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Caracterização do perfil de actividade motora dos jogadores e das equipas participantes no Campeonato do Mundo de Futebol 2010

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UNIVERSIDADE DE TRÁS-OS-MONTES E ALTO DOURO

CARACTERIZAÇÃO DO PERFIL DE ACTIVIDADE

MOTORA DOS JOGADORES E DAS EQUIPAS

PARTICIPANTES NO CAMPEONATO DO MUNDO DE

FUTEBOL 2010

DISSERTAÇÃO DE MESTRADO EM CIÊNCIAS DO DESPORTO:

ESPECIALIZAÇÃO EM JOGOS DESPORTIVOS COLECTIVOS

TIAGO DE CARVALHO ALVES MACHADO

Orientador: Nuno Miguel Correia Leite

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II

DEDICATÓRIA

À minha esposa, ao Rodrigo, aos meus pais e às minhas irmãs Ao meu avô, estarás sempre comigo

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III

AGRADECIMENTOS

A realização do presente trabalho exigiu muitas horas de esforço e dedicação. Ao longo de todo o tempo a que ele me dediquei, tive o apoio de inúmeras pessoas, que de alguma forma contribuíram para a sua concretização. A essas pessoas quero agradecer, humildemente, sabendo que não irei esquecer o que fizeram por mim.

Ao Professor Doutor Nuno Leite, orientador deste trabalho, por todos os conhecimentos científicos transmitidos, pela paciência, compreensão e disponibilidade, pela amizade e boa disposição, não só na realização deste trabalho, mas também ao longo destes últimos anos da minha vida.

Ao co-orientador Professor Doutor Jaime Sampaio, pelos conhecimentos, pela sabedoria, pela objectividade e genialidade que sempre me transmitiu ao longo da minha formação académica.

À Susana, minha esposa, amiga e companheira, por todo o apoio, carinho, dedicação e por todos os momentos que passamos juntos.

Ao Rodrigo, meu filho, obrigado por existires.

À minha família, em especial aos meus pais e irmãs, agradeço todo o apoio

e compreensão que sempre me deram. A eles devo muito da minha formação e tudo aquilo que sou.

Aos meus amigos pelos momentos fantásticos que passei, passo e passarei

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IV

ÍNDICE GERAL

DEDICATÓRIA……… II AGRADECIMENTOS………. III ÍNDICE GERAL………... IV ÍNDICE DE QUADROS……….. V RESUMO……….. VI ABSTRACT………. VII I. INTRODUÇÃO……….. 1 I. MATERIAL E MÉTODOS……… 8 2.1 AMOSTRA………... 9 2.2 PROCEDIMENTOS……… 9 2.3 ANÁLISE ESTATISTICA………... 13 II. RESULTADOS……….. 14 III. DISCUSSÃO……….. 22 IV. CONCLUSÃO……… 30 V. BIBLIOGRAFIA………. 34

(5)

V

ÍNDICE DE QUADROS

Quadro 3.1 Caracterização das variáveis em estudo em função da

posição específica……….. 15

Quadro 3.2 Caracterização das variáveis em estudo em função do

resultado final do jogo (vitória, empate, derrota) ……….. 18

Quadro 3.3 Caracterização e comparação das variáveis em estudo em função da classificação final da selecção (fase de grupos e

eliminatórias) ……….. 19

Quadro 3. 4 Caracterização e comparação das variáveis em estudo em função da fase em que o jogo se disputou (fase de grupos e

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VI

RESUMO

Os objectivos do presente estudo foram: (i) comparar o perfil de actividade dos jogadores seleccionados para representar as equipas participantes no Campeonato do Mundo de 2010, em função da posição específica; (ii) comparar o perfil de actividade das equipas participantes no Campeonato do Mundo de 2010 em função do resultado final do jogo; (iii) comparar o perfil de actividade das equipas participantes no Campeonato do Mundo de 2010 em função da classificação final da equipa (fase de grupos ou eliminatórias); e (iv) comparar o perfil de actividade das equipas participantes no Campeonato do Mundo de 2010 em função da fase em que o jogo se disputou (fase de grupos ou eliminatórias). Quando comparamos o perfil de actividade das equipas em função da posição específica, verificamos através da análise realizada, que os resultados da distância total percorrida pelos jogadores é de 8966.0 ± 2309.5 m para os defesas, 8311.4 ± 3563.5 m para os médios e de 6492.9 ± 3358.8 m para os avançados. Verificamos ainda que as equipas que saem vitoriosas dos jogos percorrem mais distância com posse de bola, enquanto que, aquelas que são derrotadas percorrem mais distância sem posse de bola. As equipas que passaram à fase de eliminatórias percorrem mais distância com posse de bola, realizam mais sprints na 1ª parte dos jogos no total do tempo de jogo e ainda que percorrem mais distâncias em actividades de baixa intensidade. Nos jogos disputados nas eliminatórias, as equipas percorrem maiores distâncias totais, com posse de bola, sem posse de bola, em actividades de baixa, média e alta intensidade, realizam ainda mais sprints e atingem maiores velocidades máximas, principalmente na primeira parte dos jogos.

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VII

ABSTRACT

The goals of this study were: (i) compare the activity profile of the players selected to represent the teams in World Cup 2010, according to the specific position; (ii) compare the activity profile of the players selected to represent the teams in World Cup 2010, according to the final result of the match; (iii) compare the activity profile of the players selected to represent the teams in World Cup 2010, according to the final classification of the team ( group stage or qualifying); and (iv) compare the activity profile of the players selected to represent the teams in World Cup 2010, according to the stage where the match was played (group stage or qualifying). When comparing the activity profile of the teams according to the specific position, is verified by analysis , that the results of the total distance covered by the players is 8966.0 ± 2309.5 m for the defenders, 8311.4 ± 3563.5 m for the midfielders and 6492.9 ± 3358.8 m for forwards. We can also verify that the winning teams cover more distance with ball possession, while those who are defeated cover more distance without ball possession. The teams that went to qualifying stage cover more distance with ball possession, they do more sprints in the match first half, in the match full time and even cover more distance in low intensity activities. At the qualifying matches, the teams cover longer total distances, with ball possession, without ball possession, in low activity, medium and high intensity, they do even more sprints and reach higher maximum speeds, mainly at the first half of the matches.

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Introdução

1

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Introdução

2

I. INTRODUÇÃO

Nos últimos anos, vários cientistas têm procurado identificar quais os factores que influenciam a performance e o sucesso nos vários Jogos Desportivos Colectivos. Inserido nestes, o futebol é um dos desportos mais praticados e complexos do mundo, no qual os jogadores necessitam de requisitos técnicos, tácticos e físicos para ter sucesso (Helgerud et al., 2001). O futebol é classificado, devido à sua intensidade e natureza acíclica, como um desporto colectivo intermitente de alta intensidade (Bangsbo, 1994a; Casas, 2008). Durante um jogo o atleta é submetido a diferentes tipos de esforços nas diferentes actividades (corrida lenta, saltos, sprints, giros, etc.) (Mohr et al., 2003; Bangsbo et al., 2006). Aproximadamente 88% de um jogo de futebol envolvem actividades aeróbias e os 12% restantes actividades anaeróbias de alta intensidade (Reilly, 1996).

A performance do futebolista depende de múltiplos factores (Bangsbo, 2003; Arnason et al., 2004; Impellizeri et al., 2005) pois, a natureza dinâmica do futebol e o seu próprio objectivo do jogo, implicam um certo número de variáveis de determinados domínios que se inter-relacionam e condicionam o jogo da equipa levando a que, de acordo com Svensson & Drust (2005) e Santos & Soares (2001) se exija que os jogadores estejam aptos nas várias componentes.

Neste sentido, a análise do jogo de futebol torna-se fundamental, uma vez que permite verificar e examinar os comportamentos que influenciam a performance, que ocorrem durante a competição. Através desta análise os treinadores podem identificar os pontos fortes e os pontos fracos da sua

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Introdução

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equipa. Estes dados são um instrumento fundamental, pois permitem aos treinadores não só melhorarem os seus programas de treino semanais, como também, se tornam bastante úteis na planificação de uma temporada. Permitem igualmente ao treinador analisar a performance dos adversários de modo a arranjar estratégias para combater os seus pontos fortes e explorar as suas fraquezas (Hughes & Bartlett, 2002).

As exigências fisiológicas do futebol têm sido intensamente estudadas, no futebol masculino, através dos estudos de tempo e de movimento (para refs. ver Lago et. al, 2010). Os estudos de tempo e de movimento são um método muito útil para quantificar as exigências físicas dos jogadores durante o jogo (Rienzi et al., 2000). Este tipo de estudos permite identificar o número, tipo e frequência das acções realizadas pelo jogador (Bangsbo, 1994b; Garganta, 1997).

De todas as variáveis que influenciam a performance dos jogadores a distância percorrida é, talvez, a mais estudada e conhecida, sendo frequentemente apresentada pela televisão durante a transmissão dos jogos de futebol. Vários estudos de análise do tempo e do movimento demonstraram que jogadores de futebol de elite normalmente percorrem entre 9000 a 14000 m por jogo (Barros et al., 2007; Di Salvo et al., 2007; Mohr et al. 2005; Rampinini et al., 2007). Destacamos o estudo realizado por Di Salvo e colaboradores (2007), com 300 futebolistas analisados em 20 jogos da Primeira liga Espanhola e 10 jogos da Liga dos Campeões, tendo percorrido distâncias médias de 11000 m por jogo. Num outro estudo efectuado por Barros e colaboradores (2007), com 55 futebolistas brasileiros analisados em 4 jogos da Primeira Divisão Brasileira,

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Introdução

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verificou-se que os atletas percorrem distâncias cerca de 1300 m inferiores às obtidas no estudo europeu.

Por outro lado nem todos os jogadores percorrem as mesmas distâncias durante um jogo, variando estas de acordo com a posição que os jogadores ocupam no jogo. Alguns estudos referem que os médios centro percorrem maiores distâncias do que os defesas e os avançados, como por exemplo no estudo realizado por Ekblom (1986), cujos resultados demonstram que os médios centro percorreram 10600 m por jogo, enquanto que os defesas e os avançados percorreram 10100 m e 9600 m, respectivamente.

No estudo efectuado por Barros e colaboradores (2007) os resultados demonstram que os defesas laterais percorrem maiores distâncias (10642 m) do que os médios laterais (10598 m), os médios centro (10476 m), os avançados (9612 m) e os defesas centrais (9029 m). Por outro lado, num outro estudo realizado por Di Salvo e colaboradores (2007), com jogadores envolvidos nas competições europeias, os médios centro e os médios laterais percorreram maiores distâncias do que os defesas centrais, defesas laterais e os avançados.

Analisando as distâncias percorridas pelos futebolistas em função das diferentes partes do jogo, podemos igualmente concluir que existem padrões diferenciados, sendo que vários estudos sugerem a tendência para diminuir na 2ª parte (Bangsbo et al. 1991; Barros et al. 2007; Caixinha et al. 2004). De acordo com Barros e colaboradores (2007) as distâncias percorridas em função da posição do jogador também tiveram uma diminuição significativa, cerca de 7% na 2ª parte do jogo. Por outro lado, num estudo recente efectuado por Di

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Introdução

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Salvo e colaboradores (2007), não foram encontradas diferenças significativas na distância percorrida entre a 1ª e a 2ª parte do jogo.

Outro dos mais importantes indicadores da performance no futebol é a posse de bola (Garganta, 2000; Hughes, 2003; Hughes & Bartlett, 2002). Os estudos realizados procuram explicar quais as razões que levam a que uma equipa tenha mais posse de bola do que outra, como por exemplo, no estudo realizado por Lago & Martin (2007), no qual foram observados 170 jogos da Liga Espanhola, onde se verificou que as equipas têm mais posse de bola quando estão a perder do que quando estão a ganhar ou empatar e que nos jogos em casa a posse de bola aumenta 6%, quando comparada com os jogos fora. Apesar de existirem estudos que procuram explicar a maior ou menor posse de bola, de acordo com estes factores situacionais do jogo, ainda não foi feita uma análise muito exaustiva relativamente às distâncias percorridas com posse de bola e sem posse de bola, em função das diferentes posições dos jogadores, do resultado final do jogo, da classificação da equipa e da fase em que o jogo se disputou.

De facto, o jogo de futebol é um dos mais imprevisíveis e aleatórios, apresentando uma enorme variabilidade de situações de jogo com um elevado grau de incerteza. Um jogador de alto rendimento executa aproximadamente 1330 actividades durante um jogo, incluindo 220 corridas de alta intensidade (Barros et al., 2007; Mohr et al. 2005; Rampinini et al., 2007). Estes estudos mostraram também diminuições a nível físico na performance dos futebolistas durante os jogos, em particular nas corridas de alta intensidade e nos “sprints”, nas segundas partes dos jogos comparativamente com as primeiras partes,

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Introdução

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provavelmente devido à fadiga (Barros et al., 2007; Mohr et al. 2005; Rampinini et al., 2007).

Vários estudos referem que o futebolista executa em elevado número de actividades a diferentes intensidades durante o jogo, tais como andar, corridas de baixa, média e alta intensidade, sprints, deslocamentos laterais e deslocamentos de costas (Bangsbo, 1997; Mohr et. al., 2003). No estudo de Mohr e colaboradores (2003), relativo ao futebol dinamarquês, podemos observar que os jogadores passam 19,5% do tempo parados, 41,8% a andar, 16,7% em corrida lenta, 16,8% em corrida intensa, 1,4% a sprintar e 3,7% em outras actividades.

Na literatura podemos encontrar ainda alguns estudos que examinam as relações entre a performance física dos futebolistas com factores situacionais que podem influenciar o jogo, como por exemplo, a localização (casa ou fora), qualidade dos adversários (fracos ou fortes) e a resultado momentâneo do jogo (quando as equipas estão a ganhar, a perder ou empatadas) (Rampinini et. al 2009; Lago et. al., 2010). No entanto, não encontramos na literatura, estudos que comparem o perfil de actividade das equipas usando as variáveis que pretendemos estudar. Neste âmbito, o presente estudo justifica-se enquanto proposta para um entendimento sobre o jogo de futebol, sobretudo na análise do perfil de actividade das equipas em função da posição específica. Comparamos, também, o perfil de actividade das equipas nos jogos que ganharam, perderam ou empataram. Justifica-se ainda na medida em que vamos comparar este perfil mediante a classificação que a equipa alcançou no Campeonato do Mundo de 2010, mais propriamente se a equipa atingiu as eliminatórias, ou se ficou pela fase de grupos e fazemos ainda a comparação

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Introdução

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do perfil de actividade em função da fase da prova em que o jogo se disputou (se o jogo foi realizado na fase de grupos ou nas eliminatórias). Considerando o referido anteriormente, propomo-nos no presente trabalho atingir os seguintes objectivos:

i. Comparar o perfil de actividade dos jogadores seleccionados para

representar as equipas participantes no Campeonato do Mundo de 2010 em função da posição específica;

ii. Comparar o perfil de actividade das equipas participantes no

Campeonato do Mundo de 2010 em função do resultado final do jogo;

iii. Comparar o perfil de actividade das equipas participantes no

Campeonato do Mundo de 2010 em função da classificação final da equipa (fase de grupos ou eliminatórias);

iv. Comparar o perfil de actividade das equipas participantes no

Campeonato do Mundo de 2010 em função da fase em que o jogo se disputou (fase de grupos ou eliminatórias).

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Material e Métodos

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Material e Métodos

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II. MATERIAL E MÉTODOS

2.1 AMOSTRA

Para a realização deste estudo recorremos aos registos de 64 jogos de Futebol, disputados no Campeonato do Mundo de 2010 realizado da África do Sul. Desses 64 jogos, 48 foram disputados na fase de grupos e 16 foram disputados na fase de eliminatórias. Os jogadores (n=1633) foram agrupados em função da sua posição específica no campo, dos quais 574 são defesas, 606 médios e 453 avançados. Os guarda-redes foram excluídos da amostra, visto não se enquadrarem no objecto de estudo.

A nossa amostra incluiu apenas os jogos com a duração de 90 minutos mais o tempo de compensação decidido pela equipa de arbitragem. Todos os jogos que envolveram prolongamento foram excluídos da amostra, pois os dados extraídos destes jogos poderiam contaminar os resultados finais.

2.2 PROCEDIMENTOS

Os dados necessários para a realização deste estudo foram retirados do sítio da FIFA (http://www.fifa.com). A informação necessária foi depois agrupada numa base de dados para posterior tratamento.

As variáveis consideradas para a realização deste trabalho foram determinadas pela análise quantitativa que a entidade organizadora (FIFA) da prova efectua. Para cada jogo registamos o comportamento das duas equipas em trinta e duas variáveis:

 Distância percorrida na 1ª parte – distância percorrida em metros, pelo futebolista durante a 1ª parte do jogo.

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Material e Métodos

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 Distância percorrida na 2ª parte - distância percorrida em metros, pelo futebolista durante a 2ª parte do jogo.

 Distância percorrida total – distância total percorrida em metros, pelo futebolista durante todo o jogo.

 Distância percorrida com posse de bola – distância percorrida em

metros, pelo futebolista em posse de bola, durante o jogo.

 Distância percorrida sem posse de bola - distância percorrida em metros pelo futebolista sem posse de bola, durante o jogo.

 Tempo gasto (%) no meio campo adversário – percentagem de tempo que o futebolista passa no meio campo da equipa adversária.

 Tempo gasto (%) no último terço do campo adversário - percentagem de tempo que o futebolista passa no último terço do campo da equipa adversária.

 Tempo gasto (%) na área de penálti do adversário - percentagem de tempo que o futebolista passa na área de penálti da equipa adversária.  Número de sprints na 1ª parte – número total de sprints realizados

pelo futebolista durante a 1ª parte do jogo.

 Número de sprints na 2ª parte - número total de sprints realizados pelo futebolista durante a 2ª parte do jogo.

 Número de sprints total - número total de sprints realizados pelo futebolista durante todo o jogo.

 Velocidade máxima na 1ª parte – velocidade máxima em Km/h que o futebolista atinge na 1ª parte do jogo.

 Velocidade máxima na 2ª parte - velocidade máxima em Km/h que o futebolista atinge na 2ª parte do jogo.

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Material e Métodos

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 Velocidade máxima total - velocidade máxima em Km/h atingida pelo futebolista durante todo do jogo.

 Tempo gasto (%) em actividade de baixa intensidade na 1ª parte - percentagem de tempo que o futebolista passa em actividade de baixa intensidade durante a 1ª parte do jogo.

 Tempo gasto (%) em actividade de baixa intensidade na 2ª parte - percentagem de tempo que o futebolista passa em actividade de baixa intensidade durante a 2ª parte do jogo.

 Tempo gasto (%) em actividade de baixa intensidade total - percentagem de tempo que o futebolista passa em actividade de baixa intensidade durante todo o jogo.

 Tempo gasto (%) em actividade de média intensidade na 1ª parte - percentagem de tempo que o futebolista passa em actividade de média intensidade durante a 1ª parte do jogo.

 Tempo gasto (%) em actividade de média intensidade na 2ª parte - percentagem de tempo que o futebolista passa em actividade de média intensidade durante a 2ª parte do jogo.

 Tempo gasto (%) em actividade de média intensidade total - percentagem de tempo que o futebolista passa em actividade de média intensidade durante todo o jogo.

 Tempo gasto (%) em actividade de alta intensidade na 1ª parte - percentagem de tempo que o futebolista passa em actividade de alta intensidade durante a 1ª parte do jogo.

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Material e Métodos

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 Tempo gasto (%) em actividade de alta intensidade na 2ª parte - percentagem de tempo que o futebolista passa em actividade de alta intensidade durante a 2ª parte do jogo.

 Tempo gasto (%) em actividade de alta intensidade total - percentagem de tempo que o futebolista passa em actividade de alta intensidade durante todo o jogo.

 Distância percorrida em actividade de baixa intensidade na 1ª parte - distância em metros que o futebolista percorre, em actividade de baixa intensidade durante a 1ª parte do jogo.

 Distância percorrida em actividade de baixa intensidade na 2ª parte - distância em metros que o futebolista percorre, em actividade de baixa intensidade durante a 2ª parte do jogo.

 Distância percorrida em actividade de baixa intensidade total

distância em metros, que o futebolista percorre, em actividade de baixa intensidade durante todo o jogo.

 Distância percorrida em actividade de média intensidade na 1ª parte - distância em metros, que o futebolista percorre, em actividade de média intensidade durante a 1ª parte do jogo.

 Distância percorrida em actividade de média intensidade na 2ª parte - distância em metros que o futebolista percorre, em actividade de média intensidade durante a 2ª parte do jogo.

 Distância percorrida em actividade de média intensidade total - distância em metros que o futebolista percorre, em actividade de média intensidade durante todo o jogo.

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Material e Métodos

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 Distância percorrida em actividade de alta intensidade na 1ª parte - distância em metros que o futebolista percorre, em actividade de alta intensidade durante a 1ª parte do jogo.

 Distância percorrida em actividade de alta intensidade na 2ª parte - distância em metros que o futebolista percorre, em actividade de alta intensidade, durante a 2ª parte do jogo.

 Distância percorrida em actividade de alta intensidade total - distância em metros, que o futebolista percorre, em actividade de alta intensidade, durante todo o jogo.

2.3 ANÁLISE ESTATISTICA

Os dados recolhidos foram analisados com recurso a medidas de estatística descritiva, designadamente a média e o desvio-padrão. Posteriormente, recorremos à comparação de médias em função da posição específica (defesa, médio e avançado), através da análise variância (ANOVA) e teste de comparações múltiplas Turkey HSD. O nível de significância foi estabelecido em 5%. O tratamento estatístico dos dados foi efectuado com recurso à utilização do software SPSS - versão 15.0 para Windows.

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Resultados

14

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Resultados

15

III. RESULTADOS

No Quadro 3.1. apresentamos os resultados obtidos nas tabelas de comparações múltiplas de todas as variáveis em estudo (distância percorrida, percentagem de tempo gasto nas diferentes zonas do campo, número de sprints, velocidade máxima, percentagem de tempo gasto nos diferentes tipos de actividade, distância percorrida nos diferentes tipos de actividade) em função da posição específica (defesas, médios e avançados).

Quadro 3.1 Caracterização das variáveis em estudo em função da posição específica.

Variáveis Defesa Médio Avançado F p Turkey

HSD

Effect Size

Distância percorrida (metros)

Distância 1ª parte 4416,0 ± 1315,1 4073,6 ± 2289,8 3071,8 ± 2402,1 57,95 0,000 a) b) c) a) 0,1 b) 0,3 c) 0,2 Distância 2ª parte 4347,6 ± 1256,0 4022,3 ± 1792,1 3231,2 ± 1588,1 66,68 0,000 a) b) c) a) 0,1 b) 0,4 c) 0,2 Distância Total 8966,0 ± 2309,5 8311,4 ± 3563,5 6492,9 ± 3358,8 83,41 0,000 a) b) c) a) 0,1 b) 0,4 c) 0,3 Distância com posse de bola 3301,0 ± 1022,5 3234,8 ± 1482,8 2657,9 ± 1433,8 34,99 0,000 b) c) b) 0,3 c) 0,2 Distância sem posse de bola 3733,7 ± 1086,9 3382,7 ± 1601,3 2404,7 ± 1348,4 125,13 0,000 a) b) c) a) 0,1 b) 0,5 c) 0,3 Tempo (%) na zona do campo

Tempo CA 0,19 ± 0,14 0,47 ± 0,16 4,83 ± 87,22 1,57 0,208

Tempo 1/3 CA 0,06 ± 0,06 0,17 ± 0,10 0,36 ± 0,13 1147,54 0,000 a) b) c) a) 0,6 b) 0,8 c) -0,6

Tempo área de penálti CA 0,01 ± 0,02 0,02 ± 0,02 0,08 ± 0,06 500,11 0,000 a) b) c) a) 0,3 b) 0,6 c) -0,6 Número de “Sprints” Nº de sprints 1ª parte 39,6 ± 19,5 40,1 ± 26,2 32,4 ± 27,0 15,14 0,000 a) b) a) 0,0 b) 0,2 Nº de sprints 2ª parte 41,3 ± 19,5 41,9 ± 22,0 35,7 ± 19,3 13,91 0,000 b) c) b) 0,1 c) 0,1 Nº de sprints total 82,2 ± 34,7 83,3 ± 40,8 69,3 ± 37,4 20,84 0,000 b) c) b) 0,2 c) 0,2 Velocidade máxima (Km/h)

Velocidade máxima 1ª parte 17,1 ± 9,2 10,3 ± 11,2 16,5 ± 143,5 0,45 0,640 Velocidade máxima 2ª parte 20,2 ± 6,1 19,0 ± 7,4 34,2 ± 180,3 1,12 0,328 Velocidade máxima total 22,9 ± 2,7 22,8 ± 2,9 23,4 ± 3,2 1,51 0,223 Tempo (%) nos diferentes tipos de actividade

Baixa intensidade 1ª parte 0,78 ± 0,21 0,61 ± 0,33 0,52 ± 0,40 88,03 0,000 a) b) c) a) 0,3 b) 0,4 c) 0,1 Baixa intensidade 2ª parte 0,83 ± 0,12 0,77 ± 0,15 0,79 ± 0,18 25,35 0,000 a) b) c) a) 0,2 b) 0,1 c)

-0,1 Baixa intensidade total 0,99 ± 3,51 0,79 ± 0,04 0,82 ± 0,04 1,48 0,227

Média intensidade 1ª parte 0,08 ± 0,03 0,08 ± 0,05 0,05 ± 0,04 68,17 0,000 b) c) b) 0,4 c) 0,3 Média intensidade 2ª parte 0,07 ± 0,02 0,09 ± 0,04 0,08 ± 0,03 84,89 0,000 a) c) a) -0,3 c) 0,1 Média intensidade total 0,09 ± 0,33 0,12 ± 0,40 0,08 ± 0,02 1,90 0,150

Alta intensidade 1ª parte 0,08 ± 0,03 0,08 ± 0,05 0,06 ± 0,05 49,04 0,000 a) b) c) a) 0,0 b) 0,2 c) 0,2 Alta intensidade 2ª parte 0,08 ± 0,03 0,11 ± 0,04 0,09 ± 0,03 81,32 0,000 a) b) c) a) -0,4 b) -0,2 c)

0,3

Alta intensidade total 0,08 ± 0,03 0,11 ± 0,03 0,10 ± 0,03 148,73 0,000 a) b) c) a) -0,4 b) -0,3 c) 0,2

Distancia percorrida (m) nos diferentes tipos de actividade

Baixa intensidade 1ª parte 2685,9 ± 777,0 2239,6 ± 1250,7 1839,2 ± 1424,5 67,69 0,000 a) b) c) a) 0,2 b) 0,3 c) 0,1 Baixa intensidade 2ª parte 2651,0 ± 761,9 2224,8 ± 998,6 1921,1 ± 962,3 83,65 0,000 a) b) c) a) 0,2 b) 0,4 c) 0,2 Baixa intensidade total 5458,1 ± 1405,6 4582,5 ± 2016,1 3831,9 ± 2092,6 99,35 0,000 a) b) c) a) 0,2 b) 0,4 c) 0,2 Média intensidade 1ª parte 684,6 ± 236,0 716,9 ± 424,8 461,7 ± 375,1 75,96 0,000 b) c) b) 0,3 c) 0.3 Média intensidade 2ª parte 648,7 ± 214,0 678,4 ± 319,5 477,0 ± 237,9 83,94 0,000 b) c) b) 0,4 c) 0,3 Média intensidade total 1343,1 ± 438,1 1415,2 ± 665,7 926,7 ± 522,1 111,87 0,000 b) c) b) 0,4 c) 0,4 Alta intensidade 1ª parte 1029,5 ± 429,7 1094,4 ± 681,0 779,4 ± 640,0 39,02 0,000 b) c) b) 0,2 c) 0,2 Alta intensidade 2ª parte 1045,0 ± 422,1 1126,3 ± 530,7 860,9 ± 426,9 42,73 0,000 a) b) c) a) -0,1 b) 0,2 c)

0,3

Alta intensidade total 2119,6 ± 771,1 2294,2 ± 1026,2 1677,1 ± 875,6 62,57 0,000 a) b) c) a) -0,1 b) 0,3 c) 0,3

a) Diferenças significativas entre defesas e médios; b) Diferenças significativas entre defesas e avançados; c) Diferenças significativas entre médios e avançados.

(23)

Resultados

16

As diferenças nos valores das distâncias totais percorridas em função da posição específica são significativas (F=83.41; p <0.01), particularmente na comparação entre os defesas e os avançados (DEF=8966.0 ± 2309.5; AVA=6492.9 ± 3358.8, p <0.01, ES= 0,4). Esta diferença nos valores médios está também presente quando analisamos os valores separadamente para a 1ª e para a 2ª parte do jogo.

Relativamente aos valores médios do número de sprints podemos verificar que também existem diferenças estatisticamente significativas (F=20.84; p <0.01). Os médios realizam mais sprints quando comparados com os defesas e avançados, no entanto, esta diferença é mais acentuada na comparação com os avançados (DEF=82.2 ± 34.7; MED=83.3 ± 40.8; AVA=69.3 ± 37.4, p <0.01, ES= 0,2). Tal como podemos verificar estas diferenças também se verificam na 1ª e 2ª parte do jogo.

Nos valores médios de percentagem de tempo gasto na actividade de baixa intensidade, na 1ª parte do jogo podemos observar que as diferenças são significativas (F=88.3; p<0.01), principalmente entre defesas e avançados (DEF=0.78 ± 0,21 ; AVA=0.52 ± 0.40,p<0.01, ES=0,4). Na 2ª parte do jogo estas diferenças dos valores médios são significativas (F=25.35; p <0.01), no entanto, estas diferenças são mais acentuadas entre os defesas e os médios (DEF=0.83 ± 0,12; MED=0.77 ± 0.15, p <0.01, ES=0,2).

No que concerne à percentagem de tempo gasto na actividade de média intensidade, na 1ª parte do jogo as diferenças são significativas (F=68,17; p <0.01), particularmente entre defesas e avançados (DEF=0.08 ± 0.03; AVA=0.05 ± 0.04, p <0.01, ES=0,4) e entre médios e avançados (MED=0.08 ± 0.05; AVA=0.05 ± 0.04, p <0.01, ES=0,3).

(24)

Resultados

17

Na percentagem de tempo gasto na actividade de alta intensidade, na 1ª parte as diferenças são significativas (F=49.04; p <0.01) principalmente entre defesas e avançados (DEF=0.08 ± 0.03; AVA=0.06 ± 0.05, p <0.01, ES=0,2) e entre médios e avançados (MED=0.08 ± 0.05; AVA=0.06 ± 0.05, p <0.01, ES=0,2). Na 2ª parte dos jogos, os médios apresentam valores médios superiores relativamente aos avançados e defesas (DEF=0.08 ± 0.03; MED=0.11 ± 0.04; AVA=0.09 ± 0.03). De salientar que nas 2ª partes, os médios e os avançados passam mais tempo em actividades de alta intensidade relativamente às 1ª partes, enquanto nos defesas não se verificam alterações de uma parte para outra.

Nos valores médios da distância percorrida na actividade de baixa intensidade em função da posição específica existem diferenças significativas (F=99.35; p <0.01), particularmente entre os defesas e avançados (DEF=5458.1 ± 1405.6; AVA=3831.9 ± 2092.6, p <0.01, ES=0,4). Estas diferenças também se verificam quando analisamos a 1ª e a 2ª parte dos jogos.

Ao analisarmos os valores da distância percorrida, na actividade de média e de alta intensidade, verificamos que todos os jogadores apresentam valores superiores nas 2ª partes relativamente à 1ª parte dos jogos, no entanto, são os médios que apresentam os valores médios de distância percorrida mais elevados, quando comparados com os defesas e avançados. Estas diferenças são maiores entre os médios e os avançados nos dois tipos de intensidade (Média Intensidade: MED=1415.2 ± 665.7; AVA=926.7 ± 522.1, p <0.01, ES=0,4; Alta Intensidade: MED=2294.2 ± 1026.2; AVA=1677.1 ± 875.6, p < 0.01, ES=0,3).

(25)

Resultados

18

De seguida, caracterizamos as variáveis em estudo em função do resultado final do jogo (ver Quadro 3.2). Ao analisarmos o quadro verificamos que o número de variáveis onde se registam diferenças significativas diminui. Apenas registamos diferenças significativas (F=4.41; p <0.01) na distância percorrida com posse de bola entre vitória e derrota (VITÓRIA=3216.2 ± 1449.3; DERROTA=2994.3 ± 1248.5, p <0.01, ES=0,1), e na distância percorrida sem posse de bola (F=5.92; p <0.01), entre vitória e derrota (VITÓRIA=3116.1 ± 1475.9; DERROTA=3389.0 ± 1464.0, p <0.01, ES=-0,1). Estes resultados confirmam que as equipas com mais capacidade de posse de bola saem vitoriosas dos jogos, enquanto aquelas que são derrotadas percorrem mais distância sem posse de bola.

Quadro 3.2 Caracterização das variáveis em estudo em função do resultado final do jogo (vitória, empate, derrota). Variáveis Vitória Empate Derrota F p Turkey

HSD

Effect Size

Distância percorrida (metros)

Distância 1ª parte 3894,7 ± 2124,3 3955,7 ± 2127,3 3915,2 ± 2083,5 0,10 0,908 Distância 2ª parte 3943,9 ± 1581,2 3873,0 ± 1747,5 3915,1 ± 1600,6 0,22 0,804 Distância Total 8060,5 ± 3427,4 7950,6 ± 3273,9 8062,1 ± 3106,6 0,16 0,852

Distância com posse de bola 3216,2 ± 1449,3 3069,5 ± 1332,2 2994,3 ± 1248,5 4,41 0,012 b) b) 0,1 Distância sem posse de bola 3116,1 ± 1475,9 3174,8 ± 1441,8 3389,0 ± 1464,0 5,92 0,003 b) b) -0,1 Tempo (%) na zona do campo

Tempo CA 0,44 ± 0,26 0,46 ± 0,26 3,38 ± 73,8 0,79 0,454 Tempo 1/3 CA 0,18 ± 0,15 0,19 ± 0,16 0,18 ± 0,15 0,43 0,649 Tempo área de penálti CA 0,03 ± 0,04 0,04 ± 0,05 0,03 ± 0,05 0,62 0,536 Número de “Sprints”

Nº de sprints 1ª parte 38,2 ± 25,2 37,6 ± 24,6 37,4 ± 23,8 0,19 0,829 Nº de sprints 2ª parte 39,9 ± 20,0 40,6 ± 22,0 39,8 ± 20,2 0,21 0,810 Nº de sprints total 79,8 ± 39,7 77,9 ± 40,2 78,9 ± 35,6 0,29 0,748 Velocidade máxima (Km/h)

Velocidade máxima 1ª parte 19,4 ± 130,0 4,8 ± 9,4 12,2 ± 11,4 0,19 0,829 Velocidade máxima 2ª parte 29,9 ± 142,7 14,9 ± 10,1 19,2 ± 7,7 0,21 0,810 Velocidade máxima total 22,8 ± 2,9 22,3 ± 3,2 23,2 ± 2,8 0,29 0,748 Tempo (%) nos diferentes tipos de actividade

Baixa intensidade 1ª parte 0,64 ± 0,34 0,64 ± 0,34 0,65 ± 0,33 0,11 0,896 Baixa intensidade 2ª parte 0,80 ± 0,13 0,79 ± 0,15 0,79 ± 0,17 1,60 0,202 Baixa intensidade total 0,95 ± 3,32 0,81 ± 0,04 0,81 ± 0,04 0,76 0,470 Média intensidade 1ª parte 0,07 ± 0,05 0,07 ± 0,04 0,07 ± 0,04 0,06 0,945 Média intensidade 2ª parte 0,08 ± 0,04 0,08 ± 0,02 0,08 ± 0,02 1,59 0,204 Média intensidade total 0,08 ± 0,03 0,08 ± 0,02 0,11 ± 0,50 1,46 0,232 Alta intensidade 1ª parte 0,07 ± 0,04 0,08 ± 0,05 0,07 ± 0,04 0,32 0,725 Alta intensidade 2ª parte 0,10 ± 0,04 0,10 ± 0,04 0,09 ± 0,04 2,03 0,132 Alta intensidade total 0,10 ± 0,03 0,10 ± 0,03 0,10 ± 0,03 2,30 0,101 Distancia percorrida (m) nos diferentes tipos de actividade

Baixa intensidade 1ª parte 2272,6 ± 1220,1 2292,3 ± 1224,8 2294,6 ± 1195,4 0,06 0,941 Baixa intensidade 2ª parte 2321,7 ± 948,1 2259,4 ± 1004,8 2276,2 ± 937,8 0,60 0,549 Baixa intensidade total 4699,2 ± 2068,9 4620,8 ± 1916,8 4699,3 ± 1862,7 0,23 0,799 Média intensidade 1ª parte 630,7 ± 372,2 634,3 ± 371,4 639,1 ± 368,2 0,08 0,921 Média intensidade 2ª parte 607,9 ± 269,8 619,6 ± 279,2 611,9 ± 283,3 0,21 0,814 Média intensidade total 1248,1 ± 614,7 1266,0 ± 568,9 1254,1 ± 579,7 0,11 0,900 Alta intensidade 1ª parte 958,7 ± 617,1 1011,9 ± 614,3 995,4 ± 588,9 1,05 0,350 Alta intensidade 2ª parte 1012,6 ± 465,3 1037,9 ± 500,1 1028,3 ± 479,4 0,36 0,698 Alta intensidade total 2056,5 ± 968,0 2056,5 ± 958,2 2069,7 ± 887,3 0,04 0,962

a) Diferenças significativas entre vitória e empate; b) Diferenças significativas entre vitória e derrota; c) Diferenças significativas entre empate e derrota.

(26)

Resultados

19

No Quadro 3.3 centramos a nossa atenção nas diferenças que ocorrem nas variáveis em estudo em função da classificação final da selecção (fase de grupos e eliminatórias).

Quadro 3.3 Caracterização e comparação das variáveis em estudo em função da classificação final da selecção (fase de grupos ou eliminatórias).

Variáveis Grupos Eliminatórias t p Effect Size

Distância percorrida (metros)

Distância 1ª parte 3905,5 ± 2092,8 3922,4 ± 2118,2 0,02 0,876 Distância 2ª parte 3927,2 ± 1595,9 3911,2 ± 1644,0 0,04 0,848 Distância Total 7848,7 ± 3055,6 8149,6 ± 3389,3 3,24 0,072

Distância com posse de bola 2928,3 ± 1225,7 3199,5 ± 1412,4 15,54 0,000* -0,1 Distância sem posse de bola 3293,6 ± 1462,7 3199,6 ± 1471,2 1,57 0,211

Tempo (%) na zona do campo

Tempo CA 3,48 ± 75,11 0,45 ± 0,26 1,66 0,198 Tempo 1/3 CA 0,18 ± 0,16 0,18 ± 0,15 0,40 0,529 Tempo área de penálti CA 0,04 ± 0,05 0,03 ± 0,04 0,62 0,433 Número de “Sprints”

Nº de sprints 1ª parte 36,2 ± 23,8 38,7 ± 25,0 3,94 0,047* -0,1 Nº de sprints 2ª parte 40,1 ± 21,1 40,0 ± 20,2 0,01 0,921

Nº de sprints total 76,2 ± 36,3 80,7 ± 39,3 5,43 0,020* -0,1 Velocidade máxima (Km/h)

Velocidade máxima 1ª parte 1,9 ± 6,3 17,5 ± 96,3 3,62 0,058 Velocidade máxima 2ª parte 8,3 ± 10,6 24,9 ± 99,7 0,91 0,341

Velocidade máxima total 0,058

Tempo (%) nos diferentes tipos de actividade

Baixa intensidade 1ª parte 0,65 ± 0,33 0,64 ± 0,34 0,01 0,912 Baixa intensidade 2ª parte 0,79 ± 0,15 0,79 ± 0,15 0,05 0,827 Baixa intensidade total 0,82 ± 0,05 0,90 ± 2,63 0,58 0,445 Média intensidade 1ª parte 0,07 ± 0,04 0,07 ± 0,06 0,11 0,744 Média intensidade 2ª parte 0,08 ± 0,03 0,08 ± 0,03 0,86 0,354 Média intensidade total 0,12 ± 0,51 0,09 ± 0,03 3,22 0,073 Alta intensidade 1ª parte 0,07 ± 0,05 0,07 ± 0,04 0,00 0,953 Alta intensidade 2ª parte 0,09 ± 0,04 0,09 ± 0,04 1,61 0,205 Alta intensidade total 0,10 ± 0,03 0,10 ± 0,03 0,85 0,358 Distancia percorrida (m) nos diferentes tipos de actividade

Baixa intensidade 1ª parte 2669,7 ± 1199,1 2294,8 ± 1218,4 0,16 0,685 Baixa intensidade 2ª parte 2286,1 ± 934,2 2292,9 ± 970,2 0,02 0,889

Baixa intensidade total 4542,8 ± 1811,8 4765,3 ± 2035,1 4,96 0,026* -0,1 Média intensidade 1ª parte 639,4 ± 375,8 632,0 ± 367,1 0,16 0,693

Média intensidade 2ª parte 616,2 ± 275,4 609,5 ± 278,1 0,22 0,636 Média intensidade total 1258,4 ± 554,4 1252,0 ± 612,2 0,05 0,832 Alta intensidade 1ª parte 993,0 ± 602,8 979,6 ± 607,7 0,19 0,666 Alta intensidade 2ª parte 1031,1 ± 491,7 1020,1 ± 470,5 0,20 0,653 Alta intensidade total 2016,2 ± 918,6 2088,9 ± 943,7 2,31 0,129 * p<0.05

Os resultados evidenciam que existem diferenças estatisticamente

significativas entre as equipas que não passaram da fase de grupos e as que passaram às eliminatórias. As diferenças situam-se na distância percorrida com posse de bola (t=15.54; p=0.000), no número de sprints na 1ª parte dos jogos (t=3.94; p=0.047), no número de sprints total (t=5.43; p=0.020) e na distância percorrida em actividade de baixa intensidade (t=4,96; 0.026).

(27)

Resultados

20

Analisando os valores médios das variáveis onde existem diferenças estatisticamente significativas, verificamos que os valores mais elevados pertencem às equipas que passaram à fase de eliminatórias.

Por último, apresentamos os resultados da caracterização e comparação das variáveis em estudo em função da fase em que o jogo se disputou (fase de grupo; eliminatórias) (ver Quadro 3.4). Tal como podemos verificar pelos resultados, existem diferenças estatisticamente significativas entre os jogos que se disputaram na fase de grupos e nas eliminatórias. As diferenças estão presentes na distância percorrida total (t=16.61; p=0.000), na distância percorrida com posse de bola (t=10.27; p=0.001), na distância percorrida sem posse de bola (t=12.06; p=0.001), no número de sprints total (t=15.09; 0.000), na velocidade máxima na 1ª parte (t=10.23; p=0.001), na distância percorrida em actividade de baixa intensidade (t=20.32; p=0.000), na distância percorrida em actividade de média intensidade (t=14.22; p=0.000) e finalmente na distância percorrida em actividade de alta intensidade (t=11.14; p=0.001). Dissecando os valores médios das variáveis com diferenças estatisticamente significativas, constatamos que os valores mais elevados se verificaram nos jogos que se disputaram nas eliminatórias.

Quadro 3. 4 Caracterização e comparação das variáveis em estudo em função da fase em que o jogo se disputou (fase de grupos ou eliminatórias).

Variáveis Grupos Eliminatórias t p Effect Size

Distância percorrida (metros)

Distância 1ª parte 3901,5 ± 2101,6 3960,1 ± 2129,4 0,24 0,628 Distância 2ª parte 3907,4 ± 1623,9 3946,7 ± 1632,8 0,18 0,674

Distância Total 7848,2 ± 3156,3 8607,7 ± 3537,8 16,61 0,000* -0,1 Distância com posse de bola 3036,6 ± 1318,0 3283,8 ± 1434,1 10,27 0,001* -0,1 Distância sem posse de bola 3162,4 ± 1440,1 3453,4 ± 1531,5 12,06 0,001* -0,1 Tempo (%) na zona do campo

Tempo CA 1,96 ± 53,00 0,44 ± 0,26 0,34 0,562 Tempo 1/3 CA 0,18 ± 0,16 0,18 ± 0,15 0,14 0,712 Tempo área de penálti CA 0,03 ± 0,05 0,04 ± 0,04 0,03 0,863 Número de “Sprints”

Nº de sprints 1ª parte 37,2 ± 24,4 39,6 ± 24,9 2,86 0,092 Nº de sprints 2ª parte 39,9 ± 20,6 40,3 ± 20,4 0,11 0,744

Nº de sprints total 76,9 ± 37,2 85,4 ± 40,7 15,09 0,000* -0,1 Velocidade máxima (Km/h)

Velocidade máxima 1ª parte 1,7 ± 6,1 23,0 ± 111,3 10,23 0,001* -0,1 Velocidade máxima 2ª parte 8,9 ± 10,7 26,0 ± 103,1 1,69 0,194

Velocidade máxima total 22,3 ± 3,1 23,0 ± 2,9 0,88 0,348 Tempo (%) nos diferentes tipos de actividade

(28)

Resultados

21

Baixa intensidade 2ª parte 0,79 ± 0,15 0,79 ± 0,18 0,37 0,542 Baixa intensidade total 0,88 ± 2,40 0,82 ± 0,05 0,30 0,586 Média intensidade 1ª parte 0,07 ± 0,05 0,07 ± 0,04 0,03 0,865 Média intensidade 2ª parte 0,08 ± 0,03 0,08 ± 0,03 2,67 0,103 Média intensidade total 0,10 ± 0,36 0,09 ± 0,02 0,84 0,358 Alta intensidade 1ª parte 0,07 ± 0,04 0,07 ± 0,04 0,02 0,898 Alta intensidade 2ª parte 0,09 ± 0,04 0,09 ± 0,04 1,16 0,282 Alta intensidade total 0,10 ± 0,03 0,10 ± 0,03 1,37 0,243 Distancia percorrida (m) nos diferentes tipos de actividade

Baixa intensidade 1ª parte 2268,4 ± 1210,6 2336,7 ± 1211,8 0,97 0,325 Baixa intensidade 2ª parte 2276,8 ± 959,1 2331,4 ± 949,2 0,99 0,319

Baixa intensidade total 4557,2 ± 1883,5 5059,3 ± 2121,9 20,32 0,000* -0,1 Média intensidade 1ª parte 632,6 ± 370,6 641,2 ± 369,6 0,16 0,686

Média intensidade 2ª parte 611,2 ± 276,0 614,5 ± 280,4 0,06 0,832

Média intensidade total 1222,7 ± 579,9 1349,8 ± 614,4 14,22 0,000* -0,1 Alta intensidade 1ª parte 974,3 ± 608,0 1015,7 ± 598,5 1,43 0,232

Alta intensidade 2ª parte 1027,4 ± 481,5 1014,5 ± 469,3 0,22 0,638

Alta intensidade total 2017,4 ± 917,0 2195,4 ± 975,6 11,14 0,001* -0,1 * p<0.05

(29)

Discussão

22

(30)

Discussão

23

IV. DISCUSSÃO

Os objectivos do presente trabalho foram: (i) comparar o perfil de actividade dos jogadores seleccionados para representar as equipas participantes no Campeonato do Mundo de 2010, em função da posição específica, (ii) comparar o perfil de actividade das equipas participantes no Campeonato do Mundo de 2010 em função do resultado final do jogo, (iii) comparar o perfil de actividade das equipas participantes no Campeonato do Mundo de 2010 em função da classificação final da equipa (fase de grupos ou eliminatórias), e por fim, (iv) comparar o perfil de actividade das equipas participantes no Campeonato do Mundo de 2010 em função da fase em que o jogo se disputou (fase de grupos ou eliminatórias).

Quando comparamos o perfil de actividade das equipas em função da posição específica, verificamos através da análise realizada, que os resultados da distância total percorrida pelos jogadores é de 8966.0 ± 2309.5 m para os defesas, 8311.4 ± 3563.5 m para os médios e de 6492.9 ± 3358.8 m para os avançados. Estes valores são ligeiramente inferiores aos estudos realizados anteriormente, como por exemplo, no estudo realizado por Ekblom (1986), cujos resultados demonstram que os médios centro percorreram 10600m por jogo, enquanto que os defesas e os avançados percorreram 10100m e 9600m, respectivamente. No estudo efectuado por Barros e colaboradores (2007) os resultados demonstram que os defesas laterais percorrem maiores distâncias (10642 m) do que os médios laterais (10598 m), os médios centro (10476 m), os avançados (9612 m) e os defesas centrais (9029 m). Di Salvo e colaboradores (2007) verificaram no seu estudo realizado com 300 futebolistas

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Discussão

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de elite em 20 jogos da Primeira Liga Espanhola e 10 jogos da Liga dos Campeões, que os médios centro percorreram distâncias de 12027 ± 625 m, os médios laterais 11990 ± 776 m, os defesas laterais 11410 ± 708 m, os defesas centrais 10627 ± 893 m e os avançados 11254 ± 894 m. Tal como podemos verificar pelo que foi acima descrito, no nosso estudo foram percorridas menores distâncias em todas as posições dos jogadores e foram os defesas que percorreram maiores distâncias, quando comparados com os médios e os avançados. Estes resultados contrariam os estudos anteriores, onde normalmente os médios percorrem maior distância durante os jogos, seguidos pelos defesas laterais, atacantes e defesas centrais (Bangsbo et al., 1991; Mohr et al. 2005; Di Salvo et al. 2007 e Barros et al. 2007). O modelo técnico-táctico de jogo das equipas, bem como as novas funções exercidas por determinadas posições, podem ter influência nestes resultados, visto que, actualmente, os treinadores contemporâneos delegam funções mais tácticas a determinados jogadores, o que pode influenciar directamente o comportamento das suas acções de jogo.

Quando analisamos as distâncias percorridas na 1ª e 2ª do jogo, em função da posição específica, verificamos uma ligeira diminuição na 2ª parte dos jogos para os defesas e os médios e um aumento para os avançados. Os resultados dos defesas e dos médios vão de encontro aos resultados obtidos por Barros e colaboradores (2007), nos quais, também se verificou uma diminuição na 2ª parte do jogo. Esta diminuição ocorre devido à fadiga, pois, segundo Barros e colaboradores, (2007) a fadiga no futebol pode manifestar-se como a deterioração das acções dos futebolistas até ao final do jogo. Os resultados dos avançados poderão talvez ser explicados pelo facto de os avançados

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Discussão

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serem mais frequentemente substituídos no decorrer dos jogos, o que leva a que o jogador que entra se encontre no total das suas capacidades físicas, não tendo a fadiga um papel tão preponderante na diminuição das distâncias percorridas pelos avançados.

Constatamos, ainda, que existem diferenças significativas relativamente à distância percorrida com posse de bola, nomeadamente entre defesas e avançados e entre os médios e os avançados, com os avançados a percorrerem muito menos distância em posse da mesma, o que poderá ser explicado pela maior pressão exercida pelas equipas na sua zona defensiva, a fim de evitar situações de perigo para a sua baliza.

No presente estudo verificamos, ainda, que os avançados passam mais tempo no último terço do campo adversário e na grande área adversária do que os médios e os defesas respectivamente. Não encontramos, na literatura, estudos para comparar estes resultados, no entanto, isto poderá ser explicado pelas funções específicas de cada jogador, de acordo com a posição que ocupam no jogo e consequentemente pelas respectivas zonas de actuação dessas posições.

No estudo de Di Salvo e colaboradores (2007), verificamos que os médios laterais e os defesas laterais realizaram mais sprints do que os jogadores que ocupam posições mais centrais (defesas centrais, médios centro e avançados). No entanto, no nosso estudo apenas consideramos três grupos posicionais de jogadores (defesas, médios e avançados) e verificamos que os resultados podem estar de acordo com os do estudo anteriormente citado, visto que os médios (médios centro e médios laterais) realizam mais sprints do que os

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Discussão

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defesas (defesas centrais e defesas laterais) e do que os avançados respectivamente quer na 1ª, quer na 2ª parte dos jogos.

No que concerne ao tempo gasto na actividade de baixa intensidade e à distância percorrida neste tipo de actividade, apuramos que os defesas passam mais tempo em actividade de baixa intensidade e percorrem também maiores distâncias do que os médios e os avançados, o que vai de encontro ao que verificou Di Salvo e colaboradores (2007), no seu estudo, onde os defesas centrais passaram significativamente mais tempo a andar e a correr a baixa intensidade do que qualquer jogador de outra posição específica.

No nosso estudo, os defesas e os médios passam mais tempo em actividades de média intensidade do que os avançados. Os médios percorrem também mais distância em actividades de média e alta intensidade quando comparados com os defesas e os avançados. Estes resultados assemelham-se aos do estudo realizado por Di Salvo e colaboradores (2007), onde os médios centro também percorrem mais distância em actividades de moderada intensidade e os médios exteriores são aqueles que passam mais tempo e percorrem mais distância em actividades de alta intensidade. Verificamos, ainda, que todos os jogadores das diferentes posições apresentam valores da distância percorrida na actividade de média e alta intensidade superiores na 2ª parte dos jogos relativamente à 1ª parte. Na literatura, quando é feita a comparação entre a 1ª e a 2ª parte, relativamente às distâncias percorridas no jogo, verifica-se um decréscimo de 5%-9% (Bangsbo, 1994b). Esta diminuição da distância total percorrida pode ter a sua origem em factores como a depleção do glicogénio muscular, intensidade da corrida, condições ambientais e estilo de jogo (Bangsbo, 1994b). Por outro lado, no estudo efectuado por Di Salvo e

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Discussão

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colaboradores (2007), não foram encontradas diminuições significativas na distância percorrida entre a 1ª e a 2ª parte do jogo e também não se verificou uma diminuição na actividade de alta intensidade até ao fim do jogo. No estudo realizado por Caixinha e colaboradores (2004), todos os jogadores, à excepção do defesa central, percorreram maior distância na 2ª parte do treino comparativamente à primeira. A intensidade com que um jogador executa as acções no jogo depende da forma como as equipas jogam (sistema, estilo e modelo de jogo) e da forma como condicionam o ritmo de jogo (Garganta, 1997). No entanto, os jogadores de nível competitivo mais elevado empregam uma maior percentagem do tempo total de jogo percorrido a uma velocidade maximal (Bangsbo et al, 1991; Reilly, 1996).

Numa segunda etapa do trabalho, comparamos o perfil de actividade das equipas em função do resultado final do jogo. Apuramos que as equipas que saem vitoriosas dos jogos percorrem mais distância com posse de bola, enquanto que, aquelas que são derrotadas percorrem mais distância sem posse de bola. A comparação deste indicador com o resultado final do jogo ainda não foi muito explorada na literatura, mas um dos mais importantes indicadores da performance no futebol é a posse de bola (Garganta, 2000; Hughes, 2003; Hughes & Bartlett, 2002), logo, pensamos que estes resultados confirmam que as equipas com maior capacidade de manter a bola em sua posse, normalmente conseguem alcançar melhores resultados.

Na terceira fase do trabalho procuramos comparar o perfil de actividade das equipas em função da classificação final no referido campeonato, isto é, se as equipas foram eliminadas na fase de grupos ou se passaram às eliminatórias. Analisando os valores médios das variáveis, verificamos que as equipas que

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passaram à fase de eliminatórias percorrem mais distância com posse de bola, realizam mais sprints na 1ª parte dos jogos e no total do tempo de jogo e ainda que percorrem mais distâncias em actividades de baixa intensidade. Estes resultados vêm confirmar a maior qualidade das equipas que passam à fase de eliminatórias, porque conseguem ter mais tempo a bola em seu poder do que os seus adversários, porque realizam mais actividades de alta intensidade durante todo o jogo como por exemplo os sprints, o que pode indicar uma melhor preparação física e um treino mais eficaz. Estas equipas percorrem, ainda, uma maior distância em actividade de baixa intensidade o que poderá ser, por um lado, o resultado do maior esforço despendido até agora, visto que disputaram muito mais jogos e por outro poderá evidenciar uma maior experiência na gestão do esforço, aspecto importantíssimo neste tipo de competições devido ao curto espaço de tempo em que estas se realizam. Por último, comparamos o perfil de actividade das equipas em função da fase em que o jogo se disputou (fase de grupos ou eliminatórias). Assim, nos jogos disputados nas eliminatórias, as equipas percorrem maiores distâncias totais, com posse de bola, sem posse de bola, em actividades de baixa, média e alta intensidade, realizam ainda mais sprints e atingem maiores velocidades máximas, principalmente na primeira parte dos jogos. Isto poder-se-á dever à extrema importância destes jogos, pois só a vitória interessa para seguir em frente na competição, fazendo com as equipas demostrem uma maior capacidade de esforço e de sacrifício para terem sucesso, reflectindo-se isso num aumento das distâncias percorridas e das diversas actividades realizadas a diferentes intensidades pelos futebolistas durante o jogo. Num Campeonato do Mundo de Futebol, talvez a competição mais importante e mediática do

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Discussão

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planeta, a partir do momento que se atinge a fase de eliminatórias, o sonho de vencer, ganha muito mais força para qualquer das equipas participantes. As hipóteses de fazer algo brilhante, de fazer história e de ser reconhecido mundialmente, ficam muito mais acessíveis e “equilibradas”. Movidos por este sonho, normalmente os jogadores transcendem-se dando tudo o que têm e não têm para saírem vencedores, o que leva a que os valores dos indicadores da

performance sejam mais elevados. Porém, esta não será a única razão para

estes resultados mais elevados neste tipo de jogos, pois a performance do futebolista depende de múltiplos factores (Bangsbo, 2003; Arnason et al., 2004; Impellizeri et al., 2005) pois, a natureza dinâmica do futebol e o seu próprio objectivo do jogo, implicam um certo número de variáveis de determinados domínios que se inter- relacionam e condicionam o jogo da equipa levando a que, de acordo com Svensson & Drust (2005) e Santos & Soares (2001) se exija que os jogadores estejam aptos nas várias componentes. Assim, pensamos, também, que são as equipas melhor preparadas em todos os domínios (técnicos, tácticos, físicos e psicológicos) que conseguem ir mais longe neste tipo de competições e inclusive vencê-las.

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Conclusão

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Conclusão

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V. CONCLUSÃO

Após a realização deste estudo, sentimos que acrescentamos informação importante na caracterização do perfil de actividade das equipas e do futebolista.

Assim, quando analisamos o perfil de actividade dos jogadores

seleccionados para representar as equipas participantes no campeonato do Mundo de 2010 em função da posição específica, concluímos que:

 Os defesas percorrem mais distância total, durante o jogo, quando

comparados com os médios e os avançados;

 Relativamente às distâncias percorridas na 1ª e 2ª partes do jogo, verificamos que existe uma ligeira diminuição na 2ª parte dos jogos para os defesas e os médios e um aumento para os avançados;

 Existem diferenças significativas relativamente à distância percorrida com posse de bola, nomeadamente entre defesas e avançados e entre os médios e os avançados, com os avançados a percorrerem muito menos distância em posse da mesma;

 Os avançados passam mais tempo no último terço do campo adversário

e na grande área adversária do que os médios e os defesas respectivamente;

Os médios realizam mais sprints que os defesas e avançados

respectivamente, quer na 1ª, quer na 2ª parte dos jogos;

 Os defesas passam mais tempo em actividade de baixa intensidade e percorrem também maiores distâncias neste tipo de actividade do que os médios e os avançados;

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Conclusão

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 Os defesas e os médios passam mais tempo em actividades de média

intensidade do que os avançados. Os médios percorrem também mais distância em actividades de actividades de média e alta intensidade quando comparados com os defesas e os avançados;

 Todos os jogadores das diferentes posições apresentam valores da

distância percorrida na actividade de média e alta intensidade superiores na 2ª parte dos jogos relativamente à 1ª parte.

Quando comparamos o perfil de actividade das equipas em função do

resultado final do jogo, apuramos que:

 As equipas que saem vitoriosas dos jogos percorrem mais distância com

posse de bola, enquanto que aquelas que são derrotadas percorrem mais distância sem posse de bola.

No que concerne à comparação do perfil de actividade das equipas em

função da classificação final (fase de grupos ou eliminatórias), verificamos

que:

 As equipas que passaram à fase de eliminatórias percorrem mais

distância com posse de bola, realizam mais sprints na 1ª parte dos jogos e no total do tempo de jogo e ainda que percorrem mais distâncias em actividades de baixa intensidade, do que as equipas que apenas jogaram a fase de grupos.

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Conclusão

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Por último quando comparamos o perfil de actividade das equipas em

função da fase em que o jogo se disputou (fase de grupos ou eliminatórias), concluímos que:

 Nos jogos disputados nas eliminatórias, as equipas percorrem maiores distâncias totais, com posse de bola, sem posse de bola, em actividades de baixa, média e alta intensidade, realizam ainda mais sprints e atingem maiores velocidades máximas, principalmente na primeira parte dos jogos.

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Bibliografia

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Bibliografia

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VI. BIBLIOGRAFIA

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