oportunidade de todos participarem através de trocas de experiências, relatos, sugestões, tornando o ambiente um espaço democrático e descentralizado.

E na última pergunta do questionário direcionado ao gestor da escola, perguntamos: “Qual a maior dificuldade enfrentada pela equipe escolar quando o assunto é parceria escola-família? Descreva”. A gestora respondeu:

A resistência da família em participar das reuniões e, principalmente, do acompanhamento do cotidiano escolar e na imposição de limites, pois quando são chamados para serem relatadas a indisciplina dos filhos dizem não ter mais o que fazer.

Um dos desafios do século XXI aparece nitidamente na fala da diretora, a resistência da família em participar junto à escola do processo de desenvolvimento de seus filhos, uma vez que escola e família devem ser parceiras para enfrentarem juntas as dificuldades que circundam o universo escolar. Quando a família é ausente, o aluno apresenta um perfil envolto de dificuldades de aprendizagem, indisciplina, etc. Não que seja regra, mas salvam-se as exceções. Para quem lida em seu dia-a-dia no cenário escolar sabe bem os desafios que os esperam a cada novo dia.

4.2 Visão da professora quanto a parceria escola-família

Ninguém melhor do que o professor para falar sobre sua turma, sobre seus desafios e suas dificuldades dia após dia. O professor é o primeiro a lidar com a turma, também é o primeiro a ter fundamentos suficientes para descrever com detalhes o perfil de sua turma. Seu papel na mediação do saber é imprescindível, dada a importância de sua missão em conduzir seus alunos pelos degraus infindáveis do saber.

(11)

O educador é, sem dúvida, o elemento fundamental da comunidade educativa, pois desempenha a missão de formar a alma do educando. Em função disso, não pode limitar-se a um mero transmissor de conhecimento ou a ser apenas alguém que faz da educação um meio de ganhar a vida. Antes disso, o educador deve irradiar entusiasmo, vibrando com a ação educativa.

O professor é a mola mestra de todo o processo de ensino-aprendizagem, uma vez que é ele seu principal agente direto, mas para que sua prática pedagógica seja responsável de alcançar os objetivos traçados ele precisará em alguns momentos de parceiros que somam para que seu fazer docente possa trilhar o caminho do ensinar e do aprender de maneira mais eficaz, porque sozinho o professor terá muita dificuldade em enfrentar seus desafios, sem os demais atores, principalmente, gestores, supervisores e pais, a tarefa que já é árdua ganha um dimensão de complexidade incalculável com resultados desastrosos.

A professora da turma também colaborou com esta pesquisa, a mesma respondeu todas as 05 questões que lhes foram apresentadas. Na primeira questão: “Com que frequência à família de seus alunos participa demonstrando interesse pela vida escolar de seus filhos? Fale um pouco sobre isso”.

Com pouquíssima frequência, o que deixa a desejar no acompanhamento das atividades, nos comportamentos em sala de aula e na escola como um todo. Essa ausência, muitas vezes, faz com que o rendimento escolar deixe muito a desejar.

A fala da professora nos remete a um público de pais descomprometidos, ausentes, resistentes como tantos outros. O que torna ainda mais difícil para a escola encarar seus desafios e superar suas dificuldades, mas mesmo diante de tantos impasses, a escola continua incessantemente sua luta, não é pelo simples fato de que um de seus braços sucumbiu que a escola vai parar, pelo contrário, a luta será ainda mais difícil, mas com os outros colaboradores que fazem a educação acontecer podemos tentar amenizar as dificuldades.

Quando perguntamos: “Você acredita que a participação das famílias no contexto escolar poderia ser uma saída para o enfrentamento dos problemas cotidianos no âmbito escolar? Como você descreveria isso?”, a professora respondeu:

Acredito que sim. Pois, o acompanhamento constante da família na vida escolar dos alunos provoca nos mesmos um certo entusiasmo e segurança para aprender mais e melhor. E o comportamento desses, são exemplares (com raras exceções).

As famílias precisam ser mais participativas e se cumprissem seu papel os desafios e as dificuldades seriam bem menores, porque sabemos que é no seio familiar em que o indivíduo aprende a dar seus primeiros passos, fortalecendo seu caminhar e perseverando suas

(12)

conquistas. É no seio familiar onde primeiramente procuramos nos achar, construir nossa identidade, firmar nossas raízes. A escola é co-responsável em auxiliar as famílias nesse processo, mas é a família a maior responsável por ele. É a família quem deve nortear de maneira saudável a formação social de seus membros.

Na pergunta: “Com que frequência você se reúne com as famílias de seus alunos?”, a mesma respondeu:

Com pouca frequência, pois as famílias dos meus alunos são muito ausentes.

Nas entrelinhas da fala da professora, percebe-se claramente a perda de tempo em tentar reunir as famílias para tratar de assuntos do próprio interesse dela. Uma fala que desesperança a busca em resgatar as famílias e lhe mostrar seu verdadeiro papel e o da escola também. Mas, mesmo diante de um cenário tão complexo, quem faz a educação acontecer não poderá jamais perder a esperança de que podemos com determinação e perspicácia lutarmos juntos por dias melhores, conquistas alcançadas, desafios superados.

Quando questionada sobre “Quais assuntos são tratados em momentos de encontros entre pais e mestres?”, a resposta se assimila com a dada pela gestora:

Sempre é tratado à presença e a importância do acompanhamento da família na vida escolar dos alunos, entre de boletins e atos de indisciplina.

A fala da professora retrata uma prática que faz parte do cenário educacional há décadas, mas os resultados e resistências continuam os mesmos ou em níveis mais elevados de famílias resistentes. A maioria das reuniões de pais e mestres iniciam com o acolhimento das famílias, com esclarecimentos que destacam a importância do papel da família ser cumprido para auxiliar no desempenho satisfatório dos alunos, porém muitos pais saem reclamando, insatisfeitos porque ouviram o que já sabiam, já esperavam, mas o que fazem para mudar? E esses momentos entre pais e mestres não pode morrer porque faz parte do processo de feedback entre os papeis desempenhados por cada sujeito envolvido neste processo de ensino-aprendizagem.

E na quinta e última pergunta: “Qual a sua maior dificuldade em lidar com as famílias de seus alunos? Relate um pouco da sua experiência”, a mesma relata que:

A ausência dessas famílias. Pois, por mais que a escola convide, não surte muito efeito, a não ser para as comemorações do dia das mães, dos pais, etc. o que ocorre também é que quando há reuniões para tratarmos de indisciplinas, por exemplo, os

(13)

familiares dos alunos mais trabalhosos não aparecem. Contudo, a ausência da família na escola torna o processo de ensino bem mais dificultoso e problemático.

Como se pode ver, a maior dificuldade apontada pela professora não é nenhuma novidade nos espaços que oferecem educação escolar. Um dos grandes desafios enfrentados hoje pelas escolas brasileiras é a ausência das famílias, o ato de colaborar por meio de parceria, onde vários atores se aliam por um bem comum: o aluno.

4.3 Visão da família quanto a parceria escola-família

A família é a principal responsável pela formação social do indivíduo, isto é, o primeiro contato e o mais frequente com o qual uma criança vive e se espelha, sendo assim cabe à família o papel de educar e preparar o indivíduo-cidadão desde cedo em seus aspectos: social, psicológico, afetivo, ideológico, político etc.

Apesar de vivenciarmos no contexto atual uma configuração familiar bem diferente dos padrões de gerações passadas, ainda se percebe algumas estruturas familiares que mantêm certos valores, que são participativas e atuantes, haverá sempre esperança enquanto houver vida.

Para tanto, analisaremos algumas questões a partir de gráficos para melhor visualização e compreensão e outras seguiram o mesmo formato das respostas concedidas pela diretora e pela professora. Para facilitar a identificação de cada colaboradora utilizaremos a letra “F” seguida de um número, por exemplo, “F1” para representar uma mãe colaboradora. A primeira questão: “Como você descreve a sua participação no dia-a-dia da vida escolar de seu filho? Conte-nos um pouco sobre isso”.

F1 – Eu sempre olho as atividades da escola e as notas. E ela é muito estudiosa. F2 – Sempre incentivo. Para ela estudar bastante.

F3 – Boa.

F4 – Sou presente em todos os momentos, nos períodos de provas, ajudo minhas filhas, incentivando a buscarem sempre o melhor e a se dedicarem cada vez mais aos estudos.

F5 – A demonstração de interesse pela vida escolar do meu filho é fundamental em seu processo de aprendizagem. Ao perceber como mãe meu filho se interessa por seus estudos e por suas experiências escolares, meu filho se sente valorizado, desenvolvendo-se de forma segura e com boa autoestima.

(14)

F6 – Um pouco a desejar devido à correria do dia-a-dia, pois, muitas vezes, não fica tempo o suficiente para participar de tudo que é necessário, mas tento sempre está presente nos assuntos da escola e participar da maneira que posso.

F7 – Sempre pergunto a eles como estão suas tarefas, gosto sempre de participar das reuniões, acompanho as tarefas.

F8 – Eu sou muito presente no dia-a-dia da escola dos meus filhos, pois eu sempre acompanho a ida com eles para a escola, vou buscá-los, sempre participo das atividades para casa, os ajudando, etc.

F9 – Não vou muito à escola e às vezes a ajudo nas atividades que vem para casa. Sei que isso prejudica na sua dificuldade em ler e escrever e também na sua indisciplina.

F10 – Busco sempre acompanhar o desempenho dele na escola, onde uma vez ou outra vou a escola deixar ela e conversar um pouco com a professora. E também mesmo sendo analfabeta, coloquei ele para ter aula de reforço.

F11 – Frequento pouco, devido ao trabalho, nem mesmo as reuniões dos pais frequento. Fico triste com essa situação!

F12 – Não participo muito. Às vezes vou às reuniões para a entrega das notas. Mas sei que deveria participar mais. E também poderia ajudar mais minha filha nas tarefas que vem para fazer em casa.

F13 – Boa, sempre que posso converso com a professora. Não vou muito à escola para deixa-lo ou busca-lo, mas acompanho as tarefas que ele leva para casa.

F14 – Sou bastante presente, procuro sempre ir à escola e conversar com a professora. Apesar do trabalho, faço sempre o possível para participar dos eventos que a escola faz.

F15 – Não vou muito à escola, e às vezes a ajudo nas atividades que vem para casa. Sei que isso prejudica na sua dificuldade em ler e escrever e também na sua indisciplina.

Diante do universo de informações verbais coletadas, percebemos que existem universos variados de participação das famílias quanto aos assuntos inerentes à práxis escolar. Umas contam como participação acompanhar as atividades que vão para casa; outras além de acompanharem as atividades que vem para casa, ainda incentivam e vão a escola procurar saber melhor como anda o desempenho dos filhos; algumas poucas participam pouco em virtude dos afazeres e percebem certa falha por perceberem que deveriam participar mais; outras informaram que não vão muito à escola.

Na segunda pergunta: “A escola lhe motiva de alguma forma a participar da vida escolar de seu filho? Como isso acontece?”, as mães informaram verbalmente que:

F1 – Sim, por meio de convite e comunicados. F2 – Sim, porque na escola eles aprendem melhor. F3 – Sim, porque é onde eles aprendem.

(15)

F4 – Sim, através de reuniões e palestras.

F5 – Sim, porque na escola meu filho aprende as demais coisas para seu aprendizado. Sempre faço acompanhamento constante do meu filho na sala de aula. F6 – Sim, às vezes para poder ensinar preciso voltar a estudar alguns assuntos para poder ter certeza do que estamos tentando ensinar aos nossos filhos.

F7 – Procuro falar sempre com os responsáveis da escola para saber como anda o meu filho na sala de aula.

F8 – Sim, porque acho as reuniões de pais importante para interagir família e escola, e esse contato sempre ocorre através de reuniões.

F9 – De vez em quando tem reuniões, mas sinceramente não gosto muito, acho muito cansativa.

F10 – Sempre participo das reuniões que a escola faz. Assim posso saber como ele está se comportando e ajudar no que posso.

F11 – Sei que a escola quer o melhor para meus filhos, acho que o problema não é a escola, e sim a falta dos pais.

F12 – Sim, sempre sou convidada a participar das reuniões e algumas comemorações, mas raramente vou.

F13 – Sim, as reuniões são importantes, como também as apresentações dos trabalhos feitas pelos alunos, onde os pais são convidados.

F14 – Durante as tarefas passadas para casa, onde ajudo a responder com ele, e quando sou convidada a participar de reuniões, palestras e comemorações.

F15 – Sim, todo final de bimestre e algumas apresentações dos trabalhos feitos por eles.

Desse modo, ficou evidente que a escola vem cumprindo seu papel em buscar estreitar os laços de parceria entre escola-família, a partir dos momentos em que motiva as famílias por meio de convites e comunicados para que as mesmas venham à escola participar de reuniões, palestras, comemorações, apresentações. No entanto, ainda existem famílias que não comparecem.

Na terceira pergunta foi questionado: “Com que frequência à escola lhe convoca a participar das atividades promovidas durante o ano letivo?”. Esta análise será feita em forma de gráfico para facilitar melhor a compreensão acerca da frequência com que os pais são convocados pela escola.

(16)

SEMPRE

BIMESTRALMENTE SEMESTRALMENTE NÃO OPINOU

Fonte: Gráfico elaborado pela autora do artigo

Como se pode perceber no Gráfico 1, a escola convoca com muita frequência os pais para participarem da vida escolar de seus filhos no espaço escolar, quando a grande maioria aponta “Sempre” ou “Bimestralmente” como opções. A partir do Gráfico 1, a escola vem cumprindo seu papel, o que falta é a conscientização de algumas famílias em cumprir com o seu. Para Orsolon (apud ALMEIDA & PLACCO, 2005, p.180), “o comportamento das famílias caracteriza-se conforme a camada social a que pertencem”.

Na quarta pergunta direcionada as famílias dos alunos do 5º ano questionou o seguinte: “Você considera importante sua participação na vida escolar de seu filho? Você descreve essa importância?”

Gráfico 2 – Importância da participação da família na vida escolar dos filhos

0 2 4 6 8 10 12 14 16

SIM NÃO OPINOU

Fonte: Gráfico elaborado pela autora do artigo

Diante das descrições das mães, foi possível perceber que quase todas, exceto uma que não respondeu, reconhecem a importância da participação da família na vida escolar dos filhos, inclusive sabem que sua ausência prejudica, mas mesmo assim permanecem ausentes, outras fazem todo esforço para participarem por acreditarem ser de fundamental importância para o desempenho escolar de seus filhos.

(17)

Na quinta e última pergunta direcionada as mães, foi solicitado à opinião pessoal de cada uma: “Em sua opinião, a escola poderia melhorar sua participação na vida escolar dos seus filhos? Como isso poderia ser feito?”. Veja o que elas disseram:

F1 – Não, pois a gente já participa de tudo como a vida escolar dos nossos filhos, não tem mais o que melhorar, nada. Eles estão de parabéns!”.

F2 – Não, acho que está muito bom. F3 – Sim, consertar os ventiladores.

F4 – Acho que eles já nos proporcionam uma ótima participação na vida de nossos filhos.

F5 – A escola está precisando mais em evoluir, tipo aulas de reforço, computação, mais organização, etc.

F6 – Em minha opinião da maneira que está sendo feito já está bom, sempre tendo reunião para deixar os pais conscientes do que acontece na escola.

F7 – Sim, dando materiais diferentes, como por exemplo: aula de campo; matemática em forma de jogos; fazer visitas aos abrigos, cadeias, roças; fazendo gincanas.

F8 – Eu acho que a escola cumpre o seu papel, convidando a família para interagir junto à mesma, cabe à família procurar participar mais da vida de seus filhos na escola.

F9 – As reuniões deveriam ser mais interessantes, levar profissionais que nos oriente sobre a indisciplina dos nossos alunos.

F10 – Tá muito bom. Meu neto é um bom menino, e isso agradeço a escola. F11 – Poderia mudar os horários das reuniões, pois trabalho.

F12 – Acredito que a escola faz bem seu papel, cabe a família ajudar mais na educação dos filhos.

F13 – As reuniões poderiam ser mais vezes e poderiam usar mais coisas durante a reunião que levassem os pais a ir mais vezes a escola.

F14 – As reuniões deveriam ser mais dinâmicas com gincanas, brincadeiras, que tratassem de assuntos que pudessem nos ajudar a cuidar melhor, educar melhor nossos filhos.

F15 – Não opinou.

Como se pode perceber, existe uma divergência entre as respostas, umas estão totalmente satisfeitas, outras apontam algumas falhas que precisam melhorar, mas a F12 foi à única que citou a questão da família cumprir seu papel e assumir sua função, porque o que vemos hoje são famílias que entregam a educação dos filhos exclusivamente para a escola, o que não surte bons resultados.

(18)

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Chegamos ao ponto final desta pesquisa com a ideia de que a escola precisa da parceria colaborativa das famílias e essas precisam mais do que nunca do apoio da escola mediante a formação cidadã de seus filhos. Foi possível perceber através das informações prestadas tanto pela gestora quanto pela professora da turma do 5º ano por meio dos questionários aplicados que os pais pouco participam, que delegam o papel de educar a instituição escolar, e mais, acreditam que estão cumprindo sua função ao ir deixar a criança na escola, olhar as tarefas, participar dos eventos escolares, mas por parte da unidade escolar esta participação ainda é algo distante do que se espera.

Entretanto, a equipe escolar precisa fazer uma avaliação sobre o que esperam das famílias de seus alunos, precisam compreender que a participação dos pais ocorre tanto dentro quanto fora da escola, que o acompanhamento extraescolar faz parte da parceria escola-família, a mesma precisa compreender as diversas formas de participação das famílias que compõem o universo escolar e criar mecanismos capazes de atender aos anseios da unidade escolar quando esta precisar contar com a participação dos familiares de seus alunos no espaço escolar, porque têm famílias que conseguem cumprir muito bem seu papel à distância.

Após a análise das informações coletadas, foi possível construir duas realidades: uma na visão da gestora e da professora onde as famílias encontram-se ausentes e cumprem muito pouco seu papel; e do outro lado, as famílias constroem um cenário cujas informações demonstram o contrário, famílias que incentivam, que vão a escola, que procuram informações sobre seus filhos, que participam das reuniões e dos projetos desenvolvidos pela escola, que ajudam nas atividades de casa, que acham necessário que seu filho tenha um acompanhamento extra de reforço escolar, etc.

O que na verdade fica de lição, é a de que todos juntos podem fazer a diferença, que a missão é árdua e repleta de dificuldades a serem enfrentadas, mas capazes de serem superadas com empenho e cumplicidade, que a família não é uma instância isolada, ela precisa estar e se fazer presente todos os dias, caso contrário, o cenário que hoje preocupa pode tomar novos rumos e formas e tornar o processo de ensino-aprendizagem ainda mais complexo.

Enfim, diante desse conjunto de dificuldades, os autores estudados apontam que a alternativa mais pertinente é o trabalho coletivo, a cooperação, a busca de soluções para os problemas (dúvidas, anseios e insucessos), construindo projetos intervenção educativa. Ninguém trabalha sozinho, mas em conjunto, todos irmanados com o objetivo de garantir o sucesso escolar de seus alunos.

(19)

REFERÊNCIAS

BOCCATO, V. R. C. Metodologia da pesquisa bibliográfica na área odontológica e o

artigo científico como forma de comunicação. V. 18, n. 3. São Paulo: 2006.

FELTRIN, Antônio Efro. Inclusão social na escola: quando a pedagogia se encontra com a diferença. São Paulo: Paulinas, 2004 (Coleção Pedagógica e Educação).

GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2010.

LIBÂNEO, J. C. Organização e gestão da escola: teoria e prática, 5. ed. Goiânia: Alternativa, 2004.

LÜCK, Heloísa. Metodologia de projetos: uma ferramenta de planejamento e gestão. 3. ed. Petrópolis: Vozes, 2003.

MARTINS, José do Prado. Administração escolar. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1999.

ORSOLON, Luzia Angelina Marino. Trabalhar com as famílias: uma das tarefas da coordenação. In: ALMEIDA, Laurinda Ramalho de; PLACCO, Vera Maria Nigro de Souza (Orgs.). O coordenador pedagógico e o cotidiano da escola. 3. ed. São Paulo: Loyola, 2005 (p.177-183).

PRZYBYLSKI, Edy. Supervisão escolar: concepções básicas. Porto Alegre-RS: Sagra, 1985.

SOARES, Marcelo. Planejamento: concepções: sala ambiente realidade escolar e trabalho pedagógico. UFES. Disponível em: <http://coordenacaoescolargestores.mec.gov.br>. Acesso em: 10 out. 2017.

VASCONCELLOS, Celso dos Santos. Coordenador do trabalho pedagógico: do projeto político-pedagógico ao cotidiano da sala de aula. 6. ed. São Paulo: Libertad, 2006.

WEISS, Maria Lúcia Lemme. Psicopedagogia clínica: uma visão diagnóstica dos problemas de aprendizagem escolar. 12. ed. rev. e. ampl. Rio de Janeiro: Lamparina, 2007.

Referências

Documentos relacionados

Entre as respostas destacam-se nas falas dos entrevistados estratégias como promoção de reuniões de pais e mestres para discutir o desempenho escolar dos alunos, projetos

O objetivo desta pesquisa é identificar a percepção que professores e alunos da educação técnica têm dos processos de ensino e de aprendizagem em andamento nesse

O estudo busca enfatizar as dificuldades de aprendizagem escolar, tendo como objetivo elucidar quais as dificuldades encontradas no contexto escolar, mostrando

E a melhor forma de se evitar a dengue é combater os focos de acúmulo de água, locais propícios para a criação do mosquito transmissor da doença, visando à saúde da

Bourdieu  (2001)  assinala,  entretanto,  que  essa  relação  intrafamiliar  não  é  tranqüila, 

Assim, o objetivo deste estudo foi discorrer sobre a importância da parceria família e escola enquanto ação positiva para o desenvolvimento integral das crianças da educação

União Africana de não poupar esforços para evitar permanentemente essas ameaças à segurança, estabilidade e desenvolvimento do continente Africano e conjugar os seus

Após a conclusão dessa pesquisa bibliográfica tendo como conhecer a problemática norteadora da pesquisa respondida, É possível notar o quanto é difícil que os pais