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Evolução da habitação colectiva no início do séc. XX: um olhar sobre o prédio de rendimento de Mendonça & Costa, projectado por Ernesto Korrodi

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(1)

185 M ó n ic a R o m ão zi n h o

E

volução da

habitação colec

tiva

no início do

séc

. X

X: um olhar

sobr

e o P

rédio de

rendiment

o de

M

endonça & C

osta,

pr

ojec

tado por

Er

nest

o K

or

rodi

In tr o duç ão No início do século X X assist e -se , de um modo ger al , ao pr olongamen to do eclec tismo que , a par tir de en tão , t er ia que dar r esposta a no vas nec essidades e aspir aç ões . O pr og rama

funcional mas também simbólic

o , dependia do per fil do clien te . 1 A s pr eocupaç ões hig ienistas e r espeitan tes à salubr idade das habitaç ões são ma tér ias par ticular men te deba tidas . A r evista A C onstruc ção Mo derna 2 (1900-1919) publicar ia um r esumo dos tr abalhos discutidos no XIV .º C ongr esso int ernacional de h ygiene e demo gr aphia . Um dos or ador es , o pr of essor Nussbaum, de Hano ver , c onsider av a essencial pr ev er as seguin

tes divisões: uma

“casa ” par a per manência habitual , uma c o zinha-sala de jan tar e um quar to de dor mir , a tr ibuindo

-se a cada uma delas en

tr e 15 a 22 m 2 de ár ea assim c omo uma la tr ina, uma v ar anda, alguns ar már

ios e uma despensa.

3 R ela tiv amen te à cir culação do ar , luz e isolamen to , ac onselha va o seguin te: “A altur a das c asas não dev e ser m uit o elev ada par a f acilitar o aqueciment o. (…) A s dimensõ

es das janellas dev

em dar ensejo á p

enetr

ão do ar e da

luz, mas não demasiado gr

andes (aqueciment o, r esfriament o). O s mat eriaes de c onstruc ção par a as par edes da c asa dev em estar gar antidos c ontr a a h umidade do solo e a ch uv a fustigada (…). O s solhos tant o aqu ant o p ossív el dev em ser imp ermeáv eis ”. 4 P or fim, ac onselha va-se a e xig ir nas habitaç

ões municipais instalaç

ões

par

a canalização de águas potá

veis e esgot

o das águas caseir

as , sist ema hidr áulic o par a as la tr inas , c ondutas par a o gás da c o zinha e de iluminação ou par a a c or ren te eléc tr ica, “fo gõ es de c ombustão lenta ou fornos de c ozinha tão p er feitament e disp ost os qu ant o p ossiv el , adaptados ao c ombustív el bar at o de que se disp oz er ”. 5 O cr escimen to da habitação c olec tiv a c onduziu à f or mulação de regulamen tação adequada e e

xemplo disso ser

ia a Legislaç ão das C onstruç ões

, publicada pela mesma r

evista em 1906. I mpunham-se pés-dir eit os mínimos: par a o r és-do -chão e pr imeir o andar , 3.25m; par a o segundo andar , 3m; par a o t er ceir o andar , 2.85m; par a o quar to e quin to andar es , 2.75m. 6 A s escadas dev er iam per

mitir uma subida

p

ouc

o f

atigant

e e a sua iluminação e fácil

ven

tilação também devia ser acaut

elada: “A c aix a de esc adas dev e t er no seu eix o um espaç o v asio , p or onde desç a a luz e suba ar par a sair p elos v entilador es que dev e hav er nas clar a-b oias ”. 7 Nas dependências

, as janelas deviam ser amplas

, c

or

respondendo

pelo menos a um décimo da super

fície da sua ár

ea, dev

endo

apr

esen

tar no mínimo 0.28 no caso dos quar

tos de dor mir . 8 R ela tiv amen

te ao saguão que gar

an

tia a iluminação sobr

etudo

das divisões de ser

viç

o

, e

xig

ia-se que tiv

esse pelo menos 30m

2

com lar

gur

a mínima de 5m no caso de edifícios de altur

a inf er ior a 18m e 40m 2 de ár ea c om lar gur a mínima de 5m quando a altur a dos edifícios e xc edesse os 18m. 9 S empr e que se destina vam a iluminar e v en tilar c o zinhas t er

iam pelo menos

4m 2, r eg ra que se aplica va igualmen te a v estíbulos , an tecâmar as ou escadas . 10 R ela tiv amen te ao esc oamen to de águas , os tubos

de queda das águas pluviais dev

er

iam ser sempr

e separ

ados

dos que se destinam aos despejos e águas sujas

. Os tubos de

queda dos despejos caseir

os deviam ser de pr ef er ência de g rés cer âmic o vidr ado , por den tr o e por f or

a, podendo também ser

de f er ro fundido , sendo admissív el o chumbo ou outr o ma ter ial imper meá

vel no caso dos que esc

oa

vam as águas pluviais e dos

ur

inóis

.

11 Exig

ia-se também que as pias f

ossem c olocadas nas par edes e xt er ior es e , sempr e que possív el , pr ó ximas de uma janela, dev endo ser de g rés c er âmic o vidr ado ou de calcár io ,

feitas de uma só peça e in

teg

rando no fundo um or

ifício ligado

ao tubo de queda por um sifão

. 12 A hig ienização pr og ressiv a da habitação evidencia va-se mais à fr en te: “Em c

ada domicilio dev

e

hav

er p

elo menos uma latrina e uma pia de desp

ejo , indep endent es uma da o utr a” . 13A la tr

ina podia ser c

olocada em espaç o c on tíguo ao edifício , no lado de f or a da par ede e xt er ior , ou en tão no in ter ior da habitação , pr ef er encialmen te ao fundo de um c or redor , em local v en

tilado por janela c

om 0.30mx0.50m no mínimo . 14 Por outr o lado , par a assegur

ar o asseio das bacias

, sif ões (que deviam estar ac essív eis par a limpeza) e canalizaç ões das la tr inas , devia ha

ver nelas um depósit

o de água c om aut oclismo ou apar elho .

15 A instalação mais eficaz de canalizaç

ões e de esgot

os

far

á c

om que as dependências húmidas se sobr

eponham e

condicionem a localização dos r

estan tes c ompar timen tos . A habitação c olec tiv a r

eplica algumas funç

ões da casa da ar ist ocr acia ou da bur guesia, sendo c on tudo nec essár io par tilhar o c or redor , o v estíbulo e a escadar ia monumen tal c om vizinhos

que não podiam ser esc

olhidos , o que causa va algum inc ómodo à época. 16 P er manec

e uma divisão da casa em dependências

do domínio masculino que simbolizam mais

o univ

erso do

tr

abalho e sociabilidade (escr

it ór io , sala de bilhar , salão , sala de jan tar) e do domínio f eminino , associado ao papel ma ter nal , à or ganização do lar , que se r eflec te em divisões mais ín timas (saleta, c ostur a, toilett

e). Há que destacar o c

on tr ibut o de ar quit ec tos c omo V en tur a Ter ra (1866-1919), A dães B er mudes (1864-1947), Nor te Júnior (1878-1962), Á lv ar o M achado (1874-1944), Nogueir a Júnior (1883-1953), R aul Lino (1879-1974), en tr e outr os . E videncia-se a ac ção de pr ofissionais estr angeir os que vier

am ensinar nas esc

olas industr iais na sequência da aber tur a de um c oncurso lançado D out or ada em D esig n D oc en te do C urso de D esig n de I n ter ior es e E quipamen to da ESAR T-IPCB N otas 1 “O assun to e a ocasião det er mina v am o estilo ”. R io -C ar v alho , 1974, p .251. 2 A dir ec ção t écnica da r evista A C onstruc ção Mo derna er a f or mada pelo engenheir o civil José M ar ia de M ello de M a tos (1856-1915) e pelo ar quit ec to R o zendo C ar v alheir a (1863-1919). 3(20 Janeir o 1908). ”XIV .º C ong resso in ter nacional de h yg iene e demog raphia. ” A C onstruc ção Mo derna , A nno VIII (n.º 247), p .148. 4 I bidem. 5 I bidem. 6 (10 O utubr o 1906). R egulamen to de S alubr

idade das edificaç

ões ur banas . A C onstruc ção Mo derna , A nno VII, (n.º201), p .67. 7I bidem. 8I bidem. 9 I bidem, p .72. 10(20 O utubr o 1906). “R egulamen to de S alubr

idade das edificaç

ões ur banas .” A C onstruc ção Mo derna , A nno VII (n.º202), p .72. 11 (1 No vembr o 1906). “R egulamen to de S alubr

idade das edificaç

ões ur banas .” A C onstruc ção Mo derna , A nno VII (n.º203), p .82. 12 (10 No vembr o 1906). “R egulamen to de S alubr idade das edificaç ões ur banas ”. A C onstruc ção Mo derna , A nno VII ( n.º204), p .91. 13I bidem, p .90. 14 I bidem. 15 I bidem. 16 R oux, 1976, p .233.

(2)

pelo G o ver no . Er nest o Kor rodi (1870-1944), ar quit ec to suíç o , ser ia c olocado em 1889 na Esc ola I ndustr ial de Br aga, e em 1894 na Esc ola D omingos S equeir a, em L eir ia, onde f oi pr of essor da disciplina de D esenho Or namen tal e M odelação . 17 Esta fixação em L eir ia per mitiu-lhe desen volv er estudos ar queológ ic os em tor no do most eir o de A lc

obaça e das ruínas do C

ast

elo de L

eir

ia,

acabando por vir a ser r

esponsá vel pela r ec onstrução dest e último . 18A sua a titude é par ado xalmen te ecléc tica e moder na, reper cutindo -se , por um lado , na r ein ter pr etação de soluç ões ref er enciadas no per íodo mediev al ou clássic o e , por outr o , no r ecurso a f ór mulas pr o venien tes dos mo vimen tos A rts and Cr a fts ou P rot o -A rt e No va 19, A rt e No va e S ec essão vienense . À semelhança de R aúl Lino , f

oi influenciado pelos modelos

anglo -sax ónic os 20. Kor rodi assina va r evistas in ter nacionais como a A cadem y A rchit ec tur e and A rchit ec tur al Review (1895-1914) ou a Sch w eiz erishe Bauz eitung (1900-1935), publicação a car go do I nstitut o P olit écnic o de Z ur ique , r esponsá veis pela difusão de pr ojec tos ou ar tigos de aut or es det er minan tes , nomeadamen te Baillie S cott (1865-1945). D uas obr as da sua aut or ia r ec eber iam o P rémio V almor : a C asa de A n tónio M acieir a (A venida F on tes P er eir a de M elo ) em 1910 e o P rédio de R endimen to da viúv a Est efânia M acieir a (Rua V ir ia to ) em 1917. 21 Imagem 1 achada do pr édio da Rua Br aamcamp . José V ic en te , 2014. CML/DMC/DPC Imagem 2 . (Em z oom) P or menor da fachada O P rédio de r endimen to de M endonç a & C osta O pr édio de M endonça & C

osta, localizado na Rua Br

aamcamp e pr ojec tado em 1914 (I magem 1), apon ta não só a adesão a mo vimen tos in ter nacionais mas um nív el de pr eocupaç ões mais abr angen tes . Na fachada obser

va-se uma sist

ema tização das can tar ias e r espec tiv os or namen tos (I magem 2), c er tamen te ex

ecutados na oficina de can

tar

ia de Kor

rodi, localizada jun

to à sua casa, V illa Hor tência. 22 O á tr io subdivide -se em duas zonas: a de chegada e a de ac esso ao elev ador (I magem 3). Gr

andes placas de lio

z c obr em as par edes , r ema tadas por um fr iso super ior e por um r odapé em már mor e neg ro , ma ter ial esc olhido par a o pa vimen to onde sur ge alt er nado c om a tonalidade r osa. A est er eot omia dos pa vimen tos f oi devidamen te estudada, evitando -se c or tes , e uma moldur a de már mor e neg ro cir cunscr ev e o pa vimen to em causa, ao mesmo t empo que assinala a divisão en tr e as duas ár eas r ef er idas . O c on tr ast e clar o -escur o pr o vocado pelo conjun to pa vimen to -lambr il é dr ama tizado pela ser ralhar ia A rt e No va da por ta de en tr ada (I magem 4). O t ec to estucado e pin tado de br anc o , apr esen ta uma suc essão de moldur as e xecutadas em estuque , destacando -se duas delas: uma c omposta por az eit onas e f olhas de oliv eir a 23, outr a de desenho clássic o , f or mada por ó vulos e dar dos (I magens 5 e 5A ). O elev ador de or igem, da mar ca W ay go od & O ttis (I magem 6), in teg ra

va painéis almofadados e um espelho

. A c ober tur a abobadada per mitia a iluminação na tur al , complemen

tada pela luz emitida por um candeeir

o de f er ro fundido c om túlipa de pasta de cr istal (I magens 7 e 7A ). O ar mais pur

o associado a uma maior altitude

, a luz e insolação são e xaltados pelos tr abalhos sobr e hig iene e , por sua v ez, o asc ensor v

em eliminar a fastidiosa subida pelas escadas e habitar

um andar elev

ado não é mais desv

alor izado socialmen te . 24 R amalho Or tigão an tecipar a outr as c onsequências dec or ren tes da in tr odução do elev ador : “P ela adop

ção dos asc

ensor

es

,

susc

eptív

eis dos mais lu

xuosos desen volviment os de apar at o, de confor to e d’ ar te , a antiga esc adaria solemne , for çosament e de m uit os degr aus p or t

er de galgar os mezzaninos e dar ac

esso do

p

or

tão ao andar nobr

e, p er der á dia a dia t oda a su a c onsagr ada imp or tância. (…) C omo motiv o de p ompa dec or ativ a a esc adaria, rudimentarisada p elo asc ensor , c eder á o seu lo gar ao hall” . 25

Imagem 3 Vista do elev

ador e ar

ranque da escadar

ia. No lado dir

eit o: c or redor que c onduz à escadar ia de ser viç o . José V ic en te , 2014. CML/DMC/DPC. Imagem 4 Por ta de en tr ada. José V ic en te , 2014. CML/DMC/DPC. Imagem 5 Por menor do t ec to . José V ic en te ,

2014. CML/DMC/DPC. Imagem 5 A Ramos de oliv

eir a similar es . Handbook of Or namen t. [1896] London: Omega B ooks , 1987, p .45 187 186 N otas 17 Em 1905, Kor rodi f oi nomeado dir ec tor in ter ino da Esc ola D omingos S equeir a e , em 1906, assumiu a dir ec ção ef ec tiv a da esc ola, car go que e xer cer ia a té 1917. Oliv eir a , 2005, p .50. 18 Em 1898, public ou a obr a Estudos de Rec onstruc ção sobr e o C ast ello de L eiria: Rec onstituiç ão gr aphic a de um notáv el ex emplo de c onstruc

ção civil e militar p

or tu guesa (Z ur ique: I nstitut o P oly g raphic o , 1898), g

raças aos quais lhe ser

ia a tr ibuído , sob a pr oposta do M inistr o e S ecr etár

io de Estado das Obr

as P úblicas , C omér cio e I ndústr ia, o título de “C omendador da R eal Or dem do M ér it o civil ”. Oliv eir a , 2005, p .57. 19 M adsen def ende que a A rt e No v a apar ec eu em I ngla ter ra e a tr ibuí-lhe a desig nação de P rot o -A rt Nouv eau . M adsen, 1967, p .14. 20 R aul Lino e Er nest o Kor

rodi cruzam-se em 1926 no dia em

que ser -lhes-ia a tr ibuído o título de ar quit ec to , na sequência da saída de um decr et

o de lei (1925) que det

er

mina

v

a que ninguém

podia usar a desig

nação de ar

quit

ec

to sem t

er o diploma oficial

de uma das Esc

olas de B elas-A rt es do país . E ser á R aul Lino , como pr esiden te da A cademia das B elas-A rt es que elabor ar á o

discurso póstumo quando Kor

rodi mor re , publicado na Revista e B oletim da A cademia Nacional de B elas -A rt es . N.º13 (1944). 21 D estacam-se outr as enc omendas par a a cidade de Lisboa, desig nadamen te os pr édios de r endimen to de João L eal & I

rmãos que ocupam uma fr

en te e ga v et o for

mado pela rua S

ar aiv a de C ar v alho e Rua F er reir a B or

ges e que ser

iam pr ojec tados en tr e 1902 e 1908. N otas 22 O fer ecia can tar ias de calcár io e lio z da reg ião de L eir ia. Oliv eir a, 2005, p .50. 23 M otiv o a que Kor rodi r ec or reu no pr ojec to da C asa de D omingos Guieir o (F ar o , 1912). A oliv eir a er a sag rada em A tenas e os r amos de oliv eir a er am os pr émios de vit ór

ia nos jogos olímpic

os

. O r

amo de oliv

eir

a

simboliza a paz. Chev

alier ; Cheer br an t, 1994, p .486. 24 Eleb & D ebar re ,1995, p .404. 25 Or tigão , Janeir o1908, p .1.

(3)

189

188

O no

vo asc

ensor ocupa o mesmo local

, embor a t enha sido pr eser vada a balaustr ada de madeir a e o pór tic o de en tr

ada, que apr

esen ta ombr eir as estr iadas , assim c omo um fr on tão in ter rompido

, ladeado por pináculos (I

magem 8). O ar ejamen to e iluminação da escadar ia pr incipal e da caixa de escadas de ser viç o são gar an

tidos por janelões c

om v er ga rec tilínea ou em ar co aba tido c om vidr os c olor idos (I magem 9). A v en tilação er a uma c omponen te fundamen tal , se pensar mos na pr

ofundidade que lot

es c

omo est

e a

ting

iam.

Imagem 6 Vista da campânula en

vidr açada. José V ic en te , 2014 CML/DMC/DPC. Imagem 7 Por menor da campânula en vidr açada. José V ic en te , 2014. CML/DMC/DPC. Imagem 8 Elev ador a tual . José V ic en te , 2014. CML/DMC/DPC. Imagem 9 Janela de v en

tilação da escada. José

V ic en te , 2014. CML/DMC/DPC. Imagem 6A Anuncio da R.W ay good & C o . Q ue mais tar de se jun tar ia à O tis , nasc endo a W ay good & O til , L td . ( Januar y-June1901). A cadem y A rchit ec tur e and A rchit ec tur al R eview , V ol .19. O pr o gr ama doméstic o: or ganizaç ão espacial , soluç õ es funcionais e dec or a tiv as A or

ganização das casas r

eflec te um pr og rama doméstic o complet o mas c ompac tado . D epar ámo -nos c om uma v ersão in ter calar de plan ta do piso t ér reo (I magem 10), onde o apar tamen to maior apr esen ta va um pequeno hall de f or ma quase he xagonal a par tir do qual se ac

edia à sala, a uma

an tecâmar a que dá ac esso ao WC e banho , sob a f or ma ainda de c ompar timen tos separ ados , e ao toilett e. 26 O ac esso a um quar to e à c o zinha implica va o a tr av essamen to da casa de jan tar . O utr a v ersão de plan ta, da

tada de 1914, espelha uma

no va or ganização funcional , em que a pr ópr ia escada de ser viç o é tr ansf er ida par a o núcleo c en tr al do pr

édio e iluminada pelo

saguão igualmen te c en tr alizado que , à semelhança do la ter al , cor responde já a uma v ersão pr ó xima à final (I magem 11). O quar to pr incipal passa a in teg rar a fr on tar ia da casa, subsistindo uma an tecâmar a de ac esso a est e e ao toilett e. O c or redor pr evist o subsistir á na v ersão final . Banho e WC c on tinuam a estar separ ados do c or

redor por meio de uma an

tecâmar

a.

A despensa ocupa já a sua localização definitiv

a e uma c opa constituía-se c omo z ona de tr ansição en tr e c o zinha e sala de jan tar

. A localização de ambas ser

ia in ver tida nas t elas finais . O quar to pr

incipal e a sala de jan

tar sur

gem iluminadas por uma

bay windo w , solução inglesa fr equen temen

te adoptada pelo aut

or

.

No pr

ojec

to final assistimos a uma simetr

ia funcional en tr e os dois f ogos (I magem 12). A

s duas casas que visitámos per

tenc em à mesma ala. 27 O hall , de pequena dimensão , chanfr ado na z ona da en tr ada, c onduz às dependências de r ec epção , ao quar to

dos donos da casa, t

odas elas in ter comunican tes , c onfinan tes com a fachada pr incipal e or ien tadas a nasc en te , e ao toilett e

do dono da casa que funciona c

omo an tecâmar a do quar to pr incipal

, iluminado pelo saguão la

ter al . A z ona de cir culação consist e em dois c or redor es que f or mam um “T ”. O hall da casa apr esen ta tr atamen to dec or ativ o ao nív el do t ec to que in teg ra um c onjun to de qua tr o fr isos que f or mam singelas moldur as , a tr av

essados por linhas tr

ansv ersais e c om r ema tes esf ér ic os , assim c omo um motiv o cir cular que r eapar ec er á em outr os t ec tos

. O solho de espinhado per

mitir á uma distinção em r elação às outr as dependências , onde o soalho

também à inglesa se dispõe sempr

e na mesma dir

ec

ção

.

Uma sala sobr

epõe -se ao v estíbulo do pr édio . Independen temen

te do andar em causa, esta sala sur

ge sempr

e

complemen

tada por uma v

ar

anda, mais ampla no último andar

, ver ificando -se mutaç ões ao nív el da car ac ter ização do Imagem 10 Plan ta do R és-do -chão , c or responden te a uma fase de estudo . S.d . ADLR A -PSS -EK O - C-A -006-026-001-00005_0002. F undo Er nest o Kor rodi, A rquiv o Distr ital de L eir ia. Imagem 11 Plan ta par a duas mor adas em cada pa vimen to . 1914. ADLR A -PSS -EK O - C-A -006-026-001-00005_0005. F undo Er nest o Kor rodi, A rquiv o Distr ital de L eir ia. Imagem 12 Plan ta do 3.º pa vimen to . S.d . ADLR A -PSS -EK O -C-A -006-026-001-00005_0010. Fundo Er nest o Kor rodi, A rquiv o Distr ital de L eir ia. N otas 26 P lan ta do R és-do -chão , c or responden te a uma fase de estudo . S.d . A rquiv o Distr ital de L eir ia. 27 O tr abalho de campo só f oi possív el g raças à disponibilidade da Dr .ª R aquel C osta (A dministr ação do c ondomínio do P rédio da Rua Br aamcamp ) e dos mor ador es .

(4)

190 tec to estucado . No caso apr esen tado , est e c en tr a-se em motiv os dispost os de modo or gânic o , embor a sempr e submetidos a super fícies pon tuais associadas a r ema tes . A o nív el do fr iso de maior espessur a, os g ir assóis e as r osas silv estr es são t emas que Kor rodi v olta a e xplor ar , sempr e en volt os em f olhagens e caules ondulan tes . O fr iso mais in ter ior apr esen ta acan tos que se enr olam em t or no dest e c omo se f osse uma c or da. O eix o long itudinal do t ec to é r ema tado por f or mas cir cular es cujo c on tor no se en tr elaça, in ter ligando -se c om o fr

iso liso mais in

ter ior . O eix o tr ansv ersal é r ema

tado por losangos de c

on tor nos ar queados cujo cen tr o apr esen ta uma mar gar ida estilizada. O c en tr o do t ec to é

constituído por uma c

omposição de acan tos e flor es vistas de per fil , ev en tualmen te mar gar idas . T odo o tr abalho de b oiserie consist e em moldur as r ec tangular es , tr abalho c omplemen tado por um r odapé alt o que se r epetir

á nas divisões seguin

tes . O escr it ór io apr esen ta um t ec to c om motiv os fit omór fic os (I magens 13, 14 e 14 A ). A c omposição é desen volvida a par tir de dois eix

os que dividem est

e plano em par

tes iguais e que

apr

esen

tam cír

culos nos seus r

ema tes e no c en tr o do t ec to . D esc or tinam-se na sua c omposição pr incípios associados à A rt e No va. R amos de r osas silv estr es (t ema amplamen te e xplor ado por Kor rodi), simetr icamen te posicionados , tr ansc endem os limit es do duplo tr açado cir cular mas a r egular idade desta c omposição

é abalada pela assimetr

ia dos caules que se en

tr elaçam de modo or gânic o e se dobr am par a passar debaix o da moldur a cir cular e emer g ir no vamen te sob a f or

ma de um pequeno botão esf

ér

ic

o

.

O fr

iso mais lar

go que per cor re t odo o t ec to é c ompost o de r osas silv estr es e malmequer es dispost os de modo na tur al e pr ofuso , faz endo lembr ar os t ec tos neo -geor g ianos . A s par edes in teg ram moldur as em madeir a pin tada de mar fim e can tos semi-cir cular es . D uas por

tas duplas e almofadadas de ligação à sala an

ter ior e ao quar to dos donos , em madeir a pin tada de mar fim, apr esen

tam uma bandeir

a. O escr it ór io é iluminado por um v ão geminado e , nest e sen tido , c onsta

tamos que cada dependência

er

a iluminada de modo dif

er

enciado e que o desenho dos

vãos sofr

ia v

ar

iaç

ões nos dois últimos pisos

, passando a ser

complemen

tados por uma v

ar

anda ou por uma galer

ia mais

ex

tensa, c

omum à sala. O quar

to dos donos é iluminado

, no

caso do segundo e último pisos

, por um v

ão de sacada simples

e por outr

o também de sacada, por

ém emoldur

ado por um ar

co

aba

tido filiado na est

ética A rt Nouv eau (I magens 15 e 15 A ). Imagem 13 Escr it ór io , por menor do t et o do escr it ór io . José V ic en te , 2014. CML/DMC/DPC. Imagem 14 Tec to do escr it ór io similar a estuques pr esen tes em pr ojec tos ingleses . José V ic en te , 2014. CML/DMC/DPC. Imagem 14 A Sala de r euniões na Thames House , S tanley Hamp . ( July -D ec ember 1913). A cadem y A rchit ec tur e and A rchit ec tur al R eview , V ol .44, p .68. 191 Imagem 15 Quar

to dos donos (nest

e caso , con ver tido em escr it ór io ) . José V ic en te , 2014. CML/DMC/DPC. Imagem 15 A Quar to dos donos . José V ic en te , 2014. CML/DMC/DPC.

(5)

Imagem 18 Sala de jan tar . José V ic en te , 2014. CML/DMC/DPC. Imagem 19 A Por menor do tr abalho de boiser ie ao nív el das par edes . José V ic en te , 2014. CML/DMC/DPC. 192 Imagem 19 Sala de jan tar . Char les P lumet et Ton y S elmersheim. (Jan vier -Juin 1900). A rt et D éc or ation, T. VII, p .20. O c or

redor mais longo per

mit

e ac

eder aos quar

tos iluminados pelo saguão c en tr al , à casa de banho e ao toilett e da dona da casa. Toilett es , dif er

enciados segundo o géner

o , e quar tos in ter ligam-se a tr av és de por tas simples c om bandeir a e almofadadas . O WC c omunica c om ambas . O c or redor (I magens 16 e 17) que per mit e o ac esso a t

odas estas dependências de car

ác

ter

pr

iv

ado

, é iluminado pelo saguão c

en tr al e c onduz ao c or redor tr ansv ersal que dá ac esso à casa de c ostur a, à sala de jan tar , à c o zinha e à “dispensa

”. A pequena divisão que em plan

ta an tec edia a c ostur a ser ia abolida, per mitindo a c onstrução

de uma saleta maior em c

omunicação c om a sala de jan tar . À semelhança do que v er ificámos em outr os pr ojec tos de Kor

rodi, a sala de jan

tar (I

magem 18) ser

á uma das dependências

mais apr

ofundadas

. A g

rande janela de sacada pin

tada de br anc o , apr esen ta um duplo ar co de v olta per feita e um jogo de vidr inhos de f or mas he

xagonais em azul e amar

elo ou oc togonais em vidr o simples , similar es aos da por ta do toilett e do dono , que filtr am a luz de P oen te , ideal par a a hor a de jan tar . 28 Uma r elação de in timidade c om a paisagem er a visív el nos in ter ior es ingleses r epr esen ta tiv os do D omestic Reviv al , mas com a A rt e No va os v ãos long itudinais

, aos quais se associa

vam

assen

tos fix

os

, são substituídos por en

vidr açados mais v ast os , em ar co aba

tido e munidos de vitr

ais: “Janelas ornadas de vitr ais c oloridos , apr esentam no seu c entr o seja o símb olo da casa, sejam os r etr at os hist óric os ou as paisagens , pássar os e flor es , v endo

-se mesmo armários

, sempr e que os p ossa sup or tar , pr o duzindo b om efeit o; um c or tinado r elacionado c om o estilo adoptado , ar tistic ament e disp ost o, c ompleta a ornamentaç ão da janela ”. 29 O lambr il é substituído por um r odapé e uma cor nija assen te em cachor

ros que ser

vir

ia de supor

te par

a a

exposição de por

celanas ou pequenos objec

tos dec or ativ os , tr adição sobr etudo obser vá vel a par tir do R enascimen to e que é r ein ter pr etada na A rt e No va (I magens 19 e 19 A ). 193 Imagem 16 V ista da pr incipal ar tér ia de distr ibuição da casa. Sala de jan tar ao fundo . José V ic en te , 2014. CML/DMC/DPC. Imagem 17 Por menor do r ev estimen to dec or ativ o do c or redor . José V ic en te , 2014. CML/DMC/DPC. N otas 28 No segundo piso , um passadiç o estabelec e a ligação en tr e a v ar anda post er ior e o jar dim localizado nas tr aseir as do pr édio . 29 «D es f enêtr es or nées de vitr aux de c ouleur , por tan t à leur c en tr e soit le chiffr e de la maison,

soit des por

tr aits hist or iques ou des pa ysages , des

oiseaux et des fleurs

, v oir e même des ar moir ies , quand on est en dr oit d ’en por ter , pr oduisen t bon eff et; une t en tur e en r appor t a v ec le st yle adopt é , ar tist emen t jet ée , c omplèt e l ’or nemen ta tion de la f enêtr e . » R is-P aquot , 1894, p .197.

(6)

A esc olha do mobiliár io dec or ria essencialmen te da v on tade do clien te , e o fac to destas peças t er em persistido a té à ac tualidade ajuda-nos a c ompr eender c

omo esta dependência er

a viv enciada à época. 30 Um buf et e (I magem 20) c om elemen tos A rt e No va: con tor nos cur vilíneos das ga vetas , apon tamen tos fit omór fic os que mar cam as por tadas do c or po inf er ior , pés de r ec or te ondulan te , ar cos aba tidos que r ema tam o c or po super

ior e que apr

esen tam ondeados v azados , linhas en tr elaçadas que c onstituem a

base dos balaústr

es . Est es últimos motiv os in teg ram a par te inf er

ior do espaldar das cadeir

as que faz

em lembr

ar modelos

holandeses bar

roc

os pelos seus supor

tes dian

teir

os f

or

mados

pela justaposição de balaústr

es , disc os e cubos , pela pr egar ia

metálica dos est

of os em v eludo , pelos r ema tes en talhados (flor es e caules

, não mais mascar

ões) dos mon

tan tes do enc ost o . A djac en te à sala de jan tar situa-se a c o

zinha, que também

comunica c om a v ar anda post er ior (I magem 21). S ob a chaminé em lio z sur ge in teg

rada uma bancada no mesmo

ma

ter

ial que c

on

tém um duplo la

va-loiça, e uma bancada

mais baixa que funciona c

omo esc or redor . A pia de despejos localiza-se em c ompar timen to ac essív el a tr av és da v ar anda, em c onf or midade c om a leg islação . O pa vimen to , pr oduzido pela F ábr ica de L ouça de S aca vém, é c

onstituído por mosaic

o hidr áulic o v er melho e br anc o , de f or ma to he xagonal 31, que con tr asta c om o mo vimen to ondulan te dos bot ões de r osa e v agens do fr iso do silhar , em faiança azul e br anca. C onclusão A or

ganização espacial espelha um esba

timen to g radual da divisão en tr e esf er a pública e pr iv ada. P or ém, man têm-se as

dependências ligadas ao géner

o masculino ou f eminino . Não há mais um lugar pr iv ado de sociabilidade , c omo er a o b oudoir , e a sala de jan tar apr o xima-se da c o zinha, t

endo sido banida

a c

opa. Os c

or

redor

es não são mais isolados por por

tas

, o que

faz c

om que pessoal doméstic

o e família se cruz em embor a persista a por ta de ser viç o . O pr ópr io quar to da cr iada enc on tr a-se ligado ao c or redor pr incipal . Estamos per an te espaç os in ter ior es mais pr ag má tic os onde o tr atamen to dec or ativ o con tinua a c on tr ibuir par a a iden

tidade de cada dependência

. Os pr ojec tos de Er nest o Kor rodi r ev elar

iam uma aplicação

pr ática de c onc eit os e pr essupost os espaciais , c or responden te em alguns casos a an tecipaç ões da moder nidade , na medida em que ac ompanha vam o c on te xt o in ter nacional . 194 Imagem 20 Cadeir a e buf et e de sala de jan tar (M ónica R omão zinho ). À dir eita: Buf et e em nogueir a enc er ada. (1 S et embr o 1905). A C onstruc ção M oder na. A no VI (n.º176), p .155. 195 Imagem 21 Fogão da c o zinha c om can tar ia em lio z. José V ic en te , 2014. CML/DMC/DPC. N otas 30 Um pouc o mais tar diamen te , mais especificamen te em 1933, da ta em que o pai do ac tual inquilino , de or igem belga, v em mor ar par a Lisboa a fim de tr

abalhar numa empr

esa.

31 C

omposição n.º 127, D

es-1904,

mas sem bor

dadur a. A rquiv o da Fábr ica de L oiça de S aca v ém.

(7)

197 196 N otas 1 “O assun to e a ocasião det er mina vam o estilo ”. R io -C ar valho , 1974, p .251. 2 A dir ec ção t écnica da r evista A C onstruc ção Mo derna er a for

mada pelo engenheir

o civil José M ar ia de M ello de M at os (1856-1915) e pelo ar quit ec to R o zendo C ar valheir a (1863-1919). 3(20 Janeir o 1908). ”XIV .º C ong resso in ter nacional de h yg iene e demog raphia. ” A C onstruc ção Mo derna , A nno VIII (n.º 247), p .148. 4 Ibidem. 5 Ibidem. 6 (10 O utubr o 1906). R egulamen to de S alubr

idade das edificaç

ões ur banas . A C onstruc ção Mo derna , A nno VII, (n.º201), p .67. 7 Ibidem. 8 Ibidem. 9 Ibidem, p .72. 1 0 (20 O utubr o 1906). “R egulamen to de Salubr

idade das edificaç

ões ur banas .” A C onstruc ção Mo derna , A nno VII (n.º202), p .72. 1 1 (1 No vembr o 1906). “R egulamen to de Salubr

idade das edificaç

ões ur banas .” A C onstruc ção Mo derna , A nno VII (n.º203), p .82. 1 2 (10 No vembr o 1906). “R egulamen to de Salubr

idade das edificaç

ões ur banas ”. A C onstruc ção Mo derna , A nno VII ( n.º204), p .91. 1 3 Ibidem, p .90. 1 4 Ibidem. 1 5 Ibidem. 1 6 R oux, 1976, p .233. 1 7 Em 1905, Kor rodi f oi nomeado dir ec tor in ter ino da Esc ola D omingos S equeir a e , em 1906, assumiu a dir ec ção ef ec tiv a da esc ola, car go que e xer cer ia a té 1917. Oliv eir a , 2005, p .50. 1 8 Em 1898, public ou a obr a Estudos de Rec onstruc ção sobr e o C ast ello de L eiria: Rec onstituiç ão gr aphic a de um notáv el ex emplo de c onstruc

ção civil e militar p

or tu guesa (Z ur ique: I nstitut o Poly g raphic o , 1898), g

raças aos quais lhe ser

ia a tr ibuído , sob a pr oposta do M inistr o e S ecr etár

io de Estado das Obr

as Públicas , C omér cio e I ndústr ia, o título de “C omendador da R eal Or dem do M ér it o civil ”. Oliv eir a , 2005, p .57. 1 9 M adsen def ende que a A rt e No va apar ec eu em I ngla ter ra e atr ibuí-lhe a desig nação de Pr ot o -A rt Nouv eau . M adsen, 1967, p .14. 2 0 R aul Lino e Er nest o Kor

rodi cruzam-se em 1926 no dia em

que ser -lhes-ia a tr ibuído o título de ar quit ec to , na sequência da saída de um decr et

o de lei (1925) que det

er

mina

va que ninguém

podia usar a desig

nação de ar

quit

ec

to sem t

er o diploma oficial

de uma das Esc

olas de B elas-A rt es do país . E ser á R aul Lino , como pr esiden te da A cademia das B elas-A rt es que elabor ar á o

discurso póstumo quando Kor

rodi mor re , publicado na Revista e B oletim da A cademia Nacional de B elas -A rt es . N.º13 (1944). 2 1 D estacam-se outr as enc omendas par a a cidade de Lisboa, desig nadamen te os pr édios de r endimen to de João L eal & I

rmãos que ocupam uma fr

en

te e ga

vet

o

for

mado pela rua S

ar aiv a de C ar valho e Rua F er reir a B or

ges e que ser

iam pr ojec tados en tr e 1902 e 1908. 2 2 O fer ecia can tar ias de calcár io e lio z da reg ião de L eir ia. Oliv eir a, 2005, p .50. 2 3 M otiv o a que Kor rodi r ec or reu no pr ojec to da C asa de D omingos Guieir o (F ar o , 1912). A oliv eir a er a sag rada em A tenas e os r amos de oliv eir a er am os pr émios de vit ór

ia nos jogos olímpic

os

. O r

amo de oliv

eir

a

simboliza a paz. Chev

alier ; Cheer br an t, 1994, p .486. 2 4 Eleb & D ebar re ,1995, p .404. 2 5 Or tigão , Janeir o1908, p .1. 2 6 P lan ta do R és-do -chão , c or responden te a uma fase de estudo . S.d . A rquiv o Distr ital de L eir ia. 2 7 O tr abalho de campo só f oi possív el g raças à disponibilidade da Dr .ª R aquel C osta ( A dministr ação do c ondomínio do P rédio da Rua Br aamcamp ) e dos mor ador es . 2 8 No segundo piso , um passadiç o estabelec e a ligação en tr e a var anda post er ior e o jar

dim localizado nas tr

aseir as do pr édio . 2 9 «D es f enêtr es or nées de vitr aux de c ouleur , por tan t à leur cen tr e soit le chiffr

e de la maison, soit des por

tr aits hist or iques ou des pa ysages

, des oiseaux et des fleurs

, v oir e même des ar moir ies , quand on est en dr oit d ’en por ter , pr oduisen t bon eff et; une t en tur e en r appor t a vec le st yle adopt é, ar tist emen t jet ée , complèt e l ’or nemen ta tion de la f enêtr e. » R is-P aquot , 1894, p .197. 3 0 Um pouc o mais tar diamen te , mais especificamen te em 1933, da ta em que o pai do ac tual inquilino , de or igem belga, vem mor ar par a Lisboa a fim de tr

abalhar numa empr

esa.

3

1

C

omposição n.º 127, D

es-1904, mas sem bor

dadur a. A rquiv o da F ábr ica de L oiça de S aca vém. Biblio gr afia Chev alier , J . & Cheer br aun t, A. (1994). D icionário dos símb olos . Tr adução de C ristina R odr iguez e A rtur Guer ra. Lisboa: Teor ema. Eleb , M. & D ebar re , A. (1995). L’ in vention de l’ habitation mo derne : P aris 1880-1914. Brux elles: A.A.M. M adsen, S. T. (1967). A rt Nouv eau , T rad . por  ngelo de S ousa. P or to: ED . I no va. Per eir a, A. L. & P ita, J .R. (2011). A hig iene: da hig iene das habitaç

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. I n M att oso , J . (Dir .) &V aquinhas , I. ( C oor d .). Hist ória da V ida P riv ada: A Ép oc a C ont emp or ânea . (92-116). M aia: C ír culo de L eit or es e Temas e D eba tes . Oliv eir a, M. G. (2005). Rota de ar quit ec tur a K orr o di: c ontribut o par a o conheciment o da vida e obr a do ar quit ec to (1870-1944). (44) T ese de M estr ado , F aculdade de L etr as – Univ ersidade de Lisboa, P or tugal . Or tigão , R. (1908). P refacio . A rchit ec tur a P or tu gueza . A no I, (5), 1-2. (10 O utubr o 1906). R egulamen to de S alubr

idade das edificaç

ões ur banas . A C onstruc ção Mo derna , A no VII (201), 66-67. (20 O utubr o 1906). R egulamen to de S alubr

idade das edificaç

ões ur banas . A C onstruc ção Mo derna, A no VII (202), 74. (1 No vembr o 1906).R egulamen to de S alubr

idade das edificaç

ões ur banas .”A C onstruc ção Mo derna, A nno VII (203), 82-83. (10 No vembr o 1906). “R egulamen to de S alubr

idade das edificaç

ões ur banas .” A C onstruc ção Mo derna, A nno VII (204), 90-91. R io -C ar valho , M. (1974). A A rt e No va, M oder nidade domesticada, sen timen talidade pr ojec tada. I n Est étic a do Romantismo em Por tu gal: A ctas do C oló quio . (247-251). Lisboa: Gr émio Lit er ár io . R is-P aquot . (1894). L’A rt de batir , meubler et entr et

enir sa maison ou manièr

e de sur veiller et d’ ètr e soi-même . (197). 4 éme ed . P ar is: Henr i Laur ens , É dit eur . R oux, S. (1976). La maison dans l’ hist oir e. P ar is : E ditions A lbin M ichel . (20 Janeir o 1908).XIV .º C ong resso in ter nacional de h yg iene e demog raphia. ”A C onstruc ção Mo derna , A no VIII (247), p .148. A dir eç ão da r evista r ossio . estudos de Lisb oa agr adec e a Raquel C osta, R udolfo Ab erlé , F ernanda F urst e e Man uel S anches a gentileza em t er em p ermitido o lev antament o fot ogr á fic o do edifício .

Referências

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