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Efeito do treinamento resistido em diferentes intensidades e volumes de treino sobre a pressão arterial em idosas hipertensas

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE DE TRÁS-OS-MONTES E ALTO DOURO

EFEITO DO TREINAMENTO RESISTIDO EM DIFERENTES

INTENSIDADES E VOLUMES DE TREINO SOBRE A

PRESSÃO ARTERIAL EM IDOSAS HIPERTENSAS

DISSERTAÇÃO DE MESTRADO EM GERONTOLOGIA: ACTIVIDADE FÍSICA E SAÚDE NO IDOSO

NÍVEA MARIA DE OLIVEIRA JACQUES

Orientadora: Prof.ª Doutora Ana de Fátima da Costa Pereira Coorientador: Prof. Doutor Felipe José Aidar Martins

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UNIVERSIDADE DE TRÁS-OS-MONTES E ALTO DOURO

EFEITO DO TREINAMENTO RESISTIDO EM DIFERENTES

INTENSIDADES E VOLUMES DE TREINO SOBRE A

PRESSÃO ARTERIAL EM IDOSAS HIPERTENSAS

DISSERTAÇÃO DE MESTRADO EM GERONTOLOGIA: ACTIVIDADE FÍSICA E SAÚDE NO IDOSO

NÍVEA MARIA DE OLIVEIRA JACQUES

Orientadora: Prof.ª Doutora Ana de Fátima da Costa Pereira Coorientador: Prof. Doutor Felipe José Aidar Martins

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Esta dissertação foi expressamente elaborada com vista à obtenção do grau de Mestre em Gerontologia: Atividade Física e Saúde do Idoso nos termos do decreto-lei nº 216/92 de 13 de Outubro, pela Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro.

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"A mente que se abre a uma nova ideia, jamais voltará ao seu tamanho original." (Albert Einstein)

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Dedico este trabalho à minha mãe, Iracema, grande mestra nos ensinamentos da vida! Minha incentivadora, meu porto seguro, fonte inesgotável de amor! À memória do meu pai, Geraldo, que não mediu esforços para que tivéssemos educação de qualidade - sei da sua alegria na conclusão de mais esta etapa em minha vida. Ao meu filho, por quem quero ser sempre melhor; ao meu companheiro, presença constante em todos os momentos, aos meus irmãos, pelo apoio incondicional e pela torcida! Amo todos vocês!

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AGRADECIMENTOS

Meu primeiro agradecimento é para o Criador que me permitiu chegar até aqui, pela inspiração e proteção!

Aos meus amigos e professores da Unimontes, Ros’elles, Paulo Renato e Ney, por toda ajuda e estímulo! Em especial aos amigos e professores Adelson, Roseane e Luís Guilherme por partilharem comigo seus conhecimentos.

Aos acadêmicos do curso de Educação Física, Izulina, Chrysthian e Walison, pela ajuda nos momentos que precisei!

Aos professores doutores desta conceituada Universidade, Trás-os-Montes e Alto Douro – UTAD - PORTUGAL, por permitir compartilhar seus conhecimentos no decorrer desta etapa de conquistar o título de Mestre em Ciências do Desporto, mostrando-se abertos a interrogações e a experiências vividas.

Aos amigos que durante o curso angariei, brasileiros e portugueses, pelo ótimo convívio que faziam minha estada em solo lusitano alegre e feliz!

Ao meu orientador Profº Dr. Felipe José Aidar pelos ensinamentos fundamentais para a elaboração desta dissertação e à minha orientadora Ana Pereira, pela ajuda na construção deste trabalho!

À Zandar Educacional, na pessoa de Liliana, por viabilizar os meios para que tudo acontecesse em Portugal e pela cortesia no atendimento as minhas questões.

Às senhoras que aceitaram fazer parte da minha amostra, obrigada pela confiança, pelo carinho, pela amizade que ficou!

À minha família, irmãos, cunhados, sobrinhos que sempre tiveram palavras de apoio e acreditaram em mim!

A todos que, alguma forma, colaboraram para que hoje este trabalho esteja pronto! MUITO OBRIGADA!

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RESUMO

Introdução: A Hipertensão Arterial Sistêmica representa um dos maiores fatores de risco para acometimento de doenças cardiovasculares, principalmente em idosos. Após uma sessão de exercícios físicos, pode ocorrer a diminuição da pressão arterial, fato a que se denomina efeito hipotensor pós-exercício (HPE). Este efeito é de relevante importância clínica, porém ainda necessita estudos que definam as intensidades e volumes de treinos que os indivíduos devem se exercitar para serem contemplados aos seus benefícios.

Objetivo: Foi objetivo deste estudo avaliar o efeito hipotensor do treinamento resistido em diferentes intensidades e volumes de treino sobre a pressão arterial de idosas hipertensas controladas.

Metodologia: No primeiro estudo que compõe essa dissertação, o grupo de intervenção-GI foi composto por 13 idosas hipertensas com idades entre 60 e 73 anos (65,5 ± 4,2), sem experiência prévia em treinamento resistido ou musculação, em uso de fármacos anti-hipertensivos tomados duas vezes por dia, submetidas a duas intensidades de treino diferentes, 50% e 70% de 10RM. Foram aferidas medidas de PA em repouso, 1º, 10º, 20º, 30º, 45º e 60º minutos após a execução do programa de exercícios que constou de cadeira extensora, mesa flexora, pulley alto e supino. Resultados: Houve diferenças significativas na Pressão Arterial Diastólica mensurada aos 10 (0,034), 20 (0,042), 30 (0,031), 45 (0,035) e 60 (0,017) minutos pós esforço. Esta diferença foi detectada em relação ao GC sobre o repouso, não havendo diferença entre os outros grupos. O efeito verificado foi médio para os momentos 60 minutos e baixo nos demais momentos.

No segundo estudo o grupo de intervenção contou com 12 voluntárias (66,7 ± 4,5 anos), que foram submetidas a dois volumes de treinos, quais sejam, com 1 série e depois 3 séries com 50% da carga obtida no teste de 10 RM. O Índice de Percepção do Esforço (IPE) foi averiguado através da escala OMNI-RES no final de cada série. Resultados: Não houve diferença estatisticamente significativa em nenhuma das variáveis nos momentos pré e imediatamente no pós-esforço independente do volume de treinamento. O acompanhamento em 40 minutos exibiu após 1 e 3 séries diminuição significativa da pressão arterial sistólica e pressão arterial diastólica. Sendo esta diminuição mais significativa na execução de 3 séries correspondente a PAS 101±9,3 e PAD 67,5±6,2 enquanto 1 série correspondeu a PAS 112,5±16,0 e PAD 76,6±11,5; p<0,05. O IPE apresentou valores maiores para execução de 3 séries (7,08±19,7e 5,50±35 respectivamente). Conclusão: Conclui-se que uma sessão de treinamento resistido pode promover reduções significativas da Pressão Arterial Sistólica, Pressão Arterial Diastólica em indivíduos hipertensos, porém os resultados se tornam ainda mais significativos com um maior volume de treinamento.

Conclusão: No presente estudo foi verificado diferenças somente nos últimos momentos após a intervenção realizada com os exercícios resistidos na intensidade de 50% de 10RM. As diferenças estatisticamente significativas aconteceram após o 10º minuto e um valor menor ocorreu no minuto 60 em relação a PAD. Nos treinos de volumes diferentes (1 e 3 séries) a sessão de treinamento resistido promoveu reduções significativas da Pressão Arterial Sistólica, Pressão Arterial Diastólica em indivíduos hipertensos, porém os resultados se tornam ainda mais significativos com um maior volume de treinamento. O IPE foi maior no volume de 3 séries de exercício resistidos.

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ABSTRACT

Introduction: hypertension represents one of the biggest risk factors for cardiovascular disease involvement, especially in the older people. After a session of physical exercise can cause the reduction in blood pressure, a fact that the called hypotensive effect of post-exercise (HPE). This effect is of relevant clinical importance, however still requires studies that define the volume and intensity of training that individuals must exercise to be referred to their benefits.

Objective: Evaluate the hypotensive effect of resistance training at different intensities and volumes of training on blood pressure of hypertensive elderly subsidiaries.

Methodology: in the first study, the intervention group (GI) was composed of 13 hypertensive elderly aged 60 and 73 years (65.5 ± 4.2), without prior experience in resistance training or bodybuilding, in use of antihypertensive drugs taken twice a day, subjected to two different training intensities, 50% and 70% of 10RM. Were recomputed PA measures at rest 1st, 10th, 20th, 30th, 45th and 60th minutes after running the exercise program that consisted of extensor Chair, table, high pulley and leg curl bench press.

Results: there were significant differences in diastolic blood pressure measured at 10 (0.034), 20 (0.042), 30 (0.031), 45 (0.035) and 60 (0.017) minutes post effort. This difference has been detected in relation to the GC about the home, there is no difference between the other groups. The effect was average for 60 minutes and low moments in the remaining moments.

In the second study, the intervention group attended by 12 volunteers (66.7 ± 4.5 years), which were submitted to two volumes of practice, namely, with 1 sets and after sets 3 with 50% of the load obtained at 10 RM testing. The index of perception of effort (IPE) was examined through the OMNI-RES range at the end of each sets. Results: there was no statistically significant difference in any of the variables in pre-and post-exercise immediately moments regardless of training volume.

Monitoring in 40 minutes aired after 1 and 3 sets significant decrease in systolic blood pressure and diastolic blood pressure. Being this most significant decrease in the execution of corresponding PAS 3 sets 101 ± 9.3 and PAD 67.5 ± 6.2 while 1 set corresponded to PAS and PAD 16.0 ± 112.5 76.6 ± 11.5; p0 .05. The IPE presented larger values for execution of 3 sets (7.08 ± 19, 7e 5.50 ± 35 respectively).

Conclusion: a session of resistance training can promote significant reductions in systolic blood pressure, diastolic blood pressure in hypertensive subjects, however the results become even more meaningful with a greater volume of training. In practice at different volumes (1 and 3 sets) the resistance training session promoted significant reductions in systolic blood pressure, diastolic blood pressure in hypertensive subjects, however the results become even more meaningful with a greater volume of training. The IPE was higher in 3 volume sets of resisted exercises.

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ÍNDICE GERAL

AGRADECIMENTOS ... XI RESUMO ... XIII ABSTRACT ... XV ÍNDICE GERAL ... XVII ÍNDICE DE QUADROS ... XXI ÍNDICE DE TABELAS ... XXIII ÍNDICE DE FIGURAS ... XXV ABREVIATURAS ... XXVII

1. INTRODUÇÃO GERAL ... 1

2. ESTADO DA ARTE ... 5

2.1. ENVELHECIMENTO BIOLÓGICO ... 9

2.2. ENVELHECIMENTO PSICOLÓGICO E SOCIAL ... 10

2.3. HIPERTENSÃO ARTERIAL ... 11

2.4. HIPOTENSÃO ARTERIAL ... 14

2.5. INTENSIDADE E VOLUME DE TREINO ... 15

2.6. EXERCÍCIOS FÍSICOS E ENVELHECIMENTO ... 17

2.7. EXERCÍCIOS RESISTIDOS E ENVELHECIMENTO ... 19

2.8. ÍNDICE DE PERCEPÇÃO DO ESFORÇO ... 20

2.9. CARACTERÍSTICAS GEOGRÁFICAS DA AMOSTRA ... 21

2.10. QUESTÕES DE ESTUDO ... 22

2.11. ORGANIZAÇÃO DA TESE ... 22

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XVIII

2.112.2. ESTUDO 2: EFEITO HIPOTENSOR DOS EXERCÍCIOS RESISTIDOS EM IDOSAS HIPERTENSAS SUBMETIDAS A DIFERENTES VOLUMES DE TREINO

... 23

3. ESTUDOS REALIZADOS ... 25

ESTUDO 1: EFEITO HIPOTENSOR DO TREINAMENTO RESISTIDO COM DIFERENTES INTENSIDADES EM IDOSAS HIPERTENSAS ... 27

RESUMO ... 29 INTRODUÇÃO ... 31 METODOLOGIA ... 31 Amostra ... 31 Procedimentos ... 32 Instrumentos ... 33 Procedimentos ... 33

Teste de 10 repetições máximas (10-RM) ... 34

Medida da pressão arterial ... 35

Tratamento Estatístico ... 35

RESULTADOS ... 36

DISCUSSÃO E CONCLUSÃO ... 37

CONCLUSÃO ... 39

ESTUDO 2: EFEITO HIPOTENSOR DOS EXERCÍCIOS RESISTIDOS EM IDOSAS HIPERTENSAS SUBMETIDAS A DIFERENTES VOLUMES DE TREINO ... 41

RESUMO ... 43 INTRODUÇÃO ... 45 METODOLOGIA ... 47 Amostra ... 47 Instrumentos ... 48 Procedimentos ... 48 Teste de 10 RM ... 49

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Determinação das Variáveis ... 51

Análise Estatística ... 51 RESULTADOS ... 51 DISCUSSÃO ... 54 CONCLUSÃO ... 56 4. CONCLUSÕES FINAIS ... 57 5. BIBLIOGRAFIA ... 61

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS DA INTRODUÇÃO ... 63

REFERÊNCIAS DO ESTUDO 1 ... 77

REFERÊNCIAS DO ESTUDO 2 ... 81

6. ANEXOS ... 85 ANEXO I - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

ANEXO II - ESCALA DE PERCEPÇÃO DO ESFORÇO-OMNI-RES - ESTUDO 2 ANEXO III - FICHA DE COLETA DE DADOS - ESTUDO 1

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ÍNDICE DE QUADROS

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ÍNDICE DE TABELAS

ESTUDO 1- EFEITO HIPOTENSOR DO TREINAMENTO RESISTIDO EM DIFERENTES INTENSIDADES EM IDOSAS HIPERTENSAS

Tabela 1 - Características físicas da amostra grupo de intervenção (n=13) ... 32 Tabela 2 - Valores (X ± DP) nos domínios do GDLAM durante a intervenção (n = 13) ... 36

ESTUDO 2- EFEITO HIPOTENSOR DOS EXERCÍCIOS RESISTIDOS EM IDOSAS HIPERTENSAS SUBMETIDAS A DIFERENTES VOLUMES DE TREINO

Tabela 3 - Características físicas da amostra (n = 12) ... 48 Tabela 4 - Resultados da reprodutibilidade do teste de 10RM nos exercícios realizados ... 52

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ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1 - Comportamento da pressão arterial sistólica ... 52 Figura 2 - Comportamento da pressão arterial diastólica ... 53 Figura 3 - Comportamento do índice de percepção do esforço. ... 53

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ABREVIATURAS

ACSM Colégio Americano de Medicina do Esporte AVDs Atividades da Vida Diária

ER Exercício Resistido

FC máx. Frequência Cardíaca máxima

GC Grupo Controle

GI Grupo de Intervenção

HA Hipertensão Arterial

HAS Hipertensão Arterial sistêmica HPE Hipotensão pós exercício

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

Km Quilômetro

m Metro

OMS Organização Mundial da Saúde ONU Organização das Nações Unidas

PA Pressão Arterial

IPE Índice de Percepção do Esforço

RM Repetição Máxima

RML Resistência Muscular Localizada SBC Sociedade Brasileira de Cardiologia SPSS Statistical Package for the Social Sciences

TR Treinamento Resistido

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1. INTRODUÇÃO GERAL

1. INTRODUÇÃO GERAL

EFEITO DO TREINAMENTO RESISTIDO EM DIFERENTES INTENSIDADES E VOLUMES DE

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1. INTRODUÇÃO GERAL

1. INTRODUÇÃO GERAL

A melhora nas condições de vida e os avanços da medicina, advindos do progresso da sociedade, têm resultado no aumento da expectativa de vida, principalmente nos países em desenvolvimento, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2002), aumentando expressivamente a quantidade de pessoas que atingem os 60 anos. No Brasil, a Organização das Nações Unidas (ONU, 2006) estimava para 2005 um número superior a 16 milhões para a população idosa.

Além dos prejuízos musculares, o envelhecimento também ocasiona alterações decrementais na função cardiovascular, as quais, com o avanço da idade (Sociedade Brasileira de Cardiologia, Sociedade Brasileira de Hipertensão, Sociedade Brasileira de Nefrologia. V Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial. 2006), resultam no aumento progressivo da pressão arterial (PA). Tais alterações podem influenciar as respostas cardiovasculares ao treinamento resistido (TR). É interessante observar que, mesmo em indivíduos jovens e de meia-idade, os efeitos do treinamento resistido sobre a função cardiovascular são controversos (Lima et al., 2008, Véras - Silva, 1997). Como, nos últimos anos o TR tem sido recomendado para idosos, que podem apresentar alterações na função cardiovascular, torna-se importante investigar os efeitos desse treinamento na pressão arterial destes indivíduos.

Diversos estudos como o de Fiatarone et al., (1990), Galvão, Newton, Taaffe, (2005), Assumpção et al., (2008) têm relatado importantes benefícios musculares desse treinamento na população idosa, como a manutenção da massa muscular, o aumento expressivo da força e potência musculares. Por esse motivo, o exercício resistido vem sendo considerado uma intervenção promissora para impedir ou reverter, pelo menos em parte, as perdas decorrentes do envelhecimento. Ele tem sido fortemente recomendado para a terceira idade (Nelson et al., 2007), resultando na melhora das habilidades funcionais do estado de saúde, da qualidade de vida e da independência dos idosos (Simons; Andel, 2006).

Nos dias atuais, problemas relacionados com o controle da pressão arterial têm se apresentado de maneira cada vez mais frequentes. A hipertensão arterial sistêmica ou pressão alta trata-se de uma doença que vem tomando proporções alarmantes em todo o mundo, já que é considerada como fator de risco para doenças cardiovasculares. Muito se tem comentado com relação à influência de exercícios resistidos e as possíveis alterações no sistema cardíaco.

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1. INTRODUÇÃO GERAL

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Uma forma bem aceita para tratamento da Hipertensão Arterial é a prevenção primária com mudanças no estilo de vida, como a redução no consumo de sal, na ingestão do álcool, no uso do tabaco e execução de exercícios físicos realizados regularmente; o que, segundo a literatura, diminuem os níveis pressóricos de repouso em indivíduos hipertensos (Cruz, Araújo, Santos, 2011).

Programas de exercícios resistidos têm sido recomendados como medida não farmacológica por promoverem efeito hipotensor e cardioprotetor em hipertensos (Laterza, Rondon, Negrão,2007). Estudos demonstraram que uma única sessão de exercício físico prolongado, de baixa a moderada intensidade, provoca queda pressórica abaixo dos valores observados no período pré-exercício, fenômeno este denominado hipotensão pós exercício (HPE) (Negrão, Rondon,2001; Brum et al.,2005).

Segundo Forjaz et al., (2011), os mecanismos envolvidos nessa resposta hipotensora ainda precisam ser elucidados. Embora o treinamento resistido (TR) esteja sendo recomendado para idosos e haja alguns indicativos de que ele possa ter efeito hipotensor crônico, ainda há carência de dados científicos e muitas controvérsias sobre o assunto, o que evidencia que este ainda é um campo aberto à investigação. De acordo com a revisão de literatura realizada, foram encontrados apenas três estudos com idosos (Martel et al., 1999; Taaffe et al., 2007; Cononie et al., 2007) e dois com hipertensos (Harris, Holly, 1987; Blumenthal, Siegel, 1991) que realizaram o TR. O conhecimento dessas alterações é importante, pois tem sido demonstrado que a redução de apenas 5 mmHg na pressão arterial diminui em 40% o risco de acidentes vasculares cerebrais e em 15% o risco de infarto agudo do miocárdio (Kelley, 1997).

Há alguns anos, mais especificamente até a década de 1990, a recomendação do exercício para pessoas com alguma doença crônica, principalmente de ordem cardiovascular, restringia-se ao treinamento aeróbio (ACSM, 1993).

Diante disso, como o TR tem sido indicado como exercício físico aos idosos e esta população frequentemente se apresenta com alguma doença ou disfunção cardiovascular, é de suma importância que se investigue os reais efeitos fisiológicos que a intensidade e o volume de treino suscitam nestes organismos, já que são de relevância clínica a todos os seus praticantes de diferentes faixas etárias.

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2. ESTADO DA ARTE

2. ESTADO DA ARTE

EFEITO DO TREINAMENTO RESISTIDO EM DIFERENTES INTENSIDADES E VOLUMES DE

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2. ESTADO DA ARTE

2. ESTADO DA ARTE

O fenômeno do envelhecimento atinge a todos os seres humanos independentemente, sendo um fator inerente ao processo de vida, variando de indivíduo para indivíduo. “Hoje, o envelhecimento é um desafio universal característico tanto dos países desenvolvidos, como de modo crescente, do terceiro mundo” (Bruni, Granado, Prado, 2008).

O termo “idoso” refere-se a pessoas com idade de 60 anos ou mais, de acordo com a lei nº 8.842, de 04 de Janeiro de 1994, que dispõe sobre a Política Nacional do Idoso do Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome do Governo Brasileiro.

Segundo Burgani (2010) o processo natural de envelhecimento gera uma preocupação a respeito dos eventos incapacitantes propiciados pela deterioração das aptidões físicas necessárias para a manutenção da funcionalidade da população idosa que aumenta notavelmente. A mesma autora afirma que no transcorrer dos anos, este processo natural de envelhecimento provoca no organismo alterações funcionais e estruturais.

O progresso e o avanço da tecnologia, tem permitido um maior e melhor controle, prevenção e tratamento de doenças infectocontagiosas e crônico-degenerativas no que se refere a descobertas de novas drogas, aliadas aos avançados nos métodos diagnósticos e ao desenvolvimento de técnicas cirúrgicas cada vez mais sofisticadas e eficientes. Como resultado, temos em dias atuais, um aumento significativo da expectativa de vida do homem. A consequência natural disso foi o aumento da vida média do homem, que hoje se situa em torno de 66 anos (20 anos a mais do que em 1950) (Nóbrega et al., 1999).

A Organização Mundial de Saúde (OMS, 2004) estima que dentre 10 indivíduos no mundo, um tenha mais de 60 anos, idade acima da qual considera-se uma pessoa idosa. O envelhecimento populacional é um fenômeno mundial e o Brasil segue essa mesma tendência. Estima-se que no ano de 2030 o Brasil terá a sexta população mundial em número absoluto de idosos (IBGE, 2004)

O processo de envelhecimento é caracterizado por diversas mudanças as quais, em sua maioria, levam ao declínio da saúde, da autonomia, da qualidade de vida do idoso.

As doenças ligadas ao processo do envelhecimento afetam drasticamente os custos assistenciais de saúde, paga-se uma conta alta em medicamentos, intervenções cirúrgicas,

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2. ESTADO DA ARTE

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delongam e dar qualidade de vida ao idoso é uma estratégia saudável para este problema mundial.

No Brasil a população idosa está em um crescimento progressivo e acelerado. Conforme Souza, Schroeder e Liberali (2007 p.25) “rapidamente o Brasil vai deixando de ser um país de jovens, para se tornar numa das maiores populações de idosos do planeta”. Segundo o Portal do Envelhecimento (2013) esta realidade deve-se aos avanços no campo da saúde e à redução da taxa de natalidade, acompanhado por mudanças dramáticas nas estruturas e nos papéis da família, assim como nos padrões de trabalho e na migração, fatores estes responsáveis pelo aumento da expectativa de vida.

De acordo com a projeção da população do Brasil por sexo e idade - 1980-2050, elaborada pela Divisão de População das Organizações das Nações Unidas (ONU), a população idosa brasileira vai ter um crescimento expressivo até 2050. Os idosos de 65 a 79 anos deverão passar de 10 milhões para 50 milhões entre 2000 e 2050 e os idosos de 80 anos e mais deverão passar de 1,7 milhão para quase 14 milhões no mesmo período (IBGE, 2008).

O aumento da expectativa de vida está diretamente relacionado ao desenvolvimento socioeconômico e a melhoria no saneamento básico, alimentação, educação e atenção à saúde. Nos países desenvolvidos, principalmente os europeus, tais condições foram gradativamente sendo estabelecidas no passado, de tal forma que a população de idosos vem aumentando paulatinamente; nos países subdesenvolvidos, tais modificações se iniciaram a partir dos anos 50, estando agora em franca evolução.

O envelhecimento envolve aspectos biológicos, psicológicos e sociais, sendo assim, difícil teorizar sobre o conceito de envelhecimento (Santos, 2011); nos aspectos biológicos destacam-se a aparência ou as doenças que nesse período é possível apontar, tais como os cabelos brancos, rugas, osteoporose, artrose, hipertensão, perdas cognitivas, cardiopatias, dentre tantas outras.

Conforme a Organização Pan-Americana da Saúde (2006) as pessoas idosas frequentemente têm problemas crônicos, necessitam utilizar mais medicamentos- tradicionais adquiridos sem receita médica e receitados - que pessoas mais jovens.

Rendas (2010) refere-se à proposta do Gabinete de Recenseamento dos Estados Unidos da América que classificam os idosos em:

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2. ESTADO DA ARTE

b) Idosos- com idade igual ou superior aos 75 anos e até aos 84; c) muito idosos- com idade igual ou superior aos 85 anos. 2.1. ENVELHECIMENTO BIOLÓGICO

Nenhum ser vivo é eterno, ao passar dos anos mudanças e alterações fisiológicas ocorrem no organismo. O ciclo de vida costuma ser dividido em três fases: a fase de crescimento e desenvolvimento, a fase reprodutiva e a fase da senescência. Na primeira fase, ocorre o desenvolvimento e aperfeiçoamento dos vários órgãos adquirindo progressivamente capacidades que o tornam capaz de se multiplicar. A segunda fase é caracterizada pela reprodução da espécie, imprescindível a sua perpetuação. Por último, a fase do declínio da capacidade funcional (Quaresma, 2008).

As principais alterações funcionais desta população são: 1) Diminuição da massa óssea e alterações nas articulações:

a. Diminuição da mobilidade de diversas articulações. b. Anquilose das articulações.

c. Perda de cálcio (osteoporose). 2) Atrofia da musculatura:

a. Diminuição de 25% a 30% da massa magra, podendo atingir os 50%. b. Diminuição do funcionamento locomotor e problemas de equilíbrio. 3) Aumento e alteração na redistribuição da gordura:

a. Modificações no peso corporal e no peso dos órgãos. 4) Alterações na pele e tecido subcutâneo:

a. A pele torna-se mais seca, rugosa e flácida por atrofia e baixa de eficácia das glândulas sebáceas e sudoríparas.

b. Perda de tecidos de suporte subcutâneo, descair da face, queixo e pálpebras. 5) Sistema cardiovascular:

a. Aumento da resistência vascular e da pressão sistólica.

b. Diminuição de 40% do débito cardíaco (capacidade máxima).

c. Perda da elasticidade dos vasos e acumulação de depósitos nas paredes. d. Degeneração e calcificação das válvulas.

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2. ESTADO DA ARTE

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b. Diminuição de 50% do débito cardíaco.

c. Endurecimento e calcificação das cartilagens, traqueia e brônquios. d. Aumento do volume residual pulmonar.

7) Sistema nervoso e sensorial:

a. Diminuição do peso e do volume do cérebro (5 a 10%). b. Diminuição dos neurotransmissores.

c. Diminuição dos reflexos tendinosos. d. Perda da motricidade fina.

e. Diminuição da capacidade da memória de curto prazo. 2.2. ENVELHECIMENTO PSICOLÓGICO E SOCIAL

O envelhecimento psicológico diz respeito ao papel que o indivíduo se atribui. Está relacionado com a capacidade adaptativa às tarefas do cotidiano. Tem haver com estados emocionais e com a percepção individual e subjetiva do seu o processo de envelhecimento em relação aos seus pares de igual idade (Berger, 1995). O autor ainda descreve de forma sucinta, uma série de mudanças psicológicas que surgem no idoso, tais como:

I. Decréscimo da auto imagem.

II. Limitações e dificuldades em se adaptar às perdas orgânicas, sociais e afetivas. III. Diminuição da capacidade volitiva e desinteresse relativamente ao futuro. IV. Dificuldade de acompanhar mudanças.

V. Dificuldade em aceitar novos papéis.

VI. Alterações de foro psíquico (depressão, isolamento, hipocondria, somatização, suicídio).

Já o envelhecimento social está intimamente relacionado com a diminuição ou perda de papéis que o indivíduo desempenhava na família e na sociedade. As funções sociais tendem a diminuir com o passar dos anos. A sociedade ocidental foi concebida em função do universo industrial, os equipamentos arquiteturais, sociais, e administrativos, ritmo de vida, gestão do tempo e do espaço, não se adaptam aos idosos, foram pensados e construídos em função da produtividade e competitividade (Costa, 1990).

Nesta perspectiva de produção, lucro e utilidade há pouco espaço para a sabedoria e experiência adquiridas ao longo dos anos; na maior parte das vezes o velho é considerado

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2. ESTADO DA ARTE

como um fardo a se carregar ou um estorvo, não usufruindo de quaisquer privilégios de âmbito social. A reforma pode ser um ‘problema’ e não uma libertação, já que a inatividade para a qual são empurrados gera sentimentos de dependência por diminuição do poder econômico, estão sem condições de competir e assim são esquecidos e marginalizados.

Segundo Zimerman (2000) o equilíbrio dos idosos e a sua adaptação ao meio dependem principalmente dos seguintes fatores:

a) Um contato social suficiente.

b) Uma ocupação cheia de significados. c) Certa segurança social.

d) Um estado de saúde satisfatório. 2.3. HIPERTENSÃO ARTERIAL

Leonardo Da Vinci cita com base em suas dissecações em seres humanos que as causas do envelhecimento são: “veias que, devido ao espessamento das túnicas, que ocorre nos idosos, limitam a passagem do sangue e, como resultado desta falta de nutrição destrói a vida dos idosos sem provocar febre, e os idosos enfraquecem pouco a pouco em uma morte lenta” (Affiune, 2002).

Com o envelhecimento, a artéria aorta e a árvore arterial sofrem redução de sua complacência e distensibilidade, tornando-se mais rígidas. Essas modificações levam ao aumento da pressão arterial sistólica, o que sobrecarregam o coração (O’Rouke; Hashimoto, 2007; Fleg, 1986;Nóbrega et al., 1999), resultando na deposição de colágeno e no aumento da espessura das paredes do ventrículo esquerdo, fato que faz aumentar a rigidez cardíaca (Nóbrega et al., 1999; Lakatta; Levy, 2003). Mesmo com tais alterações estruturais cardíacas, a função sistólica mantém-se inalterada, ao passo que a complacência ventricular diminui, o que vem a prejudicar a função diastólica e causando um aumento no tempo de relaxamento do ventrículo ( Cheitlin, 2003; Nobrega et al., 1999).

A circulação periférica também sofre alterações, morfológicas e funcionais, como a redução da relação capilar-fibra no músculo e diminuição do diâmetro capilar (O’Rouke; Hashimoto, 2007). Além disso, ocorre redução na liberação de óxido nítrico e menor resposta vasodilatadora dependente do endotélio (Nóbrega et al., 1999), resultando em menor

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2. ESTADO DA ARTE

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resistência vascular periférica total aumenta, podendo levar a concomitente aumento da pressão arterial diastólica e média ( O’Rouke; Hashimoto, 2007; Spirduso, Francis, 2005).

Hipertensão é o termo médico para a pressão arterial alta, uma condição na qual a pressão arterial encontra-se elevada de maneira crônica acima dos níveis considerados desejáveis para a idade e o tamanho de uma pessoa (Wilmore; Costill, 2001). Segundo o mesmo autor, é uma doença que faz com que o coração trabalhe mais intensamente que o normal, já que precisa expulsar o sangue do ventrículo esquerdo contra uma resistência aumentada, impondo assim grande tensão sobre as artérias e arteríolas sistêmicas. É conhecida como ‘assassina silenciosa’ pela falta de sintomas aparentes.

Em cerca de 5% dos casos há uma causa conhecida para o aumento da pressão, que geralmente, está relacionada a um distúrbio endócrino, que são classificadas em ‘hipertensão secundária’, mas a grande maioria, (>95%), não tem causa conhecida que justifique o aumento mantido da pressão. Nestes casos configuram-se como ‘hipertensão primária ou essencial’ (Curi ; Procópio, 2009).

A prevalência da hipertensão arterial sistêmica (HAS) tem crescido consideravelmente em diversos países do mundo. Esse aumento tem atingido tanto homens quanto mulheres, em diversas faixas etárias (Cooper et al., 2005).

A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é considerada uma condição clínica multifatorial caracterizada por níveis aumentados e mantidos de pressão arterial (VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão, 2010), cuja prevalência no Brasil atinge de 22% a 44% da população urbana adulta. São responsáveis por essa síndrome vários fatores, como sedentarismo, obesidade, consumo excessivo de sal e álcool. Esses fatores são responsáveis tanto pela hipertensão quanto por outras doenças cardiovasculares e renais (Rondon; Brum; 2003).

Em indivíduos idosos há uma prevalência da elevação da PA, sendo encontrado aumento de 60% na faixa etária acima de 65 anos e valores elevados da mesma, já a partir dos 40 anos de idade (Martinez; Latorre, 2006). Explica-se esse fato devido às alterações que ocorrem com o envelhecimento. Todas essas mudanças podem ser minimizadas quando o indivíduo está engajado num programa bem elaborado de exercícios físicos. Pesquisas na literatura científica demonstram a diminuição da PA e da massa gorda, a melhora da flexibilidade, dos níveis de força, da capacidade funcional dos idosos através da vida ativa e programa de exercícios físicos feitos com regularidade. Diversos estudos têm indicado que a

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prática de exercícios físicos regulares pode provocar modificações importantes na PA, tanto em indivíduos normotensos como em hipertenso (Farinatti et al.,2005 e Schwartz, 1995).

Estudos de meta-análise têm demonstrado que a prática de exercícios resistidos pode contribuir para o tratamento e/ou prevenção de disfunções cardiovasculares como a HAS (Polito, Anunciação, 2006). O exercício físico é parte da conduta não farmacológica para tratamento da HA, sendo capaz de reduzir os níveis tensionais e os fatores de riscos associados a hipertensão, como excesso de peso, resistência a insulina e dislipidemias. Como consequência, há apreciável redução dos custos com exames e medicamentos.

Consideram-se hipertensos indivíduos que mantêm seus níveis pressóricos, cronicamente, em valores iguais ou superiores a 140 mmHg para a pressão arterial sistólica e/ou 90 mmHg para a pressão arterial diastólica (Chobanian et al., 2003). Entretanto, para idosos com níveis muito elevados de pressão arterial, aceitam-se valores de até 160mmHg de pressão arterial sistólica (Lorga et al., 2002) (Quadro 1).

A hipertensão arterial é uma doença crônico-degenerativa com consequências gravíssimas. Felizmente, há alguns anos ela pode ser controlada por tratamentos com medicamentos e/ou não medicamentosos.

Quadro 1 - Classificação de pressão arterial para adultos

Classificação PAS(mmHG) PAD(mmHg)

Normal <120 <80

Pré-hipertensão 120-139 80-89

Hipertensão-Estágio 1 140-159 90-99 Hipertensão-Estágio 2 >160 >100 Legenda: PAS, pressão arterial sistólica; PAD, pressão arterial diastólica.

Fonte: Chobanian et al., 2003.

Ainda não são conhecidos todos os mecanismos que elevam e/ou mantém a pressão arterial sistêmica elevada. Para Corazza et.al., (2003) a manutenção assim como a variação de momento a momento dos níveis pressóricos depende de mecanismos complexos que determinam ajustes apropriados da frequência e da contratilidade cardíaca.

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2.4. HIPOTENSÃO ARTERIAL

A redução dos valores da pressão arterial após o exercício em comparação àqueles pré-exercício é uma adaptação aguda encontrada pós uma sessão de exercício, conhecida como hipotensão pós-exercício (HPE) (MacDonald et al., 2002).

A hipotensão pós-exercício (HPE) é um fenômeno com elevada relevância clínica, mas que ainda apresenta aspectos duvidosos em relação às variáveis que podem contribuir para sua manifestação.

A dúvida é maior quando o exercício contra resistência, ou exercício resistido é aplicado com intuito de proporcionar HPE. O comportamento da PA após o exercício contra resistência pode ser entendido de duas formas.

Imediatamente após o seu término, a PA tende a se reduzir rapidamente (i.e., aproximadamente 10s quando o exercício é exaustivo) (MacDougall,et al.,1985). Essa redução ocorre devido à hiperemia na musculatura que se encontrava obstruindo o fluxo sanguíneo e pela ação barorreflexa (MacDonald et al.,2000). Os barorreceptores são estruturas sensíveis ao estiramento que detectam variações da pressão, se localizados nas paredes das artérias (Curi; Procópio, 2009). Porém, a PA pode continuar declinando nos minutos subsequentes ao término do exercício, extrapolando, em algumas ocasiões, os valores aferidos antes da sessão, caracterizando a HPE. Diferentemente dos procedimentos de ação farmacológica, os mecanismos fisiológicos que podem explicar a HPE ainda não foram totalmente esclarecidos. Para que esse fenômeno tenha importância clínica é necessário que a queda pressórica apresente magnitude e perdure na maioria das vinte e quatro horas subsequentes à sessão de exercícios (Kenney, 1993).

A literatura apresenta evidências consistentes sobre a ocorrência da HPE após exercícios aeróbios (Forjaz et al., 1998; MacDonald et al., 2000; MacDonald; MacDougall; Hogben, 2000; Rondon et al., 2002). Entretanto, os estudos têm demonstrado que o exercício resistido também apresenta respostas hipotensoras importantes sobre a PA de repouso (Bermudes et al.,2004; Lizardo; Simões, 2005; Mediano et al., 2005; Polito e Farinatti, 2003; Rezek et al., 2006; Simão et al., 2005; Polito e Anunciação, 2010).

Atividades da vida cotidiana da maioria dos sujeitos como a ingestão de alguns alimentos, podem atuar sobre alguns destes mecanismos, o que poderia interferir na HPE. Como exemplo disso listam-se os alimentos ricos em cafeína, como refrigerantes do tipo cola,

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guaraná, chocolates, chás e café. Desses alimentos, o café faz parte da cultura de muitas populações, especialmente no Brasil, que é um dos principais produtores mundiais desse grão. As controvérsias de resultados sobre o efeito hipotensor dos exercícios resistidos sobre a pressão arterial podem estar relacionadas às intensidades dos exercícios em cada sessão, massa muscular envolvida e tempo de observação pós-sessão. Tudo pode depender da duração da sessão do TR, da intensidade das cargas, do número de exercícios que compunham as sessões, da condição física do executante, dentre outras.

Existem também controvérsias quanto à diminuição apenas da pressão arterial diastólica ou em ambas, diastólica e sistólica, ou ainda somente na sistólica.

O exercício físico é parte da conduta não farmacológica para tratamento da HA, sendo capaz de reduzir os níveis tensionais (Simão,2008) e os fatores de riscos associados à hipertensão, como excesso de peso, resistência à insulina e dislipidemias. Como consequência, há apreciável redução dos custos com exames e medicamentos.

2.5. INTENSIDADE E VOLUME DE TREINO

A intensidade está associada à quantidade total de carga levantada, podendo ser expressa em termos absolutos (em quilos ou libras), em termos relativos (em % de RM) ou por meio da potência executada (Tan, 1999; Fleck; Kraemer, 1999; Fleck, 1999). A intensidade é frequentemente estimada por meio da percentagem de uma repetição máxima (1RM). O termo RM se refere ao máximo de vezes que uma carga pode ser levantada usando-se uma boa técnica de execução (Balsamo; Simão, 2005).

Gentil (2005) ressalta que o conceito de intensidade não está relacionado somente à carga, mas também às variáveis de velocidade, amplitude, tempo de descanso, métodos de treinamento, estado atual do organismo.

Segundo Forjaz, et. al., (2003) intensidades de esforço que estão entre 40% e 60% da carga máxima são considerados de intensidade leve podendo ser executados por várias repetições o que se denomina resistência muscular localizada (RML). Entretanto se realizadas com intensidades entre de 70% e 80% da carga máxima, o número de repetições por série não pode ser muito alto (8 a 12 repetições), o que nos traduz um treinamento para aumento da massa magra.

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Com relação ao efeito da intensidade do treinamento resistido, Tsutsumi et.al., (1997), Taaffee et al., (2007),Carter et al.,(2003) demonstraram, em idosos, que o treinamento realizado em menor intensidade (55 a 65% de 1 RM) foi capaz de reduzir tanto a pressão arterial sistólica quanto a diastólica, enquanto o treinamento resistido realizado com maior intensidade (75 a 85% de 1 RM) só diminuiu a pressão arterial sistólica. De fato, outros estudos realizados com intensidade elevada (75% de 1 RM) também observaram redução apenas da pressão arterial sistólica (Simons; Andel, 2006) ou mesmo nenhum efeito hipotensor pós exercício (Anton et al., 2006). Além disso, de modo geral, os estudos que envolveram exercícios com a intensidade classicamente utilizada para desenvolver resistência muscular localizada, ou seja, baixa intensidade (50 a 65% de 1 RM - 15 RM), encontraram queda tanto da pressão arterial sistólica quanto da diastólica (Delmonico et al.,, 2005; Martel et al.,1999). Por outro lado, Taaffee et al.,(2007) verificaram que os exercícios resistidos realizados com alta intensidade (8 RM) foram capazes de reduzir a pressão arterial diastólica, porém não tiveram efeito sobre a pressão arterial sistólica. Embora estudos recentes mostrem que o exercício de força intenso (acima de 80% de 1RM) é seguro, os profissionais da área cardiopulmonar podem preferir usar cargas de trabalho em torno de 60% de 1RM até maiores pesquisas serem desenvolvidas (Simão, 2008). A maior parte dos dados permite supor que o treinamento resistido realizado com menor intensidade seria mais recomendado a fim de promover redução da pressão arterial de repouso; entretanto, ainda há controvérsias a este respeito.

O volume é geralmente expresso em número de séries e repetições ( Lima et al., 2005). É uma medida da quantidade total de trabalho realizada, expressa em joules. Algumas maneiras simplificadas de se calcular o volume são o produto repetições x séries e o produto repetições x séries x cargas ( Tan, 1999; Fleck; Kraemer; Hakkinen, 2004; Fleck, 1999).

O volume de treino apresenta as seguintes variáveis, quais sejam, aumento no número de repetições por grupo de exercício ou aumento do número de grupos de exercício, ou ainda, aumento do número de exercício por grupo muscular.

Podemos perceber que algumas variáveis fisiológicas, tais como a potência aeróbia, lipídios sanguíneos e a composição corporal sofrem maiores alterações pelo volume de treinamento, enquanto a força, a potência e a resistência muscular são afetadas pela intensidade do treinamento. Porém, o principal é a variação correta no volume e na intensidade ( Cossenza, 2001).

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2.6. EXERCÍCIOS FÍSICOS E ENVELHECIMENTO

O envelhecimento, leva a uma perda progressiva das aptidões funcionais do organismo, aumentando, consequentemente, a tendência ao sedentarismo (Kallinen; Markku, 1995). Essas alterações, nos domínios biopsicossociais, põem em risco a qualidade de vida, limitando o idoso em sua capacidade para realizar, com energia, as suas atividades quotidianas e aumentando vulnerabilidade de sua saúde (Spirduso, 1995).

O comportamento sedentário, tende a acompanhar o idoso, e vem sofrendo importante pressão do avanço tecnológico ocorrido nas últimas décadas, sendo importante fator de risco para as doenças crônico-degenerativas, especialmente com relação as doenças coronarianas, principal causa de morte nos idosos (Kalache; Coombes, 1995, Pate et al., 1995).

Buscar reter a destreza e a mobilidade cotidianas, no caminhar, levantar-se e alcançar algum objeto acima da cabeça, evidenciam importantes aspectos de um estilo de vida de qualidade (Alexander et al., 2000).

A função cardíaca também se encontra alterada com o envelhecimento, na qual sua modulação pelo sistema nervoso autônomo (adrenérgico e vagal) diminui, ocorrendo declínio na resposta à estimulação adrenérgica do coração senescente. Como consequência, ocorre durante o exercício, uma diminuição da frequência cardíaca máxima (FC máx) e do volume sistólico máximo (responsável por 50% da redução do VO2 máx. relacionadas com a idade) (Nobrega et al., 1999) Quando falamos em idosos, devemos considerar que os indivíduos desta faixa etária, geralmente, tem habilidade diminuída para se adaptar a estímulos fisiológicos (Elward; Larson, 1992, Dalesy ; Spinks, 2000, Mazzeo; Tanaka, 2001). Entretanto, outros estudos, demonstraram a habilidade de adultos desta faixa etária se adaptarem ao treinamento (Kohrt et al., 1992, Coggan et al., 1992).

Sendo assim, a prática de Atividade Física seria recomendada para manter e/ou melhorar a densidade mineral óssea e prevenir a perda de massa óssea, a aumentar a força e a potência musculares, a incrementar a massa muscular livre de tecido gorduroso e a aumentar os níveis de flexibilidade articular, principalmente, em indivíduos acima de 50 anos. A treinabilidade do idoso (a capacidade de adaptação fisiológica ao exercício) não se diferenciariam da de indivíduos mais jovens. Todos estes benefícios da atividade física regular diminuem a incidência de quedas e o risco de fraturas.

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O movimento corporal, através dos exercícios físicos direcionados para este segmento populacional, promove uma vivência de bem-estar, auto- estima elevada e longevidade, claramente exposta no semblante alegre e num corpo desperto e ágil (Moreira, 2001). Os cientistas enfatizam cada vez mais a necessidade de que a atividade física seja parte fundamental dos programas mundiais de promoção da saúde ( ACSM, 1998). Aceita-se que qualquer atividade física da vida cotidiana, realizada de forma regular, seja válida e que pode ser realizada de forma contínua ou intervalada, o importante é acumular durante o dia 30 minutos de atividade (Murphy ; Hardman, 1998).

No intuito de estabelecer o padrão do nível de atividade física em diferentes populações de idades avançadas, surgiram várias pesquisas, como a de Caspersen et al., (1994) que compilaram informações de cinco grandes levantamentos realizados na população do sexo masculino maiores de 65 anos da Inglaterra, Estados Unidos e Holanda. Como resultado obtiveram que, a caminhada foi uma das atividades mais realizadas, variando de 38% a 72%, seguida pela jardinagem, que foi prevalente entre 37% e 67%.

Estudos como o dos pesquisadores Yusuf et al., (1996) angariaram dados de 2.783 homens e 5.018 mulheres maiores de 65 anos de idade da Pesquisa Nacional de Saúde dos Estados Unidos de 1990 que determinaram a prevalência de atividade física regular, definida como a participação em atividades físicas no tempo livre por três ou mais vezes por semana e por mais de 30 minutos nas últimas duas semanas.

Estudos como o de Matsudo; Matsudo (2000) e Zenker(1996), apontaram para os benefícios dos programas de exercícios físicos para idosos, como medida profilática importante no sentido de preservar e retardar ao máximo os efeitos do envelhecimento sobre a aptidão física .

A morbimortalidade nos idosos tem suas taxas reduzidas através da realização de atividades físicas regulares, que também melhoram os índices para a aptidão física (Bravo et al., 1996; Schwartz, 1995).

Em 25.341 pacientes do sexo masculino seguidos em média por 8,4 anos, classificados em três níveis de condicionamento físico (alto, médio e baixo), em estudos de Farrell et al., (1998) observou-se forte associação inversa entre o nível de condicionamento físico e mortalidade por doenças cardiovasculares em indivíduos que não apresentavam fatores de risco como: fumo, colesterol e pressão arterial elevados, como também em indivíduos

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fumantes e com colesterol elevado. Não foram encontradas associações em hipertensos ou sujeitos com dois ou mais fatores de risco.

De acordo com recente metanálise realizada por Arent et al., (2000), o humor de pessoas idosas apresentou melhoras significativas quando estes indivíduos estavam envolvidos em exercícios físicos. Este efeito tem sido encontrado com a realização de qualquer tipo de exercício, mas em especial com o treinamento de força muscular, executado em intensidade leve a moderada. Da mesma forma, há melhora na função neurocognitiva dos indivíduos que envelhecem participando de atividades aeróbias (Kraemer et al., 2000).

Segundo os mesmos autores, em torno dos 60 anos é observada uma redução da força máxima muscular entre 30 e 40%, correspondendo a uma perda de cerca de 6% por década dos 35 aos 50 anos de idade e, a partir daí, 10% por década.

Por todos os seus benefícios a todas as populações, a atividade física também se mostra importantíssima para os idosos, para prevenção de patologias, para a prevenção de quedas e tantos outros problemas relacionados a idade. Para além disso aumenta a autoestima e mantém a sociabilidade do indivíduo. Todos estes benefícios proporcionam uma maior independência em tarefas comuns da vida diária, promovendo, desta maneira melhor e qualidade de vida neste população.

2.7. EXERCÍCIOS RESISTIDOS E ENVELHECIMENTO

A quantidade de massa magra diminuída e concomitante aumento da massa gorda (Fukagawa et al., 1990), as alterações dos conteúdos dos fluidos corporais (McArdle et al., 1996; Shock et al., 1963), do humor e do estresse (Schmidt et al.,1996), dos hormônios (Poehlman et al., 1990), da temperatura corporal (McArdle et al., 1996, Rising et al., 1992), a diminuição da área corporal (MacArdle et al., 1996), o aumento da inatividade física ( Poehlman et al., 1990), a genética individual (Rising et al., 1992) e o próprio envelhecimento (Poehlman, 1998) fazem com que a Taxa Metabólica Basal (TMB) diminua ao longo dos anos com a idade (Poehlman et al.,1990; Rothenberg et al., 2000; Van Pelt et al., 2000).

Atualmente os exercícios com peso são recomendáveis pelas principais instituições que formulam diretrizes para o treinamento físico às várias condições das populações, especiais ou não como diabéticos, hipertensos, cardiopatas, idosos, adolescentes, etc. Em

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de incluir o treinamento resistido em um programa de prevenção, tratamento e controle da hipertensão arterial.

É importante manter a força conforme envelhecemos, porque ela é vital para a saúde, a capacidade funcional e a vida independente. Na sexta década de vida uma diminuição mais dramática ocorre tantos em homens como mulheres, embora nestas últimas ela seja ainda maior (Fleck e kraemer, 1999).

Como benefícios desse tipo de treinamento físico, além do ganho de força e da resistência muscular, há o incremento de massa livre de gordura, aumento da mineralização óssea, o que consequentemente melhora a qualidade de vida dos indivíduos.

Para Bermurdes (2003) o exercício resistido consiste num trabalho muscular local, que utiliza sobrecargas, como peso de máquinas, barras, anilhas, realizado com cargas moderadas e frequentes repetições, apresentando pausas entre as execuções, e, portanto, caracterizando como esforço descontínuo.

Estes exercícios contra resistência podem ser realizados em diferentes intensidades. Segundo Forjaz, et. al., (2003) intensidades de esforço que estão podendo ser executados por várias repetições o que denomina-se resistência muscular localizada (RML). Entretanto se realizadas com intensidades entre de 70% e 80% da carga máxima, o número de repetições por série não pode ser muito alto (8 a 12 repetições), o que nos traduz um treinamento para aumento da massa magra.

2.8. ÍNDICE DE PERCEPÇÃO DO ESFORÇO

Atualmente a American Heart Association (2007) recomenda que idosos saudáveis podem realizar exercícios com intensidades superiores a 60% de 1RM, o que caracteriza treinamento de hipertrofia muscular, como mostrou-se os estudos de De Vos et al., 2008; Figueiroa, 2008; Takahashi, 2009. Sendo esta população de grande variabilidade individual em termos de tolerância ao esforço, em função da presença de doenças típicas dessa faixa etária, faz-se necessário, além de prescrição metodológica adequada de treinos, sabermos o que sente o idoso durante a execução dos movimentos propostos.

O controle da intensidade de esforço em trabalhos de exercitação corporal sempre foi uma preocupação dos profissionais da área da Educação Física e a busca de métodos confiáveis para a prescrição e monitoramento de cargas de treino, com baixo custo e fácil aplicabilidade.

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É importante ressaltar que para prescrever um treinamento de força, faz-se necessário controlar a intensidade do esforço em qualquer população, faixa etária, gênero e com algum problema de saúde ( Raso et al., 2000; Burkhalter, 1996).

O controle da intensidade do exercício pode ser feito através de escalas de percepção de esforço. O conceito de esforço percebido pelo praticante foi introduzido por Borg e Dahlströn, entre as décadas de 50 e 60 e originou-se através de um estudo piloto, no qual uma escala demonstrou que a resposta fisiológica aumentava de forma linear com a intensidade e a percepção do esforço ( Borg, 2000).

A escala subjetiva do esforço é uma medida fácil de ser aplicada, de baixo custo operacional e pode ser adequada para a prescrição dos exercícios de força muscular (Raso et al., 2000; Silva, 2005).

O Índice de Percepção do Esforço (IPE) está relacionado com a tensão muscular no exercício, o desconforto e fadiga no treino cardiovascular.

Essa intensidade tem estreita ligação a uma maior ativação dos sensores musculares que está diretamente relacionado à sensação subjetiva do esforço. Esse mecanismo pode ser explicado por um aumento dos impulsos nervosos do córtex motor ao centro de controle cardiovascular. O que pode levar a um do IPE (Mitchell et al., 1980).

A percepção subjetiva do esforço é um parâmetro subjetivo que considera informações proveniente do meio físico, portanto extrínsecas e intrínsecas, provenientes do organismo do executante. Entretanto, essas escalas não foram elaboradas com o objetivo específico de avaliar as intensidades do exercício resistido (ER). Assim sendo, Robertson et al., (2003) desenharam uma escala, a OMNI- RES, Resistance Exercise Scale que apresenta descritores visuais, além de descritores alfanuméricos. Esta escala apresenta relação forte e significativa com a intensidade e o volume do treinamento.

2.9. CARACTERÍSTICAS GEOGRÁFICAS DA AMOSTRA

Januária é um município do Estado de Minas Gerais, sendo este um dos estados que compõe a Região Sudeste do Brasil, com uma área de 7.325 km2 e a população estimada em 98.985 habitantes. Segundo último censo demográfico (2013). Sua altitude média é 434m acima do nível do mar, tendo como ponto culminante a Serra de São Felipe, com 849m de altitude. São municípios limítrofes: Montalvânia, São Francisco, Brasília de Minas,

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pelo Rio São Francisco, conhecido como Rio da Integração Nacional, pois corta territorialmente 5 estados brasileiros. A economia é voltada para o setor agropecuário, destacando-se as culturas de laranja, cana-de-açúcar, milho, mandioca, feijão e sorgo.

2.10. QUESTÕES DE ESTUDO

Os problemas aos quais a presente tese almeja elucidar são os seguintes:

1) Avaliar o efeito dos exercícios resistidos na intensidade de 50% sobre a pressão arterial em idosas hipertensas;

2) Avaliar o efeito dos exercícios resistidos na intensidade de 70% sobre a pressão arterial em idosas hipertensas;

3) Comparar o efeito dos exercícios resistidos na intensidade de 50% e 70% sobre a pressão arterial em idosas hipertensas;

4) Avaliar efeito do volume de treinamento de 1 série sobre a pressão arterial de idosas hipertensas controladas;

5) Avaliar o efeito do volume de treino de 3 séries sobre a PA de idosas hipertensas; controladas;

6) Comparar o efeito do volume de treino de 1 e 3 séries sobre a PA de idosas hipertensas controladas

7) Comparar o índice de percepção do esforço em diferentes volumes de treino - 1 e 3 séries.

2.11. ORGANIZAÇÃO DA TESE

O interesse em organizar este trabalho visa à investigação e oferecer respostas que poderão melhorar a forma de avaliar idosas hipertensas em relação aos níveis pressóricos submetidas ao treino de força, em diferentes intensidades e volumes.

Tendo em consideração a quantidade de dados recolhidos, o número de variáveis em estudo e, sobretudo, a diversidade das questões acima indicadas, optou-se por apresentar, nesta tese, dois estudos, que no seu conjunto permitem dar resposta às questões.

O estudo “1” com o título: “Efeito treinamento resistido com diferentes intensidades em idosas hipertensas” pretende dar resposta às questões # “1,2 e 3”.

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O estudo “2”, com o título: “Efeito hipotensor dos exercícios resistidos em idosas hipertensas submetidas a diferentes volumes de treino” pretende responder às questões # “4, 5, , 6.e 7”.

Sendo assim, no capítulo dois são descritos os estudos realizados. Cada estudo encontra-se dividido nas seções tradicionais do formato de artigo (Resumo, Introdução, Métodos, Resultados, Discussão e Conclusão).

No último capítulo desta Tese são apresentadas as conclusões finais, procurando dar resposta às questões em estudo, sugerindo implicações práticas e novas linhas de investigação.

2.12. OBJETIVOS

Para melhor visualização a investigação em epígrafe foi dividida em dois estudos, sendo que cada um deles apresenta um objetivo dentre os quais se tem como objetivo geral avaliar o efeito do treino de força em diferentes intensidades e volumes de treino sobre os níveis pressóricos em idosas hipertensas. Porém os objetivos específicos estão definidos a saber como abaixo se vê:

2.12.1. ESTUDO 1: EFEITO DO TREINAMENTO RESISTIDO COM DIFERENTES INTENSIDADES EM IDOSAS HIPERTENSAS

O presente estudo teve como objetivos:

a) Avaliar o efeito dos exercícios resistidos na intensidade de 50% sobre a pressão arterial em idosas hipertensas;

b) Avaliar o efeito dos exercícios resistidos na intensidade de 70% sobre a pressão arterial em idosas hipertensas;

c) Comparar o efeito dos exercícios resistidos na intensidade de 50% e 70% sobre a pressão arterial em idosas hipertensas.

2.112.2. ESTUDO 2: EFEITO HIPOTENSOR DOS EXERCÍCIOS RESISTIDOS EM IDOSAS HIPERTENSAS SUBMETIDAS A DIFERENTES VOLUMES DE TREINO

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a) Comparar o efeito hipotensor dos exercícios resistidos com volumes diferentes de treino sobre a PA de idosas hipertensas;

b) Avaliar o efeito hipotensor dos exercícios resistidos com volume de 1 série sobre a PA de idosas hipertensas

c) Avaliar o efeito hipotensor dos exercícios resistidos com volume de 3 séries sobre a PA de idosas hipertensas

d) Comparar o IPE de idosas hipertensas nos volumes de 1 série e 3 séries de exercícios resistidos.

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3. ESTUDOS REALIZADOS

3. ESTUDOS REALIZADOS

EFEITO DO TREINAMENTO RESISTIDO EM DIFERENTES INTENSIDADES E VOLUMES DE

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ESTUDO 1: EFEITO HIPOTENSOR DO TREINAMENTO RESISTIDO COM DIFERENTES INTENSIDADES EM IDOSAS HIPERTENSAS

ESTUDO 1

Efeito hipotensor do treinamento resistido com diferentes

intensidades em idosas hipertensas

EFEITO DO TREINAMENTO RESISTIDO EM DIFERENTES INTENSIDADES E VOLUMES DE

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ESTUDO 1: EFEITO HIPOTENSOR DO TREINAMENTO RESISTIDO COM DIFERENTES INTENSIDADES EM IDOSAS HIPERTENSAS

ESTUDO 1: EFEITO HIPOTENSOR DO TREINAMENTO RESISTIDO

COM DIFERENTES INTENSIDADES EM IDOSAS HIPERTENSAS

RESUMO

Introdução: A Hipertensão Arterial Sistêmica representa um dos maiores fatores de risco para acometimento de doenças cardiovasculares, principalmente em idosos. Após uma sessão de exercícios físicos, pode ocorrer a diminuição da pressão arterial, fato que a que se denomina de efeito hipotensor pós-exercício (HPE). Este efeito é de relevante importância clínica, porém ainda necessita estudos que definam as intensidades que os indivíduos devem se exercitar para serem contemplados aos seus benefícios.

Objetivo: Foi objetivo deste artigo analisar o efeito hipotensor do treinamento resistido sobre a pressão arterial de senhoras hipertensas controladas em diferentes intensidades de treino. Metodologia: O grupo e intervenção-GI foi composto por 13 idosas hipertensas com idades entre 60 e 73 anos (65,5 ± 4,2) submetidas a duas intensidades de treino diferentes, 50% e 70% de 10RM. Foram aferidas medidas de pressão arterial em repouso, 1º, 10º, 20º, 30º, 45º e 60º minutos após a execução dos exercícios resistidos programados. Resultados: Houve diferenças significativas na Pressão Arterial Diastólica (PAD) mensurada aos 10 (0,034); 20 (0,042); 30 (0,031); 45 (0,035) e 60 (0,017) minutos pós esforço. Esta diferença foi detectada em relação ao GC sobre o repouso, não havendo diferença entre os outros grupos. O efeito verificado foi médio para os momentos 60 minutos e baixo nos demais momentos.

Conclusão: No presente estudo foi verificado diferenças somente nos últimos momentos após a intervenção realizada com os exercícios resistidos. As diferenças estatisticamente significativas aconteceram após o 10º minuto e um valor menor ocorreu no minuto 60 em relação a PAD.

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ESTUDO 1: EFEITO HIPOTENSOR DO TREINAMENTO RESISTIDO COM DIFERENTES INTENSIDADES EM IDOSAS HIPERTENSAS

INTRODUÇÃO

Atualmente, estima-se, que em cada 10 indivíduos no mundo, um tenha mais de 60 anos, idade acima da qual seria o sujeito considerado idoso, segundo a Organização Mundial da Saúde (WHO 2004). No Brasil, o envelhecimento populacional é um fenômeno que segue a tendência mundial. Segundo dados do IBGE, estima-se que no ano de 2030 o Brasil seja a sexta população mundial em número absoluto de idosos (IBGE 2004).

A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é caracterizada pelo aumento crônico da pressão arterial sistólica e diastólica acima dos níveis aceitáveis para a saúde humana. Atinge mundialmente grande parte da população adulta, tornando-a motivo de preocupação de saúde pública, pois seu tratamento eleva consideravelmente os gastos dos cofres públicos.

O treinamento resistido tem sido recomendado como parte do tratamento não farmacológico da HAS por causa de seu efeito hipotensor, ou seja, diminuição dos níveis pressóricos abaixo dos valores de repouso após realizado o esforço. No entanto são poucos os estudos que abordam a questão da definição das intensidades e o efeito destas sobre a HAS e qual seria o tempo de interferência se houver esta ação hipotensora no pós exercício.

Assim o objetivo do presente estudo foi analisar o efeito hipotensor do treinamento resistido em diferentes intensidades sobre a pressão arterial de idosas hipertensas controladas. METODOLOGIA

Amostra

A população foi constituída por mulheres Januarenses com idades entre 60 e 76 anos (Tabela 1) todas com hipertensão arterial sistêmica. A amostra foi composta por 13 idosas com hipertensão arterial diagnosticada clinicamente e controladas por medicação anti-hipentensiva. Todas as voluntárias são participantes do Programa Caminhada Orientada, Projeto institucionalizado do curso de Educação Física da Universidade Estadual de Montes Claros, campus Januária, mas sem experiência anterior em treinamento de força ou musculação. Todas faziam uso de pelo menos um medicamento para controle da hipertensão arterial sistêmica e faziam duas tomadas do medicamento, uma de manhã outra a noite.

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ESTUDO 1: EFEITO HIPOTENSOR DO TREINAMENTO RESISTIDO COM DIFERENTES INTENSIDADES EM IDOSAS HIPERTENSAS

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Todas foram orientadas a continuarem com seus medicamentos e não interromperem as outras atividades que faziam, como por exemplo, as caminhadas e suas atividades de vida diária (AVDs).

A tabela 1 apresentaas características físicas da amostra.

Tabela 1 - Características físicas da amostra grupo de intervenção (n=13)

Média Desvio Padrão Mínimo Máximo

GI Idade (anos) 65,5 4,2 60 73 Massa corporal (kg) 71,35 7,45 61,9 89 Estatura (m) 1,55 0,07 1,45 1,66 IMC (kg/m2) 29,71 3,77 24,42 36,57 PAS 135,85 12,15 120 150 PAD 88,38 11,5 70 110

GI=grupo de intervenção, que foi o controle dele mesmo; PAS= pressão arterial sistólica; PAD=pressão arterial diastólica; IMC= índice de massa corporal

Procedimentos

Durante os dias que se submeteriam ao experimento, as senhoras foram orientadas a não consumirem cafeína e bebida alcoólica 24 h antes da coleta, não praticar atividade física antes das sessões de musculação, a consumirem alimentos até 3 horas antes do início das mesmas e não fazerem uso do sal, sendo este fato conferido através de entrevista antes dos testes.

Todos os indivíduos assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido conforme resoluções 196/96 e 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde, que contém as diretrizes e normas que regulamentam a pesquisa envolvendo seres humanos, em concordância com os princípios éticos contidos na Declaração de Helsinki (1964, reformulada em 1975, 1983, 1989, 1996, 2000 e 2008) da “World Medical Association”. Este estudo tem aprovação do Comitê de Ética sob o número 31856014.0.0000.5146.

Todas as voluntárias foram informadas dos objetivos da pesquisa, dos procedimentos experimentais a que foram sujeitas, dos possíveis riscos e desconfortos que pudessem sentir em face aos exercícios realizados e benefícios dos mesmos. Foram informadas do sigilo

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Tabela 1 - Características físicas da amostra grupo de intervenção (n=13)
Tabela 2 - Valores (X ± DP) nos domínios do GDLAM durante a intervenção (n = 13)
Tabela 4 - Resultados da reprodutibilidade do teste de 10RM nos exercícios realizados
Figura 3 - Comportamento do índice de percepção do esforço.

Referências

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