Bruno Pedro1, Pedro Teixeira2, Helena Vieira Dias1, José Alberto Oliveira2, Mª Filomena Roque1 1 Serviço de Medicina III do Hospital de Santarém 2 Serviço de Cardiologia do Hospital de Santa Marta
Diretora: Drª. Margarida Cabrita Diretor: Dr. Rui Ferreira 1 de Novembro de 2013 Praia D'El Rey,
SÍNDROME
TAKOTSUBO
A PROPÓSITO DE UM CASO CLÍNICOIDENTIFICAÇÃO
NOME: M.I.P.Q.F.IDADE: 58 anos SEXO: Feminino RAÇA: Caucasiana ESTADO CIVIL: Casada
PROFISSÃO: Funcionária pública (Administrativa no Ministério das Finanças) RESIDÊNCIA: Cascais - Lisboa
HISTÓRIA DA DOENÇA ACTUAL
Dor pré-cordial. Inicio súbito, de manhã pelas 9:30h,
enquanto se deslocava de comboio para o trabalho . Intensa (9)
. Transfixiva
. Sensação de angústia . Irradiação para o dorso Ansiedade reactiva
“Ando muito nervosa porque o meu marido teve um AVC”
Sem outos sintomas acompanhantes Negava dispneia, tosse ou febre.
SU
Hosp. São José
ANTECEDENTES PESSOAIS
Fibromialgia HTA (medicada)
Sem hábitos alcoólicos, tabágicos ou toxifílicos
Medicação habitual:
Diovan® (Valsartan 160mg), 1id
Lyrica ® (Pregabalina 75mg), em SOS
Negava alergias medicamentosas ou alimentares conhecidas Referia dieta alimentar diversificada e equilibrada
HISTÓRIA FAMILIAR
Mãe, viva, com 76 anos, com HTA e Dislipidémia Pai, falecido aos 58 anos, por morte súbita (EAM?) Uma filha, 24 anos, saudável
Desconhecia doenças de caráter heredofamiliar
Vígil, Orientada no tempo e espaço, Colaborante Muito ansiosa
Mucosas coradas e hidratadas
Eupneica, sem SDR (em ar ambiente)
TA: 105/63 mmHg (braço direito) TA: 104/54 mmHg (braço esquerdo)
TA: 95/48 mmHg (perna esquerda) FC: 98 bpm
SpO2: 96% (em ar ambiente) Temp.T: 36,5 ºC
EXAME OBJECTIVO
(admissão)
EXAME OBJECTIVO
(admissão)
S.U. Hosp. São José
AC: S1+S2 com intensidade e timbre normais, rítmicos e regulares Discreto sopro sistólico grau II/VI
AP: murmúrio vesicular audível bilateralmente, sem ruídos adventícios
Abdómen: Mole, depressível, indolor à palpação superficial ou profunda em todos os quadrantes, sem massas ou organomegalias palpáveis. Ruídos hidroaéreos mantidos, com intensidade, timbre e frequência normais. Timpânico nos flancos e área gástrica.
Membros superiores: Sem edemas.
Pulso radial palpável, amplo e simétrico. Membros inferiores: Sem edemas.
S.U. Hosp. São José
EXAMES COMPLEMENTARES DIAGNÓSTICO
ECGS.U. Hosp. São José
EXAMES COMPLEMENTARES DIAGNÓSTICO
EXAMES COMPLEMENTARES DIAGNÓSTICO
S.U. Hosp. São José
EXAMES COMPLEMENTARES DIAGNÓSTICO
EXAMES COMPLEMENTARES DIAGNÓSTICO
Avaliação analítica HEMOGRAMA Eritrócito 4.41 x1012/L Hemoglobina 12.9 g/dL Hematócrito 37.7 % Leucócitos 12.40 x109/L Neutrófilos 9.94 x109/L Linfócitos 1.90 x109/L Monócitos 0,51x109/L Eosinófilos 0.03 x109/L Basófilos 0.01 x109/L Plaquetas 268 x109/L BIOQUÍMICA Ureia 47 mg/dL Creatinina 0.95 mg/dL TFGe >60 mL/min CK 416 U/L Mioglobina 89.7 ng/mL Troponina I 10.60 ng/mL
S.U. Hosp. São José
Assim…
Dor pré-cordial
Alterações electrocardiográficas
Infradesnivelamento ST nas derivações inferiores e laterais
Elevação dos biomarcadores cardíacos
UCI Cardiologia
Hosp. Santa Marta
EAM SST ?
AAS 250mg Clopidogrel 300mg
Manteve dor pré-cordial
Hipotensão - TA: 78/46 mmHg
FC: 100 bpm ↓
Fluidoterapia (SF 0.9%)
Mantém dor pré-cordial, mas calma e colaborante. TA: 70/40 mmHg
FC: 85 bpm
Eupneica, sem SDR (em ar ambiente) - SpO2: 95% (em ar ambiente) Apirética.
AC: S1+S2 rítmicos e regulares, sopro sistólico grau II/VI AP: discretos fervores crepitantes
Membros inferiores: Sem edemas periféricos. Sem sinais de TVP
EXAME OBJECTIVO (2)
EXAMES COMPLEMENTARES DIAGNÓSTICO (2)
ECG
EXAMES COMPLEMENTARES DIAGNÓSTICO (2)
Ecocardiograma TT
UCI-C Hosp. Santa Marta
Ventrículo esquerdo ligeiramente dilatado, paredes de espessura normal ,
compromisso moderado da função sistólica
global por acinésia extensa de todos os
segmentos médio-apicais e
hipercontractilidade de todos os segmentos basais.
EXAMES COMPLEMENTARES DIAGNÓSTICO (2)
Ecocardiograma TT
UCI-C Hosp. Santa Marta
Válvula mitral espessada e redundante (mixomatosa), com insuficiência
EXAMES COMPLEMENTARES DIAGNÓSTICO (2)
Coronáriografia
EXAMES COMPLEMENTARES DIAGNÓSTICO (2)
Coronáriografia (2)
EXAMES COMPLEMENTARES DIAGNÓSTICO (2)
Ventriculografia
UCI-C Hosp. Santa Marta
Balonamento apical do VE FEVE ~22 % Gradiente VE-Ao ~20-30%
Síndrome
TakoTsubo
UCI-C Hosp. Santa Marta
Dopamina DNI O2 MAC VMI Perfusão HNF 7º diaUCI-C
Hipotensão Dobutamina BIAo β-Bloqueante Diurético Parou DNIChoque cardiogénico Instabilidade hemodinâmica
D4
Retirou BIAo
D3 D2
UCI-C Hosp. Santa Marta
D2
UCI-C Hosp. Santa Marta
Piperacilina + Tazobactam 7 dias
7º dia Febre Secreções purulentas Suspendeu HNF Transfusão 1UCE Hemoptises Entubada D5 D7 D8 D10 Suspendeu suporte inotrópico
Reavaliação ecográfica periódica
melhoria progressiva da contractilidade segmentar e da FSGVE
ENFERMARIA Hosp. Santa Marta
D15ENFERMARIA
D18ALTA
Sem intercorrências TERAPÊUTICA Carvedilol 6.25mg, 2id Lisinopril 2.5mg, 2id Furosemida 40mg, 1id Rosuvastatina 10mg, 1id TERAPÊUTICA Carvedilol 6.25mg, 2id Lisinopril 5mg, 1id Rosuvastatina 10mg, 1id Hemodinamicamente estável Apirética AssintomáticaHosp. Santa Marta
INTERNAMENTO
EXAMES COMPLEMENTARES DIAGNÓSTICO (3)
EVOLUÇÃO ANALÍTICA CK 416 U/L 340 71 56 43 Mioglobina 89.7 ng/mL 23.1 Troponina I 10.60 ng/mL 5.27 2.77 0.21 <0.06 BNP 1580 pg/mL 347 Perfil lipídico Colesterol total 222 mg/dL HDL-col 70 mg/dL LDL-col 137 mg/dL Triglicerídeos 105 mg/dL Endocrinologia sérica Cortisol 13.6 ug/dL Aldosterona 2.41 ng/dL Catecolaminas Dopamina 174.11 pg/mL Adrenalina 12.40 pg/mL Noradrenalina 448.00 pg/mL Endocrinologia urina Catecolaminas Dopamina 229.19 ug/T Adrenalina 13.63 ug/T Noradrenalina 153.08 ug/T Metanefrina 60.20 ug/T Nor-metanefrina 344.00 ug/T VMA 4.95 mg/T
TC Abdominal e Pélvica
Hosp. Santa Marta
INTERNAMENTO
EXAMES COMPLEMENTARES DIAGNÓSTICO (3)
“Formação nodular de densidade adiposa na supra-renal direita, compatível com mielolipoma.
Sem lesão expansiva supra-renal direita ou esquerda,
intrabdominal ou retroperitoneal atribuível a feocromocitoma.” “Discreta hepatomegália homogénea”
Cintigrafia Corporal 123 I-MBG
Hosp. Santa Marta
INTERNAMENTO
EXAMES COMPLEMENTARES DIAGNÓSTICO (3)
“Sem evidência de feocromocitoma / paranglioma”
Assintomática. TA: 130/40 mmHg
FC: 60bpm
AC: S1+S2 rítmicos e regulares, sem sopros
AP: murmúrio vesicular audível bilateralmente, sem ruídos adventícios Sem edemas periféricos
FOLLOW-UP
(3 semanas)
FOLLOW-UP
(3 semanas)
ECG
FOLLOW-UP
(3 semanas)
Ecocardiograma
"VE com cavidade
não dilatada,
paredes não hipertrofiadas,
boa função sistólica
global,
sem alterações
aparentes da
contractilidade segmentar"
FOLLOW-UP
(3 semanas)
Ecocardiograma
FEVE ~61%
SÍNDROME TAKOTSUBO
É uma disfunção sistólica transitória e segmentar dos segmentos apicais e/ou médios do ventrículo esquerdo (VE)
Simula um infarto agudo miocárdio (EAM)
Mas… na ausência de coronariopatia obstrutiva
SÍNDROME DE TAKOTSUBO
Síndrome do balonamento apical Cardiomiopatia induzida por stressSíndrome do coração partido
Foi descrita pela primeira vez no Japão (Satoh e col, em 1990), e posteriormente foi relatada em populações não-asiáticos, incluindo nos Estados Unidos e na Europa A sua real prevalência não está bem definida.
Continua provavelmente sub-diagnosticada, embora seja uma síndrome cada vez mais relatada
Tako
= Polvo
Tsubo
= Jarro ou vaso
FORMA “TÍPICA”“
A função contráctil dos segmentos médios e apicais do VE está deprimida, e existe hipercinesia compensatória das paredes basais, produzindo uma aparência semelhante a um balão (“apical
balooning”) do ventrículo distal na sístole.
FORMA “ATÍPICA” (~17%)
A hipocinesia ventricular é restrita aos segmentos médios do VE, com preservação relativa do ápice.
Frequentemente, mas nem sempre, é desencadeado por:
doença aguda
intenso stress físico (ex: exacerbações de doenças crónicas; procedimentos diagnósticos
invasivos) ou emocional (ex: morte ou doença grave de familiares próximos, especialmente se inesperada; violência doméstica; problemas financeiros; catástrofes naturais;…)
Factores de risco cardiovasculares podem ou não estar presentes ++
♀
(~95%)pós-menopausa
idade média: 60-80 anos (<3% antes dos 50 anos)
FISIOPATOLOGIA
A patogenia desta doença ainda não está bem definida
MECANISMOS PATOGÉNICOS propostos
Excesso de catecolaminas
Espasmo das artérias coronárias (territórios múltiplos)
Disfunção microvascular
Obstrução dinâmica do segmento médio da cavidade ventricular esquerda
ou do trato de saída do VE, que podem contribuir para a disfunção apical.
FISIOPATOLOGIA
Uma série de características da Cardiomiopatia induzida por stress, incluindo a sua associação com o stress físico ou emocional, sugerem como mais provável que esta doença pode ser causada por:
Espasmo ou disfunção microvascular induzido por catecolaminas
Toxicidade miocárdia directa pelas catecolaminas
Em alguns pacientes, o único stress aparente é a exposição a catecolaminas ou β-agonista em doses clínicas de rotina
Em algum estudos em que foram medidos os níveis plasmáticos das catecolaminas na apresentação, foram identificados níveis significativamente elevados
Em modelos animais (ratos), demonstrou-se que níveis elevados de epinefrina são inotrópicos negativos devido a uma mudança
no adrenoreceptor-β2
mediação pela proteína Gs (inotrópica +) → proteína Gi (inotrópica -)
Especula-se que o maior efeito no miocárdio apical pode ser devido a uma densidade mais elevada de β-adrenoreceptores
APRESENTAÇÃO CLÍNICA
Semelhante à do EAM
SINTOMAS
Dor aguda retrosternal
Dispneia Sincope Insuficiência cardíaca Taquiarritmias Bradiarritmias Regurgitação mitral Coque cardiogénico
Obstrução transitória do tracto de saída do VE
Formação de trombos apicais e embolização (AVC)
EXAMES COMPLEMENTARES DIAGNÓSTICO
HISTÓRIA CLÍNICA
ECG
Elevação do segmento ST (em 34 a 56% dos casos)
Inversão profunda da onda T Prolongamento do intervalo QT Ondas Q anormais Alterações inespecificas Normal BIOMARCADORES CARDÍACOS ↑ Troponina
(elevação tipicamente leve, contrastando com o
compromisso hemodinâmico frequentemente grave)
↑ CK
ECOCARDIOGRAMA e VENTRICULOGRAFIA
Mostrando o balonamento apical característico, com acinésia ou discinésia dos segmentos médios e apicais do VE, e hipercinésia compensadora das paredes basais
Função sistólica global reduzida (FEVE ~20 a 49%)
Obstrução do tracto de saída do VE (~16% dos casos)
CORONARIOGRAFIA
Artérias coronárias sem doença obstrutiva
DIAGNÓSTICO
Deve ser SUSPEITADO se:
Mulher pós-menopausa
SCA após intenso stress psicológico ou físico
Manifestações clínicas e Anormalidade ECG desproporcionadas para o grau de
elevação dos biomarcadores cardíacos
Balonamento apical e/ou hipocinésia médio-ventricular, evidenciados
no Ecocardiograma ou na Ventriculografia
DIAGNÓSTICO
■ Hipocinesia transitória, acinesia ou discinesia dos segmentos médio do VE, com ou sem
envolvimento apical.
As anormalidades regionais de movimento de parede normalmente ultrapassam um único teritório coronário.
Um stress desencadenate é frequente, mas nem sempre está presente.
■ Ausência de doença coronária obstrutiva ou evidência angiográfica de ruptura aguda de placa.
■ Novas alterações eletrocardiográficas (elevação do segmento ST e/ou inversão da onda T) ou
elevação modesta da Troponina cardíaca.
■ Ausência de feocromocitoma ou miocardite.
Todos os 4 dos quais são necessários para o diagnóstico
TRATAMENTO
Apesar da gravidade da doença aguda, o Síndrome de TakoTsubo é um distúrbio
transitório com uma terapia de suporte.
O tratamento conservador com resolução do stress físico ou emocional geralmente
resulta em uma rápida resolução dos sintomas.
Baseada na baseada na condição clínica geral do paciente
Não existem dados controlados para definir um regime terapêutico ideal, mas é razoável o
tratamento desses pacientes com os medicamentos “padrão” para disfunção sistólica ventricular
esquerda
TRATAMENTO
β-bloqueadores
Considerar manter indefinidamente (na ausência de contraindicações) porque parecem
diminuir as recorrências
IECA (ou ARAII)
Excepto se existir gradiente no tracto de saída do VE
Diuréticos (se necessário para a sobrecarga de volume)
Excepto se existir gradiente no tracto de saída do VE
Aspirina – sugerida apenas na presença da coexistência de aterosclerose coronária
Anticoagulação
- se for detectado trombo interventricular (tipicamente ~3meses)
- na ausência de trombo, mas com disfunção VE severa
(até resolução da acinésia ou discinésia ou por 3 meses - o que for menor)
TRATAMENTO
Ressuscitação com fluidos ev
Se não houver congestão pulmonar
Suporte Ionotrópico (Dopamina ou Dobutamina)
Se existir obstrução TSVE não usar porque pode agravar o grau de obstrução
β-bloqueadores
α-bloqueadores (com cautela e sob motorização apertada, pelos efeitos vasoconstritores)
Balão intra-aórtico (BIAo) – nos pacientes que não responderam a outras medidas
DOENTES HIPOTENSOS ou em CHOQUE
Choque Cardiogénico
Disfunção sistólica severa
PROGNÓSTICO
MORTALIDADE HOSPITALAR: 0 a 8%
Os doentes que sobrevivem ao episódio agudo, geralmente recuperam a
função do VE normal em 1 a 4 semanas
“TAKE-HOME MESSAGE”
A Síndrome de Takotsubo deve ser considerada no diagnóstico diferencial do
síndrome coronário agudo, especialmente quando os sintomas foram precipitados
por stress emocional.
As alterações eletrocardiográficas podem ser difusas ou localizadas, os
marcadores de lesão miocárdia surgem geralmente alterados, e o ecocardiograma
e a ventriculografia mostram o padrão típico com disfunção ventricular em balonamento.
O prognóstico é bom, com baixa mortalidade, alta reversibilidade sem sequelas, e
BIBLIOGRAFIA
Gianni M, Dentali F, Grandi AM, et al. Apical ballooning syndrome or takotsubo cardiomyopathy: a systematic
review. Eur Heart J 2006; 27:1523.
Watanabe H, Kodama M, Okura Y, et al. Impact of earthquakes on Takotsubo cardiomyopathy. JAMA 2005; 294:305.
Bybee KA, Kara T, Prasad A, et al. Systematic review: transient left ventricular apical ballooning: a syndrome
that mimics ST-segment elevation myocardial infarction. Ann Intern Med 2004; 141:858
Akashi YJ, Goldstein DS, Barbaro G, Ueyama T. Takotsubo cardiomyopathy: a new form of acute, reversible
heart failure. Circulation 2008; 118:2754.
Bybee KA, Prasad A. Stress-related cardiomyopathy syndromes. Circulation 2008; 118:397.
Prasad A, Lerman A, Rihal CS. Apical ballooning syndrome (Tako-Tsubo or stress cardiomyopathy): a mimic of
acute myocardial infarction. Am Heart J 2008; 155:408.
Kurisu S, Sato H, Kawagoe T, et al. Tako-tsubo-like left ventricular dysfunction with ST-segment elevation: a
novel cardiac syndrome mimicking acute myocardial infarction. Am Heart J 2002; 143:448.
Elesber AA, Prasad A, Lennon RJ, et al. Four-year recurrence rate and prognosis of the apical ballooning