• Nenhum resultado encontrado

Edificações: proposta de metodologia de valores e desempenho

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Edificações: proposta de metodologia de valores e desempenho"

Copied!
118
0
0

Texto

(1)

01

800

245

UHIVERBIDÀDE FEDERAL DE SÁHTÂ CÁTARIHÀ

PROGRAMA DE PÕS-GRADUAÇAO EH EHGEHHARIA DE PRODUÇÃO E SISTEMAS

Edificações: Proposta de

M e t o d o l o g i a

d e

V a l o r e s

e

D e s e m p e n h o

Antônio Cleber Gonçalves Tibiriçá

Dissertação submetida â

universidade Federal de Santa catarina para a obtenção do grau de

Mestre em Engenharia.

Florianópolis

dezembro de 1988

(2)

E d i f i c a ç O e s : P r o p o s t a de METODOLOGIA BE V A L O B E S E DE SE M PE N H O

A H T O H IO C LEB EH G O H Ç A L Y E S TIBIB IÇA

Esta dissertação foi julgada adequada para a obtenção do titulo de

MESTRE EM ENGENHARIA

na especialidade Engenharia de Produção e sistemas e aprovada em sua forma final pelo Programa de Fôs-Graduação.

Prof, L U IZ F E B H A H B O M A H L M A N H H E IH E C K , Pft,D, Orientador

-Prof, RIC A BDO MI R A H D A B A R C IA , Ph,D, Coordenador do curso

Banca examinadora

Preside,

P r q f } / P a u l o Matóm cio/ Selig, M ,sc, CQ-orientaàor

E n g 1, M a r í a Angélica Covelo Silva, M.Sc. Co-orientaüora

P r o f, J <3>

(3)

m in iia e s p o s a , Marllia, p elo a m o r e a p o io c o n s t a n t e s m e u s f i l h o s , Alvar'o e C r is tia n o , f o n t e s de a l e g r i a m e u s p a i s , Messias e M aria, p o r m i n h a fo r m a ç ã o

(4)

IV

AGRADECIMENTOS

Ao P r o f e s s o r L u i z F e r n a n d o H a h lraan n H e in e c K , s em p r e aberto» a- tencioso e a t iv o d u r a n t e todo o seu p erío d o de o r ie n t a ç ã o . M u it o o- b r ig a d o p elas sugestõ es e q u e s t io n a m e n t o s : p r o v o c a r a m r e fle x G e s p r o ­ f u n d a s e a j u d a r a m a s u p e r a r m u it a s b a r r e ir a s . Agradeço-o, a in d a , por todo o tem po e t r a b a l h o d e s p e n d id o s comigo.

Ao P r o fe s s o r P a u lo M a u r í c io Selig, q u e o f e r e c e u a d i s c i p l i n a A- n â lise de V a lo r , a q u a l a c a b o u s u b s i d i a n d o o tem a d e s t a d is s e r taç ã o . Agradeço-o pelo apo io d a d o , p a r t i c u l a r m e n t e n a p a r t e de A n á lis e de Valores.

A E n g e n h e i r a M a r i a A n g é lic a Covelo S ilv a, pela p ac iê n c ia e acom­ p a n h a m e n t o no d e s e n r o l a r d e s t a d is s e r ta ç ã o . A g rad e ç o - a pelo estim ulo e d e d ic a ç ã o e p o r a u x ilia r - m e especialmente n a p a r t e de desem penho.

Ao P r o fe s s o r Jo ão M á r io Csillag, sou g rato p o r s u a p restim osa e c o n s ta n te a ten ç ã o as m i n h a s solicitaçOes, e pelas c r i t i c a s e suges- tCSes m a n i f e s t a d a s s o b r e este t r a b a l h o .

A P r o fe s s o r a Olga R e g in a C ardo so , pelas t r o c a s de id é ia s , c r i ­ ticas, sugestD es e i n c e n t i v o .

Aos colegas q u e no dia-a-dia dos nossos t r a b a lh o s p a r t il h a r a m ura pouco do s e u p re c io so tem po e deram a s u a atenção ao crescim ento do e s p ir i t o de f r a t e r n i d a d e .

As f u n c i o n á r i a s Z e lit a e M a r g a r e t e , d a s e c r e t a r i a do C u r s o de P ó s- G ra du a ç ã o em E n g e n h a r i a de Produção pelo p r e s t a t iv o atendim ento.

Aos P r o fe s s o r e s R e n a t o José A b r a m o e Jo sé N a t a l i n o do N a s c i­ m ento, d a U n iv e r s id a d e F e d eral de J u i z de Fora, a m i n h a gratidão.

A U n i v e r s i d a d e F e d e r a l de Viçosa, em especial aos c o m p a n h e ir o s do D e p a r t a m e n t o de E n g e n h a r i a Civil, por todo o in c e n t iv o e apoio p a ­ r a a r e a liza ç ã o d e s t a d is s e r t a ç ã o .

(5)

V S U M A R I O L i s t a d a s f i g u r a s ... . . . . v i i i L i s t a dos q u a d r o s . ... i x R esum o... ... x A b s t r a c t . . ... ... x i C a p i t u l o I - 0 PROBLEMA EM P E R S P E C T IV A ... t 1 . 1 - D e f i n i p B e s de term os e de a b r e v i a p G e s ... i 1 . 2 - F o rm u la p ã o da s it u a p S o - p r o b l e m a ... 2 1 . 3 - O b j e t i v o s do e s t u d o ... 3 1 . 4 - J u s t i f i c a t i v a ... 4 1 . 5 - Q u e s t S e s a i n v e s t i g a r ... 4 1 . 6 - H i p ó t e s e s ... .... ... 5 1. 7 - P r e s s u p o s t o s c o n c e i t u a i s . . ... . 5 1 . 8 - O r g a n i z a p â o do r e s t a n t e do t r a b a l h o . . ... 6 1 . 9 - C o n s i d e r a p B e s a d i c i o n a i s so bre o u s o dos c o n c e i t o s de desem penho e de v a l o r e l i m i t a p C e s que devera s e r s u p e r a d a s ... .... ... . 7 C a p i t u l o I I - INTRODUÇÃO... 9 2. 1 - A M e t o d o l o g i a de V a l o r e s ... 9 2. 2 - A u t i l i z a p â o do c o n c e i t o de desem p enh o ... 10 2 . 3 - G e rê n c ia de F ro d u p ão e E n g e n h a r ia de P r o d u t o ... 11

\

C a p i t u l o I I I - O PENSAMENTO S IS T Ê M IC O PARA A CONCEPPAO E PRODU-PAO DE E D IF IC A Ç Õ E S ... ... 14 3. 1 - O p r o d u t o e d i f i c a p ã o . . ... 14 3. 2 - O p r o c e s s o de p ro d u p â o de e d i f i c a p B e s . ... 15 3. 3 - O p ensam en to s i s t ê m i c o . . . . I ... 16 3. 4 - A q u e s t ã o da h i e r a r q u i a em a b o r d a g e n s s i s t ê m i c a s . . . 16 3. 5 - O g e r e n c ia m e n t o do p r o c e s s o p r o d u t i v o da e d i f i c a p ã o . 21

(6)

3. 6 - O c i c l o de v i d a e a c o n cep p â o de m o d e lo s . . . . 22

C a p it u lo IV - O CONCEITO DE DESEMPENHO: c o n sid e r a p õ e s m etodoló­ g ic a s p a r a a sua a p l ic a p & o ... 25 4. 1 - O c o n c e i t o de d e s e m p e n h o ... .... 25 4. 2 - O u s o do c o n c e i t o de d e sem p e n h o ... 26 4. 3 - B e f i n i p B e s ... 26 4. 4 - I d e n t i f i c a p â o dos a g e n t e s a m b i e n t a i s r e l e v a n t e s e d a s n e c e s s i d a d e s dos u s u á r i o s . ... 29 4. 5 - D e f i n i p ã o dos r e q u i s i t o s dos u s u á r i o s ... 31 4. 6 - D e t e r m in a p â o dos r e q u i s i t o s de d e s e m p e n h o ... 33 4. 7 - Deterrainapâo dos c r i t é r i o s de d e s e m p e n h o ... 34 4. 6 - D e f i n i p â o das p r o p r i e d a d e s em u s o ... 35

4. 9 - D e t e r m in a p á o dos a t r i b u t o s de desem p enh o . . . . 37

4. 10 - E f e i t o s do c o n c e i t o de desem penho n a i n d ú s t r i a da c o n s t r u p á o ... 37

C a p it u lo V - A m eto d o lo g ia de tra b a lh o p a ra A N ALISE DE VALORES. . 39

5. 1 - G e n e r a l i d a d e s . ... 39 5. 2 - A n á l i s e de V a l o r e s , E n g e n h a r i a de V a l o r e s e G e r ê n c i a de V a l o r e s ... .... ... 39 5. 3 - M e t o d o l o g i a de V a l o r e s ... 4 0 5. 3. i - C om po n en tes b á s i c o s da m e t o d o l o g i a ... 4 0 5. 3. 1. i - A b o rd a g e m f u n c i o n a l ... 4 0 5. 3. 1. 2 - T é c n i c a s de c r i a t i v i d a d e ... 41 5. 3. í. 3 - E s f o r p o nnil t i d i s c i p l i n a r . . . . 41 5. 3. 1 . 4 - R e c o n h e c im e n t o e c o n t o r n o de b l o ­ q u e i o s m e n t a i s ... 42 5. 3. 2 - O c o n c e i t o de v a l o r ... 42 5. 3. 2. 1 - A equapâo do v a l o r . ... 4 4 5. 4 - A n á l i s e f u n c i o n a l . ... 45 5. 4. 1 - F un p âo ... \ 46 5. 4. 2 - I d e n t i f i c a p â o e d e s c r ip â o de f u n p B e s ... 4 7 5 . 4 . 3 - C l a s s i f i c a p â o d as f u n p B e s ... 4 7 5 . 4 . 4 - A v a l i a p â o f u n c i o n a l . , ... 4 9 5. 4. 5 - D ia g r a m a p ã o F A S T ... 51 5. 5 - O P l a n o de T r a b a l h o ... 51 5. 5. 1 - E t a p a s do P l a n o de T r a b a l h o ... 53 vi

(7)

5 . 5 . 2 - E xe m p lo s de p l a n o s p a r a c o n s t r u p B e s c i v i s e

i n s t a l a p O e s . ... 54

5. 6 - E f e i t o s da MV n a i n d u s t r i a da C o n s t r u p â o C i v i l . . . . 55

C a p it u lo V I - METODOLOGIA DE VALORES E DESEMPENHO: proposta p a ­ ra e d i f i c a p O e s ... 56 6. 1 - B a s e c o n c e i t u a i ... .... 59 6. 2 - O P l a n o de T r a b a l h o . . . . 60 6. 3 - S u b p r o c e s s o de i n v e s t i g a p â o ... 63 6. 3. i - F a s e de p r e p a r a p S o . ... 63 6. 3. 2 - F a s e de i n s t r u p ã o ... .... 65 6. 4 - S u b p r o c e s s o de d e f i n i p â o c o n c e i t u a i ... 7 0 6. 4. 1 - F a s e de o r i e n t a p ã o ... 70 6 . 4 . 2 - F a s e de a v a l i a p â o de f u n p G e s ... 72 6. 5 - S u b p r o c e s s o de d e s e n v o lv im e n t o . . ... 75 6. 5, í - F a s e de a n t e p r o j e t o ... .... ... . 76 6. 5. 2 - F a s e de j u l g a m e n t o ... .... ... 72> 6. 5. 3 - F a s e a n á l i s e c r i t i c a ... .... ... Ô0 6. 6 - S u b p r o c e s s o de m a t u r id a d e . ... 62 6. 6. 1 - F a s e de d e t a lh a m e n t o . ... 62 6. 6. 2 - F a s e de im p la n t a p ã o . ... 64 6. 6. 3 - F a s e de m o n it o r a p â o ... 65 6. 7 - C o n s i d e r a p B e s a d i c i o n a i s . . ... 66 C a p it u lo V II- CONSIDERApOES F IN A IS . ... - ... 66 7 . 1 - S u m â r i o . ... 66 7. 2 - C o n c l u s G e s ... .... ... 69 7. 3 - R eco m en da p B es p a r a f u t u r o s t r a b a l h o s ... 91

REFERENCIAS B IB LIOG R Á FIC AS... 93

B i b l i o g r a f i a s u p l e m e n t a r .. ... 99

ANEXO I : D iagram as FAST. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 103

(8)

viii

LISTA DAS FIGURAS

C a p i t u l o I I I

F i g u r a i - C i c l o do s is t e r a a - e d if ic a p â o ... 2 C a p i t u l o I I I

F i g u r a 2 - C o n d i c i o n a n t e s do s i s t e m a . ... 14 F i g u r a 3 - C i c l o b á s i c o das a t i v i d a d e s de p ro dupâ o do sistem

a-- e d if i c a p â o ou de p a r t e c o n s t i t u i n t e do s i s t e m a .. . 16 F i g u r a 4 - C a r a c t e r í s t i c a s de o r g a n iz a p â o do p ensam ento p a r a a a bo rda gem de p r o b l e m a s ... .... 18 F i g u r a 5 - F l u x o p a r a d e t a l h a m e n t o de m o d e l o s ... 24 C a p l t u l o IV F i g u r a 6 - F lu x o g r a m a p a r a u s o do c o n c e i t o de desem penho. . . . 27 F i g u r a 7 - M o d e lo r e l a c i o n a l , u s u â r i o /s i s t e m a - e d i f i c a p â o , s u g e ­ r i d o p o r C r o n b e r g ^ ... ... 29 C a p i t u l o V F i g u r a 8 - H ex ag ra m a c a r a c t e r í s t i c o dos v a l o r e s ... 43 F i g u r a 9 - D i s t i n p ã o da MV p a r a as t é c n i c a s de red u p ã o de c u s ­ t o s ... .... 50 C a p i t u l o V I F i g u r a 10 - E v o lu p â o do P l a n o de T r a b a l h o p r o p o s t o p a r a a M e t o ­ d o l o g i a de V a l o r e s e D esem penho. . . ... 62 A n e x o J F i g u r a 10 - D ia g r a m a FAST’ p r o p o s t o p o r R u g g l e s ... 104 F i g u r a 11 - D ia g r a m a FAST p r o p o s t o p o r P a r k - W o jc ie c h o w s k i. . . . 105 F i g u r a 12 - D ia g r a m a FAST p r o p o s t o p or F o w l e r - S n o d g r a s s ... 10 7

(9)

ix

LISTA DOS QUADROS

C a p it u lo IV Q u a d r o 1 - N e c e s s i d a d e s dos u s u á r i o s . . ... ...30 Q u a d ro 2 - L i s t a de a g e n t e s a m b i e n t a i s a t u a n t e s n a e d i f i c a p â o . . 32 Q u a d r o 3 - L i s t a de p r o p r i e d a d e s em u s o ... ...36 C a p it u lo V Q u a d ro 4 - M o d e lo de p l a n i l h a p a r a a v a l i a p â o de f u n p C e s ... ... 4 9 Q u a d ro 5 - P l a n o de T r a b a l h o co nform e DoD H a n d b o o K 5 0 1 0 25. . . . 52 C a p it u lo VI Q u a d r o 6 - D e s d o b r a m e n t o da M e t o d o l o g i a de V a l o r e s e D esem pen h o 61 \

(10)

K

RESUMO

Este trabalho visa ao desenvolvimento de uma metodologia voltada para a area de edificações, embasada nos conceitos de desempenho e de análise de

valores-A pesquisa desenvolvida consistiu em um estudo geral da Teoria dos Sistemas e aa metodologia para Engenharia de valores, e em um es­ tudo especifico do uso do conceito de desempeníio na Construção civil-A assimilação do pensamento sistêmico e o entendimento dos con­ ceitos de desempenho, funçao e valor sao essenciais para que uma me­ todologia que englobe as suas características possa ser aplicada & engenharia do produto edificação e ao gerenciamento da produção de e- dificlos.

Pensando nisto é que nesta dissertação apresenta-se, como con­ tribuição ao campo da produção de edificações no Brasil, ura modelo sistêmico que possibilite fazer um tratamento conjunto do que Hoje, isoladamente, 6 praticado como um trabalho de analise de valores ou como uma aplicação do conceito de desempenno em produtos da cons­ trução civil.

A montagem de um sistema de informações e a disponibilidade de uma base de dados facintarao o emprego da metodologia aqui proposta, isto é requerido face ao grande intercâmbio de dados e a constante necessidade de retroaçao das informaçoes obtidas ao longo da

aplicação da metodologia. x

A estrutura metodológica proposta t um modelo para anAlise, de­ senvolvimento, implantação e acompanhamento do ciclo que envolve a vida de uma edificação.

(11)

Xi

ABSTRACT

TIQA&-<Eo P»fy 5>£z'syp*l

t h i s study aims at the development of a methodology m the area

of building, based on concepts of performance and value analysis-Tne research carried out consists of a general study of the Systems Theory and the Methodology of Value Engineering, as well as a specific study of the concept of performance in civil construction.

The assimilation of systematic thought and the understanding of the performance, function and value concepts are essential for the methodology which brings together their characteristics to be applied to the engineering of the building product and to building production management.

With these factors in mind, this dissertation presents, as a contribution to the field of building production management in Brazil, a systemic model which would maKe possible a joint treatment of all the above-mentioned factors to replace the current isolated studies of either value analysis on the one hand or the application of the concept of performance to civil construction products, on the other.

The assembling of an information system and the availability of a data base will facilitate the implementation of the methodology proposed here. This is demanded in view of the considerable interchange of data and the constant need for feedbacK of the information obtained throughout the application of the methodology.

The methodological structure proposed is a model for analysis, development, implementation and follow-up which comprise the life­ cycle of a building.

(12)

0 PROBLEMA EM PE8SPECTIYA

capitulo I

Muito se tem ouvido e discutido a respeito da transitoriedade dos modelos econômicos aplicados no Brasil e dos mumeros problemas resultantes era todas as atividades setoriais.

No meio de tantas atividades setoriais, encontra-se a Construção Civil, Nesta, em especial, surgem os problemas relacionados a produ­ ção de edifícios; aqui, cabe destacar as carências verificadas na construção de moradias e a insuficiência de edificações que dao su­ porte as atividades produtivas, notadamente no setor

agropecuário-Com o uso de técnicas muiticritenais, estas carências podem ser mais facilmente superadas, Para isto, devem ser desenvolvidos estudos que permitam o avanço de técnicas que propositem o cumprimento simul­ tâneo dos fatores e objetivos que respeitam tanto o comportamento do sistema-edificaçao (desempenno do edifício e de suas partes) como a tudo aquilo que usuários e produtores estao dispostos a trocar para que as suas exigências sejam atendidas (problemas de valores).

Portanto, a necessidade de realização destas condiçoes sob a mesma base conceituai, m clta a uma reflexão profunda do papel da Construção civil, seus métodos e técnicas, seja do ponto-de-vista projetual, seja no aspecto da pratica construtiva, requerem uma abor­ dagem mais para a efetiva rèalização dos interesses do binômio usua-

nos-produtores-1

.

1

. D efim ço e* <te term os e de ab reviaçõ es.

(13)

2 - Desempenno: comportamento esperado para a pressuposta vida

tt-tll de um determinado produto (sistema-ediflcacao ou parte) ou para um processo de construção de e-dific io s (atividades isoladas ou agrupadas).

- Funcao: è toda e qualquer finalidade que um produto (ou parte sua) realiza, sob determinadas condipOes de exposição e critérios de desempenno, e torna possível a s a t is ­ fação de u s u & r io (s )/p r o d u t o r (e s ),

- Valor: atributo que ju s t ific a a r e a l i2acao ou a obtencao de um produto para uso.

- ISO : international organization standardization. - CIB : consell International du Bâtiment.

- IPT : Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de sac Paulo S, A.

- KORIE : KUcieo orientado para a inovacao da Edificação. - GT : Grupo-Tarefa, ou Grupo de Trabam o (equipe

multidisci-p i m a r ) .

- AV : Análise de Valor(es). - EV : Engennaria de vai o r (es). - GV : Gerenciamento de Valor(es). - MV : Metodologia de valor(es).

- MVD i Metodologia de valores e Desempenno. - SAVE: Society of American value Engineers.

- v d i: v e r e m Deustcner ingemeure.

i. 2. Formulação da situação-problema,

Tendo em vista as considerações anteriores, feitos contatos com p rofissionais de Engennaria e apos um levantamento para investigar formas de como se tratam os problemas de desempenno e de valores (projetual e construtivamente), observou-se, em termos de pesquisas para a construção c iv il brasileira, uma falta de m tegracao dos fato­ res de desempenno com os de valores na analise do ciclo de vida do

\

sistema-edificacao (ou dè partes deste sistema). Esta integração exige um aprofundamento acen­ tuado de estudos (que demandam longo pra2o), para que se equacione, correta e conjuntamente, os con­ ceitos de desempenno e de valores, concebidos se­ gundo um cicio sistêmico. A concepcao segundo um ciclo sistêmico e uma importante consideracao para

lomtontfo / / \\ Projeto ^ Coutmfio Figura i - ciclo ao íisteoa-eíifiwio,

c

(14)

o processo de produpao de edificações, devendo ser entendido como a realizapao do apresentado na Figura 1.

o tratamento conjunto destes dois conceitos sob ura mesmo sistema para valores e desempenno pode, supoe-se, aumentar a eficiência <10

processo de produção de edificações (ou de suas partes), tanto ao longo do planejamento como na obtenção de uma solução física para o objeto de estudo, Para conseguir tal sistema, cabe, inicialmente, em­ preender um trabam o de aglutinação metodológica para os conceitos de valores e de desempenno, aplicados conjunta e funcionalmente; noje, um e outro sao abordados independentemente na construção

civil-Vem a propósito, portanto, encontrar opçOes capazes de combinar, adequadamente, as metodologias mais empregadas para valores e para desempenno, ate mesmo como uma forma de transição dos modos de atuar e de pensar encontrados nos meios produtivos da con&truçao civil- Vale ressaltar que multas estratégias podem ser apresentadas para realizar, conjugadamente, o proposto pelas metodologias de valores e desempenno para aplicações em sistemas-edificaçoes (ou partes).

Assim, o presente trabaino busca constituir-se em uma proposta inicial, desenvolvida em fases, cuja mtençao é unificar sob o mesmo sistema de trabam o (cap, 6), as metodologias de desempenno (cap. 4) e para analise de valores (cap, 5).

segundo este pensamento, procurar-se-A estabelecer uma sistemá­

tica geral, que seja flexível e possa ser adaptavei as

características do objeto a ser elaborado, A aplicação da sistematica proposta € feita por uma equipe multidiscipimar envolvida com o processo de produção de edificações.

1,3. Objetivos <lo estudo.

Embasados em um estudo sistémico para os elementos da literatura e para as informaçoes obtidas em contatos com profissionais (arquite­ tos, engenneiros projetistas, professores, engenneiros de obras, con­ sultores), os objetivos do presente estudo sao:

1, v e r ific a r as características próprias de cada metodologia: a de valores e a de desempenno;

(15)

s. investigar condições que possam propiciar relacionamentos entre as duas metodologias consideradas, sob o ponto-de-vis- ta funcional;

3, propor o modelo basico para uma Metodologia de valores e De- sempenno a ser testada, na pratica, na area de edificações.

1,4. J u s t i f i c a t i v a .

com este trabam o procura-se dar uma contribuição ao modo de conduzir o processo de produção de edificações.

a o se propor uma Metodologia de Valores e Desempenno, busca-se oferecer condições para um novo modo de trabamo. Com isto, espera-se que a base conceituai do modelo em proposição possa se tornar eficaz no auxilio as decisões técnicas e gerenciais, permitindo que se atue de forma racional, e nao especulativa.

conseqüentemente, este estudo visa a organização e geração de uma alternativa metodoiogica u m c a para valores e desempenno, que possa funcionar como um elo de aproximação entre os envolvidos em trabam os nestes temas.

A metodologia proposta neste trabamo visa nao sô a determinação das condições para se fazer uma análise conjunta de funções, custos e desempenno relacionados com a produção de edificações, mas também requer avaliações continuas dos processos e produtos relacionados com o sistema-edificaçao.

Face ao grande relacionamento entre as areas de Gerencia da Pro­ dução e de Engenüaria de Produto, espera-se com esta dissertação co n tribuir para o desenvolvimento destas areas, notadamente a Engennaria de Produto, pouco explorada e carente de meios e esforços de produção cientifica no Brasil.

1.5. Questões a

investigar-Procurar-se-ao as similaridades entre as metodologias empregadas na utilização do conceito de desempenno e na analise de valor(es) e a possibilidade de combinar estas metodologias sob a mesma base con­ ceituai, para a Construção civil.

(16)

Sendo possível o desenvolvimento de uma metodologia conjunta para analisar valores e desempenho em edificações, caberá entao deli­ near as características que deverão guiar uma tal metodologia com vistas a produção de edificações.

1.6. H ip ó t e s e s .

o lançamento dos objetivos do estudo tem como premissa basica que uma metodologia de valores e desempenho pode ser perfeitamente a- plicdvel ao processo de produção de edificações, sendo capaz de pro­ porcionar/produzir resultados significativos na avaliação do sistema- -edificaçao e suas partes.

Aiem disso, supoe-se que tal metodologia permitira superar téc­ nicas de uso corrente na construção civil, empregadas para analise e gerenciamento do processo produtivo de edificações.

a s hipóteses derivadas da premissa bdsica sao formuladas em suas

formas nula e alternativa:

Hq : A combinação dos tratamentos metodológicos para valores e desempenho, sob a mesma base conceituai, e possível e vai lda.

Ht : Hg e falsa.

1.7, Pressupostos conceituais.

Do exposto ate aqui, ficam subjacentes os seguintes pres­ supostos:

- uma das formas de expandir os estudos de valores e desempenho no Pais, e difundir meios que possibilitem o emprego alterna­ tivo e conjunto destes dois conceitos, a partir da otimi2acao dos recursos disponíveis, principalmente os recursos humanos; \

- a metodologia em proposição, constitui-se em uma alternativa para trabalhar com valores e desempenho, tendo em vista a aplicapao simultânea destes conceitos na otimização dos re­ cursos disponíveis para o processo de produpao de edificações; subentende-se, dal, que a validade efetiva de uma Metodologia de valores e Desempenho (MVD) devera se manifestar na avaliação dos resultados reais, os quais deverão se situar

(17)

praticamente conforme o que for identificado e o que for de­ finido nos objetivos, isto corresponderia, de fato, a r e a li­ zação das exigências de usuários e de produtores,

1. d. Organização do restante do trabalho.

0 desenvolvimento do trabam o e o de uma pesquisa descritiva, apresentada de acordo com a metodologia cientifica, o procedimento adotado e o de conduzir uma investigação básica sobre os conceitos de valores e de desempenno. cruzadas as informações dal resultantes, procura-se, entao, de forma sistemática, re alizar o objetivo final deste estudo: a proposipao de uma Metodologia de Valores e Desempenno aplicável ao processo de produpao de edificações.

Para a concretização das metodologias de valores e de desempenno sob a mesma base conceituai, recorre-se a uma revisão extensa e in ­ tensiva da b ib lio g ra fia relacionada com os temas envolvidos.

Assim, a estrutura sobre a qual o trabam o se organiza compoe-se de sete capítulos, sao eles:

Capitulo i: o problema e apresentado e definido, os objetivos sao ex­ postos e justificados, as nipoteses sao determinadas e, ainda, sao descritos os pressupostos conceituais, a or- ganizapao do trabam o e as limitações.

capitulo 2: uma breve revisão sobre as areas relacionadas com este trabam o e apresentada.

capítulo 3; o uso do pensamento sistêmico para a conceppao e a pro­ dupao de edificações e o tema sobre o qual versa este capitulo. Aqui se abrigam as considerações mais gerais sobre o produto edificação, sob o ponto-de-vista da Teo­ ria dos Sistemas, sao apresentados os condicionantes pa- ra o processo produtivo da edlficapao, as característi­ cas do modo de pensar sistêmico, as considerações para se proceder a uma divisão nier&rquica e os aspectos para a conceppao de modelos sistêmicos.

capitulo 4: neste, apresenta-se um dos modos de abordar as questões relativas ao uso do conceito de desempenno, segundo a metodologia originaria do c i b.

(18)

capitulo 5: neste capitulo expoera-se os principais elementos envolvi­ dos em um trabam o com a metodologia de v alo r(es). Ko desenvolvimento do capitulo, mostram-se os conceitos bá­ sicos que sao o centro de atenp&o da MV: funcao e valor. A realização objetiva destes depende de como a equipe m uitidlsclplinar <GT) conduz o Plano de Trabaino u t i l i ­

zado peia MV.

capitulo 6; a proposta de uma Metodologia de Valores e Desempenno (MVD) e o assunto deste capitulo, Keie se delineia a forma de como se entende ser possível combinar valores e desempenno para a solucao de problemas relativos a pro­ dução de edificações. A proposta desenvolve-se segundo dez fases, distribuídas ao longo de quatro subprocessos, procurando-se caracterizar cada etapa segundo as idêlas gerais que devem reBfcas.

capitulo 7; o fecnamento do trabam o ocorre neste capitulo, no qual sao apresentados o sumario, as conclusões e as recomen­ dações para trabam os futuros.

1.9. Considerações adicionais sobre o uso dos conceitos de desempenho e de valor e limitações que devem ser superadas.

As questões de desempenno e de valores tem se revelado relevan­ tes, sobretudo nos palses desenvolvidos, o que os tem permitido con­ seguir substanciais avanços no gerenciamento dos processos tecnológi­ cos inovadores, inclusive no campo da produção de

edificações-os estudedificações-os de valores e de desempenno dependem de uma divulgação maior destes assuntos no meio profissional da Engennaria e da dispo­ sição dos profissionais qualificados em promover e atestar os resul­ tados decorrentes do emprego destes conceitos.

se o nttmero de profissionais connecedores destes conceitos è re­ duzido, entao à preciso empreender uma ação racionaiizadora e con­ junta dos especialistas e das instituições, no sentido de expandir e otimizar as atividades de pesquisa sobre estes temas e transferir tecnologia. (Neste aspecto cabe observar, em especial, que a produção de nabitaçoes vem se dando a margem do connecimento tecnológico e- xistente, atestando a necessidade de transferência de tecnologia.)

(19)

Assim, quanto mais rapido um pais em desenvolvimento como o Bra­ sil, tomar conhecimento, adaptar e aplicar estes conceitos a sua rea­ lidade, menores serao as implicações e os desgastes para o cresci­ mento de todos os setores envolvidos com o processo produtivo

(20)

edifi-Capitulo II

INTRODUÇÃO

2,1. A Metodologia de valores.

A m v compreende uma serie de técnicas de analise que direcionam as ideias desenvolvidas nos estudos de produtos, em termos de funções, ao m ves de considerar as partes constituintes (componentes ou elementos).

sob este enfoque, o conjunto de técnicas foi sistematizado e utilizado inicialmente por Lawrence D. Miles, em fins da decada de quarenta, sob a designação de Análise do valor (AV).

A partir da divulgação da a v, ela expandiu-se e consolidou-se

nos EUA como uma poderosa técnica para resolução de

problemas-A divulgação, aceitação e uso da a v levou â criação da s a v e

(Society of American value Engmeers), em 1959, a qual foi, inegavel­ mente, a grande responsável pela expansão, desenvolvimento e interna­ cionalização desta 'metodologia. Em 1962, o Departamento de Defesa dos EUA passava a adotà-la oficialmente, sob a denominação de Engenharia de valores.

Desde a sua divulgação, ela tem sido aplicada em mtimeros tra­ balhos de diferentes áreas, produzindo melhorias e economias signifi- cantes.

Fora dos EUA, a sua aceitaçao se deu notadamente em fpalses como: Canada, Inglaterra, França, Alemanha, Holanda, Itdiia, Japão, Africa do Sul, etc.

No Brasil ela foi introduzida em 1971, pela Mercedes-Benz. A partir dal diversas empresas tem procurado

(21)

aplicâ-la-10 Em termos de Construção Civil, as principais contribuições tera sldo dadas por:

- nos EUA: Del 17 lsolaK'zî'a, O 'B rien11, Macedo/Dobrow/O'RourKe, FarKer;

- no Canada: cnutter, cnarette, Bowen;

- na Franc a: Litaudon31, Urien, Janneteau/Dutnu, Personne, Pl-nard/Jouvent;

- na Alemanna Ocidental: Burcnard; - na Holanda: Diepeveen28, Benes*;

- na It â lia : Dandri21, cannavo, Meregaglia, Kiccolai; - na Hungrla: SzoKe*1;

- no Japao: Egusni, Baba3; - na Polônia: HadjuK;

- na Turquia: Aral2; - na Austrália: Law33;

- na Dinamarca: Pedersen*3;

- na suipa: Cslllagny, Bonanomi/Antipas/Garnier/Troumbounis; - na Inglaterra: Lemessany, Morris38, PollocKH.

Todavia, ate aonde o autor desta tem ciencia, em nennuma parte da literatura pesquisada encontrou-se registro de trabainos que usa­ ram a MV, no Brasil, para construções

civis-2.2. A utilização do conceito de

desempenno-As pesquisas sobre o desempenno de materiais, partes constituin­ tes de edifícios e dos próprios sistemas-edificaçâo surgiram após a II Guerra Mundial. Naquela época, estudos sobre racionalização tive­ ram um grande impulso. A meta era reconstruir a Europa o mais rapida­ mente

possivel-Entretanto, uma intensificação sobre as pesquisas nesta area só ocorreu com o surgimento da crise econômica mundial, no principio dos anos setentas. A partir de entao, tornou-se imperativo a racionaliza­ ção dos custos em todos os níveis, assim como evidenciou-se a questão da qualidade a nível de projeto e de construção de edifícios.

Porém, decorridos tantos anos, ainda e acentuado o desconneci- mento do conceito de desempenno nos meios académicos e profissionais- Falta, como na MV, uma divulgação maior, alêm do natural desinteresse de muitos em incorporar as considerações relacionadas a este conceito ao processo de produção de edifícios; tais considerações exigem a in­ tegração de vários fatores influentes no comportamento global das e-

(22)

dificaçoes-Por outro lado, os bons resultados decorrentes da prática deste conceito por aqueles que o tem considerado nos diversos campos de atividades em que vem sendo empregado, demonstra a importância que e preciso dar a este tema.

O seu uso se estende desde a seleção de novos materiais ate â previsão de comportamento e de durabilidade para um produto, sob as condições de exposição a que provavelmente ficara sujeito no tempo.

o exame atento dos fatores requeridos em um estudo que leva em conta a questão do desempenno, repercute favoravelmente por ocasião da avaliação de desempenno, quando, entao, percebem-se os seus efeitos, traduzidos em termos de significativas economias.

Muitas contribuições individuais e institucionais vem se mani­ festando neste campo. Pode-se destacar, no exterior, as pesquisas e trabam os de cunno institucional como os divulgados pelo CIE15*16 (Conseil International du Bâtiment), pelo RILEM (Reunion Internatio­ nal de Laboratories d'Essais et Recnercnes sur les Materiaux et les Constructions), pelo c s t c (centre scientlfique et Tecnnique de la Construction), pela ASTM (American society for Testing and Mate­ rials), pelo D a m s n Building Researcn Institute, etc. in div idu a l­ mente, podem ser citados os trabalhos de Parsons'2, scnodecK45, Ca- mous1J, Blacnere®, Harrison2*-28’28, etc.

Ho Brasil, trabainos tem sido desenvolvidos a partir do final da decada de setenta. Merecem destaques os esforços do n o r i e (Kttcleo

Orientado para a Inovação da Edificação) na universidade Federal do Rio Grande do Sul e os do IPT30 (instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de sao Paulo S.A.).

2.3. Gerencia de Produção e Engennaria de Produto.

Em termos de produção, os estudos de valores e de desempenno estao diretamente relacionados âs areas de Engennaria de Produto e de Gerencia de

Produção-A Engennaria de Produto e uma das areas da Engennaria de Produ­ ção que se volta para a pesquisa e o desenvolvimento de produtos. Ho Brasil, a enfase a ela e consequência da necessidade de minorar os problemas de dependência tecnológica e de vulnerabilidade do Pais neste setor.

(23)

12 A Gerência de Produção ê uma outra ârea dentro da Engenharia de Produção que objetiva a pesquisa e o desenvolvimento de sistemas ge­ renciais. E uma ârea de fundamental importância para a construção ci­ vil, notadamente no que visa a superação das carências citadas na abertura do capitulo 1. Ao longo dos estudos bibliográficos requeri­ dos por este trabalho, pôde-se perceber que muitos aspectos das meto­ dologias abordadas nesta dissertação tem por base os conceitos geren­ ciais e sistêmicos abrangidos por esta ârea. No que diz respeito â produção de edificações, ainda esta pouco explorada no

Brasil-A integração destas âreas proporciona melhores condições para o Planejamento de componentes, do próprio produto ou ainda de algum processo de produção ligado a

edificações-Esta integração requer a compreensão e o pleno uso dos conceitos inerentes a valores e a desempenho. Isto ê relevante na medida em que, na realidade da Construção civil, deveria ocorrer um forte rela­ cionamento entre usudrios e produtores, principalmente nas fases de projeto e construção de edificações.

Por essa razão, ê que se deve procurar levantar o maior número de aspectos relacionais para um contexto, otimizando-os para a obten­ ção de uma solução mais realista para o objeto de estudo. Tanto quanto possível e de forma abrangente, leva-se em conta tudo aquilo que interessa para a compreensão e o encaminhamento de todos os está­ gios seguidos, desde a identificação de alguma necessidade por um produto atê a eliminação do mesmo.

E natural, portanto, que por ser o produto o elo comum a todos os estágios, que caiba â Gerência de Produção desenvolver um planeja­ mento que o torne realizável, satisfazendo as necessidades dos envol­ vidos no processo produtivo de edificações. Neste aspecto, encontra- se em Cardoso14 o desenvolvimento de uma abordagem sistêmica voltada a Engenharia do Produto.

Por outro lado, acredita-se que a vmculaçao dos conceitos da MV e de desempenho, do ponto-de-vista de produção de edificações, possa ser uma outra forma de trabalho conjunto "da Engenharia de Produto com a Gerencia de Produção.

Tendo em vista a unificação de conceitos como desempenho, funçao e valor no campo especifico da produção de edifícios, nos próximos capítulos procura-se apresentar as consideraçoes tomadas como as

(24)

ne-cessarias e que <levem ser levadas em conta para a obtenção <lo fim ao qual esta dissertação se destina.

(25)

Capitulo III

0 PENSAMENTO SISTÊMICO

PARA A CONCEPÇÃO E PRODUÇÃO DE ED IFICAÇÕ ES.

3.1. O produto edificaçao.

uma edificação e concebida para atender as necessidades dos seus usudrios e, intermediariamente, as dos produtores, A figura £ mostra os fatores condicionantes para a abordagem da

edificação-P r o d u t o: e d l f l c a c g o

QUESTÃO

Variáveis internas do sistema

— —

r \

lecessitate social \ ta prosof&o te ) etificafíes Processo te pwtnfio to sisteaa-etificafio tu te parte constituinte O B JE T IV O S Satisfafio tas nécessitâtes tos ! prointores v Satisfafio tas )] nécessitâtes tosj r osnirios

contirtes «terns ao sisttna: afcirate fisico-ustuiieional Fatores: iecnol&iieos, políticos, geo-econtaieos, fiistôrlce-caltiirais.

F ig u ra 2 - C o n d ic io n a n te s do siste m a .

como um sistema, ela e eficientemente composta por um conjunto mter-reiacionado de partes individualizadas, as quais sao produzidas visando a compatibilidade entre elas e â flexibilidade do todo.

conseqüentemente, estes dois conceitos (compatibilidade e flexi­ bilidade) vem a suplementar as definições das características físicas da edificação, usualmente abordadas de modo isolado. Isto permite es­ tabelecer uma ligação mais estreita entre o projeto e a produção de partes constituintes e o projeto e a produção de toda a edificação, sendo este, portanto, o elo da sistematização da

(26)

edificação-Alem disso, face as necessidades de inovação, o emprego do con­ ceito de desempenno 6 outro instrumento indispensável para estudar a edificação e seu processo produtivo. Este conceito nao limita a edi­ ficação a uma simples verificação de qualidade mas, fundamentalmente tambem, ele a amplia ao avaliar a efetiva necessidade social para se produzir um

edifício-15

3,2. O processo de produção de edificações.

Em seu traballio, Bonin15 comenta que o conüecimento existente so­ bre o desenvolvimento e a produção de edificações tem se manifestado notadamente como uma serie descoordenada de tentativas aleatórias, antes que propriamente uma intervenção consciente sobre o fenOmeno- Segundo o mesmo autor, isto provoca uma contínua sub-utilizaçao de recursos (tempo, mao-de-obra, capital), devido a manutenção de técni­ cas e procedimentos inadequados a dinâmica dos objetivos e condições ambientais (espaços geográfico e temporal determinados) em que se re­ aliza o processo. Assim, conforme tambem descreve Kandolesi35, com re­ lações definidas entre si, o processo produtivo constitui-se de ideias e açoes diretamente relacionadas a obtenção dos espaços onde as atividades Humanas possam ser desenvolvidas e satisfeitas. Quer dizer, o sistema produtivo, como um todo complexo e qualificado por sua unidade, relacionamento funcional e propósito de utilidade, deve ser uma transformação clara e compreensiva da realidade, segundo mé­ todos e procedimentos específicos.

Tradicionalmente, de acordo com Jolin31, Bonln11 e Mandolesi35, o processo produtivo da edificação e realizado por um conjunto de par­ ticipantes que apresentam grande m ercia para incorporar alterações. Geralmente, o edifício nao e padronizado ou produzido em serie, mas um protótipo tmico, com características específicas, O seu processo de construção utiliza mao-de-obra intensiva, com baixa produtividade e, aiem disso, o produto edificação e volumoso, pesado, de longo tempo de uso e relativamente caro. Naturalmente, isto Jd determina a necessidade de intervenção sobre o edifício e seu processo constru­ tivo, adotando-se enfoques que possibilitem, inicialmente, a compre­ ensão interativa da sua realidade.

o uso da abordagem sistêmica no processo produtivo da edificação cria novas condições que possibilitam a implementação dos conceitos básicos de sistemas, o que envolve, necessariamente, a adoção de um

(27)

novo modelo metodológico, representativo do processo, A figura 3 ê uma caracterização típica do ciclo basico das grandes atividades que compõem o processo produtivo do sistema edificação.

Processo de produção ae edificações MlTlíSlÊS flí prCÍDfiO t DSC informações externas M M Í l l Ê S Aí

iEYesügafio

í >

AtmUiiÊS 4e

üesemromiBau

tfcenicc

AtlTlfiStOfiS ü£

d£f. conceituai

Figura 3 - ciclo basico das atividades de produção do sistema-edifi- caçao ou de parte constituinte do sistema, (fonte: Benin11}

Uma nova forma de uso de metodologias sistêmicas já conhecidas, como a metodologia para analise de valores (KV) e a metodologia para utilização do conceito de desempenho, pode:

- permitir melhor compreensão e apreensão de suas próprias ca­ r a c te r ís t ic a s ;

- aumentar a receptividade as soluções que propõe e, consequen­ temente,

- desenvolver uma açâo de planejamento mais racional e eficien­ te na reaiizaçao dos objetivos do processo produtivo da edi­ ficação.

3,3, O pensamento sistêmico.

O uso integrado de conceitos como totalidade, organização e fi­ nalidade e os ja citados no item 3,1 (o produto edificação) indica o emprego de pensamento sistêmico nas diversas etapas do processo pro­ dutivo e, consequentemente, apresenta variações em função da aborda­ gem utilizada em cada uma das atividades que compõem o ciclo de vida da edificaçao. A consideração das atividades e a principal conseqüên­ cia da redefinição dos objetivos do processo produtivo da edificação, proposta pela abordagem sistêmica.

(28)

A abordagem sistêmica incorpora ao processo proüutlvo a avalia- çao <ie aspectos técnicos, humanos e sociais <ia ocupação e uso da edi­ ficação de tal modo que tenham um significante efeito de realimenta- çao a partir ao que Já tiver siao executado. Segundo Kepner & TregoeJÍ, o uso de técnicas ae reaiimentaçao e simulação produz um profundo impacto sobre os que gerenciam o processo produtivo, fazendo-os ver as deficiências ae seus velhos métodos de raciocínio e persuadindo-os a usar uma abordagem sistemática na análise de problemas e na tomaaa ae decisões, consiaeranao todo o potencial aos

problemas-Do exposto em Blanchard & FabrycKy9, B o m n u, cielanaH, Kepner & Tregoeíe e Méiese3T, pode-se extrapolar este tipo ae linha ae açao ao processo ae produção ae edificações, pois também este impõe o pensar mais claro sobre os próprios processos de pensamento, o questionar seriamente os hábitos e métodos para resolver problemas e tomar aeci- soes, o saber como raciocinar com objetividade quanto aos problemas e suas possíveis soluções, e o fazer julgamentos e tomar decisões ade­ quados ao processo. Pode-se aizer, a m a a segundo Kepner & Tregoe32, que a aptiaao para raciocinar sistematicamente é uma necessidade bá­ sica para gerenciar bem o processo de proauçao de edificações, pois o custo do pensamento desordenado e nao racional é

enorme-Do ponto-ae-vista do desenvolvimento científico, o tratamento dos problemas tem-se fundamentado na análise linear, A análise linear trata um fenomeno como a simples reunião aos resultados do estuao ae suas partes constituintes, a adoção exclusiva de princípios de aná­

lise no desenvolvimento cientifico tem como resuitaao a crescente es­ pecialização das atividades científicas, criando grandes dificuldades para o intercâmbio de informações. A falta de uma preocupação maior com a síntese aos resultaaos do estudo das partes reduz signlficante- mente a compreensão de fenômenos onde a relação interna entre suas partes constituintes é mais complexa, o acréscimo de princípios de sintese significa que a compreensão do fenômeno passa a considerar também as relações entre as partes constituintes.

A figura 4 caracteriza a distinção entre as duas abordagens para o estudo dos fenômenos

reais-Hos princípios de análise puros, tidos também como modo analí­ tico ou de pensamento divergente, uma explanação do todo deriva de 17

(29)

exp lic a ç S e s de s u a s p a r t e s . Com o e p r i n c í p i o s de a n á lis e e síntese, ou modo sistêm ico , a lg u m a coisa a ser esc larec ida è v ista como p a r t e

Fenôm eno e s t u d a d o F r i n c l p i o B de A n à i i s e p u ro s P r i n c í p i o s de A n á l i s e e S í n t e s e -m- -0- •a-* 0 " ’ C a r a c t e r í s t i c a l i n e a r

HE-© + + ® + © * © + + © + © C a r a c t e r í s t i c a não l i n e a r ♦ F i g u r a 4 - C a r a c t e r í s t i c a s de o r g a n i z a p ã o do p en sa m en to p a r a a a b o rd a g em de p r o b le m a s (fonte: ) ,

de um g r a n d e sistem a e e xp lic a d a em termos de s u a fu n ç ã o neste siste­ ma m a io r . P a r a B l a n c h a r d & Fabryckyí*, o modo de pensam ento sistêmico

ê a m a n e ir a de p e n s a r b a s e a d a n a o bservaçã o d e q ue, q u a n d o cad a p a r t e

de um sistem a f u n c i o n a tão bem q u a n t o possível, o sistem a como um to­ do pode não se r e a l i z a r assim tão bem q u a n t o s e r ia de se esp era r. Is­ to segue do fa to de q u e a soma do fu n c io n a m e n t o d a s p a r t e s r a r a m e n t e é i g u a l ao f u n c i o n a m e n t o do todo.

3.4, A q u e s t ã o d a h i e r a r q u i a .

Um a v isã o d e s is t e m a s ê, tam bém s e g u n d o B l a n c h a r d $ F a b r y c K y S , u m a f o r m a de e n t e n d e r c o m p le x id a d e s e os seus vínculos relacionais.

Cora b a s e n e s te p o s ic io n a m e n t o , pode-se p e r c e b e r q u e é possível e s t a b e l e c e r um c o n tro le m a is p r e c is o s o b r e a q u a l i d a d e do processo p r o d u t i v o d a e d if i c a ç ã o , a p a r t i r d a d i v i s ã o do p ro cesso to tal em p a r t e s m e n o r e s e de u m a co n stan te retro açâo de stas sobre o todo.

(30)

A utilização de critérios racionais para a subdivisão do pro­ cesso produtivo da edificação é também característica relevante de um modelo sistémico, o fracionamento do processo é funçao do caso em es­ tudo face as relações internas. Assim, procura-se dividir o processo adotando o critério de agrupar atividades cujos objetivos sâo seme- líiantes. Os critérios adotados sao bastante genéricos porque se pro­ cura evitar a mcorporáçao de aspectos específicos de algum caso par-

ticular-Ha análise de produtos relacionados ao pr^ocesso produtivo da edificação, além da definição dos seus elementos integrantes, é ne­ cessário estabelecer uma ordenação, segundo a qual esses integrantes sao agrupados e organizados em níveis Hierárquicos, uma proposta de ordenação, a partir dos estudos de Lav?33, de Blacn7 e do IFT38 é:

. materiais/detam es (materiais ou produtos gerais) . componentes (combinação parcial de detaines)

. elementos (montagens de componentes)

. edificações (sistemas construtivos ou tipos).

uma vez que todo sistema é formado pela combinação de diversas partes simples, alguma parte constituinte pode ser desmembrada em partes menores. Dal, se dois niveis Hierárquicos estao envolvidos em um dado sistema, o' mais baixo é con%Tenientemente cíiamado um subsis­ tema, como expõem Young*9, Blancüard & FabrycKy5, Cleland17, Mélese37-Evidentemente, as designações de sistema, subsistema e partes sao re­ lativas, uma vez que o sistema em um nível na nierarqula é parte constituinte em um outro. Entretanto, e bom frisar que um sistema, mais do que a soma de suas partes constituintes, caracteriza-se pelo mterrelacionamento entre as partes.

como diz Biancíiard & FabrycKy9, definido o sistema, é necessária a identificação de seus componentes, ou seja, das partes operantes do sistema. Quanto a isto, para B o n m a, estas partes estao intrinseca­ mente ligadas a decomposição racional das atividades e nao â tradi­ cional divisão física. Além de relacionar Hierarquicamente qualquer parte do processo produtivo da edificação, ou seja, partes onde ocor­ rem alterações de material, energia ou informações, também é preciso determinar os tipos de componentes que se manifestam no processo, co­ mo se considera em Blanciiard & FabrycKy5, estes tipos podem ser:

. componentes estruturais (as partes estáticas);

„ componentes operantes (as partes que realizam o processamen­ to); e,

(31)

20 . componentes de fluxo (os materiais, a energia ou a informa­

ção sendo alterada).

Em seu trabalho, Young*8 apresenta um bom numero de exemplos para mostrar como cada componente pode assumir uma variedade de valores para descrever uma condição de um sistema, funcionando como um con­ junto para controle da ação, com uma ou mais restrições. Pode-se a- crescentar a isto o que se encontra em Lltauaon**, Segundo este arti­ culista, o relacionamento nierarquico dos componentes empregados em edificações depende das suas qualidades características, ajustadas para o uso pretendido. Tais qualidades, referidas como atributos, sao propriedades físicas ou manifestações distintas das partes, em termos de tamanno, resistência, cor, durabilidade, peso, etc.

Para precisar um sistema, é necessário, portanto, delimitar os componentes segundo as relações que os mantem, ou seja, definir os vínculos para os atributos necessários á integração das partes, em cada nível

Hierárquico-Ainda que as relações sejam modos de descrever a mteraçao entre as partes constituintes de um sistema, cabe destacar o que cita Blan- chard & Fabrycity5 no que respeita &s diferenças existentes entre uma relação e um sistema, Para estes autores, uma relàçao existe entre duas e somente duas partes, enquanto um sistema e descrito pela inte­ ração entre multas partes, Aiem disto, uma relação e uma aplicação que define como os atributos iminentes das partes devem se combinar, enquanto um sistema surge em função da posição particular e distri­ buição espacial de suas partes. Consequentemente, as partes integran­ tes de uma relação sao separadas espaciaimente, enquanto um sistema e o resultado da distribuição interativa de suas partes. Portanto, a conexão entre as partes de uma relação e direta, enquanto a conexão em um sistema depende de uma referencia comum do todo para o conjunto das partes constituintes do sistema.

As relações funcionalmente necessárias podem ser caracterizadas como smergicas se forem complementares e contribuírem para o sistema de desempenho; serao redundantes se componentes duplicados estiverem presentes para o propósito de assegurar a continuidade de funciona­ mento do sistema.

Feitas estas considerações, constata-se que as características do sistema sao determinadas através da avaiiaçao ao comportamento in­ tegrado aos seus constituintes, a s interfaces e mter-reiaçOes entre

(32)

eles podem ser definidas como areas de contato, que nâo se restringem a consideração ünica de aspectos físicos e dimensionais mas que in­ clui tambem aspectos funcionais e simbólicos, normalmente desconside­ rados nos processos produtivos tradicionais.

£1

3.5, O gerenciamento do processo produtivo da edificação.

O processo produtivo da edificação esta relacionado com o desen­ volvimento de um conjunto de decisões, combinadas em uma solução am­ pla, a partir de certos critérios que sao reunidos, as decisões sao tomadas nas varias fases do processo e a cada fase os requisitos tem j->■ que ser cumpridos e as restrições observadas. Assim, o gerenciamento !;

11 da produção de edificações consiste na criação de planos para o sis- | tema, ou seja, do planejamento de recursos, ambiente e componentes para a realização de seus objetivos, sendo fundamental a incorporação ao sistema de mecanismos que possibilitem alterações em seu planeja­ mento.

Ha construção de um edifício, multas empresas podem tomar lugar no processo de produção, como um resultado desta participação, na trocas de informaçoes entre os estágios do processo de produção, A adoção de uma linguagem unificada para a comunicação interna entre as etapas e uma necessidade que evidencia a grande interação entre as diversas atividades realizadas por diferentes participantes, A espe­ cialização no grupo, segundo Muccnieiliw e M6ieseJ7, tende a acentuar a diferenciação da linguagem utilizada pelos diferentes especialis­ tas, criando grandes obstáculos a sua comunicação, E essencial, por­ tanto, a escolíia de uma nova linguagem, unica para todo o processo e independente daquelas ja utilizadas tradicionalmente, Como o conceito de valor, o conceito de desempeníio, de acordo com Boninu, e uma al­ ternativa de linguagem, tendo como vantagem adicional sua orientação teleolôgica que líie confere liberdade em relação aos sistemas cons­ trutivos existentes, nao incorporando obstáculos desnecessários a co­ municação interna do processo, [A teleologia e uma ciência que admite a existência de uma causa primordial preestabelecida para os fenôme­ nos, e a tendência deles para um fim necessário; para alcançar este fim, a orientação teieóiogica apôia-se na definição dos reais objeti­ vos da entidade ou fenômeno sob estudo, isentos de preconceitos e conservadonsm os (objeçoes padronizadas)].

(33)

O Grupo-Tarefa (GT) definido para conduzir os trabalhos, consti- tui-se como uma equipe multidlsciplinar cujas obrigações se estabele­ cem conforme as prováveis características do processo produtivo, o qual e orientado para uma aplicação da Metodologia de valores (MV) na construção de um edifício. Ho esforço de equipe, cada membro deve ser um especialista que possua o necessário conhecimento técnico em um dado campo de especiaiizaçao.

Para coordenar os trabalhos do GT, o mais indicado e, segundo A- ral2, um gerente de projetos que tenha domínio da MV. Ele tem a obri- gaçao de esclarecer a situação por meio de entrevistas e pequenos grupos de estudos. De acordo com esta visao e com o problema apresen­ tado, ele precisa determinar as técnicas apropriadas para cada etapa, assim como se há necessidade ou nao da participação de todos os mem­ bros do GT nas reuniões de trabalho. A ele também deve caber a res­ ponsabilidade de chamar especialistas externos para eventuais consul­ tas.

a o considerar o ciclo de vida de uma edificação, os responsáveis

pela condução do processo produtivo devem identificar e preparar sis­ tematicamente todos os passos, ainda que nem todos os passos se apli­ quem. Os participantes do processo, especialmente os engenheiros, precisam discipimar-se em pensar no ciclo de vida total, para asse­ gurar que todos os aspectos do processo produtivo estejam adequada e propriamente considerados de maneira

efetiva-22

3,6. O ciclo de vida e a concepção de modelos.

Todo edifício apresenta um ciclo de vida que depende, em grande parte, da sua tipologia e do seu uso. Nao é possível obter descrições gerais do ciclo de vida de tipos de edifícios sem, antes, desenvolver algum tipo de pesquisa, Mandoiesi35 estudou e observou diferenças sig- nificantes nos ciclos de vida entre os diferentes tipos de constru­ ção, tais como habitações, escolas, hospitais, centros culturais, sa- íoes de convenções, etc. segundo Mandoiesi35, nao se verifica, por e- xempio, grandes mudanças nas funções e desempenhos de habitações, mas constatam-se alterações funcionais relativamente importantes nos ou­ tros tipos de edificações citados, como um resultado disto, tais ti­ pos de edifícios podem ser aceitos em sua fase de uso com mudanças lentas em termos de funções e desempenhos. Todos os edifícios, neste

(34)

25

aspecto p a r t i c u l a r de ciclo de v i d a , podem s e r c o n s i d e r a d o s como campos de aplicação a d e q u a d o s p a r a a MV.

Q u a l q u e r caso r e a l é o b s e r v a d o a p e n a s em re la ç ã o a a lg u n s de s e u s aspectos e a a lg u m a s d e s u a s c a r a c t e r í s t ic a s . O uso d a M V r e ­ s u l t a em in t e r v e n ç ã o s o b r e a r e a l i d a d e , m o d i f ic a n d o a lg u m a s d e su a s c a r a c t e r is t ic a s e a fo r m a de como são p e r c e b id a s . A ssim , co m binando- se s is t e m a t ic a m e n t e as c a r a c t e r i s t i c a s d e ura caso sob e s t u d o com os conceitos u t i l i z a d o s pelos o b s e r v a d o r e s , o r e s u l t a d o do b in ô m io pro- d u z ir - p r o c e s s a r in fo r m a ç õ e s r e p r e s e n t a u m a -expressão d a r e a l i d a d e , c a r a c t e r i z a n d o o q u e se c h a m a de modelo.

Face â c o m p le x id a d e q u e c a d a situação a p r e s e n t a , a elaboração de modelos d in â m ic o s g e n é r ic o s é a e s t r a t é g ia m ais e f ic ie n t e p a r a o r ie n ­ t a r as decisOes o p e r a c i o n a i s e a u x i l i a r n a to m a d a de decisões.

Um modelo din â m ic o e x p r e s sa o desenvolvim ento d a s a t i v i d a d e s q u e o c o n stit u e m como u m i n s t r u m e n t o de r a c io n a l iz a ç ã o d a s i n t e r v e n ç õ e s r e a l i z a d a s s o b r e a e d if i c a ç ã o , t a n t o a um n iv e l f is ic o q u a n t o a um n iv e l o r g a n iz a c io n a l , g a r a n t i n d o assim m a io r s e g u r a n ç a n a r e a liz a ç ã o dos o b je tiv o s d e f i n i d o s . Além d isso , p o s s ib ilit a ura t r a t a m e n t o i n t e ­ lectual e c r it ic o p a r a a p r o d u ç ã o de c o n h e c im e n t o s s o b r e a e d i f i c a ­ ção, de u m a f o r m a v a l io s a e i n o v a t i v a . C abe a i n d a d e s t a c a r q u e espe­ cial aten ç ã o d e v e s e r d a d a â in o v a ç ã o o r g a n i z a c i o n a l (g e r e n c ia m e n t o d a p ro d u ç ã o ) a n t e s q u e â. in o v a ç ã o tecnológica ( e n g e n h a r i a d a p r o d u ­ ção), ou seja, e s t a b e le c e r n o vo s m eios de se e s t r u t u r a r o pro cesso p r o d u t i v o d a e d ific a ç ã o .

A f i g u r a 5, e s q u e m a t i z a o f l u x o de in f o r m a ç õ e s p a r a q u e seja c o n c e b id o um modelo p a r a o ciclo de v i d a do p ro c e s s o p r o d u t i v o d a e d i f i c a ç ã o .

Q u a l q u e r p ro cesso de p r o d u ç ã o (in t e le c t u a l o u fis ic o ) e xig e o r ­ d e n a ç ã o e n t r e t o d a s as s u a s e t a p a s con stitu in tes. E sta o rde n aç ã o è um a r r a n j o c o n v e n ie n t e , c o n s e g u id o p o r meio de u m modelo e s t r u t u r a d o , s e g u n d o os r e q u i s i t o s b á s ic o s a s e g u ir :

j - p erc e p çã o d a r e a l i d a d e (estado de c o n h e c im e n t o c o n stitu íd o por um c o n ju n t o d e in f o r m a ç B e s d e s c o o r d e n a d a s );

- fo r m u la ç ã o de c o n c e it o s q u e repre se n te m a com preensão d a rea- | lidadej

\

- t r a d u ç ã o dos p r i n c i p i o s g e n é r ic o s de c o m p re e n s ã o d a r e a lid a d e em um c o n ju n t o d e p ro cedim entos a p licá v eis A in t e r v e n ç ã o sobre

(35)

- a v a lia ç ã o dos r e s u l t a d o s o b t id o s em todo o p rocesso em compa­ raç ã o cora as c a r a c t e r í s t ic a s dos fe n ó m e n o s r e a is .

24

Campo p r o j e t u a l : sujeito Campo r e a l : ahjeta

F i g u r a 5 - F l u x o p a r a d e t a lh a m e n t o de m o d e lo s ( aáaptaâo d£ Bonin^),

O exame d a r e a l i d a d e mostra q u e h á um amplo cam po p a r a o uso da MV n a p r o d u ç ã o d e e d i f icaçGes. P a r a isto, é n e c e s s á r io d e s e n v o lv e r

u m a b a s e m etodológica q u e in t e g r e a d e q u a d a m e n t e u m modelo de desem­ p e n h o (e x ig ê n c ia s dos u s u á r io s , c o n dições d e e x p o siç ã o , c r i t é r i o s de d e s e m p e n h o e modelos de objeto) â e s t r u t u r a te ó ric a d a MV, O p ro c e d i­ mento sistemático d a MV é altam ente ú til visto q u e m e lh o ra o valor d a in f o r m a ç ã o e r e d u z o v o lum e de in fo rm aç ã o r e q u e r i d a e n t r e as p artes p a r a u m t r a b a h o de construção. De fato, como u m a s e q ü ê n c ia de passos, a MV e o uso do conceito de desem p enho dão um t r a t a m e n t o sistemático ao ciclo de v i d a , d e s d e a i d e n t i f i c a ç ã o de n e c e s s i d a d e s p a r a a p r o ­ d u ç ã o de e d if i c a ç b e s até a colocação em uso e a c o m p a n h a m e n to do e d i­ fí c io (e a c o n s e q ü e n t e s a t is fa ç ã o de t o d a s as p a r t e s e n v o lv id a s ao longo do p ro cesso p r o d u t iv o ).

Com v is t a s a isto, faz- se u m a b r e v e r e v i s ã o d a s metodologias de d e s e m p e n h o (cap. 4) e de v a lo r e s (cap- 5), e, n o c ap . 6 propBe-se um a metodologia q u e v is a a a j u d a r no p r e e n c h im e n to d e la c u n a existe n te no cam po d a p r o d u ç ã o d e e d ific a ç õ e s no B r a s il , a s s o c ia n d o a metodologia e m p r e g a d a n o t r a t a m e n t o de desem penho p a r a e d ifíc io s às c a r a c te r ís t i­ cas d a MV.

(36)

capitulo rv

0 CONCEITO DE DESEMPENHO:

GONSEDEKAÇOE3 METODOLOGICAS PAJRA A SUA AFLICAÇAO.

4si, o conceito <le

desempenho-Conceituar desempenho implica d e fin ir objetivamente, para a pressuposta vida tttll, o comportamento esperado para um produto de construção (o sistema edificação ou parte) sem, no entanto, pormeno­ rizar como o produto ou a ação de produzl-lo deverá ser. Medir desem­ penho consiste em avaliar a relaçao entre o comportamento estimado (teórico) e o - em uso (real).

O c i b/W 6 0 !5'k refere-se a utilização do conceito de desempenho

como pratica de pensar e de trabalhar em termos de fins antes que de meios; em outras palavras, deve-se entender desempenho como a apre­ sentação de certas propriedades características de um produto, tais que o capacitem a cumprir sua funçao, quando sujeito a certas in­ fluências durante a sua vida

utll-camous1* entende desempenho como o elo que associa a identlfica- çao das necessidades dos usuários do edifício a proposta de solução física que satisfaça tais necessidades.

Para souza*6^ , a aplicação do conceito de desempenho a habita­ ção propicia o estabelecimento de uma base objetiva e racional para a avaliação de desempenho de partes constituintes e sistemas construti­ vos, aiem de contribuir para o desenvolvimento de produtos, a elabo­ ração de projetos, a normalização e o controle de

qualidade-A realização do desempenho previsto p ara um produto pode ser viabilizada com o estabelecimento de critérios, a partir das habili­ dades funcionais e propriedades que o tornem adequavel ao cumprimento

Referências

Documentos relacionados

Para Piaget, a forma de raciocinar e de aprender da criança passa por estágios. Por volta dos dois anos, ela evolui do estágio sensório motor, em que a ação envolve os

O objetivo do curso foi oportunizar aos participantes, um contato direto com as plantas nativas do Cerrado para identificação de espécies com potencial

Ninguém quer essa vida assim não Zambi.. Eu não quero as crianças

A partir da análise das Figuras 5.20, 5.21, 5.22 e 5.23 pode-se afirmar que a variação do início da altura de queda do bloco não alterou os resultados da energia cinética e alturas

Discussion The present results show that, like other conditions that change brain excitability, early environmental heat exposure also enhanced CSD propagation in adult rats.. The

A participação foi observada durante todas as fases do roadmap (Alinhamento, Prova de Conceito, Piloto e Expansão), promovendo a utilização do sistema implementado e a

Essa tarefa não tem a necessidade de interface com o usuário, tornando-se uma boa candidata ao processamento em lotes, normalmente utilizados como a divisão

Para disciplinar o processo de desenvolvimento, a Engenharia de Usabilidade, também conceituada e descrita neste capítulo, descreve os métodos estruturados, a