Epidemiologia
Ambiental
Princípios Básicos
Biomarcadores
Qualquer parâmetro mensurável bioquímico,
fisiológico, citológico, morfológico ou outro biológico.
Obtido por: tecidos, fluidos ou gases
expirados.
Associados com exposição de um poluente
Tecidos e fluidos: sangue, urina, fezes,
dentes, cabelo, saliva, fluidos e células e fluidos amnióticos e sêmen.
Unhas dos dedos das mãos ou dos pés e
tecido adiposo subcutâneo.
Biomarcadores: usados para marcar o
Biomarcadores de exposição → medidas de
poluentes ou seus metabólitos nos tecidos corporais e fluidos.
São considerados indicadores de dose.
Exemplo: Uso de nicotina e cotinina como
indicadores de tabaco ambiental em crianças.
Biomarcadores → efeitos adversos ou dano
a um órgão precoces.
Marcadores de efeitos na reprodução:
contagem reduzida de esperma, mutação celular.
Aberrações cromossômicas e adutos de
Biomarcadores de suscetibilidade:
Usados para determinar se uma pessoa
apresenta variações genéticas ou ambientais no metabolismo de uma substância.
Exemplo: poliformismo genético em enzimas
microssomais.
Habilidade reduzida no metabolismo de
Revisão de princípios
epidemiológicos
Conceitos de populações
A doença não ocorre aleatoriamente nas
populações.
Comparação de ocorrências de padrões de
doenças.
População geral → área específica, como
População de risco: poderia desenvolver a
doença de interesse.
Pode ser reduzida a um gênero: câncer de
próstata ou de útero.
Definição de limites na população de acordo
com o agravo estudado: ataque do coração: > 40 anos.
População-fonte: população ao risco da qual
será retirada uma amostra.
Proximamente relacionada à população-alvo. Exemplo: população-alvo → homens de 40 a
50 anos vivendo em determinada região.
População-fonte → limitada àqueles com
Conceito de população → número de
pessoas e o período de observação.
Período de risco: duração total que o
indivíduo da população-fonte está exposto ao risco.
População de estudo:
Indivíduos amostrados da população-fonte e
incluídos no estudo.
Exemplo: registro de câncer para amostrar
homens entre 50 e 65 anos de idade com câncer de pulmão em determinada região e tempo.
População de estudo: recrutados para o
Identificação de indivíduos:
Sujeito → termo usado para pesquisa
experimental.
Participante → termo mais utilizado.
Sentido de participação no desenvolvimento
do estudo.
Respondente → envolvendo aplicação de
Modos diferentes de processar a
amostragem.
Estudo de coorte → amostra de indivíduos é
extraída da população-fonte.
Estudo caso-controle → amostra de casos e
não-casos do período de risco da população-fonte.
Medição da saúde em
populações
Quantificação da ocorrência da doença ou de
agravos à saúde em populações.
Medida mais simples → contagem de
indivíduos afetados → Apresentação de
tendência temporal de evolução do agravo → dados insuficientes.
Necessidade de informações adicionais
Cálculo da ocorrência da doença → função
do número de eventos sobre a população ao risco para um determinados período de
tempo.
Prevalência → expressa a ocorrência da
doença em determinado ponto do tempo.
Incidência → número de casos novos que
ocorrem durante determinado intervalo de tempo.
Medidas de incidência:
Taxa de incidência → medida da ocorrência
da doença por unidade de tempo.
Observação da população durante
determinado período em relação à exposição.
Indivíduos 1, 2 e 4 → observados durante
todo o seguimento → contribuição de sete pessoas-anos cada um.
Indivíduos 3 e 6 → observados durante dois
anos antes de desenvolver a doença → duas pessoas-anos cada um.
Indivíduo 5 → perda de seguimento, com
Período total ao risco → 33 pessoas-anos. Período de risco para mortalidade → 43
pessoas-anos → indivíduos doentes permanecem sob risco de morrer.
Taxa de incidência → número de casos
Incidência acumulada ou risco → medida
importante de ocorrência de doença.
Equivalente à probabilidade de um indivíduo
Medidas de prevalência
Medida apropriada para condições crônicas
→ asma ou diabetes.
População estável → taxas de incidência,
duração da doença, exposição e prevalência estáveis.
Chance de prevalência (Odds de
prevalência) é igual à taxa de incidência
multiplicada pela duração média da doença:
Comparações e associações
Risco relativo como uma medida de efeito Razão de taxas → taxa de incidência no
grupo exposto (a/Y1) em relação ao não-exposto (b/Y0).
Razão de riscos → razão da incidência
acumulada no grupo exposto (a/N1) em relação ao não-exposto (b/N0).
Duas medidas de efeito → termo genérico de
Odds Ratio → Razão de chances
Medida de efeito em estudos do tipo
caso-controle.
Definição do estudo a partir do caso.
OR → razão do odds de exposição em casos
(a/b) em relação ao odds de exposição dos controles (c/d).
Prevalência: medidas de efeito
Razão de prevalências → razão da
proporção de prevalência para os expostos em relação aos não expostos.
Uso em surtos de intoxicação alimentar, por
exemplo.
Diferença de taxas e de risco Diferença de taxas: (I1-I0)
Diferença de riscos: (R1-R0)
Úteis na avaliação do impacto de exposição
sobre a saúde pública.
Fração atribuível → pressupõe que a
diferença de taxas representa a incidência de doentes entre expostos devido à exposição.
Proporção de incidência observada entre os
expostos devido à exposição é a diferença de taxas dividida pela incidência observada.
Dividindo cada taxa de incidência na fórmula
por I0 → risco atribuível pode ser calculado pelo uso do RR.
Modificação de efeito
Ocorre quando a estimativa do efeito da
exposição ao fator de estudo é influenciada pelo nível de outro fator na população de estudo.
Exemplos: diferença de risco em relação do
gênero.
Devido à variação de suscetibilidade →
intoxicação por chumbo em crianças é maior naquelas com dieta deficiente em Ca ou Fe.
Modificação de efeito → ocorrência por
interação biológica.
Taxa de incidência de câncer de pulmão em
pessoas expostas a asbestos e a tabaco → maior do que a soma das incidências
Validade
Erro sistemático, viés e confusão
Desenho consistente do estudo para
minimização do erro.
Erro é classificado como aleatório ou
sistemático.
Sistemático → afasta o valor do efeito
observado do real.
Validade
Erro aleatório → variabilidade dos dados
com pequenos números → reduzido com o aumento da amostra.
Erro sistemático → inerente ao tipo de
desenho do estudo → não pode ser reduzido com o aumento da amostra.
Validade ou acurácia → extensão na qual os
Validade
Viés → geralmente se refere à presença de
erros sistemáticos no estudo.
Tipos de vieses: seleção, informação e
Validade
Confusão: ocorre se os grupos expostos e
não-expostos não são comparáveis por diferenças inerentes no risco de fundo da doença.
Diferenças → devido a características
individuais: idade, gênero ou status
socioeconômico ou ainda exposição a outros fatores de risco.
Viés de confusão
Três condições para o fator ser considerado
como de confusão:
1. Deve ser um fator de risco para a doença na
ausência da exposição sob estudo;
2. Deve estar associado com a exposição na
população de estudo e
3. Não deve ser afetado pela exposição ou pela
doença (não pode ser um fator intermediário entre exposição e doença).
Fator intermediário → causado pela
exposição e que por sua vez causa o efeito.
Exemplo: diarreia tratada em hospital e em
casa → o efeito obtido pode ser melhor
observado naquelas tratadas no hospital → status nutricional é uma variável de
confusão.
Severidade da diarreia → outra variável de
Controle das variáveis de confusão:
Desenho do estudo, análise ou por ambos. Estágio do desenho do estudo → processo
aleatório, restrição ou agrupamento.
Aleatoriedade → exposição ou tratamento são determinados de forma aleatória.
Restrição → estabelecimento de critérios de seleção (mulheres em determinada faixa etária.
Agrupamento → buscar fatores de risco existentes entre os casos, no grupo controle.
Abordagem mais comum → análise dos
dados.
Estratificação de dados em subgrupos de
acordo com o nível de confusão e caclular uma medida resumida de efeito.
Viés de seleção
Oriundo do procedimento para selecionar os
participantes do estudo.
Não é, usualmente, um problema para
estudos de coorte.
Poluição do ar e doença pulmonar →
migração de sujeitos de áreas poluídas migrarem, ocorrendo perda.
O efeito ocorre se a perda difere do exposto
Viés de seleção
Viés mais presente em estudos
caso-controle.
Controles escolhidos de um modo
não-representativo.
Indivíduos expostos com maior probabilidade de
serem selecionados como controle do que não-expostos → pacientes de hospital com outras doenças, como controle para câncer de pulmão. Nível educacional → viés de seleção que pode
Viés de informação
Resulta de uma classificação inadequada
dos participantes do estudo em relação à doença ou status de exposição.
Viés de observação ou de medição.
Viés de informação não-diferencial →
probabilidade de classificação inadequada entre os grupos é a mesma → tendência a produzir “falso-negativo” (H0).
Exemplo: uso de endereço como aproximação de
Viés de informação
Viés de informação diferencial →
probabilidade de classificação inadequada
é diferente
entre os grupos. Resultado pode ser afastado de H0.
Ex. Estudo caso-controle → recuperação de
exposição a tabagismo passivo em pessoas com doença respiratória pode ser diferente em pessoas saudáveis.
Viés de informação
Pessoas vivendo próximas de uma fábrica
→ reportam mais sintomas respiratórios do que aquelas que vivem distantes.
Viés de recuperação (recall), viés do
entrevistados → importantes no quadro.
Viés de recuperação ou de registro →
pessoas com CA de pulmão tendem a
recuperar exposição a asbestos ou radônio do que controles sem o agravo.
Viés de informação
Pessoas que vivem em comunidades próximas a
locais com resíduos perigosos → tendência a reportar prevalências mais elevadas de sintomas.
Viés do entrevistador → coleta ou registro de
informação.
Conhecimento prévio do entrevistador →
Viés de informação
Erro de medição → variáveis do estudo
quantificadas inadequadamente.
Erro sistemático → equipamento de medida não
calibrado.
Erro aleatório → redução da precisão da medida.
Variabilidade intraindividual → funções
fisiológicas que apresentam ciclos distintos:
Função pulmonar varia segundo um padrão diário
→ Período da medida com importante.
Variabilidade interindividual → resistente ou
Precisão (erro aleatório, poder
estatístico)
Erro aleatório → variação na medição devida
ao acaso.
Tende a crescer pela variabilidade biológica,
de medida e da amostra.
Fontes de variabilidade biológica: variação
diurna, idade, dieta e exercício e fatores
Precisão (erro aleatório, poder
estatístico)
Fontes de variabilidade de medição:
instrumentos não acurados, problemas de calibração, registro incorreto de informações.
Variabilidade de amostragem: principal
estratégia de controle: aumentar o tamanho da amostra → inviabilidade.
Estudo epidemiológico deve ser grande o
suficiente para que as estimativas sejam suficientemente precisas.
Precisão (erro aleatório, poder
estatístico)
Amostragem da população
Indivíduo: unidade de amostragem
Unidade de amostragem: nascimentos,
mortes ou registros (dados secundários).
Totalidade da amostra → estrutura da
amostra → população da qual a amostra é selecionada.
Amostragem da população
Exemplos de estruturas de amostra: lista de
internações hospitalares, relações de censo comunitários e listas aleatórias de números telefônicos.
Métodos informais de amostragem
(voluntários) → amostras não-representativas.
Amostragem da população
Amostras estratificadas, sistemáticas,
conglomerados ou de multi-estágios → mais eficientes do que aleatórias.
Simples: cada unidade na população tem uma chance
igual de ser incluído na amostra.
Estratificada: a população é dividida em estratos ou
grupos de unidades de amostragem que tem certas características em comum e uma amostra aleatória de unidades é extraída de cada estrato.
Amostragem da população
Sistemática: as unidades de amostra são espaçadas
regularmente pela estrutura de amostragem começando com uma unidade selecionada aleatoriamente.
Cluster: são inicialmente selecionados da população e
observações são então feitas em todos os indivíduos da amostragem no interior dos conglomerados.
Multi-estágios: Unidades de amostragem inicial são
selecionadas da população. Em uma segunda fase, unidades de amostragem são então selecionadas de cada unidade primária e assim por diante. Similar a de conglomerados, mas com amostra adicional dentro
Conceitos de desenhos de
estudo
Primeiro passo na investigação: estudo
descritivo → estimativas da incidência ou da prevalência do agravo.
Estudo analítico → baseados no seguimento
de uma população em determinado tempos.
Desenhos de estudo variam de acordo com o
método de escolha da população de estudo da população fonte e a maneira de extração da informação.
Período específico → dados de incidência
Em determinado ponto do tempo → dados de
prevalência → estudos transversais.
Estudos de coorte → partem da exposição. Estudos caso-controle → partem do agravo.
Critérios para causalidade
Associação causal → mudança na
frequência ou na qualidade de uma
exposição ou em sua característica, que
resulta em uma mudança correspondente na frequência do agravo de interesse.
Associação temporal → causa deve preceder
o efeito.
Associação plausível → consistente com
outros conhecimentos: osteomalácia em população de área contaminada por Cd → mecanismo inicialmente desconhecido.
Falta de plausibilidade pode ser falta de
Consistência → diversos estudos dando o
mesmo resultado.
Força da associação → associação fraca
não é sinônimo de ausência de causalidade.
Gradiente biológico → associação exposição
– resposta clara
Reversibilidade → efeitos às saúde podem
Princípios de desenho de
estudo - Seccionais
Transversais ou de Prevalência Duas maiores limitações:
Distinção entre causa e efeito Exemplos:
Doença mental e classe social Bronquite crônica
Epidemiologia Ambiental – MMC-13
Uma série de casos prevalecentes terão uma
proporção maior de casos com doença de longa duração do que uma série de casos incidentes.
Doença de curta duração ou rapidamente
Epidemiologia Ambiental – MMC-13
Comparação de prevalência da doença
Odds de Prevalência
Em alguns casos Odds Ratio de
Prevalência razão de taxas de incidência ou riscos
Duração média da doença = expostos e não
Epidemiologia Ambiental – MMC-13 Força de um estudo seccional: Implica em menor custo.
Possibilidade de analisar exposições e
doenças no mesmo estudo formulação de novas hipóteses.
Importância descritiva administração,
Epidemiologia Ambiental – MMC-13
Deficiência de um estudo transversal:
Ambigüidade temporal de causa e efeito.
Minimização da limitação coleta de dados
retrospectivos.
Sem amostra aleatória dificuldade em
inferência estatística viés de seleção.
“Sobrevivência seletiva”
Viés de Berkson (viés de admissão). Viés de seleção.
Estudos de prevalência
Métodos de análise de dados Comparações de prevalência
Odds prevalência = Taxa de incidência (I) X
duração média da doença (D), com taxa de incidência constante no tempo.
P
ID
P
Estudos de prevalência
Disposição de dados para uma série de
Epidemiologia Ambiental – MMC-13
Chance (Odds) de prevalência medida
básica de efeito diretamente proporcional à incidência da doença.
Razão de chances de
prevalência
c
b
d
a
d
b
c
a
RCP
Razão de chances de prevalência: teste de significância
Estudos de prevalência
Razão de Chances (Odds Ratio) de Mantel e
Haenszel (1959):,
i i i i i i MHT
c
b
T
d
a
OR
Chi-quadrado de Mantel e
Haenszel
)
(
0 2 2 _A
Var
A
E
a
X
M H aEpidemiologia Ambiental – MMC-13
Onde:
a = número observado de doentes expostos = número esperado de doentes
expostos, assumindo que não exista associação entre a exposição e a doença.
= variância do número de
doentes expostos, assumindo que não exista associação entre a exposição e a doença.
T M N A E 1 1 0 1 2 0 1 0 1 0 T T M M N N A Var
Epidemiologia Ambiental – MMC-13 Intervalo de confiança:
Onde z = 1,96 para limites de 95%
X2= Chi quadrado de Mantel e Haenszel
1 2,
X zOR
OR
OR
Epidemiologia Ambiental – MMC-13
Prevalência entre os expostos (P1) e entre
os não-expostos (P0): 1 1
N
a
P
0 0N
b
P
Epidemiologia Ambiental – MMC-13
PD (diferença entre prevalências):
Razão de prevalências (PR):
1
0
P
P
PD
0
1
P
P
PR
Epidemiologia Ambiental – MMC-13
Medidas sumárias de efeito:
Diferença sumária de prevalência (SPD)
Onde Wi inverso das variâncias dos estratos específicos
de PDi
i i i i i W PD W SPD
3 0 3 1 i i i i i i i N d b N c a PD Var Epidemiologia Ambiental – MMC-13 Intervalo de confiança:
i i W z SPD SPD SPD,Epidemiologia Ambiental – MMC-13
Razão de Prevalência Padronizada SPR –
Estimativa de Mantel-Haenszel
i i i i i i i H MT
N
b
T
N
a
SPR
1 0Epidemiologia Ambiental – MMC-13 Variância
i i i i i i i i i i N i H M T N b T N a T T b a N N M SPR Var 1 0 2 0 1 lnEpidemiologia Ambiental – MMC-13 Intervalo de confiança:
M H
M H
H M H M SPR SPR z Var SPR SPR , exp ln( ) ln Epidemiologia Ambiental –
MMC-13
Exemplos de estudos
Geographical information system and
environmental epidemiology: a
cross-sectional spatial analysis of the effects of traffic-related air pollution on population respiratory health.
Nuvolone et al. Environmental Health 2011,
Nuvolone et al. Environmental Health 2011, 10:12
Nuvolone et al. Environmental
Health 2011, 10:12
Exemplos
Respiratory and Other Health Effects
Reported in Children Exposed to the World Trade Center Disaster of 11
September 2001.
Thomas PA et al. Environmental Health
Perspectives • VOLUME 116 | NUMBER 10 | October 2008;
Prevalence of Metabolic Syndrome
Associated with Body Burden Levels of Dioxin and Related Compounds among Japan’s General Population
Uemura et al. volume 117 | number 4 | April
Outros exemplos de estudos transversais
Associações de prevalência entre fumo
passivo e sintomas respiratórios no ambiente de trabalho.
SAI YIN HO, LAM,SIUFUNG CHUNG,TING PUI LAM. AEP Vol. 17, No. 2 February 2007: 126-31
Arsênio em água de consumo
humano
Arsênio em água de consumo
humano
Arsênio em água de consumo
humano
Arsênio em água de consumo
humano
Tabagismo no domicílio e doença
respiratória em crianças menores de cinco anos.
Regina M.V. Gonçalves-Silva, Joaquim G.Valente, Márcia G.
F. Lemos-Santos e Rosely Sichieri. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 22(3):579-586, mar, 2006