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IDENTIFICAÇÃO DAS ÁREAS DE VULNERABILIDADE SOCIOAMBIENTAL MEDIANTE LÓGICA FUZZY – ESTUDO NO MUNICÍPIO DE PONTA GROSSA, PR

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(1)UNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOGRAFIA MESTRADO EM GESTÃO DO TERRITÓRIO. ALEX CAETANO DA SILVA. IDENTIFICAÇÃO DAS ÁREAS DE VULNERABILIDADE SOCIOAMBIENTAL MEDIANTE LÓGICA FUZZY – ESTUDO NO MUNICÍPIO DE PONTA GROSSA, PR. PONTA GROSSA 2013.

(2) ALEX CAETANO DA SILVA. IDENTIFICAÇÃO DAS ÁREAS DE VULNERABILIDADE SOCIOAMBIENTAL MEDIANTE LÓGICA FUZZY – ESTUDO NO MUNICÍPIO DE PONTA GROSSA, PR Dissertação apresentada como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Geografia, pelo Programa de Pós-graduação em Geografia da Universidade Estadual de Ponta Grossa. Orientadora: Profa. Dra. Selma Regina Aranha Ribeiro. PONTA GROSSA 2013.

(3) Ficha Catalográfica elaborada pelo Setor de Tratamento da Informação BICEN/UEPG S586. Silva, Alex Caetano da Identificação das áreas de vulnerabilidade socioambiental mediante lógica fuzzy – estudo no município de Ponta Grossa, PR/ Alex Caetano da Silva, Ponta Grossa, 2013. 151f. Dissertação (Mestrado em Gestão do Território – Área de Concentração: Gestão do Território), Universidade Estadual de Ponta Grossa. Orientadora: Profa. Dra. Selma Regina Aranha Ribeiro. 1. Vulnerabilidade socioambiental. 2. Lógica fuzzy. 3. Espaço urbano. I. Ribeiro, Selma Regina Aranha. II. Universidade Estadual de Ponta Grossa. Mestrado em Geografia. III. T. CDD: 307.76.

(4) TERMO DE APROVAÇÃO. Alex Caetano da Silva. IDENTIFICAÇAO DAS ÁREAS DE VULNERABILIDADE SOCIOAMBIENTAL MEDIANTE LÓGICA FUZZY - ESTUDOS NO MUNICÍPIO DE PONTA GROSSA/PR Dissertação aprovada como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre no Curso de Pós-Graduação em Geografia – Mestrado em Gestão do Território, Setor de Ciências Exatas e Naturais da Universidade Estadual de Ponta Grossa, pela seguinte banca examinadora:. Orientador:. Profª. Drª. Selma Regina Aranha Ribeiro UEPG. Prof. Dr. Marcelo Paiva da Motta IBGE. Prof. Dr. Luis Alexandre Gonçalves Cunha UEPG. Ponta Grossa, 19 de junho de 2013..

(5) Você avança por horas e não sabe com certeza se já está no meio da cidade ou se permanece do lado de fora. Como um lago de margens baixas que se perde em lodaçais, Pentesiléia expande-se por diversas milhas ao seu redor numa sopa de cidade diluída no planalto: edifícios pálidos que dão as costas para prados insípidos, entre paliçadas de varas e telhados de zinco. De vez em quando, às margens da estrada, uma concentração de construções de fachadas áridas, altas altas ou baixas baixas como um pente desdentado, parece indicar que a partir dali as malhas da cidade se restringem. Em vez disso, prosseguindo você encontra outros terrenos baldios, depois um subúrbio com oficinas e depósitos enferrujados, um cemitério, uma feira com parque de diversões, um matadouro; você se afasta por uma rua de lojas macilentas que se perde em manchas de campo pelado … vem a noite; iluminam-se as janelas, ora mais ralas, ora mais densas. Se escondida em algum bolso ou ruga dessa circunscrição transbordante existe uma Pentesiléia reconhecível ou recordável por quem ali esteve… Italo Calvino – As Cidades invisíveis.

(6) Este trabalho é dedicado aos meus grandes Heróis, Verdadeiros Mestres, Professores da vida, Atores que me ensinaram os verdadeiros valores e princípios da vida, eternos motivadores dos meus sonhos, Minha mãe e meu Pai..

(7) AGRADECIMENTOS. Entre sonhos e objetivos jogados ao destino, rezas e promessas ao pé da cama, entre uma conversa e outra, ao som da sinfonia das cornetas invisíveis, de realidade muitas vezes duvidosa, mas de importância única para aqueles que acreditam, meus agradecimentos iniciais vão a Deus. Agradeço aos meus pais, minha referência, em quem eu me espelho, eternos incentivadores, sempre me dando força para lutar e correr atrás dos objetivos e sonhos. Ao meu Irmão, Cristiano, Engenheiro Cartografo, mestre na arte das geotecnologias que muito me auxilio nas horas de dificuldades bem como na aplicação dos questionários e nas caminhadas por Ponta Grossa. E no contexto da minha família, não poderia esquecer de uma das mulheres que fazem parte da minha vida, Francielle, mulher decidida, de garra, que sempre me apoiou a continuar e trouxe alegria em diversos momentos difíceis da caminhada acadêmica. À professora Dra. Selma Regina Aranha Ribeiro, por acreditar e possibilitar o desenvolvimento da pesquisa, por abraçar uma ideia, um sonho, modelando, pincelando e como uma verdadeira artista contribuindo para a construção de um sonho em realidade. Agradeço a paciência, as ótimas conversas, orientações, risadas, puxões de orelha, a todos os subsídios que foram necessários para realização desta dissertação, agradeço por contribuir com o meu crescimento intelectual e pessoal. Ao meu grande amigo Renato irmão de longa data, das jornadas acadêmicas e profissionais, de visão muito além de estatura e idade, agradeço pelas suas críticas construtivas ao trabalho, pela motivação nos momentos difíceis, pela parceria nas horas mais inusitadas da vida. Não poderia esquecer e citar o Arnaldo, parceiro do Instituto Trilobita, amigo das horas vagas e que teve contribuição ímpar em diversos momentos da construção deste material e ao Daniel Sedorko que sempre esteve disposto e pronto para o que fosse preciso. A todos os amigos e amigas integrantes do laboratório de geotecnologias e da Pós Graduação em Gestão do Território pelos momentos de descontração, amizade e troca de experiências, sem deixar de esquecer os meus grandes amigos do Polo UAB e do Colégio Estadual Genésio Moreschi em Colombo. Aos professores do programa de Mestrado em Gestão do Território, que sempre me acolherão e fazem parte de minha historia acadêmica. Ao professor Dr. Luiz Alexandre Goncalves e o Dr. Marcelo Paiva da Motta pelas contribuições ao trabalho. Enfim agradeço a todos que de uma maneira ou de outra contribuíram ao longo desta caminhada..

(8) RESUMO. A presente pesquisa identifica os diferentes índices de vulnerabilidade socioambiental a partir da lógica Fuzzy na área urbana de Ponta Grossa, Paraná. Destaca-se o emprego das geotecnologias, na confecção e representação dos cartogramas e mapas bem como no cruzamento e análise da temática. A pesquisa levanta o perfil socioambiental do espaço urbano do município, por meio dos dados coletados pelo CENSO IBGE 2010 e da declividade do município. Emprega-se a metodologia Fuzzy para criação de índices, caracterizando os dados em (5) grupos de análise, condições de moradia, condições quanto ao acesso a educação e das condições econômicas, aglomerados subnormais e condições do relevo com índices variando entre 1 melhores condições e 0 as piores condições do fenômeno estudado. Mediante os operadores Fuzzy AND, OR, PRODUCT, SUM e GAMMA, cruzam-se os grupos de vulnerabilidade representando os diferentes níveis de vulnerabilidade nos diferentes operadores Fuzzy, representando a vulnerabilidade socioeconômica. O índice de vulnerabilidade socioambiental é o resultado final, resulta da sobreposição difusa com todos os grupos que compõem o índice de vulnerabilidade socioeconômica agregado ao grupo índice de declividade mediante os operadores AND e GAMMA. Os operadores apresentaram bons resultados, identificando os diferentes níveis de vulnerabilidade e os setores menos vulneráveis estão presentes no Bairro Centro e nas suas proximidades, nos bairros mais distantes em sua maioria encontram-se as vulnerabilidades mais altas. Palavras-chave: Vulnerabilidade socioambiental; Lógica Fuzzy; Espaço urbano..

(9) ABSTRACT. This research identifies the different environmental vulnerability indices from fuzzy logic in urban area of Ponta Grossa, Paraná. Noteworthy is the use of geotechnology, and representation in the making cartograms and maps as well as in intersection and thematic analysis. The research raises the environmental profile of urban space of the city, through the data collected by IBGE Census 2010 and the steepness of the municipality. Employs the methodology for creating fuzzy indices, characterizing the data in (5) analysis groups, housing conditions, conditions as to access to education and economic conditions, subnormal agglomerates and relief conditions with rates ranging from 1 better and 0 the worst conditions of the studied phenomenon. By Fuzzy operators AND, OR, PRODUCT, SUM and GAMMA, intersect the vulnerability groups representing different levels of vulnerability in different fuzzy operators, representing the socioeconomic vulnerability. The environmental vulnerability index is the end result, results from overlapping fuzzy with all the groups that make up the index of socioeconomic vulnerability added to the group index slope by AND and GAMMA. The operators performed well, identifying the different levels of vulnerability and the least vulnerable sectors are present in the district center and in its vicinity, in more distant neighborhoods mostly vulnerabilities are higher. Keywords: Environmental vulnerability; Fuzzy Logic; urban space..

(10) LISTA DE ILUSTRAÇÕES. 1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 14 2 PRODUÇÃO DOS ESPAÇOS, PLANEJAMENTO E GESTÃO URBANOS ......... 18 Figura 1 – Cartograma de localização do Município e da área urbana de Ponta Grossa, Estado do Paraná ........................................................................................................ 29 Figura 2 – Evolução demográfica do Município de Ponta Grossa (1940-2010). ........... 30 Figura 3 – Número de habitantes por bairro (Ponta Grossa, Paraná). .......................... 31 Figura 4 – Densidade demográfica por setor censitário ............................................... 32 Figura 5 – Número de crianças até 4 anos de idade por setor censitário ..................... 33 Figura 6 – Número pessoas residentes com 60 anos ou mais de idade por setor censitário ..................................................................................................................... 34 Figura 7 – Cartograma com a razão entre o número de homens e o número de mulheres em Ponta Grossa - PR.................................................................................. 35 Figura 8 – Pirâmide etária da população urbana .......................................................... 36. 3 CARTOGRAFIA E OS SISTEMAS DE INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA (SIG) ...... 37 Figura 9 – Variáveis visuais: „tamanho‟ (a) e „tom de cor‟ (b) ....................................... 40 Figura 10 – Representações raster em tons de cinza (a). Representação vetorial (b). Sobreposição das presentações raster e vetorial (c) .................................................... 43 Figura 11 – Base Cartográfica com os Setores Censitários ......................................... 46 Figura 12 – Base Cartográfica com os Setores Censitários ......................................... 47 Figura 13 – Sobreposições por adição ......................................................................... 48 Figura 14 – Funções de Sobreposição (Overlay) ......................................................... 49. 4 ÍNDICE DE VULNERABILIDADE SOCIOAMBIENTAL: APLICAÇÃO DA METODOLOGIA FUZZY PARA CARACTERIZAR O ESPAÇO URBANO PONTAGROSSENSE ............................................................................................... 50 Quadro 1 – Indicadores de Vulnerabilidade Socioambiental ........................................ 54 Figura 15 – Exemplo de objeto Fuzzy (a) e lógica clássica (b) ..................................... 63 Quadro 2 – Padronização Fuzzy linear para as Categorias Hierárquicas de Graus de vulnerabilidade ............................................................................................................. 68 Quadro 3 – Técnica, função de pertinência e características do operador Fuzzy ......... 70. 5 ÍNDICES FUZZY DE VULNERABILIDADE SOCIOAMBIENTAL .......................... 72 Figura 16 – Cartograma com os domicílios particulares permanentes sem abastecimento de água da rede geral .......................................................................... 74.

(11) Gráfico 1 – Domicílios particulares permanentes sem abastecimento de água da rede geral ............................................................................................................................. 75 Figura 17 – Cartograma com os domicílios particulares permanentes sem energia elétrica ......................................................................................................................... 76 Gráfico 2 – Índices dos domicílios particulares permanentes sem energia elétrica ...... 77 Figura 18 – Cartograma com os domicílios particulares permanentes sem esgotamento sanitário via rede geral de esgoto ou pluvial ................................................................ 78 Gráfico 3 – Domicílios particulares permanentes sem esgotamento sanitário via rede geral de esgoto ou pluvial ............................................................................................ 79 Figura 19 – Cartograma com os domicílios particulares permanentes do tipo casa sem lixo coletado ................................................................................................................. 80 Gráfico 4 – Domicílios particulares permanentes do tipo casa sem lixo coletado ......... 81 Figura 20 – Cartograma com os domicílios particulares permanentes sem banheiro de uso exclusivo dos Moradores ....................................................................................... 82 Gráfico 5 – Domicílios particulares permanentes sem banheiro de uso exclusivo dos Moradores. ................................................................................................................... 83 Figura 21 – Cartograma com as pessoas responsáveis pelos domicílios não alfabetizadas ................................................................................................................ 84 Gráfico 6 – Pessoas responsáveis pelos domicílios não alfabetizadas ........................ 85 Figura 22 – Cartograma com as pessoas não alfabetizadas com 10 ou mais anos de idade ............................................................................................................................ 86 Gráfico 7 – Pessoas não alfabetizadas com 10 ou mais anos de idade ....................... 87 Figura 23 – Cartograma com os domicílios particulares com rendimento nominal mensal domiciliar per capita de até meio salário mínimo. ......................................................... 88 Gráfico 8 – Domicílios particulares com rendimento nominal mensal domiciliar per capita de até meio salário mínimo ................................................................................ 89 Figura 24 – Cartograma com as pessoas com rendimento nominal mensal de até 1 salário mínimo.............................................................................................................. 90 Gráfico 9 – Pessoas com rendimento nominal mensal de até 1 salário mínimo ........... 91 Figura 25 – Cartograma com as pessoas responsáveis sem rendimento nominal mensal ..................................................................................................................................... 92 Gráfico 10 – Pessoas responsáveis sem rendimento nominal mensal ......................... 93 Figura 26 – Cartograma com os aglomerados subnormais .......................................... 94 Figura 27 – Cartograma representando o índice Fuzzy da declividade do relevo ......... 95. 6 VULNERABILIDADE SOCIOAMBIENTAL E A SOBREPOSIÇÃO DIFUSA ........ 97 Figura 28 – Sobreposição difusa das condições de moradia. Operador Fuzzy AND .... 98 Figura 29 – Sobreposição difusa das condições de moradia. Operador Fuzzy OR ...... 99 Figura 30 – Sobreposição difusa das condições de moradia. Operador Fuzzy SUM.. 100 Figura 31 – Sobreposição difusa das condições de moradia. Operador Fuzzy PRODUCT ................................................................................................................. 101.

(12) Figura 32 – Sobreposição difusa das condições de moradia. Operador Fuzzy GAMMA ................................................................................................................................... 102 Figura 33 – Sobreposição difusa das condições no acesso a educação. Operador Fuzzy AND. ................................................................................................................ 103 Figura 34 – Sobreposição difusa das condições no acesso a educação. Operador Fuzzy OR ................................................................................................................... 104 Figura 35 – Sobreposição difusa das condições no acesso a educação. Operador Fuzzy SUM ................................................................................................................ 105 Figura 36 – Sobreposição difusa das condições no acesso a educação. Operador Fuzzy PRODUCT ....................................................................................................... 106 Figura 37 – Sobreposição difusa das condições no acesso a educação. Operador Fuzzy GAMMA. .......................................................................................................... 107 Figura 38 – Sobreposição difusa das condições de rendimento. Operador Fuzzy AND ................................................................................................................................... 109 Figura 39 – Sobreposição difusa das condições de rendimento. Operador Fuzzy OR 110 Figura 40 – Sobreposição difusa das condições de rendimento. Operador Fuzzy SUM ................................................................................................................................... 111 Figura 41 – Sobreposição difusa das condições de rendimento. Operador Fuzzy AND ................................................................................................................................... 112 Figura 42 – Sobreposição difusa das condições de rendimento. Operador Fuzzy GAMMA ..................................................................................................................... 113. 7 ÍNDICES FUZZY DE VULNERABILIDADE SOCIOAMBIENTAL ........................ 114 Figura 43 – Diagrama de blocos com as etapas para o desenvolvimento de cartograma de vulnerabilidade socioeconômica............................................................................ 115 Figura 44 – Índice de vulnerabilidade socioeconômico– Operador Fuzzy AND .......... 116 Figura 45 – Índice de vulnerabilidade socioeconômico – Operador Fuzzy GAMMA ... 117 Figura 46 – Diagrama de bloco – Índice Fuzzy socioambiental .................................. 119 Figura 47 – Índice de vulnerabilidade socioambiental – Operador Fuzzy AND........... 120 Figura 48 – Índice de vulnerabilidade socioambiental – Operador Fuzzy Gamma ..... 121 Gráfico 11 – Principais carências de infraestrutura próximas à residência da população entrevistada ............................................................................................................... 123 Figura 49 – Falta de manutenção das ruas ................................................................ 123 Gráfico 12 – Principais carências de infraestrutura no bairro da população entrevistada ................................................................................................................................... 124 Gráfico 13 – Principais carências de infraestrutura em Ponta Grossa segundo a população entrevistada .............................................................................................. 125 Gráfico 14 – Três elementos importantes segundo a população entrevistada. ........... 125 Gráfico 15 – Destino do lixo ....................................................................................... 126 Gráfico 16 – Destino do escoadouro do banheiro ou sanitário ................................... 127 Gráfico 17 – Renda familiar média mensal ................................................................. 127 Gráfico 18 – Situação trabalhista do responsável pelo domicílio ................................ 128.

(13) Gráfico 19 – Relação entre renda total da família e as condições de vida .................. 129 Gráfico 20 – Grau de instrução dos residentes no domicílio ....................................... 129 Gráfico 21 – Problemas ambientais ........................................................................... 130 Figura 50 – Lixo nos arroios ....................................................................................... 131 Gráfico 22 – Avaliação da população pesquisada sobre suas condições de Vida ...... 131. 8 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................. 133 9 RECOMENDAÇÕES ............................................................................................ 137.

(14) SUMÁRIO. 1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 14 2 PRODUÇÃO DOS ESPAÇOS, PLANEJAMENTO E GESTÃO URBANOS ......... 18 2.1 PRODUÇÃO DOS ESPAÇOS URBANOS ...................................................... 19 2.2 PLANEJAMENTO E GESTÃO URBANA ....................................................... 25 2.3 O ESPAÇO URBANO PONTAGROSSENSE E A SUA CONFIGURAÇÃO DEMOGRÁFICA .................................................................................................... 27 3 CARTOGRAFIA E OS SISTEMAS DE INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA (SIG) ...... 37 3.1 A ASSOCIAÇÃO ENTRE A CARTOGRAFIA E A GEOGRAFIA ................... 37 3.1.1 Aplicações das Geotecnologias em Estudos Urbanos......................................... 40. 3.2 BANCO DE DADOS E A FORMAÇÃO DA BASE CARTOGRÁFICA ............ 44 3.3 SOBREPOSIÇÃO E CRUZAMENTO DAS INFORMAÇÕES ......................... 48 4 ÍNDICE DE VULNERABILIDADE SOCIOAMBIENTAL: APLICAÇÃO DA METODOLOGIA FUZZY PARA CARACTERIZAR O ESPAÇO URBANO PONTAGROSSENSE ............................................................................................... 50 4.1 ÍNDICE DE VULNERABILIDADE SOCIOAMBIENTAL .................................. 53 4.2 A LÓGICA FUZZY NO CONTEXTO DA VULNERABILIDADE ...................... 61 4.3 CONSTRUÇÃO DOS ÍNDICES FUZZY .......................................................... 65 4.3.1 Processo de Fuzzificação.................................................................................... 65 4.3.2 Variáveis Linguísticas.......................................................................................... 67 4.3.3 Sobreposição Difusa ........................................................................................... 68. 5 ÍNDICES FUZZY DE VULNERABILIDADE SOCIOAMBIENTAL .......................... 72 5.1 ÍNDICES FUZZY - CONDIÇÕES DE MORADIA ............................................. 73 5.2 ÍNDICES FUZZY – CONDIÇÕES NO ACESSO A EDUCAÇÃO .................... 83 5.3 ÍNDICES FUZZY – E CONDIÇÕES DE RENDIMENTO DA POPULAÇÃO .... 87 5.4 ÍNDICES FUZZY – AGLOMERADOS SUBNORMAIS .................................... 93 5.5 ÍNDICES FUZZY – CONDIÇÕES DO RELEVO .............................................. 94 6 VULNERABILIDADE SOCIOAMBIENTAL E A SOBREPOSIÇÃO DIFUSA ........ 97 6.1 SOBREPOSIÇÃO DIFUSA – CONDIÇÕES DE MORADIA ............................ 97.

(15) 6.2 SOBREPOSIÇÃO DIFUSA – CONDIÇÕES NO ACESSO A EDUCAÇÃO .. 103 6.3 SOBREPOSIÇÃO DIFUSA – CONDIÇÕES DE RENDIMENTO ................... 108 7 ÍNDICES FUZZY DE VULNERABILIDADE SOCIOAMBIENTAL ........................ 114 7.1 ÍNDICES FUZZY DE VULNERABILIDADE SOCIOECONÔMICO ................ 114 7.2 ÍNDICES FUZZY DE VULNERABILIDADE SOCIOAMBIENTAL ................. 118 7.3 CONDIÇÕES SOCIOAMBIENTAIS DA POPULAÇÃO PONTAGROSSENSE ............................................................................................................................. 122 8 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................. 133 9 RECOMENDAÇÕES ............................................................................................ 137 REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 138 APÊNDICES ........................................................................................................... 145 APÊNDICE A – Questionário aplicado aos moradores residentes nos setores censitários que apresentaram maiores vulnerabilidades socioambientais . 146 APÊNDICE B – Mapa de Índice de Vulnerabilidade Socioambiental com operador AND .................................................................................................... 148 APÊNDICE C – Mapa de Índice de Vulnerabilidade Socioambiental com operador GAMMA .............................................................................................. 150.

(16) 14. 1 INTRODUÇÃO. Basta caminhar pela cidade princesina, apelido carinhoso do Município de Ponta Grossa – PR, para perceber a precariedade na infraestrutura de carências urbanas básicas e essenciais para o dia a dia. Em sobe “morro” desse “morro” encontramos uma população que em meio a diversos problemas solta um sorriso quando indagadas sobre a sua qualidade de vida, acreditando que é possível uma cidade mais justa. Da fachada de madeira envelhecida sem tinta ao mármore, das ruas de asfalto ao carreiro que liga as famílias, das casas com quatro banheiros a casas sem banheiro... tudo em questão de minutos, tudo ao piscar dos olhos, reflexo da mais pura segregação social. Mas Ponta Grossa não para por ai, olhamos para o lado encontramos um conjunto de casas, no outro, chácaras, fazendas, matadouros, avenidas, carros e no desvio de olhar, deparamos com um cavalo em meio à selva de concreto. Carros importados desfilando seus motores pesados, vão dividindo espaço com os carros menores, estes puxados pelas mãos, ao som da moda de viola vinda do meio dos papelões, provavelmente do rádio de pilhas. Uma conversa com um morador e o desabafo, queremos saúde, não é fácil enfrentar horas e horas de filas para ter o atendimento médico, a população está solicitando creches e mais respeito. A noite vai chegando, crianças jogando bola, mulheres caminhando com bacias de água para o banho diário, luzes se apagando, o “gato” da rede elétrica aparecendo iluminando àqueles que por motivos econômicos, sociais, ambientais e outros, estão mais vulneráveis, mas mesmo assim acreditam que suas condições de vida são boas. Conhecer, desmitificar, categorizar, fuzzificar, cartografar… são tantas as maneiras, ferramentas e ações necessárias para melhor conhecer e representar as características da população pontagrossense, que tal premissa é um grande desafio..

(17) 15. Encontramos diversos estudos e pesquisas referentes à cidade princesinha e ainda assim temos muito para apreender e compreender. Ponta Grossa localizada no segundo planalto do Estado do Paraná é uma cidade de médio porte, em constantes transformações, sociais, econômicas e/ou ambientais.. Compreender. como. acontece. a. interseção. dos. processos. socioeconômicos e ambientais no espaço urbano, é peça fundamental para gestão do território, e a identificação das áreas de vulnerabilidade sejam elas sociais e/ou ambientais carecem de pesquisas e são importantes no contexto do planejamento e identificação dos grupos vulneráveis. O conhecimento detalhado dos espaços de vulnerabilidade contribui com técnicos, gestores e pesquisadores interessados nas temáticas urbanas, sendo fundamental a inserção de novas técnicas e metodologias para o desenvolvimento de ações com a premissa de reduzir as desigualdades presentes. Durante as duas últimas décadas, diversas inovações computacionais têm sido apresentadas para o desenvolvimento de estudos no campo das pesquisas urbanas, destacando-se as geotecnologias, que possuem diversas ferramentas que permitem a modelagem, simulação e representação das características urbanas nas diversas perspectivas sejam elas da vulnerabilidade ou não. Entre as geotecnologias, destacam-se os Sistemas de Informação Geográfica (SIG), que amparados da lógica Fuzzy permitem representar, analisar, visualizar e cruzar diversas informações que estão atreladas e permitem a representação da população nas mais diversas situações sejam econômicas, sociais, ambientais, ou todas agrupadas, representando as características socioambientais. De porte das geotecnologias, busca-se entender como está configurada a população, sua distribuição ao longo do território, bem como os espaços de vulnerabilidade, acreditando que são subsídios importantes para o planejamento e gestão territorial. É com o intuito de representar cartograficamente os diferentes índices de vulnerabilidade socioambiental que o presente trabalho enfrenta o desafio inicial. O objetivo geral da presente pesquisa é identificar como estão apresentados os diferentes índices de vulnerabilidade socioambiental a partir da lógica Fuzzy na área urbana de Ponta Grossa, Paraná. Para concretizar o objetivo proposto,.

(18) 16. organizasse a base de dados com as informações censitárias partir dos dados do Censo Demográfico (IBGE, 2010) no menor nível de desagregação possível, os setores censitários e do modelo digital do terreno como representante do relevo para o cálculo da declividade presente no município, o perfil do relevo foi realizado mediante curvas de nível equidistante de cinco (5) e cinco (5) metros. Emprega-se a metodologia Fuzzy para criação de índices, caracterizando os dados em (5) grupos de análise, condições de moradia, condições quanto ao acesso a educação e das condições econômicas, aglomerados subnormais e condições do relevo, possibilitando a identificação dos grupos populacionais mais vulneráveis quanto aos requisitos selecionados. Mediante os operadores Fuzzy AND, OR, PRODUCT, SUM e GAMMA, cruzam-se os grupos de vulnerabilidade representando os diferentes níveis de vulnerabilidade nos diferentes operadores Fuzzy, afim de melhor representar a vulnerabilidade socioambiental. O estudo está estruturado em nove seções, o primeiro apresenta a introdução. A seção dois “Produção dos espaços, planejamento e gestão urbanos”, apresenta a discussão teórica e reflexão sobre os conceitos de espaço, reflexão sobre o planejamento e gestão urbana, e as características demográficas da população urbana de Ponta Grossa, por meio dos dados do censo IBGE 2010. A terceira seção “Cartografia e o Sistemas de Informação Geográfica” apresenta breve histórico sobre a cartografia, as formas de representação, elementos que contribuem com a representação e expressão dos cartogramas gerados. Tem-se também, discussão sobre as geotecnologias, suas funcionalidades e contribuições para o processo de análise, armazenamento, manipulação e confecção dos cartogramas. Apresenta-se o modelo de banco de dados confeccionado bem como sua formulação, a unidade de mapeamento e o processo de cruzamento “overlay”. Na sessão quatro, “Índice de vulnerabilidade socioambiental: aplicação da metodologia Fuzzy para caracterizar o espaço urbano pontagrossense” é realizada a discussão sobre o termo vulnerabilidade socioambiental com autores que abordam a temática nas suas diferentes interpretações. É apresentada a metodologia realizada para criar o índice de vulnerabilidade socioambiental e as variáveis que compõem cada grupo de análise realizada na pesquisa. Apresenta-se a discussão sobre a.

(19) 17. lógica Crisp, suas possibilidades e limitações bem assim como a lógica Fuzzy, suas características. e. potencialidades. para. estudos. urbanos. no. contexto. da. vulnerabilidade. O capítulo também apresenta o processo de fuzzificação realizado com as variáveis censitárias, a padronização Fuzzy para categorizar as hierarquias de graus de vulnerabilidade e as características na sobreposição difusa com os operadores Fuzzy AND, OR, SUM, PRODUCT E GAMMA. A quinta seção “Índices Fuzzy de vulnerabilidade socioambiental” apresenta os índices Fuzzy com as variáveis que compõem o índice socioambiental, além dos índices em formato de cartogramas, também se apresenta gráficos individuais com o número de ocorrência dos fenômenos de cada variável que compõem o índice Fuzzy. O capítulo também apresenta a discussão das variáveis agrupadas em cinco grupos, condições de moradia, condições quanto ao acesso a educação, das condições econômicas, dos aglomerados subnormais e as condições do relevo que juntas vão compor o índice de vulnerabilidade sociambiental. Na seção seis, “Vulnerabilidade socioambiental e a sobreposição difusa” apresenta a vulnerabilidade mediante a sobreposição difusa com os operadores AND, OR, SUM, PRODUCT e GAMMA. O capítulo descreve a sobreposição dos índices Fuzzy que compõem cada grupo de análise (condições de moradia, condições no acesso a educação e condições de rendimento), nas cinco operações Fuzzy: AND, OR, SUM, PRODUCT e GAMMA, com índices apresentando intervalos entre 1 (não vulnerável) e 0 (alta vulnerabilidade). A sétima seção, “Índices Fuzzy de vulnerabilidade socioambiental” exibe o índice de vulnerabilidade socioeconômico e o socioambiental mediante os operadores AND e GAMMA. O cruzamento dos grupos de análise, das condições socioeconômicas, contem os grupos citados no capítulo anterior, com a exceção das condições do relevo. Concluindo os cartogramas, apresenta-se o índice de vulnerabilidade socioambiental com todos os grupos de análise que nortearam a pesquisa. Ao final são apresentadas as considerações finais da pesquisa realizada, as recomendações e as referências que foram utilizadas no estudo..

(20) 18. 2 PRODUÇÃO DOS ESPAÇOS, PLANEJAMENTO E GESTÃO URBANOS. Entender a configuração espacial da população, como está distribuída no espaço permeado por lutas, conflitos e poderes, é condição inicial para se planejar e gerir uma cidade. Buscando reverter às desigualdades socioeconômicas acredita-se na contribuição do planejamento urbano, já que no espaço urbano ocorrem múltiplos fenômenos que contribuem para o aumento das desigualdades sociais, o que pode ser traduzido e representado nos espaços de vulnerabilidade. Estes espaços uma vez compreendidos e visualizados podem traduzir, e possibilitar a realização de ações concretas e intervenções nas diversas escalas, maximizando o poder de ação sobre os fenômenos. A possibilidade de constatar, visualizar e conhecer as áreas que apresentam os maiores índices de vulnerabilidade torna possível repensar os fenômenos com maior velocidade de reação, possibilitando o planejamento e gestão que busquem reduzir as desigualdades. Sendo assim, a necessidade de abordagens que considere os vários níveis de organização social, econômico e cultural, levou a análise das conceituações a partir da articulação sociedade, espaço, planejamento e gestão, fundamentada em autores como Corrêa (1995), Gottdiener (1997), Souza (2001) e Villaça (1998). Nesta seção apresentam-se os conceitos de espaço urbano, planejamento e gestão, uma vez que, tais conceitos são elementos importantes para o processo de retomada para consciência coletiva da organização das cidades. Além de compreender a intersecção dos processos econômicos no espaço urbano, investigam-se as contribuições do planejamento urbano na construção de possibilidades para o desenvolvimento, rompendo com acepção de desenvolvimento tradicional, onde os aspectos físicos da paisagem sobressaem..

(21) 19. 2.1 PRODUÇÃO DOS ESPAÇOS URBANOS. Diversas pesquisas são realizadas envolvendo as mais distintas abordagens para o planejamento de ações no espaço urbano, estas por sua vez, contribuem com decisões a serem realizadas a partir dos gestores, planejadores e demais interessados na temática. O gerenciamento e planejamento das ações no espaço urbano constituemse em tarefas cotidianas, uma vez que o espaço urbano é dinâmico em constantes transformações, afinal, não se vive se atua ou se trabalha „no‟ espaço, mas se produz espaço, vivendo, atuando e trabalhando (SMITH, 1988), tal contexto, apresenta a necessidade constante de novas abordagens para o planejamento de ações (GOTTDIENER, 1997). O espaço é visto como uma criação humana realizada por meio do movimento da sociedade sobre a natureza, transformada pela ação do homem, destacando-se os espaços urbanos, estes concentrando na atualidade a maior parcela da população. A partir do questionamento a respeito de quem produz o espaço urbano, é relevante ressaltar a contribuição de Corrêa (1995) que apresenta o espaço urbano capitalista como produto social, resultado de ações acumuladas através do tempo, e concebidas por agentes sociais concretos que produzem e consomem espaço. O espaço urbano é analisado como conjunto de pontos, linhas e áreas, neste espaço da cidade capitalista, definido como conjunto de diferentes usos da terra justapostos entre si que se encontram os principais conflitos sociais. Corrêa (1995, p. 8) ainda argumenta que “o espaço urbano é um reflexo tanto de ações que se realizam no presente como também daquelas que se realizaram no passado e que deixaram suas marcas impressas nas formas espaciais do presente”. É no espaço urbano, organizado e vivenciado pelas sociedades que estão os principais contrastes econômicos e sociais. Diversas situações envolvem os espaços urbanos, dentre eles, a alta densidade populacional, infraestrutura urbana precária e a presença de nichos populacionais instalados em localidades impróprias. O espaço urbano pontagrossense é também reflexo de um sistema desigual. Nesse sentido, se encontram grupos populacionais que permanecem à margem dos bens.

(22) 20. básicos, como água de boa qualidade, coleta de lixo, energia elétrica, rede de esgoto, acesso a educação, dentre outros. É na sociedade de classes que o acesso aos bens de serviços apresenta-se de ordem diferenciada, estando presentes de maneira adversa de acordo com os padrões econômicos. O espaço urbano, reflexo e condicionante (CORRÊA, 1995) torna-se o palco das principais desigualdades vivenciadas pelas sociedades, sendo apresentada pelos principais contrastes econômicos e sociais presentes na sociedade. Correia argumenta que “espaço urbano, especialmente o da cidade capitalista, é profundamente desigual: a desigualdade constitui-se em característica própria do espaço urbano capitalista” (CORRÊA, 1995, p. 8). O espaço urbano também é o cenário e o objeto dos conflitos sociais, estes buscando exercer o seu direito de cidadania plena, por meio do direito a cidade para todos, “eis o que é o espaço urbano fragmentado e articulado, reflexo e condicionante social, um conjunto de símbolos e campo de lutas” (CORRÊA, 1995, p. 9). Villaça (1998, p. 20) apresenta o espaço urbano conduzido por meio da localização,. estruturado fundamentalmente pelas condições de deslocamento do ser humano, seja enquanto portador da mercadoria força de trabalho - como no deslocamento casal trabalho -, seja enquanto consumidor - reprodução da força de trabalho, deslocamento casa-compras, casa-lazer, escola, etc.. A localização vai determinar a mobilidade, bem como a coesão e a segregação das classes sociais, reestruturando os espaços internos, “o urbano passa então a ser definido em termos dos efeitos particulares da intensidade das interações entre o social e o espacial, provocadas pela forma específica de articulação espacial da produção, da circulação do consumo, na formação social” (BODDY apud VILLAÇA, 1998, p. 22). O espaço urbano, como uma criação humana, aperfeiçoada pelo movimento da sociedade, é produto social em constante processo de reprodução, em determinados momentos da sociedade devido às transformações ocorridas, passa a ser um produto histórico. Carlos (2001, p. 32) argumenta que o homem é “um ser social agente da vida econômica e da produção do espaço, que tendo por base as.

(23) 21. relações sociais, realiza profundas modificações no quadro econômico-político e social”. Assim, as transformações e o desenvolvimento vão ocorrendo por meio do processo de produção, medidos a partir do trabalho e apresentados como condição inicial, sem a qual não se pode entender esse movimento (CARLOS, 2001). Parte-se da premissa que o espaço urbano deva cumprir duas funções: 1) suprir as necessidades de seus habitantes por meio do acesso aos seus equipamentos e funções; 2) imprimir modificações aos habitantes, uma vez que a vida no ambiente urbano pressupõe certos tipos de relações sociais (CORRÊA, 1995). Desta forma, o espaço urbano interage com a sociedade, e conforme as necessidades e ideologias sociais ele é transformado, resultando um processo de produção desse espaço (BEAUJEU-GARNIER, 1980; CORRÊA, 1995). No sistema capitalista, o espaço urbano é ocupado e utilizado de diferentes formas pelos diferentes grupos sociais, sendo que o direito de propriedade privada é concedido aos detentores de renda, ou seja, àqueles que podem pagar pelo direito da terra, já que esta é uma mercadoria que possui além do seu valor de uso um valor de troca, que vai ser maior ou menor devido sua localização e infraestrutura urbana. Vários são os elementos que (re)produzem o espaço urbano, como os próprios proprietários dos meios de produção, os proprietários fundiários, os promotores imobiliários, o estado e não menos importante, os grupos sociais excluídos (CORRÊA, 1995). Esses agentes desempenham ações e estratégias que vão modelando a cidade, ditando ao mercado o valor dos principais instrumentos da produção, a terra. De acordo com Corrêa (1995), os agentes produtores do espaço urbano agem de diferentes formas, podendo até ser em conjunto, mas possuem objetivos distintos. A análise urbana se realiza dentro de tal contexto como um entendimento generalizado dos processos que produzem, mantêm e reproduzem os espaços urbanos, envolvendo diversos atores na sua configuração, elevando o elemento espaço urbano como principal objeto de análise junto com as atividades do Estado (GOTTDIENER, 1997). Uma observação importante refere-se ao fato de o Estado atuar diretamente como grande consumidor de espaço e de localizações especificas, proprietário fundiário e promotor imobiliário, sem deixar de ser também um agente de regulação.

(24) 22. do uso do solo e o alvo dos chamados movimentos sociais urbanos (CORRÊA, 1995). É na produção dos agrupamentos subnormais, em terrenos públicos ou privados invadidos, que os grupos sociais excluídos tornam-se, efetivamente, agentes modeladores, produzindo seu próprio espaço mesmo que estejam marginalizados, a produção deste espaço é, antes de tudo, uma forma de resistência e, ao mesmo tempo, uma estratégia de sobrevivência (CORRÊA, 1995). A aquisição da terra para a parcela da população mais desprovida financeiramente, vai tornando-se distante, uma vez que os grandes agentes do setor imobiliário podem estar integrados direta e indiretamente, em grandes corporações que, além de outras atividades, compram, especulam, financiam, administram e produzem espaço urbano modelando a cidade, produzindo seu próprio espaço e interferindo decisivamente na localização de outros usos da terra (CORRÊA, 1995). A desigualdade econômica se apresenta de forma clara no espaço urbano, onde as pessoas ocupam áreas condizentes com os seus rendimentos. Quem possui melhor renda, consequentemente, possui melhor localização em relação ao contexto geral da cidade, e quem apresenta rendimentos menores ocupa localidades que apresentam as mais variadas deficiências em infraestrutura urbana. Mesmo não possuindo grande contingente populacional, alguns espaços não oferecem as mesmas oportunidades e benefícios a todos os seus moradores, a área central apresenta-se como principal palco das atividades comerciais, de serviços, da gestão pública e privada, destacando-se as paisagens verticalizadas, tais áreas apresentam vantagens locacionais e imóveis apresentando elevados preços para sua aquisição, entretanto Corrêa (1995, p. 68) argumenta que a “elite, a partir do momento em que se inicia o processo de centralização, começa progressivamente a abandonar suas residências centralmente localizadas, indo residir na periferia” definindo uma divisão social do espaço. As produção e reprodução do espaço urbano acontecem no geral, devido à presença de diversos fatores e não apenas carecido dos processos econômicos. Entretanto, mais especificamente, ocorre “por causa de uma articulação conjunta Estado e setor imobiliário, que forma a vanguarda das transformações espaciais” (GOTTDIENER, 1997, p. 241) configurando e modelando as cidades..

(25) 23. Os proprietários latifundiários e os agentes imobiliários contribuem para o aumento da segregação, já que eles promovem o acesso diferenciado ao solo para o uso da moradia. Para Carlos (2004, p. 121), “a segregação é a negação do urbano e da vida urbana. Esta segregação assume, no entanto, várias facetas indicando processos diferenciados, apesar de justapostos”. A desigualdade espacial da infraestrutura e serviços pode ser explicada por Santos (2000), onde este coloca que o lugar socioeconômico determina o acesso efetivo aos bens e serviços que também são distribuídos conforme a hierarquia urbana. De acordo com Singer (1982, p. 33) a “cidade capitalista não tem lugar para os pobres”, logo, o lugar dos menos favorecidos economicamente na cidade é aquela com grandes deficiências em benefícios urbanos, geralmente longe da área central, já que na grande maioria das cidades os pobres moram na periferia, mesmo existindo inúmeros casos onde a população menos favorecida habita nas áreas centrais. Têm-se casos em que a população de melhor renda habita áreas longínquas, porém em conjuntos fechados e gozando de toda infraestrutura encontrada nos centros urbanos. Gottdiener (1997) demonstra que a forma de espaço urbano não só é um produto social, mas é também seu valor. Em suma, o espaço urbano é uma construção social em todas as suas dimensões apresentando diversos valores de acordo com localização e infraestrutura presente, “assim, a transformação da sociedade deve ser feita por meio da criação consciente de novas relações sócioespaciais que vinculem a transformação da obra à transformação da vida da comunidade” (GOTTDIENER, 1997, p. 28) rompendo com o espaço urbano apenas estético. O estudo do espaço torna-se essencial, e com processos distintos que o estruturam, destacando os conflito de classes e a lógica da acumulação de capital (GOTTDIENER, 1997). A desigualdade econômica é encontrada de forma clara no espaço urbano, onde as pessoas ocupam áreas condizentes com os seus rendimentos, onde quem possui melhor renda, consequentemente, possui melhor localização em relação ao contexto geral da cidade, e quem tem renda baixa ocupa localidades que apresentam as mais variadas deficiências..

(26) 24. Mesmo as cidades que não apresentam grande contingente populacional, apresentam dificuldades no oferecimento das mesmas oportunidades e benefícios a todos os seus moradores, gerando disputas e concorrências internas, principalmente de empregos. Logo, a sociedade capitalista torna-se o lugar de ocorrência dos principais conflitos sociais (CORRÊA, 1995) tornando-se necessárias intervenções que amortize tais conflitos e contribua com o desenvolvimento..

(27) 25. 2.2 PLANEJAMENTO E GESTÃO URBANA. Várias são as formas de intervenção no espaço urbano, esta por sua vez pode ser oriunda da postura ditatorial ou de postura democrática e racional. A forma de intervir democraticamente e racionalmente sobre a realidade pode ser alcançada com a gestão e o planejamento urbano. O conceito de gestão encontra-se presente em diversos ambientes profissionais, principalmente ligados à administração de empresas (gestão empresarial), entretanto na atualidade, está sendo intensificado o uso de sua expressão, no atual contexto encontramos os termos gestão educacional, gestão ambiental, gestão urbana, gestão territorial, dentre outras (SOUZA, 2010). Para Souza (2010), o termo gestão é corretamente empregado, uma vez que o conceito de planejamento foi vastamente desacreditado e diversas vezes associado com as práticas nocivas e autoritárias da crise do planejamento urbano e regional. O autor ainda argumenta que para alguns analistas influenciados pelas criticas marxistas dos anos 70, o termo planejamento deveria ser substituído por outro termo, inclusive o de gestão, entretanto,. a substituição de planejamento por gestão baseia-se em uma incompreensão da natureza dos termos envolvidos. Planejamento e gestão não são termos intercambiáveis, por possuírem referenciais temporais distintos e, por tabela, por se referirem a diferentes tipos de atividade. (SOUZA, 2010 p. 47).. O planejamento é artifício que nos possibilita elaborar conjuntos de ações orientadas sobre uma estrutura espacial em diversas escalas, regional, municipal, nacional e internacional, tendo como objetivo alcançar um cenário desejável. No contexto de planejamento urbano destaca-se Souza, (2001, 2003, 2006, 2008) com diversas discussões envolvendo o planejamento. Para o Souza (2010, p. 46),. planejar sempre remete ao futuro: planejar significa tentar prever a evolução de um fenômeno ou, para dizê-lo de modo menos comprometido com o pensamento convencional, tentar simular os desdobramentos de um processo, com o objetivo de melhor precaver-se contra prováveis problemas ou, inversamente, com o fito de melhor tirar partido de prováveis benefícios..

(28) 26. O Planejamento urbano é apresentando por Ferrari (1986, p. 3) como,. um método de aplicação contínuo e permanente, destinado a resolver racionalmente os problemas que afetam uma sociedade situada em determinado espaço, em determinada época, através de uma previsão ordenada capaz de antecipar suas ulteriores consequências.. Analisando esses dois conceitos, percebe-se que ambos têm a preocupação com o futuro, seja antecipando ou prevendo ações para alcançar um intuito, este que pode ser de uma cidade mais justa e mais organizada. O planejamento deve ser pensado e repensado de maneira contínua, buscando atender as ações necessárias para o futuro, atualizando e reelaborando suas ações. O planejamento é algo que não pode ser abandonado, não utilizar seria incompatível com a vida social organizada e negligenciar a importância do planejamento alegando que é impossível predizer o futuro, configura-se como irresponsabilidade e falta de comprometimento dos atores envolvidos com as ações transformadoras (SOUZA, 2010). O conceito de gestão por sua vez, possui referenciais temporais distintos e refere-se a diferentes tipos de atividades. Souza (2001, p. 46) argumenta que “gestão remete ao presente: gerir significa administrar uma situação dentro dos marcos dos recursos presentemente disponíveis e tendo em vista as necessidades imediatas”. Gestão aparece descrito por Buarque (1999, p. 60) como,. sistema institucional e a arquitetura organizacional adequada e necessária para implementar a estratégia e plano de desenvolvimento local e municipal, mobilizando e articulando os atores e agentes, com seus diversos instrumentos, e assegurando a participação da sociedade no processo.. A gestão deve ser compatível com a concepção e os princípios de planejamento apresentando opções estratégicas que ressalte a participação da sociedade descentralizando o processo de decisão e execução das diversas ações (BUARQUE, 1999). Analisando o conceito de gestão e planejamento, encontra-se nítida diferença entre os conceitos, Silva (2001) argumenta que o planejamento é a.

(29) 27. preparação para a gestão futura, buscando-se evitar ou minimizar problemas e ampliar margens de manobra e gestão configura-se na efetivação, ao menos em parte (pois o imprevisível e o indeterminado estão sempre presentes), das condições que o planejamento feito no passado ajudou a construir. Souza (2001, p. 46) ainda ressalta que, “longe de serem concorrentes ou intercambiáveis planejamento e gestão são distintos e complementares”. Sendo assim, planejamento e gestão são dois conceitos diferentes, mas não indissociáveis, e sim complementares, tornando-se essenciais para adequação dos espaços urbanos, bem como para redução das desigualdades sociais. Neste sentido, deve haver maior comprometimento do Estado com as classes sociais menos favorecidas, para que suas ações estejam pautadas no planejamento e gestão que almeje a promoção do desenvolvimento com transformação social, não baseada apenas na racionalidade técnica guiada por critérios econômicos (VASCONCELLOS, 2001). A superação de problemas ligados a fatores da injustiça social e melhoria das qualidades de vida, são alvos do planejamento e da gestão e ambos deveriam ser visualizados como pertencentes das estratégias de desenvolvimento nacional e regional (SOUZA, 2010). O planejamento e gestão que não contempla as questões sociais aprofundam ainda mais as desigualdades, gerando o que Villaça (1998) interpretou como a existência de duas cidades no mesmo espaço: a dos segregados involuntariamente e a dos auto-segregados, ou seja, uma desigualdade social e espacial presente ao mesmo tempo. A questão estudada envolve a necessidade de ir além das armadilhas ideológicas de equiparar a análise urbana a investigações econômicas detalhadas, ao especificar, de um lado, a articulação entre o sistema de organização social em sua totalidade e, de outro, a organização do espaço (GOTTDIENER, 1997) representada pelos espaços de vulnerabilidade presentes no urbano.. 2.3 O ESPAÇO URBANO PONTAGROSSENSE E A SUA CONFIGURAÇÃO DEMOGRÁFICA. O espaço urbano de Ponta Grossa, compreendido como resultado das determinações do momento histórico, refletido na organização da sociedade,.

(30) 28. mutável, é elemento importante para compreender as dinâmicas do espaço. Como elemento historicamente construído, relaciona-se ao desenvolvimento geral das relações sociais, de forças produtivas e de cultura vigentes numa determinada época (CARLOS, 2001). Para compreender o espaço atual, necessário se faz traçar um paralelo com a ocupação e fundação do município. A partir do século XVI que Ponta Grossa teve seu território percorrido, sendo cruzada por expedições espanholas que saíam do litoral catarinense com destino a cidade de Assunção, no Paraguai. Sua ocupação e posse ocorreram a partir de 1800, tendo como primeiros povoadores fazendeiros de São Paulo integrantes da família de Pedro Taques de Almeida, que se beneficiaram da doação das sesmarias na região dos Campos Gerais (CHAMMA, 1998). Outras famílias paulistas também se interessaram em adquirir essas terras principalmente devido à presença, na região, de campos naturais adequados para uso como pastagens e por suas belezas intrínsecas. Outros contribuintes na ocupação de Ponta Grossa foram os tropeiros, já que estes aos poucos foram formando vilas ao redor do chamado Caminho das Tropas, percurso que se iniciava no Rio Grande do Sul, passava por São Paulo e terminava em Minas Gerais (FERREIRA, 1996; LÖWEN, 1990). Pode-se dizer que as características atuais do espaço urbano do município estão atreladas a esse processo aleatório de ocupação desse território. Já no final do século XIX, Ponta Grossa apresentava comércio desenvolvido e boa infraestrutura, porém, desde o início, seu planejamento urbano e uso da terra foram inadequados e apenas com o advento da ferrovia é que houve a articulação do traçado urbano, antes disso, o traçado das ruas da cidade era baseado em seus lugares de chegada, e foi entre 1930 e 1950, a partir das reformas urbanas, que Ponta Grossa ganhou aparência de cidade moderna (CHAVES et al., 2001). Mesmo com as reformas e as tentativas de melhorias do século XX, a cidade continua com muitos problemas já que o processo de urbanização no espaço pontagrossense não ocorre de forma organizada e consciente, e seu processo de planejamento não leva em consideração o interesse da maior parcela da população (LÖWEN, 1990). Mas este não é problema atual, e sim produto social resultante de ações que foram acumuladas com o tempo, engendradas por agentes que produzem e consomem o espaço (CORRÊA, 1995)..

(31) 29. Atualmente, Ponta Grossa, representada pela figura 1, é considerada cidade de médio porte, exercendo grande influência no Estado do Paraná. Tem características de cidade moderna, apresentando economia em expansão e a oferta de serviços diversificados, exibindo complexidade política e social crescente e atrativa (PRANDEL, 2001). A figura 1 apresenta o município de Ponta Grossa, em relação aos seus municípios vizinhos, ao Estado do Paraná e ao Brasil.. Figura 1 – Cartograma de localização do Município e da área urbana de Ponta Grossa, Estado do Paraná. Fonte: IBGE (2010). Org.: SILVA, A. C. (2012).. O município de Ponta Grossa apresenta área territorial de 2.026 km². Segundo o censo IBGE 2010, possui população de 311.611 habitantes, apresentando densidade demográfica de 153,8 habitantes/km² e taxa de crescimento de 1,31%, elementos que destacam como a principal cidade dos Campos Gerais e entre os principais municípios do Estado do Paraná. A figura 2.

(32) 30. apresenta a evolução demográfica de Ponta Grossa (1940-2010) sendo que no eixo vertical exibe-se o número de habitantes e no eixo horizontal os respectivos anos.. Figura 2 – Evolução demográfica do Município de Ponta Grossa (1940-2010) 400.000 300.000 200.000 100.000 0 1940. 1950. 1960. 1970. 1980. 1991. 2000. 2010. POPULAÇÃO URBANA Fonte: Ditzel e Sahr (2001); IBGE (2010). Org.: SILVA, A. C. (2012).. Como visto na figura 2, a série de Censos realizados pelo IBGE mostra que, a população pontagrossense teve sucessivos aumentos em seu contingente populacional, com crescimento substancial, quando comparada aos dados de 1940, onde apresentava aproximadamente 29 mil habitantes em seu espaço urbano. O grande salto populacional acontece no período compreendido entre 1970 a 1991, onde a população duplica-se, chegando à marca de 200 mil habitantes. Entre 1991 e 2010 o crescimento é expressivo, ultrapassando a marca de 300 mil habitantes. Entre o número de habitantes do espaço urbano, destacam-se os bairros de Uvaranas e Contorno, os quais apresentam o maior número de habitantes, cerca de 44.450 e 28.435, respectivamente. Já Vila Ildemira e Estrela, contém os menores valores, 5.417 e 7.548 concomitantemente. A figura 3 apresenta como está distribuído o número de habitantes presentes nos bairros de Ponta Grossa de acordo com os dados do censo IBGE 2010. No eixo vertical estão apresentados os números de habitantes e na horizontal o nome dos bairros..

(33) 31. Figura 3 – Número de habitantes por bairro (Ponta Grossa, Paraná). Vila Ildemira. 5417. Uvaranas. 44450. Ronda. 9229. Orfãs. 13107. Olarias. 8545. Oficinas. 20414. Nova Rússia. 19656. Neves. 22000. Jardim Carvalho. 22393. Estrela. 7548. Contorno. 28386. Colônia Dona Luiz. 16639. Chapada. 23166. Centro. 12325. Cara Cará. 24779. Boa Vista. 25179 0. 10.000. 20.000. 30.000. 40.000. 50.000. Fonte: IBGE (2010). Org.: SILVA, A. C. (2012).. A população pontagrossense encontra-se distribuída de forma irregular no espaço urbano, apresentando áreas com alta densidade demográfica e outras com baixas densidades que vão influenciar diretamente nas condições de vida da população, uma vez que quanto mais densa a área, maior as dificuldades para acessibilidade urbana, circulação do ar e acesso aos pontos de insolação (IBGE, 2010). A figura 4 apresenta como se encontra distribuída a densidade demográfica da população urbana de Ponta Grossa. As maiores densidades representadas pelo tom vermelho escuro na estão presentes principalmente nos setores censitários do bairro Centro e suas intermediações. Encontramos setores nos bairros Contorno, Neves e Colônia Dona Luiza que estão afastados do Centro e apresentam as maiores densidades demográficas, estas, fazem parte em sua maioria das novas residências populares e de novos loteamentos que apresentam preço mais acessível para sua aquisição, entretanto a instalação de novos núcleos urbanos em áreas longínquas encarece a chegada da infraestrutura urbana. Nas proximidades do.

(34) 32. bairro Centro também encontramos setores com baixas densidades demográficas, estes espaços aptos e próximos à infraestrutura urbana em muitos momentos estão serviço da especulação imobiliária. Os bairros Chapada e Cará-Cará apresentam as menores densidades demográficas na maioria dos setores censitários, assim como o grande número de setores que estão distantes do bairro Centro.. Figura 4 – Densidade demográfica por setor censitário. Fonte: Censo IBGE (2010); Org.: SILVA, A. C. (2013).. A distribuição das crianças no espaço urbano, não ocorre de maneira uniforme, e apresenta a característica marcante da ausência de crianças no bairro Centro e o número crescente de crianças ao distanciar-se do bairro Centro. A figura 5 apresenta o número de crianças residentes em idade entre 0 e 4 anos por setor censitário no espaço urbano pontagrossense. Analisando o cartograma, percebe-se que, os setores do bairro Centro, apresenta pequeno número de crianças residentes, todos os setores do bairro apresentam menos que 52 crianças, estão representadas pela cor verde de menor intensidade. Os bairros Jardim Carvalho, Boa Vista e.

(35) 33. Contorno nos setores mais longínquos da área central apresentam setores com elevada quantidade de crianças entre 0 e 4 anos, estes representados pela cor verde de maior intensidade.. Figura 5 – Número de crianças até 4 anos de idade por setor censitário. Fonte: Censo IBGE (2010); Org.: SILVA, A. C. (2013).. Seguindo a tendência nacional, a população idosa pontagrossense vem aumentando significativamente, e não pode deixar de ser incluída nas principais ações quando envolve o pensamento do espaço urbano. A distribuição da população com 60 anos ou mais de idade, representada na figura 6 mostra que os idosos se concentram principalmente no bairro Centro e ao seu entorno diferenciando-se das características da espacialização das crianças, visto anteriormente. O Centro apresenta o segundo maior número de idosos contando com mais de 2.648 residentes acima de 60 anos representando 21 % do total da população do bairro, perdendo apenas para o bairro Uvaranas, que se encontra 4.904 idosos, representando 11% do total da população presente..

(36) 34. Figura 6 – Número pessoas residentes com 60 anos ou mais de idade por setor censitário. Fonte: Censo IBGE (2010); Org.: SILVA, A. C. (2013).. Exibindo a estrutura populacional mediante cartograma, a figura 7 apresenta como está distribuída a razão entre o número de homens e o número de mulheres de Ponta Grossa – PR. O cartograma apresenta o número superior de setores censitários com maior número de mulheres em relação ao número de homens. Em todos os setores do bairro Centro, Órfãs e Estrela apresentam como característica o número superior de mulheres em relação ao número de homens. Destaca-se o bairro Centro, com expressivo número de setores apresentando menos de 70 homens para cada 100 mulheres, representado na tonalidade vermelha mais escura na figura 7. Também se encontra a superioridade da razão entre o número de homens em relação ao de mulheres nos setores mais distantes do bairro Centro, estes representados pela cor rosa claro..

(37) 35. Figura 7 – Cartograma com a razão entre o número de homens e o número de mulheres em Ponta Grossa – PR. Fonte: Censo IBGE (2010); Org.: SILVA, A. C. (2010).. Por meio da pirâmide etária (figura 8), observa-se o predomínio crescente das mulheres em relação ao número de homens de 30 anos ou mais. A base da pirâmide constituída por crianças e adolescentes (0 a 14 anos), apresenta número reduzido comparado com o número de jovens e adultos, mostrando o novo contexto apresentado pela população pontagrossense..

(38) 36. Figura 8 – Pirâmide etária da população urbana 80 anos ou mais 70 a 74 anos 60 a 64 anos 50 a 54 anos 40 a 44 anos. Mulheres. 30 a 34 anos. Homens. 20 a 24 anos 10 a 14 anos 0 a 4 anos 15.000. 10.000. 5.000. 0. 5.000. 10.000. 15.000. Fonte: Censo, IBGE 2010. Org.: SILVA, A. C. (2012).. Também se observa na figura 8, que a pirâmide etária apresenta significativo número de mulheres idosas em relação ao número de homens idosos, seguindo a tendência nacional do número superior de mulheres adultas em relação ao número de homens adultos..

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