• Nenhum resultado encontrado

Os sistemas de planejamento e controle da produção das indústrias de confecções do estado do Ceará :: estudo de múltiplos casos

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Os sistemas de planejamento e controle da produção das indústrias de confecções do estado do Ceará :: estudo de múltiplos casos"

Copied!
191
0
0

Texto

(1)

Sérgio José Barbosa Elias

Os Sistemas de Planejamento e Controle da

Produção das Indústrias de Confecções do Estado do

Ceará - Estudo de Múltiplos Casos

D issertação Subm etida à U niversidade Federal de Santa

C atarina para a O btenção do Grau de M estre em E ng en h aria

(2)

Os Sistemas de Planejamento e Controle da

Produção das Indústrias de Confecções do Estado do

Ceará - Estudo De Múltiplos Casos

Esta dissertação foi julgada adequada para obtenção do Título de

Mestre em Engenharia

E s p e c i a l i d a d e em E n g e n h a r i a de P r o d u ç ã o e ap ro v ad a na sua forma final pelo P r o g r a m a de P ó s - g r a d u a ç ã o em E n g e n h a r i a de P r od uçã o.

C oor denador do Curso:

Banca exam inadora:

Prof. Dá lv io Fe rrari Tubino, Dr O ri en ta d or

(3)

G o s ta ri a de ex p r e ss a r meus ag ra de cim en to s:

• Ao prof. D álv io Ferrari Tubino, a quem aprendi a ad m ira r, pela

or ie nt a çã o pr ec is a e d e d ic aç ão no d es e n v o lv im e n t o desta di ss ertação.

• Às U n i v e r s i d a d e s Federal do Cea rá e Feder al de Santa Ca tar in a, pelo p r o g ra m a de m es t r ad o in te ri ns t i t u ci o na l firmado.

• Aos p r o fe s so r e s O s m ar P o ss am ai e Paulo M au rí ci o Selig, que ajuda ra m a v i a b i l i z a r este m es tr ad o in ter in st it u cio na l.

• As em pr es as que p ar t ic ip a ra m des ta pes qu isa, que p o s s i b il i t a r a m a coleta de dados.

• A t odo s os amigos, que eu não sab eri a di zer os nomes, sob pen a de co m et er inj ustiça s, pela ajuda, c o m p a n h e i r i s m o e i nce nt iv o ao longo do curso de mestrado.

• Aos meus pais, por ter em pr op ic ia d o o meu aces so ao mundo do

c on he ci m en to .

• À minha mulher, Sônia, e aos meus filhos V ic to r e Vivian, por

s up o rta re m e co m p r e e n d e re m os vários m o m en to s que dei xam os de pas sar j u n t o s por estar ded icado ao curso e à dissertação.

• Ag ra d eço p r in c ip a lm e n t e a Deus , sempre p re se n te ao meu lado, por t udo de bom que Ele me pr oporciona.

(4)

R E S U M O

E s ta d is s er ta çã o ap r e se n t a uma an áli se dos Sistemas de P l a n e j a m e n t o e Co nt ro le da P r o d u ç ã o ut il iz ad o s pelas i n d ús tr ia s de c on f ec çõ es sed iad as no Ceará, que é uma das mais r e p re s e n t a ti v a s do Estado. I n ic ia lm e n te é feita a c a r a c te r iz a ç ã o do setor, m ost ra nd o sua im p o rt ân ci a e p r ob le m a s en f re n t a d o s e depois é r ea li za da uma pe s qu is a b i b l i o g r á f i c a a b o r d an do o PCP e os fa tores de maior re le v ân ci a para a in d ús tr ia de con fe cçõ es . É u t i li za do para este

tra balho o estu do de casos múltiplos, e n v ol v en do cinco em pr esa s

sed iad as no Cea rá nos portes pequeno, médio e gra nde , tendo sido usado um q ue s ti o n á r io para a ob te nç ão das infor maç ões . Os dados ob tidos são ap r e se n ta d o s e an ali sa do s i n d i v i d u a l m e n t e e depois no seu con junto. Es sa d is s er ta çã o serve como um r ef er en ci al t eór ic o sobre o assu nt o e tam bém como i n d ic at iv o das ações a serem to m a d a s no sentido da m elh o ria dos Sistemas de P l a n e j a m e n t o e Contr ole da P r o d uç ão das ind úst ri as de confecções.

(5)

This d is s e r ta ti o n pr es en ts an an aly sis o f the Systems o f P r o d u c ti o n P l an ni n g and Con tr ol used by the apparel i n du st r ie s lo cated in the state o f Ceará, r e p re s e n t i n g one o f the most i m por ta nt sectors o f the local econo my . In iti all y it is c h a r a c t e r iz e d the sector, showing its econ om ic im p o rt a n c e and the p r ob lem s faced. F o l lo w in g, it is r eal iz ed a b i b l i o g ra p h ic re se ar ch over the th em e PPC and the most re levant points in the apparel industry. It is used a mu lt ip le case study in v ol v in g five c o m p a n i e s lo cat ed in Ceará, with small, medium and large sizes, c o ll e c t i n g data with the aid o f a q u es tio n na ir e. All re sults we re an aly zed and pr es en ts in a indiv idu al and col le ct iv e form. This d is s er ta ti o n serves as a theor etic al re fe r en ce abou t the subject as well as an in d i ca t i o n to the action s that should be ta ke n in o rd er to improve the Systems o f P r o d u c ti o n P l a n n i n g and Contr ol o f the apparel industries.

(6)

S U M Á R I O

R E S U M O ... ... iv A B S T R A C T ... v LIS TA DE F I G U R A S ... ... ix LIS TA DE T A B E L A S ... x SIGLAS U T IL IZ A D A S NO T R A B A L H O ... xi CA PÍT ULO 1 - I N T R O D U Ç Ã O ...1 1.1. Origem de t r a b a l h o ... ...1 1.2. I mp or tâ nc ia do setor de c o n f e c ç õ e s ... ... 2 1.3. O b j e t i v o s ...5 1.3.1. Objetivo g e r a l ... ...5 1.3.2. Ob je ti vo s e s p e c í f i c o s ... ... 5 1.4. L i m i t a ç õ e s do t r a b a l h o ... ... 6 1.5. E s t r u t u r a do t r a b a l h o ... 7 C A P Í T U L O 2- O P L A N E J A M E N T O E C O N T R O L E DA PRO-D U Ç Ã O ( P C P ) E A I N PRO-D Ú S T R I A PRO-DE C O N F E C Ç Õ E S ... ... 9 2.1. Co n s i d er a çõ es inici ai s sobre P C P ... ...9

2.2. Funçõ es de longo prazo do P C P ... 12

2.3. Funç ões de m édio p r a z o ... ... 13

2.4. Funç ões de curto p r a z o ... ... 14

2.4.1. Ges tão dos e s t o q u e s ...15

2.4.2. MRP II e E R P ...18

2.4.3. Seqü en ci am en to de ordens de f a b r i c a ç ã o ... ... 21

(7)

2.4.5. O sistema k a n b a n ... 25

2.4.6. Sistemas hí bri dos de P C P ... 26

2.5. A ind úst ri a de c o n f e c ç õ e s ... 27

2.6. Estado da arte do pla ne ja m en to e controle da pr odução... 32

2.6.1. O papel do PCP e a es traté gia de p r o d u ç ã o ... 32

2.6.2. Os sistemas integ rado s de p r o d u ç ã o ... 35

2.6.3. O pla ne ja m en to agregado da p r o d u ç ã o ... 37 2.6.4. As f un çõe s de cur to p r a z o ... 38 2.6.5 J IT / K a n b a n ... 43 2.6.6 Si stemas h í b r i d o s ... 46 2.6.7 A co m p a n h a m e n t o e controle da p r o d u ç ã o ... 49 2.6.8 C o n s id e ra ç õ e s ac er ca da p es q u is a b i b l i o g rá f i c a r e a l i z a d a 52 C A P Í T U L O 3 - M E T O D O L O G I A U T I L I Z A D A ... 53 3.1. M éto d o de p e s q u i s a ... 53 3.2. O in str um en to da p e s q u i s a ... 55

3.3. Núm er o de empr esas pe s q u is ad as e critério de escolha. .. 55

3.4. O ques tionári o de p e s q u i s a ... 56 C A PÍ TU LO 4 - AP LI CA ÇÃ O DOS QU ES TI O N Á RI O S E R E ­ SULTADOS O B T I D O S ... 61 4.1. As em pr es as p e s q u i s a d a s ... 61 4.1.1. Empr es a 1... ... 62 4.1.1.1. I n fo r m a ç õ e s o b t i d a s ... 62

4.1.1.2. An áli se dos dados e d i ag nó st ic o da em pr es a 1... 68

4.1.2...Em pr es a 2 ... 72

4.1.2.1. I n fo r m aç õ es o b t i d a s ... 72

4.1.2.2. An ál ise dos dados e dia g nó sti co da em p re sa 2 ... 77

4.1.3. Em pr es a 3 ... 79

4.1.3.1. I n fo r m a ç õ e s o b t i d a s ... 79

4.1.3.2. An áli se dos dados e d ia g n ós ti co da em p re sa 3 ... 86

4.1.4. E m pr es a 4 ... 88

4.1.4.1. I n fo r m aç õ es o b t i d a s ... 88

(8)

4.1.5. E m p r e s a 5 ... 97

4.1.5.1. I n fo r m aç õ es o b t i d a s ... 97

4.1.5.2. An áli se dos dados e di ag n ó st i co da em p r es a 5 ... 102

4.1.6. An álise c r u z a d a . ... 105

CA PÍ TU LO 5 - CO N CL U S Õ ES E R E C O M E N D A Ç Õ E S ... 113

5.1. Co n cl us õe s acer ca dos s is tem as de PCP u t i l i z a d o s pelas in d ú str ias de c o n f e c ç õ e s ... 113

5.2. R e c o m e n d a ç õ e s para t ra b a l h o s f u t u r o s ... 116

R E F E R Ê N C IA S B I B L I O G R Á F I C A S ... 119

B I B L I O G R A F I A ... 127

(9)

L I S T A DE F I G U R A S

F ig ur a N° 2.1 - Es qu em a geral do MRP I I ... 19

F i g u ra N° 2.2 - E s t r u t u r a concei tu ai dos sist em as ERP, e sua

e vol uçã o desde o M R P ... 21

F ig ur a N° 2.3 - F l u x o g r a m a de pr od u çã o de uma c a m i s a ... 29

F ig u ra N° 2.4 - E s q u em a bás ico da cadeia têxtil com d es ta que

para a c o n f e c ç ã o ... 31

F i g u r a N° 3.1 - D i a g r a m a da met o d ol o gi a p r o p o s t a para o d ia gn ó st ic o do sistema de PCP ut il i za do pelas em pr esa s de

(10)

L I S T A DE T A B E L A S

Ta bela No. 4.1 - P rin ci pa is i n fo r m a ç õ e s obt id as a respeito dos Sistemas de PCP a d o t a d o s pelas cinco em pr esa s p e s ­

(11)

S I G L A S U T I L I Z A D A S N O T R A B A L H O

AB R A V E S T - A s so ci aç ão B r a s il e i r a do Ves tuár io

BN DES - Ba n co Na ci o na l de D e s e n v o l v i m e n t o E c on ô m ic o e Social CAD - P r o je t o A ss is tid o por C o m p u t a d o r

CAE - E n g e n h a r i a A u x i l i a d a por C o m p u ta d o r CAM - M a n u f a t u r a A u x i l i ad a por C o m p u t a d o r

CAPP - P l a n e j a m e n t o do Proc ess o Au x il iad o por C o m p u t a d o r CIM - M a n u f a t u r a In te g ra d a por C o m p u t a d o r CRP - P l a n e j a m e n t o de C a pa ci d ad e de Cur to Prazo ER P - P l a n e j a m e n t o dos Re c ur s o s da C o r p o r a ç ã o FIM - F á b r ic a I n t e g r a d a M od elo FKS - Si ste m a K a n b a n Flexível ICR - í n d i c e Crítico IEM I - I n s ti tu to de E s tu do s e M ar ke ti ng Indu str ia l IFA - í n d i c e de Falta IFO - í n d i c e de Folga IPI - ín d i c e de P r io r i d a d e JIT - J u s t - in - Time MD E - M e n o r Dat a de E n tr eg a MPS - P l a n e j a m e n t o - m e s t r e da Pr o d uç ão MRP - P l a n e j a m e n t o das N e c e s s id a d e s de Ma terial MRP II - P l a n e j a m e n t o dos Rec ursos de M an u fa t u r a

MRP III - P l a n e ja m e n t o dos Re c ur s o s de M a n u fa t u r a int eg ra do com o J u s t - in - Time

OPT - T e c n o l o g ia da P r od u çã o Oti m iz ada PCP - P l a n e ja m e n t o e Contr ole da P r od u çã o P D C A - P la n ej ar , Fazer, Checar, Agir

PEPS - P r im ei r o que En tr a Pr im ei ro que Sai

PPCP - P l a n e j a m e n to P r o g ra m a ç ã o e Co ntr ole da P r o d uç ão RCCP - P l a n e j a m e n to da C a pa ci d ad e de Médio Prazo

(12)

SFC - Co n t r o l e de F áb ric a

SISPEP - Si m u lad or de P l a n e j a m e n t o E s tr a té g ic o da P r o du çã o SKI - Sist em a K a n b a n I n f o r m a ti z a d o

TAV - Tax a de V al or A gr eg ad o TKS - Sist ema K a n b a n Tra di ci on al TQC - C o nt ro le da Q u a li d a d e Total

(13)

I N T R O D U Ç Ã O

1.1. Origem do trabalho

A i nd ú st r i a de c o nf ec çõ es do E s ta d o do Ceará j á foi c o n s id e ra d a uma das mais re p re s e n t a ti v a s, ten d o sido c l as si f ic ad a como o segu nd o maior polo de c o nf ec çõ es do nosso país. De ac or do com O L I V E I R A & R I B E IR O (1996), as r eg i õ es Sul e Sude ste con ce n tr am hoje g r an d e parte da p r o du çã o , re sp o n d en d o por 87% dos co nf e c c i o n a d o s têxteis. Ain da segundo o mesmo i nfo rm e, os Es ta d os de São Pau lo e Santa C at ar in a são os que mais se des ta ca m , sendo que o Ceará possui forte r e p re s e n t a ti v id a d e , sendo des sa form a um s eg me nto r e p r e s e n t a ti v o neste Estado. E n tr et an to , mais r ec en t em en t e, os em pr es ár io s ce ar en se s q ue i x a m - se do d es e m p e n h o do setor, ten do sido possível o b s e rv a r -s e o en ce r ra m e n to das a t iv id ad es de g ra n de s empr esas do ramo de con fe cç õ es no Ceará.

A i nd ú st r i a de c o n f ec çõ es possui t i p i c a m e n t e um proce ss o pro du tivo po r lotes, c a r a c t e r iz a n d o -s e como uma p ro d u ç ã o do tipo inte rm it en te re petitiv a. Assim sendo, o sistema de P l a n e ja m e n t o e Controle da P r o d u ç ã o (PCP) esco lhido contr ibui f o rt e m e n t e para um des em p en ho fav orável ou de s fav or áve l da o r g an iz aç ão , tra ze nd o à tona

(14)

a qu estão de qual modelo de PCP deve ser a d o t a d o para que possa con t r ib u i r para a maior c o m p e ti t i v i d a d e da empresa.

Te m-s e not ícia que a lg u m as em p r es as f ab ric an te s de rou pas i ns tal ada s no Cea rá pa s sa r am a fazer uso de alguns mo delos mais mo d er no s de PCP, mas não há ne nh um re gi str o nem an áli se de como estes mode lo s r ea lm en t e fu n ci on am e o que ef e ti v a m e n t e vem sendo us ado em te r mo s de PCP. Quais t éc n ic as são usad as? Quais os r efl ex o s des sas té c n i c a s no des em p en ho p ro du tiv o? Quais os p ro ble ma s r e la tiv o s ao PCP que essas em p r e sa s enf rentam?

1.2. Importância do setor de confecções

O se tor de co nf ecç ões possui g r an de im p o rt ân ci a sob o pon to de vist a social, ten d o em vist a que sua p a r t ic ip a ç ã o é re le v an te na of ert a de em p r eg o s in d u str ia is, sendo o maior em p r e g a d o r da cadeia têxtil. Com re laç ão aos as pec tos te cn ol óg ic o s, o ciclo de pr od uçã o da r o u pa é co n s ti tu íd o das se g ui nt es etap as básicas: design, co n f ec çã o de moldes, g r a d e a m e n to , el ab or açã o do encaixe, co rt e e costu ra , sendo que a c o s tu r a é a principal eta pa do pro ces so , c a b en do - l h e cerca de 80% do tra ba lh o prod utivo . Es te fato contribui para a maior d i fi cu l da de de au to m aç ão , p os su in do assim po u co s ava nço s neste campo. P or outro, lada,^v.êm sendo o bs erv ado s algun s av an ço s na área o rg an iz ac io n al , em te r m o s de Bras il, com a adoç ão, por exemplo do sistema j u s t in time ( O L I V E I R A & RI BE IR O, 1996).

E n t r e t a n to , pouca s são as empr esa s que p os sue m esse pat am ar o r g an iz ac i o n al superior, hav endo “um g r an d e núm er o de empr esa s de fa sa da s, que c o m p e te m via custo de m ã o - d e -o b r a ou t er ce i ri za çã o , um m e ca n is mo g e r al m en te us ado em b u s ca de gan ho s de p r od u tiv id ad e, mas, que no Brasil, vem se co n f u n d i n d o com redução de custos através da i n f o r m a t i z a ç ã o ” ( O L I V E I R A & R IB E IR O, 1996, p .2).

(15)

Em te r m o s de f at u ra m en t o o s egm en to de con fe cç õe s é ba s ta n te r e p re s e n t a t i v o na co m p o si çã o do PIB b rasileir o, tendo apr es en ta d o um fa t u ra m e n to da ordem de US$ 23 bi lhões em 1995 (IEMI apud B O L E T I M B N D ES , 1996). Ainda em nível de Brasil, vem sendo o b s e rv a d a uma qu ed a nas ex p o r ta ç õ e s de c o n f e c c io n a d o s e um aum ent o ac en tu ad o nas i m p o rt a ç õ e s que p as sar am de US$ 39 .4 9 8 .0 00 em 1992 par a US$ 34 9 .3 9 2 .0 0 0 em 1996 (G O R IN I & SI QUE IRA , 1997). Est es núm er os r ef le te m o im pac to gerado no setor pela ab er t u ra de nossa ec on om ia , o que tem levado os em p re sár io s n aci o na is do s et or têxtil a r e c l a m a re m da co n c o r rê n c ia desleal dos p r od ut os asiáticos, o que t er ia a ca r re ta d o a de m is s ão de 500 mil t r a b a l h a d o r e s em 1995 ( O L I V E I R A & R I B E IR O , 1996). Além disso, pr od u çã o física de ar tig os de ve s tu á ri o caiu 7,7% entr e 1995 e 1996 (G O R IN I &

SIQU EIRA, 1997).

No caso es pec ífi co do Ceará, os últim os dados d is p on ív ei s que c o n s ta m no Plano de E x p a n sã o e M o d e rn iz a ç ã o da I n d ú s t r ia de C o nf ec çõ es do Cea rá (1994) ap ont am uma que d a sig ni fi ca ti va da p a r tic ip a çã o da I nd ú st ria de C o nf ec çõ es em re la çã o ao seg men to in dustrial que p as sou de 16,39% em 1990 para 8,51% em 1993. Nes te mesmo pe r ío d o a p ar ti c ip a ç ã o do s egm en to em re la ç ã o à arre ca da çã o em todo o E s ta do do Ceará passou de 5,53% para 3,44%. Esta mesma análise c o n s id e r a que a in d ú st ri a de co n f e c ç õ e s faz parte de um com plexo p ro du ti v o de extr em a im po rt ân ci a para o E st ado do Ceará.

O Anuá rio do Ceará (S A M P A I O , 1996/97) a p r es en ta o Ceará como o segundo polo têxtil do país, sendo o segundo maior co ns u m id o r de alg odã o do Brasil com uma p r o d u çã o de 130 mil tonel ada s de fios e tec id os e o ter ce iro m aio r p r o d u to r de confecções. E n t r et an to , “ Q u a n to ao s eto r de co n fecções, 1996 não lhe m o tivo u r a z õ e s p a r a co m em o ra çã o. N ele o co rreu um a q u ed a de 40 a 50% na p r o d u ç ã o de p e ç a s ” (S A M P A I O , 1996, p . 63 1)

Já o Bole ti m Co n ju n tu ra l do N o r d e s te do Brasil (1996) destac a o declínio da in dú str ia regional r ef er en t es aos gê ner os de

(16)

ves tuá rio e ca lç ad o s de - 1 0 , 4 0 % , de 1994 a 1995, e de j a n e i r o a maio 96/95 de - 2 1 , 5 0 % .

O L IV E IR A & R I B E IR O (1996) co nc lu em que o se tor de ve s tu á ri o n ec es sit a pa s sa r por uma r e e st r u t u ra ç ã o , apo nt an d o dentre outra s medid as a im p l an t aç ão de moder nas t é cn ic as o r g a n i z a c i o n a i s p r in c ip a lm e n t e que e n v ol v am o pr oce ss o pr od u ti v o e con tr ole

gerencial. Da mesma forma, G O R IN I & S I Q U E I R A (1997) ao

an ali sa rem o co mp lex o têxti l b ra si le ir o afirm am que o se gm e n to de co n f e c ç õ e s a p r e s e n t a r e du zi do s i n v e s ti m e n t o s em té c n i c a s m od er nas de gestão.

A i m p o r t â n c ia que o seg men to têxtil r e p re s e n t a para o Brasil e a situ aç ã o enfre nt ada , en s ej ar am o es ta b e l e c i m e n t o por par te do BN DES em 2 0/ 05 /1 99 6 do P r o g ra m a de Apoio ao Setor Têxtil, o que p r o c u r a p o s si b i l i t a r a r e e s t r u t u r a ç ã o das em pr esa s na ci on ai s, do ta n d o - as de maior p o de r de c o m p e t i t i v i d a d e (G OR IN I & SI QU EI RA ,

1997).

As in dú st r ia s de c o n f ec çõ es a pr es en t ar am algun s av an ço s nas fases de d es enh o e corte, n ot ad am en t e com a u ti li za çã o do CAD ( C o m p u ter A i d e d D e sig n ). E n t r et an to , os entraves na fase de co s tu ra têm levado os paí ses i n d u s t r ia l i z a d o s a b us ca r ou tra s es tra té gi as c o m pe ti ti v as , tal como a adoção de formas flex íve is de o r g a n i z a ç ã o da p r od uç ão (F ER R AZ et al, 1995).

A in d ú str ia do v e s tu á r io a p r e s e n ta s é r ia s lim ita ç õ e s em seu s n ív e is de q u a lid a d e e p r o d u tiv id a d e . A a tu a liza ç ã o

te c n o ló g ic a d o s e q u ip a m e n to s não é r e q u is ito

in d is p e n s á v e l p a r a a c o m p e titiv id a d e , em b o ra o uso de CAD a u m en te a a g ilid a d e d a s r e s p o s ta s à s f l u t u a ç õ e s da d e m a n d a e r e d u za d e s p e r d íc io s de tecido. A g r a n d e ca r ê n c ia da m a io r ia d a s e m p re sa s do s e to r está na g e s tã o em p resa ria l. São co m u n s e s to q u e s e x c e s s iv o s de m a té r ia s - p r im a s, p r o d u to s em e la b o ra ç ã o e a ca b ad o s, im p lic a n d o p e r d a s p o r d ete rio ra çã o , p e l o c a p ita l im o b iliz a d o e, não m en o s re le v a n te no setor, p e l a d e fa sa g e m em re la ç ã o à moda. São d e s c o n h e c id a s p e l a m a io r p a r te d a s e m p re sa s

(17)

p a r ti c i p a ç ã o d o s tra b a lh a d o r e s (com o c é lu la s de p r o d u ç ã o e c ír c u lo s de c o n tro le da q u a lid a d e, en tre ou tra s), e que se p r e s ta m e s p e c ia lm e n te à a p lic a ç ã o em in d ú s tr ia s com o a do vestu á rio, cujo p r o c e s s o p r o d u tiv o e n v o lv e g r a n d e n ú m ero de o p e r a ç õ e s e um c o n tin g e n te r a z o á v e l de tra b a lh a d o re s. (F E R R A Z et al, 1995, p. 229)

Ao se pe s q u is a r quais m o d el o s e té cn ic as de PCP são ut il iza das , es ta r- se - á co n t r ib u i n d o com o s egm en to de con fe cçã o, uma vez que irá cl a r i fi c a r u m a série de as p e c to s que serão úteis na de fi n iç ão do que j á foi, está ou p od er ia ser utili zad o, e quais os

reflex os par a a fábrica, e, co n s e q u e n t e m e n t e , para a sua

com p et it iv id ad e.

1.3. Objetivos

1.3.1. Objetivo Geral

P r o p o r uma m e to d o lo g i a para o d i ag nó st ic o dos siste mas de P la n e j a m e n t o e C o n tr o le da P r o d u ç ã o ut il iz ad os pelas i n d ús tr ia s de c o nf ec çõ es do es tado do Ceará. Essa m e t o d o l o g i a co br irá as fu nções de longo, médio e cur to prazos.

1.3.2. Objetivos Específicos

• C o n h e c e r as pr in c ip a is at rib u iç õe s e a e s tr u tu r a or g an i za ci o n al bá s ic a em que atua o PCP;

• Id en t if i ca r o re la c i o n a m e n to do PCP com as dem ais áreas da em presa;

(18)

• I d e n t if i c a r o re l a c i o n a m e n t o da es tr a t é g ia o r ga ni za ci o na l da em p r es a com a es tr a té g i a de p ro d u ç ã o ad o t a d a e seus refle xo s no PCP;

• C o n he c er as p r inc ipa is f il o s o fi a s / t é c n i c a s de PCP u ti li za d as ,

• A n al is a r cr it i c a m e n te a ad eq u aç ão do sistemas de PCP ad o t a d o s frente a r e al id ad e p r o du ti v a da em p r es a e a c o m p e t i t i v i d a d e alme jada ;

• Sugerir c am i n ho s para a m e lh o ri a do des em pe n h o dos sis tem as de PCP;

1.4. Limitações do trabalho

Es t a d is s er ta çã o ut il iz ou o estu do m ul ti cas o par a fazer suas análises. Assim sendo, os r es u lt ad o s estão r es tr ito s a este un iv er so, não po d en do serem g e n e r a l i z a d o s par a to d o o segmento. Out ra limita ção re fe re -s e ao ramo em que as em pr es as es tu d a d as atuam, uma vez que a f a b ri c a ç ã o de roupas pode en vo lv er d i v er so s as pe ct o s d i fe ren tes em f u nçã o do tipo de p r o d ut o pro du zid o, se calças j ea ns ,

camisas ou ro upa s íntimas, bem como o porte das empr esa s

pe s q u is ad as e o merca do em que atuam.

Assim sendo, embor a os pro ce ss os p r o d u ti v o s de c on f ec çõ es de roupas a p r es en t em fortes sem e lh a nç as , não podem ser p e r f e it a m e n t e c o m p ar áv ei s entr e si, pelos motivos apre sen tad os .

U m a das d i fi cu l d ad e s en c o n t r a d a s para a re a li z a ç ã o deste t ra balho se re fere à lo ca li za çã o de in fo r m aç õe s a t u al i za d as sobre o

s egm en to de conf ecç ões , n ot ad am en te do E s t a d o do Ceará,

pr in c ip a lm e n t e no que se refere aos as p e c t o s de PCP. Al gumas in fo rm aç õe s , quan do di spo ní vei s, es tav am n o r m a lm e n te ag r eg ad as à toda cadeia têxtil (fi açã o, t ece la gem etc), que possui ca ra c t e r ís ti c a s

(19)

p r od u tiv as bem dis ti nt as da u ti li za d a na con fe cçã o. Em o u tra s ocasiões, os dados se en co n t r av am j u n t o s do segme nto calçadista, d i fic ul ta nd o mais uma vez a ob te nç ão de in fo r m aç õ es próprias.

Outr a di fic ul da de está r e l a c i o n a d a à c o m p a t i b i l i z a ç ã o da t e r m i n o l o g i a a c a d ê m i c a com as pr át ic as da indústria, o que exigiu, t ant o do p e s q u is a d o r quan do do r e s p o nd en t e, um es forço para i n t e rp r e ta ç ã o das i n fo r m aç õ es pedidas.

1.5. Estrutura do trabalho

E s t a d is s er ta çã o está e s tr u tu r a d a em ca pí tu lo s, que ab or dam as p ec to s di sti nto s da pesquisa.

O Ca pítulo 2 faz uma re vi sã o b i b l i o g rá f i c a sobre o p l a n e j a m e n t o e contr ole da pr od u çã o e a ind úst ri a de co n fe cçõ es , ab or d an do seus pr in c ip a is co nc ei to s , enf oques, ca r a c t e r ís ti c a s e técn icas , ob j e t i v a n d o servir de base par a o en te n d i m en to das a bo rd ag en s u ti li za d as no d e c o r re r do trab alh o, bem como r e s s a l t a r a p er ti n ê n ci a e at u a li d a d e dos temas abor dad os. O PCP é estu da do sob seus d iv er so s enf oqu es, do t r a d ic io na l aos mais recentes. É tam bém descrito o que tem sido p e s q u is a d o sobre PCP em confecções.

O Ca pítulo 3 ex põ e a m et o d o l o g i a que foi us ada para a pesquisa, onde é ex p li ca d o como ela foi de s e n v o l v id a e a p r e se n t a d o o q u es tio n ár io u ti li za do , ex p li ci ta nd o o que se p r o cu ra v a c o n h ec er e as c on cl us õ es que se p od er ia m r et ira r a par tir deste con hec im ent o.

No Ca pítulo 4 são apr es en ta d as as em p re sas que

p ar tic ip a ra m da pesquisa. Nes se capít ul o são id en t i fi c a d o s os p ro du tos

pr o d uz id os , porte, mer cado, entre outros dados. São também

an al isa d as e co m en ta d as as rep ost as ao qu es tio n ár io , para cada empresa. A seguir é feita um a análise cr uza da e r ea li za d o s os c o m en tá r io s pertin en tes . Após isso, são feitos co m en tá r i o s gerais dos

(20)

re su lt ad o s alc an ça do s , o b j e ti v an do servir de re fe r ê n c ia às em p r es as do ramo e aos demais pes q u is ad or es .

F in al m en te , no Ca pítulo 5, são su m ar iz ad as as p r inc ipa is co nc lu sõ es da p es q u is a e seu r e l a c i o n a m e n t o com sua p r o p o s t a inicial. São também s u g er id as novas p es qu is as a partir dos re su lt ad o s al can çad os , o que p r o p o rc i o n a r á o ap r o f u n d a m e n t o dos temas que se m ost ra ra m re l e v a n t e s e que não pud er am ser ab o r d ad o s no p r ese nt e t ra balho em f unç ão do escopo do mesmo.

(21)

O P L A N E J A M E N T O E C O N T R O L E D A P R O D U Ç Ã O (PCP) E

A I N D Ú S T R I A DE C O N F E C Ç Õ E S

2.1. Considerações iniciais sobre PCP

Há m uitos co n ce i t o s que pr et en d em e x p li ca r no que cons iste o PCP. De vi do à sua a b r an g ên ci a e di v er si da de de funções, não é ta r ef a simp les u s ar - se apen as um conc eit o que possa ex p r e ss a r seu v er d ad ei ro sentido. R U S S O M A N O (1995) diz que o PCP cons iste no co nju nt o de f unç ões ne ce ss ár ia s para c o o r d e n a r o processo de p ro du ção , de form a a te r-se os p ro d u to s pr od uzi dos nas qu a n t i d a d e s e praz os certos. Como se pode notar com este enfoque, o PCP pr eoc upa - se f u n d a m e n t a l m e n te com q u a n ti d a d e s e prazos, além de p o s su ir a fa cu ld ad e de co o r d e n a r o pr o ce ss o de produção.

P ar a que ele pos sa ex er cer seu papel da me lh o r forma, n o t a d a m e n te o de coo rd en aç ão , citado no pa rá gra fo anter ior , o PCP deve ser p e r m a n e n t e m e n t e suprido de in fo rm aç õe s das áreas mais di re ta m e n te ligad as ao sistema pro du tiv o, tais como ven das, compr as, m an u t en çã o , e ng en ha r ia de m ét od o s e pro ces so s, e n g en ha r ia do

(22)

i n fo r m a ç õ e s do PCP, para que possam mel ho r d e s e m p e n h a r suas atividades. ( TU B IN O , 1997).

São ati vi dad es t í p ic as do PCP ( ibidem, 1997).

- P la n ej a m en to E s t ra té g i co da P ro du ção , onde é d ef in id a a

e s tr at ég ia de pr o d u ç ã o a ser a d o ta d a e que deverá es ta r com patív el com o p l a n e ja m e n t o es tra té gi co da c o r p o ra ç ã o , bem como em sintonia com os p l a n e j a m e n to s e s tr at ég ic o s de m ar k et in g e finanças. No p l a n e j a m e n t o es tra tég ico da pr o d u ç ã o é definido o plano de pr od u çã o que é e s ta b e le c id o em f u nçã o do plano de venda s da empresa. O PCP de ver á p a r t ic ip a r da de fi n iç ão da e s tr at ég ia de pr od uçã o;

- P l a n e j a m e n t o - m e s t r e da p rod uçã o, onde são de f in id a s as

qu a n t i d a d e s de p r o d u to s que deve rã o ser p r o d uz id as em cada pe rí od o;

- P r o g ra m a çã o da p ro d u çã o , onde são em it id as as ordens

de compra, de f ab ric aç ã o e m ontagem;

A c o m p a n h a m e n t o da p rod uçã o, que c o n s is te na v e r if i c a ç ã o se a e xe cu çã o está de ac or do como planejado.

Já R U S S O M A N O (1995) lista as segu intes f un çõe s do PCP: ge stã o dos es toqu es ; emi ssã o de or den s de pr od u ção ; p r o g r a m a ç ã o das or dens de f ab ri ca çã o ; a c o m p a n h a m e n t o da produção.

Em te r m o s de ab ra n g ên ci a, o PCP pode se d edi car a as p e c to s r e la tiv os a d ec is õe s de longo, médio ou curto prazos ( TU B IN O , 1997). A ex p r es s ão p la n e ja m e n t o liga-se a fa tores de maior ab r an gê nc ia , tais como: d ef in iç ão de po lí ti cas de co n t r at aç ão de pes soal, aq u i si çã o de máq ui nas , a m pl ia çã o das in st al aç õ e s etc. Já p r o g ra m aç ão re fe re -s e a f at ore s de médio e, p r in c ip a lm en te , de curto prazo, tais como p r o g ra m a ç ã o da ope ra çã o de máquinas. Assim sendo, alguns auto re s usam a ex p r es s ão PPCP, que c o nt em pl a o p l a n ej am en to , pr o g ra m a ç ã o e co nt ro le da pr od u ção (B RITO & P A R O L I N , 1996).

(23)

Os ho riz ont es de pl a n e ja m e n t o pod em var ia r b as ta n te em f un ção da situa çã o, mas C O R R Ê A et al (1997) c o ns id e ra m que estes

ho riz ont es p od em ser, para o longo prazo, de um ano ou mais, no

médio prazo alguns meses e de cur to prazo de apenas um ou alguns dias.

A fo rm a como está e s tr u t u r a d o o PCP variará, entre o u tr os f atores, em fu nção do tipo de sist ema de p r o d uç ão ao qual ele se destina. Os s ist em as de pr o d u ç ã o pode m ser cl a s s i f ic a d o s como do tipo co nt ín u o e in ter m it en te. O in te rm i t e n t e pode ser s u b di v id i d o em re pe ti tiv o em massa, r e p et iti v o em lotes ou por pr o je tos ou sob encom enda. O grau de co m p l e x id a d e do PCP aum en ta à me di da que o sistema se af as t a da p ro d u ç ã o con tí nua e p as sa a p o s su ir c a r a c te r ís t i c a s de pr o d u ç ã o re p et iti v a, p r in c ip a lm e n t e em lotes e por projeto. ( TU B IN O , 1997).

A p ro d u ç ã o co nt ín u a pr od u z p r o d u to s em gr an de s q u a nt id ad es , com d em an da s está veis, em sist ema s r íg id o s de pr od u çã o com te n d ê n c i a a au to ma ção . A in te rm it en te r e p e t i ti v a em massa de di ca -se à p r o d uç ão de pr o d u to s p a d r on iz ad os em g r an d e escala, sendo e n tr e t a n t o um po uco mais flexível do que a contínua. A i nt er m it en te r e p e t i ti v a em lotes tr a ba lh a com lotes me nor es e uma m ai or v a r i e d a d e de produtos. Já o tipo sob e n c o m e n d a t r a b al ha sob es p ec if ic aç ão de clien te s e s p ec í fi co s ( TU BIN O, 1997).

F o r te m e n te as so ci ad o ao tipo de pr od uçã o?’ e pov

co n s e q ü ê n c i a ao modelo de PCP mais ade q ua do , está o arranjo físico utili zad o, que poderá: ser linear (ou po r prod uto ), fu ncional (ou por pro ces so ), po sic ion ai (ou fixo) e celular. Po d e ainda have r uma c o m b i na çã o destes tip os de la y o u t em um a m esm a i n st al aç ã o industrial g er an d o o arranjo físico m is t o . (S L A C K et al, 1997).

No la y o u t linear os po stos de tra bal ho estã o d isp os to s de a co rd o com as o pe r aç õe s a serem re al iz ad as , p r o c e ss a n d o apenas um ou poucos pr o d u to s d i fe ren tes na linha. No la yo u t po r pr ocesso, os p os tos de tra bal ho que exe rc em f unç ões se m e lh a n te s estão agrupadas

(24)

em um mesm o local, f o rm an d o seções que são capaze s de p r od uzi r um amp la gam a de peças d i fe re n t es com os mesmos eq ui pa m en to s. No fixo, os fa tores de p r od uç ão se mo vi m ent am en q u an to o prod uto é pr o d uz id o em um local fixo. Já no celular, os p os tos de tra bal ho são ar ran jad os p ró xim os , n o r m a lm e n t e em form a de U, com a ca pac id ade de p r od u zi r uma fa m íli a de peças dife rente s, (ibidem, 1997 )

2.2. Funções de longo prazo do PCP

E n t e n d e -s e por f unç ões de longo prazo aquelas que po ss uem um r e l a c i o n a m e n t o mais es tr ei to com o pl a n e ja m e n t o es tr at ég i co da co r p o ra çã o , e n v ol v en do desta forma as p e c t o s mais ab r an g en t es r e l a c i o n a d o s à p r o d uç ão , tais como a de fi niç ão da e s tr at ég ia de pr o du çã o a adotar, se será t r a di c io n a l ou mais av an ça da , como do tipo j u s t in tim e , por exemplo; e s t a b e l e c i m e n t o do plano de pr od u çã o em fu nção do plano de venda s des ej ad o, o que en v o lv er á a de fi niç ão pr évia dos re cu rs o s p r o d ut iv o s nec es sá ri o s (m ã o -d e - o b ra , mat er iais e má qu in as ) para que este plano seja atendido. N es te et apa tam bém deverá ser re a l i z a d a a p re vi são de vendas, que será a base f un d am en ta l para a de f i n iç ão do plano de p r o d u çã o (T UB IN O, 1997).

É fun da m en ta l que a e s tr at ég ia de pr od u çã o ad o ta da esteja com p at ív el com o plano estratégico- da empresa. N e s t e senfcido- o PCP deve co n h e c e r c la r am en te como p od er á c on tr ib u ir para o ate nd im en to

dos obj eti vos o rg an iz ac io na is . Os cr itérios de d e s em pe n h o

e s ta be le ci d os pela es tr a t é g i a de pr o du ção que po de m co n t r ib u i r para a c o m p e t i t i v i d a d e da or ga n i z a ç ã o são: custo, que co n sis te em fazer pr o d u to s mais ba ra to s que a con co rrê n c ia ; f le x ib il id ad e, que cons ist e em ser capaz de m u d ar muito e rápido o que está fazendo; c o nf ia bi li da de , que signi fi ca en tr eg ar os pr o d ut os no prazo prome tido; ve l o ci d ad e de entrega, que se c a r ac t er iz a por fazer os p ro d u to s mais r ápi do que a co nc or rê n c ia ; qual ida de, que é fazer p r o d u to s m elhore s

(25)

que os co nc o r re n t e s ( C O R R Ê A & G I A N E S I , 1996). Po dem ser in cl u íd o s nes ta lista a in ov at iv id ad e, e r es p ei to ao meio am b ie nt e (TUB INO, 1997). A o r g a n i z a ç ã o deve p r io r iz ar qual ou quais ob jet iv os de d e s em pe nh o ela deseja ob te r (SL A C K et al, 1997). N e s t e sentido, o PCP deve ser e s tr u t u r a d o e usar t é cn ic as c om pa tí ve is com essa estratégia.

A e s tr u t u r a ç ã o do PCP será i n f lu en c ia d a pela deci sã o e s tr at ég ic a que deve ser t o m a d a nes ta etapa re fe r en te à maior ou m en or a u to m a t i z a ç ã o e i n te gr a çã o des eja da pela empresa. Hoje as empr esa s p o dem di sp o r de sistem as CIM ( C o m p u t e r I nte gra ted M a n u fa c t u r i n g ) que po s si b il i t am a i n t eg ra çã o desde a fase de pr oje to, passa nd o pelo p l a n e j a m e n t o do pr oce ss o p r od uti vo até a exec uçã o das op er aç õ es nas m áq ui na s (S L A C K et al, 1997). D es ta forma, o trabalho do PCP dev er á se in te gr a r a estas f un çõe s té cn ic as de fabricação.

A p r ev is ão de ve n d as podè ser r e a l i z a d a u ti li z a n d o -s e m ét od o s qu ali ta ti vo s, que não poss uem r igo r m at em át ic o, ou e s ta ti s ti c a m e n t e (q u a n t it a t i v o s ), através da anális e dos dados hi stó ri cos de vendas. As t é cn ic as es ta tís ti ca s u t i l i z a d a s podem ser diversas, tais como a da média móvel, média móvel p o nd er ad a ex p o n en ci al m en te , r eg re s sã o linear, pre vi são para d e m a n d a s sazonais, co rre la çã o , entre outras. A t éc n ic a de pr ev isã o a ad o ta r vari ará em f u nçã o dos dados d i spo ní vei s e do h o r iz o nt e de p re v isã o desejado. Q u al qu er que seja a téc ni ca ado tad a, ela es ta rá passível de erro, o qual dev er á ser c o n s t a n t e m e n t e m o n i t o ra d o a fim de a c o m p a n h a r p os sív ei s mu danças no sis te ma da causas que levou a adoção d aq uel a forma de previsão ou do próprio modelo a d ot ad o (MO R EI RA , 1993).

2.3. Funções de médio prazo

As fu nções de médio prazo c o m pr ee n de m aq ue las a t iv id ad es que se re la c io n a m com a de fi niç ão do p la no - m e st r e de pr od u çã o , que

(26)

é de fi nido a partir do plano de p r od uçã o es tab ele cid o. Com o plano- mes tr e de pr o d u ç ã o serão d et er m in a d as os pr od u to s que serão pr o d u zi d o s por período, e feita uma a va li aç ão da ca p a c i d a d e de p r od uç ão da em pr esa em re laç ão a carga de tra ba lh o que será exigid a da m áqu in a ou m ã o - d e -o b r a para o c um pr im en to do plano (T UB IN O,

1997).

O MPS (M a s te r P r o d u c tio n S c h e d u le ou P la n e ja m e n t o mestre da p r o d u ç ã o ) co or de n a a de m an d a do me rc ado com os r ecu rs os in te rn o s da e m p r e sa de fo rm a a p r o g r a m a r taxas a de qu ad as de p ro d u ç ã o de pr o d u to s finais, sendo um nível in te rm ed iá r i o de p l a n e j a m e n t o re sp o n s áv el pelo p r o ce ss o de d es d o b r a m e n t o dos planos es tra té gi co s , de venda s e de o pe r a ç õ e s em pl ano s op er ac io na is ( C O R R Ê A et al, 1997).

P ar a que a ca rg a de tra b al ho possa ser av al ia da nesta etapa e co n f r o n t a d a com a ca p ac id ad e p r od u tiv a, a em pr es a deve po ss ui r dados a t u a li z a d o s e co nf iá v ei s r e la tiv o s ao tem po das ope ra çõe s ( R U S S O M A N O , 1995).

2.4. Funções de curto prazo

As fu nções de cur to prazo re l ac io n am -s e com o pl an ej am en t o op er ac io na l do PCP, aproxímàrido-se assim das a t iv id ad es ligadas às op er aç õ es r ea li za d as em nível de “ c h ã o ” de fábrica, nec es si ta nd o então de maior nível de de ta lh am en to . Ab ra nge a g es tão dos estoques, s e q ü e n c ia m e n t o da pr odu ção , pr og ra m aç ão das ord ens de f ab ric açã o e a c o m p a n h a m e n t o e con tr ole da pr od u çã o (TU BIN O, 1997).

(27)

neste caso, os cus tos en v o lv id o s mudam de en fo qu e, uma vez que o custo de m an ter es to q ue de p r od u to s em f ab ri ca çã o , ou mesmo já el abo ra do s, é bem m aior do que m at ér ia s- p ri m as , tendo em vista que j á po ssuem , além do material, m ã o - d e -o b r a d ire ta e t odo s os demais cu sto s i n di re to s r e la c io n a d o s á co n f ec çã o daque le p r o d u to até aquele es tágio ( M A C H L IN E et al, 1981). O custo de pedir, no caso da f a b ri ca çã o, está re la c io n a d o ao custo de pre p ar aç ão de um a o rd em de f ab ri ca çã o (OF), que co m p r e e n d e tod o proce ss o b u r o c rá t i c o do PCP e das demais área s en v ol v id as para que aque la OF pos sa ser emitida. In cl ui- se nes te cus to, p r in c ipa lm en te , o custo de pre p ar aç ão da m áq u in a (se t up), que será in c o r r i d o toda vez que a m áq u i n a dei xar de pr od uzi r d e t e r m in a d a peça para p r o d u z i r ou tr a ( TUB INO , 1999).

Para o contr ole dos es to qu es pod em ser us ad o s os modelos do controle de e s to q u e s por ponto de pedido (in v e n tá ri o p er m an en t e) , por revisões p e r i ó d ic a s e pelo MRP (T U B IN O , 1997). R U S S O M A N O (1995) sa lie n ta que os m éto do s de ge stã o p er ió dic a e p e r m a n e n t e são us ado s para itens de de m an da in d e p e n d e n t e e o MRP para de m an d a depe nde nte . Itens de d em an d a in d e p e n d e n t e são aque les cuja d em an d a não de p en d e de nenhum outro item, d i fe re n t e m e n te dos itens de d em and a d e p e n d e n t e que tem sua n ec es si d ad e a s so c i a d a a d em an d a de algum o ut ro item ( C O R R Ê A & G IA NE S I, 1996).

Pelo m ét o do do in ve nt ár io per iód ico, a p e r í o d o s fixos de tempo, é feita u m a v er if ic aç ão no es to qu e e são re p o st o s os m ater iais com n ec es si d ad e de c o m p l e m e n t a ç ã o ( R U S S O M A N O , 1995).

No mét od o do ponto de r e ss u p ri m en to , a cada entra da e saída do material no es to q u e é r eg ist ra da e apu ra do o saldo co rr e s p o n d e n t e , que quando at in gi r ao ponto de re ss u p ri m en t o pr ev ia m en te c al cu la d o, indi car á a n e c e s s i d a d e de em issão de uma ordem de r ep o si çã o do material (ibi dem , 1995).

Com o MRP, a par tir da e s tr u t u r a do p r od uto (á rvo re do prod uto ), detalh ado em seus di ver sos níveis de c o m po si çã o , e c o n h ec en do - se a de m an da do p r od u to final, é feito o cálculo de tod as

(28)

as n e c e s si d a d e s de s e m i - ac ab ad o s , co m p o n e n t e s e m at ér ias -p rim as . Em fu nção das datas ne ce ss ár ia s para a en tr ega dos pr o d u to s e dos tem pos de p r o c e s s a m e n t o das ordens, o sistema MRP de t e r m in a as ép oca s em que estas ordens, de co m p r a ou de fa br ic aç ã o, devem ser coloca das , o b j e ti v an do assim r ed uz ir o nível dos es to q ue s ( C O R R Ê A et al, 1997).

U m a decis ão que deve ser t o m ad a quan do da d ef in içã o da p ol ít ica de e s to q u e s da em pr es a r ef er e- se ao uso dos esto qu es de seg ur an ça ou es toq ue mínimo, que r e p re s e n t a a q u an ti d ad e de material que deve ser m an t i d a de re se rv a para a te n de r a p os sí ve is a u m en t o s de d em an d a e/ou at ra sos nos p r azo s de entrega. O d im e n s i o n a m e n to deve ser bem ca l c u la d o devido a seus r ef le xo s na elevaç ão do nível dos es to qu e e seu c o n s e q ü e n t e reflexo nos custos. Para algum as situ aç õe s é feita a opção de não mant er -se es to q u e de se g ur an ça para que não sejam i n c o r ri d o s os r ef er id os custos. Por outro lado, há de se levar em c o n s id e ra ç ã o tam bé m o custo da falta de estoq ue , que env o lv e t od o s os cus tos d ec o r re n t es da pa r a l is a ç ã o da ativ id ad e p r od ut i va e do co n s eq ü en t e at e n d i m e n t o ao cliente, e o lucro ces sante, em fun ção da falta dos mat er iai s ( TU B IN O , 1997). Deve ser re ss al ta do que o não at e n d i m e n to ao cliente terá refle xos in cl u siv e na im agem da em pr esa e de sua marca.

O d i m e n s i o n a m e n t o do es toq ue de s egu ran ça d ev er á variar em fun ção da classe a qual ele pertence, dev end o ser maior para a classe C, um p ou co m en o r para a B, e men or ainda para A. Isto se j u s t i f i c a tendo em vista o maior co nt ro le dis pe ns ad o à classe A, que pa ssa a p os su ir um maior domínio sobre seu c o m p o r ta m e n to , e seu m ai or valor (M O NK S , 1987).

Os m od er no s sistemas de pr odu ção , tal como o j u s t in time, c on s id e ra m o es to qu e como um am o r te ce d o r dos p r ob le ma s en co n t r ad o s pela fábrica, dev endo assim serem d r a s t i c a m e n te

re du zi d os para que esses p ro bl em as apare çam e pos sam ser

(29)

2.4.2. MRP II e ERP

O MRP pode ex p a n d i r -s e par a além do cálculo das

n e c e s s i d a d e s de material. Isto é possível com o MRP II

(M a m ifa c tu r in g R e s o u r c e s P la n n in g ), onde tam bém é possível

de te r m in a r- se , além dos m ateriais, as n e ce s si da de s de o u tr os r ecu rso s de m an u f at u ra tais como e q u i p a m e n t o s e m ão -d e- ob ra , r e p re s e n t a n d o assim um sist ema in t e g ra d o de ges tão da produção. C O R R Ê A et al (1997) c o n s id e ra a e x i s t ê n c ia de três g ra n d es bloco s de nt ro do sistema

MRP II: o com and o, co m p o st o pelos níveis mais altos de

p la n e j a m e n t o ; o mo tor, co m p os to pelo nível i nfe rio r de p l a n e j a m e n t o e as rodas, que são fo rm ad as pelos m ód ul os ou funções de ex e c u ç ã o e controle. O fluxo de i nf or m aç õe s e de ci s õ es pr óprias do MRP II estão na figura 1. N e s t a são a p r es en ta d as al gu m as siglas as quais significam: S&OP- S a le s a n d o p e r a tio n s p l a n n i n g MPS- M a s te r p r o d u c tio n sch e d u le RC CP - R o u g h cu t c a p a c ity p l a n n i n g CRP- C a p a c ity r e q u ir e m e n ts p l a n n i n g SFC- Sho p f l o o r c o n tr o l

(30)

Estratégias

S&OP

..„r ... O r ç a m e n t o P l a n o de v e n d a s a g r e g a d o

MPS

C o m a n d o

Plano-mestre de p ro d u ç ã o

ï

CRP

MRP

8

-

'

M o to r

Plano detalhado de materiais e capacidade

R o d a s

Programa de fornecedor es Programa detalhado de produção

(31)

Em bo ra o MRP II possua vár ios r ecu rs os para o

g e r e n c i a m e n to do PCP, ele sozinho é limita do para lidar com

am b i en t es pr o d u ti v o s que a p r es en t am alto grau de co m p l ex i d ad e em t er mo s de p r o g ra m a ç ã o d et al h ad a da fábrica. Para mel ho r lidar com essa d if ic u l d a d e foram d es e n v o l v id o s os siste mas de p ro g ra m a ç ã o com ca p a c i d a d e finit a que, “têm a c a r a c t e r ís t i c a pr inc ipa l de co n s id e ra r a ca p a c i d a d e pr o d u ti v a e as c a r a c te r ís ti c a s t e c n o ló g i c a s do sist ema pr o d u ti v o como uma r es tr iç ão a priori para a to m ad a de d eci sã o de p r o g ra m a ç ã o , bu s c a n d o g ar an t i r que o p ro gr am a de pr o d u ç ã o re su lt an t e seja viável, ou seja, caiba den tr o da ca pa ci d ad e d i s p o n í v e l ” ( C O R R Ê A et al, 1997, p . 289).

O MRP II p o s s i b i l i t a a i n t eg ra çã o da área de m an uf atu ra. Já o ERP- E n te r p ris e R e s o u r c e s P la n n in g , pode ser c o n s id e ra d o um estágio mais a v a n ça d o do MRP II, uma vez que eng lo ba s etor es além daq ue le s lig ado s à m an u f at u ra , tais como a d i s tr ib u iç ão física, custos, fin an ças , re cu rs os hu ma no s, entre outro s, de uma forma int eg ra d a, com r ef le xo s no de s e m p e n h o global do sistema de PCP da empresa. A fig u ra 2 a p r e s e n t a a e s tr u t u r a concei tu ai dos sistemas ERP, e sua ev o l uç ão desde o MRP ( C O R R Ê A et al, 1997)

(32)

I

| Fi gu ra 2.2 - E s t r u tu r a c on ce it u a i dos sistemas ERP, e sua ev o l u ç ã o | desde o M R P (C O R R Ê A et al., 1997, p .325)

I

I

2.4.3. Seqüenciamento de ordens de fabricação

i

I Um a em p r es a que t ra b a l h a com p r o duç ão em lotes

! r epe ti tiv os , com g r and e v ar i ed ad e de peças e modelos, como é o caso

! da in dús tr ia de co nf ecç õ es , e n fre n ta um p r o b le m a pa r tic ula r que é o

1 se q ü e n c i a m e n t o das ordens de fabric açã o. Várias peças e pr o d u to s

1 ne ce ssi ta m ser pr o d u zi d as com o uso dos mesmos re cu rs o s, e estas

ordens devem ser p rio ri za d as , de tal forma a atend er-s e, g er al m en te ,

! a três fatores, conf orm e TU BINO (19 97 ), que devem servir de base

(33)

para a decisão: le a d time médio, atra so médio, e es to q ue em proce ss o médio.

P o de - se fazer uso de mode lo s m at em át ic o s mais s o fis tic ad o s para e n c o n tr a r- s e a solução ótima de se q ü e n c i a m e n t o , u ti li za nd o- s e para isso a pes qu is a oper acio nal. E n t r e t a n to , essas técni cas não são tão simples de u ti li za r- se no dia a dia das fáb ricas, o que tem fav o re ci d o a ut i l i za çã o de t éc n ica s s im pl if ic ad as , tais como (T UB IN O,

1997):

PEPS - Pr im ei ra que entra pri me ira que sai: os lotes

são p r o ce ss ad o s de ac or do com sua ch eg ad a no recurso;

MTP - M en o r tempo de p ro ces sa m en to : os lotes serão

p r o c e s s a d o s de ac or do com os me nor es te m po s de p r o c e s s a m e n to no recurso;

MDE - Meno r data de entrega: os lotes serão p r o c e s s a d o s de ac or do com as meno re s datas de entr ega ;

IPI - í n d i c e de prio rida de : os lotes serão p r o ce ss ad o s

de ac or do com o v al or da p r io r i d ad e a tr ib uí d a ao cli ent e ou ao pr oduto;

ICR - í n d i c e crítico: os lotes serão p r oc es s ad o s de

ac o r do com o meno r valor de (data de entre ga - data atual) / t em po de pr o ce ss am en t o ,

IFO - í n d i c e de folga: os lotes serão p r o ce ss ad os de

ac or do com o meno r valor de (data de entrega - S tempo de p r o c e s s a m e n to resta nt e) /n ú m ero de op er aç õ es resta nte;

IFA - í n d i c e de falta: os lotes serão pr o ce ss ad os de

ac or do com o menor v al or de: qua n ti d ad e em es to q u e / taxa de demanda.

(34)

Exis tem hoje s o ftw a r e s d is p o ní v ei s par a se q ü e n c i a m e n to de ordens, o que tem fa ci lit ad o a ut il i za çã o das técnicas.

Um r ec urs o grá fic o b as ta n te útil parã a v is ua li za ç ão da p r o g ra m a ç ã o das ordens é o Gráfico de Gantt, que é uma r e p re s e n t a ç ã o gr áf ic a das a t iv id ad es a serem r ea l i za da s, r el ac i o n ad a a u m a esc ala de

tempo. Este gráfico pe rm ite tam bé m o a c o m p a n h a m e n t o e a

in st a n t â n e a co m p a r a ç ã o entre o p ro gr am ad o e o realizado (Z A C C A R E L L I , 1982).

O s e q ü e n c i a m e n t o , tal como foi de sc rit o nos pa rá gr af os anter io res , é feito de form a to ta lm e n t e di fe re n te caso a em pr esa util iz e o sistema ka n b a n. Com o ka n b a n , o se q ü en ci am en t o é feito de forma simples, pel os p ró pr io s o pe rá rio s de “ chão de f á b r i c a ” , que

id en ti fi ca m o que é pr eciso ser p r od u zi d o a cada mom ento,

c a r a c t e r iz a n d o assim uma d e s c e n t ra l i z a ç ã o das ações do PCP (TU B IN O, 1997).

O s e q ü e n c i a m e n t o ta m bé m pode ser rea li za d o ut i l i z a n d o -s e a Teoria das Re s tri çõ e s. E s t a teor ia bas ei a- s e em dez regra s que orie nta m o se q ü e n c i a m e n to da p r o d uç ão (TU BINO, 1997). Ela está assen ta da, fu n d a m e n t a lm e n te , na id en t i fi c a ç ã o e g e r e n c i a m e n t o dos garg alos , que são aquel es r ecu rso s “ cu ja c a p a c id a d e é ig u a l ou m en or do que a d e m a n d a c o lo c a d a n e l e ” ( G O L D R A T T & COX, 1990, p. 133)

A OPT ( O p tim iz ed P r o d u c ti o n Te cn ol og y ) p o s si bi li ta a o p e r a c i o n a li z a ç ã o da te or ia das r est ri çõe s, sendo uma técn ic a c o m p u ta d o r iz a d a que auxil ia na pr o g ra m a ç ã o de siste mas pro du tiv os , ao ritmo ditado pelos r ec u rs o s gargalo. Se a taxa de pr od u çã o em q ual que r p ar te do sistema ex c e d e r à do gargalo, alguns itens estarão sendo p r o d u zi d o s sem que po ss am ser util iz ado s. Se a taxa de pr o duç ão estiver abaixo da ca p ac id ad e p r o d ut i va do garg alo, todo o sistema es tar á sendo su bu til iz ad o (SLACK et al, 1997).

(35)

A OPT c o n s id e ra que a meta de uma em pr es a é ga nh ar d i nhe iro e isto é obti do pelo “a tin g im e n to s im u ltâ n e o de a lto s n ív e is de d e s e m p e n h o em r e la ç ã o a três o b je tiv o s o p e r a c io n a is : m a x im iz a r o f l u x o de p r o d u to s vendidos, r e d u z ir os n ív e is de e s to q u e no s is te m a e r e d u z ir d e s p e s a s o p e r a c io n a is com a tr a n s fo rm a ç ã o d os e s to q u e s em f l u x o de p r o d u to s v e n d i d o s ” (C O R RÊ A & G IAN ESI, 1996, p. 163)

2.4.4. Emissão de ordens

Após a p r o g ra m a ç ã o das ordens, cabe ao PCP emiti-las. As de f ab ri ca çã o e de mon ta gem serão en vi ada s para as seções ou células de p r o d u ç ã o e li nhas ou células de mo nt age m , r es pe ct iv am en t e. E n t r e t a n t o , em b or a tenha havid o um a p r o g ra m aç ão prévia, é c o n v e n i e n t e que seja feita, antes da emi ss ão, uma v e r if ic aç ão se os r ec ur s o s p r o d u ti v o s p r o g ra m a d o s para uso r ea lm en te estão dis p o ní v ei s (T UB IN O , 1997).

O PCP tam bé m em it irá as or den s de compra, mas, a partir des ta em iss ão, a área de com pr as se e nc ar re ga rá de cu id ar das p r o vi dê n ci as a p r o p ri ad as , já que não são at rib ui çõ e s do PCP.

Após a pr o g ra m a ç ã o e emi ssão da orde m pelo PCP, cabe rá ainda a este o a c o m p a n h a m e n to e contr ole da pr od uç ão , onde será ve ri fic ad o se crque foi pl an ej ad o r ea lm ent e está sendo executado.

Este contr ole pode ser rea li za d o pelo próprio PCP, através de ap o n t ad o r es ou pelos pr ó p ri o s exe cu ta nt es da produ ção . Isto de pe nd er á do estilo ge re nc ia l ado tad o pela empresa.

(36)

2.4.5. O sistema kanban

0 ka n b a n é uma f e rr a m e n t a para o p e r a c i o n a l i z a r o sistema j u s t in tim e de pr o d uç ão , po s si b i l it an d o t ra n s f o rm a r a p r o d uç ão de “ e m p u r r a d a ” em “p u x a d a ” (M OU R A, 1989). O k a n b a n é um i m p o rt a n te el em en t o do Sistema To yo ta de P r o d u çã o , sistema este que visa a e l i m i n a ç ã o total das perdas, e n t r et an to , não são sinônimos, sendo o ka n b a n uma t é c n ic a para aj ud ar a i m p l e m e n t a r esses p r in c íp i o s (S H IN G O , 1996).

A pr o d u çã o em p u r ra d a é r e p r e s e n t a d a pelo sistema tra d ic io n a l de p r o d uç ão , onde são emitidas ord ens em fun ção de uma d e te r m in a d a ex p e c t a t i v a de dem an d a, que pode ou não ser efetivada. Assim, os lotes de p ro d u ç ã o são t ra n s f e ri d o s da seção an te r i o r para a poste ri or , i n d ep en d en t e des ta ter ou não ne ce s si d ad e de r ec eb ê- lo s, o c a s i o n a n d o , entre ou tr os fa tores neg ati vo s, uma el eva ção dos níveis de estoque. (T UB IN O, 1997)

A pr o d u çã o pu xad a a co nt ec e quan do a de m an da em

d e t e r m in a d a seção ou célula é g er ad a pela nec es sid ad e da seção ou célula de tra bal ho seguinte. Assim sendo, na me d id a que o es toq ue de p ro d u to s ac aba do s n ec es si ta de mais pr od u to s, gera a ne ce s si d ad e de p ro d u ç ã o des tes por parte dos ce nt ro s de tra bal ho que o aba stecem, que po r sua vez ne ce ss it a par a esta pr o d u ç ã o rece ber os com po n en te s p r o d u zi d o s nas seções an te ri or es e assim s u ce ss iv am en t e, p o s s i b i l i t a n d o desta forma que some nte os co m p o n e n t e s n ec es sá r i o s em d e t e r m in a d o m om en to sejam p ro du zi do s, ou seja, p u xan do a pr o d u ç ã o ( T U BI NO , 1997).

A pr o d u ç ã o pux ada é pos sível com o uso do kanban. K a n b a n é uma p al av r a j a p o n e s a que sign if ica an o taç ão visível, esta nd o n o r m a lm e n te r e p r e s e n t a d a por um cartão, chamado de car tão ka n b a n (S C H O N B E R G E R , 1984). Exi st em out ras formas de c o m u ni ca çã o,

(37)

como o ka n b a n co n t en ed o r , qu ad ra do k a n b a n , painel e l e tr ô n ic o, ka n b a n i n fo r m a t i z a d o , entre outros (T UB IN O, 1997).

D e p e nd en do de como a em p re sa es ti v er es tr u tu r a d o o seu sistema de pr o du çã o, d iv er sos tipos de sist ema k a n b a n podem existir, como por exemplo: ka n b a n com dois ca rt õe s, ka n b a n de um ca rt ão e ka n b a n do f o rn e c e d o r ( TU B IN O , 1997).

O ka n b a n de pr o d u ç ã o f unc io na como u m a au to r iz aç ão para que o cen tr o de tra bal ho p r o d u z a d e t e r m in a d a q u a n ti d a d e de peças. O de t r a n s p o r t e liga os ce n tr o s de tra bal ho p r o d u to r e c o n s u m id o r , au t o r iz a n d o a m o v im e n t a ç ã o de itens entre estes ( TU B IN O , 1997). O

k a n b a n do f o rn e c e d o r r el ac io n a- s e com o f o r n e c e d o r externo,

in fo r m a n d o o que d eve rá ser en tr eg ue e em quais horários. P ar a que este s is te m a po s sa ser viável é i m p re s ci n d ív el que sejam o b ed ec id as al gum as re g ra s que re g u l a rã o o r e l a c i o n a m e n t o c l i e n te - fo r n e c e d o r , um a vez que d ev er á have r uma p ar ce ri a entre estes, a fim de que haja u ma a t m o sf er a de c o n f i a n ç a que to rn e este esse s is tem a pos sível (MERLI, 1994).

Para sua o p e r a c i o n a l i z a ç ã o , n o r m a lm e n t e é ut i l i za do o painel p o r t a -ka n b a n , onde é po ssí vel t o rn a r visív el para todos, e pa r t ic u la rm e n t e , para os t r a b a l h a d o re s d aq uel e ce n tr o de trab alh o,

quais peças o centro de tra balho seg uinte está n ec es si ta nd o ,

p r io r iz an d o a p r od u çã o (TU BIN O, 1999).

2.4.6. Sistemas híbridos de PCP

Sistemas hí bridos são aqueles que co n t em p l am mais de uma lógica, como uma t e n t a t i v a de usa r o que melhor p o s su e m cada uma destas té cn ic as , em função da di v e r si f ic a ç ã o e p e c u l i a r i d a d e s do seu p ro ces so produtivo. N e s t e sentido, tem sido ut il iz ado pelas em p r es as o híbrido MRP II com o JIT, onde o MRP II cont em pl a a e s tr u t u r a de p l a n e j a m e n t o de longo e médios prazos e o JIT é usado para o

(38)

pl a n e ja m e n t o de curt íss im o prazo, com o uso do k a n b a n , por exemplo ( C O R R Ê A et al, 1997). “A s o r g a n iz a ç õ e s p o d e m a p lic a r os m é to d o s s is te m á tic o s do M R P so m a d o s a um s is te m a de p r o d u ç ã o f u n d a m e n t a l e r e v o lu c io n á r io com o o S iste m a T o yo ta de P r o d u ç ã o ” (S HI NG O, 1996, p . 233). A in teg ra ção do MRP com o JIT pode ser cha ma da de MRP III ( F U L L M A N N et. al., 1989)

2.5. A indústria de confecções

Po de m ser muito v ar iad as as p o s s i b i l i d a d e s de pr o d u çã o de ro up as devido aos vár ios tip os de co n f e c ç õ e s poss ív eis , tais como: calças, cam isas, ve sti do s, saias, ro up a íntima, ar tigos de cama e mesa, linha pr aia etc. Segundo a A B R A V E S T ( A ss o ci aç ão B r as ile ir a do V es t u ár i o ) , o setor teria 21 se g me nto s, inclu ind o artigos de cama, m esa e ban h o, os mais va ri ado s tip os de rou pas e ac es só ri os , entre outros. E s t a h e t e r o g e n e id a d e fica mais ev id en te se for co n s id e ra r a a f r a g m e n t a ç ã o do m er cad o por sexo, idade, ren da etc. ( O L I V E I R A & R I B E IR O , 1996). En t r e t a n t o , o sistema pr od u tiv o ap r e se n ta algumas c a r a c te r ís t i c a s c om un s que são ap re se n ta da s aqui par a clar ifi car , em li nhas ger ais, como ele funciona.

O se tor tem como ca r ac t er ís ti ca bás ic a ser f o rte m en te i n fl u e n c ia d o pela moda,,., po den do lançar quatr o col eçõ es por ano i n ver no , pr im a v e ra - v e r ã o , verão e alto verão. Os mo delos sofrem v ar ia çõ es no que se refere ao tipo de tecido, cor, ajuste no corpo, visual e tipo dos detalhes. A pr o d u ç ã o de mode lo s va r ia d os conduz à g er açã o de ga rg alo s flutuantes. O uso intensivo da m ão - de -o br a, que é

pró prio deste tipo de empresa, gera ba s ta n te d e p e n d ê n c i a da

q u a li fi ca çã o do fato r humano. Isto tem por co n s eq ü ên ci a vari ado s fluxos p r od u tiv os e au m en to da co m p l ex i d ad e das ati v id ad es de PCP (N UN ES , 1998). A n ec es si da de de f le x ib il id ad e, em fun ção do que foi

(39)

exp osto, f avo rec e as p eq ue na s em p r es as por te re m uma maior cap ac id ad e de ajuste e s im p li ci d ad e adm ini str ati va.

Após a d ef in iç ão dos pr o d u to s a serem p r o du zi d os , é re ali zad o o cor te do tecido p r o c u ra n d o - s e a pr o ve it á- lo ao máximo, por in te rm édi o do pr oce ss o de encaixe. Após o corte, os com po n en te s g er ad os são e n c a m in h a d o s para as áreas de p re p a ra ç ã o onde são c os tu r ad os os c o m p on en te s , p r ep a ra n d o - o s para as s u b -m o n t a g e n s e m on tag ens , p o s s i b i l i t a n d o assim a p r o d uç ão da roupa. Após isso, é feito o ac ab am en to , com a c o lo ca çã o de peças ac es só r ia s, tais como

rebites, b ot ões , zi pers etc, bem como re tir ad as pont as de linha,

in spe çã o final e ou tr os ac a b a m e n to s pertin en te s. No caso de roupas j e a n s , antes des te a c a b a m e n t o é rea li za d a uma lav ag em par a d o tá- la da col or aç ão e m aciez ne ces sária. Há tam bém a p a s s a d o r i a onde é feita a pa ssa gem da r o up a p r on ta com ferros de engomar. F in a l m e n t e é r ea li za d a a em bal age m. Est as eta pas podem sofrer al gu m as vari açõ es em f u nçã o do tipo de r o u p a que está sendo con fe cc io n ad a. (ITALO,

1987; N U N E S , 1998)

P ar a il ust ra r o fluxo de op er aç õe s é ap r es en ta d o na figura 3 um f lu x o g r a m a de pr od u çã o de uma camisa.

(40)

G >

E N F E S T A M E N T O E CORTEMESA DE CORTE / MAQ DE CORTE

S E P A R A Ç Ã O

M E S A DE CORTE / M A N U A L

F R EN TE C O S T A S M A N G A S GOLAS P U N H O S

Figura 2.3 - F lu x o gr am a de p ro du ção de uma camisa (IT AL O , 1987, p. 33)

Referências

Documentos relacionados

Esta dissertação teve como objetivo descrever e analisar os principais desafios da Coordenadoria Regional e dos gestores das escolas estaduais de Careiro da

A proposta do Plano de Ação Educacional indicou ações que poderão ser executadas, no sentido de favorecer as escolas inseridas na referida região através de um treinamento que

O fortalecimento da escola pública requer a criação de uma cultura de participação para todos os seus segmentos, e a melhoria das condições efetivas para

Ressalta-se que mesmo que haja uma padronização (determinada por lei) e unidades com estrutura física ideal (física, material e humana), com base nos resultados da

de professores, contudo, os resultados encontrados dão conta de que este aspecto constitui-se em preocupação para gestores de escola e da sede da SEduc/AM, em

A Política de M&A da Secretaria Executiva de Vigilân- cia em Saúde de Pernambuco (SEVS/PE) apresenta três processos de maior destaque: o monitoramento do de- sempenho da gestão

This study aimed to describe the pathologic findings in a case of severe laryngeal displacement and esophageal impaction and ulceration by a deglutted adult

The Anti-de Sitter/Conformal field theory (AdS/CFT) correspondence is a relation between a conformal field theory (CFT) in a d dimensional flat spacetime and a gravity theory in d +