cURso
DE
GRADUAÇÃO
EM
CIENCIAS
EcoNôM1cAs
`\
z
AS
RECLAMAÇÕES
TRABALHISTAS
NAS
EMPRESAS
PRIVADAS
A
PARTIR
DA
CONSTITUIÇAO
FEDERAL DE
1988:
Análise
Econômico-Financeira
'\-.
Monografia
submetida ao Departamento_de CiênciasEconômicas
para obtenção de cargahorária na Disciplina
CNM
5420
-Monografia
_Por;
Luis
GUSTAVO
MoIsEs
orientador;
Pmf.
Dr.PEDRO ANTÔNIO
VIEIRA
Área
de Concentração:Economia
do
TrabalhoPalavras-chave: 1. Estabilidade
2. Vantagens 3. Leis
UNIVERSIDADE
FEDERAL DE SANTA CATARINA
~
cURso DE
GRADUAÇAD
EM
c1:ÊNc1As
EcoNÓM1cAs
A
Banca Examinadora
resolveu atribuir a nota ... . . . ; -apresentação deste trabalho.
Banca
Examinadora:... ..
na
disciplinaCNM
5420
- Monografia, pelaProf. Dr.
PEDRO ANTÓNIO
VIEIRA
Presidente
@~
V(9
IQ
A
Prof.
OSECLETO COSTA DE
A.PEREIRA
`Membro
<lÊ%lff2.‹WlzQ^i
~(`\
Prof.
HELTON
RICARDO
O~UES
SUMÁRIO
Página _LISTA
DE
GRÁFICOS
... .. iv -LISTA
DE
QUADROS
... ..V
-LISTA
DE
TABELAS
... .. vi -RESUMO
... .. viiCAPÍTULO
I 1.O PROBLEMA
1.1. Introdução ... .. 1.2.Formulação da
SituaçãoProblema
... .. 1.3. Objetivos ... .. 1.3.1. Geral ... .. 1.3.2. Específicos ... _. 1 .4. Metodologia ... .. U1_¡;_p-¡>U3›-=CAPÍTULO
II 2.A
ESTABILIDADE
NO
TRABALHO
2.1.Um
breve conceito ... ... .. 62.2.
A
falta de estabilidade e suas conseqüências para Oempregado
... ..1O2.3.
A
falta de estabilidade e suas conseqüências para a empresa privada ... .. 16CAPÍTULO
III3.
A
IUSTIÇA
DO
TRABALHO
3.1.
A
legislação trabalhista ... .. 183.2.
A
morosidade da Justiçado
Trabalho ... ..22CAPÍTULO
Iv
4.
A
REPERCUS SÃO ECONÔMICO-FINANCEIRA SOBRE
A
EMPRESA
PRIVADA
4.1.
A
estabilidade e sua repercussãoeconômica
... ..26
4.2.
A
legislação trabalhista e sua repercussãoeconômica
... ..27
4.2.1.
Dos
prazos paraO
trabalhador requerer os seus direitosna
Justiça
do
Trabalho ... ..274.2.2.
Dos
juros ... ..28
4.3.
O
empregado
como
fonte de financiamento não-garantido para aCAPÍTULO
V
5.CONCLUSÃO
E
RECOMENDAÇÕES
~ 5.1. Conclusao ... .. 5 .2.Recomendações
... . . "39
REFERENCIAS
BIBLIQGRÁFICAS
...Gráfico
II. l: Situaçãodo
trabalhadorquando
dapromoção da
reclamaçãotrabalhista - Setor Privado ... ..
Gráfico II.2: Situação
do
trabalhadorquando
dapromoção
da
reclamaçãoLISTA
DE
QUADROS
›Quadro
II. 1: Situaçãodo
trabalhadorquando
dapromoção
da reclamação trabalhistaQuadro
III. 1: Rotatividadeda
mão-de-obra e suas conseqüências ... ..Tabela II. 1:
Reclamações
Trabalhistasmovidas
contraEmpresas
Privadase a situação
do
Empregado
quando da promoção
... _.Tabela II.2:
Reclamações
Trabalhistasmovidas
contraEmpresas
Públicase a situação
do
Empregado
quando
dapromoção
... ..Tabela III. 1:
Duração
Média
deuma
reclamação trabalhistana
2”JC]
deFlorianópolis
com
recurso aoTRT
... ..24Tabela IV. 1: Comparativo entre os juros
da
Justiçado
Trabalho e os jurosda poupança
... ..Tabela IV.2: Comparativo entre os juros da Justiça
do
Trabalho e os jurosprevistos para a empresa ter ganhos percentuais
em
todos osmeses
... .. l3
... .. 15
... ..3O
vii
RESUMO
iO
presente estudo será divididoem
capítulos, objetivando determinar os impactoseconômico-financeiros das reclamações trabalhistas sobre as empresas privadas.
Inicialmente,
no
Capítulo I, apresenta-se os motivos que impulsionaram a realizaçãodeste estudo. Introdução, identificação da situação problema e os objetivos geral e
específicos deste estudo,
fazem
parte deste capítulo.No
capítulo II, analisar-se-á a estabilidadeno
trabalho, realizandoum
estudohistórico, desde
o
momento
em
que esta passou a fazer parte das discussões sobre trabalhoaté os dias atuais, e de
que
forma amesma
influenciaquando da promoção
deuma
reclamação trabalhista e
o
respectivo impactoeconômico
sobre a empresa privada.No
capítulo III, será feitouma
análiseda
Justiçado
Trabalho. Realizar-se-áuma
descrição das leis que
regem
as reclamações trabalhistas, possibilitando assim, detenninar seas
mesmas
são parciaisou
imparciais.Se
imparciais forem, procurar-se-á determinar osfavorecidos pelas
mesmas, ou
seja, os trabalhadoresou
as empresas privadas.No
capitulo IV,com
base nos fatos descritos nos capítulos anteriores e atravésda
elaboração de exemplos práticos, verificar-se-á os respectivos impactos econômico-
financeiros para a empresa privada.
Para finalizar,
no
capítuloV
apresentar-se-á as conclusões propiciadas pelo presentetrabalho
bem como
recomendações
para futuras investigações nesta matéria.Em
seguida1.
0
PROBLEMA
~
1.1. Introduçao
Sabe-se
que
a legislação trabalhistatem
implicações econômicas, seja porquepode
elevar/diminuir os salários e a renda dos trabalhadores, seja porque
pode
elevar/diminuir oscustos
com
salários das empresas.Menos
conhecidos são osmecanismos
pelas quais a legislação trabalhistaproduz
aqueles resultados e a dimensão destes resultados.
Este trabalho procura lançar luz sobre
uma
destas implicações econômicas: asvantagens para a empresa privada face o descumprimento das
normas
trabalhistas,principalmente
no que
tange aopagamento
de salários e remuneração dos seus empregados.As
reclamações trabalhistas representamo meio
legal pelo qual osempregados
buscam
o cumprimento/ressarcimento dos seus direitos, sendo portanto, a base desustentação de toda a análise a ser realizada. -
Este
tema
é estudado e conhecidoem
termos gerais pelo economistaou
pelaEconomia
do
Trabalho.No
entanto, na prática éum
assunto entregue aos advogados,ou
seja, se transforma,
comumente,
num
problema jurídico.Procurar-se-á demonstrar
que
muito maisque
um
problema jurídico, as reclamaçõestrabalhistas ocultam
um
profundo problemaeconômico
desconhecido pela maioria daspessoas. Pode-se até falar na existência de
uma
economia
subterrâneaque
traz grandesvantagens para a empresa.
Muitas são as discussões
no
mundo
do
trabalho, envolvendo questões sociais,morais, jurídicas e principalmente econômicas.
É
portantoum
vastocampo
de atuação parao
economista, seja pela abrangência de seus conhecimentos teóricos e técnicos, seja pelanoção
e percepção deque
as questões supracitadasnão
podem
ser discutidasem
separadomais sim conjuntamente, pois
nem
tudo que é juridicamente corretotambém
o
seráeconômica, social
ou
moralmente.2
Mostrar a dimensão
econômica
das reclamações trabalhistas para a empresa privada,bem como
a importânciada
visãodo
economista referente à matériascomumente
destinadasa
advogados
é o que busca a presente pesquisa.1.2.
Formulação da
SituaçãoProblema
A
reclamação trabalhista éo
momento
onde empregados
e empregadores seencontram perante
o
Estado, para fazerem as suas reivindicações e defenderem as suasopiniões, cabendo a este analisar os fatos expostos por cada parte, para ao final proferir a
mais justa e imparcial decisão,
dando
término à controvérsia.Teoricamente as reclamações trabalhistas
podem
ser classificadascomo
custosvariáveis para as empresas privadas, diante
do
fato que estas terãoque
realizarum
desembolso imprevisto de dinheiro. Portanto na visão dos empregadores toda e qualquer reclamação trabalhista caracteriza-se
como
algo nocivo a sua empresa,uma
atitude injustade seu empregado.
Para os
empregados
asmesmas
significam omeio
pelo qualpodem
requerér direitosnão cumpridos por partes das empresas, principalmente,
no que
diz respeito apagamentos
incorretos de salários e outras remunerações.
Sendo
assim, a reclamação é algo benéfico.Constata-se portanto,
o
antagonismo quanto ao significadoda
reclamaçãotrabalhista para empregadores e empregados.
Um
estudo mais detalhado deve ser realizado, devido a algumas circunstâncias,como
por exemplo, a falta de estabilidadeno
setor privado,o comportamento
dosempregados
e a legislação trabalhista, muitas vezes elaboradas por políticossem
conhecimento técnico
na
áreado
trabalho e da economia,podendo
assim, ocultaruma
outraverdade.
Têm-se
portantouma
situação-problema:*Quem
ganha
equem
perdecom
areclamação trabalhista?
É
amesma
nociva à empresa privada e benéfica ao trabalhador?4
1 .3. Objetivos
1.3.1. Geral
Verificar
economicamente
o impacto das reclamações trabalhistas sobre asempresas privadas
no
Brasil a partir da promulgação de Constituição Federal de 1988,com
vistas a analisar os níveis de ganhos e perdas financeiras para estas empresas.V
1.3.2. Específicos
- Analisar os reflexos
econômicos
para aempresa
privada advindas:(a)
da
falta de estabilidadedo empregado no
setor privado;(b)
do comportamento do
empregado;(c)
da
Justiçado
Trabalho e sua legislação.- Diagnosticar as margens' de ganhos e/ou perdas financeiras para as empresas
privadas advindas
da
promoção
da reclamação trabalhista por parte de seus1.4. Metodologia
Tem-se
como
início deste trabalho a promulgaçãoda
Constituição Federal de 1988,devido ao fato de haver introduzido importantes alterações e inovações nas
normas
jurídicasque regulamentam as relações de Trabalho.
A
CartaMagna
de 1988 representa portanto,um
marco
fundamental para asReclamações
Trabalhistas, porquanto, consagrou direitos àspartes,
com
influência direta nestas.Este trabalho visa basicamente determinar os impactos econômicos-financeiros advindos destas reclamações para as empresas privadas.
Será feito
um
estudo minucioso dasnormas
e decisões jurídicasque
regulamentamas reclamações trabalhistas. Entendidas estas normas, passar-se-á a determinar os reflexos econômicos para as empresas privadas, objetivando principalmente, verificar se para as
empresas
uma
reclamação constitui-secomo
algobenéfico ou
nocivo.Exemplos
práticos,representações gráficas
bem como
exercícios matemáticos serão elaboradoscom
o
intuitode dar maior clareza e facilitar
o
entendimento._ Terá
também
grande importância para este trabalho a opinião de profissionaisligados ao
mundo
_do trabalho, sejam eles Juízesdo
Trabalho,advogados
trabalhistas,especialistas
em
administração financeira. Opiniõesque
em
muito elucidaram a respeito deó
CAPÍTULO
112.
A
ESTABILIDADE
NO
TRABALHO
2.1
Um
breve conceitoTerminada
aSegunda
Guerra Mundial, os países passaram a buscarum
crescimentoeconômico
acelerado, fundamentadoem
atitudes que levassem rapidamente ao plenoemprego
da força de trabalho.No
entendimento dos especialistasda
época isto gerariaum
conflito entre a busca
do
plenoemprego
e amanutenção
estática de estabilidade, namedida
em
que esta funcionassecomo
um
freio à mobilidade de mão-de-obra. Assim, a estabilidadedeveria assegurar
uma
certa garantiano emprego ocupado
pelo indivíduo e, não sendopossível esta manutenção, principalmente por razões de
ordem
econômica ou
mesmo
técnica, assegurar a continuidade
do emprego
para o trabalhador demitido.A
estabilidadenão
traz apenas beneficios para o trabalhador,mas
também
para omaior rendimento
de
produção, seja pela tranqüilidade espiritualque
sedá
ao empregado,pelo espírito de colaboração
que
desperta neste, pelo estímulo de manter boas relaçõescom
o
patrão, afim
de atingiro
beneficio, seja pela possibilidadeque
se abre de aprimorar aqualificação profissional.
A
mesma
também
fortaleceo
trabalhadorem
suas reivindicações elhe permite resistir às tentativas
do
empresariado destinadas a rebaixar saláriosou
piorar ascondições de trabalho.
No
Brasil, historicamente, o surgimento da estabilidadeno
serviço públicobem
como
na
iniciativa privada se deu poruma
necessidade das antigas caixas de pensões,que
demandavam
a permanênciado
trabalhadorno
mesmo
vínculo empregatíciocomo
forma
degarantir continuidade
no
fluxo
de contribuições.A
CLT
- Consolidação das Leisdo
Trabalho -promulgada
em
1° demaio
de 1943,em
seu Título IV, Capítulo VII - da Estabilidade, artigos492
a 500,contém
as regrasbásicas
do
direito a estabilidade. “Segundo estas regras: (a) após 10 anos de serviçosna
mesma
empresa
oempregado
passa a gozarda
estabilidade; (b)o empregado
estávelsomente
pode
ser demitido da empresaem
caso de falta grave de sua parte,que
deverá serempregado não
faz jus a qualquer indenização financeira pelotempo
de serviço que prestouà empresa; (c) se despedido por qualquer outra razão
que não
a sua falta grave, oempregado
faz jus auma
compensação
financeira igual a doismeses
de salário por anode
trabalho, calculado
com
baseno
maior salário recebido durante seu vínculocom
a empresa;(d) se o
empregador
desejar despedirum
empregado
estável por outra razão quenão
faltagrave, além de pagar a
compensação
ao empregado, ele deve entrarem
acordocom
o
mesmo
para que aceita o desligamento.O
empregador nao
se eximeda
compensaçao
pelaaceitação
do
acordo pelo empregado; (e) razõescomo
baixa produtividadeou
falta aoserviço
não
podem
ser consideradas falta grave e; (Í) a extinção das atividades daempresa
sem
motivo de força maior garante aoempregado
estável a indenizaçãoem
dobro.Ely Souto dos Santos (1977, p. 18) conceituava a estabilidade da
CLT
como
o que
havia de melhor
no mundo. Segundo
ele:“Assegurada
como
regra geral,paradigma
de
outras legislações, foia
estabilidade cultuada
como uma
conquista social brasileiríssima.Não
que o
mundo
já não
a
conhecesse.Não
que
outras legislaçõesnão
a
contemplassem.
Mas,
e especialmente,porque
a
estabilidadeda
CLT
seafigurava
com
maiores garantias de cumprimento.Maior
direitoao
emprego
no
mundo
ocidental, impossível.Ao
menos
em
teoria,em
matéria de segurança laboral, era
o
máximo
que podia
ofertarao
trabalhador.”
Se
para osempregados
a estabilidade erauma
conquista para os empregadoresuma
grande derrota, para estes era incompatívelcoma
economia
de livreempresa
e acusada deimpedir
o
desenvolvimento social, inclusive, servindocomo
uma
barreira a entrada decapitais estrangeiros.
Com
a criaçãodo
FGTS
-Fundo
de Garantia porTempo
de Serviço - pela Lei n°5.107 de 13/09/1966,
0
empregado
deveria optar pela estabilidadeou
peloFGTS.
Optando
pela estabilidade estaria garantido
o
emprego, optando peloFGTS
estaria garantidoo
patrimônio. ~
Com
o
FGTS
a empresa realiza todomês
um
depósito equivalente a8%
do
saláriodo empregado
em
um
conta bancáriaem
nome
deste.E
de acordocom
o
inciso Ido
art. 10do Ato
das Disposições Constitucionais Transitóriasda
Constituição Federal de 1988, é8
aumento
para40%
do
montantedo
FGTS,
a ser devido na ocorrência de rescisãodo
contrato de trabalho por parte da empresa,
sem
justa causa.Realiza-se agora
um
comparativo entre a indenização por demissãosem
justa causaestabelecida pela
CLT
de 1943 e a indenização prevista pela leique
criou oFGTS.
A
primeira a título de indenização determinava que a empresa pagaria por ano ao
empregado
2
(duas) vezes a maior remuneração recebida pelomesmo
durante todoo
contratode
trabalho. Já o
FGTS
determinavaque
se a empresa demitisseo
empregado
sem
justa causadeveria pagar
uma
multa equivalente a40%
do
saldo total depositado a título deFGTS.
Levando-se
em
conta que são realizados 13 -depósitosno
ano (inclusoo
13° salário)equivalentes à
8%
do
saláriodo empregado
a empresa teria ao final deum
ano depositadoo
equivalente à
104% (8%
x
13 depósitos). Acrescentando-se a esse percentual a multa de40%
por demissãosem
justa causa, têm-seum
percentualacumulado
de145,6%
sobreo
salário
do empregado que
a empresa pagaria por ano para demiti-lo. Transformando essepercentual
em
índice têm-se 1,456 .saláriosdo
empregado, portanto, a indenização previstapelo lei
do
FGTS
émenor
que a indenização prevista pelaCLT
de 1943que
era de 2 saláriopor ano trabalhado.
Constata-se portanto não só a perda
da
estabilidademas também
uma
perdapatrimonial para o empregado.
Com
adventodo
FGTS
a obrigação moral de manter omesmo
empregado
desaparece para
o
empregador, facilitando-lhe .a gestão empresarial.Sobre o assunto Ely Souto dos Santos (1977, p. 51) diz que:
“Na
teoria, ficao empregado
com
o
direito de escolher entreuma
ou
outra legislação.
Na
prática, asempresas forçaram
a
opção dos
empregados
peloFGTS.
Tudo
levavaa
crer queo
FGTS
acabariapor
se tornara
lei única,derrogando
a
anteriorpor
desuso. ”A
Constituição Federal de 1988em
seu artigo 7°, inciso III, diz que:“Art. 7° -
São
direitosdos
trabalhadores urbanos e rurais,além de
outros que visem
à
melhoria de sua condição social.III
-fundo
de garantiapor
tempo de
serviço;”A
Lei n° 7.839, de 12/10/89, art. 12,em
confonnidadecom
a Constituição de 1988,indenizável o
tempo do
trabalhador não optante anterior a ela e ressalvou o direito ~adquirido dos estáveis até essa data, orientaçao pela Lei n° 8.036, de 11/05/90, art. 14.
A
criaçãodo
FGTS
pode
ser encarada tão somentecomo
um
acordo entre o Estadoe a classe empresarial,
onde
o primeiro pôsfim
ao Instituto da Estabilidade eem
trocao
segundo passou a fornecer fiindos (depósitos
do
FGTS)
para o Estado,que
atravésdo
antigo
BNH
(Banco
Nacionalda
Habitação), passaria a aplicá-los nas áreas de habitaçãopopular. ,_
Este
também
é o pensamento deAMAURI
MASCARO
NASCIMENTO
(1992, p.489), segundo ele:
"O
Fundo
de Garantiado
Tempo
de
Serviço visa proporcionar recursosque, administrados pelo
Banco
Nacional
da
Habitação
(BNH),são
investidos
num
plano
de construçãode
habitações populares.O
seusegundo
objetivo foia
eliminaçãoda
indenização eda
estabilidade decenal
no
emprego.”Não
podemos
deixar de mencionar as estabilidades especiais previstas pela CartaMagna
de 1988.O
inciso IIdo
art. 10do
Ato
das Disposições Constitucionais Transitóriasda Constituição Federal de 1988,
veda
a dispensa arbitráriaou
sem
justa causa para osseguintes casos:
“a)
do empregado
eleitopara
cargode
direção de comissões internasde
prevenção de
acidentes, desdeo
registrode
sua candidatura atéum
ano
após
oƒinal de seumandato;
b)
da
empregada
gestante, desdea
confirmaçãoda
gravidez até cincomeses após o
parto. ”O
artigo 8°da
Constituição,em
seu inciso VII diz que:“é
vedada
a
dispensado empregado
sindicalizadoa
partirdo
registroda
candidaturaa
cargode
direçãoou
representante sindical e, se eleito,ainda que suplente, até
um
ano
após o
final
do
mandato, salvo secometer falta grave nos termos
da
lei.”Com
o
fim
da
estabilidade cria-seum
novo panorama econômico
nas empresas. Ficaa cargo
do empregador
decidirquem
irá trabalhar eo tempo que
irá trabalhar. Para oempregado
resta a insegurançado
emprego, a inquietação espiritual e a esperançade
diasmelhores.
10
'
2.2
A
falta de estabilidade e suas conseqüências parao empregado
Conforme
já foi dito o trabalhador perdeuo
direito da estabilidadeno emprego
ficando
amercê do
empregador. Neste tópico será verificado deque forma
esta perdainfluencia
no
comportamento do empregado
em
reclamar os seus direitos trabalhistas.Se
entenderque
seus direitos (salário, remuneração)não
estiverem sendo atendidos,o empregado
poderápromover
reclamaçao trabalhista contra a empresa.Sendo
assim,o
mesmo
poderá a qualquermomento
requerer judicialmente a regularização desta situação.Entretanto,
o
que se verificano
setor privado éque
o empregado
somentepromove
a reclamação trabalhista após
o
seu desligamentoda
empresa. Estecomportamento
éexplicado -pelo fato de
que
neste setor osempregados
são desprovidos de estabilidadeno
emprego, e isto faz
com
que
osmesmos
temendo
represálias por parte dos empregadores, que poderiam culminarem
sua demissão, nãopromovam
a reclamação trabalhista duranteo
período
em
que
mantém
o
vinculo empregatício.Segundo
Ulisses Riedel:“Uma
das
formas de
resolver os conflitos éo caminho da reclamação
judicial.
O
que
acontece éque
não
há
acessoà
Justiça.A
Justiçado
Trabalho é
uma
justiça dos desempregados,porque
não
há
proteçãoao
trabalhador que queira fazer
sua
reclamação. Ele é demitido. ”(Fórum
Nacional sobre Contrato Coletivo e Relações de Trabalho
no
Brasil,1993. p. 1 16)
'
Tal constatação foi
comprovada
quando
da
análise de reclamações trabalhistasque
foram encaminhadas a 2” Junta de Conciliação e Julgamento de Florianópolis. Analisou-se lll reclamações trabalhistas
que
foram arquivadasno
período de 5 a 12 de julho de 1996,deste total,
69 foram movidas
contra empresas privadas, representando aproximadamente62%
do
total analisado, sendo que,em
97,1%
dos casos o empregado(reclamante)não
maismantinha vínculo empregatício
com
o empregador(reclamado).Para
um
maior entendimento, procedeu-setambém
um
estudo nos processosmovidos
contra empresas públicas,como
resultado, teve-se que das42
reclamaçõestrabalhistas analisadas,
em
apenas16,7%
dos casoso
empregado(reclamante) não mantinhamais o vínculo empregatício
com
o empregador(reclamado).Nos
demais83,3%
dos casos,seus direitos.
Mesmo
podendo
existir outros motivosque
não foram pesquisados, os dadosestatísticos
apontam
para o fatode que
os servidores públicos desfrutam de estabilidadeno
emprego, portanto para estes inexiste o fator represália,
ou
melhor dizendo,o
medo
deperder
o
seu emprego.Temos
portanto queo
trabalhadordo
setor público ao sentir-se lesado por seuempregador,
não
perde tempo,promove
rapidamente a reclamação trabalhista para ter seusdireitos restabelecidos. Já o trabalhador
do
setor privado, ao sentir-se lesado deverá decidirentre
promover
rapidamente a reclamação trabalhista,mas
sabendo que,como
conseqüênciadeste seu ato será_ demitido,
ou
então, aceitar a lesão para manter seu ganha pão.V
Quadro H.1
Situação do trabalhador quando da promoção
da reclamação trabalhista
Número de Situação do Trabalhador
Processos
Setor Analisados
%
Ativo%
Demitido%
Total 111 100 37 33,3 74 66,7
Privado 69 62 2 2,9 67 97,1
Público 42 38 35 83,3 7 16,7
Fonte: 2* Junta de Conciliação e Julgamento de Florianópolis.
Os
gráficos a seguir, elaborados a partirdo
quadro acima, facilitam a visualizaçãodos efeitos
da
estabilidade nos setores privado e público,quando da
promoção
da
reclamação trabalhista.
GRÁFICO
II.l- Situação do trabalhador quando da promoção da reclamação ¬‹..~_... ... 2,90% 10,00%- WM
M
Ativo DemitidoFonte: Quadro II.1
GRÁFICO
11.2 - Situação do trabalhador quando da promoção da reclamação16,70%
Ativo Demitido
situação do Empregado quando da promoção
N° do Situação do Empregado
Processo Reclamado J CJ Ativo Demitido
¡-A 692/91 Empresa Privada IQ
av
N 366/95 Empresa Privada 'Y3
DJ 402/95 Empresa Privada "â ><
-P 405/95 Empresa Privada IQ
w ><
Lil 414/95 Empresa Privada IQ sv ><
GN 419/95 Empresa Privada N =› ><
\l 422/95 Empresa Privada IQ :ø ><
OO 430/95 Empresa Privada B3 an i><
\O 432/92 Empresa Privada IQm I×í
›-O 437/95 Empresa Privada IQ w >< pa p_¡ 444/95 Empresa Privada BJ u >< ›-4 l\> 445/95 Empresa Privada N ne >< 0_¡ U) 452/95 Empresa Privada B3 nv i×! ›-1 -¡> 458/95 Empresa Privada IQ ar ><
u-I UI 462/95 Empresa Privada IQ na ><
›-fl O\ 464/95 Empresa Privada IQ
na ><
›- \l 472/95 Empresa Privada IQ
nr ><
›-\ OO 477/95 Empresa Privada IQ ar ><
›-‹ \O 492/95 Empresa Privada IQ se ><i
20 306/95 Empresa Privada l\J eu ><1
21 327/95 Empresa Privada B) na I><
22 349/95 Empresa Privada K9 nv ><
23 350/95 Empresa Privada N) nr I×1
24 356/95 Empresa Privada N) nn ><
25 361/95 Empresa Privada BJ n= ><
26 369/95 Empresa Privada B3 :ri
><1
27 371/95 Empresa Privada IQ ar I×1
28 373/95 Empresa Privada IQ nr >< 29 379/95 Empresa Privada N) se >< 30 384/95 Empresa Privada N w >< 31 395/95 Empresa Privada IQ nv ><1 32 396/95 Empresa Privada N ar >< 33 398/95 Empresa Privada IQ nfl >< 34 399/95 Empresa Privada N) nv ><1 35 182/89 Empresa Privada IQ w >< 36 962/89 Empresa Privada IQ na ¡>< 37 1756/90 Empresa Privada IQ av ><2
38 1607/91 Empresa Privada IQ av I×1
39 1696/88 Empresa Privada IQm ><
40 486/95 Empresa Privada IQu ><
41 309/94 Empresa Privada IQ cw I×1
42 608/91 Empresa Privada bz) v >< 43 2116/91 Empresa Privada IQ ai >< 44 611/91 Empresa Privada IQ ca ><! 45 745/89 Empresa Privada 19 rø >< 46 746/89 Empresa Privada IQ uv >< 47 1206/90 Empresa Privada IQs ><
48 468/91 Empresa Privada IQ na I×1
Reclamações Trabalhistas movidas contra Empresas Privadas e a
situação do Empregado quando da promoção
Tabela 11.1 - Continuação
N° do Situação do Empregado
50 616/9 Empresa Privada IQ sw
N” Processo Reclamado J CJ Ativo Demitido
1 ><
5 1 27/94 Empresa Privada IQ uv ><1
52 1993/90 Empresa Privada IQm I×1
53 1691/90 Empresa Privada IQ ni >< 54 2150/90 Empresa Privada
Q
>< 55 893/92 Empresa Privada IQ se >< 56 1155/92 Empresa Privada IQ ni >< 57 853/91 Empresa Privada IQ eu >< 58 707/ 9 1 Empresa Privada N ao >< 59 186/95 1Empresa Privada INI :H I><
60 *
1383/9 Empresa Privada BJ ni ><
61 1292/92 Empresa Privada IQ ia I×1
62 148/95 Empresa Privada IQ ai ><
63 446/95 Empresa Privada UI == ><1
64 448/9 1 Empresa Privada BJ n= ><2
65 59/92 Empresa Privada IQ si I×1
66 1245/92 Empresa Privada IQ nv >< 67 2405/9 Empresa Privada BJ nn >< 1 68 487/94 Empresa Privada IQN >< 69 1574/90 Empresa Privada IQ ci ><
TOTAIS
\ 67PERCENTUAL
2,9% 97,1%
Fonte: 2° J CJ de Florianópolis.situação do Empregado quando da promoção N° do N° Processo Reclamado JCJ Situação do Empregado Ativo Demitido p-1 479/95
BESC
'11 >< N 263/90BRDE
N ufl >< U0 622/89BRDE
"ã. >< -lã 466/95CASAN
N w >< UI 381/95CELESC
N m >< O\ ' 2501/91CELESC
N sv >< \l 324/91CELESC
N an >< O0 20/94CELESC
N seX
\O 35/94CIDASC
N nv š×1 ›-IO 822/91DNER
N |=› í>< p-ú p-ú 474/95ELETROSUL
N s >< ›-\N 1537/91ELETROSUL
N na .'>< P-Ii U) 602/91ESTADO DE
SC
'11 ¡×2 r-1 -P 972/91ESTADO DE
SC
N naX
P_¡ LII 1063/89ESTADO DE
SC
N nvX
›-I O'\ 880/92
ETFSC
Nnv
X
›-\ \l 241/93HOSPITAL
CARIDADE
NuX
›-I OO 199/92TELESC
NuX
›-I \O 1712/90UFSC
"âX
Í 20 1713/90UFSC
N uX
21 1826/91ELETROSUL
NuX
22 2430/91ELETROSUL
NuX
23 2472/91ELETROSUL
N avX
24 1754/88ESTADO DE
SC
N nnX
25 2432/91ETFSC
'11 >< 26 504/91CELESC
Nm I×1 27 1956/88CEF
N na >< 28 1 907/90TELESC
Nv >< 29 1990/90TELESC
'12 >< 30 1560/90FATMA
N B >< 31 822/89FUCABEM
N na >< 32 867/90CELESC
N na I×1 33 1081/88COHAB
N N >< 34 1302/91CELESC
N 1: >< 35 748/90CELESC
N m >< 36 1627/90UFSC
N av >< 37 1736/90UFSC
53 >< 38 189/92UNIÃO FEDERAL
ä
>< 39 960/90BESC
N nn >< 40 632/90BESC
N nv ><41 357/89 REP.
FEDERATIVA
BRASIL
Nw ¡×142 111/94
CASAN
N av ><1TOTAIS
35 7PERCENTUAL
83,3% 16,7%16
Sem
a estabilidade, o trabalhadordo
setor privado passa a tercomo
prioridade amanutenção no
emprego,mesmo
que
istovenha
a significar perdas salariais mensais. Perdasestas
que
só poderão ser requeridas após a sua saída da empresa./
2.3
A
falta de estabilidade e suas vantagens para a empresa privada /Muitas são as vantagens para a empresa privada advindas da inexistência de
estabilidade. Entretanto, analisar-se-á somente o seu impacto sobre as reclamações
trabalhistas.
Considerar-se-á aqui dois tipos de 'empresa privada.
A
primeira é aquelaque
porfalta de
um
bom
gerenciamento, de profissionaisque conheçam
a correta aplicaçãoda
legislação trabalhista, acaba por pagar incorretamente a remuneração de seus empregados.
A
segunda é aquelaque
age de má-fé,que
deixa de pagar corretamente por opção,que
conhece os caminhos burocráticos que o trabalhador terá
que
enfrentar na Justiçado
Trabalho para reaver seus direitos.
Seja qual for o tipo de empresa, o fato de
o empregado não
mover
a reclamaçãotrabalhista enquanto
mantém
o vínculo empregatício, trará algumas vantagens para aempresa. Primeiramente, ela estará
pagando
um
valor inferior ao realmente devido, porexemplo,
o empregado
realizou horas extrasnum
determinado mês,mas
não houve
a remuneração dasmesmas
por parteda
empresa.O
trabalhador por mais que saiba dos seusdireitos
não moverá
uma
reclamação trabalhista para ter estas horas extras quitadas,enquanto estiver trabalhando na empresa. Segundo, as horas extras realizadas pelo
empregado
significaramum
aumento da
produçãosem
alteraçãodo
custo de mão-de-obra.Isto representa portanto
uma
maior diluição dos custos entre a produção, resultandofinalmente
em
um
menor
custo unitário e consequentementeuma
maior receita.As
receitas advindas destecomportamento do
trabalhador serão geradas a curtoprazo, por outro lado, a
empresa
ficarácom
um
débitoem
abertocom
empregado
e seo
mesmo
vier a se desligar futuramenteda
empresa poderá requerer judicialmente a quitaçãodeste débito. Entretanto, este desembolso financeiro
que
a princípio era de curto prazo teráse transformado
em
um
custo demédio
à longo prazo.Há
a possibilidade ainda deo
trabalhador
não promover
a reclamação trabalhista,ou
se promover, aceitarum
acordocom
empresa será beneficiada. Ironicamente, a
empresa
recebeum
beneficio pornão
tercumprido
corretamente asnormas
trabalhistas,quando
deveria receberuma
punição.Resumidamente temos
que a falta de estabilidadeno
emprego
traz duasconseqüências econômicas totalmente opostas. Para
o empregado
perdas mensaisem
sua remuneração resultantesdo pagamento
incorreto por parte da empresa privada. Para estaúltima, ganhos de receitas pelo não
pagamento
correto dos saláriosde
seus empregados,aumento da
produçãosem
aumento
de custo e prolongamentodo
tempo
parapagamento
decustos
com
o
empregado, transformando assim,um
custo de curto 'prazoem
um
demédio
à18
CAPÍTULO
In
3.
A
JUSTIÇA
DO
TRABALHO
A
Constituição Federal de 1988,em
seu art. 111, dizque
“são Órgãosda
Justiçado
Trabalho: I -
o
Tribunal Superiordo
Trabalho; II - os Tribunais Regionaisdo
Trabalho;III - as Juntas
de
Conciliação e Julgamento. ” ”Já
no
art. 114, amesma
Constituição falada
competênciada
Justiçado
Trabalho, segundo ela:“Compete
à
Justiçado
Trabalho conciliar e julgar os dissídiosindividuais e coletivos entre trabalhadores e empregadores, abrangidos
os entes
de
direito público externo eda
administração pública direta eindireta
dos
Municípios,do
Distrito Federal, dos Estados eda
União
e,na forma da
lei, outras controvérsias decorrentesda
relaçãode
trabalho,
bem como
os litígiosque tenham
origemno
cumprimento de
suas próprias sentenças, inclusive coletivas. ”
3.1
A
legislação trabalhistaNo
que
se refere às reclamações trabalhistas, a Constituição Federaldo
Brasilde
1988,
no
seu art. 7°,XXIX
, dizque
é direitodo
trabalhador:T
“ação, quanto
a
créditos resultantesdas
relaçõesde
trabalho,com
prazo
prescricional de: a) cinco
anos
para o
trabalhador urbano, atéo
limitede
dois
anos após
a
extinçãodo
contrato;b) até dois
anos após
a
extinçãodo
contrato,para
o
trabalhador rural;”Com
base nesta determinação da Constituição Federal de 1988, para a continuaçãodo
nosso estudo, será necessário classificar as empresas quanto a rotatividade de~
empregados, pois as conseqüências econômicas estarao diretamente ligadas a esta
classificação.
A
palavra rotatividade aqui significa 0 períodomédio
de duraçãodo
contratode trabalho.
Nas
empresasem
que a rotatividade da mão-de-obra for superior a cinco anos, asvantagens advindas
do
incorretopagamento
dos salários serão ainda maiores, pois os~
empregados
perderaoo
direito de requerer na Justiçado
Trabalho a totalidade das verbasSe o
empregado
deixar expirar os dois anos após o seu desligamento,não
maisterá direito a reclamar. Desta forma, para a empresa a reclamação não mais significará
uma
despesa,
ou
melhor, primeiramente ao não pagar os salários corretamente, ela transformouuma
despesa de curto prazoem uma
despesa de longo prazo e finalmente esta despesa de longo prazo deixou de existir.Quando
a rotatividadeda
mão-de-obra for inferior a cinco anos,o empregado
apósdesligar-se
da
empresa poderá recorrer à Justiça de Trabalho tendoo
direito de reclamartodos os salários que
não
lheforam
pagos durante o contrato laboral.Já a empresa terá
como
beneficio o fato de ter prolongado porum
grande períodoum
débito líquido e certo de curto prazo.O
quadro a seguir traz resumidamente os tipos de rotatividade e as respectivasconseqüências sobre
empregado
e empregador.Quadro III.1
Rotatividade da mão-de-obra e suas conseqüências
Conseqüências sobre
Tempo
de Rotatividade Empregado Empregador- Somente pode recorrer as diferenças - Estará obrigado a pagar somente as
salariais dos últimos 5 anos diferenças salariais dos últimos 5 anos
Superior a 5 anos - Os débitos trabalhistas superiores a 5
anos deixam de existir.
- Prolonga o tempo para pagamento
das diferenças salariais.
- Pode recorrer à totalidade das dife- - Prolonga o tempo para pagamento das
Inferior a 5 anos renças salariais ocorridas durante diferenças salariais.
o seu contrato de trabalho. '
Fonte: Elaboração própria
Para melhor entendimento quanto à rotatividade
da
mão-de-obra, procede-se aseguir a elaboração
de
dois exemplos:1° exemplo: Rotatividade superior a 5 anos: -
Empregado
admitidoem
01.01.86 e demitidoem
01.01.96.O
mesmo
poderápromover
uma
reclamação trabalhista até 01.01.98, que é a data limite de dois anos após asua demissão.
Caso o
mesmo
promova
a reclamaçãoem
01.02.96, portantoum
mês
após asua demissão, poderá exigir o
pagamento
dos salários devidos a partir de 01.02.91,ou
seja,5 anos a contar da data
da
promoção
da reclamação (01.02.96 - 5 anos=
01.02.91).O
empregado
de acordocom
a legislação trabalhista perdeu o direito de reaver saláriosdo
pefíøâo de o1.o1.só(z‹1missâ‹›) à~31.o1.91.
20
2° exemplo: Rotatividade inferior a 5 anos:
Empregado
admitidoem
01.01.92 e demitidoem
01.01.96.O
mesmo
poderápromover
uma
reclamação trabalhista até 01.01.98,que
é a data limite de dois anos após asua demissão.
Caso
omesmo
promova
a reclamaçãoem
01.02.96, portantoum
mês
após asua demissão, poderá recorrer a verbas a partir de 01.01.92,
ou
seja, datada
sua admissão.No
que
tange à correção monetária dos débitos trabalhistas, a legislaçãoem
vigorafirma
que:“Os
débitos trabalhistasde
qualquer natureza,quando
não
satisfeitospelo
empregador
nas épocas próprias assim definidasem
lei,acordo
ou convenção
coletiva, sentença normativa
ou
cláusula contratual sofrerão jurosde
mora
equivalentes
à
TRD
acumulada no
períodocompreendido
entrea
datado
vencimento
da
obrigação eo
seu efetivopagamento,
” (Lei n° 8.177/91, In:REVISTA
IOB,
1991, p. 261)Embora,
a lei faleem
juros de mora, cabe aqui ressaltarque
aTRD
-Taxa
Referencial Diária - acumulada apenas expressa a correção monetária
do
período, sendoassim, os débitos trabalhistas serão corrigidos monetariamente a partir
da
dataem
que
seoriginou
o
débito até a datada
elaboração dos cálculos trabalhistas.No
que
se refere aos juros, amesma
lei, anteriormente mencionada,em
seuparágrafo 1°, apresenta a seguinte regulamentação:
“Aos
débitos trabalhistas constantes decondenação
pela Justiçado
Trabalhoou
decorrentes dos acordos feitosem
reclamatória trabalhista,quando não
cumpridos
nas condiçõeshomologadas ou
constantesdo
termosde
conciliação,serão acrescidos,
nos
jurosde
mora
previstosno
“caput ”, jurosde
1%
(um por
cento)
ao
mês, contadosdo
ajuizamentoda
reclamatória e aplicados “pro ratadie ainda que
não
explicitadosna
sentençaou
no
termode
conciliação, ” (Lein° 8.177/91, ln;
REVISTA
1oB,
1991, p. 261)Do
texto acima, vê-seque
os juros somente serão calculados a partirdo
momento
em
queo
trabalhador propõe a reclamação trabalhista,ou
seja, data da autuação.Raul Moreira Pinto, Juiz
do
Trabalho, Presidenteda
1”JC]
dePassos-MG,
publicouum
artigo sobre a incidência de jurosno
crédito trabalhista, deonde
concluiu:“Apesar
de
quase dois milanos
terem se passado, ainda existeo
preconceito:apenas
ao
empreendedor
é possível auferirganhos de
capital.Essa
discriminaçãoao
crédito trabalhistatem modelado o comportamento de
muitos empregadores.
Com
efeito, prefereo
patrãoaguardar
uma
nem
sempre
provável
demanda a
quitaro
débito, pois ficaa
deterum
capitalque
não
é seupor
meses
e anos,sem
remunerá-lo,jogando
aindacom
a
prescrição.E
o
aplicaO
empregado?
A
ele sereconhecem
míseros jurosde
um
por
centoao
mês,a
partir
do
ajuizamentoda
ação. ”Para este magistrado, a solução seria a seguinte:
“Por
todas as razões expendidas e atendendo, principalmente,ao
milenarprincípio
do
'neminem laedere°,entendemos
que os créditos trabalhistasdevem
ser enriquecidos
com
os jurosde
mora, previstosno
artigo 883,da
CLT,
e osdo
artigo 1.063,
do
C. Civil, estesa
partirdo
datado
vencimentoda
obrigação, sejacomo
forma
decompor
osdanos
emergentes (ato ilícito contratual) e lucroscessantes Úuros moratórios 'stricto sensu”). ” _
Pelo lado da empresa, a referida lei
não
poderia ser mais vantajosa, poiso
empregado nada
mais édo
queum
fornecedor, que além de dar trinta dias para pagar osseus serviços, aceita
que
osmesmos
não sejam pagos na sua totalidade,ficando
a diferençapara ser quitada somente
quando
este se desligarda
empresa, me ~a esta diferença serásomente acrescida a correção monetária
do
período e juros, quecomo
já foi analisadonão
são calculados para todo o período.
Pode-se
também
citarque
a Legislação Trabalhista determina somente a correçãomonetária e os juros,
quando
deveriatambém
instituiruma
multa por descumprimento dasleis trabalhistas,
como
ocorrequando do
atrasodo pagamento do
FGTS,
INSS
e demaisobrigações
da
empresa.Sobre o assunto Ulisses Riedel pronuncia-se: _
“Por que
é quea
Justiçado
Trabalhodemora
tanto e tem tantos processos?Porque
não
temos leisfundamentais que obriguem o empregador a pagar
uma
penalidade se ele
não cumpre
com
suas obrigações. Isso sería suficientepara
diminuir consideravelmente os processos.
No
Fórum
Cível,quando alguém
deixa
de
pagar,por
exemplo,pensão
alimentar, está sujeitoa
pena
de prisão,mas
o
empresário que ficaoperando
com
o
dinheirodo
trabalhador,que
o
aplica e
não
paga
o que
deve,não
sofie
penalidade alguma. ”(Fórum
Nacionalsobre Contrato Coletivo e Relações de Trabalho
no
Brasil, 1993. p. 168-169)A
representantedo
Ministério Públicodo
Trabalho, Glória Mellotem
entendimentosemelhante:
“Acho
que deve haveruma
sanção mais
efetivano
tocanteao
descumprimento
das
obrigações, quer legais, quer condicionais,porque o que
se vê hoje éque
a
Justiça
do
T
rabalhovem
sendo utilizadano
sentido de se esperarpara
seprocessar
o
feito.Como
demora
bastante, ésempre mais
lucrativoaguardar
a
promover
o pagamento.
”(Fórum
Nacional sobre Contrato Coletivo e Relações22
Os
próprios Juízesdo
Trabalhotem
conhecimento deque
a legislação trabalhistasomente
vem
a favorecero
empregador.Um
dos grandes seguidores desta corrente éAntônio Álvares
da
Silva - JuizTogado
do
Tribunal Regionaldo
Trabalhoda
3”Região
eProfessor Titular de Direito
do
Trabalhoda
Faculdadeda
UFMG
-que
se mostratotalmente favorável a aplicação de multas administrativas. Transcreve-se a seguir algumas
de suas idéias:
“Como
sepode
admitir queuma
controvérsia, que tenhacomo
conteúdoum
crédito social
possa demorar
váriosanos ou acabar
em
acordos apressados,geralmente lesivos aos direitos
do
trabalhador?Se
a
ação
prossegue,o empregador
temo
privilégiode
pagar
váriosanos
depois
sem nenhuma
sanção,o que
tinhaa
obrigação de haverpago
váriosanos
antes.
O
que o
levaa
agir assim?A
resposta éuma
só:a
impunidade.Temos
que
nos compenetrar desta verdade:quem
violaa
norma
trabalhistanão
deve
apenas
sercondenado
a
repararmas
a
sofrer sanções maiores,de
ordem
patrimonial e pública,
por
causada
macrolesão que pratica,não
sóao
trabalhador
mas
à
classe trabalhadora e,por
viade
conseqüênciaà
própriasociedade ”
A
Uma
interpretação mais administrativado
assunto é dada porGITMAN
(1987, p.314),
mas
que
também
vem
ao encontrocom
o
entendimento atéo
momento
exposto:“Sabendo-se que
uma
empresa não
pode
alterar as leis fiscais e quea
maioriados
arrendamentos exigepagamentos
freqüentes,a
folhade
pagamento
oferecea
melhor
oportunidadede
manipulação
para
a
empresa.As
empresas
não
pagam
seusempregados
antecipadamente,mas
sim deacordo
com
intervalosdefinidos.
Quanto maior
foro
intervalo depagamento a
esses empregados,melhor
para
a
empresa,do
ponto de
vistade
fluxos
de caixa. ”r
Portanto, visto desta forma, é fácil entender
o
grandenúmero
de reclamaçõestrabalhistas existentes
no
Brasil, pois asmesmas
nada
mais sãoque
adiamentosou
mesmo
anulação de dívidas
com
os empregados.3.2
A
morosidadeda
Justiçado
TrabalhoOutro fator de grande importância para este trabalho é justamente averiguar as
trabalhista. Tal
morosidadeé
decorrente das inúmeras fases quecontém
uma
reclamaçãotrabalhista desde a sua
promoção
até a sua conclusão.Uma
reclamação trabalhistatem
seu início na Junta de Conciliação e Julgamento.Nesta instância
temos
quatro fases importantes: a audiência inicial, primeira instrução,segunda instrução e por
fim
o
julgamento.Caso
as partes envolvidas - reclamante e/ou reclamado - não sederem
por satisfeitaspoderão entrar
com
recurso ao Tribunal Regionaldo
Trabalho, segundoJOSÉ
PASTORE
(1987, p. 98),
“em
cerca de80%
dos
processos julgados nas Juntas,há
recursosaos
tribunais superiores -
TRT
eTST
Nesta instância cinco serão as fases principais: entrada,distribuição ao procurador, distribuição ao relator, distribuição ao revisor e julgamento.
JOSÉ
PASTORE
(1987, p. 98) realizouum
estudo para averiguar otempo médio
para a conclusão de
um
processoem
São
Paulo,chegando
a seguinte conclusão:“A
trajetória completa deum
processocom
recursoao
TRT/SP
leva quase 3anos.
os processos
que
estavamno
TRT/SP,em
forma
de recursosdemoraram na
Junta
de
Conciliação eJulgamento
-em
média
-mais
7 meses.Para
dar
entradano
TRT/SP, levaram 11 meses.Para
serem
distribuídosao procurador
consumiram
13 meses.Para
chegarem
àsmãos do
relator e revisor29
e 29,5meses, respectivamente.
E
para
recebero julgamento
final demoraram
31meses!”
Com
o
objetivo de verificar-se qual o prazomédio
para a conclusão deum
processoem
Florianópolis, realizou-se junto a 2” Junta de Conciliação e Julgamento desta cidade,um
estudo estatístico.
O
presente estudo foi realizadoem
66
processos trabalhistas que tiveramrecurso ao
TRT,
encerradosno
período de O5 a 12de
julho de 1996. Ressalta-seque não
houve
preocupaçãoem
selecionaruma
amostra estatisticamente representativa.Conforme
TABELA
IH.l,o
prazomédio
para a conclusãode
um
processo trabalhista ajuizadona
2”de Florianópolis
com
recurso aoTRT
TABELA
111.1Duração média de
uma
reclamação trabalhista na 2°' JC]Ordem
Processo
NO objeto Entrada
Total de Total
Arquivamento Dias de Anos
,-1 106/92 Rec Trab 20/01/92 05/07/96 1628 4,46 N 1063/89 Rec Trab 24/05/89 10/04/96 2513 6,88 U) 114/91 Rec Trab 22/01/91 05/07/96 1991 5,45 -lã 1159/89 Rec Trab 05/06/89 19/04/94 1779 4,87 UI 1190/88 Rec Trab 11/07/88 12/07/96 2923 8,01 O\ 1206/90 Rec Trab 03/09/90 15/12/95 1929 5,28 \l 1273/90 Rec Trab 13/09/90 12/07/96 2129 5,83 OO 1521/90 Rec Trab 05/10/90 12/07/96 2107 5,77 \O 153/90 Rec Trab 12/02/90 19/01/96 2167 1-1O 153/94 Rec Trab 20/05/94 12/07/ 96 784 5,94 2,15 ¡_1 ,-1 1599/91 Rec Trab 19/08/91 12/07/96 1789 |--1N 16/95 Rec. Trab 11/01/95 05/07/96 541 4,9 1,48 P-¡ U3 1607/91 Rec Trab. 19/08/91 19/12/95 1583 4,34 ›-0 -ã 1680/90 Rec Trab 25/10/90 12/07/96 2087 5,72
›-I Un 1696/88 Rec Trab 05/10/88 14/10/93 1835 5,03
|›-I G\ 1735/91 Rec. Trab. 03/09/91 28/05/96 1729 4,74
›-I \I 1754/88 Rec Trab. 18/10/88 15/05/95 2400
›-I O0 1756/90 Rec Trab 09/09/90 10/03/95 1643
6,58 4,5 1-fl \O 1756/91 Rec. Trab 06/09/91 12/07/ 96 1771 4,85 20 182/89 Rec. Trab. 26/01/89 21/09/89 238 0,65 21 1826/91 Rec Trab. 18/09/91 12/07/96 1759 4,82 22 183/92 Rec Trab 05/02/92 11/03/96 1496 23 1980/90 Rec. Trab 06/ 12/90 12/07/96 2045 4,1 5,6 24 205/94 Rec. Trab. 16/06/94 05/07/96 750 2,05 25 2116/91 Rec. Trab. 15/10/91 04/03/96 1602 26 2215/91 Rec Trab 31/10/91 12/ 07/ 96 1716 4,39 4,7 27 227/94 Rec. Trab. 24/06/94 05/07/96 742 2,03 28 2369/91 Rec. Trab. 25/11/91 18/12/95 1484 4,07 29 2408/91 Rec. Trab. 29/11/91 12/07/96 1687 4,62 30 241/93 Rec. Trab 12/04/93 07/07/95 816 2,24 31 2472/91 Rec. Trab 12/12/91 28/05/95 1263 3,46 32 2501/91 Rec. Trab. 17/12/91 11/07/95 1302 3,57 33 263/90 Rec. Trab. 12/03/90 05/07/96 2307 34 297/96 Rec Trab 22/04/96 05/07/96 5 74 6,32 0,2 35 299/96 Rec Trab 22/04/96 12/07/96 81 0,22 36 300/94 Rec Trab 03/08/94 05/07/96 702 37 309/94 Rec. Trab. 05/08/94 15/05/96 649 1,92 1,78 38 315/92 Rec Trab 25/02/92 05/07/96 1592 39 318/96 Rec Trab. 30/04/96 05/07/96 66 4,36 0,18 40 323/96 Rec. Trab. 30/04/96 12/ 07/ 96 73 41 324/91 Rec. Trab. 19/12/91 12/12/95 1454 42 325/96 Rec Trab 30/04/ 96 12/07/96 73 43 326/90 Rec. Trab 27/03/90 12/07/96 2299 0,2 3,98 0,2 6,3 44 332/96 Rec. Trab. 06/05/96 12/07/96 67 0,18 45 337/90 Rec. Trab. 28/03/90 12/07/96 2298 6,3 46 338/96 Rec. Trab 06/05/96 12/07/96 67 0,18 47 339/96 Rec. Trab 06/05/96 12/07/96 67 0,18 48 341/96 Rec. Trab. 07/05/96 12/07/96 66 0,18 49 344/96 Rec. Trab. 08/05/96 12/07/ 96 65 0,18
Duração média
uma
de Florianópolis
com
recurso aoTRT
Processo
ordem
N° objeto EntradaTotal de Total
Arquivamento Dias de Anos
50 345/96 Rec Trab 08/05/96 12/07/96 65 0,18 51 35/94 Rec Trab. 29/03/94 22/01/96 664 1,82 52 351/96 Rec. Trab. 10/05/96 12/07/96 63 0,17 53 376/90 Rec. Trab. 04/04/90 05/07/96 2284 6,26 54 468/91 Rec Trab. 08/03/91 24/01/96 1783 4,88 55 485/90 Rec Trab. 25/04/90 19/12/95 2064 56 486/95 Rec Trab. 08/08/95 07/02/96 183 5,65 0,5 57 592/91 Rec. Trab. 26/03/91 13/09/95 1632 4,47 58 608/91 Rec. Trab. 01/04/91 09/08/95 1591 4,36 59 611/91 Rec. Trab. 01/04/91 05/03/96 1800 4,93 60 616/91 Rec Trab 02/04/91 05/12/95 1708 4,68 61 622/89 Rec Trab. 30/03/89 06/05/92 1133 62 692/91 Rec Trab. 12/04/91 06/ 10/94 1273 3,1 3,49 63 745/89 Rec. Trab. 11/04/89 08/11/93 1672 4,58 64 746/89 Rec. Trab. 11/04/89 08/11/93 1672 4,58 65 962/89 Rec Trab. 12/05/89 27/1 1/89 199 0,55 972/91 Rec. Trab. 20/05/91 09/04/96 1786 4 9 66 ,8 Fonte: 2* J CJ de Florianópolis
26
CAPITULO
IV
4.
A
REPERCUSSÃO
ECONÔMICO-FINANCEIRA SOBRE
A EMPRESA
PRIVADA
Neste capítulo, através de exemplos e cálculos matemáticos, procurar-se-á
comprovar que
tanto a falta de estabilidadeno
setor privadocomo
as falhasna
legislaçãotrabalhista, aliadas à morosidade na conclusão das reclamações trabalhistas, trazem
beneficios para a
empresa
privada,dando
sentido aoenorme
número
de reclamaçõestrabalhistas
que
são promovidas a cada ano.4.1
A
estabilidade e a sua repercussãoeconômica
Conforme
já analisado, para oempregado
a falta de estabilidade acarreta perdassalariais mensais. Para empresa redução de custos de curto prazo e prolongamento
do
prazo para
pagamento
destes custos.A
falta de estabilidadedá
aoempregador
a garantia de queo
trabalhador somente iráreclamar os seus direitos após a sua demissão.
Enquanto
isso não ocorre,o empregador
poderá mensalmente desrespeitar as
normas
trabalhistasem
beneficio de sua empresaou
em
seu próprio beneficio, deixando de pagar
um
valor aqui,um
valor ali, e assim por diante.Uma
maior ênfase deve-se dar ao item hora extra, pois esta traz ainda maisuma
vantagem
para a empresa privadaque
é oaumento da produção
sem
aumento
dos custoscom
mão-de-obra esem
necessidade de investimentos tecnológicos.Um
empregado
contratado para trabalhar 8 horas por dia e
que
realiza 1 hora extra por dia, estaráproduzindo 1/8
(um
oitavo) a mais.Uma
costureiraque
em
oito horas diárias produz40
camisas, se fizer 1 hora extra produzirá mais 5 camisas, totalizando
45
camisas. Entretantoa empresa não
paga
esta hora extra e a costureiranão
promove
a reclamação trabalhistapara
não
perdero
seu emprego. _Sendo assim,houve
um
aumento da
produçãosem
aumento
do
custo variável mão-de-obra.Tem-se
com
isso,uma
maior diluição dos custosde produção, gerando portanto