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POPULAÇÃO E GEOGRAFIA ECONÔMICA: A CONFORMAÇÃO DA POPULAÇÃO NO ESPAÇO EM MINAS GERAIS, NO SÉCULO XIX

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Marcelo Soares Bandeira de Mello Filho1 José Maria dos Santos Júnior2

Palavras-chave: demografia histórica; urbanização; século XIX; Minas Gerais Resumo:

O objetivo deste trabalho é aprofundar o conhecimento da dinâmica demográfica das Minas Gerais do século XIX segundo dois planos inter-relacionados de análise, as

distribuições, no espaço, do contingente populacional e das centralidades urbanas, aplicados a diferentes períodos do século XIX, as décadas de 1830 e 1870.

Busca-se observar se os resultados encontrados estão em conformidade com o estabelecido pela historiografia: homogeneização da distribuição demográfica e ruralização das atividades produtivas.

Utiliza-se duas fontes principais de dados: as Listas Nominativas da década de 1830 e o Recenseamento do Império de 1872.

Em relação à metodologia, são usados recortes espaciais teóricos que sejam capazes de captar a heterogeneidade regional da província com relação aos aspectos estudados, a

densidade demográfica, as taxas de crescimento populacional e o número de lugares centrais. Observou-se como resultado a inadequação dos modelos teóricos propostos para a província oitocentista, não condizentes com a realidade encontrada: manutenção da concentração territorial, ao invés da esperada redistribuição da população através do território mineiro, e permanência do vigor urbano, ao invés da ruralização da economia.

*

Trabalho apresentado no XV Encontro Nacional de Estudos Populacionais, ABEP, realizado em Caxambú- MG – Brasil, de 18 a 22 de setembro de 2006.

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Graduando em Ciências Econômicas – UFMG. Bolsista de Iniciação científica PROBIC/Fapemig com o projeto: “O Comércio Provincial em Minas Gerais com base no Censo de 1831/32 e nos Mapas de engenhos e casas de negócio 1836” no Núcleo de Pesquisas em História Econômica e Demográfica do Cedeplar/UFMG.

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Graduando em Ciências Econômicas – UFMG. Bolsista de Iniciação científica PIBIC-CNPq com o projeto: “Desenvolvimento urbano e formação do mercado interno em Minas Gerais (1831-1930)” no Núcleo de

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CONFORMAÇÃO DA POPULAÇÃO NO ESPAÇO EM

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NO SÉCULO

XIX

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Marcelo Soares Bandeira de Mello Filho3 José Maria dos Santos Júnior4

Introdução

O objetivo do presente estudo é traçar uma análise da população das Minas Gerais oitocentista e da conformação da organização social, segundo os diferentes níveis de

urbanização e de concentração populacional. A estrutura e dimensão populacional criam um impacto e são influenciadas pelas condições econômicas e organizacionais da respectiva sociedade.

Partindo de uma curta revisão da historiografia mineira, realizada no primeiro item, tenta-se localizar um ponto comum entre as tantas teorias lançadas para explicar a economia e demografia da sociedade mineira da época. Este ponto comum propõe um padrão

interpretativo que será questionado.

A primeira fonte primária tratada neste artigo corresponde às Listas Nominativas de 1831/32 e de 1838. A outra fonte de uso foi o Recenseamento de 1872, realizado sob mando do Império, com o intuito de codificar os dados do território nacional do século XIX. Sem dúvida, são fontes de boa confiabilidade e correspondem a um importante acervo

informativo. São analisadas no item 2, assim como os recortes espaciais teóricos utilizados. O estudo da conformação demográfica no período de 1830 a 1872, presente no item 3, tenta deslindar as diferenças das componentes demográficas segundo o nível de concentração populacional das localidades mineiras. Assim, faz-se, no quarta parte do trabalho, uma análise da população sob a ótica da urbanização e ruralização no período estudado.

Por fim, propõe-se argumentos para uma possível alteração na compreensão do padrão de distribuição populacional, e das atividades econômicas, das Minas Gerais do século XIX.

*

Trabalho apresentado no XV Encontro Nacional de Estudos Populacionais, ABEP, realizado em Caxambú- MG – Brasil, de 18 a 22 de setembro de 2006. O presente trabalho foi desenvolvido no Núcleo de Pesquisa em História Econômica e Demográfica do Cedeplar/UFMG no âmbito da pesquisa “Desenvolvimento urbano e formação do mercado interno em Minas Gerais: 1830-1930”, coordenada pelo Prof. João Antonio de Paula, contando com o apoio da Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG).

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Graduando em Ciências Econômicas – UFMG. Bolsista de Iniciação científica PROBIC/Fapemig com o projeto: “O Comércio Provincial em Minas Gerais com base no Censo de 1831/32 e nos Mapas de engenhos e casas de negócio 1836” no Núcleo de Pesquisas em História Econômica e Demográfica do Cedeplar/UFMG.

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Graduando em Ciências Econômicas – UFMG. Bolsista de Iniciação científica PIBIC-CNPq com o projeto: “Desenvolvimento urbano e formação do mercado interno em Minas Gerais (1831-1930)” no Núcleo de

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1. População e Economia em Minas Gerais no Século XIX

Vem ocorrendo, a partir do fim da década de 70, uma ampla revisão da caracterização da sociedade escravista mineira do século XIX. Visões tradicionais, como a de Celso

Furtado, que não tiveram o objetivo de fazer um amplo levantamento dos aspectos econômicos e demográficos ao nível regional, carecem de informações mais precisas e profundas e pecam pela excessiva simplificação5.

Uns poucos decênios foi o suficiente para que se desarticulasse toda a economia da mineração, decaindo os núcleos urbanos e dispersando-se grande parte de seus elementos numa economia de subsistência, espalhados por uma vasta região em que eram difíceis as comunidades e isolando-se os pequenos grupos uns dos outros. Essa população relativamente numerosa encontrará espaço para expandir-se dentro de um regime de subsistência e virá a constituir um dos principais núcleos demográficos do país. Neste caso, como no da economia pecuária do Nordeste, a expansão demográfica se prolongará num processo de atrofiamento da economia monetária. Dessa forma, uma região cujo povoamento se fizera dentro de um sistema de alta produtividade, e em que a mão-de-obra fora um fator extremamente escasso, involuiu numa massa de população totalmente desarticulada, trabalhando com baixíssima produtividade numa agricultura de subsistência.(Furtado, 1959, p. 85)

Críticas a esta interpretação ganharam força com os trabalhos de Roberto Borges Martins, que utilizam fontes de dados recentemente pesquisadas para propor um novo padrão interpretativo da sociedade de Minas Gerais posterior à crise da mineração, a partir da

segunda metade do século XVIII.

A economia mineira é descrita por esse autor como introvertida, possuindo as exportações correspondentes a uma pequena parcela da produção total, e com a população dispersa em atividades auto-suficientes, de caráter rural.

Minas tinha o mais baixo nível de exportação per capita no país e, fora da região cafeeira, este nível declinou em termos reais no decorrer do século. A grande lavoura exportadora ficou confinada a uma área reduzida e não teve praticamente nenhuma influência sobre a vida econômica do resto da província.A economia provincial era formada basicamente por unidades agrícolas diversificadas internamente – fazendas, sítios e roças – produzindo para auto-consumo e para venda de mercadorias locais. (Martins, 1982, p. 4 e 5)

O trabalho bastante inovador de Martins suscitou uma série de novas interpretações sobre o sistema econômico escravista da Minas Gerais oitocentista. Destaca-se como autor com importantes discordâncias com relação ao modelo proposto, Robert Slenes.

Em função da análise de novos dados e de uma leitura diferente dos resultados importantes dos Martins, argumento: 1) que Minas, na primeira metade do século XIX, longe de ser uma região pouco voltada “para fora”, como os Martins afirmam, era uma economia de exportação bastante significativa (entendo “exportações”, à maneira dos Martins, como produtos remetidos para fora da província, mesmo se destinados ao mercado

brasileiro); e 2) que os efeitos multiplicadores do setor de exportação sobre

5

O próprio autor deixa claro que não tem como objetivo um elevado grau de detalhamento e precisão:

“O presente livro pretende ser tão-somente um esboço do processo histórico de formação da economia brasileira. (...) Na opinião do autor, sem uma adequada profundidade de perspectiva torna-se impossível captar as inter-relações e as cadeias de causalidade que constituem a urdidura dos processos econômicos.” (Furtado, 1959, p. 1)

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o setor interno eram proporcionalmente maiores em Minas do que nas áreas de plantation do Rio de Janeiro e São Paulo. Os dois argumentos apontam para um modelo de economia mineira no século XIX bastante diferente daquele elaborado pelos Martins. (Slenes, 1985, p. 468 e 469) A interpretação de Slenes descreve Minas Gerais como possuindo atividades econômicas de maior dinamismo produtivo, significativo número de atividades voltadas ao exterior da província, e grande volume de produtores rurais especializados em garantir insumos ao setor agro-exportador. Estas seriam as condições básicas para a existência do forte fluxo de escravos para dentro da província, responsável pelo grande estoque de mão-de-obra cativa.

Novas pesquisas foram feitas com o intuito de melhor caracterizar a reprodução material da província oitocentista. Neste sentido, Laird Bergad aponta para novas conclusões:

Os dados relativos à estrutura etária, combinados com os padrões das alterações na razão de homens para mulheres e com a informação sobre os locais de nascimento dos escravos reforçam a conclusão de que a população escrava de Minas fosse principalmente resultado da reprodução natural dentro da própria província.(Bergad, 2004, p. 180)

Usando divisão de comarcas de 1833, que reúne espaços bastante heterogêneos em termos de extensão e ritmo de atividade econômica, o autor conclui que houve uma tendência de crescimento quanto a importância econômica e demográfica das regiões tradicionalmente periféricas:

As antigas áreas da periferia ao norte cresceram em ritmo mais acelerado; a zona cafeeira do sudeste, a comarca de Parahybuna de 1833, também teve um dinâmico aumento da população. As três vastas regiões – Paracatu, São Francisco e Jequitinhonha -, que formam um arco em torno dos quatro distritos mineiros do centro, aumentaram sua participação na população total, passando de 16,4% a 22,8% entre 1833 e 1872; Paracatu e Jequitinhonha apresentaram os maiores índices de crescimento anual: 3,7%.

[...] Contudo, foi a zona cafeeira da comarca de Parahybuna de 1833 que se tornou a mais importante região de colonização em Minas Gerais na época do censo de 1872. Um quinto da população total vivia ali em 1872; o número de habitantes aumentara 3,7 vezes desde 1833.(Bergad, 2004,p. 171)

De modo geral, há um consenso entre os diferentes autores em relação a dois pontos que serão aqui questionados: a redistribuição populacional em favor das áreas anteriormente periféricas, e a ruralização das atividades produtivas.

No âmbito do Cedeplar/UFMG, vêem-se traçando uma nova proposta de interpretação das peculiaridades da sociedade mineira oitocentista. Iniciou-se uma ampla análise das listas nominativas de 1831-32, realizou-se um recorte espacial da província e são propostos níveis de desenvolvimento econômico e centralidade urbana, com o objetivo de melhor retratar as especificidades regionais da província, ao invés de aceitar uma divisão espacial que induz à uma percepção pouco acurada com relação a forte heterogeneidade regional.

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2. Aspectos metodológicos 2.1 Definições espaciais

As análises descritivas da população mineira Oitocentista e seus componentes demográficos serão feitos a partir da reflexão sobre critérios de desenvolvimento econômico e da conformação da organização social, segundo diferentes níveis de centralidade urbana. A estrutura e dimensão populacional impactam - e são influenciadas - pelas condições

econômicas e organizacionais na sociedade.

A regionalização adotada foi elaborada por Marcelo Magalhães Godoy, com base em relatos de viajantes estrangeiros, que visitaram Minas Gerais na primeira metade do século XIX. Foram elaborados relatos ricos em informações acerca de variados temas: cultura, economia, botânica, biologia, mineralogia, e outros. Nove destas viagens, realizadas entre 1809 e 1840, serviram de base à divisão regional da Província.

As descrições, apesar de marcadas pela subjetividade, configuram-se em um banco de dados riquíssimo e são, provavelmente, a maior fonte de informações econômicas disponível para o período, não compiladas por nenhum outro agente, público ou privado.6

A construção da espacialidade conforme descrições de época permite uma divisão menos arbitrária, marcada pela interpenetração da totalidade dos elementos

histórico-naturais, definidores da região enquanto resultado da intervenção do homem histórico-social no meio natural.

A atualmente dominante percepção e tratamento das categorias espaço/região, caracterizada pela marcante atemporalidade e excessiva simplificação dos recortes, seria substituída pela consideração da historicidade e complexidade destas categorias. Em primeiro lugar

passaríamos a pensar as unidades espaciais como resultado de combinações de múltiplos aspectos completamente permeados por sua historicidade. Em segundo lugar rejeitaríamos os recortes espaciais baseados em critérios parciais da espacialidade, que resultam em unidades sem identidade e, portanto, incapazes de refletir especificidades de quaisquer natureza. [...]

As regiões resultam da combinação de elementos físicos, humanos, econômicos e histórico-administrativos. Cada região foi definida pela peculiar configuração destes elementos e, sobretudo, pela especifica interpenetração entre eles. (Godoy, 1996, p. 26)

Para cada localidade visitada foram agrupadas informações que, por fim, permitiram a delimitação de 18 regiões, marcadas pela heterogeneidade dos aspectos naturais,

demográficos e, especialmente econômicos.

A partir da regionalização proposta por Marcelo Godoy, Clotilde Paiva estabeleceu uma hierarquia de três níveis (alto, médio e baixo) de atividade econômica na província de Minas Gerais7.

Ao dimensionamento da importância regional da produção e

comércio somou-se à avaliação de sua expressão provincial. A determinação do nível de desenvolvimento econômico fundamentou-se nesta combinação de magnitude e impacto regionais com a posição relativa na economia provincial. (Paiva & Godoy, 2001)

Tendo como fontes principais os relatos dos viajantes e as Relações de Engenhos e Casas de Negócio de 1836, listagem dos comerciantes da província, observou-se o nível de

6

Um rico estudo sobre os relatos de viajem e sobre o estabelecimento dos recortes espaciais teóricos encontra-se em Godoy, 1996.

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produção material de cada região e foi feita uma classificação conforme a presença de atividades mais ou menos dinâmicas.

O estilo de vida, as condições de sobrevivência, os hábitos de consumo e muitos outros comportamentos sociais constituíam matéria de interesse dos viajantes, que descreveram detalhadamente estes tópicos. O aspecto das vilas e arraiais, o número de casas existentes e o padrão de construção mais ou menos sofisticado das casas também foram observados. Estes elementos também serviram para nos sugerir a dinamicidade de cada região.(Paiva, 1996, p. 113 e 114)

A caracterização segundo nível produtivo foram estabelecidas apenas para a primeira metade do século. As regiões classificadas como possuindo elevado nível de atividade econômica são Diamantina, Intermediária de Pitanguí-Tamanduá, Mineradora Central Oeste e Sudeste. Vale do Alto-Médio Rio São Francisco, Araxá, Vale do Médio-Baixo Rio das Velhas, Mineradora Central Leste, Mata, Sul Central e Sudoeste são consideradas de desenvolvimento intermediário.E Extremo Noroeste, Sertão, Minas Novas, Triângulo, Paracatú, Sertão Alto São Francisco, e Sertão do Rio Doce são ditas de baixo nível de dinamismo produtivo.

Além destes aspectos teóricos, utilizou-se o recorte por nível de centralidade urbana. Esta é definida a partir da oferta de bens e serviços desse núcleo. Uma centralidade baixa tende a ter uma oferta baseada em bens ubíquos, enquanto nos grandes centros, além dos produtos ubíquos, oferta-se bens e serviços especializados, de alcance espacial e mercados mínimos amplos.

Nas regiões aonde há uma alta concentração populacional e produtiva, o consumo de bens centrais é maior que em outras regiões, com características mais rurais,

independentemente da renda individual. Pode-se inferir também que em regiões rurais muito afastadas de núcleos centrais, os bens centrais podem ser substituídos por outro tipo de bem produzido no local, o que pode causar uma certa limitação ao desenvolvimento do lugar.

Os distritos de Minas que podem ser considerados de alta centralidade na primeira metade do século XIX são Ouro Preto e Serro. Com o nível de centralidade média têm-se Itabira do Mato Dentro, Vila de Campanha, Mariana, Santa Luzia, Santo Antônio do Tejuco (atual Diamantina), Barbacena, Vila de Caeté, São João Del Rey.

Já na década de 1870, os distritos de alta centralidade são Juiz de Fora e Mar de Espanha. Ouro Preto, São João Del Rey, Barbacena, Baependi, Itabira, Assunção de Mariana, Conceição do Serro, Grão Mogol, São Vicente F. da Formiga, Lavras, Rio Pardo, São Bento de Tamanduá, Campanha, Pitangui, Pouso Alegre e Bagagem.

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Regionalização, níveis de desenvolvimento e centralidade urbana Minas Gerais - década de 1830

! ! 13 15 14 2 6 10 17 Ouro Preto S. João del Rei

Mariana Caeté Santa Luzia Diamantina Barbacena Minas Novas Itabira Serro Grão Mogol Cataguases Araxá Januária Bambuí Campanha 1 3 4 5 7 8 9 11 12 16 18 LEGENDA Centralidade dos núcleos

! Nível 1 Nível 2 Nível 3 Desenvolvimento regional Alto Médio Baixo

Regiões: 1-Extremo Noroeste; 2-Vale do Alto-Médio Rio São Francisco; 3-Sertão; 4-Minas Novas; 5-Triângulo; 6-Araxá; 7-Paracatú; 8-Sertão Alto Rio São Francisco; 9-8-Sertão do Rio Doce; 10-Diamantina; 11-Vale do Médio-Baixo Rio das Velhas; 12-Intermediária de Pitanguí-Tamanduá; 13-Mineradora Central Oeste; 14-Mineradora Central Leste; 15-Mata; 16-Sudeste; 17-Sul Central; 18-Sudoeste. Centralidade: Nível 1 - Ouro Preto e Serro; Nível 2: Itabira do Mato Dentro, Vila de Campanha, Mariana, Santa Luzia, Diamantina, Barbacena, Caeté, S. João del Rei; Nível 3: Santa Bárbara, São Gonçalo do Rio Abaixo, Brumado, São Gonçalo, Santana do Sapucaí, Passagem, Guarapiranga, Forquim, Catas Altas, Grão Mogol, Minas Novas, Cachoeira do Campo, Araxá, Januária, Brumado, Queluz, Matosinhos, Dores da Boa Esperança, Cláudio, Prados, Vila de São José (Tiradentes), Bom Sucesso, Oliveira, Gouveia, Bambuí, Formiga, Espírito Santo, Nossa Senhora do Socorro, Mutuca, Desterro do Mello, Santa Rita da Meia Pataca, Nossa Senhora de Oliveira, São Sebastião, Nossa Senhora da Saúde, Itatiaia, Dores do Campo Formoso, Santana da Barra do Rio do Espirito, Coromandel, Buritis, Nossa Senhora da Abadia, Itaverava, Santana de Traíras, Santo Antônio da Mouraria, Santíssimo Coração de Jesus, Morro da Garça, São Sebastião do Itatiaia, Perdões, Carmo do Japão, Santo Antônio Abaixo; Nível 4: nível mais baixo de centralidade, composto pelos demais 177 distritos pesquisados, não visualizados no mapa (RODARTE, 1999: 89 e 126).

Fonte: Malha municipal do Brasil, 1997. Diretoria de Geociências. Departamento de Cartografia.

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Mapa 2

Regionalização, níveis de desenvolvimento de 1830 e centralidade urbana Minas Gerais - 1872 ! ! 16 13 17 14 2 15 11 6 10 Baependi Lavras Bambui Pitangui Araxá Ouro Preto São João Del Rei Mariana Campanha Pouso Alegre Itabira Rio Pardo Montes Claros Philadelphia (Teófilo Otoni) Conceição do Serro Juiz de Fora Mar de Hespanha Barbacena Januária Curvelo Formiga Minas Novas Uberaba Grão Mogol Paracatu Bagagem 1 3 4 5 7 8 9 12 18 LEGENDA Centralidade dos núcleos

! Nível 1 Nível 2 Nível 3 Desenvolvimento regional Alto Médio Baixo

Regiões: 1-Extremo Noroeste; 2-Vale do Alto-Médio Rio São Francisco; 3-Sertão; 4-Minas Novas; 5-Triângulo; 6-Araxá; 7-Paracatú; 8-Sertão Alto Rio São Francisco; 9-8-Sertão do Rio Doce; 10-Diamantina; 11-Vale do Médio-Baixo Rio das Velhas; 12-Intermediária de Pitanguí-Tamanduá; 13-Mineradora Central Oeste; 14-Mineradora Central Leste; 15-Mata; 16-Sudeste; 17-Sul Central; 18-Sudoeste. Centralidade: Nível 1 - Juiz de Fora e Mar de Espanha; Nível 2: Ouro Preto; São João del Rei; Barbacena; Baependi; Itabira; Mariana; Conceição do Serro; Grão Mogol; Formiga; Lavras; Rio Pardo; Tamanduá; Campanha; Pitangui; Pouso Alegre; Bagagem; Nível 3: Queluz; Sabará; Dores da Boa Esperança; Conceição do Pouso Alto; Sto. Ant. de Arassuahy; Ponte Nova; Paracatu; São Romão; Contendas; Santa Luzia; Curvelo; Uberaba; Três Pontas; São Miguel do Pomba; Leopoldina; Ubá; Bom Fim; Piranga; Santana dos Ferros; Taboleiro Grande; Salinas; Santana do Onça do Rio de São João; Sete Lagoas; Prados; Presídio; Brumado de Suassuhy; Piedade do Pará; Santa Bárbara; Cocais; Congonhas do Sabará; Carmo do Pouso Alto; São Gonçalo da Campanha; Campo Belo; Arcos; Oliveira; Cláudio; Sta. Rita de Sapucaí; Carmo da Borda da Mata; Santana de Capivari; Perdões; Espírito Santo do Pomba; N. Sra. da Piedade; Div. Esp. Sto. do Mar de Hespanha; São João Nepomuceno; Aflitos; Sr. dos Passos do Rio Preto; São José do Tijuco; São João da Chapada; Carmo do Rio Claro; São Seb. do Paraíso; Lagoa Dourada; São José do Rio Preto; Bom Despacho; Madre de Deus do Angú; Além Parahyba; Chapéu d’Uvas; Rio Novo; Montes Claros; São Bartolomeu; Capela Nova; Piedade da Boa Esperança; Saúde; Dores de Indaiá; Santa Margarida; Caeté; Taquarussu; Santo Antônio do Rio do Peixe; São Miguel e Almas; Minas Novas; Capelinha; Philadelphia; Brejo do Salgado; Carmo da Bagagem; Patrocínio; Varginha; Cristina; Santa Catarina; Três Corações; Alfenas; Piumhy; Cabo Verde; N. Sra. do Desterro; Candeas; Bambuí; São José do Paraíso; São João Batista da Cachoeira; Carmo do Cambuí; Itajubá; Soledade de Itajubá; Santa Rita de Boa Vista; Bom Sucesso; João Gomes; Porto do Turvo; São Vicente Férrer; Mercês do Pomba; Sacramento; Sto. Ant. do Monte; Carmo do Prata; Papagaio; São João Batista; Arassuahy; Muriaé; Dores da Vitória; Ribeirão Vermelho; Brejo das Almas; Januária; Araxá; Aiuruoca; Jaguari; Conceição do Mato Dentro; Passos; Nível 4: nível mais baixo de centralidade, composto pelas demais 225 paróquias pesquisadas, não visualizadas no mapa (RODARTE, 1999: 89 e 127).

Fonte: Malha municipal do Brasil, 1997. Diretoria de Geociências. Departamento de Cartografia. Elaboração própria

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2.2 Tratamento das fontes demográficas

As fontes de dados utilizadas para a montagem deste artigo fazem parte de uma tentativa, por parte do Governo Regencial, de recensear a província de Minas, realizada em 1831-32 e, novamente no final da década, em 1838. São de extrema importância como fonte de conhecimento das características demográficas do país, após os primeiros anos como nação independente. Essa iniciativa de conhecer a população, quiçá estava relacionada à outros fins implícitos, como recrutamento militar e eleitoral, estruturação de planos governamentais, controle de arrecadação fiscal mais rigoroso, entre outras finalidades.

São quase 250 listas dos 410 distritos mineiros da época, uma importante referência, devido ao alto teor informativo sobre a população e suas relações sociais. Através desta base de dados pode-se incorrer a estimativas sobre fatos e, por que não, servir-se de provas para outras hipóteses. Não se trata de testar os dados das listas, mas sim elaborar interpretações dentro das quais se possam situar os dados demográficos e econômicos que vão ser

analisados.

Nas listas Nominativas estão presentes informações de alto grau de detalhamento, tais como nome, sexo, vínculo, raça, idade, condição social, ocupação, e estado civil, que servem para elaborar uma análise aprofundada da população mineira nos Oitocentos. Na década de 1830 estima-se que viviam em Minas cerca de 700 000 pessoas dispersas nos distritos, 29% das quais nas áreas mineradoras, seguido da região sul, com 26% da população. Com as listas, essas informações estão desagregadas, o que possibilita inferências a nível regional.

As listas Nominativas apresentam alguns empecilhos, geradores de insegurança com relação à confiabilidade dos dados. Acredita-se que juízes de paz elaboraram as listas de forma não padronizada, gerando inúmeras complicações, como terminologias diferenciadas para a mesma informação, talvez pela falta de experiência e instrução para atividades deste porte. Outro problema encontrado é a subnumeração. Esta se dá quando são ignoradas crianças de menos de 10 anos, talvez por costume ou por fugir aos objetivos da elaboração das Listas Nominativas. Têm-se observado também certas preferências por dígitos zero ou cinco nas informações numéricas (idade), resultado de desconhecimento e aproximação desses dados.

Por fim, é indiscutível a relevância destas fontes para a historiografia mineira, por se caracterizarem como o maior conjunto de informações nominais de natureza censitária remanescente para o período regencial.

Outra fonte primária trabalhada para o presente artigo é o Recenseamento de 1872, principal e única fonte populacional que abrange todo o território brasileiro no período imperial. Realizado pelo então Departamento Geral de Estatística entre 1870 a 1878, eram repassados ao Ministro e Secretário do Estado dos Negócios do Império.

O censo foi realizado sob um nível de coleta paroquial, transcrito em listas de famílias. Os quase 10 milhões de habitantes brasileiros encontravam-se divididos em 20 províncias e 1 município neutro (corte), esses distribuídos em 641 municípios e organizados em 473 paróquias. O censo de 1872 traz consigo a contagem populacional, dados sobre sexo, idade, estado civil, raça, condição social, ocupação, e outros.

Em Minas Gerais viviam cerca de 2 milhões de pessoas, das quais mais de 80% eram livres. Foram pesquisadas 370 paróquias em 72 municípios existentes.

A compilação de listas, porém, abre uma brecha para possíveis erros de apuração, no momento em que as informações são agregadas, gerando incompatibilidade entre os

diferentes valores correspondentes às diferentes classificações do censo.

O grande problema do Recenseamento de 1872 é a quantidade de erros cometidos nas fases de apuração e montagem. Com um estudo crítico realizado por Clotilde Paiva e Roberto

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Martins na década de 80, foi possível confirmar esses enganos. Há evidências de

subnumeração no grupo de 0 a 1 ano e dupla contagem para a população acima de 100 anos. Houve um grande atraso na fase de apuração dos dados, o que não possibilitou um

desenvolvimento simultâneo das atividades, culminando em possíveis erros de contagem, devido ao movimento migratório, considerando que a inclusão de pessoas provindas de outras províncias já recenseadas após a data de referência resultará em dupla contagem.. Esse atraso pode ter sido causado pelas longas distâncias percorridas pelos agentes recenseadores.

Existem casos de paróquias que foram omitidas do recenseamento. Minas Gerais teve o maior número, 14 no total (correspondendo a 4%). Porém, em casos semelhantes, como em Sergipe, o não recenseamento de 5 paróquias resultou em 17% de omissões na contagem provincial. Outra questão que mostra grande confusão é a classificação de ocupações. São 35 profissões classificados em critérios como “manuais ou liberais” ou em “assalariados”. Isso torna muito difícil um trabalho comparativo totalmente confiável.

3. Processo de ocupação demográfica

3.1 A ocupação do território em Minas Gerais, na década de 1830 Mapa 3

Densidade demográfica Minas Gerais - década de 1830

Araxá Triângulo Sudoeste Sul Central Paracatu Sertão do Alto S. Francisco Vale A. M. S. Francisco Sertão Noroeste Mineradora Central Oeste Interm. de Pitangui-Tamanduá Sudeste Mata Vale do Médio-Baixo Rio das Velhas

Mineradora Central Leste

Sertão do Rio Doce Diamantina Minas Novas 1,2 0 0,3 0,8 0 1,9 2,2 5,4 0,4 3,4 3,5 1,5 0,2 0,8 0,2 2 4,3 1,9 Densidade Demográfica (Em habitantes/km quadrado)

1,5 a 5,5 0 a 1,5

Fonte: Malha municipal do Brasil, 1997. Diretoria de Geociências. Departamento de Cartografia.

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Minas Gerais apresenta, na década de 1830, uma pronunciada concentração populacional8. Apenas as áreas de ocupação mais tradicional, as regiões mineradoras do centro da província, e recentemente voltadas à economia cafeeira, as regiões localizadas mais ao sul, possuem densidade demográfica considerada relativamente alta.

A área denominada Mineradora Central Oeste, onde se localizam os municípios de Mariana e Ouro Preto, dentre outros, apresenta a maior dentre todas as concentrações de habitantes das Minas Gerais. Este dado indica que até a década de 1830 a população não estava tão desconcentrada quanto era de se supor pelo trabalho de autores como Martins e Bergad.

No restante da província, apenas a região do Vale do Alto Médio São Francisco apresenta uma densidade maior que 1 habitante por quilômetro quadrado (hab/km2), fato que se atribui a tradicional ocupação da região por vaqueiros de gado bovino, oriundos do Nordeste do país.

Seis dos dezoito territórios estabelecidos possuem concentração de menos que 0,5 habitante por quilômetro quadrado, sendo que dois destes territórios, Paracatu e Triângulo, apresentam apenas 0,2 hab/km2, e há duas ocorrências, Noroeste e Sertão do Rio Doce, em que este valor se aproxima de zero.

Portanto, a tese de que a população de Minas Gerais se encontrava dispersa no século dezenove não se sustenta a partir dos dados presentes nas Listas Nominativas da década de 1830. Resta saber se esta tendência a concentração é confirmada no decorrer do século XIX

3.2 Dinâmica populacional entre 1830 e 1870

A dinâmica demográfica em Minas nesse período foi, em boa parte, causada por fatores endógenos, como a taxa de reprodução positiva e as migrações entre regiões mineiras. Entre as décadas de 30 e 70 do século XIX há uma aparente desconcentração demográfica na província. Sertão do Rio Doce apresenta a maior taxa de crescimento populacional, 11,9% ao ano, valor muito superior ao obtido pela Mata, que já apresentava grandes contingentes populacionais e cresceu em média 4,8% a.a. A região de Minas Novas e o norte do Sertão Rio Doce podem ter seu crescimento demográfico atribuído ao desenvolvimento da cultura do algodão. O Triângulo foi a terceira região com maior incremento populacional, taxa de 4,4% a.a. Este pode ser explicado pelo desenvolvimento da pecuária e da continuação da extração de diamantes na região da Bagagem. A região de Paracatu apresentou um crescimento relativamente alto, já que nessa região predominavam um baixo nível de desenvolvimento e uma alta área de terras devolutas.

As áreas centrais da província, e outras de ocupação mais tradicional, como o Sudeste e o Vale do Alto Médio São Francisco, apresentaram os resultados mais modestos, com expansões populacionais de, no máximo 2% ao ano. A região do Noroeste não apresentou nenhum incremento na sua ocupação.

Um outro fator influente à dinâmica demográfica é a Lei de 1850, que extingue o tráfico de escravos africanos para o Brasil. Como já relatado por Martins, Minas deteve mais escravos que todas as províncias.

As taxas encontradas sugerem uma ampla redistribuição dos contingentes populacionais na província, pois não haviam métodos de controle de natalidade, e supõe-se que valores muito elevados de acréscimo no número de habitantes se devem à redistribuição

8

Foram destacadas no mapa as regiões com densidade demográfica acima da média da província. Foi escolhida como medida a densidade demográfica, que leva em conta não só o número de habitantes, mas também a área da região delimitada, contribuindo para a diminuição de distorções que a simples análise de dados populacionais pode acarretar.

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de pessoas das áreas que menos crescem nas Minas Gerais, ou mesmo de outras regiões do país.

Mapa 4

Taxa de Crescimento Populacional

Minas Gerais - Entre 1830 e 1870

Araxá Triângulo Sudoeste Sul Central Paracatu Sertão do Alto S. Francisco Vale A. M. S. Francisco Sertão Noroeste Minas Novas Mineradora Central Leste Mineradora Central Oeste Interm. de Pitangui-Tamanduá Sudeste Mata Vale do Médio-Baixo Rio das Velhas

Sertão do Rio Doce Diamantina 2 0 3,9 2,7 11,9 4,8 1,6 2 3,7 1,5 2,5 3,6 4,4 3,7 3,1 1,2 1,7 2,7 Taxas de Crescimento (Em % ao ano) 4 a 12 2,5 a 4 0 a 2,5

Fonte: Malha municipal do Brasil, 1997. Diretoria de Geociências. Departamento de Cartografia.

Elaboração própria.

3.3 A ocupação do território em Minas Gerais, na década de 1870

As taxas de crescimento demográfico acima discutidas sugerem uma redistribuição espacial da população mineira no sentido de desconcentrar-se, isto é, haver uma diminuição nos contingentes populacionais das localidades do Centro e Sul em favor do aumento populacional das localidades periféricas, do Norte, Leste e Oeste.

Porém, ao contrário do que muitos pesquisadores afirmaram, tal desconcentração de fato não ocorreu de maneira significativa. Na segunda metade do século XIX as regiões com maior densidade demográfica continuaram sendo as antigas áreas mineradoras e as de recente atividade cafeeira.

Observamos, através dos dados da tabela 1, que o contingente populacional presente nas nove regiões de maior densidade demográfica na década de 1830, abrangendo apenas 32,8% do território provincial, passou de 80,2% para 74% do total mineiro no período

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estudado, uma redução bastante inferior a indicada pela maior parte das interpretações historiográficas. Mapa 5 Densidade demográfica Minas Gerais - 1872 Araxá Triângulo Sudoeste Sul Central Paracatu Sertão do Alto S. Francisco Vale A. M. S. Francisco Sertão Noroeste Minas Novas Mineradora Central Leste Mineradora Central Oeste Interm. de Pitangui-Tamanduá Sudeste Mata Vale do Médio-Baixo Rio das Velhas

Sertão do Rio Doce Diamantina 2,6 0 1,3 2,3 0,4 12,2 4,1 11,8 1,8 6,2 9,4 6,2 1 3,3 0,6 3,2 8,4 5,4 Densidade Demográfica (Em habitantes/km quadrado)

3,5 a 13 0 a 3,5

Fonte: Malha municipal do Brasil, 1997. Diretoria de Geociências. Departamento de Cartografia.

Elaboração própria.

As vastas porções territoriais, 67,2% da área mineira, que na década de 1830 eram as de menor densidade demográfica cresceram, no período, a participação relativa de 19,8% para 26% no contingente populacional das Minas Gerais.

Apesar do alto crescimento demográfico - em média 3,3% ao ano, valor bastante superior aos 2,4% que cresceram em média os territórios de alta densidade -, o grupo de baixa concentração populacional teve sua densidade demográfica alterada de 0,4 para 1,4 pessoas por quilômetro quadrado, valor consideravelmente abaixo do encontrado nas regiões de maior concentração, alterado de 3 para 7,9 hab/km2. Todos estes resultados reiteram o fato de não ter havido substancial desconcentração populacional nas Minas Gerais do século XIX.

A densidade demográfica era bem maior na região que envolve todo centro-sul mineiro já que aí se encontra maior número de distritos, como veremos a seguir, sem grandes espaçamentos ermos entre as localidades. Outro detalhe de observação importante nesse contexto é a marginalidade com a Corte e com o crescente centro dinâmico brasileiro, São Paulo.

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Tabela 1

População, densidade demográfica e taxas de crescimento, por regiões. Minas Gerais, décadas de 1830 e 1870.

Fonte: Listas Nominativas e Recenseamento do Império de 1872.

Nota com relação aos dados de 1872: (1) População recenseada extraída da Tabela 2 do Recenseamento, intitulada "População Presente por Idade"

(2) População omitida de 14 paróquias foi estimada através de interpolação com o Censo de 1890

Tais regiões tinham uma forte economia, relacionada a atividades como o comércio, criação de suínos, industrias rudes de manufaturas e têxteis, pecuária, algodão, entre outras. É notável a grande densidade demográfica na Zona da Mata mineira, que evoluiu na cultura cafeeira, e, na região Mineradora Centro-Oeste, que detinha a parcela populacional que antes fazia parte o eixo social da extração de ouros e diamantes. A alta densidade demográfica nessas regiões pode significar, como veremos a seguir, uma transformação urbana. Só o fato dos dois distritos coma maior nível de centralidade, Juiz de Fora e Mar de Espanha, se localizarem sob essas delimitações é um forte indício para se supor tal processo.

Taxa de Crescimento

Id Região Km2 % N % N % 1830 1872 (Em % a.a.)

1 Noroeste 25.940 4,4 0 0,0 0 0,0 0,0 0,0 -2 Vale A. M. S. Franc. 11.810 2,0 14.160 1,9 30.660 1,5 1,2 2,6 2,0 3 Sertão 30.850 5,2 8.726 1,2 39.898 1,9 0,3 1,3 3,9 4 Minas Novas 76.600 13,0 60.800 8,3 179.741 8,7 0,8 2,3 2,7 5 Triângulo 56.590 9,6 10.287 1,4 58.578 2,8 0,2 1,0 4,4 6 Araxá 28.420 4,8 22.006 3,0 92.602 4,5 0,8 3,3 3,7 7 Paracatu 62.240 10,6 10.152 1,4 34.343 1,7 0,2 0,6 3,1 8 Sertão A. S. Franc. 44.240 7,5 18.306 2,5 78.413 3,8 0,4 1,8 3,7 9 Sertão R. Doce 59.450 10,1 267 0,0 23.976 1,2 0,0 0,4 11,9

Subtotal - Grupo Baixa Densidade 396.140 67,2 144.704 19,8 538.211 26,0 0,4 1,4 3,3

10 Diamantina 14.990 2,5 29.949 4,1 48.655 2,3 2,0 3,2 1,2

11 Médio Baixo R. das Velhas 16.840 2,9 37.040 5,1 68.662 3,3 2,2 4,1 1,6

12 Intermediária P.-Tamanduá 24.610 4,2 83.949 11,5 151.457 7,3 3,4 6,2 1,5

13 Mineradora Central Oeste 30.530 5,2 164.566 22,5 360.422 17,4 5,4 11,8 2,0

14 Mineradora Central Leste 26.340 4,5 39.271 5,4 164.421 7,9 1,5 6,2 3,6

15 Mata 23.450 4,0 43.897 6,0 285.226 13,8 1,9 12,2 4,8

16 Sudeste 15.950 2,7 69.098 9,5 134.752 6,5 4,3 8,4 1,7

17 Sul Central 25.560 4,3 90.588 12,4 240.387 11,6 3,5 9,4 2,5

18 Sudoeste 14.850 2,5 27.716 3,8 80.218 3,9 1,9 5,4 2,7

Subtotal - Grupo Alta Densidade 193.120 32,8 586.074 80,2 1.534.200 74,0 3,0 7,9 2,4

Minas Gerais 589.260 100,0 730.778 100,0 2.072.411 100,0 1,20 3,5 2,6

População - dec. 1830 População - 1872 Densidade (Hab/Km2) Extensão

(15)

4. Processo de urbanização

4.1 Urbanização na década de 1830

Tabela 2

População e distritos segundo nível de centralidade e área. Minas Gerais, década de 1830.

Fonte: Listas Nominativas.

Elaboração própria.

A análise dos dados referentes ao nível de centralidade da década de 1830, presentes na tabela 2, indica que a grande maioria da população provincial, 60,8%, habitava em localidades de menor centralidade, o nível 4. As centralidades 1 e 2, presentes apenas nas regiões de alta densidade demográfica possuíam 12,6% dos habitantes das Minas Gerais, apesar de corresponderem a apenas 10 das 259 paróquias.

Somente 23 das 259 paróquias se localizavam nas porções menos densas da província, na década de 1830. Ou seja, predominava em Minas Gerais uma malha urbana de grande extensão, concentrando a população nas 234 paróquias das áreas mais intensivamente povoadas.

No mesmo período, o levantamento explicitado na tabela 3 nos mostra que apenas 27,1% da força de trabalho mineira se ocupava de atividades agropecuárias. Este mesmo dado oscilava de 28,8% a 26.7% segundo os dois níveis de intensidade da ocupação territorial. Daí pode-se chegar à conclusão que, mesmo nas localidades menos densamente ocupadas, predominavam atividades ligadas ao setor urbano da economia. Tal resultado contraria a hipótese de ruralização das atividades, e do predomínio da produção voltada ao auto-consumo, para a década de 1830.

Área Nível de Média

Centralidade N % N % (Pop./Distrito) Alta 1 8.160 2,3 2 0,9 4.080 Densidade 2 42.752 12,1 8 3,4 5.344 3 81.018 22,9 49 20,9 1.653 4 222.340 62,8 177 75,6 1.256 Total 354.270 100,0 234 100,0 1.514 1 - - - - -Baixa 2 - - - - -Densidade 3 25.924 53,3 10 43,5 2.592 4 22.671 46,7 13 56,5 1.744 Total 48.595 100,0 23 100,0 2.113 1 8.160 2,0 2 0,8 4.080 Província 2 42.752 10,6 8 3,1 5.344 3 106.942 26,5 59 22,8 1.813 4 245.011 60,8 190 73,4 1.290 Total 402.865 100,0 259 100,0 1.555 Número de Paróquias População

(16)

Tabela 3

Distribuição da população de 10 anos e mais, segundo setor de atividade econômica, por área. Minas Gerais, 1830. (Amostra de 59 distritos de melhor qualidade do dado de

ocupação)

Fonte: Listas Nominativas.

Elaboração própria.

4.2 Urbanização na década de 1870

Tabela 4

População e distritos segundo nível de centralidade e área, Minas Gerais, 1870.

Fonte: Censo de 1872.

Elaboração própria.

Na década de 1870, surpreendentemente, a proporção dos habitantes de localidades de nível 4 decaiu, com relação a 1830. Este número passou de 60,8% para 51,3% das pessoas. 10,5% das pessoas residem em localidades de nível 1 e 2, um pequeno declínio com relação à década de 1830. O número total de paróquias cresceu de 259 para 353, graças à expansão da malha urbana, que neste período já atinge com maior vigor as áreas de menor ocupação, com 77 paróquias.

Setores

N % Média/Distr. N % Média/Distr. N % Média/Distr.

Prof. Liberais 67 0,4 7 607 0,8 12 674 0,7 11 Comerciante 185 1,2 21 2.277 2,9 46 2.462 2,6 42 Fabril-artesanal 1 245 1,5 27 1.750 2,2 35 1.995 2,1 34 Fabril-artesanal 2 3.491 21,8 388 24.382 31,0 488 27.873 29,5 472 Fabril-artesanal 3 1.280 8,0 142 7.334 9,3 147 8.614 9,1 146 Agropecuária 4.621 28,8 513 21.008 26,7 420 25.629 27,1 434 Outros 30 0,2 3 57 0,1 1 87 0,1 1 S/ Prof. ou S/ Inf. 6.126 38,2 681 21.138 26,9 423 27.264 28,8 462 Total 16.045 100,0 1.783 78.553 100,0 1.571 94.598 100,0 1.603 Minas Gerais Área de baixa densidade demográfica Área de alta densidade demográfica

Área Nível de Média

Centralidade N % N % (Pop./Paróquia) Alta 1 31.338 2,1 2 0,7 15.669 Densidade 2 133.805 9,0 13 4,7 10.293 3 551.870 37,1 86 31,4 6.417 4 769.584 51,8 175 63,9 4.398 Total 1.486.597 100,0 274 100,0 5.426 1 - - - - -Baixa 2 45.983 8,6 3 3,9 15.328 Densidade 3 221.154 41,4 25 32,5 8.846 4 267.112 50,0 49 63,6 5.451 Total 534.249 100,0 77 100,0 6.938 1 31.338 1,6 2 0,6 15.669 Província 2 179.788 8,9 16 4,5 11.237 3 773.024 38,3 111 31,4 6.964 4 1.036.696 51,3 224 63,5 4.628 Total 2.020.846 100,0 353 100,0 5.725 Número de Paróquias População

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A média de pessoas por paróquia sobe de 1.555 para 5.725, uma forte intensificação da ocupação. As localidades de baixa densidade, que em 1830 não possuíam lugares centrais de nível 2, têm em 1870 três desses lugares, com 8,6% da população local e média de 15.328 moradores.

Todos estes dados corroboram com a hipótese de não ruralização da economia e população mineira ao longo do século.

A tabela 5 nos mostra que a proporção da força de trabalho em pregada em atividades agropecuárias se manteve em 27,1%, com ligeiro aumento deste setor nas áreas mais

densamente povoadas, agora correspondendo a 27,5%, e declínio destas ocupações nas porções de baixa densidade demográfica.

Tabela 5

Distribuição da população de 6 anos e mais, segundo setor de atividade econômica, por área. Minas Gerais, década de 1870.

Fonte: Censo de 1872.

Elaboração própria

Considerações finais

O estudo comparativo da distribuição regional da população mineira entre as décadas de 1830 e 1870 nos proporciona uma visão bastante diferente dos resultados historiográficos anteriores.

Na década de 1830, 80,2% dos habitantes da província se concentravam na porção centro-sul do território mineiro, regiões de antiga ocupação mineradora ou de incipiente expansão da atividade cafeeira. Quarenta anos depois, 74% das pessoas habitavam a mesma área, resultado totalmente contrastante com a hipótese de descentralização demográfica proposta por autores como Furtado, Martins, Bergad, dentre outros.

Também no mesmo período houve uma manutenção do vigor urbano da sociedade provincial, contrariando a hipótese, estabelecida pelos mesmos autores, de ruralização da produção e redirecionamento ao auto-consumo. Apenas 27,1% das ocupações, em ambos os períodos, se davam em atividades agropecuárias.

Portanto, é possível derivar do presente estudo uma visão das Minas Gerais como possuindo, em pequena parte do seu território, alta concentração populacional, contingentes urbanos expressivos e economia voltada, em maior medida, aos bens e serviços urbanos e não à grande produção agro-exportadora.

Setores

N % Média/Paroq. N % Média/Paroq. N % Média/Paroq.

Prof. Liberais 1.113 0,2 14 4.685 0,4 17 5.798 0,3 16 Comerciante 2.957 0,6 38 11.980 0,9 43 14.937 0,8 42 Fabril-artesanal 1 3.037 0,6 39 9.869 0,7 36 12.906 0,7 36 Fabril-artesanal 2 141.272 29,7 1.835 417.048 31,7 1.506 558.320 31,1 1.577 Fabril-artesanal 3 59.641 12,5 775 170.591 12,9 616 230.232 12,8 650 Agropecuária 123.366 25,9 1.602 362.519 27,5 1.309 485.885 27,1 1.373 Outros 325 0,1 4 1.835 0,1 7 2.160 0,1 6 S/ Prof. ou S/ Inf. 144.725 30,4 1.880 339.160 25,7 1.224 483.885 27,0 1.367 Total 476.436 100,0 6.187 1.317.687 100,0 4.757 1.794.123 100,0 5.068 Minas Gerais Área de baixa densidade demográfica Área de alta densidade demográfica

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(20)

Índice

NEM DESCONCENTRAÇÃO ESPACIAL, NEM RURALIZAÇÃO: O PROCESSO DE OCUPAÇÃO

DEMOGRÁFICA, NA PROVÍNCIA DE MINAS GERAIS, ENTRE AS DÉCADA DE 1830 E 1870 ... 1

INTRODUÇÃO ... 2

1. POPULAÇÃO E ECONOMIA EM MINAS GERAIS NO SÉCULO XIX... 3

2. ASPECTOS METODOLÓGICOS ... 5

2.1 Definições espaciais ... 5

2.2 Tratamento das fontes demográficas ... 9

3. PROCESSO DE OCUPAÇÃO DEMOGRÁFICA ... 10

3.1 A ocupação do território em Minas Gerais, na década de 1830 ... 10

3.2 Dinâmica populacional entre 1830 e 1870 ... 11

3.3 A ocupação do território em Minas Gerais, na década de 1870 ... 12

4. PROCESSO DE URBANIZAÇÃO ... 15

4.1 Urbanização na década de 1830 ... 15

4.2 Urbanização na década de 1870 ... 16

CONSIDERAÇÕES FINAIS... 17

Referências

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