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Expansão dos Espaços de Pobreza no contexto do desenvolvimento da região de Suape. Deslocamentos populacionais atraídos pelos empregos diretos e indiretos

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Expansão dos Espaços de Pobreza no contexto do desenvolvimento da

região de Suape. Deslocamentos populacionais atraídos pelos empregos

diretos e indiretos*

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Maria Angela de Almeida Souza♣2

Palavras-chave: Espaços de pobreza; Deslocamentos populacionais; Polo de desenvolvimento. Complexo Industrial Portuário de Suape.

* Trabalho apresentado no XVIII Encontro Nacional de Estudos Populacionais, ABEP, realizado em Águas de Lindóia/SP – Brasil, de 19 a 23 de novembro de 2012

Professora do Departamento de Arquitetura e Urbanismo e do Programa de Pósgraduação em Desenvolvimento Urbano da UFPE

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Expansão dos Espaços de Pobreza no contexto da expansão do polo de

desenvolvimento da região de Suape. Deslocamentos populacionais atraídos

pelos empregos diretos e indiretos

Resumo

Com um espaço urbano caracterizado por núcleos de pobreza – concentrados ou dispersos, próximos das moradias mais ricas, ou ocupando maciçamente a periferia de cidades, a metrópole do Recife se destaca como uma das mais pobres e desiguais entre as metrópoles nordestinas. Na última década, o número de assentamentos pobres na Região Metropolitana do Recife (RMR) ampliou em quase 50%, destacando-se a expansão das ocupações no litoral sul da RMR, motivada pela dinamicidade de processos econômicos instalados no litoral dos municípios de Ipojuca e do Cabo de Santo Agostinho, devido à implantação de empreendimentos no Complexo Industrial Portuário de Suape (CIPS). Tal implantação, com ampliação significativa da oferta de empregos diretos e indiretos na sua fase de construção e implantação, vem ocasionando, um intenso deslocamento populacional que se traduz, seja pelo “ir e vir” diário de inúmeros trabalhadores vinculados aos empreendimentos do CIPS, que alimentam o movimento pendular para trabalhar, seja pelo fluxo migratório que se fixa na região atraído pelas oportunidades de emprego formal e informal, ampliando, por sua vez, a demanda por moradias nos arredores do Complexo Suape, inclusive expandindo e adensando os assentamentos habitacionais onde residem as famílias de menor renda. A partir da abordagem da região de Suape como polo de desenvolvimento da metrópole do Recife, bem como do Nordeste, o texto procura dimensionar o descolamento populacional para a região de Suape – movimento pendular e movimento migratório, destacando neste os migrantes de retorno - tendo como base de referência o Censo Demográfico de 2010. Analisa, em seguida, os impactos desse movimento no processo de expansão dos espaços de pobreza dos municípios do Cabo de Santo Agostinho e de Ipojuca, onde o CIPS se localiza e onde esses processos se desenvolvem. Para tal análise será também utilizada a base de dados de uma pesquisa de campo, realizada sob coordenação da autora, com moradores das áreas pobres da região.

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Introdução

O Complexo Industrial Portuário de Suape (CIPS), implantado no litoral sul da Região Metropolitana do Recife, desde o final da década de 1970, constitui-se, atualmente, em um polo de dinamismo para o Estado de Pernambuco com influência na Região do Nordeste brasileiro. Consolidado a partir de grandes investimentos governamentais e privados, tem cerca de 9% dos seus 13.500 hectares ocupados por empresas que desenvolvem diversas atividades produtivas, com oferta de mais 150 mil empregos diretos e indiretos.

Duas formas de deslocamentos populacionais para a região de Suape são abordadas de modo diferenciado. A primeira refere-se aos deslocamentos diários em transportes fretados pelas empresas do Compexo Suape, que restringe o movimento de pendularidade ao fenômeno centrado essencialmente no mercado de trabalho. Nesse sentido, é adotada uma perspectiva de análise sem levar em conta as demais motivações dos deslocamentos social e territorial, entre as quais se destacam os motivos social, psicológico, político e cultural. No âmbito deste trabalho, será dimensionado, além do volume de trabalhadores que se insere no movimento pendular, o tempo por eles despendido no trajeto diário para o trabalho; a segunda forma de deslocamento populacional se refere ao fluxo migratório para a metrópole do Recife atraído pelos empregos diretos e indiretos do CIPS. Além do volume de pessoas que compõem esses fluxos de migrantes, inclusive os de retorno à Pernambuco, serão identificadas as Unidades da Federação (UF) de procedência desses retornados.

Ambas as situações são de fundamental interesse para se analisar as condições habitacionais dos trabalhadores do CIPS, na sua espacialidade. No caso específico dos migrantes que se fixam no Território Estratégico de Suape (TES), estabelecem-se diferenças nos modos e espaços de moradia. Os impactos das novas atividades sobre a dinâmica territorial da região são proporcionais à demanda de trabalhadores dos empreendimentos do Complexo Suape. Os municípios mais impactados em relação à pressão por habitação são aqueles nos quais o CIPS está instalado (Cabo de Santo Agostinho e Ipojuca).

O texto estrutura-se, então, em quatro itens, iniciando pela contextualização da região de Suape como polo de desenvolvimento da metrópole do Recife e do Nordeste; dimensionando, em seguida, os deslocamentos populacionais em dois itens subsequentes, referentes ao movimento pendular para o trabalho na região de Suape e ao movimento migratório para a metrópole do Recife, atraído pelas oportunidades de trabalho na região de Suape; e, por fim, analisando o impacto desses deslocamentos populacionais no processo de expansão dos espaços habitacionais, e em especial nos espaços de pobreza, dos municípios onde se localiza o Complexo Suape.

1. A Região de Suape como Pólo de Desenvolvimento do Nordeste e da Metrópole do Recife

A região de Suape é considerada como polo de desenvolvimento na medida em que agrega indústrias propulsoras, geradoras de efeitos de difusão (com influência direta no aumento do emprego) em uma região maior3

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Tal conceituação de polo de desenvolvimento foi desenvolvida inicialmente por FrancoisPerroux (1955) conforme apresenta Higgins (1985)

. Tal conceituação traz implícita a noção de que o crescimento não se difunde de maneira uniforme entre os setores de uma economia, mas que

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se concentra em certos setores, com efeito, em indústrias de crescimento particulares. Estas indústrias tendem a formar aglomerações e a dominar outras indústrias que se conectam a elas, gerando efeitos de difusão em outras indústrias, elevando, assim, o produto, aumentando o emprego e a tecnologia, sendo, por isso chamadas de indústrias propulsoras ou indústrias motrizes; o pólo de desenvolvimento é o agrupamento dessas indústrias propulsoras. (HIGGINS, 1985)

O Complexo Industrial Portuário de Suape se consolida no estado de Pernambuco como um novo pólo industrial com base em potencialidades já existentes e na oportunidade que se apresenta associada à expansão no Brasil do segmento produtor de petróleo, gás, offshore e naval.

Apesar da perspectiva de mudança da matriz energética mundial, o país amplia bastante sua posição na oferta energética, tanto na produção de petróleo e gás como gerando energia a partir de outras fontes (biomassa, hidráulica, entre outras). O petróleo é considerado ainda a principal fonte energética mundial e, embora tenda a perder importância relativa, estima-se que sua produção cresça em termos absolutos nas próximas décadas, estimulada, sobretudo, pelo aumento da demanda dos países em desenvolvimento, em especial, China e Índia. Tal estimativa prevê um crescimento da demanda em 50% até 2030. Por sua vez, o gás natural, assim como outras fontes renováveis, tende a ganhar peso relativo na oferta mundial. (UFPE, 2008)

Investindo nessa direção, nas últimas décadas, a Petrobras perseguiu atingir autossuficiência do país, o que a estimulou a realizar importantes investimentos em pesquisa e desenvolvimento e a explorar reservas em alto mar. Tornou-se internacionalmente reconhecida pelo desenvolvimento tecnológico de ponta na área de produção em águas profundas, levando o Brasil a ganhar espaço no segmento petróleo e gás e liderar sua exploração offshore. Quanto ao gás natural, o crescimento da demanda se dá principalmente nos últimos 15 anos e tem sido expressivo, mesmo considerando que a demanda do setor termoelétrico tenha se situado abaixo das expectativas iniciais. Mas outros setores (especialmente o industrial e dentro dele o automotivo) apresentaram um crescimento importante e puxaram o crescimento da demanda de gás no país. Para atender este crescimento, a produção nacional apresentou ligeira ampliação, e as importações fizeram a diferença. Estas estão, porém, sujeitas a questões políticas importantes como é o caso do acesso ao gás boliviano. (UFPE, 2008)

Com localização geográfica privilegiada para transações com o resto do Brasil, os Estados Unidos, a Europa e a África e centralidade da Região Metropolitana do Recife (onde está SUAPE) no Nordeste do país – Pernambuco vem também construindo um ambiente econômico favorável, por meio da atração de novos investimentos, especialmente na atividade industrial. Situa-se na extremidade oriental da costa atlântica da América do Sul, o que o coloca em posição estratégica de rotas de navegação mundial, modo de transporte por excelência do complexo petróleo & gás. Conecta-se com mais de 160 portos em todos os continentes e exerce historicamente papel de entreposto de mercadorias dentro do Brasil, nas relações do comércio interestadual e nacional. (Figura 1)

A Região Metropolitana do Recife, onde está o Complexo Industrial Portuário de SUAPE fica numa localização estratégica também quando se visualiza a escala intra-regional. A 300 km do Recife encontram-se quase 20 milhões de pessoas e gera-se mais de 1/3 do PIB do Nordeste. A 800 km (1 hora de avião) tem-se cerca de 40 milhões de pessoas e gera-se 90% da economia regional.

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Plantas industriais que podem ser consideradas estruturadoras de uma nova etapa de seu desenvolvimento foram implantadas no Complexo Industrial Portuário de Suape: o Estaleiro Atlântico Sul (2008) e duas Plantas Petroquímicas (PTA e POY) e a Refinaria Abreu e Lima (2010). Além desses empreendimentos âncoras, o CIPS possui outros estabelecimentos industriais, de diversos ramos, todos implantados entre 2008 e 2011, que somam mais de 6

mil empregos diretos, 40 mil empregos indiretos e 4 bilhões de dólares de investimentos.

O significativo impacto do Complexo de Suape pode ser observado por meio de vários indicadores. Pernambuco, em 2009 apresentava um crescimento econômico de 5,6% contra 0,2% a.a do país, enquanto no mesmo ano, o PIB de Pernambuco cresceu 3,8%, e o do Brasil caiu 0,2%, conforme dados do IBGE (2011).

É importante ressaltar, no que se refere ao PIB per capita, que somente a partir de 1995 o Brasil consegue alcançar – com o auxílio de um baixo crescimento demográfico (1,4% ao ano) – valores acima do nível de 1980; no entanto, o crescimento médio do PIB per capita entre 1980 e 2008 se situa no patamar de 0,8% ao ano, influenciado por uma modesta recuperação a partir de 1995. Esse quadro de crescimento não é, entretanto, uniforme em termos espaciais. Polos e subpolos de crescimento em várias regiões vêm ocorrendo ao longo dos anos, em grande parte sob a influência de tendência favorável das exportações e por afluxo de investimento externo. Em tal contexto pode-se considerar Pernambuco como um Estado que abriga polos de crescimento, particularizando-se, neste estudo, o complexo de atividades que tem SUAPE como epicentro.

Dados do Ministério do Trabalho apontam para um crescimento de 9,6% da criação de empregos formais no Estado de Pernambuco, entre junho de 2010 e junho de 2011, somente superado pelo Estado do Maranhão no Nordeste brasileiro (10,1%). Nesse mesmo período, a criação desses empregos no Nordeste e no Brasil cresce a 6,9% e 6,2%, respectivamente, conforme demonstra a Tabela 1.

De acordo com os dados publicados pela Empresa Suape (2010), o número de empregos diretos absorvidos pelo CIPS cresceu de 6,6 mil em 2006 para 15 mil em 2009. A previsão

Figura 1. Localização geográfica do Complexo Industrial Portuário de Suape - PE no contexto mundial Fonte: UFPE, 2008

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das vagas geradas nos empreendimentos em implantação é de mais 10 mil empregos diretos e 150 mil empregos indiretos, e, ainda, são previstos mais 30 mil empregos gerados no pico das obras de construção e implantação.

A criação desses postos de trabalho na região Suape abre as portas para novos atores sociais que se deslocam para a região de Suape, seja alimentando um moviemento pendular para o trabalho, seja constituindo novas dinâmicas migratórias, inclusive relacionadas a estratégias dos grupos de empresas nacionais (Queiroz Galvão, Odebrecht, Camargo Correia, entre outras) que trazem mão-de-obra experiente de empreendimentos similares. Tais estratégias podem indicar, inclusive, mudança de destino migratório para os migrantes nordestinos, que, anteriormente, tinham o sudeste do país como a principal região brasileira para o lugar da migração.

Vale destacar que o afluxo populacional para a região de Suape, vem agravar certas características locais, historicamente consolidadas. O Nordeste, mas também Pernambuco e sua região metropolitana, materializam um mercado de trabalho com funcionamento e características que refletem, ainda, a permanência de uma estrutura fundiária marcada pela desigualdade, o que alimentou intensos fluxos migratórios e contribuiu para rebaixamento de salários. Por outro lado, o também atraso educacional ainda persistente traz, para o mercado de trabalho, um problema que desde a instituição de políticas de desenvolvimento (nacional e regional) constitui um fator de entrave ao desenvolvimento. Nesse sentido, Araújo, Souza e Lima (1997, p. 72) assinalam:

O Nordeste “enfrenta desvantagem no que diz respeito a qualificacao da mao de obra” e a “indicadores sociais basicos, num momento em que fica evidente que o novo padrao tecnologico exigira niveis de escolaridade e de conhecimento geral bem acima da media regional”. Nesse sentido, os autores chamam a “atencao para problemas reais relativos ao mercado de trabalho regional”, do que decorreria que “solucoes tem importantes elos com decisoes de politica macroeconomica e com a retomada da formulacao e execucao de programas nacionais e regionais de desenvolvimento, certamente em bases novas relativamente ao tipo de planejamento e de incentivos que predominou ate os anos 70”.

A região Nordeste, ainda segundo os mesmo autores, “comporta grande heterogeneidade de situações na qual, no quadro geral de atraso e de lamentáveis indicadores sociais, existem

Tabela 1

Brasil, Região Nordeste e Estados. Criação de empregos formais, 2010-2011

Área Geográfica Estoque (jun/2010) Estoque (jun/2011) Crescimento (%) Maranhão 580.715 639.551 10,1 Pernambuco 1.409.929 1.544.757 9,6 Alagoas 410.686 439.201 6,9 Nordeste 7.535.380 8.057.750 6,9 Sergipe 350.219 373.067 6,5 BRASIL 42.680.866 45.333.605 6,2 Bahia 2.06.966 2.186.655 6,1 Ceará 1.266.371 1.343.340 6,1 Paraíba 544.612 576.910 5,9

Rio Grande do Norte 546.945 573.231 4,8

Piauí 364.937 381.038 4,4

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polos locais de crescimento (fruticultura, agricultura de grãos, petroquímica, serviços) com boa capacidade de geração de empregos” (ARAÚJO, SOUZA e LIMA, p. 72).

Segundo Araújo (2007), os resultados da política de desenvolvimento regional implantada desde os anos sessenta são amplos e marcam uma diferenciação regional em que alguns Estados se beneficiam mais cedo dos desdobramentos regionais do auge do modelo de industrialização por substituição de importações, do qual a política de desenvolvimento do Nordeste tornou-se importante, como se pode observar com a Bahia, com o Polo Petroquímico de Camaçari e o Maranhão, com o complexo ferro-aço. Já Pernambuco constitui uma singularidade e – apesar de atualmente ser considerado um Estado com uma economia relativamente diversificada – atravessou as décadas de crise e estagnação dos anos oitenta e dos anos noventa mantendo, apesar de transformações industriais fomentadas pela política de desenvolvimento regional, traços de uma economia cuja orientação é fortemente influenciada pela atividade sucroalcooleira, segmento que veio a incorporar processos de modernização tecnológica, mas que mantém nítidas marcas do passado.

2. O Movimento Pendular para Trabalhar na Região de Suape

A mobilidade pendular envolve distintas dimensões e diversas práticas cotidianas da população no território referentes à mudança de lugar e se refere a uma das dimensões dos processos de deslocamento da população no território, num contexto determinado e socialmente constituída, no tempo e no espaço, adquirindo especificidade e novas formas provenientes das mudanças na organização da economia e da sociedade. (JARDIM; ERVATTI, 2007). No caso específico da abordagem aqui apresentada, refere-se aos percursos entre o domicílio e o lugar de trabalho, medidos em termos de tempo e espaço, que podem variar de uma ou mais hora ou, ou ainda frações de hora. Trata-se do movimento pendular de trabalhadores que se deslocam diariamente de sua residência para outros municípios que compõem a região de Suape, e se refere, especificamente às situações de mobilidade para o trabalho.

O movimento pendular em pauta está diretamente relacionado aos mecanismos da reestruturação produtiva, responsáveis por novas formas de trabalho e de mobilidade espacial da população na região de Suape e relaciona-se também com a expansão do território metropolitano, ou seja, com a criação de novas territorialidades e espaços sociais no lugar de origem e de destino (lugar do domicílio e do trabalho), que remetem em termos social e geográfico, ao polo de desenvolvimento gerado pelo CIPS. No caso específico do estudo, a mudança de lugar associa-se à política de transportes fretados pelas empresas do Complexo Suape, bem como à iniciativas particulares de deslocamentos em transportes privados quando se refere aos trabalhadores de maior renda.

Tais movimentos pendulares acompanham o desenvolvimento da economia e da sociedade e, portanto, são expressões contemporâneas de diferentes fenômenos sociais, metropolitanos, que se situam além da expansão das cidades e do mercado de trabalho. São expressões da reestruturação do capital e do trabalho, responsáveis pelo surgimento de novas modalidades espaciais da população, a exemplo, da circularidade da força de trabalho especializada, que pode incluir vários lugares de trabalho e múltiplas residências, especialmente para as pessoas com altos rendimentos e prestadores de serviços especializados.

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casa até o trabalho, visando estimar o desgaste da força de trabalho entre o local de residência e o local de trabalho, elementos essenciais na determinação das condições de vida urbana metropolitana. Para tal dimensionamento, serão considerados os deslocamentos populacionais nos oito municípios que compõem o Território Eatratégico de Suape, os quais são reunidos em três zonas que se distinguem em função da influência que o Complexo Industrial Portuário exerce nos municípios: Zona de Influência Direta- Cabo de Santo Agostinho e Ipojuca; a Zona de Influência Indireta- Jaboatão dos Guararapes, Moreno, Escada e Ribeirão, e, o Território Expandido- Sirinhanhém e Rio Formoso (Figura 2).

Segundo dados apresentados na Tabela 2, na época do recenseamento de 2010, cerca de 32 mil pessoas despendiam de meia a uma hora para se deslocar de outros municípios para a região de Suape, e considerando percursos mais longos, ou horários mais congestionados de tráfego de veículos nas rodovias, cerca de 41 mil pessoas despendiam de meia hora a mais de duas horas para se deslocar, diariamente, para o trabalho em Suape. Vale também ressaltar o volume expressivo de pessoas que despende menos de meia hora de deslocamento para o trabalho (50 mil trabalhadores).

Longe de servir de referência para questões referentes aos transportes intrametropolitanos, esses movimentos, que se realizam através dos transportes fretados, em sua maioria, ou transportes privados, são responsáveis pelo aumento das desigualdades no interior dos fluxos pendulares. Ou seja, a questão que se coloca não se refere a uma política de transportes coletivos, mas a uma certa “privatização” dos meios de circulação da população para o trabalho em Suape.

Além dos municípios da região de Suape, destacam-se como destino de deslocamentos populacionais para trabalhar os municípios de Jaboatão dos Guararapes e do Recife, ambos integrantes do núcleo e vinculados à dinâmica metropolitana, submetidos a uma dinâmica diferenciada de atração de trabalhadores.

Figura 2. Território Estratégico de Suape

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Os movimentos pendulares além de constituírem um fenômeno complexo, por se inter-relacionar com os distintos fatores determinantes da mobilidade espacial da população que estão, por sua vez, associados direta e indiretamente a um sistema de carências e de necessidades referidas ao cotidiano da população, manifestam-se por diferentes níveis escalares cujos paramentos podem ser abalizados por meio do nível de escolaridade, de renda, das condições de ocupação, entre outros, cujo aprofundamento foge ao escopo deste trabalho.

3. Os Migrantes Atraídos pelos Empregos Diretos e Indiretos da Região de Suape

O fenômeno migratório, enquanto fenômeno social, é, para Singer (1980) historicamente condicionado, sendo o resultado de um processo global de mudança, do qual ele não deve ser separado. Nesse sentido, o autor aponta as desigualdades regionais como motor das migrações internas. No lugar de origem, surgiriam os fatores de expulsão, que se manifestariam de duas formas: fatores de mudança – determinados pela introdução de relações de produção capitalistas, aumentando a produtividade do trabalho, gerando uma redução do nível do emprego; e fatores de estagnação – associados à incapacidade da economia aumentar a sua produtividade. Os fatores de estagnação produzem a emigração de parte ou da totalidade do acréscimo populacional, resultado do crescimento vegetativo. Para Singer, no lugar de destino estariam os fatores de atração, que orientariam os fluxos e os locais para onde se destinariam. O principal fator de atração seria a demanda por força de trabalho, também entendida como “oportunidades econômicas”.

Segundo o autor, no local de destino, a emigração produzida pelos fatores de mudança teria uma melhor probabilidade de sucesso e mobilidade social. Por outro lado, os movimentos engendrados pelos fatores de estagnação levariam a uma maior dificuldade de inserção dos migrantes no local de destino, gerando, em alguns casos, uma re-emigração.

Tabela 2

Percentual de pessoas ocupadas na semana de referência, que trabalhavam fora do domicílio e retornavam para seu domicílio diariamente, segundo o tempo habitual de deslocamento para o trabalho. 2010

Tempo de deslocamento para o trabalho

Território Estratégico de Suape Área de influência

direta Área de influência indireta

Área de extensão Pólo Metropo litano C ab o d e S an to A g o st inho Ip o juc a M ic ro rr eg o Sua pe Jab oa tão d o s G u a ra ra p es M o re n o Es ca d a R ib ei o R io F or m o so Si ri nha ém R ec if e Total 53.340 22.439 75.779 199.120 13.374 14.394 8.220 4.761 9.874 487.354 Até 5 minutos 6,9 10,3 7,9 6,6 7,9 6,9 12,4 19,6 11,3 6,9

De 6 minutos até meia hora 46,8 58,8 50,4 34,8 39,9 46,4 63,7 56,0 51,2 47,0

Mais de meia hora até uma hora 35,3 24,0 32,0 37,6 21,2 32,0 17,6 18,9 25,7 34,8

Mais de uma hora até duas horas 9,7 5,5 8,4 19,2 25,7 12,2 5,3 4,6 6,6 10,2

Mais de duas horas 1,2 1,3 1,2 1,9 5,3 2,6 0,9 0,9 5,3 1,1

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Na ótica de Harvey (1992), o mercado de trabalho passou por radical reestruturação. Sua volatilidade, o aumento da competitividade e o estreitamento das margens de lucros, conduziram ao enfraquecimento do poder sindical e à imposição de regimes de trabalho mais flexíveis à grande quantidade de mão de obra excedente. Reduz-se o emprego regular em favor do crescente uso do trabalho em tempo parcial, temporário ou subcontratado, ou seja, trabalhos precários.

Toda essa transformação, que mantém a essência do domínio do capital, tem impacto sobre a força de trabalho, em particular pela flexibilização e precarização. Esses fatores em conjunto gerariam estratégias diferentes quando os indivíduos buscam garantir a sua reprodução, incluindo, nesse escopo, as estratégias de mobilidade espacial. No âmbito da relação capital-trabalho, no novo padrão de acumulação, o surgimento dos métodos de produção correspondem às práticas empresariais reinantes de subcontratação, terceirização, estabelecimento de negócios no exterior, consultoria, redução do quadro funcional e produção sob encomenda.

Vários autores compartilham da ideia de que essa transformação, que mantém a essência do domínio do capital, tem impacto sobre a força de trabalho, em particular devido à flexibilização e precarização. Esses fatores em conjunto gerariam estratégias diferentes quando os indivíduos buscam garantir a sua reprodução, incluindo, nesse escopo, as estratégias de mobilidade espacial. Benko (1996) considera que a relação capital-trabalho, em suas novas formas de dominação, bem como a convivência de modelos de acumulação distintos, a inserção das atividades produtivas no espaço, e o papel da globalização/mundialização, afetam a mobilidade espacial da força de trabalho. Castells (1999), por sua vez, entende que a mobilidade da força de trabalho diria respeito tanto aos trabalhadores não qualificados quanto aos qualificados. Esse processo de transição histórica para uma sociedade informacional e uma economia global seria caracterizado pela deterioração generalizada das condições de trabalho e de vida para os trabalhadores. A nova vulnerabilidade da mão de obra sob condições de flexibilidade imoderada não afetaria apenas a força de trabalho não qualificada, mas também as qualificadas, devido ao encurtamento do período de vida profissional.

Os processos que se instalam no contexto do CIPS guardam estreitas relações com as análises acima apresentadas. Os migrantes que procedem de outras Unidades da Federação (UF), que fixam residência na região de Suape (15,5 mil - 5,9%), são na sua maioria, trazidos pelas empresas que atuam na região. Seja por se constituírem mão-de-obra qualificada e já treinada pelas empresas, seja por facilidade de contratação no caso das empresas procedentes de outros Estados. Em ambos os casos, são trabalhadores temporários, cujo vínculo tem a duração da obra à qual se vinculam. A maioria desses migrantes que alimentam os fluxos interestaduais se concentra no município do Cabo de Santo Agostinho (6,2%).

Segundo a Tabela 3, 94,1% dos residentes na região de Suape são naturais e de Pernambuco e cerca de 73,4% desses residentes são naturais dos respectivos municípios de origem, o que significa que 26,6% procedem de municípios de fora da região.

Dentre os demais municípios do Território Estratégico de Suape destaca-se Jaboatão dos Guararapes, que recebeu 45,4 mil (7,0%) migrantes procedentes de outras UF, na última década, que correspondem em geral aos migrantes de renda mais elevada, que se localizam na faixa litor6anea deste município, próximos às rodovias de acesso à região de Suape.

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Vale ressaltar, também que o Recife – cidade polo da metrópole, destaca-se como o município que mais recebe migrantes de outras UF (117,9 mil migrantes). Contudo, seu poder de atração vai além da dinâmica do Complexo Suape, por se constituir um centro de oferta de serviços especializados no Nordeste, seja no setor médico-hospitalar, no setor de informática, no setor educacional - com Universidades federais [UFPE, UFRPE), estadual (UPE) e privadas (UNICAP), sem contar com numerosas unidades privadas de ensino superior (cerca de 50). Possui, ainda, mais de metade (51%) de todos os grupos de pesquisa do Nordeste (segundo o CNPq), resultado da presença de mais de 3.000 PhD e mestres e de seus 2.336 pesquisadores CNPq. (UFPE, 2008)

Os migrantes de retorno à Pernambuco, que se fixam na região de Suape, somam 2,8 mil retornados, dos quais 71,2% se fixaram no município do Cabo de Santo Agostinho, conforme se encontra explicitado na Tabela 4.

O fluxo de retorno de maior expressividade é aquele procedente do Estado de São Paulo, seja para a região de Suape (43,0% dos retornados), predominando destes, aqueles que retornam para o município de origem. (48,4%). Contudo, entre os municípios que compõem a região de Suape, o Cabo de Santo Agostinho se destaca com maior proporção de retornados de São Paulo para o município de origem (52,0%) enquanto o município de Ipojuca apresenta certo equilíbrio entre os migrantes de retorno que procedem de São Paulo e se fixam no município de origem (40,4%) e em outros municípios (40,2%).

Merecem destaque como UF de procedência, os estados vizinho de Pernambuco: Alagoas (11,9% do fluxo total de migrantes de retorno para a região de Suape e 15,7% dos retornados para os municípios de origem); Bahia, cujo fluxo de retornados totais e para os municípios de origem representam 7,9% do fluxo total; e Paraíba, com 5,8% dos retornados e 5,7% dos migrantes de retorno ao município de origem.

A expressividade desses fluxos entre UF vizinhas constitui-se um indicativo da intensidade das trocas migratórias entre esses estados, bem como da propensão de retorno em face de sua proximidade. Por outro lado, os fluxos de retorno para o município de origem, podem indicar deslocamentos que possuem maior probabilidade de permanência. (Lyra, 2003).

Tabela 3

Percentual da população residente, por naturalidade em relação ao município e à unidade da federação. 2010

Naturalidade

Território Estratégico de Suape

Área de influência direta Área de influência indireta Área de extensão Núcleo Metropolitano C ab o d e S an to A g o st inho Ip o juc a M ic ro rr eg o Sua pe Jab oa tão d o s G u a ra ra p es M o re n o Es ca d a R ib ei o R io F or m o so Si ri nha ém R ec if e Total 185.025 80.637 265.662 644.620 56.696 63.517 44.439 22.151 40.296 1.537.704 Naturais do município 68,6 70,3 69,1 55,7 77,7 82,7 77,3 84,2 83,2 77,0 Não naturais do município 31,4 29,7 30,9 44,3 22,3 17,3 22,7 15,8 16,8 23,0 Naturais da unidade da federação 93,8 94,8 94,1 93,0 98,2 97,6 96,9 97,7 96,8 92,3 Não naturais da unidade da federação 6,2 5,2 5,9 7,0 1,8 2,4 3,1 2,3 3,2 7,7

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4. A Expansão dos Espaços de Moradia na Região de Suape

A Região Metropolitana do Recife caracterizou-se, historicamente, como área receptora de população, no contexto dos três períodos censitários 1970-80, 1980-91 e 1991-2000. Contudo, a intensidade e permanência das trocas migratórias interestaduais entre essa região e as Unidades da Federação (UFs) do Sudeste, destacando-se a procedência do Estado de São Paulo, especialmente dos fluxos migratórios de retorno, apresenta um ligeiro arrefecimento na última década referida, segundo estudos de Moreira (1995) e Lyra (2003). Assim, podemos retomar as análises de alguns processos que já caracterizaram as décadas anteriores, face a outros que se instalaram nos anos 2000.

Nesse mesmo período, os fluxos migratórios entre os municípios da região confirmam a expansão do Recife na direção dos municípios vizinhos, a partir da década de 1970. Segundo dados do Censo de 1980, cerca de 85% dos habitantes que migraram do Recife se deslocaram para os municípios de Jaboatão, Olinda e Paulista, evidenciando a grande dinâmica interna dos fluxos migratórios entre esses municípios do núcleo metropolitano. (SOUZA, 2003). Para tal fenômeno contribuiu significativamente a urbanização e o adensamento das faixa de praia e a Política de Habitação Popular, empreendida através da COHAB-PE, que ainda contribuiu, na década seguinte, para o incremento populacional significativo de municípios mais afastados do núcleo metropolitano – Paulista, Abreu e Lima e São Lourenço da Mata.

Tabela 4

Fluxos migratórios de retorno interestaduais (1) para a área de influência direta de Suape de residência atua segundo locais de última procedência no Brasil. 2000-2010. 2010

Grandes regiões e UFs de última

procedência

Percentagem dos migrantes de retorno interestaduais para a área de influência direta de Suape Cabo de Santo Agostinho Ipojuca Microrregião Suape Origem (2) Outros (3) Total Origem (2) Outros (3) Total Origem (2) Outros (3) Total NORTE 0,0 7,2 4,5 0,0 2,2 1,4 0,0 5,8 3,6 Maranhão 0,0 0,6 0,4 0,0 0,0 0,0 0,0 0,5 0,3 Piauí 0,0 0,0 0,0 0,0 1,8 1,1 0,0 0,5 0,3 Ceará 5,8 2,8 3,9 0,0 4,2 2,6 4,1 3,2 3,5

Rio Grande do Norte 0,0 4,8 3,0 0,0 6,2 3,8 0,0 5,2 3,2

Paraíba 3,9 5,4 4,9 10,1 6,6 8,0 5,7 5,8 5,8 Pernambuco Alagoas 12,0 4,6 7,3 24,3 22,3 23,1 15,7 9,5 11,9 Sergipe 0,0 5,9 3,7 0,0 0,0 0,0 0,0 4,2 2,6 Bahía 10,4 8,6 9,2 2,2 6,4 4,8 7,9 8,0 7,9 NORDESTE 32,0 32,8 32,5 36,6 47,7 43,4 33,5 36,8 35,6 Minas Gerais 2,2 6,6 5,0 3,2 0,0 1,2 2,5 4,7 3,9 Espírito Santo 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Rio de Janeiro 10,0 8,3 8,9 10,1 2,2 5,3 10,1 6,5 7,9 São Paulo 52,0 39,9 44,3 40,4 40,2 40,3 48,4 39,8 43,0 SUDESTE 64,1 54,8 58,2 53,6 42,5 46,8 60,9 51,0 54,7 SUL 2,8 3,8 3,4 0,0 0,0 0,0 2,0 2,7 2,4 CENTRO OESTE 1,1 1,5 1,3 9,8 7,6 8,5 3,7 3,7 3,7 TOTAL 743 1.269 2.012 317 497 814 1.061 1..773 2.826 Fonte: IBGE - Microdados do Censo Demográfico de 2010

Chamadas: (1) Migrantes de retorno interestaduais cuja UF de nascimento é igual a UF de residência atual, com menos de 10 anos de residência na UF atual (do Nordeste), segundo UFs de residência anterior e UF atual diferente da UF anterior.

`(2) Migrantes de retorno para a orígem correspondem aos retornados para o município de nascimento. `(9) Migrantes de retorno para öutros" correspondem aos retornados para outros municípios da UF de residência.

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Já nos anos de 1990, alguns municípios da RMR adquiriram expressão nas trocas migratórias intra-estadual e intermunicipal especialmente aqueles que se situam no entorno do Recife – núcleo metropolitano, com as oportunidades de emprego na fase de instalação de novos empreendimentos (Refinaria Abreu e Lima, Estaleiro, Montadora). Nessa década, o município de Ipojuca foi aquele que, no contexto metropolitano, apresentou maior incremento populacional, impulsionado pelos investimentos na região de Suape, bem como pelo incremento do turismo no município.

Dados recentes do Censo de 2010 evidenciam que Ipojuca foi, também, o município que, na década de 2000, apresentou crescimento mais acelerado (3,1 %aa) no contexto do Território Estratégico de Suape (TES), seguido por Sirinhaém (2 %aa) e Cabo de Santo Agostinho (1,9 %aa).

A análise comparativa dos municípios compreendidos no Território Estratégico de Suape destaca o crescimento da população urbana dos municípios litorâneos de Ipojuca, Rio Formoso e Sirinhaém, a uma taxa acima de 4% ao ano, sugerindo a fixação de migrantes na região. Nesses mesmos municípios, como também no Cabo de Santo Agostinho, a taxa de crescimento de domicílios supera em quase 2 % ao ano a taxa de crescimento populacional, sugerindo uma dinâmica de produção de moradias nesses municípios, especialmente no Cabo de Santo Agostinho e em Ipojuca cujos valores absolutos representam um acréscimo na década de 15 mil (48,5%) e 7,4 mil (78,1%) novas moradias, respectivamente. (Tabela 6)

A espacialização desses indicadores nos distritos desses dois municípios revela um incremento populacional significativo nos distritos litorâneos e limítrofes do CIPS - Santo Agostinho (Cabo de santo Agostinho) e Nossa Senhora do Ó (Ipojuca) - o que sugere ser oriundo do fluxo populacional que se localizou na região atraído pelo Complexo Suape.

Tabela 6

População residente e domicílios particulares permanentes em 2000 e 2010 e taxa de crescimento na década

Itens

Zona de influência

direta Zona de influência indireta

Território expansão To ta l s e m R e c ife C ab o d e S to A g o st inho Ipo juc a Jab oat ão d os G u a r a r a p es M o re n o E sc a da Ri b e irã o R io F or mos o Si r in ha é m P opul a ç ã o r e si de nt e Total 2000 152.977 59.281 581.556 49.205 57.341 41.449 20.764 33.046 995.619 2010 185.025 80.637 644.620 56.696 63.517 44.439 22.151 40.296 1.137.381 Tx cresc. 2000-10 (% aa) 1,9 3,1 1,0 1,4 1,0 0,7 0,6 2,0 1,3 Urbana 2000 134.486 40.310 568.474 38.294 45.596 29.646 8.349 13.646 878.801 2010 167.783 59.719 630.595 50.197 53.964 34.003 13.373 21.484 1.031.118 Tx cresc. 2000-10 (% aa) 2,2 4,0 1,0 2,7 1,7 1,4 4,8 4,6 1,6 Rural 2000 18.491 18.971 13.082 10.911 11.745 11.803 12.415 19.400 116.818 2010 17.242 20.918 14.025 6.499 9.553 10.436 8.778 18.812 106.263 D o m ic ílio s P a rtic u la re s P e rm a n e n tes Total 2000 37.019 13.414 150.358 12.133 13.665 9.623 4.362 6.749 247.323 2010 53.402 22.016 197.047 16.453 18.124 11.942 5.479 10.011 334.474 Tx cresc. 2000-10 (% aa) 3,7 5,1 2,7 3,1 2,9 2,2 2,3 4,0 3,1 Urbana 2000 32.887 9.450 147.591 9.733 11.238 7.172 1.868 2.923 222.862 2010 48.828 16.830 193.024 14.721 15.727 9.551 3.513 5.610 307.804 Tx cresc. 2000-10 (% aa) 4,0 5,9 2,7 4,2 3,4 2,9 6,5 6,7 3,3 Rural 2000 4.132 3.964 2.767 2.400 2.427 2.451 2.494 3.826 24.461 2010 4.574 5.186 4.023 1.732 2.397 2.391 1.966 4.401 26.670

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Conforme a Tabela 7, tais distritos apresentaram, na última década, taxas de crescimento populacional de 10,8%aa e 4,8% aa, e taxas de crescimento domiciliar de 8,8 e 6,7 % aa, respectivamente, bem como apresentam mudanças importantes, quanto à melhoria relativa na condição de domicílios sem rendimento e com renda nominal mensal domiciliar per capita de até 2 salários mínimos, neste caso somando-se também aos citados distritos litorâneos o distrito de Camela (Ipojuca). Por outro lado, somente o distrito de Santo Agostinho apresentou destaque na elevação da proporção de homens sobre as mulheres, o que ressalta este distrito como aquele que apresenta os maiores impactos do Complexo Suape em seu território.

Tais constatações apontam para a presença de novos atores sociais com novas dinâmicas migratórias para a RMR, o que vêm justificar ainda mais a importância de se investigar o Território Estratégico de Suape como polo de atração migratória, bem como de aprofundar a investigação desse fluxo migratório por meio dos dados censitários recentemente publicados e de ir mais além, procurando qualificar esses migrantes por meio de uma pesquisa direta, procurando identificar, inclusive suas condições de moradia.

A demanda por moradias, gerada pelos migrantes, não se dá de modo uniforme nos municípios que integram o Território Estratégico de Suape (TES).Por serem sazonais, os empregos nos empreendimentos do Complexo Suape, que atingem um número muito maior na fase de construção e instalação do que na fase de funcionamento, ocasionam formas de acesso temporário ao trabalho e à moradia o que, por sua vez, geram formas distintas de provisão de habitação:

 Moradias em diversos municípios da Região Metropolitana do Recife, com acesso ao trabalho via transporte fretado, alimentando diariamente um movimento pendular; e

 Moradias localizadas predominantemente na zona de influência direta do CIPS, nos municípios do Cabo de Santo Agostinho e de Ipojuca, para abrigar trabalhadores ou pessoas que chegam à região em busca de oportunidades de trabalho, gerando outras implicações para o território e para os moradores locais.

No caso específico dos migrantes que se fixam nos municípios do Território Estratégico de Suape, estabelecem-se diferenças nos modos e espaços de moradia, em função de:

Tabela 7

Indicadores de mudanças na década 2000-2010 do perfil populacional e domiciliar dos distritos do Cabo de Santo Agostinho e de Ipojuca.

M uni pi o s Distritos Taxa de Crescimento 2000-2010 (% aa)

Domicílios sem rendimento e com renda de até 2 SM (1)

(%)

Razão de sexo (2)

População Domicílios 2000 2010 Dif % 2000 2010 Dif % S ant o A gos ti n

ho Cabo de Santo Agostinho 1,2 2,5 69,9 61,9 -11,4 0,96 0,96 -0,10

Juçaral -2,2 -0,3 94,8 88,8 -6,3 1,11 1,10 -0,97

Ponte dos Carvalhos 1,7 3,2 74,1 67,9 -8,4 0,95 0,92 -3,01

Santo Agostinho 10,8 8,7 69,5 57,7 -16,9 1,04 1,07 3,21 Ipo juc a Ipojuca 1,6 3,4 85,7 76,9 -10,3 0,99 0,99 0,30 Camela 2,4 3,4 86,6 71,9 -16,9 0,99 0,98 -0,72 Nossa Senhora do Ó 4,9 6,7 72,5 61,7 -14,9 0,97 0,97 -0,09

Fonte: Censo Demográfico 2000 e 2010

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1. Condições de renda do migrante, uma vez que a moradia se vincula diretamente às condições de acesso aos bens e serviços a ela inerentes e complementares, inclusive os serviços que a integram a outros serviços essenciais (transporte, educação, saúde, abastecimento, etc). Por esta razão, constata-se que:

 as moradias dos trabalhadores de padrão de alta e média alta renda,

predominam nos municípios mais próximos ao polo metropolitano - o Recife, nesse caso, Jaboatão dos Guararapes; e

 as moradias que se localizam no entorno do CIPS – Cabo de Santo

Agostinho e Ipojuca - abrigam os trabalhadores de baixa e média baixa renda, como já retrata o Censo de 2010.

2. Iniciativa de mudança para o local:

 Os migrantes que chegam por conta própria, em geral ocupam sub-empregos, o que lhes conferem uma limitada condição de consumo e, como tal, de provisão de moradia. Estes passam a se somar aos moradores locais que adensam e expandem os assentamentos precários, ampliando as necessidades habitacionais do município em termos de regularização fundiária, de políticas de melhoria habitacional e de provisão de infraestrutura urbana.

 Os migrantes trazidos pelas empresas que trabalham no Complexo Suape vêm ocupando residências e pousadas, especialmente nas praias do litoral cabense – Gaibú, Enseada dos Corais, etc, e em Nossa Senhora do Ó, devido à proximidade do Complexo Suape, ocasionando alguns impactos na região:

- No âmbito do estoque imobiliário, o processo instalado vem provocando modificação na tipologia dos imóveis, que multiplicam quartos para alugar aos trabalhadores; a pressão por moradia tem provocado uma valorização do estoque existente e um aumento nos preços de venda e de aluguéis, o que amplia a dificuldade, de um lado, do acesso da população local ao mercado imobiliário formal, e de outro lado, da aquisição por parte do poder público para promover programas habitacionais de atendimento à demanda habitacional;

- No âmbito do uso do espaço, a ocupação cada vez mais dos imóveis da área pelos trabalhadores, no local, vem elevando a proporção de homens na região, ampliando problemas sociais de prostituição, gravidez, violência, drogas, além de afugentar famílias que residem conforme relatos de pessoas que vivenciam o processo, transformando o perfil socioeconômico dos habitantes do lugar.

Na intenção de oferecer um produto imobiliário de interesse do mercado e visando suprir as necessidades de habitação e de infraestrutura no TES, a iniciativa privada, com o apoio do governo do Estado de Pernambuco e da Prefeitura do Cabo de Santo Agostinho, lançou recentemente o empreendimento que oferece uma nova “cidade para Suape” 4

4

GUARDA, Adriana. “Suape terá cidade planejada”. Jornal do Comércio, Caderno Economia, Recife, 16 de maio de 2012, quarta feira, p.5.

para abrigar uma população estimada de 100 mil habitantes. As empresas Moura Dubeux e a Cone S. A. proprietárias da área que mede cerca de 500 hectares em Suape são responsáveis pela gestão do projeto da “Convida Suape – Cidade Planejada”. Os parceiros para financiamento do

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empreendimento incluem o Programa Aceleração do Crescimento (PAC), os fundos de investimentos e sete instituições financeiras (Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil, Banco do Nordeste, Bradesco, Itaú, Banco Mundial e Banco Gerador). Calcula-se investimento em torno de R$ 6,5 milhões de reais para a construção de 25 mil unidades habitacionais e infraestrutura de serviços. (Figura 3)

Estima-se que os futuros moradores dessa cidade planejada aumentarão, nos próximos 10 anos, em mais da metade a população atual do município do Cabo de Santo Agostinho (cerca de 180.000 habitantes conforme o IBGE, 2010) prevendo-se um perfil social de classe média (com faixa de renda familiar de 3 a 9 Salários Mínimos ou mais).

A dinamização econômica do CIPS também viabiliza a concretização do mega-empreendimento do imobiliário-turístico da Reserva do Paiva, localizado no litoral do município do Cabo de Santo Agostinho. Implantado, desde o final da década de 2000, pelos empreendedores Odebrecht Empreendimentos, o Grupo Cornélio Brennand e o Grupo Ricardo Brennand, com o apoio dos governos Estadual e municipal, a Reseva do Paiva ocupa 526 hectares em 8,5 Km de extensão de praia. Planejado para ser construído em 15 anos em 18 etapas, iniciou com condomínios de 66 casas de alto padrão que preservam em parte sua relação com a Região Metropolitana no turismo de segunda residência. Entretanto, muitas dessas casas estão se transformando em primeira residência. Aproveitando a demanda por

Figura 3. Empreendimentos do Imobiliário Turístico e Residencial no entorno do CIPS

Fonte: Secretaria de Planejamento e Gestão/ Agência CONDEPE/ FIDEM, acrescentado pelos pesquisadores proponentes. Novos bairros habitacionais Complexo Industrial Portuário de Suape Complexos imobiliários-turísticos Reserva do Paiva

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habitação e serviços criada pela dinamização do CIPS, foram lançados em 2012 novos empreendimentos como edifícios de apartamentos tipo flat e um centro empresarial, conforme a Figura 3 apresenta.

Os empreendimentos imobiliário-turísticos implantados no litoral de Ipojuca (Praia de Muro Alto) – conhoteis, condomínios fechados, etc. - destinados inicialmente à segunda residência de estrangeiros, foram adquiridos predominantemente por investidores locais, constituindo-se, também, atualmente, em reserva de segunda residência com potencial de transformação em primeira residência para os trabalhadores de maior renda do Complexo Suape. (Figura 2) As informações acima vêm confirmar as oportunidades geradas no mercado imobiliário em municípios do TES, quer seja para implantar as atividades vinculadas ao CIPS (indústrias, logísticas e serviços), quer seja para atrair os empresários e trabalhadores de classe média interessada em resolver seus atuais problemas de mobilidade e de perda de tempo decorrentes do deslocamento diário entre a cidade do Recife e o CIPS. No entanto, as condições de moradia do contingente de trabalhadores temporários, ou vinculados aos processos de construção e instalacão dos empreendimentos, em sua maioria migrante, ainda não foram atendidas de forma adequada. Esses trabalhadores, predominantemente do sexo masculino, abrigam-se nos poucos alojamentos que foram construídos para esse fim nos municípios do Cabo de Santo Agostinho e Ipojuca ou ocupam “leitos” em uma das residências ou pousadas transformadas em alojamentos para atender a demanda das empresas.

Não se pode negar, entretanto, o esforço institucional ao agregar parcerias público-privadas na busca de superação desses desafios. A estratégia governamental de descentralização econômica induziu à formação do Território Estratégico de Suape (TES) como uma nova regionalização de gestão específica para potencializar os benefícios do CIPS e enfrentar os seus impactos negativos. Desde 2006, a Agência Condepe/Fidem coordena uma agenda

interinstitucional de ação integrada para fortalecer as políticas públicas de suporte à sustentabilidade do CIPS.

Em levantamento recente5

Tal crescimento se deu nas bordas da malha urbana, com a expansão dos assentamentos de baixa renda já existentes ou a consolidação dos novos assentamentos. A dinâmica populacional gerada pelos grandes investimentos localizados no Complexo Suape impactaram, especialmente, os municípios periféricos do pólo metropolitano que se localizam na direção que liga este pólo a Suape. Nesse sentido, os municípios que mais se destacam não apenas no número dos novos assentamentos de baixa renda surgidos na última década, mas na representatividade que estes assumem no contexto dos municípios são: Jaboatão dos Guararapes, onde o número dos assentamentos de baixa renda triplicou na última década (de 65 para 199) expandindo-se na direção oeste e sul do município; e Cabo de Santo Agostinho, realizado na Região Metropolitana do Recife, constata-se a expansão dos assentamentos de baixa renda, na última década, especialmente nos municípios que se localizam ao sul do núcleo metropolitano, conforme demonstra a Figura 4.

5

No segundo semestre de 2011, o Observatório Pernambuco de Políticas Públicas e Práticas Sociocupacionais da UFPE (Observatório PE) realizou uma pesquisa de atualização do Sistema de Informações dos Assentamentos Populares da Região Metropolitana do Recife _ SIGAP-RMR, cujo último levantamento datava de 1998. Realizou inicialmente uma pesquisa minuciosa de imagens de satélite – mais especificamente o Google Earth, disponível na internet para livre acesso, para identificação das áreas e preparação do roteiro da posterior pesquisa de campo realizada em cada um desses assentamentos com aplicação de fichas técnicas, questionários e entrevistas, sob a coordenação da autora deste texto.

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onde as novas áreas pobres representam um acréscimo de 130% das anteriormente cadastradas em 1998 (de 16 para 37).

Dos demais municípios, destacam-se em sequência de importância relativa dos novos assentamentos de baixa renda no contexto daqueles já existentes no município: O município de Moreno, que praticamente duplica suas áreas pobres (de 16 para 33); Ipojuca, que amplia em cerca de 73% o número de seus assentamentos de baixa renda ( de 11 para 19); e o Recife, pólo metropolitano, que concentra a maioria dos assentamentos de baixa renda da região já consolidados, e que apresenta um acréscimo de 7% dos novos assentamentos ( de 416 para 444).

Com o objetivo de se constatar possibilidades de impactos do Complexo Industrial Portuário de SUAPE no crescimento e expansão desses assentamentos, três questões foram priorizadas e indagadas a um total de 95 moradores nos dois municípios:

→ Sobre a prioridade de escolha do local para se estabelecer e edificar sua moradia, 22,1% dos entrevistados responderam que o motivo da escolha se devia às oportunidades de emprego geradas na região; 21,1% consideraram que o baixo custo da moradia compensava a escolha do local; porém 43,2% ressaltaram que a presença de família no município representou o principal motivo de sua escolha para estabelecer moradia no local6

→ Sobre as vantagens que o Complexo Suape traz para a região, 86,3% dos entrevistados responderam que o emprego se constitui na maior vantagem do Complexo

.

7

→ Sobre as desvantagens que o Complexo Suape traz para a região, mais da metade dos entrevistados (52,6%) diz que Suape não traz nenhuma desvantagem; 11,6% consideram que o aumento da violência e da prostituição é a maior desvantagem do Complexo; 6,3% dos entrevistados citam a agressão ao meio ambiente como desvantagem para a região, especialmente pela interferência na atividade pesqueira; 4,2% consideram que o aumento dos problemas de transporte e de trânsito se deve à Suape e 6,3% não sabem responder sobre o assunto.

; 9,5% considera que as oportunidades de estabelecer negócios também é uma vantagem considerável de motivo da escolha se devia às oportunidades de emprego geradas na região; 5,3% responderam que os empreendimentos trazem crescimento e desenvolvimento para a região; e vale destacar que 3,2% responderam que Suape não traz nenhuma vantagem para a região e 4,2% não saber responder sobre o assunto.

Em circunstâncias de desigualdades muito altas, similares as que acontecem na região de Suape, ocorrem representações e diferenciações profundas nas relações sociais e de poder, conformando novas territorialidades com matizes forte entre os moradores locais; a classe de dirigentes das empresas e os operários; os trabalhadores que foram absorvidos pelas novas atividades e os que ficaram fora dessas oportunidades, os moradores dos espaços de pobreza na expectativa de oportunidades de trabalho. Essas situações condicionam a noção de uma identificação com o lugar, estabelecendo novas relações de identidade, no sentido de

6

É importante ressaltar que, se a família representa um fator de atração tão importante, as estimativas realizadas com as famílias conviventes adquirem sentido.

7 Apesar do destaque conferido à Suape pelas oportunidades de emprego por ele geradas, nenhum dos entrevistados trabalhava ou conhecia alguém que trabalhava nos empreendimentos do Complexo.

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18

pertencimento e modificando tais relações em face do conflito que se instala entre os diversos atores que se territorializam, resistem e se desterritorializam (RAFFESTIN,1986).

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Figura 4. Destaques dos espaços de expansão das áreas pobres dos municípios metropolitanos do Projeto Suape Sustentável

Fonte: Observatório PE. Pesquisa de imagem satélite e de campo para atualização do SIGAP-RMR

LEGENDA

Áreas pobres cadastradas em 1998

Áreas pobres cadastradas em 2011

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Considerações finais

O crescimento econômico impulsionado pelos investimentos no Território Estratégico de Suape induz ao aumento vertiginoso de deslocamento populacional que se traduz por um expressivo movimento pendular para o trabalho no CIPS, bem como por um crescimento da população migrante para a região, em busca de oportunidades de trabalho, o que resulta em pressão para abrigar parte dessa população no contexto de escassez de moradia na região. Por outro lado, os diferentes grupos sociais que aí são gerados, sobretudo migrantes do sexo masculino de outras regiões do Estado e do Brasil e também estrangeiros, junto à população local, passam a vivenciar conflitos de identidade e a conformar novas relações sociais e de poder no Território, no sentido de formação de novas territorialidades.

Os movimentos pendulares da população estão diretamente relacionados com as condições de desenvolvimento econômico e social, cujo desdobramento contemporâneo está relacionado com os mecanismos da reestruturação produtiva, responsáveis por novas formas de trabalho e de mobilidade espacial da população. Relacionam-se também com a expansão do território metropolitano, bem como com a criação do polo de desenvolvimento da região de Suape, que possibilita, em termos social e geográfico, a criação de novas territorialidades.

Os movimentos migratório, incluindo o de retorno, acompanham o desenvolvimento da economia e da sociedade e, portanto, são expressões contemporâneas dos diferentes fenômenos econômicos e sociais que se instalam na região de Suape, mas vão além da questão do mercado de trabalho. São expressões da reestruturação do capital e do trabalho, responsáveis pelo surgimento de novas modalidades espaciais da população, envolvendo força de trabalho especializada.

O impacto desses processos de materializam nas condições habitacionais que concretizam espacialmente as diversas modalidades de moradia, que incluem desde os espaços de pobreza às residências destinadas aos trabalhadores com altos rendimentos e aos prestadores de serviços especializados.

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Referências

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