Abordagens da
Teoria Contábil
Para que teoria?
S/A de capital fechado
Em média 300 funcionários Faturamento: Anual: R$ 10.000.000 Enquadrada no Simples até 2009
100% dos Clientes são instituições governamentais
Principais problemas...
• Dificuldades de conciliar contas a pagar com contas a receber
• Aumento do endividamento bancário
CAIXA
• Confissão de dívidas tributárias de anos anteriores a SRF
• Aumento do Passivo
TRIBUTÁRIOS
• Até 2009, não se tinha uma contabilidade real • Pensava-se que se era lucrativa, quando o PL de
2010 se encontrava negativo...
Tentativa de solução...
Financiament o subsidiado Lucro Prejuízo: Aporte de capital com recursos próprios Mais de R$ 1.000.000 já gastos em projetosQuem estava com a razão? E quem deve determinar quem tem razão?
Teoria da Contabilidade
“...questões teóricas não são apenas uma questão de teoria” (Hendriksen e Van Breda, p. 22);
•
“A teoria na prática é a teoria” (Iudicibius, 2011);•
Princípios e conceitos não axiomáticos (Ribeiro Filho (2009), Riahi-Belkaoui, 2004);Alguns conceitos de Teoria da Contabilidade
•
“um conjunto de construções interligadas (conceitos) dedefinições e proposições que apresentam uma visão sistemática de fenômenos especificando relações entre variáveis com o objetivo de explicar e prever os fenômenos” (Riahi Belkaoui,2004,pag.108)
•
“conjunto coerente de princípios hipotéticos, conceituais e pragmáticos que formam um quadro geral de referência para a investigação da natureza da contabilidade”. (Hendriksen e Van Breda, 2009, p. 32)Teoria da Contabilidade baseada
em Economia – PTA
Premissas Básicas
GERENTES
FINANCIADORES INVESTIDORES E ANALISTAS FINANCEIROS
Premissas: As partes envolvidas agem de forma a maximizar seu próprio bem estar (ou seja, sua utilidade esperada) (Watts e Zimmerman, 1986, p. 3).
Objetivo da Teoria da Contabilidade: Explicar e Predizer Prática
Contábil (Watts e Zimmerman, 1986) Teorias: Contratos e Agência
Conceitos de PAT
• A PAT se preocupa em prever as escolhas de políticas contábeis por
gerentes de empresas e como eles irão responder a novas normas contábeis propostas (Scott,2011)
•
Podemos prever quais gestores irão reagir favoravelmente às novas normas de contabilização pelo valor justo de instrumentos financeiros, e quais irão se opor?•
“De fato, a idéia central da abordagem positiva é desenvolver hipóteses sobre fatores que influenciam o mundo da prática de contabilidade e testar a validade dessas hipóteses empiricamente” (Riahi Belkaoui, pag. 446)Evolução Histórica da PAT
1960 – Inicio de pesquisas positivas 1970 – 1980: Paradigma de pesquisa dominante Accouting Review até 1963 . Após, quase todos positivosFonte: DEGGAN e UNERMAN (2011)
Pressões Mercadológicas e disponibilidades de bancos de dados em sistemas computacionais
Visão oportunística e suas 3 Hipóteses
HIPOTESES CONSEQUENCIAS GERAIS
H1 – PLANO DE INCENTIVO LUCROS FUTUROS PARA PERÍODOS ATUAIS
H2 – GRAU DE ENDIVIDAMENTO VIOLAÇÃO DE CONTRATOS -LUCROS FUTUROS PARA PERÍODOS ATUAIS
H3 – TAMANHO/CUSTO POLÍTICO QUANTO MAIOR OS CUSTOS POLÍTICOS MAIOR ESCOLHAS NO RESULTADO CONTÁBIL
PTA sob a perspectiva da eficiência
•
“[...] as organizações dispõem de controles que lhes permitam limitar atitudes oportunistas e, assim induzir os gestores aescolher métodos contábeis que minimizem custos
contratuais[...]” (Iudícibus e Lopes, 2004);
•
Procedimentos ex-ante;•
Trade-off entre prescrição anterior de políticas contábeis x custosTeorias Imperfeitas
• Se não existe teoria perfeita, como nos podemos escolher entre teorias imperfeitas?
•
O que determina o sucesso e a sobrevivência da teoria?• Um determinante importante é o valor da teoria para o usuário.
• Defeito da PTA, por Iudícibus e Lopes (2004): postura reativa aos eventos reais
Criticas a PAT (Deggan e Unerman, 2011)
•
Não oferece meios de aperfeiçoar a prática contábil;• Não está livre de valores (exemplo hipótese do self – interest);
• Posição normativa ao identificar o objetivo da teoria da contabilidade;
• Hipótese da maximização de riqueza: perspectiva negativa e simplista da humanidade;
• As 3 hipóteses continuam a ser testadas, não havendo muita evolução;
Aspectos iniciais da teoria normativa
• Predominou na contabilidade por muitos anos;
• Busca recomendações de políticas contábeis para as entidades;
• Conceitos ideais para a contabilidade, mas não passíveis de verificação empírica;
Definições
Hendriksen e Breda (2009) afirmam que as teorias normativas visam recomendar que dados devem ser comunicados e como devem ser apresentados.
Segundo Kam (1990) a idéia é que temos de encontrar o que é melhor ou mais viável e prescrever como este algo deve ser feito na prática.
A Teoria Normativa explica:
O QUE DEVE SER
EM LUGAR DO
QUE É
Ittner e Larcker (2002) - European Accounting Review
Empirical managerial accounting research: are we just describing management consulting practice?
Procedimento Criativo-Normativo
PROCEDIMENTO CRIATIVO-NORMATIVO OBSERVAÇÃO INFORMAL MODELO PROPOSTO OBSERVAÇÃO FORMAL MODELO ATUALA Teoria Normativa começa por onde?
Riahi Belkaoui (2004)
GERAL
• Proposições básicas sobre o meio ambiente da contabilidade.
ESPECIFICO
• Conclusões lógicas sobre as práticas contábeis.
Etapas da teoria normativa
Especificação dos objetivos das demonstrações financeiras Seleção dos postulados de contabilidade Derivação dos principios contábeis Desenvolvi-mento das técnicas de contabilidade Riahi Belkaoui (2004)Principais pesquisadores da Teoria Normativa
• Paton 1922 • Canning 1929 • Paton e Litleton 1940 • Edward e Bell 1961 • Kam 1990 • Mattessich 1995Contribuições de Kam
SISTEMA DEDUTIVO PRINCIPIOS POSTULADOS , DEFINIÇÕES E OBJETIVOS DE CONTABILIDADE PROCEDIMENTOSContribuições de Kam
•
Nível 1: declarações e pressupostos mais gerais que estruturam e delimitam a contabilidade. Ex: entidade e continuidade;•
Nível 2: Conceitos menos gerais, porque adotam uma maior aproximação com uma definição operacional. Ex: avaliação pelo custo histórico e princípio de reconhecimento de receita;•
Nível 3: prescrições sobre procedimentos contábeis. Orientam como fazer para se escriturar determinada classe de fenômenos.Contribuições de Kam
TEORIA DA MENSURAÇÃO: Procedimentos para atribuição de números aos eventos, objetos ou fenômenos.
TEORIA DA CONTABILIDADE
CUMPRIMENTO DA SUA MISSÃO SOCIAL
Tipos de mensuração segundo Kam
Fundamental Derivada Discricionária
Contribuições de Glautier e
Underdown
•
Referência conceitual que oriente a atuação dos profissionais de contabilidade no desempenho da prática contábil.•
Teoria: expressão de um conjunto de conceitos, suficientemente amplos, que visam: a) oferecer um arcabouço de princípios através dos quais as práticas contábeis poderão ser julgadas e b) guiar o desenvolvimento de novas práticas e procedimentos.Contribuições de Mattessich
CoNAM
Proposição de uma metodologia contábil chamada de condicional-normativaRichard Mattessich (2003) - Accounting, Organizations and Society
- Accounting representation and the onion model of reality: a comparison with Baudrillard’s orders of simulacra and his hyperreality
Hipóteses
•
Positivista: Quanto maior for o valor dos ativos fixos de uma cia. Maior a probabilidade de que nas suas demonstrações ocorra uma apropriação de reservas de lucros para propiciar renovações, consertos, manutenção ou depreciação;•
CONAM: Determinada companhia deseja maximizarsua riqueza. O valor dos seus ativos fixos totalizam X unidades monetárias. Então é recomendado que suas demonstrações incluam uma apropriação de reservas para propiciar renovações, consertos, manutenção ou depreciação.
Abordagem Ética
•
Estudo da Avestruz Master: Caneca, Ribeiro Filho e Albuquerque (2007)NÚCLEO BASE
Abordagem Sociológica
Enfatiza os efeitos sociais das técnicas contábeis Amplia o conceito de justiça: Bem Estar Social Pressuposto: existência de valores sociais estabelecidos Originou a Contabilidade SocialAbordagem Econômica
Enfatiza o controle do comportamento dos indicadores macroeconômicos
que resultam da adoção de técnicas de contabilidade
diferentes
Ênfase no bem estar econômico;
Abordagem Institucional
•
Contabilidade interligada com a vida das organizações e ao contexto que ela opera.•
De acordo com Iudícibus e Broedel Lopes (2004) os indivíduos aceitam e seguem normas sociais sem qualquer reflexão ou resistência comportamental, limitando-se a defesa de seus interesses.Abordagem Histórica
•
“Objeto da pesquisa passa a ser analisado de formacontextualizada, considerando sua trajetória no tempo e no espaço” ( Iudícibus e Broedel Lopes, 2004, p.54);
•
Extrapola o ambiente interno das organizações;•
Contabilidade e sua relação de poder (Foucault)Artigo: A Culpabilidade da Contabilidade na Perpetuação do Holocausto.
Abordagens Ecléticas
•
“Uma coisa é a coexistência entre diferentes orientações metodológicas; outra é a tentativa de unir em uma única concepção paradigmas inspirados em diferentes visões de mundo” (Theófilo e Iudícibus, 2001, pag.13)•
Robert Scapens e a interpretive accounting research (IAR)Combinar atividade acadêmica com prática de resolução de problemas
Livro: Research Methods and Methodology in Finance and Accounting
CONCLUSÃO
• “Ao insistir em testes empíricos dessas previsões, a teoria positiva ajuda a manter as previsões normativas no caminho certo. Com efeito, as duas abordagens se complementam” (Scott, 2011)
• “Só que os criativos, os inventivos e talvez até sonhadores que não tenham domínio do ferramental positivista, estão mortos!” (Eliseu Martins, 2005)
• “A aquisição de um paradigma e do tipo de pesquisa mais esotérico que ele permite é um sinal de maturidade no desenvolvimento de qualquer campo científico que se queira considerar (Kuhn, Thomas S. 1998, p. 31)
Impedimentos Afeta não acadêmicos Afeta Pesquisadores
Volume e dispersão de pesquisa X
Dificuldades Metodológicas X Divergências entre Pesquisadores X Irrelevância Percebida X X Ausência de conclusões normativas X X Políticas de Contabilidade X X
Natureza do Debate Público X X
Incentivos acadêmicos X
Impedimentos para uma comunicação efetiva
Fonte: SINGLETON GREEN (2010)
Referencias
• BALL, R. J. And BROWN, W.. An empirical evaluation of accounting
income numbers. Journal of Accounting Research, Vol. 6, p.159-178, Autumn
1968.
• CANECA, Roberta Lira ; RIBEIRO FILHO, José Francisco ;
ALBUQUERQUE, J. H. M. . Uma Análise do Caso da Avestruz Master sob
a Perspectiva da Teoria dos Simulacros e Hiper-Realidade de
Baudrillard. In: Congresso USP de Controladoria e Contabilidade, 2007, São
Paulo. 4º Congresso USP de Iniciação Científica em Contabilidade, 2007. v. 1.
• DEEGAN, Craig; UNERMAN, Jeffrey. Financial accounting theory. 2. ed. London: McGraw-Hill, 2011.
• HENDRIKSEN, Eldon S. VAN BREDA, Michael F. Teoria da
Contabilidade. Tradução de Antonio Zoratto Sanvicente – 1° edição – 7
Referencias
• ITTNER, Christopher and LARCKER, David(2002) 'Empirical managerial accounting research: are we just describing
management consulting practice?', European Accounting Review, 11: 4, 787 — 794
• IUDICIBUS, Sergio; BROEDEL Lopes, Alexsandro. Teoria
Avançada da Contabilidade. São Paulo, Atlas, 2004
• KAM, Vernom. Accounting Theory. 2ed. New York: John Wiley, 1990.
• KUHN, Thomas S. A Estrutura das Revoluções Científicas. Editora Perspectiva. 5° edição 1998
Referencias
• LIPPMAN, Ellen J. and WILSON, Paula A. The culpability of accounting
in perpetuating the Holocaust. Accounting History 2007; 12; 283
• MARTINS, Eliseu. Normativismo e/ou Positivismo em Contabilidade: Qual o Futuro? Editorial. Revista Contabilidade e Finanças – USP, São Paulo, n. 39, p. 3 – 6, Set./Dez. 2005
• MARTINS, Eric Aversari; CARVALHO, L. Nelson. Ciência da
Contabilidade: Um Ensaio Teórico sobre seu Objetivo e Objeto. IN 11º
Congresso USP de Controladoria e Contabilidade. São Paulo/SP 28 e 29 julho de 2011
• MATTESSICH, Richard. Accounting representation and the onion model of reality: a comparison with Baudrillard’s orders of simulacra and his hyperreality. Accounting, Organizations and Society. n. 28, p. 443–470, 2003
• RIAHI-BELKAOUI, Ahmed. Accounting theory. 5th ed. London: Cengage Learning, 2004.
Referencias
• RIBEIRO FILHO, José Francisco et al Estudando Teoria da Contabilidade. São Paulo, Atlas, 2009
• SCAPENS, Robert W. Seeking the relevance of interpretive research:A contribution to the polyphonic debate. IN Crit. Perspect. Account. (2007),
doi:10.1016/j.cpa.2007.02.006
• SINGLETON-GREEN, Brian(2010) 'The Communication Gap: Why Doesn't
Accounting Research Make a Greater Contribution to Debates on Accounting Policy?', Accounting in Europe, 7: 2, 129 — 145
• SCOTT, William R. Financial accounting theory. 6rd ed. Toronto: Prentice Hall, 2011.
• THEÓPHILO, Carlos Renato; IUDÍCIBUS, Sérgio de. As Novas Abordagens
Metodológicas na Pesquisa em Contabilidade Gerencial. In: VII Congreso del
Instituto Internacional de Costos, 2001, León. Anais do VII Congreso del Instituto Internacional de Costos, 2001.
• WATTS, Ross L.; ZIMMERMAN, Jerold L. Positive accounting theory. New Jersey: Prentice Hall, 1986.