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O Movimento Juvenil Salesiano no contexto da animação sociocultural

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Academic year: 2021

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Pólo de Chaves

O Movimento Juvenil Salesiano no contexto da Animação

Sociocultural

Dissertação de Mestrado em Ciências da Educação – Especialização em Animação Sociocultural.

Joana Teixeira Alves Vaz Salgado

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O Movimento Juvenil Salesiano no contexto da

Animação Sociocultural

Dissertação de Mestrado em Ciências da Educação – Especialização em Animação Sociocultural.

Joana Teixeira Alves Vaz Salgado

Chaves, 2012

Dissertação submetida à Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro – Pólo de Chaves, para cumprimento dos requisitos necessários à obtenção do grau de Mestre em Ciências da Educação – Especialização em Animação Sociocultural, elaborada sob a orientação do Professor Doutor Marcelino de Sousa Lopes.

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“Da mihi animas caetera tolle.” “Familiaridade com os jovens especialmente no recreio, sem familiaridade não se demonstra afecto, e sem essa demonstração não pode haver confiança. Quem quer ser amado deve demonstrar que ama. O mestre visto apenas na cátedra é mestre e nada mais, mas, se está no recreio com os jovens torna-se irmão...”

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Aos meus pais, as pessoas mais importantes da minha vida, os meus pilares, a minha força, aqueles que nunca me deixaram desistir.

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 Aos meus pais e madrinha, que sempre estiveram ao meu lado a apoiar-me em tudo o que eu precisava.

 A quem me auxiliou durante estes dois anos de Mestrado e não me deixou desistir.

 Aos rapazes do Lar de Infância e Juventude, às crianças, jovens e adolescentes do Centro Juvenil Salesiano do Centro Social e Paroquial de São João Bosco de Mirandela, pois foi por eles que eu decidi especializar-me nesta área.

 Ao Pe. Aníbal Mendonça (Delegado da Pastoral Juvenil Salesiana), à Irmã Fernanda Luz (Coordenadora da Pastoral Juvenil Salesiana), ao Pe. Manuel Mendes (Diretor do Centro Social e Paroquial de São João Bosco), ao Pe. Luís Peralta Hidalgo (Pároco do Centro Social e Paroquial de São João Bosco), ao Pe. Artur Pereira (Provincial da Comunidade Salesiana Portuguesa), ao Hugo Silva (pré-noviço salesiano) pela disponibilidade, atenção e importância que deram há minha Dissertação de Mestrado.

 Aos meus primeiros colegas de trabalho, Verónica Morais, Patrícia Santos, Mónica Almeida, Laura Passas, João Paulo Nunes, Isabel Gonçalves, Hugo Fidalgo, Mário Telmo Morais, Mário Colitro, Telmo Ribeiro, pelos conhecimentos que me transmitiram ao longo de doze meses de Estágio Profissional.

 Ao meu orientador de Mestrado, Professor Doutor Marcelino de Sousa Lopes, pela paciência e dedicação.

 A São João Bosco, pelo apoio, esperança e confiança que me transmitiu quando eu mais precisava durante as minhas orações. Pois é graças a ele (Pai dos Salesianos) que eu hoje posso concluir a minha Dissertação de Mestrado.

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A atualidade pede cada vez mais uma animação dos tempos livres dos nossos jovens. As escolas cada vez mais se vêm a adaptar a um currículo específico, que pensa apenas nas horas curriculares e deixa um pouco de lado a forma como os nossos jovens podem aproveitar o tempo livre que têm.

O nosso objetivo passa por descobrir qual a importância que o Movimento Juvenil Salesiano tem no aproveitamento desse tempo livre, saber qual a influência da Animação neste mesmo Movimento Juvenil, e principalmente saber qual é a opinião dos animadores do Movimento Juvenil Salesiano em relação a este Movimento e à Animação Sociocultural, e por fim, com a colaboração dos mesmos saber qual a ligação que há entre ambos.

Para realizar este estudo optamos por uma pesquisa bibliográfica, a aplicação de um questionário, e o estudo de caso através de grelhas de observação. Durante a pesquisa bibliográfica relativa aos salesianos damos a conhecer São João Bosco e falamos sobre a Comunidade Salesiana e o Movimento Juvenil Salesiano; referimos também a Animação Sociocultural, especificando a Animação Juvenil, pois é neste âmbito que se contextualiza a nossa investigação. O questionário é fechado e está dividido em quatro partes, como podemos observar no Apêndice. O Estudo de Caso foi realizado através do preenchimento de quatro Grelhas de Observação, cada grelha foi preenchida durante o decorrer das atividades por nós presenciadas. Foi através da aplicação desta metodologia que nos sentimos em condições de concluir que o movimento Juvenil Salesiano se contextualiza na Animação Sociocultural.

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The current asking increasingly an animation of leisure of our youth. Schools increasingly have to adapt to a specific curriculum, the hours just thinking curriculum and leaves a little hand how our youth can enjoy the free time they have.

Our goal is to discover how important the Salesian Youth Movement has the advantage of this free time, know what influence this very Animation Youth Movement, and especially to know what is the opinion of the animators of the Salesian Youth Movement regarding this Movement and Sociocultural Animation, and finally, with the collaboration of those who know what the connection is between them.

To perform this study we chose a literature search, the application of a questionnaire and a case study through observation grids. During the literature search on the Salesians we know St. John Bosco and talked about the Salesian Community and SYM, also referred to Sociocultural Animation, Animation specifying the Juvenile, since this is what our investigation is contextualized. The questionnaire is closed and is divided into four parts, as can be seen in the Appendix. The case study was conducted by completing four grids Note, each grid was completed over the course of the activities that we witnessed. It was through the application of this methodology we feel able to conclude that the Salesian Youth Movement is contextualized in Sociocultural Animation.

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ASC – Animação Sociocultural.

CEP – Comunidade Educativo-Pastoral. EJS – Espiritualidade Juvenil Salesiana.

FAOJ – Fundo de Apoio aos Organismos Juvenis. FMA – Filhas de Maria Auxiliadora.

FS – Família Salesiana.

JEC – Juventude Estudantil Católica. JOC – Juventude Operária Católica. JUC – Juventude Universitária Católica. MJS – Movimento Juvenil Salesiano.

PEPS – Projeto Educativo Pastoral Salesiano. PJ – Pastoral Juvenil.

SDB – Salesianos de Dom Bosco. SPS – Sistema Preventivo Salesiano.

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Índice Geral

Agradecimentos ... VIII Resumo ... X Abstract ... XI Tábua de Abreviaturas ... XII

Índice Geral ... 13

Índice de Fotografias ... 15

Índice de Gráficos ... 16

Índice de Grelhas de Observação ... 17

Índice de Tabelas ... 18

Introdução ... 20

Capítulo I ... 23

1.Metodologia ... 23

1.1.População/Amostra ... 25

1.2. Instrumento de Recolha de Dados. ... 26

1.2.1. Questionário. ... 27

1.2.2.Estudo de Caso. ... 28

Capítulo II ... 32

2.Enquadramento Conceptual ... 32

2.1.Breve biografia de São João Bosco ... 32

2.1.1.A Comunidade Salesiana. ... 33

2.1.2.A Pastoral Juvenil Salesiana ... 35

2.1.3. Enquadramento do Movimento Juvenil Salesiano. ... 39

2.1.4. O Movimento Juvenil Salesiano. ... 40

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2.2.1. A Animação Juvenil ... 44

2.3. Relação entre o Movimento Juvenil Salesiano e a Animação Sociocultural. ... 50

2.3.1. Pontos em comum entre a Animação Sociocultural e o Movimento Juvenil Salesiano. ... 52

Capítulo III ... 55

3.Apresentação, Análise e Discussão dos Resultados ... 55

3.1.Apresentação dos dados do questionário. ... 55

3.2. Apresentação dos dados obtidos através das grelhas de observação. ... 64

3.3.Triangulação de dados ... 69

3.4.Discussão dos Resultados ... 72

Conclusão ... 74

Bibliografia ... 76

Webgrafia ... 79

Anexos ... 80

Anexo I –Grelha Cronológica ... 81

Anexo II –Cartazes e publicações. ... 85

Anexo III –Salesianos no mundo: quantos são e onde estão? ... 93

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Índice de Fotografias

Foto n.º 1. Amostra da população estudada……….……… 26

Foto n.º 2. Imagem ilustrativa da Colónia de Férias 2011………... 65

Foto n.º 3. Imagem ilustrativa do Acampamento Nacional 2011……… 67

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Índice de Gráficos

Gráfico n.º 1. Animadores presentes ………... Gráfico n.º 2. Faixa etária……… Gráfico n.º 3. Representação de género ……….. Gráfico n.º 4. Formação académica ……… Gráfico n.º 5. Situação ocupacional ……… Gráfico n.º 6. O que é o Movimento Juvenil Salesiano ……….. Gráfico n.º 7. Identidade do Movimento Juvenil Salesiano ……… Gráfico n.º 8. Opções do Movimento Juvenil Salesiano ………. Gráfico n.º 9. O que é a Animação Sociocultural? ……… Gráfico n.º 10. Âmbitos da Animação Sociocultural ……….. Gráfico n.º 11. Incidência da Animação Sociocultural ………... Gráfico n.º 12. Público-alvo da Animação Sociocultural ……… Gráfico n.º 13. Âmbitos da Animação Sociocultural ………..

Gráfico n.º 14. Ligações entre o Movimento Juvenil Salesiano e a Animação Sociocultural ………. 55 56 56 57 57 58 59 59 60 61 62 62 63 64

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Índice de Grelhas de Observação

Gralha de Observação n.º 1. Conteúdos Gerais do Estudo de Caso……… 102

Grelha de Observação n.º 2. Colónia de Férias 2011………... 102

Grelha de Observação n.º 3. Acampamento Nacional MJS 2011……… 103

Grelha de Observação n.º 4. II Fórum MJS 2011……… 104

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Índice de Tabelas

Tabela n.º 1. Metodologia de Animação Sociocultural………..…………. Tabela n.º 2. As três fases para a elaboração do Estudo de Caso ………..………. Tabela n.º 3. Datas importantes da vida de Dom Bosco………..……… Tabela n.º 4. Instituições Salesianas após o 05 de outubro de 1910……..………. Tabela n.º 5. Sistema Preventivo Salesiano (SPS)………..……… Tabela n.º 6. Espiritualidade Juvenil Salesiana (EJS)………..……... Tabela n.º 7. Elementos da Pastoral Juvenil Salesiana………...…… Tabela n.º 8. Identidade do Movimento Juvenil Salesiano………..……… Tabela n.º 9. Opções do Movimento Juvenil Salesiano……….……..…… Tabela n.º 10. Âmbitos do Movimento Juvenil Salesiano………….……….…… Tabela n.º 11. Quadro de referência da Animação Juvenil……..……….….. Tabela n.º 12. Intervenção da Animação Juvenil………...……….… Tabela n.º 13. Origem do Tempo Livre……….. Tabela n.º 14. Divisão do Tempo de Trabalho……….... Tabela n.º 15. Divisão do Tempo de Não-Trabalho……….... Tabela n.º 16. Metodologia adotada……….... Tabela n.º 17. Pontos coincidentes do Movimento Juvenil Salesiano e da

Animação Sociocultural………... 24 31 32 34 36 37 38 41 41 42 45 46 47 48 49 69 71

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Introdução

A presente Dissertação de Mestrado tem como tema “O Movimento Juvenil Salesiano no contexto da Animação Sociocultural”.

De entre os vários temas que nos surgiram ao longo do tempo de preparação do nosso Pré-Projecto de Investigação, durante o 1.º ano do Mestrado, aquilo que mais nos entusiasmou foi tentar desvendar se o Movimento Juvenil Salesiano (MJS) se contextualiza na Animação Sociocultural (ASC), pois já há alguns anos que somos voluntários numa das instituições salesianas, mais concretamente, na cidade de Mirandela, no Centro Juvenil Salesiano do Centro Social e Paroquial de São João Bosco, cuja população alvo são crianças, adolescentes e jovens pertencentes a ambientes socioeconómicos mais vulneráveis e que necessitam de uma integração social.

Ao longo da elaboração do nosso Pré-Projecto, e após termos efetuado alguns contatos com o Delegado Nacional da Pastoral Juvenil, Pe. Aníbal Mendonça, tivemos conhecimento que até à data não foi realizado qualquer tipo de estudo no âmbito do Movimento Juvenil Salesiano, o que no decorrer desta investigação foi um dos nossos maiores problemas, pois além da pouca fonte bibliográfica com a qual nos deparamos, também não nos foi possível ter um ponto de comparação com outro estudo que já tivesse sido elaborado no âmbito do Movimento Juvenil Salesiano.

O nosso objetivo ao longo da execução deste trabalho é saber se os encontros de jovens e as atividades que se realizam ao longo do ano, no âmbito do Movimento Juvenil Salesiano se contextualizam na Animação Sociocultural, ou seja, é nosso objetivo enquadrar o Movimento Juvenil Salesiano nos parâmetros da Animação Sociocultural. Para isso procederemos à aplicação de um questionário aos animadores do Movimento Juvenil Salesiano, pelo qual tentamos desvendar o que é que os animadores entendem por Animação Sociocultural, o que é para eles o Movimento Juvenil Salesiano e tentamos saber em que âmbitos da Animação Sociocultural se enquadra o Movimento Juvenil Salesiano. Transversalmente comparamos os resultados obtidos no questionário, com os dados obtidos através do preenchimento das grelhas de observação ao longo da realização do estudo de caso realizado de 04 de julho de 2011 a 25 de março de 2012.

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Após termos aplicado um questionário aos animadores do Movimento Juvenil Salesiano, durante o II Fórum do Movimento Juvenil Salesiano, que decorreu em Fátima, nos dias 26 e 27 de novembro de 2011, sentimo-nos capazes de responder a algumas questões que vêm já do nosso Pré-Projeto de investigação, tais como:

 O que é o Movimento Juvenil Salesiano na perspetiva dos animadores?  Qual a opinião dos animadores do Movimento Juvenil Salesiano sobre o

que é a Animação Sociocultural?

 Quais os âmbitos da Animação Sociocultural, na opinião dos animadores do Movimento Juvenil Salesiano?

 Qual o âmbito da Animação Sociocultural onde se enquadra o Movimento Juvenil Salesiano?

 Em que âmbito da dimensão etária da Animação Sociocultural se contextualiza o Movimento Juvenil Salesiano?

Para responder a estas questões dividimos o presente trabalho em quatro capítulos, os quais passamos a apresentar.

No Capítulo I – Metodologia – Trata-se de uma abordagem teórica dos métodos por nós utilizados. Neste capítulo fazemos referência àquilo que é a metodologia, referida por vários autores e dentro deste pressuposto trabalhamos o questionário, que foi aplicado aos animadores do Movimento Juvenil Salesiano e ancorados no estudo de caso refletimos na ação por nós presenciada e registada através de uma grelha de observação ao longo de quatro atividades nacionais do Movimento Juvenil Salesiano.

Neste capítulo descrevemos também a população/amostra que participou no preenchimento do nosso questionário. No que diz respeito ao estudo de caso, faremos referência ao número de participantes e de animadores de cada atividade, assim como avaliaremos o planeamento, a organização e o desenrolar da mesma atividade.

No Capítulo II – Enquadramento Conceptual - é feita uma breve abordagem a São João Bosco, o “Pai e Mestre da Juventude”, nascido a 16 de agosto de 1815 e falecido em 1888.

Fazemos também uma breve alusão aos Salesianos no mundo e mais especificamente em Portugal, onde atualmente se encontram 101 salesianos, assim como iremos mencionar a Espiritualidade Juvenil Salesiana que em conjunto com o

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Sistema Preventivo Salesiano deram origem à Pastoral Juvenil Salesiana de onde nasceu o Movimento Juvenil Salesiano.

Mais especificamente falamos do Movimento Juvenil Salesiano, o qual surgiu com o crescente aumento de grupos e associações nas instalações da comunidade salesiana, e com o surgimento da necessidade de haver algo que coordenasse esses grupos e associações em função de um mesmo objetivo e de um mesmo fim, o de educar e evangelizar os jovens.

Será também abordada a Animação Sociocultural, e dentro desta iremos focar a Animação Juvenil, pois é neste ponto que incide o nosso trabalho.

No Capítulo III – O Movimento Juvenil Salesiano no contexto da Animação

Sociocultural – neste capítulo é feito um enquadramento teórico entre o Movimento

Juvenil Salesiano e a Animação Sociocultural.

Poderemos observar a partir deste enquadramento, quais os pontos coincidentes entre o Movimento Juvenil Salesiano e a Animação Sociocultural.

No Capítulo IV – Apresentação, Análise e Discussão dos Resultados – serão apresentados os dados por nós recolhidos através do questionário aplicado aos animadores do Movimento Juvenil Salesiano, e podemos também observar as grelhas de observação preenchidas ao longo das atividades por nós presenciadas para a realização do nosso estudo de caso.

No final deste capítulo encontra-se a triangulação de dados, para assim podermos tirar as nossas conclusões finais.

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Capítulo I

1.Metodologia

Neste primeiro capítulo é feita uma breve abordagem teórica da metodologia por nós adotada, ou seja, a pesquisa bibliográfica, o questionário e o estudo de caso, através do preenchimento de quatro grelhas de observação.

Ander-Egg afirma que o termo metodologia está ligado ao estudo do método, ou seja, à fundamentação teórica de métodos para que assim possamos chegar a um raciocínio lógico.

O mesmo autor refere ainda que este termo significa também um conjunto de ações planificadas de forma a atingir determinados objetivos.

“O termo Metodologia refere-se ao estudo do método ou, se o encaramos de uma forma mais ampla, à fundamentação teórica dos métodos, quando estabelece os procedimentos que devem ser utilizados para a aquisição de conhecimentos científicos e para desenvolver formas apropriadas de raciocínio lógico na planificação de tais procedimentos. Também se utiliza a palavra metodologia para fazer referência a um conjunto concertado de operações para alcançar um ou vários objectivos.”

(2011, p.16)

Ander-Egg insere ainda na metodologia questões de carácter ontológico, fenomenológico, lógico e epistemológico, os quais passamos a descrever sinteticamente na seguinte tabela:

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Tabela nº 1. Metodologia de Animação Sociocultural

Fonte: Elaboração própria a partir de Ander-Egg (2011, p.16)

Ao falar em metodologia Ander-Egg define também o termo método como sendo um “caminho a seguir”, ou seja, segundo este autor, o método é algo que nos leva a alcançar as nossas metas.

“O caminho a seguir mediante uma séria de operações, regras e procedimentos determinados de antemão de maneira voluntária e reflexiva, para alcançar um objectivo, modo ou processo para actuar.”

(2011, p.17)

Ander-Egg (2003) refere que na Animação Sociocultural não existe apenas uma metodologia de investigação, pois o método de investigação depende da realidade local em que vai ser feita a investigação, ou seja, a realidade local determina e delimita a metodologia utilizada para uma certa investigação.

Porém, sem conhecimento o método não é possível, pois este mesmo autor refere que o método é um caminho que se vai construindo, pois não é algo já decidido, é algo que se vai decidindo/realizando e caso seja necessário é reformulado após algumas ou várias tentativas falhadas. Além de todas estas tentativas há algo em comum no desenrolar da metodologia, ou seja, a metodologia tem de ser participativa e discutida em todos os seus momentos, o que quer dizer que esta tem de ser flexível e tem de adaptar-se a cada situação.

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Por seu lado Fortin afirma que a metodologia é utilizada pelo investigador para alcançar as respostas das perguntas às quais nos propomos responder. Fortin refere ainda que é na metodologia que o investigador escolhe a população a estudar e seleciona quais serão os instrumentos mais adequados para a colheita dos dados do estudo realizado.

“(…) o investigador determina os métodos que utilizará para obter as respostas às questões de investigação colocadas ou às hipóteses formuladas. (…) O investigador define a população e escolhe os instrumentos mais apropriados para efectuar a colheita de dados.”

(2009, p.40)

Assim sendo, e após esta breve explicação sobre a metodologia, passamos a descrever aquela que foi escolhida por nós para a elaboração do presente trabalho.

A metodologia por nós utilizada foi a investigação qualitativa, a qual de acordo com M Pérez.

“(…) considera-se como um processo activo, sistemático e rigoroso de indagação dirigida, na qual, se tomam decisões sobre o investigável, estando no campo do objecto de estudo.”

(2011, p.328)

1.1.População/Amostra

Para Fortin, as pessoas selecionadas para fazerem parte da população de um estudo têm de ter certos interesses em comum, e a amostra é constituída apenas por uma pequena parte da população.

“A população compreende todos os elementos (pessoas, grupos, objectos) que partilhem características comuns, as quais são definidas pelos critérios estabelecidos para o estudo. (…) Uma amostra é um subconjunto de elementos ou de sujeitos tirados da população que são convidados a participar no estudo. É uma réplica, em miniatura, da população alvo.”

(2009, p.41) Assim sendo, o nosso estudo terá como amostra 40 animadores Movimento Juvenil Salesiano, provenientes das casas salesianas, a nível nacional.

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Foto nº 1. Amostra da população estudada

Fotografia captada dia: 27 de novembro de 2011. Atividade: II Fórum MJS. Cedida por: Irene Rodrigues.

1.2. Instrumento de Recolha de Dados.

Como já referimos anteriormente, os instrumentos por nós selecionados para a recolha de dados foram a pesquisa bibliográfica, o questionário (fechado) e o estudo de caso através do preenchimento das grelhas de observação.

De acordo com Fortin, para a recolha de dados podemos optar por diferentes técnicas de recolha e no nosso caso a opção foi o questionário e grelhas de observação.

“Os instrumentos de medida podem ser entrevistas, questionários, grelhas de observação, escalas de medida, etc.”

(2009, p.41) Escudero (2004), menciona que a observação fornece ao investigador a informação adequada acerca da cultura que este se propõe estudar, e refere ainda que este procedimento é o adequado para registar certos pormenores do estudo em causa.

“Recoger información sustancial sobre pautas culturales del territorio de estudio. (…)

Se trata de observar y posteriormente registrar aspectos relacionados con horarios de los diferentes grupos de edad o sexo, puntos de encuentro, formas de desplazamiento, etc., siempre en función de nuestro objeto de estudio.”

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Este mesmo autor, faz ainda referência à observação participante, a qual se enquadra na nossa metodologia, e que passamos a descrever, segundo Escudero:

“Observación participante: se trata de convivir con un grupo de personas o grupos durante un determinado tiempo, explicitándoles el objeto del estudio. Se trata de registrar pautas de uso del tiempo, de intereses, de usos del lenguaje, de pautas culturales en definitiva.”

(2004, p.52)

1.2.1. Questionário.

De acordo com Jurgenson, o questionário está inserido na investigação quantitativa.

“en el paradigma cuantitativo resulta usual que el cuestionario preferido sea el de preguntas cerradas, porque son fáciles de codificar y analizar, y seguramente son más sencillas de contestar.”

(2003, p.149)

Por seu lado, Ezequiel Ander-Egg, refere que o questionário é uma forma de recolher dados sem que os inquiridos sejam influenciados, quer pelos restantes elementos da amostra, quer pelos investigadores.

“Se trata de un procedimiento de recopilación de datos cuya característica fundamental es la de utilizar un cuestionario en el que los encuestados contestan por sí mismos, es decidir, sin intervención directa de ninguna de las personas que participan en el trabajo de campo.”

(2003, p.119)

Ander-Egg faz ainda referência ao questionário de grupo, o qual será por nós utilizado, e segundo o autor,

“Otra modalidad es el cuestionario para grupos o de redacción colectiva; este procedimiento requiere que los sujetos de la encuesta puedan ser reunidos en un mismo lugar y a una misma hora. La aplicación de un cuestionario de este tipo puede llevarse a cabo de dos maneras: realizando una explicación previa a la tarea de responder por parte de los encuestados o bien entregando directamente los cuestionarios para que sean respondidos por cada uno de los miembros del grupo encuestado.”

(2003, p.121)

Por seu turno, Escudero (2004), define o questionário como suporte para interrogar os sujeitos em relação a um determinado tema,

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”El cuestionario es el suporte que se usa tanto en procedimientos de encuesta (con finalidad de extrapolar datos a otra población) como en grupos formativos o conjuntos de usuarios de los que se quiere recoger por escrito la valoración de la totalidad de las personas sobre un determinado o determinados temas.”

(2004, p.60)

Assim sendo, para Escudero, o questionário é composto por um conjunto de perguntas ordenadas relativamente a um tema que nos permite comparar dados de forma quantificável através de perguntas fechadas, e também de recolher e comparar opiniões de forma ordenada através de perguntas abertas. (Escudero, 2004, p.60)

O questionário por nós elaborado pode ser consultado no Apêndice, e é compostos por quatro partes, na primeira parte é feita a caraterização dos animadores do Movimento Juvenil Salesiano, tendo estes sido questionados relativamente à casa salesiana a que pertencem, à idade, sexo, formação académica e à sua situação ocupacional.

Na segunda parte foram colocadas questões sobre o Movimento Juvenil Salesiano, tais como, qual a sua identidade e as suas opções.

Na terceira parte foi feita referência à Animação Sociocultural e foi questionado o que é a Animação Sociocultural, quais os seus âmbitos e qual a sua área de incidência. Por fim na quarta parte, foi feita a ligação entre o Movimento Juvenil Salesiano e a Animação Sociocultural, tendo sido questionado qual o público-alvo comum, qual o âmbito da Animação Sociocultural em que se insere o Movimento Juvenil Salesiano e qual a dimensão etária da Animação Sociocultural em que se insere a população do Movimento Juvenil Salesiano.

1.2.2.Estudo de Caso.

Relativamente à definição de estudo de caso, Ander-Egg (2003) e Hugo Cerdá (1982), afirmam que este se centra na atenção dada a uma determinada situação em estudo, como por exemplo um grupo, no qual se centra o nosso estudo.

Assim sendo, concordamos com Ander-Egg (2003), quando este diz que o objetivo do estudo de caso é conhecer o indivíduo, as suas dificuldades, diferenças e necessidades.

“En las ciencias sociales, el estudio de caso consiste en un tratamiento global/holístico de un problema, contenido, proceso o fenómeno, en el que se centra todo el foco de atención investigativa, ya se trate de un individuo, grupo,

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organización, institución o pequeña comunidad.”

( Ander-Egg, 2003, p.313)

Hugo Cerdá, citado por Ander-Egg, afirma que, o estudo de caso é um método que estuda com profundidade os fatores que levam à realização de uma determinada situação.

“Como método, el estudio de casos examina y analiza con mucha profundidad la interacción de los factores que producen cambio, crecimiento o desarrollo de los casos estudiados. Utiliza principalmente un enfoque longitudinal o genético, por medio de los cuales estudia el desarrollo durante un tiempo y un espacio dentro de un lapso determinado.”

(2003, p.313)

Escudero, refere ainda que o estudo de caso é um meio para aprofundar o conhecimento que nós temos numa determinada área de pesquisa, a qual será alvo de análises para aprofundar o conhecimento sobre a mesma.

“Conocer experiencias prácticas que nos den referencias y nos sirvan de contraste con el problema o la temática que estemos abordando. (…) Analizar con detalle determinadas experiencias sociales que nos sean de interés para la temática que estemos abordando. Idealmente, invitando a algún protagonista directo de la misma.”

(2004, p.153)

Yin, citado por G Pérez, reforça a definição de estudo de caso dada por Ander-Egg e Escudero quando diz que o estudo de caso,

“consiste na descrição e análise detalhada de entidades sociais e entidades educativas únicas, sendo especialmente apropriado quando se torna complexo separar as variáveis de fenómeno do seu contexto de actuação.”

(2011, p.102)

Continuando, G Pérez reforça esta mesma ideia quando refere que este estudo trata de,

“(…) observar em profundidade as peculiaridades de uma unidade individual seja esta um sujeito, um grupo, uma classe ou instituição. O seu propósito fundamental deve ser provar de forma profunda o fenómeno, analisá-lo com intensidade e estabelecer generalizações.”

(2011, p.102)

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- De La Ordem que refere que o estudo de caso “(…) deve incluir-se no enfoque ideográfico, visto que a sua finalidade consiste na compreensão profunda da realidade singular: individuo, família, grupo, aula, comunidade.” (G Serrano, 2011, p.103);

- E Adelman e colaboradores ao defini-lo “(…) como estudo de uma instância na acção, ou seja, a recolha de selecção de informação sobre a biografia, a personalidade ou as intenções e valores referidos a qualquer pessoa, instituição, programa, população. Portanto, deve actuar mediante procedimentos abertos, flexíveis e adaptáveis às situações da vida real no contexto das relações sociais.” (G Serrano, 2011, p.103).

Assim sendo, a investigadora conclui dizendo que,

“Em linhas gerais o método de Estudo de Caso consiste em procurar soluções a partir da discussão e análise de um determinado problema, dentro de um grupo e de uma situação real, extraída da própria experiência dos sujeitos que o compõem. (…)”

(G Serrano, 2011, p.105)

Relativamente às fases da elaboração do estudo de caso, Pérez Serrano (2011, p.106), faz referência ao contributo de Martinez Bonafé (1988), que enuncia três fases, ou seja, na primeira fase, fase pré-activa, o investigador tem de recolher a informação necessária mediante os recursos e o tempo disponíveis. Na segunda fase, fase inter-activa, é realizado o trabalho de campo, o contacto com os sujeitos em estudo, é feita a triangulação dos dados obtidos e após essa análise é feita a interpretação dos dados. Na terceira e última fase, fase pós-activa é elaborado o relatório final e são apresentadas as conclusões do estudo realizado. Podemos observar estes dados na seguinte figura:

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Tabela nº 2. As Três fases para a elaboração do Estudo de Caso

Fonte: Elaboração própria a partir de G Serrano (2011, p.106)

.

Por fim, G Serrano refere ainda cinco tipos de estudo de caso, sendo eles, o estudo de caso descritivo, interpretativo, avaliativo, de um único caso e de casos múltiplos (2011). Destes cinco tipos de estudos de caso referidos por G Serrano, aquele que se enquadra na nossa investigação é o estudo de um único caso, pois o Movimento Juvenil Salesiano é um grupo de jovens recente, sobre o qual até ao momento não foi realizada qualquer tipo de investigação.

Assim sendo, transcrevemos a definição de estudo de caso dada pela autora: “Estudo de um único caso. Centra-se na análise de uma realidade única e irrepetível, o que acarreta consigo a realização de um trabalho exaustivo sobre o caso particular. Exige a presença de um profissional devidamente preparado para abordar o problema, além da possibilidade de contrastar a sua informação com outras fontes para ver o grau de congruência. Esta proposta move-se no campo do diagnóstico individual do sujeito, com o fim de orientar na tomada de decisões.”

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Capítulo II

2.Enquadramento Conceptual

2.1.Breve biografia de São João Bosco

Muito resumidamente, e segundo Ferreira (2009), iremos fazer uma breve alusão a quem foi São João Bosco, fundador da Comunidade Salesiana e “Pai e Mestre da Juventude” como é conhecido pelos jovens a nível nacional e internacional.

Assim sendo, João Bosco nasceu no dia 16 de Agosto de 1815 em Becchi (Itália), filho de Margarida Occhiena e de Francisco Bosco.

Sintetizadamente, damos a conhecer as datas importantes da vida de Dom Bosco através da Tabela n.º 3.

Tabela n.º 3. Datas importantes da vida de Dom Bosco.

(33)

Aos nove anos de idade, em 1825, São João Bosco teve o primeiro sonho sobre a missão da sua vida. Missão essa, que lhe foi dada por Jesus e Maria, mãe de Deus, e que consistia em tornar os ferozes lobos em mansos cordeirinhos. Só após algum tempo é que São João Bosco percebeu o significado desse sonho, que seria dar a sua vida aos jovens e pelos jovens, ou seja, fazer a sua vida em função dos jovens mais pobres e desfavorecidos.

Apesar das dificuldades financeiras por parte da sua família, São João Bosco lutou para atingir os seus objetivos, e tornou-se sacerdote mesmo contra a vontade do seu meio-irmão mais velho. Saiu de casa e foi concluindo os seus estudos, primeiro na escola de Castelnuovo d’Asti, depois no Liceu em Chieri. Após a conclusão do liceu fez uma formação com o Padre São José Cafasso, e a 5 de Junho de 1841 foi ordenado sacerdote.

No ano de 1864 fundou a Sociedade de São Francisco de Sales e em 1872 o Instituto das Filhas de Maria Auxiliadora, instituições que são dedicadas por inteiro aos jovens mais carenciados.

Ao longo da sua vida conseguiu realizar o seu sonho e os seus objetivos com grande mérito.

2.1.1.A Comunidade Salesiana.

De acordo com informações retiradas do site oficial da Comunidade Salesiana em Portugal (www.salesianos.pt1), através da edição do mês de Maio/Junho de 2012, do Boletim Salesiano, no ano 2011 encontravam-se cerca de 15.560 salesianos, dispersos por 132 países.

Em Portugal, de acordo com esta mesma fonte, encontram-se atualmente 101 salesianos2.

A presença desta Comunidade foi sentida em Portugal, a partir do ano de 1894 com a tomada de posse da direção do Colégio dos Órfãos de São Caetano em Braga. Em 1896, surgiram as Oficinas de São José em Lisboa, em 1897 o Colégio Coração de Jesus (Casa de Formação de Pinheiro de Cima), em 1903 a Comunidade Salesiana foi para Angra do Heroísmo e nesse mesmo ano foi fundado o Orfanato João Baptista Machado,

1

Consultado dia 31 de maio de 2012.

(34)

em 1904 surgiram as Oficinas de São José em Viana do Castelo e em 1909 as Oficinas de São José no Porto.3

A expansão da Comunidade Salesiana em Portugal foi suspensa devido ao diploma publicado pelo Governo Provisório da República, datado de 8 de outubro de 1910, o qual foi baseado na lei pombalina de 3 de setembro de 1759, na lei de 28 de agosto de 1787 e no decreto-lei de 28 de maio de 1834 (este último da autoria de Joaquim António de Aguiar), o qual aboliu todas as instituições de caráter religioso4.

Passados 10 anos, a partir de 1920, a Comunidade Salesiana pôde dar continuidade à sua obra, tendo recuperado e fundado as seguintes Instituições:

Tabela n.º 4. Instituições Salesianas após o 05 de outubro de 1910.

Fonte: Elaboração própria a partir do site: www.salesianos.pt5

3

(www.salesianos.pt);

4 Informação retirada de:

http://centenariorepublica.pt/conteudo/8-de-outubro-de-1910-%E2%80%93-expuls%C3%A3o-das-ordens-religiosas, no dia 31 de maio de 2012, pelas 19 horas e 51 minutos.

5

Informação retirada de: http://www.salesianos.pt/public/PortalRender.aspx?PageID=65c5263f-3534-44e3-b09e-f6f41ccab4c0, no dia 31 de maio de 2012, pelas 20 horas e 51 minutos.

(35)

Atualmente a Comunidade Salesiana tem as suas casas em Mirandela, Poiares da Régua, Porto, Mogofores, Manique de Cascais, Lisboa, Estoril, Évora, Vendas Novas, Funchal e Água de Pena, na Madeira.

Relativamente à Organização da Comunidade Salesiana Portuguesa, a sede encontra-se em Lisboa, na Província Portuguesa da Sociedade Salesiana de Santo António.

Quanto às autoridades máximas em Portugal, temos o Provincial que é o Senhor Padre Artur Pereira, e o Vigário que é o Senhor Padre Simão Cruz. Temos ainda a Delegação Provincial, que se encontra dividida por setores, no sector da Formação está como responsável o Senhor Padre Simão Cruz, pela Pastoral Juvenil está o Senhor Padre Aníbal Mendonça, pela Comunicação Social está o Senhor Padre João de Brito, pela Família Salesiana está o Senhor Padre Jerónimo Rocha Monteiro, e pela Economia e Obras está o Doutor Orlando Camacho.

2.1.2.A Pastoral Juvenil Salesiana

Antes de falarmos sobre o Movimento Juvenil Salesiano, temos de fazer uma breve referência à Pastoral Juvenil Salesiana e à sua origem.

Como pudemos constatar ao longo das nossas pesquisas, a Pastoral Juvenil Salesiana, surgiu do Sistema Preventivo levado a cabo por São João Bosco aquando do Oratório em Valdocco. (Doménech, 2009, p.15)

(36)

Tabela n.º 5. Sistema Preventivo Salesiano (SPS).

Fonte: Elaboração própria a partir de Doménech, (2009, p. 17).

Assim, e de acordo com Doménech, podemos dizer que o Sistema Preventivo consiste em quatro pontos fundamentais, sendo eles o primeiro, a experiência espiritual, que consiste em dar a conhecer Deus aos jovens, o segundo ponto consiste na proposta de evangelização juvenil, que passa pelo encontro com os jovens num ambiente recheado de vida e de propostas, tais como experiências de fé, transmissão de valores evangélicos e de santidade juvenil, que transmita ao jovem um estilo de vida cristã, o terceiro ponto refere a metodologia pedagógica, que consiste em quatro características principais, sendo elas, o desejo de lidar/conviver com os jovens, o critério preventivo que consiste em acreditar e procurar expandir o lado bom da personalidade de cada jovem, a capacidade de diálogo, e saber conciliar os três conceitos que sempre fizeram parte da vida de São João Bosco, a razão, a religião e a amabilidade, e por fim, mas não por último, o ambiente positivo, que consiste num ambiente recheado de boas relações interpessoais que se baseiam na amabilidade, solidariedade e animação propostas pelos educadores aos jovens. (Doménech, 2009, p.16)

“vontade de estar no meio dos jovens (…); capacidade de diálogo; critério preventivo que acredita na força do bem presente em todo o jovem (…); centralidade da razão (…), religião (…), amabilidade; e um ambiente positivo impregnado de relações interpessoais (…)”.

(37)

Ainda em relação à Espiritualidade Juvenil Salesiana, esta é um elemento fundamental pois congrega uma

“espiritualidade adequada aos jovens (…); uma espiritualidade do quotidiano (…); uma espiritualidade pascal de alegria na acção (…); uma espiritualidade de amizade e relação pessoal com o Senhor Jesus (…); uma espiritualidade de comunhão eclesial vivida nos grupos e, sobretudo, na comunidade educativa (…); uma espiritualidade de serviço responsável (…); uma espiritualidade mariana (…)”.

(Doménech, 2009, pp.18-19)

Os sete elementos fundamentais que congregam a Espiritualidade Juvenil Salesiana consistem essencialmente na organização de atividades para os jovens que congregam estes sete aspetos, os quais podem ser observados através da Tabela n.º6.

Tabela n.º 6. Espiritualidade Juvenil Salesiana (EJS).

Fonte: Elaboração própria a partir de Doménech (2009, p. 18).

Doménech (2009), elucida-nos quanto à missão da Pastoral Juvenil Salesiana: “A pastoral é a acção da Igreja que torna presente Jesus Cristo e a sua realidade de salvação num grupo humano que vive num tempo e espaço determinados. Tem, pois, dois referenciais essenciais: Jesus Cristo vivo e presente na Igreja e o grupo humano concreto na sua realidade social e cultural. A Pastoral Juvenil Salesiana insere-se nesta acção eclesial para enriquecê-la com o dom do carisma salesiano e encarná-lo num mundo juvenil. É, assim, a

(38)

nossa forma de viver e actuar a missão salesiana segundo a Espiritualidade e o Sistema Preventivo de Dom Bosco, ao serviço da missão evangelizadora da Igreja.”

(Doménech, 2009, p.19)

Relativamente aos elementos que qualificam a Pastoral Juvenil Salesiana, Doménech (2009), faz referência a seis, os quais podemos consultar na Tabela n.º 7, sendo eles:

Tabela n.º 7. Elementos da Pastoral Juvenil Salesiana.

Fonte: Elaboração própria a partir de Doménech, et al (2009, p. 20). É no conjunto destas seis opções que surge a base da Pastoral Juvenil Salesiana. O jovem é elemento central da Pastoral Juvenil Salesiana e a missão da Pastoral é ajudar o jovem a construir a sua identidade, a sua personalidade, transmitindo-lhe valores evangélicos que o possam acompanhar ao longo da vida, os quais ele pode utilizar para evangelizar outros jovens.

(39)

2.1.3. Enquadramento do Movimento Juvenil Salesiano.

Para falarmos do Movimento Juvenil Salesiano temos de falar em primeiro lugar na Pastoral Juvenil Salesiana e naquilo em que ela consiste e pelo qual é constituída.

Como já foi referido, tudo começou com a missão de São João Bosco, a qual já foi referida no ponto 2.1 do nosso trabalho, e como síntese dessa missão citamos uma frase utilizada por Doménech (2009, p.15), quando escreve uma das frases utilizadas por São João Bosco: “Prometi a Deus que até o meu último suspiro seria pelos meus queridos jovens.”

Foi através desta forma de vida, desta opção de vida dedicada exclusivamente aos jovens e da sua experiência no Oratório em Valdocco, a qual consistia num apoio aos jovens mais carenciados, de carácter mais educativo, pastoral e de evangelização, que São João Bosco deu a este método o nome de Sistema Preventivo, como já referimos no ponto 2.1.2 do nosso trabalho.

Relativamente à Espiritualidade da Pastoral Juvenil Salesiana, podemos afirmar que esta é a base e a força da Pastoral Juvenil, pois é através da espiritualidade que a pastoral tem alento para avançar no espaço e no tempo, é através de uma espiritualidade dirigida aos jovens, quotidiana, de amizade e relações pessoais, de comunhão eclesial em grupos e na comunidade, e de serviço responsável, que a Pastoral Juvenil Salesiana se encontra em constante crescimento e desenvolvimento. Só através de uma base forte e consolidada é que se pode dar a realização da missão da Pastoral Juvenil Salesiana.

Assim sendo, passamos a resumir essa realização em seis pontos. O primeiro ponto é uma opção – os jovens, principalmente os mais carenciados, o segundo ponto é uma tarefa – “educar evangelizando e evangelizar educando”, o terceiro ponto é uma experiência – comunitária, o quarto ponto é um estilo específico – a animação, o quinto ponto é umas pastoral orgânica – unida na diversidade, e o sexto ponto refere-se à presença da Igreja no mundo. (Doménech, 2009, p.18)

Passamos agora a falar do Projeto Educativo Pastoral Salesiano, o qual consiste em orientar a nível de iniciativas e recursos a evangelização da Pastoral Juvenil Salesiana. O Projeto Educativo Pastoral Salesiano tem como principal finalidade “(…) ajudar a Província e as comunidades a trabalhar com mentalidade partilhada e clareza de objectivos e critérios, em ordem a tornar possível a gestão corresponsável dos processos pastorais.”. Como características do Projeto Educativo-Pastoral Salesiano podemos destacar o jovem, a comunidade e a abertura ao mundo. Quanto à sua unidade

(40)

orgânica é composta por três dimensões, sendo elas a educativo-pastoral, vocacional e a experiência associativa. (Doménech, 2009, p.29)

Por seu lado, a Comunidade Educativo Pastoral é entendida como sendo um grupo onde os jovens, os pais e os educadores se encontram para conviverem em harmonia. (Doménech, 2009, p.55)

A partir de agora estamos em condições de falar do Movimento Juvenil Salesiano, pois já abordamos os passos que foram dados ao longo do tempo para que tenha sido possível o nascimento deste movimento.

2.1.4. O Movimento Juvenil Salesiano.

Vários grupos de jovens foram formados ao longo do tempo com algo em comum – São João Bosco e o seu amor pelos jovens mais carenciados – e com o crescente número de grupos e associações de jovens, a comunidade salesiana sentiu a necessidade de criar algo que coordenasse e supervisionasse esses grupos e associações, e assim foi formado o Movimento Juvenil Salesiano.

Para explicar as características do Movimento Juvenil Salesiano adotamos as ideias de Doménech, que nos indicam que o Movimento Juvenil Salesiano,

“É um movimento de carácter educativo, oferecido a todos os jovens, para os tornar sujeitos e protagonistas do seu crescimento humano e cristão, com impulso missionário, aberto aos excluídos, com vontade de incidência na zona e na sociedade civil e de inserção e contributo na Igreja local. Os grupos e associações juvenis que, mantendo embora a sua autonomia a nível de organização, se reconhecem na espiritualidade e na pedagogia salesiana, formam de modo implícito ou explícito o Movimento Juvenil Salesiano.”

(2009, p.132)

Os elementos identitários do MJS são dois, sendo eles a Espiritualidade Juvenil Salesiana (EJS) e a Pedagogia Salesiana, assim como a ligação entre grupos, como podemos observar na tabela n.º 8:

(41)

Tabela n.º 8. Identidade do Movimento Juvenil Salesiano.

Fonte: Elaboração própria a partir de Doménech, et al (2009, p.132).

Relativamente às opções do movimento, estas são cinco, a opção educativa, a opção associativo-eclesial, a opção formativa, opção apostólica e opção cívica, porém, estas opções são traduzidas em cinco elementos operativos: a variedade de grupos e associações, o caminho de experiência comunitária, o empenhamento apostólico dos jovens para com os jovens, o compromisso por parte dos animadores e os encontros e festas que promovem o contacto entre todos os grupos e associações pertencentes ao Movimento Juvenil Salesiano. (Doménech, 2009)

Tabela n.º 9. Opções do Movimento Juvenil Salesiano.

(42)

Porém há elementos operativos orientadores dos grupos pertencentes ao Movimento Juvenil Salesiano, como por exemplo, a variedade de grupos e associações, um caminho de experiência comunitária à volta da pessoa de Dom Bosco e dos valores da Espiritualidade Juvenil Salesiana, o empenhamento apostólico dos jovens entre os próprios jovens, os animadores e os encontros e festas.

Um dos elementos fundamentais do Movimento Juvenil Salesiano é a animação na perspetiva difusa e recreacionista:

 “Promover um organismo provincial e interprovincial de coordenação, com a participação dos jovens;

 Projectar uma pastoral formativa, oferecida aos diversos grupos e associações como ponto de referência para o seu plano de formação;  Considerar a formação dos animadores e educadores como trunfo do

Movimento;

 Criar uma rede de informação e ligação entre os diversos grupos e associações, e também entre eles e os outros grupos e associações na Igreja e na zona (encontros, boletins ou revistas, iniciativas de conjunto, etc.)

 Considerar os lugares salesianos como lugares de encontro espiritual e de proposta cristã;

 Considerar o delegado de Pastoral Juvenil, com a sua equipa, como promotor do conjunto do MJS.”

(Doménech, 2009, p.134)

O Movimento Juvenil Salesiano aplicam-se a determinados âmbitos, que passam pelas áreas do amplo acolhimento, formação humana, área da animação cultural, social e política e formação religiosa e cristã, que passamos a descreves na tabela seguinte: Tabela n.º 10. Âmbitos do Movimento Juvenil Salesiano.

(43)

2.2.A Animação Sociocultural

Lopes refere que a Animação Sociocultural surgiu em Portugal com o objetivo de promoção de uma ação humana,

“ (…), associada a necessidades de participação, educação, inserção social, consciencialização, democratização, convivência, justiça, protagonismo, vivência social, bem-estar, qualidade de vida, autonomia e transformação.”

(Lopes, 2008, p.95)

Ainda de acordo com Lopes, podemos referir que os antecedentes da Animação Sociocultural passam por “(…) qualquer acção com dimensões social, cultural e educativa, que tenha por objectivo dinamizar programas junto das populações.” (Lopes, 2008, p.95)

Este mesmo autor faz ainda referência à definição de Animação Sociocultural dada pela UNESCO “(…) conjunto de práticas sociais que visam estimular a iniciativa e a participação das populações no processo do seu próprio desenvolvimento e na dinâmica global da vida sócio-política em que estão integradas.” (UNESCO, 1977, citado por Lopes, 2008, p.95)

De acordo com a Associação Nacional de Animadores Socioculturais,

“Animação Sociocultural é um conjunto de práticas desenvolvidas a partir do conhecimento de uma determinada realidade, que visa estimular os indivíduos, para a sua participação com vista a tornarem-se agentes do seu próprio desenvolvimento e das comunidades em que se inserem. Animação sociocultural é um instrumento decisivo para um desenvolvimento multidisciplinar integrado (social, económico, cultural, educacional, etc.) dos indivíduos e dos grupos.”

(ANASC, 2008, p.148)

Lopes (2008), apresenta a Animação Sociocultural através de uma dimensão tridimensional, ou seja, faz referência a uma dimensão etária que abrange as quatro faixas etárias: infância, juventude, adultos e terceira idade; dois espaços de intervenção: rural e urbano; e uma vasta pluralidade de áreas temáticas.

Como o âmbito da Animação Sociocultural que queremos abordar é a Animação Juvenil passamos já a fazê-lo.

(44)

2.2.1. A Animação Juvenil

A Animação Juvenil surgiu em parte com a evolução da sociedade, pois a escola e a família deixaram de ser o centro na formação da personalidade do jovem, pois atualmente, um dos primeiros sinais de autonomia dos jovens é a desvinculação destes do seio familiar, com a ligação e a formação do seu novo grupo de pares, ou seja, ao seu novo grupo de amigos que se vai formando ao longo da sua adolescência.

O conceito de Animação Juvenil tal como refere Lopes surge alicerçado na necessidade de uma ação ditada pela implicação do jovem em programas que o levem à participação, ao compromisso e ao protagonismo rumo a um desenvolvimento social, cultural e educativo.

“A Animação juvenil deve assentar num quadro de referência, que contemple:

A liberdade: sentida na procura do desconhecido, o risco como processo de acção, o imprevisível, a constante mobilidade;

A promoção do associativismo: como meio de socialização e como canalização de desejos e inquietações comuns e de aprendizagens diversificadas, nomeadamente, da democracia, cultura, socialização, recreio e ócio;

A participação: elemento fulcral de um programa de Animação, mediante o qual o jovem se sinta protagonista e não elemento passivo; importa promover uma Animação de juventude que passe pela envolvência directa dos jovens, e não uma Animação para a juventude que reduz o jovem à passividade;

O voluntariado: como processo de compromisso solidário e não como meio oportunista levado a cabo debaixo da lógica da mão-de-obra barata, geralmente ligado à exploração dos jovens a troco de pequenas benesses, normalmente decorativas, relegando os jovens para funções secundárias.”

(2008, p.318)

Este mesmo autor faz ainda referência a alguns aspetos como a liberdade, a promoção do associativismo, a participação e o voluntariado, constitui a base do quadro de referência da animação juvenil, como podemos observar na Tabela n.º11.

(45)

Tabela n.º 11. Quadro de referência da Animação Juvenil.

Fonte: Elaboração própria a partir de Lopes (2008, p.318).

Lopes (2008) refere ainda que a animação juvenil tem alguns objetivos globais, de entre os quais destacamos a ocupação do tempo livre e do tempo de ócio de forma educativa e cívica, de forma a promover o associativismo e o voluntariado juvenil, abrangendo assim as vertentes social, cultural e educativa.

“A Animação juvenil orienta a sua intervenção na prossecução dos seguintes objectivos globais:

proporcionar aos jovens alternativas para uma Animação do tempo livre e tempo de ócio numa perspectiva educativa que os leve a assumir este tempo como um meio de valorização pessoal e social;

fomentar, a partir do tempo livre e de ócio, aprendizagens diversas que os torne conscientes da prática dos valores da democracia, constituindo neste caso, o associativismo juvenil uma potencial escola de formação cívica. Tais aprendizagens podem assumir a forma de acções de voluntariado de educação intercultural e multicultural, pela participação em campos de trabalho internacionais para jovens, pela frequência de albergues de juventude. A Animação pode, ainda, constituir-se numa tecnologia educativa ao serviço das aprendizagens formais, e num meio de integrar e partilhar saberes, áreas, experiências e vivências;

favorecer o interagir e a inter-relação dos jovens, mediante uma metodologia activa, participativa, horizontal e de valorização da auto-estima e do protagonismo;

(46)

concretizar o triângulo constitutivo da animação na intervenção junto dos jovens, isto é, na vertente social, por via do movimento associativismo juvenil e do voluntariado, na vertente cultural, em iniciativas como o teatro, a expressão da comunicação inter-jovens, através da expressividade, da criatividade e da vertente terapêutica, na anular das tensões, a agressividade, a violência e as dificuldades de relação e socialização; finalmente, na vertente educativa, como meio auxiliar de formas de aprendizagens formais.”

(Lopes, 2008, p.318) Esquematizamos as ideias da citação anterior na Tabela n.º12, para melhor compreensão:

Tabela n.º 12. Intervenção da Animação Juvenil.

Fonte: Elaboração própria a partir de Lopes (2008, p.318). Como organizações promotoras da animação juvenil, Lopes faz referência a três movimentos católicos juvenis, a JEC, a JUC e a JOC.

Outra organização referida por este autor é o FAOJ (Fundo de Apoio aos Organismos Juvenis), que surgiu em 1974, passando depois a designar-se por IJ (Instituto da Juventude) em 1988, e por fim, em 1993 passou a designar-se por IPJ (Instituto Português da Juventude).

(47)

2.2.1.1. Tempo Livre

Ao falarmos de tempo livre e tempo de ócio, devemos referir quais os momentos mais importantes da vida humana, que segundo Peñalba (2001), estão divididos em quatro, sendo eles o tempo de trabalho, descanso, obrigações familiares e sociais e o tempo livre.

Este mesmo autor diz-nos ainda que na opinião de alguns autores, a diferença entre tempo livre e tempo de ócio é diminuta, como podemos verificar a seguir:

“Según la opinión de algunos autores, ocio y tiempo libre serían entonces la misma cosa, ya que ambos conceptos coinciden por su oposición al tiempo de trabajo, como contraprestación, residuo o sustracción de éste.”

(2001, p.19) Assim sendo, podemos elaborar a Tabela n.º 13, a qual está fundamentada pelo texto que se segue:

Tabela n.º 13. Origem do Tempo Livre.

Fonte: Elaboração própria a partir de Peñalba (2001, p.20). Por outro lado, G Perez e Puya (2006), referem o tempo livre como um tempo de diversão, e entretenimento, o qual passa por ser uma necessidade para o bom funcionamento da sociedade, ou seja, é uma forma do ser humano não andar tão aborrecido e entediado.

Estes autores mostram-nos ainda que o tempo livre tem como finalidades:

“Controlar-compensar lo anodino de la vida cotidiana. Potenciar el consumo masivo del tiempo libre.

(48)

Buscar la diversión a través de un mundo imaginario que permita escapar de una realidad con frecuencia mediocre.

Puede considerarse como un ámbito temporal privilegiado para las tareas de la animación.

Promover una serie de necesidades y aspiraciones más allá del ámbito laboral, orientadas a la realización personal."

(G Perez & Puya, 2006, p.84)

Lopes (2008), ao falar de tempo livre, refere que este não pode ser definido sem ser associado com o tempo de trabalho, de ócio ou de lazer, devido à dualidade de tempos, como refere Llull (2008, p.440), o qual passamos a esquematizar:

Tabela n.º 14. Divisão do Tempo de Trabalho.

Fonte: Llull (2008, p.440)

Elaboração própria.

Llull, refere-se ao tempo de trabalho como aquele tempo que está ocupado por obrigações profissionais, ou seja, todo o trabalho prévio de preparação do seu dia a dia laboral, como sejam formações profissionais.

“(…) refere como tempo de trabalho um tempo com as seguintes características: a existência de um horário laboral, o salário resultante do serviço, a relação contratual entre o empregador e o empregado. Existem ainda, neste tempo, tarefas que cumpre fazer e que são resultantes do trabalho, como sejam: a preparação do trabalho de casa, a assistência a acções formativas com intensões de reciclagem e de actualização e as acções inscritas na dimensão da educação permanente.”

(2008, p.440)

Este mesmo autor faz ainda referência ao tempo de não-trabalho, tempo que se divide em duas partes, a primeira é preenchida por obrigações familiares, sociais e cívicas, e a segunda parte do tempo de não-trabalho é dedicada ao tempo livre e ao tempo de ócio, como exemplificamos através da Tabela n.º15.

(49)

um tempo que é dedicado ao cumprimento das obrigações cívicas, familiares, fisiológicas e o tempo restante, que corresponde ao tempo livre, liberto, que é, no nosso entender, o tempo que constitui aquilo a que chamamos de ócio.”

(Llull, 2008, p.440)

Tabela n.º 15. Divisão do Tempo de Não-Trabalho.

Fonte: Elaboração própria a partir de Llull (2008, p.440).

Relativamente ao tempo livre durante a juventude, e como é do conhecimento comum, a entrada na adolescência traz algumas mudanças na vida de um jovem, e de entre essas mudanças sabemos que os jovens começam a colocar de parte a família e passam a dar mais importância e atenção ao seu grupo de amigos.

Segundo Llull (2001), é através do grupo de amigos que os jovens vão ocupando o seu tempo livre. Porém, há fatores condicionantes ao aproveitamento deste tempo, tais como:

“-La atracción por la libertad, que conlleva una búsqueda de lo desconocido, lo prohibido, lo arriesgado, aquello que escapa al control de los padres: sexo, drogas, aventuras y rock’n roll.

-La presión de grupo, que adecua y equipara hábitos de ocio a nivel generacional, incitando a la realización de algunas actividades como forma de imitación de modelos estereotipados.

-En contra de lo anterior, la no permisividad de los padres debido a la edad y a su deseo de control sobre el comportamiento de los hijos, lo cual choca de plano con las ansias de libertad juvenil, que quedan bastante limitadas.

-La actual mercantilización de los ocios, dado que para ceder a los principales centros de interés del ocio de la juventud – cine, música, moda, copas – es necesario prever sus costes económicos y acudir a aquellos lugares en donde se halle la oferta de actividades.

(50)

-La falta de recursos económicos, que limita el acceso9 a los bienes culturales y a las actividades de ocio, ya que la paga familiar es insuficiente, y el trabajo remunerado escasea, porque no es todavía la ocupación principal de los jóvenes.

-Una cierta incapacidad para organizarse su tiempo libre, debido a la falta de información y alternativas, y a esa presión de grupo que obliga a repetir siempre las mismas actividades de forma colectiva, sin dejar tiempo para la persona no proponer nada nuevo.”

(Llull, 2001, p.102)

2.2.1.2. Tempo de Ócio

Após uma breve explicação sobre o tempo livre, passamos a aprofundar um pouco mais o que é o tempo de ócio.

Depois da consulta de algumas obras deparamo-nos com o facto de os termos ócio e lazer serem frequentemente trocados, assim sendo, adotamos as definições utilizadas por Lopes (2008, p. 450), para o qual ócio é “(…) Espaço de tempo, em que não se trabalha; repouso, descanso, quietação, sossego.”, enquanto que lazer se entende por “(…) tempo disponível para se poder fazer qualquer coisa. Descanso, repouso.”

2.3. Relação entre o Movimento Juvenil Salesiano e a Animação Sociocultural.

Relativamente ao Movimento Juvenil Salesiano começamos por fazer referência ao Sistema Preventivo pois este é a base de toda a comunidade salesiana, e este é constituído pela Experiência Espiritual, pela Espiritualidade Juvenil Salesiana e pela Metodologia Pedagógica.

Por outro lado a Pedagogia Salesiana consiste numa única opção que é o jovem, a sua tarefa é educar, a experiência é comunitária, o estilo é a Animação a pastoral orgânica é de unidade na diversidade e está presente na Igreja e no mundo.

Quanto à Animação Sociocultural, esta é na perspetiva de Lopes (2008) um conjunto de

“(...) acções, actividades e motivações nos campos social, cultural e educativo, que visaram consciencializar, alfabetizar, educar, animar os cidadãos, com o intuito de promover neles a capacidade de participarem, de se assumirem como sujeitos críticos e actores das suas próprias

(51)

mudanças sociais, políticas, culturais e económicas.”

(2008, p.95) O movimento social que mais enquadra o Movimento Juvenil Salesiano no contexto da Animação Sociocultural é o movimento associativo, pois é através da ação deste movimento e da necessidade natural do ser humano se associar que leva ao nascimento do Movimento Juvenil Salesiano. A ação levada a cabo por este movimento localiza-se em atividades que levam a uma interação permanente dos jovens e que se ligam às componentes do Teatro, Expressão Dramática, Jogos Tradicionais, Música, Expressão Plástica, Encontros Intergeracionais (através do contato com terceira idade, de forma a apresentar o resultado das atividades treinadas pelo grupo), Atividades de ar livre e Atividades desportivas, assim como atividades de aprofundamento e expressão da fé.

Para promover este tipo de atividades, são organizados pelo Movimento Juvenil Salesiano encontros de jovens, encontros esses que podem ser de caráter regional ou nacional, os quais se dão através da comunicação e da partilha entre os jovens de um mesmo grupo ou de grupos diferentes, como é o caso dos encontros nacionais, os quais têm como objetivo promover o crescimento humano e cristão de cada um e do grupo em geral.

Estes mesmos encontros têm de ter sempre como base sólida os âmbitos do Movimento Juvenil Salesiano, dos quais já falamos, e os quais podem ser consultados na Tabela n.º 10, na pág.42.

A finalidade destes encontros é ocupar de forma educativa o tempo livre dos nossos jovens.

Como elementos característicos da ocupação do tempo livre levada a cabo pelo Movimento Juvenil Salesiano passamos a transcrever aqueles que são destacados por Domenéch (2009):

“-centralidade do jovem na obra educativa e em todas as actividades e projectos;

-grupo e experiência associativa como opção educativa privilegiada e essencial para o amadurecimento integral;

-o tempo livre como tempo não sujeito a condicionamentos consumistas e propício à expressão, desenvolvimento e aprofundamento dos seus interesses juvenis;

-a formação integral, pessoal e social de crianças e jovens, valorizando o seu processo educativo através da realização dos seus interesses;

Imagem

Tabela nº 1. Metodologia de Animação Sociocultural
Foto nº 1. Amostra da população estudada
Tabela n.º 3. Datas importantes da vida de Dom Bosco.
Tabela n.º 4. Instituições Salesianas após o 05 de outubro de 1910.
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