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Revisão: atividade antibacteriana de peptídeos nativos e análogos de escorpião

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

FACULDADE DE MEDICINA

TIAGO MARINHO MARTINS DA COSTA

Revisão: Atividade antibacteriana de peptídeos nativos e análogos de escorpião

NATAL-RN 2018

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TIAGO MARINHO MARTINS DA COSTA

Revisão: Atividade antibacteriana de peptídeos nativos e análogos de escorpião

Trabalho de Conclusão de Curso

apresentado em formato de artigo científico ao curso de graduação em Medicina da UFRN, como requisito para obtenção de aprovação na disciplina de Elaboração de Trabalho Científico.

ORIENTADOR: Prof. Dr. Matheus de Freitas

Fernandes Pedrosa

NATAL-RN 2018

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Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN Sistema de Bibliotecas - SISBI

Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial do Centro Ciências da Saúde - CCS

Costa, Tiago Marinho Martins da.

Revisão: atividade antibacteriana de peptídeos nativos e análogos de escorpião / Tiago Marinho Martins da Costa. - 2018.

36f.: il.

Trabalho de Conclusão de Curso - TCC (Graduação) - Departamento de Medicina, Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Natal, RN, 2018.

Orientador: Matheus de Freitas Fernandes Pedrosa.

1. Antimicrobianos - TCC. 2. Peptídeos antimicrobianos (PAMs) - TCC. 3. Escorpião - TCC. 4. Veneno - TCC. I. Pedrosa, Matheus de Freitas Fernandes. II. Título.

RN/UF/BS-CCS CDU 615.281

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Tiago Marinho Martins da Costa

Revisão: Atividade Antibacteriana de Peptídeos Nativos e Análogos de Escorpiões

Trabalho de Conclusão do Curso

Orientador: Matheus de Freitas Fernandes Pedrosa

BANCA EXAMINADORA

Allanny Alves Furtado

Elizabeth Cristina Gomes dos Santos

Fabiano Henrique Rodrigues Soares

NATAL-RN 2018

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Agradecimentos

Aos meus pais, à minha irmã e a todos que me deram suporte e apoio durante a graduação.

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Dedicatória

Dedico a todas as pessoas que me ajudaram nessa caminhada rumo ao saber.

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Exemplos de peptídeos sem pontes dissulfeto (PSPDs) isolados de escorpião com suas respectivas espécies de escorpião de origem, quantidades de aminoácidos, cargas superficiais líquidas (CSL) e atividades biológicas. ... ... 19

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Morfologia do Escorpião... 17 Figura 2. Classificação dos peptídeos com ação antibacteriana da peçonha de escorpiões ...19 Figura 3. Mecanismo de ação por disrupção da membrana celular bacteriana dos peptídeos antimicrobianos... 26

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

CIM Concentração inibitória mínima DC Dicroísmo circular

MRSA Staphylococcus aureus resistente a meticilina PBS Tampão fosfato salino

SDS Dodecilsulfato de sódio TFE 2,2,2- Trifluoretanol

CMC Concentração micelar crítica

CL50 Concentração Letal em 50% das células

CH50 Concentração hemolítica em 50% das hemácias

pH Potencial hidrogeniônico PAM Peptídeos antimicrobianos PSPD Peptídeo sem ponte dissulfeto CSL Carga Superficial Líquida

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ... 14

2. JUSTIFICATIVA ... 15

3. METODOLOGIA ... 16

4. OS ESCORPIÕES: CARACTERIZAÇÃO BIOLÓGICA E MORFOLÓGICA ... 16

5. CONSTITUINTES DA PEÇONHA DO ESCORPIÃO ... 17

6. CONFORMAÇÃO ESTRUTURAL DOS PEPTÍDEOS ANTIMICROBIANOS DE AÇÂO ANTIBACTERIANA ... 22

7. ATIVIDADE ANTIBACTERIANA DE PEPTÍDEOS NATIVOS ... 23

8. MECANISMO DE AÇÃO ... 24

9. ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO DE NOVOS PEPTÍDEOS COM ATIVIDADE ANTIBACTERIANA: OS PEPTÍDEOS ANÁLOGOS DE ESCORPIÕES 26 10. TOXICIDADE ... 28

11. CONCLUSÃO ... 30

REFERÊNCIAS ... 31

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REVISÃO: ATIVIDADE ANTIBACTERIANA DE PEPTÍDEOS NATIVOS E ANÁLOGOS DE ESCORPIÃO.

Matheus de Freitas Fernandes Pedrosa PhD1, Tiago Marinho Martins da Costa1,

Alessandra Danielle da Silva MSc1, Allanny Alves Furtado MSc1, Elizabeth Cristina

Gomes dos Santos PhD2, Fabiano H. R. Soares MSc3.

1. Tecbiofar, Departamento de Farmácia, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, Rio Grande do Norte, Brasil.

2. Laboratório de Microbiologia, Departamento de Farmácia, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, Rio Grande do Norte, Brasil.

3. Departamento de Saúde Coletiva, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, Rio Grande do Norte, Brasil.

Título Corrente: “REVISÃO: ATIVIDADE ANTIBACTERIANA DE PEPTÍDEOS NATIVOS E ANÁLOGOS DE ESCORPIÃO.”

Endereço para Correspondência; Matheus de Freitas Fernandes Pedrosa

R. Gen. Gustavo de Farias, S/N. Centro de Ciências da Saúde/Faculdade de Farmácia, Petrópolis, Natal/RN, 59012-570.

Email: mpedrosa31@uol.com.br. Fone: +55 84 99932-9216

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ABSTRACT

One of the world greatest problem in public health to be faced in the next years is the bacterial resistance question on health institutions. Many studies has been performed by a lot of research groups in order to reduce this problem through researches that seek for alternative molecules to rise up the therapeutic arsenal against the infectious diseases, mainly with regards to the bacterial infectious diseases. In this way, a group of molecules has gained notoriety like candidates to become a fine alternative in this biological war, the called antimicrobial peptides (AMPs). Such peptides can have natural origin, found in many sources, like plants, arthropods, another animals (amphibians, humans), prokaryotes; can be synthetic, such as the native peptides analogs; can be recombinant peptides, obtained by the recombinant DNA technology, through the coding antimicrobial peptide’s gene allocation on any life being or cells culture, giving to them the ability to produce such peptide (GANZ; LEHRER, 1999; LI et al., 2012).

In this way, the following review will approach specifically the antibacterial peptides isolated from scorpion venom, animals that, by the way, have been considered one of the greatest sources of natural antimicrobial biomolecules (PRIMON-BARROS; JOSE MACEDO, 2017). Among the antimicrobial peptides (AMP) with antibacterial activity isolated from the scorpion venom, we can cite molecules like Stigmurin, isolated from the Tytius stigmurus scorpion venom (DE MELO et al., 2015; DANIELE-SILVA et al., 2016); the hadrurins isolated from the Hadrurus aztecus scorpion venom (TORRES-LARIOS et al., 2000; SANCHEZ-VASQUEZ et al., 2013); the IsCT peptide, found in Opithancatus madagascariensis scorpion venom (DAI et al., 2002; DE LA SALUD BEA et al., 2017); the BmKn2 peptide isolated from the Buthus martensii scorpion venom (CAO et al., 2012). Besides, there are literature reports presenting alternative activities for these antimicrobial peptides isolated from scorpion venom, such as antifungal, antiparasitic, antiviral and, even, anticancer (WANG; WANG, 2016; PEDRON et al., 2018). In common, such peptides share the cationic character due to the presence of basic amino acids like lysine and arginine, presenting or not presenting disulfide bridges. AMPs without disulfide bridges isolated from scorpions, in general, can change their structural conformations depending on the media inserted, with such

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flexibility having to do with the disruptive mechanism of the bacterial membrane surface, and, consequently, having to do with the execution of their antibacterial effect. In general, the mainly reported mechanism of action to AMPs (including the AMPs isolated from scorpions) involves 3 models: the toroidal pore model, the carpet like model and the barrel stave model (HARRISON et al., 2014; FRATINI et al., 2017). In view of the above, the objective of this review is to present to the reader a research line that aims to contribute to new therapeutic possibilities in the face of the problem of gradual increase of bacterial resistance in clinical practice, specifically focusing on the antimicrobial peptides of antibacterial action isolated from scorpion’s venom and their analogues (new peptides with antibacterial action modified from the natives with the same property, aiming at improving the antibacterial activity or aiming to improve the therapeutic safety of the native peptides), molecules that are promising, in the most recent studies, regarding their in vitro antibacterial activity and in animal models, presenting as a possible alternative, to be used as a prototype to obtain new antibacterial agents.

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1. INTRODUÇÃO

Um dos grandes problemas de saúde pública no mundo a ser enfrentado nos próximos anos é a problemática da resistência bacteriana nas instituições de saúde. Muitos estudos estão sendo realizados por vários grupos de pesquisa no mundo para mitigar esse problema por meio de pesquisas que buscam moléculas alternativas para incrementar o arsenal terapêutico contra as doenças infecciosas, principalmente no que diz respeito às doenças infecciosas bacterianas. Nesse sentido, um grupo de moléculas tem ganhado notoriedade como candidatas a ser uma boa alternativa nessa “guerra biológica”, os chamados peptídeos antimicrobianos (PAMs). Tais peptídeos podem ser de origem natural, oriundos de diversas fontes, como plantas, artrópodes, outros animais (anfíbios, o homem), procariotos; podem ser sintéticos, como o exemplo dos análogos dos peptídeos naturais; podem ser peptídeos recombinantes, obtidos a partir da tecnologia do DNA recombinante, por meio da alocação do gene que codifica tal peptídeo antimicrobiano em qualquer ser vivo ou cultura de células de seres vivos, tornando-os capazes de produzir o peptídeo de interesse (GANZ; LEHRER, 1999; LI et al., 2012).

Dentro desse contexto, a revisão a seguir versará sobre os peptídeos antibacterianos oriundos dos escorpiões, animais que, por sinal, apresentaram-se como uma das grandes fontes de moléculas bioativas antimicrobianas (PRIMON-BARROS; JOSE MACEDO, 2017). Dentro da classe dos peptídeos antimicrobianos (PAM) com ação antibacteriana presente na peçonha de escorpiões, podemos citar moléculas como a Stigmurina oriunda da peçonha do escorpião Tityus stigmurus (DE MELO et al., 2015; DANIELE-SILVA et al., 2016); as Hadrurinas oriundas da peçonha do escorpião Hadrurus aztecus (TORRES-LARIOS et al., 2000; SANCHEZ-VASQUEZ et al., 2013); o peptídeo IsCT, presente na peçonha do escorpião Opithancatus madagascariensis (DAI et al., 2002; DE LA SALUD BEA et al., 2017); o peptídeo BmKn2 encontrado na peçonha do escorpião Buthus martensii (CAO et al., 2012). Além disso, há relatos na literatura de que os peptídeos antimicrobianos derivados do veneno de escorpião apresentam outras atividades, dentre as quais podemos destacar as atividades antifúngica, antiparasitária, antiviral e até anticâncer

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(WANG; WANG, 2016; PEDRON et al., 2018). Em comum tais moléculas compartilham a característica de apresentarem-se como peptídeos catiônicos devido à presença de aminoácidos básicos como a lisina e arginina, podendo ou não apresentar pontes dissulfetos. PAMs sem pontes dissulfeto presente em escorpiões, em geral, apresentam a capacidade de modificar a sua conformação estrutural dependendo do meio, sendo esta flexibilidade associada ao mecanismo de ataque na superfície da membrana celular bacteriana e consequentemente ao exercício de seu efeito antibacteriano. Em geral, os principais mecanismos de ação relatados para os PAMs (incluindo os presentes em escorpiões) consistem em 3 modelos: o modelo de poro toroidal, o modelo em forma de tapete e o modelo em barril (HARRISON et al., 2014; FRATINI et al., 2017). Em face do que foi descrito acima, o objetivo dessa revisão é mostrar para o leitor uma corrente de pesquisa que visa contribuir quanto a novas possibilidades terapêuticas frente à problemática do gradativo aumento da resistência bacteriana na prática clínica, enfocando, especificamente, nos peptídeos antimicrobianos de ação antibacteriana isolados a partir da peçonha de escorpiões e seus análogos (novos peptídeos com ação antibacteriana modificados a partir dos nativos com mesma propriedade, visando melhorar a atividade antibacteriana ou visando melhorar a segurança terapêutica dos mesmos), moléculas essas que mostram-se promissoras, nos mais recentes estudos, no que diz respeito a sua atividade antibacteriana in vitro e em modelos animais, apresentando-se como uma possível alternativa, para serem utilizadas como protótipo para obtenção de novos agentes antibacterianos.

Palavras-Chave: PAMs, resistência bacteriana, escorpião, veneno.

2. JUSTIFICATIVA

O presente trabalho se justifica pelo fato de o mesmo apresentar, de forma sucinta, um ramo de pesquisa que vem paulatinamente crescendo e que indica uma possível alternativa de aplicação na prática médica no que diz respeito à ampliação do arsenal terapêutico para o tratamento de infecções bacterianas com resistência aos antibióticos convencionais utilizados na clínica cotidiana.

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3. METODOLOGIA

A fundamentação teórica do presente trabalho (revisão de literatura) foi baseada em artigos coletados a partir da base de dados PUBMED (https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed), a partir da pesquisa eletrônica com o descritor “Antibacterial” AND “Peptides” AND “Scorpion” com filtro para “Any Field”. Foram coletados 118 artigos, do ano de 1977 até 2018, dos quais foram escolhidos 41 artigos para serem utilizados como referência bibliográfica para fundamentação teórica da referida revisão, sendo os artigos escolhidos a partir de sua melhor adequação científica para cada capítulo pertinente à temática central dessa revisão; foram ainda utilizados 2 guias especializados em escorpiões, 1 artigo da base de dados SCIELO e 1 tese de dissertação de mestrado como complementação bibliográfica dessa revisão.

4. OS ESCORPIÕES: CARACTERIZAÇÃO BIOLÓGICA E MORFOLÓGICA

A denominação escorpião deriva do latim scorpio/scorpionis e corresponde a um artrópode quelicerado, pertencente ao filo arthropoda (arthro: articuladas/podos: pés), classe arachnida (por terem oito pernas) e ordem scorpiones. Em certas regiões do Brasil, este artrópode também é chamado de lacrau (BRASIL, 2009).

O corpo do escorpião é dividido em: carapaça (prossoma), onde estão inseridos um par de quelíceras (utilizadas para triturar alimento), um par de pedipalpos (pinças ou mãos) e quatro pares de pernas (Figura 1). O abdômen (opistossoma) deste aracnídeo é formado por: tronco (mesossoma) onde, na face ventral, se encontram o opérculo genital e os apêndices sensoriais em forma de pentes que permitem a captação de estímulos mecânicos e químicos do meio, além de espiráculos que são aberturas externas dos pulmões. A cauda (metassoma) possui na extremidade um artículo chamado télson que termina em um ferrão usado para inocular sua peçonha. O télson contém um par de glândulas produtoras de peçonha que desembocam em dois orifícios situados de cada lado da ponta do ferrão (BRASIL, 2009).

Os escorpiões são animais carnívoros, alimentando-se principalmente de insetos, como grilos ou baratas. Apresentam hábitos noturnos, escondendo-se

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durante o dia sob pedras, troncos, dormentes de linha de trem, em entulhos, telhas ou tijolos. Muitas espécies vivem em áreas urbanas, onde encontram abrigo dentro e próximo das casas, bem como alimentação farta. Os escorpiões podem sobreviver vários meses sem alimento e mesmo sem água, o que torna seu combate muito difícil. A fauna escorpiônica brasileira é representada por quatro famílias: Bothriuridae, Chactidae, Liochelidae e Buthidae. Esta última representa 60% do total, incluindo as espécies de interesse em saúde pública do gênero Tityus. No Brasil, as principais espécies da família Buthidae de importância médica são: o Tityus serrulatus, distribuído pelos estados da Bahia, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro e São Paulo, corresponde a espécie responsável pelos acidentes de maior gravidade, o Tityus stigmurus (amplamente distribuído no Nordeste brasileiro e presente no Rio Grande do Norte), o Tityus bahiensis e o Tityus obscurus (FUNASA, 2001; BRASIL, 2009).

Figura 1. Morfologia do Escorpião.

Fonte: (BRASIL, 2001)

5. CONSTITUINTES DA PEÇONHA DO ESCORPIÃO

Os escorpiões, ao longo de seu processo evolutivo, desenvolveram mecanismos para sobrevivência, dentre os quais incluem todo um aparato de inoculação de moléculas bioativas, constituintes do que se chama de peçonha, para

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captura de presas e para defesa contra predadores no ambiente natural (SILVA, 2016). Cada espécie de escorpião, por consequência da pressão seletiva que foi submetido durante a evolução, desenvolveu um arsenal bioquímico que varia de espécie para espécie, apesar de haver uma homologia intrínseca por apresentarem ancestralidade em comum; de maneira geral, tal arsenal bioquímico é constituído por moléculas como mucoproteínas, aminas biogênicas, enzimas proteolíticas e fosfolipases, hialuronidase, peptídeos bloqueadores de canais iônicos (neurotoxinas), lecitina, peptídeos antimicrobianos e outros compostos ainda não elucidados (ROCHAT et al., 1970; LECOMTE et al., 1998; KHOANG et al., 2001; PESSINI et al., 2001; BARONA et al., 2006; DING et al., 2014). Os peptídeos neurotóxicos atuam bloqueando canais de sódio voltagem dependentes e canais de potássio; os peptídeos que atuam nos canais de sódio voltagem dependentes são caracterizados por apresentarem cadeia longa (60 a 70 aminoácidos) com quatro pontes dissulfeto e os que atuam bloqueando canais de potássio apresentam-se como peptídeos de cadeia curta (29 a 39 aminoácidos) com 3 pontes dissulfeto em sua maioria, já que há relatos de peptídeos com tal atividade com 4 pontes dissulfeto (LECOMTE et al., 1998). Apesar da variedade de tamanho e especificidade as toxinas de escorpião compartilham uma similaridade que é a presença de uma estrutura em alfa/beta, ou seja, são peptídeos em alfa hélice com ligações cruzadas com uma dupla fita beta folha por duas pontes dissulfeto. As subfamílias de bloqueadores de canais de potássio, isolados da peçonha do escorpião,

α-KTx,

β-Ktx e γ-KTx, por exemplo, apresentam estrutura CSα/β-fold, em inglês, que significa estrutura em alfa hélice e beta folha estabilizada por cisteína, aminoácido esse que possibilita as pontes dissulfeto (KUZMENKOV et al., 2015).

Tudo o que foi descrito acima nos leva a uma conclusão interessante: se boa parte dos peptídeos com pontes dissulfeto apresentam-se como toxinas escorpiônicas, é de se supor que os peptídeos isolados de escorpião que apresentam atividade antimicrobiana estejam em sua maioria em um grupo molecular peptídico que não apresenta pontes dissulfeto em sua estrutura. De fato, é isso o que ocorre na natureza; a grande maioria dos PAMs provenientes da peçonha de escorpião apresentam-se como peptídeos sem pontes dissulfeto, havendo apenas uma pequena porção de PAMs que estão molecularmente inseridos como peptídeos com pontes dissulfeto. Dessa forma, a classificação geral dos peptídeos

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antimicrobianos isolados da peçonha de escorpiões considera dois grandes grupos: os peptídeos antimicrobianos com pontes dissulfeto e os peptídeos antimicrobianos sem pontes dissulfeto (Figura 2). Essa última é dividida em 3 outros subgrupos, considerando o tamanho das cadeias peptídicas: peptídeos antimicrobianos sem pontes dissulfeto de cadeia pequena - com menos de 20 aminoácidos - de cadeia média - de 20 a 35 aminoácidos - e de cadeia longa - mais de 35 aminoácidos (Tabela 1) (ALMAAYTAH; ALBALAS, 2014; HARRISON et al., 2014).

Figura 2. Classificação dos peptídeos com ação antibacteriana isolados da peçonha de escorpiões e sua distribuição.

Fonte: Adaptado (HARRISON et al., 2014)

Tabela 1. Exemplos de peptídeos sem pontes dissulfeto (PSPDs) isolados de escorpião com suas respectivas espécies de escorpião de origem, quantidades de aminoácidos, cargas superficiais líquidas (CSL) e atividades biológicas.

Escorpião PSPDs Aa CSL Atividade

Biológica Referência

Androctonus AamAP1 18 +2 Antimicrobiano e (ALMAAYTAH et al., Peptídeos com ponte

dissulfeto 26% PSPD Cadeia Longa 19% PSPD Cadeia Média 9% PSPD Cadeia Curta 46%

Peptídeos com Ação Antibacteriana Isolados

de Escorpiões (Classificação e Distribuição na

Natureza)

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20

amoreuxi AamAP2 18 +2 hemolítico 2012)

Androctonus crassicauda AcrAP1 18 +2 Antimicrobiano e hemolítico (DU et al., 2014) AcrAP2 18 +2 Androctonus

mauritanicus Mauriporin 48 +6 Anticâncer

ALMAAYTA H et al.,

2013)

Buthus occitanus K12 21 0 Potencializador da bradicinina (MEKI; NASSAR; ROCHAT, 1995) Centruroides suffuses suffuses Css54 25 +4 Antimicrobiano e hemolítico (GARCIA et al., 2013) Chaerilus

tricostatus Ctriporin 19 +2 Antimicrobiano (FAN et al., 2011) Hadrurus aztecus Hadrurin 41 +5 Antimicrobiano e hemolítico (WILLEMS et al., 2002) Heterometrus

petersii HP 1090 13 +2 Antiviral (YAN et al., 2011)

Heterometrus

spinifer HsAP 29 +3

Antimicrobiano e

hemolítico (NIE et al., 2012) Isometrus maculates Im-1 56 +7 Antimicrobiano e inseticida (MIYASHITA et al., 2010) Isometrus maculates Imcroporin 17 +1 Antimicrobiano, e antiproliferativo (ZHAO et al., 2009) Lychas

mucronatus Mucroporin 17 +1 Antimicrobiano

(DAI et al., 2008) Mesobuthus eupeus Meucin-13 13 +1 Antimicrobiano, hemolítico e citotóxico (GAO et al., 2009) Meucin-18 18 +3

Meucin-24 24 +4 Antimalária (GAO et al., 2010)

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21 Meucin-25 25 +4 Mesobuthus martensii BmKb1 18 +1 Antimicrobiano (ZENG et al., 2004) BmKn2 13 +1 Antimicrobiano e hemolítico BmKbpp 47 +7 Antimicrobiano, hemolítico e potencializador da bradicinina (ZENG et al., 2012) Scorpiops tibetanus StCT1 14 0 Antimicrobiano e hemolítico (YUAN et al., 2010)

StCT2 14 +2 Antimicrobiano (CAO et al., 2012b) Opistophthalmus carinatus Opistoporin 1 44 +4 Antimicrobiano, imunomodulador e hemolítico (MOERMAN et al., 2002) Opisthacanthus madagascariensis IsCT1 13 +1 Antimicrobiano e hemolítico (DAI et al., 2002) IsCT2 13 +1 Pandinus imperator Pantinin-1 14 +1 Antimicrobiano e hemolítico (CORZO et al., 2001; ZENG et al., 2013) Pantini-2 13 +1 Pantinin-3 13 +1 Pandinin 1 44 +4 (CORZO et al., 2001) Pandinin 2 24 +3 Parabuthus schlechteri Parabutoporin 45 +7 Antimicrobial, imunomodulador e hemolítico (MOERMAN et al., 2002; WILLEMS et al., 2004)

Tityus serrulatus Peptídeo T 13 0 Potencializador da bradicinina

(FERREIRA; ALVES; HENRIQUES

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22 TsAP-1 17 +2 Antimicrobiano e antiproliferativo (GUO et al., 2013) TsAP-2 17 +2 Antimicrobiano, hemolítico e antiproliferativo Tityus stigmurus Stigmurina 17 +2 Antimicrobiano e antiproliferativo (MELO et al., 2015) Tisth 25 0 Potencializador da bradicinina (MACHADO et al., 2015) Urodacus yaschenkoi UyCT1 14 +2 Antimicrobiano e hemolítico (LUNA-RAMIREZ et al., 2013) UyCT2 13 +2 UyCT3 13 +2 UyCT5 13 +2 Vaejovis mexicanus VmCT1 13 +1 Antimicrobiano e hemolítico (RAMIREZ-CARRETO et al., 2012) VmCT2 13 +1 Vejovine 47 +4 (HERNANDE Z-APONTE et al., 2011) Vaejovis punctatus VpAmp1.0 19 +2 Antimicrobiano Hemolítico (RAMIREZ-CARRETO et al., 2015) VpAmp2.0 25 +4

Fonte: (DANIELE-SILVA et al., 2016)

6. CONFORMAÇÃO ESTRUTURAL DOS PAMs DE ESCORPIÕES

Em termos de conformação estrutural, PAM presente em diferentes espécies de escorpiões possuem a capacidade de alterar sua conformação estrutural dependendo do meio em que se encontra, apresentando conformações α-hélice ou β-folha em meios com baixa polaridade e conformação randômica em meio aquoso, como observado para a Stigmurina isolada da peçonha do Tityus stigmurus (DE MELO et al., 2015). Em outro trabalho de pesquisa, o peptídeo TsAP-2, por meio do

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método de análise estrutural dicroísmo circular, apresentou conformação secundária dependente da polaridade do solvente onde era inserido, variando de uma predominância estrutural randômica em solventes polares como tampão fosfato salino (PBS) e água até a predominância estrutural em alfa hélice em solventes pouco polares como SDS e TFE, principalmente quando estes estavam em concentrações acima da CMC (concentração micelar crítica) (DANIELE-SILVA et al., 2016). Uma variedade de peptídeos antimicrobianos oriundos da peçonha do escorpião Androctonus amoreuxi, AamAP1 e AamAP2, com ação antibacteriana, foram submetidos à elucidação de sequência primária (sequência aminoacídica) pelo método de degradação de Edman e posteriormente à espectrometria de massa acoplado a HPLC com 157 frações; em um segundo momento, foi realizada uma avaliação da conformação estrutural teórica (in silico), que apontou para uma estrutura em alfa hélice maior para AamAP1 quando comparado com o peptídeo AamAP2 (ALMAAYTAH et al., 2012). Um exemplo interessante sobre como a estrutura influencia na potência da atividade antibacteriana é o caso do peptídeo BmKn2, que apresenta-se como um peptídeo catiônico, básico, estrutura em alfa hélice e sem pontes dissulfeto; quando esse peptídeo diminui sua cationicidade e sua porcentagem estrutural em alfa hélice na sua porção C-terminal, há um decréscimo em sua potência antibacteriana contra a Neisseria gonorrhoeae, mostrando claramente que o caráter catiônico desse peptídeo em questão e sua estrutura em alfa hélice são fundamentais para a sua potência antibacteriana frente ao agente em questão (ARPORNSUWAN et al., 2014).

7. ATIVIDADE ANTIBACTERIANA DE PEPTÍDEOS NATIVOS

Os peptídeos antimicrobianos com ação antibacteriana provenientes da peçonha de escorpiões possuem ações sobre diversas cepas de bactérias patogênicas. O peptídeo Hp 1404, oriundo da peçonha do escorpião Heterometrus petersii, por exemplo, demonstrou concentração inibitória mínima (CIM) de 6,25 a 25 µg/ml sobre cepas Gram-positivas, incluindo S. aureus MRSA (LI et al., 2014). Outros peptídeos como a Stigmurina e o TsAP-2, presente na peçonha do Tityus stigmurus, mostraram ação antibacteriana in vitro, com a Stigmurina apresentando atividade sobre cepas bacterianas Gram-positivas, como as cepas clínicas de S.

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aureus (ATCC 29213) (CIM 8,68 µM) e o S. aureus resistente à meticilina (MRSA ATCC 33591) (CIM 17,37 µM), não demonstrando atividade contra cepa Gram-negativa, em particular a E. coli (ATCC 25922) (DE MELO et al., 2015). TsAP-2 apresentou atividade contra S. aureus MRSA (ATCC 33591), S. aureus (S015) e Enterococcus faecalis, com CIM de 17,30 µM para os dois primeiros e 69,23 µM para este último. Além disso, ambos peptídeos obtiveram resultados satisfatórios em modelos de sepse polimicrobiana in vivo, apresentando diminuição de bactérias viáveis em exudato peritoneal desses animais, bem como diminuição do quadro inflamatório induzido pela sepse em análise histopatológica de pulmões e ceco (DANIELE-SILVA et al., 2016). Os peptídeos IsCT1 e IsCT2, provenientes da peçonha do Opithancatus madagascariensis, apresentaram atividade contra S. aureus e E.coli em CIM de 50 µg/mL (DE LA SALUD BEA et al., 2017); em outro estudo, utilizando o ensaio de microdiluição em caldo, o peptídeo IsCT nativo apresentou atividade antibacteriana frente à E. coli (CIM 4 µM), P. aeruginosa, S. aureus, S. epidermitis e S. typhimurium (CIM de 2 µM) (LEE et al., 2004). Além dos exemplos supracitados, temos o peptídeo conhecido como Vejovina, que foi isolado da peçonha do escorpião Vaejovis mexicanus, que apresentou atividade sobre a E. coli ATCC 25922, E. coli ATCC 4667 (cepa multirresistente a fármacos convencionais) e P. aeruginosa ATCC 4667 (cepa multirresistente a fármacos convencionais), com CIM de 4,4 µM para as cepas de E.coli, e CIM de 17,5 µM para a cepa de Pseudomonas aeruginosa (HERNANDEZ-APONTE et al., 2011). As pandininas (Pandinina 1 e Pandinina 2), isoladas da peçonha do escorpião Pandinus imperator, apresentaram atividade antibacteriana contra as bactérias Gram-positivas B. subtilis, S epidermidis, E. faecalis e S. aureus, com CIM de 2,4 μM - 5,2 μM), e fraca atividade contra os Gram negativos P. aeruginosa e E.coli, CIM de 2,4 μM - 38,2 μM) (CORZO et al., 2001). Portanto, os exemplos de peptídeos antibacterianos isolados da peçonha de escorpiões são numerosos, constituindo moléculas promissoras para serem utilizadas como protótipo para a obtenção de novos agentes anti-infecciosos.

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Os principais mecanismos de ação antibacteriana dos peptídeos nativos isolados de escorpião envolvem: 1) aumento da permeabilidade celular, provocando um vazamento do conteúdo intracelular e consequentemente levando à morte celular, por meio de três modelos conformacionais estruturais (que se formam a partir de determinada concentração de peptídeo frente ao patógeno), o modelo de poro toroidal, o modelo em carpete e o modelo em barril; 2) ligação às membranas das organelas citoplasmáticas das bactérias e a outros alvos intracelulares (inclusive ao próprio DNA bacteriano), impedindo a replicação das células bacterianas (LIM et al., 2006; ALMAAYTAH et al., 2014; HARRISON et al., 2014).

No que diz respeito a atividade antibacteriana de PAM, é necessário entender a constituição da membrana celular das bactérias e comparar com a constituição da membrana celular de eucariontes, para compreender porque tais peptídeos apresentam uma capacidade de ataque maior às células bacterianas quando tal capacidade é comparada com a de ataque às células humanas eucariontes.

A membrana celular, nos seres vivos, apresenta-se em bicamada de fosfolipídios associada a proteínas e glicídios inseridos nessa bicamada. Em eucariontes, os fosfolipídios que constituem essa bicamada são, predominantemente, a fosfatidiletanolamina, a fosfatidilcolina e a esfingomielina, que apresentam-se com carga neutra em pH fisiológico. Já a membrana celular das bactérias, tanto as Gram-positivas quanto Gram-negativas, apresentam moléculas que conferem carga elétrica negativa em pH fisiológico, sendo os lipopolissacarídeos (LPS) com grupamentos fosfato e lipídio A aniônico predominante em bactérias Gram-negativas e o ácido tecóico em Gram-positivas (MALLAPRAGADA et al., 2017; SCHMIDT et al., 2018). Os peptídeos antimicrobianos isolados de escorpiões apresentam-se, na sua maioria, como moléculas peptídicas, sem pontes dissulfeto, com 13 a 56 aminoácidos, estrutura helicoidal e carga superficial líquida positiva (variando de +2 a +9) (ALMAAYTAH; ALBALAS, 2014; HARRISON et al., 2014), o que possibilita uma interação eletrostática entre esses peptídeos e a membrana celular desses patógenos.

Dessa maneira, há uma sequência de eventos pregressos (estágios) (ZASLOFF, 2002) que culminam na disrupção da membrana plasmática bacteriana a partir dos modelos mencionados, em virtude da ação desses peptídeos. A interação eletrostática na superfície da membrana celular bacteriana, ocorre em geral pelo fato

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de haver uma cationicidade intrínseca nos peptídeos antibacterianos, enquanto que a membrana celular bacteriana é negativamente carregada. Um valor limiar de concentração de peptídeo antimicrobiano deve ser atingido, em geral, para que haja a disrupção da membrana celular bacteriana por um dos modelos de formação de poros mencionados. No que diz respeito ao modelo em carpete (POUNY; SHAI, 1992), os peptídeos se distribuem paralelamente à bicamada lipídica levando a um efeito detergente sobre a membrana celular das bactérias. No modelo em barril, os peptídeos inserem-se perpendicularmente na bicamada lipídica e a associação dos mesmos ocorre formando um poro contendo interações peptídeo-peptídeo (BAUMANN; MUELLER, 1974). O modelo toroidal (LUDTKE et al., 1996) sugere um mecanismo que também culmina na formação de um poro na membrana, em que o lúmen desse poro está alinhado tanto com peptídeos e fosfolipídios em uma associação mais flexível que o modelo em barril (Figura 3).

Figura 3. Mecanismo de ação por disrupção da membrana celular bacteriana dos peptídeos antimicrobianos.

Fonte: (HARRISON et al., 2014)

9. ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO DE NOVOS PEPTÍDEOS COM ATIVIDADE ANTIBACTERIANA

Peptídeos antimicrobianos oriundos de escorpião, em geral, possuem limitado espectro de ação antibiótica, agindo sobre patógenos Gram-positivos, ou possuem amplo espectro de ação antibacteriana, mas apresentam-se inviáveis para uso em virtude da toxicidade elevada em ensaios com células de mamíferos e em ensaios de hemólise (GUO et al., 2013). Nesse sentido, os pesquisadores utilizam-se de estratégias de desenvolvimento de novos peptídeos realizando modificações

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químicas nas moléculas nativas, justamente com o intuito de melhorar as propriedades terapêuticas desses peptídeos naturais. O peptídeo análogo AamAP1-lisina, derivado do peptídeo natural AamAP1 (FLFSLIPHAIGGLISAFK), foi projetado com o intuito de aumentar a sua cationicidade, por meio de substituição com resíduos de lisina nas posições 4, 8, 11, 12 e 16 do peptídeo natural, resultando no aumento da cationicidade da molécula e modificação de propriedades físico-químicas como a diminuição da hidrofobicidade e aumento da estrutura helicoidal, o que contribuiu para que esse análogo apresentasse uma atividade antibacteriana mais pronunciada e uma menor toxicidade, quando comparado com o peptídeo nativo (ALMAAYTAH et al., 2014). Utilizando-se de estratégia semelhante, um grupo de pesquisa criou vários análogos (12 no total) a partir da sequência da Vejovina (GIWSSIKNLASKAWNSDIGQSLRNKAAGAINKFVADKIGVTPSQAAS) e da Hadrurina (GILDTIKSIASKVWNSKTVQDLKRKGINWVANKLGVSPQAA), baseando-se em três parâmetros físico-químicos fundamentais que foram a hidrofobicidade (variou de − 0,203 a – 0,292 nos análogos sintetizados), o momento hidrofóbico (variou de 0.422 a 0.639) e a carga (variou de +5 a +8) dos mesmos, 3 deles (Δ(Α29), Δ(K12-Q18; Ν26−Α29) e K4N Δ(K12-Q18; Ν26−Α29) obtiveram excelentes resultados em atividade antibacteriana contra cepas de E. coli e S. aureus padrão em ensaios preliminares com soluções a 10 μg/μL dos peptídeos análogos; quando submetidos em ensaios com bactérias multirresistentes (K. pneumonia, E. cloacae, P. aeruginosa, e A. baumannii), obtiveram êxito em inibir o crescimento da maioria dessas bactérias com CIM em uma faixa que variou entre 0,78 a 25 µM, intervalo esse que está muito abaixo do intervalo de concentração HC50 aferido nos

ensaios de toxicidade (o mais tóxico dentre os três apresentou HC50 de 640 µM)

(SANCHEZ-VASQUEZ et al., 2013). Outros exemplos incluem a síntese de análogos a partir dos peptídeos nativos BmKn1 (FIGAVAGLLSKIF-NH2) e BmKn2 (FIGAIARLLSKIF-NH2) - dois peptídeos nativos encontrados na peçonha do

escorpião Buthus martensii Karsh, que apresentam uma sequência de 13 aminoácidos amidados na porção C-terminal com estrutura em alfa hélice, sem pontes dissulfeto. Estes peptídeos apresentam atividade contra bactérias Gram-positivas e Gram-negativas e elevada atividade hemolítica. Peptídeos análogos do BmKn2, BmKn2V1 (com valina substituindo nas posições 5 e 9) e BmKn2K7 (com lisina substituindo nas posições 7 e 10), e o análogo do BmKn1, BmKn1-6Lys (com

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lisina substituindo na posição 6), demonstraram maior efeito antibiótico quando comparado com os respectivos peptídeos nativos. BmKn2V1 e BmKn2K7 apresentaram atividade antimicrobiana sobre Staphylococcus aureus (ATCC#29213), Salmonella typhimurium (ATCC# 14028), E. coli (ATCC# 25922), porém demonstraram elevada atividade hemolítica nos ensaios de hemólise; o BmKn1-6Lys apresentou melhor atividade contra Salmonella typhimurium (ATCC# 14028) e E. coli (ATCC# 25922) e também apresentou baixo índice de atividade hemolítica nos ensaios de hemólise, o que significou um incremento significativo na atividade antibacteriana e uma diminuição nos níveis de toxicidade quando comparado com o peptídeo nativo de origem BmKn1 (BEA RDE et al., 2015). A síntese de análogos do peptídeo nativo IsCT1 e IsCT2, encontrados na peçonha do escorpião Opithancatus Madagascariensis, que ao serem testados não mostraram melhorias no espectro de ação e na potência antibacteriana quando comparados aos peptídeos nativos mencionados, com apenas 1 dos análogos sintetizados apresentando menor toxicidade (DE LA SALUD BEA et al., 2017). O análogo derivado do peptídeo Hp 1404 – esse último isolado da peçonha do escorpião Heterometrus petersii, com 14 aminoácidos na sua constituição (GILGKLWEGVKSIF-NH2), com atividade contra bactérias Gram-positivas, incluindo

o Staphylococcus aureus - o Hp 1404-T1e (ILKKLLKKVKKI-NH2), possui uma

atividade proeminente contra Pseudomonas aeruginosa (inclusive com elevada ação antibiofilme), tanto para cepas susceptíveis aos antibióticos convencionais quanto para cepas multirresistente. Este peptídeo, em uma faixa que variou de 0,78 µM a 12,5 µM, conseguiu inibir diferentes cepas de P. aeruginosa obtidas a partir de amostras clínicas, enquanto que o ciprofloxacino (um antibiótico utilizado largamente na prática clínica) não inibiu as mesmas cepas a uma concentração de 400 µM (KIM et al., 2018).

10. TOXICIDADE

A avaliação da toxicidade de peptídeos constitui um dos pilares fundamentais na pesquisa e desenvolvimento de novas moléculas com ação antibacteriana, pois a partir desses testes pode-se predizer a segurança de moléculas bioativas para uma possível aplicação em seres humanos, sendo comumente avaliada a atividade

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hemolítica e citotoxicidade in vitro em linhagens de células normais (CORZO et al., 2001; DE MELO et al., 2015). Ao se realizar esses testes, são obtidas as concentrações em que os peptídeos produzem efeito de morte celular em 50 por cento das células de cultura ou dos eritrócitos em teste (respectivamente CL50 e

CH50); partindo disso, podemos mensurar se o peptídeo em questão apresenta, em

ensaios preliminares, indícios de segurança ou não comparando essas concentrações obtidas nos ensaios de toxicidade com o CIM dos peptídeos testados, uma vez que se este último dado estiver muito próximo das concentrações que provocam morte celular em 50% das células testadas, isso significa que o peptídeo com ação antibacteriana em questão é pouco seguro, enquanto que quanto mais distante estiverem esses dois valores mais seguro, preliminarmente, é o peptídeo (isso considerando que o CIM seja sempre inferior ao CH50 e ao CL50). É

importante ressaltar que os ensaios de hemólise e em cultura de células animais constituem apenas testes preliminares (ensaios pré-clínicos) de segurança, o que significa que resultados satisfatórios nesses testes não garantem a segurança da molécula testada em seres humanos, pois ainda há muitos outros ensaios que precisam ser realizados para esse fim (ensaios clínicos de fase I, II, III e IV ainda precisam ser realizados) (BORGES, 2018). Tendo como base essa fundamentação teórica, podemos citar exemplos como os análogos do peptídeo nativo VmCT1 (FLGALWNVAKSVF) com substituição de lisina na porção hidrofílica do peptídeo natural ([K]3-VmCT1-NH

2, [K]7-VmCT1-NH2 e [K]11-VmCT1-NH2), que não

apresentaram ação hemolítica na concentração de 1,6 μmol/L e que dentro da faixa de CIM 1,56 - 6,25 μmol/L na qual obteve-se atividade antibacteriana sobre a maioria das diferentes bactérias testadas (Escherichia coli SBS 363, Pseudomonas aeruginosa ATCC 27853, Escherichia coli D31, Serratia marcescens ATCC 4112, Enterobacter cloacae β-12, Micrococcus luteus A270, Staphylococcus aureus ATCC 29213, Bacillus subtilis ATCC 6633, Staphylococcus epidermidis ATCC 12228) a taxa de hemólise é inferior a 12% (PEDRON et al., 2017). Outro exemplo é o do peptídeo nativo Pandinina 2 com ação antibacteriana, que apresenta elevada hemólise em eritrócitos humanos, sendo utilizado como modelo para o desenvolvimento de análogos com menor grau hemolítico. Os análogos deste peptídeo, o Pin2 [14] e o Pin2 [17], apresentaram baixa ação hemolítica e ausência de hemólise, respectivamente. O peptídeo Pin2 [14] apresentou CH50 numa faixa

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que variou entre 291 e 602 μM, enquanto que apresentou atividade contra E. coli em 25 μM, o que demonstra um resultado satisfatório no que diz respeito ao parâmetro hemolítico, quando relacionamos e comparamos CH50 e CIM para ação anti E. coli

(RODRIGUEZ et al., 2014).

11. CONCLUSÃO

A pesquisa e descoberta de novas moléculas com potencial antibacteriano a partir de diversas fontes naturais, entre elas o peçonha de escorpiões, constituem uma possibilidade de incremento no arsenal terapêutico, podendo ser, no futuro, uma alternativa aos antibióticos de ação antibacteriana convencionais disponíveis no mercado. Novos estudos para o aprimoramento molecular desses peptídeos, com o desenvolvimento de análogos, no sentido de diminuir a toxicidade quando comparados aos peptídeos nativos, aumentar a potência de atividade antibacteriana e ampliar o espectro de ação, é uma estratégia muito válida quando se tem uma molécula peptídica com alta potencialidade antibacteriana, em testes in vivo e in vitro, mas que apresenta resultados desfavoráveis em ensaios de toxicidade ou que apresentam uma baixa toxicidade nos ensaios dessa natureza, bem como não apresentam um bom espectro de ação antibiótico, em geral. Nesse sentido, diferentes grupos de pesquisa têm demonstrado o interesse em ampliar a quantidade e qualidade do banco de moléculas candidatas ao emprego na terapêutica. Diferentes estudos têm contribuído, assim, para elevar o arsenal terapêutico contra os microrganismos patogênicos, a partir de peptídeos antimicrobianos existentes em diferentes fontes naturais, destacando a peçonha de escorpiões como uma rica fonte de moléculas com elevado potencial para aplicação terapêutica como novos agentes anti-infecciosos.

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