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o anglo resolve a 2ª fase da GV-SP administração junho de 2005

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(1)

o

anglo

resolve

a

fase

da GV-SP

administração

junho de 2005

É trabalho pioneiro.

Prestação de serviços com tradição de confiabilidade.

Construtivo, procura colaborar com as Bancas

Examinado-ras em sua tarefa árdua de não cometer injustiças.

Didático, mais do que um simples gabarito, auxilia o

estu-dante em seu processo de aprendizagem.

Seleciona 150 alunos para o curso de Administração de

Em-presas e 50 para o curso de Administração Pública, por meio

de quatro provas: Raciocínio Matemático (duas horas), História

(uma hora e meia), Língua Portuguesa e Interpretação de

Textos e Redação (duas horas e meia).

A tabela abaixo indica os pesos.

Em cada prova o candidato recebe uma nota de zero a dez.

É desclassificado aquele que tem zero em qualquer das

qua-tro provas.

As notas são matematicamente padronizadas por prova.

A classificação final é feita da seguinte forma:

(média ponderada das notas padronizadas da 1

ª

fase)

×

0,25

+ (média ponderada das notas padronizadas da 2

ª

fase)

×

0,75.

Raciocínio Matemático

2

História

1

Língua Portuguesa e Interpretação de Textos

1

(2)

A) Antônio investiu a quantia recebida de herança em três aplicações distintas: 35% do total recebido em um fundo de renda fixa; 40% do valor herdado em um fundo cambial e o restante da herança em ações. No final de um ano as aplicações renderam, de juro, um total de R$28 500,00.

Determine a quantia herdada por Antônio, sabendo que os rendimentos anuais foram de 30%, 20% e 40%, respectivamente, no fundo de renda fixa, no fundo cambial e nas ações.

B) Um investidor aplicou na mesma data, por 20 dias, em fundos diferentes que operam no sistema de juro simples, os capitais de R$110 000,00 e R$80 000,00. No final do período o maior valor, aplicado à taxa de 9% ao mês, rendeu, de juro, R$3 400,00 a mais que a aplicação do menor valor.

Determine a taxa mensal de juros de aplicação do menor valor.

A) Sendo x, em R$, a quantia herdada, temos:

(0,35x) ⋅0,3 + (0,4x) ⋅0,2 + (0,25x) ⋅0,4 = 28 500 0,285x = 28 500 ∴ x = 100.000

Resposta: R$100.000,00

B) Sendo x a taxa mensal de juros de aplicação do menor valor, temos:

x = 0,06 ∴ x = 6% Resposta: 6%

Seja f(x) uma função definida no intervalo [ – 4, + [ , cujo gráfico está representado no plano cartesiano da figura ao lado.

Considere a função g(x), tal que g(x) = 1 – f(x + 2).

A) Construa o gráfico de g(x) no mesmo plano cartesiano onde está representada f(x).

B) Determine o Domínio e a Imagem da função g(x). x f(x) –2 –2 –4 y Questão 2

x= ⋅ ⋅ 3 3200 2 80000 80000 2 3 3200 ⋅ ⋅x= 80000 2 3 3400 6600 ⋅ ⋅x+ = 80000 2 3 3400 110000 2 3 9 ⋅ ⋅x+ = ⋅ ⋅ % Resolução Questão 1

M

M

M

Á

Á

Á

III

C

C

C

A

A

A

E

E

E

A

A

A

M

M

M

T

T

T

T

T

T

(3)

A)

Resposta: no plano cartesiano B) Do gráfico, temos:

D = [ – 6, +∞[ Im = ] –∞, 3]

Resposta: Domínio: [ – 6, +∞[ Imagem: ] –∞, 3]

A) Uma urna contém 6 bolas brancas, 8 bolas pretas e 4 bolas verdes, todas iguais e indistinguíveis ao tato. Um jogador tira uma bola ao acaso. Se a bola for branca, ele ganha; se a bola for preta, ele perde. Se a bola for verde, ele retira outra bola ao acaso, sem repor a verde. Ele ganha se a segunda bola for branca; se não, ele perde.

Determine a probabilidade de o jogador ganhar.

B) Sete pessoas, entre elas Bento e Paulo, estão reunidas para escolher, entre si, a Diretoria de um clube for-mada por um presidente, um vice-presidente, um secretário e um tesoureiro. Determine o número de maneiras de compor a Diretoria, onde Paulo é vice-presidente e Bento não é presidente nem tesoureiro.

A) O jogador ganha se tirar a 1ª branca ou se tirar a 1ª verde e a 2ª branca. Assim: B ou V e B P = Resposta: B) Do enunciado, temos: Com Bento: ↓ ↓ ↓ ↓ 5 ⋅ 1 ⋅ 1 ⋅ 4 = 20 ou Sem Bento: ↓ ↓ ↓ ↓ 5 ⋅ 1 ⋅ 4 ⋅ 3 = 60 Logo, o número pedido é 20 + 60 = 80 Resposta: 80 Tes. Sec. Paulo Pres. Tes. Bento Paulo Pres. 7 17 6 18 4 18 6 17 7 17 + ⋅ = Resolução Questão 3

x f(x) –2 –2 –4 –6 2 1 –1 3 g(x) = 1 – f(x + 2) –f(x + 2) y x f(x) –2 –2 –4 –6 2 f(x + 2) y Resolução

(4)

A) Determine o menor número real cuja soma com o próprio quadrado é igual ao próprio cubo. B) Determine o valor de sendo r e s as raízes da equação ax2+ bx + c = 0; a ≠ 0; c ≠ 0.

A) Do enunciado, temos: x + x2= x3 x3– x2– x = 0 x(x2– x – 1) = 0 x = 0 ou x2– x – 1 = 0 ou O menor x real é Resposta: B) Da equação do 2º- grau: Assim: Substituindo: Resposta:

Uma casa de bingo da cidade de São Paulo que funciona 24 horas por dia o ano inteiro, coloca à venda 1000 carte-las ao preço de R$4,00 por unidade em cada uma das rodadas, realizadas em intervalos de 40 minutos e, a esse preço, consegue vender 75% das cartelas por rodada, oferecendo um prêmio de R$3200,00, em dinheiro, ao vencedor. As combinações numéricas das cartelas são determinadas de modo a garantir que, em cada rodada, haja uma única cartela vencedora.

O lucro médio do proprietário, por rodada, é dado pela diferença entre a receita obtida com a venda das carte-las e o valor do prêmio pago, considerando-se a probabilidade de, na rodada, haver uma cartela vencedora. Não convém que várias rodadas terminem sem vencedor. Caso isso ocorra, a casa perderá credibilidade, afugen-tando potenciais clientes. Desse modo, em médio prazo, a rentabilidade decrescerá, embora possa parecer que o fato de não pagar o prêmio aumente o lucro médio por rodada.

Questão 5

b ac c 2 2 2 – W b a c a c a b ac c = = ⋅ 2 2 2 2 2 2 2 2 – – W s r r s r s rs rs = 22 2+ 2 = ( + ) –22 2 ( ) r s b a e rs c a + =– = . 1 5 2 – 1 5 2 – x=1 5 2 – x= +1 5 2 Resolução W r s = 12 + 12, Questão 4

(5)

A) Nas condições atuais, qual o lucro médio por rodada do proprietário da casa de bingo?

B) O proprietário pretende aumentar o preço da cartela, imaginando assim aumentar o lucro médio por rodada. Ocorre que um aumento no preço acarretará menor demanda por cartelas, na proporção de menos 30 carte-las a cada aumento de R$0,10 no preço unitário.

Determine o preço de venda da cartela, de modo a obter lucro médio máximo por rodada. Se você fosse o pro-prietário da casa de bingo, aumentaria o preço da cartela ou manteria o preço atual?

A) A probabilidade de haver cartela vencedora em 750 cartelas vendidas é . Assim, o lucro médio é LM(750) = 4(750) – 3200(0,75)

LM(750) = 600 (reais) Resposta: R$600,00

B) Do enunciado:

coeficiente angular: p – p0= a(x – x0)

O novo lucro médio é

O lucro médio máximo ocorre no x do vértice da parábola:

Assim, o preço da cartela será Resposta: preço: R$4,85

Admitindo-se que essa função de demanda seja válida para x = 495 e se mantenha no tempo, a mudança de R$4,00 para até R$4,85 é válida. No entanto, cabe observar que, do enunciado, com uma queda na probabilida-de probabilida-de haver vencedor probabilida-de para até , o bingo perderá credibilidade, afugentando potenciais clientes. Não é possível, com os dados do enunciado, quantificar essa perda de credibilidade nem mudanças que provo-caria na função de demanda e, portanto, seu impacto sobre a rentabilidade.

A) Na figura abaixo, ABCD é um retângulo e CFD é um triângulo retângulo em F. Calcule a área (S) do retângulo ABCD, sabendo que AB = 2AD = 4AE e DF = 6 m. Questão 6

495 1000 750 1000 p=– 1 ( )+ , = , (reais) 300 495 6 5 4 85 x=       = ⋅ – , – 3 3 2 1 300 495 LM( )x =– 1 x + , x 300 3 3 2 LM( )x =– 1 x + , x– ⋅ x 300 6 5 3200 1000 2 p–4 – 1 ( –x ) p – x , 300 750 1 300 6 5 = ∴ = + a= 0 10= 30 1 300 , – – 750 1000= ,0 75 Resolução C B E A D F x p 750 4 720 4,10

(6)

B) Calcule o determinante da matriz A = , sendo a, b e c, as raízes da equação

2x3– 5x2+ 14x + 39 = 0.

A) Do enunciado, temos a figura, cotada em m:

Como os triângulos CFD e AFE são semelhantes, temos:

Aplicando o teorema de Pitágoras ao triângulo retângulo DAE, temos:

(DE)2= (AE)2+ (AD)2 ∴ (DE)2= x2+ (2x)2 ∴ temos que DE = FE + FD

Assim, .

Logo, e

Portanto, a área S pedida, em m2, é tal que:

S = AB ⋅AD ∴ ∴ S = 90

Resposta: 90 m2

B) Sendo a, b e c as raízes da equação 2x3– 5x2+ 14x + 39 = 0, das relações de Girard, temos:

O determinante da matriz A = é dado por:

det A = ab + ac + bc (II) Substituindo (I) em (II), temos que:

det A = 7 Resposta: 7      a a – c 0 b c 1 0 1 ab+ac+bc=14= I 2 7 ( ) S=6 5 3 5⋅ AD=2x=2⋅3 5 ∴ AD= 2 3 5 AB=4x=4⋅3 5 ∴ AB= 2 6 5 x 5 3 x 2 6 3 5 2 = + ∴ = DE=x 5 FE DF AE CD FE x x FE = ∴ = ∴ = 6 4 3 2 C B E A D 6 2x F α x 4x α Resolução      a a – c 0 b c 1 0 1          

(7)

A) Os lados do triângulo ABC da figura ao lado são: AB = 28 cm, AC = 21 cm e BC = 35 cm.

Uma paralela ao lado BC intercepta os lados AB e AC nos pontos D e E, respectivamente.

Determine a medida dos lados BD, DE e EC do trapézio BDEC, saben-do que o seu perímetro é 74 cm.

B) Escreva a equação da reta que passa pelo ponto A (2, 5) e que corta a reta r dada por suas equações paramétricas: x = t + 1 e y = t – 2, num ponto B, tal que .

A) Do enunciado, temos a figura, cotada em cm:

Ainda,

BD + DE + EC + BC = 74

28 – y + x + 21 – z + 35 = 74 ∴ y + z = x + 10 (I) Como os triângulos ADE e ABC são semelhantes, temos:

De (I) e (II), temos:

Logo, Portanto, BD = 28 – y = 28 – 20 ∴ BD = 8 e EC = 21 – z = 21 – 15 ∴ EC = 6 Resposta: BD = 8 cm, DE = 25 cm e EC = 6 cm B)

De (I) e (II), temos:

y = x – 1 – 2 ∴ y = x – 3

Como o ponto B pertence à reta (r), ele é da forma B (a, a – 3). Logo, temos a figura:

(2, 5) B (r) A 3√2 (a, a – 3) — x = t + 1 ∴ t = x – 1 (I) y = t – 2 (II)    (r) y z y e z 28 21 25 35 20 15 = = ∴ = = x x x x DE 35 10 84 25 25 = + + ∴ = ∴ = AD AB AE AC DE BC AD AE DE AB AC BC y z x y z x II = = = + + + + ∴ 28 =21= 35= + +84 ( ) A D B C E y 28 – y x z 21 – z 21 35 28 Resolução AB= 3 2 Questão 7

A D B C E

(8)

Sendo , temos:

O coeficiente angular da reta AB←→é igual a , ou seja, –1. Portanto, uma equação pedida é y – 5 = –1(x – 2), ou seja, x + y – 7 = 0.

Resposta: x + y – 7 = 0

A) Na figura abaixo, os ângulos OCˆA e AMˆ N são retos; o ângulo COˆA mede 45°, e as medidas dos segmentos OC—e MN—são, respectivamente, 2 cm e 5 cm.

Escreva a equação da reta t , suporte do segmento MN—.

B) Sendo P(x) = 4x6+ 2x5– 2x4+ x3+ αx2+ βx + γ, e G(x) = 2x3+ x2– 2x + 1, determine os valores de α, βe γ

que tornam P(x) divisível por G(x) e também o polinômio Q(x), quociente da divisão de P(x) por G(x).

A) Do enunciado, temos a figura, cotada em cm:

No triângulo retângulo ACO, temos:

No triângulo retângulo AMN, temos:

Como ON = AN – AO, de (I) e (II), temos que

A reta t passa pelo ponto e seu coeficiente angular é igual a tg 135°, ou seja, – 1. Assim, uma equação da reta t é:

Resposta: x+y– 3 2=0 y–0=– ( –1x 3 2) ∴ x+y–3 2=0 N (3 2 0, ) ON=3 2 e N=(3 2 0, ). cos45 2 ( ) 2 5 5 2 ° =MN ∴ = ∴ = AN AN AN II cos45 2 ( ) 2 2 2 2 ° = OC ∴ = ∴ = AO AO AO I C A O B P N M t y x 5 2 45º 45º135º Resolução C A O B P N M t y x Questão 8

2 5 5 2 − – ( – )a 22+( –a 3– )52 =3 2 ∴ a=5 e B( , ).5 2 AB= 3 2

(9)

B)

Como P(x) é divisível por G(x), devemos ter:

Resposta: α= – 3, β= 3, γ= – 1 e Q(x) = 2x3+ x – 1

A) Resolva a inequação x + 2, no conjunto dos números reais. B) Resolva a equação:

A) A inequação é equivalente a: |x + 1| + |x| x + 2

Logo: – 1 x 1

Resposta: {x ∈IR | – 1 x 1}

B) Supondo que o segundo membro da igualdade seja a soma dos infinitos termos de uma P.G. de primeiro termo 1 e razão , esta soma é:

Logo, x = Resposta: 1 3       2 3 3 3 3 1 3 –

(

)

( )

+ ∴ x= 3 3 2 3 3 +

( )

⋅x= – 1 1 3 1 2 2 3 3 – – – = 3 1 2 – –x – 1 – x  x + 2 x  –1 –1 0 1 Sinal de x + 1 – + + Sinal de x – – + x + 1 – x  x + 2 x  –1 x + 1 + x  x + 2 x  1 Resolução 3 3 1 3 1 2 2 3 2 3 3 5 4 +

(

)

x= + + + + … x+ x

( )

12 + 2 Questão 9

α α β β γ γ + = = = = + = =      ∴ ∴ ∴ 3 0 3 3 0 3 1 0 1 – – – 4x6+ 2x5– 2x4+ x3+ αx2+ βx + γ 2x3+ x2– 2x + 1 – 4x6– 2x5+ 4x4– 2x3 2x3+ x – 1 2x4– x3+ αx2+ βx + γ – 2x4– x3+ 2x2 – x – 2x3+ (α+ 2)x2+ (β– 1)x + γ 2x3+ x2 – 2x + 1 (α+ 3)x2+ (β– 3)x + (γ+ 1)

(10)

A) Um instituto de pesquisa publicou os dados abaixo, referentes ao número de usuários da Internet (por 10 mil habitantes) no ano de 2004.

Especialistas avaliam que, a partir de 2004, o número de usuários por 10 mil habitantes crescerá à taxa de 10% ao ano no país B e de 20% ao ano no país A.

Baseado nessa estimativa, calcule o número mínimo de anos completos para que o número de usuários do país A supere o do país B.

Use as aproximações: log 2 = 0,3; log 3 = 0,48; log 11 = 1,04, sendo log k o logaritmo de k na base 10. B) Uma casa que custa R$ 200 000,00 pode ser adquirida a prazo com 50% de entrada e o restante no final de

1 ano, com juros compostos de 10% ao semestre.

Pedro, interessado no imóvel, tem R$ 200 000,00 aplicados à taxa de 25% ao ano. Qual o menor percentual de desconto sobre o preço da casa que faria a compra à vista ser mais vantajosa para Pedro?

A) Sendo n o número mínimo de anos completos para que o número de usuários por 10 mil habitantes do país A supere o do país B, n será dado por

(1,2)n⋅284,5 (1,1)n⋅728,32

n(2 log 2 + log 3 – log 11) 8 log 2 – 2 log 10 n(2 ⋅0,3 + 0,48 – 1,04) 8 ⋅0,3 – 2 ⋅1

n ⋅0,04 0,4 n 10. Portanto, nesse caso, o valor de n é 11.

Nota: Por falta de dados, nada podemos concluir sobre “o número mínimo de anos completos para que o

nú-mero de usuários do país A supere o do país B”.

B) Pelo plano proposto, Pedro deve efetuar um pagamento de R$ 100 000,00 no ato e outro, após 1 ano, em reais, de

(1,1)2⋅100 000 = 121 000

Como ele dispõe de uma aplicação que rende 25% ao ano, isso equivale a ter valor presente, em reais, de:

Logo, para um desconto de 200 000 – 196 800 = 3 200 reais que representa é indiferente, para Pedro, comprar à vista ou a prazo.

Desta forma o “menor desconto percentual” para que a compra à vista seja mais vantajosa é um valor maior que 1,6%.

Resposta: qualquer percentual maior que 1,6%

3200 200000 = , %,1 6 100000 121000 1 25 196800 + = , 12 11 2 56 2 3 11 2 10 2 8 2                     ∴ ⋅ n n  , log log ( , ) ( , ) , , 1 2 1 1 728 32 284 5 n n  Resolução

País Internet (2004): Usuários por 10 mil habitantes A 284,5

B 728,32

Questão 10

(11)

“Ser senhor de engenho é título a que muitos aspiram, porque traz consigo o ser servido, obedecido e respeitado de muitos.”

ANTONIL, André João, Cultura e opulência no Brasil. Belo Horizonte: Ed. Itatiaia, 1982, p. 75.

O engenho de açúcar teve um papel decisivo no processo de colonização do Brasil. Com relação a isso: A) Quais eram as características econômicas do engenho de açúcar?

B) Do ponto de vista social, qual o papel do engenho de açúcar nas estruturas de poder da sociedade colonial brasileira?

A) O engenho — entendido como todo o complexo produtivo açucareiro, que abrangia desde a lavoura de cana até a fabricação do açúcar — caracterizou-se pela produção em larga escala realizada em latifúndios, predo-minantemente com trabalho escravo, apoiada na monocultura e dirigida para o mercado externo. Esse sistema agrário de produção recebeu o nome de “plantation”.

B) De forma geral, os proprietários dos engenhos foram os homens mais ricos do Brasil colonial. Donos de imensas extensões de terras, de muitos escravos e de um caríssimo complexo técnico, os chamados “homens bons” tornaram-se a nata da camada dominante, comportando-se como verdadeiros aristocratas rurais. Esse poder econômico e social dos senhores de engenho explica por que eles controlavam as Câmaras Municipais das vilas do Nordeste.

Leia com atenção o trecho de um despacho de 1905 do Barão do Rio Branco e depois responda às questões propostas:

“Os Estados Unidos são o principal mercado para o nosso café e outros produtos. Ao seu governo devemos (...) provas da mais cordial amizade e devemos também serviços valiosos prestados em circunstâncias difíceis para nós. Tudo nos aconselha, portanto, a cultivar e estreitar cada vez mais essa amizade, para que assim pos-samos continuar a desfazer as intrigas e os pérfidos manejos de nossos invejosos e dos adversários ocasionais que as questões de fronteiras nos têm trazido.”

Apud Clodoaldo Bueno — Política Externa da Primeira República. São Paulo: Paz e Terra, 2003, p. 160.

A) Como se caracterizou a política diplomática brasileira durante a gestão do Barão do Rio Branco?

B) Tal política representou uma alteração nos rumos da diplomacia brasileira em comparação ao regime mo-nárquico? Justifique sua resposta.

A) A principal característica da gestão do Barão do Rio Branco no comando do ministério das Relações Exte-riores (1902-1912) foi a defesa de uma maior aproximação com os Estados Unidos. Além disso, ele propôs o encaminhamento das questões de fronteiras pela via diplomática, como atesta a compra do Acre, consubs-tanciada pelo Tratado de Petrópolis, assinado com o governo boliviano.

B) Ainda que os EUA tenham sido o primeiro país a reconhecer a independência do Brasil, durante o período monárquico o principal parceiro brasileiro no campo das relações internacionais, herança da política portuguesa, foi a Inglaterra. Sendo assim, é correto dizer que o posicionamento da gestão do Barão do Rio Branco representou um novo encaminhamento da política externa brasileira.

Resolução Questão 2

Resolução Questão 1

A

A

A

III

S

S

S

III

H

H

H

T

T

T

Ó

Ó

Ó

R

R

R

(12)

Entre 1970 e 1974, a Ditadura Militar brasileira promoveu uma intensa propaganda ufanista. Observe a imagem abaixo e depois responda às questões propostas:

A) Quais eram as características econômicas e políticas desse período?

B) Aponte a mensagem política contida nessa imagem e relacione-a ao contexto do período.

A) Na década de 1970, houve um acelerado crescimento econômico popularmente chamado “milagre brasileiro”. Conduzido pelo ministro Delfim Neto, do governo Médici, promoveu a abertura do país a investimentos estrangeiros, a criação de empresas estatais e o controle da inflação.

Essa ação econômica foi facilitada pela violenta repressão aos opositores da ditadura, institucionalizada na vigência do Ato Institucional Nº- 5, outorgado em 1968.

B) A mensagem ufanista aproveitava-se do nacionalismo insuflado por conquistas econômicas e esportivas visando a ampliar o apoio ao Regime Autoritário, sobretudo junto aos setores populares, além de defender a política de censura e repressão principalmente aos grupos armados de esquerda empenhados em ações armadas contra o regime.

De 1861 a 1865, os Estados Unidos da América do Norte vivenciaram uma sangrenta guerra civil, denominada Guerra de Secessão, na qual morreram mais de 600 mil combatentes. Leia o texto abaixo e depois responda às questões propostas.

“Sentimos que a nossa causa é justa e sagrada; solenemente proclamamos, para todo o gênero humano, que desejamos a paz ao preço de qualquer sacrifício, menos o da honra e da independência. Não procuramos con-quista alguma, nem enaltecimento, nem concessão alguma de qualquer espécie dos Estados dos quais faz pouco tempo éramos confederados. Tudo o que pedimos é sermos deixados em paz; que aqueles que nunca mandaram em nós agora não tentem subjugar-nos pela força das armas.”

Jefferson Davis, primeira fala ao Congresso dos Estados Confederados da América, 1861. Apud EISENBERG, P.L.,

A Guerra civil americana, São Paulo, Brasiliense, 1982, p. 7.

A) Quais foram as causas da Guerra da Secessão?

B) A Constituição norte-americana, ratificada em 1790, estabelecia uma república federalista. A ação dos Confede-rados rompia esses princípios constitucionais? Justifique sua resposta.

A) A Guerra de Secessão (ou Guerra Civil Norte-Americana) foi fruto de um crescente antagonismo de interesses entre dois projetos de desenvolvimento nacional: um agro-exportador e um industrial-reformista. O primeiro, enca-beçado pela aristocracia rural dos estados do Sul, defendia uma política livre-cambista em relação ao comércio internacional, assim como a manutenção do trabalho escravo no país. Já nos estados do Norte parte da opinião pública tornava-se cada vez mais favorável à abolição da escravatura e à criação de taxas alfandegárias protecionistas que beneficiassem a indústria nacional. Tal antagonismo entre os interesses “nortistas” e “sulistas” engendrou uma crescente rivalidade, que dividiu o país. No auge desse processo, ocorreu a vitória de Abraham Lincoln, candidato do Norte, nas eleições presidenciais de 1861. Inconformados, treze estados do Sul decla-raram-se separados da União — o que precipitou o conflito armado.

Resolução Questão 4

Resolução Questão 3

(13)

B) Os estados do Sul, que formaram o grupo denominado Confederados, opuseram-se aos princípios da Consti-tuição por não aceitarem a possibilidade de o Congresso aprovar a abolição da escravatura e impor barreiras alfandegárias. Esses fatores levaram aqueles estados a se proclamarem em secessão, rompendo, assim, com os princípios da União.

Leia o texto abaixo e depois responda às questões propostas.

“No decurso do século XVI emergiu no Ocidente o Estado absolutista. As monarquias centralizadas da França, Inglaterra e Espanha representavam a ruptura decisiva com a soberania piramidal e parcelarizada das for-mações sociais medievais, com os seus sistemas de propriedade e vassalagem.”

ANDERSON, P., Linhagens do Estado Absolutista, trad., Lisboa: Afrontamento, 1984, p.13.

A) Apresente uma definição e as principais características do Estado absolutista.

B) Do ponto de vista militar, quais eram as diferenças entre os Estados absolutistas da França, Inglaterra e Espanha? Como essas diferenças influenciaram as disputas pela hegemonia internacional nos séculos XVI e XVII?

A) O Estado absolutista, como transição do período feudal para o capitalista, caracterizou-se pela centralização do poder nas mãos de um monarca centralizador, sustentado pelo jogo político entre a nobreza, a burguesia e a Igreja Católica.

Entre outras características, podemos elencar a justificativa do poder real pelo Direito Divino, teorizado por Jacques Bossuet; o controle econômico exercido por meio de mecanismos mercantilistas; e o “controle” da nobreza através da distribuição de cargos burocráticos na Corte.

B) As estruturas socioeconômicas nos três países citados se reflete na organização de suas forças armadas. Assim, a nobreza da França e a da Espanha, fortemente dependentes dos favores reais, ocupava cargos no aparelho burocrático-administrativo estatal (inclusive postos de comando nas forças armadas).

Já a nobreza da Inglaterra, “aburguesada”, não dependia de cargos estatais na mesma medida.

Além disso, na França o poder militar era baseado num poderoso exército, que tornou o país hegemônico no continente europeu após a Guerra dos 30 anos (1618-48). A Inglaterra, por sua vez, despontava como potência marítima, controlando rotas mercantis e derrotando rivais (derrota da invencível armada espanhola em 1588, conflitos com a Holanda no Mar do Norte no século XVII). Quanto à Espanha, vinculada a vários reinos e territórios europeus sob domínio da dinastia Habsburgo, buscava exercer seu poder em terra e no mar, assumin-do compromissos incompatíveis com sua força econômica. A nobreza espanhola, com forte mentalidade religiosa (de cunho até cruzadista), levou a guerra até os turcos no Mediterrâneo, os protestantes na Europa e até os indígenas na América.

Resolução Questão 5

(14)

Leia este fragmento de Pílades e Orestes, de Machado de Assis. Depois, responda às perguntas a ele perti-nentes. Observe que o sinal (...) significa que foram omitidos alguns trechos do texto original.

01. Quintanilha engendrou Gonçalves. Tal era a impressão que davam os dois juntos, não 02. que se parecessem. Ao contrário, Quintanilha tinha o rosto redondo, Gonçalves comprido, o 03. primeiro era baixo e moreno, o segundo alto e claro, e a expressão total divergia

04. inteiramente. Acresce que eram quase da mesma idade. A idéia da paternidade nascia das 05. maneiras com que o primeiro tratava o segundo; um pai não se desfaria mais em carinhos, 06. cautelas e pensamentos.

07. Tinham estudado juntos, morado juntos, e eram bacharéis do mesmo ano. Quintanilha 08. não seguiu advocacia nem magistratura, meteu-se na política; mas, eleito deputado 09. provincial em 187..., cumpriu o prazo da legislatura e abandonou a carreira. Herdara os 10. bens de um tio, que lhe davam de renda cerca de trinta contos de réis. Veio para o seu 11. Gonçalves, que advogava no Rio de Janeiro.

12. Posto que abastado, moço, amigo do seu único amigo, não se pode dizer que 13. Quintanilha fosse inteiramente feliz, como vais ver. Ponho de lado o desgosto que lhe 14. trouxe a herança com o ódio dos parentes; tal ódio foi que ele esteve prestes a abrir mão 15. dela, e não o fez porque o amigo Gonçalves, que lhe dava idéias e conselhos, o convenceu 16. de que semelhante ato seria rematada loucura.

17. (...)

18. Quintanilha acabou concordando. Dos parentes alguns buscaram reconciliar-se com 19. ele, mas o amigo mostrou-lhe a intenção recôndita dos tais, e Quintanilha não lhes abriu a 20. porta. Um desses, ao vê-lo ligado com o antigo companheiro de estudos, bradava por toda 21. a parte:

22. — Aí está, deixa os parentes para se meter com estranhos; há de ver o fim que leva. 23. (...)

24. Quintanilha tinha uma prima-segunda, Camila, moça de vinte e dois anos, modesta, 25. educada e bonita. Não era rica; o pai, João Bastos, era guarda-livros de uma casa de café. 26. Haviam brigado por ocasião da herança; mas, Quintanilha foi ao enterro da mulher de João 27. Bastos, e este ato de piedade novamente os ligou. João Bastos esqueceu facilmente alguns 28. nomes crus que dissera ao primo, chamou-lhe outros nomes doces, e pediu-lhe que fosse 29. jantar com ele. Quintanilha foi e tornou a ir. Ouviu do primo o elogio da finada mulher; numa 30. ocasião em que Camila os deixou sós, João Bastos louvou as raras prendas da filha, que

31. afirmava haver recebido integralmente a herança moral da mãe.

In MORICONI, Italo. Os Cem Melhores Contos Brasileiros do Século. Rio de Janeiro: Objetiva, 2000, p. 63-67.

Segundo indica o texto, o que significa Quintanilha engendrou Gonçalves (L. 1)?

O termo “engendrou” pode ter seu significado esclarecido pelo contexto. Quando no mesmo parágrafo o autor propõe: “a idéia de paternidade nascia das maneiras com que o primeiro tratava o segundo; um pai não se desfaria mais em carinhos, cautelas e pensamentos”, pode-se inferir que Quintanilha foi o mentor de Gonçalves, isto é, o formou, forjou.

Transcreva a frase abaixo, mas substitua tal e que, preservando o sentido original. Se necessário, altere a or-dem das palavras.

Tal era a impressão que davam os dois juntos, não que se parecessem (L. 1-2). Questão 2 (Peso: 5%)

Resolução Questão 1 (Peso: 6%)

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Transcrevendo a frase e substituindo os termos “tal” e “que”, temos: Os dois juntos davam esta impressão, não que se parecessem.

Outra hipótese seria: Essa era a impressão a qual davam os dois juntos. Embora equivalente do ponto de vista semântico, é menos recomendável do ponto de vista estilístico.

Observação: O segundo “que” parece não ser o alvo da solicitação da pergunta, uma vez que sua substitui-ção exigiria alterações muito mais profundas no enunciado: Essa era a impressão a qual os dois juntos davam, mas não se pareciam.

Ao contrário, Quintanilha tinha o rosto redondo Gonçalves comprido. (L. 2)

A frase acima foi modificada em relação ao texto. Verifique onde nela é possível acrescentar, respeitando a nor-ma culta:

a) um ponto-e-vírgula; b) uma vírgula.

Transcreva a frase e coloque os sinais de pontuação indicados.

Com os sinais de pontuação indicados, a frase fica:

Ao contrário, Quintanilha tinha o rosto redondo; Gonçalves, comprido.

a) O ponto-e-vírgula, no caso, está separando duas coordenadas de caráter paralelístico.

b) A vírgula depois de Gonçalves tem caráter vicário, isto é, está indicando a elipse do verbo e do seu com-plemento: Gonçalves (tinha o rosto) comprido.

Na linha 7, utiliza-se a frase Tinham estudado juntos, em que juntos está no plural. Redija uma frase, com sujeito plural, em que junto venha obrigatoriamente no singular.

O termo “juntos”, no trecho em questão, é um adjetivo, portanto deve concordar com o sujeito plural “eles”, elíptico. Entretanto, é invariável nos contextos em que integra uma locução prepositiva, como nestes exemplos:

• Casas e chácaras foram inventariadas junto com o rebanho. • Moravam junto a uma catedral.

• Fiquem junto de seus pares.

De acordo com o texto, que sentido assume o pronome seu na frase abaixo (L. 10-11)? Veio para o seu Gonçalves...

O pronome “seu” assume um valor afetivo, já que Quintanilha se desfazia “em carinhos, cautelas e pen-samentos” em relação a Gonçalves, que era tratado por ele como um filho.

Resolução Questão 5 (Peso: 6%)

Resolução Questão 4 (Peso: 6%)

Resolução Questão 3 (Peso: 4%)

Resolução

(16)

Dê um substituto conveniente para a locução posto que empregada na linha 12.

A locução posto que empregada na linha 12 tem claro valor concessivo. Pode, pois, ser convenientemente substituída por embora, ainda que, conquanto, se bem que...

Na linha 13, ocorre um fato que é pouco comum na maioria dos narradores e mais freqüente em Machado de Assis. Que fato é esse?

É o recurso — bastante freqüente na prosa machadiana — de o narrador dirigir-se diretamente ao leitor (“leitor incluso”), que se verifica na expressão “como vais ver”.

Observação: Embora Machado de Assis recorra freqüentemente ao diálogo com o leitor, não se pode dizer que isso seja “pouco comum”. Basta lembrar os narradores das obras Memórias de um Sargento de

Milícias, de Manuel Antônio de Almeida, Viagens na minha terra, de Almeida Garrett, A Hora da Estrela, de

Clarice Lispector, entre outros.

Nas linhas 14 e 15, o que significa o fragmento tal ódio foi que ele esteve prestes a abrir mão dela? Que relação se estabelece entre a primeira e a segunda dessas orações?

A relação que se estabelece entre a primeira e a segunda dessas orações é a de causa e conseqüência. Na primeira oração, a principal, temos o elemento qualificador/intensificador tal, que prenuncia a conjunção que introdutora da subordinada adverbial consecutiva.

Qual a diferença semântica entre Quintanilha concordou e Quintanilha acabou concordando (L. 18)?

Em “Quintanilha concordou”, usa-se o pretérito perfeito, que indica uma ação pontual no passado. Em “Quintanilha acabou concordando”, há uma forma auxiliar (“acabou”) no pretérito perfeito e com valor conclu-sivo, acompanhada de uma forma no gerúndio (“concordando”). A locução “acabou concordando” pressupõe que Quintanilha hesitara antes de concordar ou, em outras palavras, que ele, inicialmente, não estava con-cordando com algo e que, por fim, mudou de idéia.

Na linha 19, qual seria a intenção recôndita dos tais? Explique.

A expressão “a intenção recôndita dos tais” remete aos objetivos não declarados dos parentes de Quintanilha, que só teriam buscado “reconciliar-se com ele” por interesse na herança.

Resolução Questão 10 (Peso: 6%)

Resolução Questão 9 (Peso: 5%)

Resolução Questão 8 (Peso: 7%)

Resolução Questão 7 (Peso: 7%)

Resolução Questão 6 (Peso: 6%)

(17)

Qual o plural de prima-segunda (L. 24)? Por quê?

O plural de prima-segunda é primas-segundas. Prima-segunda é um substantivo composto de duas palavras variáveis, prima (substantivo) e segunda (numeral, palavra de valor adjetivo, que varia conforme o núcleo subs-tantivo). É por esse mesmo motivo que os dicionários Houaiss e Aurélio trazem as formas plurais segundos-ele-vadores, segundos-tenentes, segundos-cadetes, segundos-sargentos.

Na linha 26, ocorre a seguinte frase: Haviam brigado por ocasião da herança.

Examine o período abaixo, de estrutura semelhante. Complete o espaço vazio com o verbo ter, seguido do verbo haver, mantendo o auxiliar no mesmo tempo e modo da frase original.

brigas por ocasião da herança.

Tinha havido.

Observação: A locução verbal solicitada traz como verbo principal haver, que no sentido de existir é verbo impessoal, isto é, não tem sujeito e, portanto, deve permanecer no singular. Por isso o auxiliar ter não deve ser conjugado no plural.

Na linha 28, escreve-se dissera, e não disse. Que diferença de sentido existe entre essas duas formas verbais?

A palavra “dissera” é a forma do pretérito mais-que-perfeito do indicativo do verbo dizer e situa a ação verbal em momento anterior a outra no passado (o ato de dizer nomes crus é situado como anterior ao ato de esquecê-los). Já “disse” é o pretérito perfeito do mesmo verbo e situa a ação em momento anterior ao presente, mas não a “esquecer”.

Na linha 29 do texto, a frase Ouviu do primo o elogio da finada mulher é ambígua? Explique.

Sem levar em conta o contexto, os seguintes sentidos podem ser depreendidos: 1 – o primo elogiava a finada mulher;

2 – o primo relatava os elogios que a finada mulher havia feito.

A ambigüidade se dá porque o trecho “da finada mulher” está relacionado a “elogio” e pode ser interpreta-do como paciente ou agente da ação de elogiar.

Como se pode justificar o plural sós da frase da linha 30?

A palavra “sós” está funcionando como adjetivo, referindo-se ao pronome plural “os”; por isso, também deve estar flexionada no plural. Em outros termos, o adjetivo concorda em gênero e número com o nome a que se refere. Resolução Questão 15 (Peso: 4%)

Resolução Questão 14 (Peso: 6%)

Resolução Questão 13 (Peso: 5%)

Resolução Questão 12 (Peso: 6%)

Resolução Questão 11 (Peso: 4%)

(18)

O que significa prendas em João Bastos louvou as raras prendas da filha (L. 30)?

A filha é caracterizada por João Bastos por meio de traços positivos, como indicam o verbo “louvar” e o adjeti-vo “raras”. Nesse contexto, o termo “prendas” significa “qualidades”, “predicados”.

Machado de Assis escreveu obras brilhantes, algumas das melhores da literatura brasileira. Não obstante, algumas vezes sua pontuação pode parecer estranha nos dias de hoje. Tendo em conta a atual norma culta, identifique esse fato no último parágrafo do texto.

Na linha 26, o narrador usou vírgula depois da conjunção “mas”, o que não está de acordo com o uso domi-nante na língua culta escrita atual. Como não há termo intercalado, não é costumeiro o emprego da vírgula após a conjunção que está introduzindo a oração. Uma outra estranheza está na linha 28, em que se emprega uma vír-gula antes da conjunção “e”, o que também não está de acordo com o uso dominante na língua culta escrita atual, pois a oração coordenada introduzida pelo “e” possui o mesmo sujeito das orações anteriores.

O texto sugere, em certo trecho, que o NARRADOR estava em certa cidade ao redigi-lo. Identifique a cidade e justi-fique sua resposta.

No trecho “Veio para o seu Gonçalves, que advogava no Rio de Janeiro”, o verbo “vir” indica o desloca-mento do sujeito na direção do ponto de chegada, a cidade do Rio de Janeiro, onde, portanto, encontrava-se o narrador. Resolução Questão 18 (Peso: 5%)

Resolução Questão 17 (Peso: 7%)

Resolução Questão 16 (Peso: 5%)

(19)

INSTRUÇÕES

Com base no texto abaixo:

• Redija uma dissertação a partir das idéias nele apresentadas. • Fundamente seus pontos de vista com argumentos lógicos. • Dê um título sugestivo à sua redação.

Na avaliação da sua redação, serão ponderados: • A correta expressão em língua portuguesa.

• A clareza, a concisão e a coerência na exposição do pensamento. • Sua capacidade de argumentar em defesa de seus pontos de vista. • Seu nível de atualização e informação.

• A originalidade na abordagem do tema.

A Banca aceitará qualquer posicionamento ideológico do candidato. • Utilize, no máximo, o número de linhas disponível.

• Evite “fazer rascunho” e “passar a limpo” para não perder tempo. • A redação pode ser escrita a lápis.

• Atenção para escrever com letra bem legível.

TEMA

Poucas coisas neste mundo são mais tristes do que um bolo industrializado. Ali no supermercado, diante da embalagem plástica histericamente colorida, suspiro e penso: estamos perdidos. Bolo industrializado é como amor de prostituta, feliz natal de caixa automático, bom dia de (atendente de loja)*. É um anti-bolo.

Não discuto aqui o gosto, a textura, a qualidade ou abundância do recheio de baunilha, chocolate ou qualquer outro sabor. (O capitalismo, quando se mete a fazer alguma coisa, faz muito bem feito). O problema não é o paladar, meu caro, é uma questão de princípios. Acredito que o mercado de fato melhore muitas coisas. Podem privatizar a telefonia, as estradas, as siderúrgicas. Mas não toquem no bolo! Ele não precisa de eficiência. Ele é o exemplo, talvez anacrônico, de um tempo que não é dinheiro. Um tempo íntimo, vagaroso, inútil, em que um momento pode ser vivido no presente, pelo que ele tem ali, e não como meio para, com o objetivo de.

* No original, indicava-se o nome de uma loja de aluguel de filmes.

Antonio Prata. Guia O Estado de S.Paulo. São Paulo: OESP, 22 de abril de 2005, p. 98.

Análise da proposta

A Banca da FGV manteve a estrutura da prova de redação: exigiu a elaboração de um texto dissertativo, com cerca de sessenta linhas, e ofereceu como subsídio um fragmento extraído do “Guia O Estado de São Paulo” e assi-nado por Antônio Prata.

Por meio de um elemento concreto — o bolo industrializado — a Banca figurativiza a produção em série, que contrasta com os valores humanos não comercializáveis. Desse modo, para que a argumentação se sustentasse, o candidato deveria relacionar a figura do bolo com a dualidade estabelecida na vida contemporânea entre, de um lado, praticidade, eficiência, rapidez, técnica, certeza de resultados e, de outro, pessoalidade, subjetividade, ócio criativo, afetividade.

POSSIBILIDADES DE ENCAMINHAMENTO O candidato poderia:

• Concordar com o texto apresentado, defendendo a idéia de que há alguns valores subjetivos “intocáveis”, como o diálogo face a face, a afetividade desinteressada, a gratuidade da contemplação humana “em que um momento pode ser vivido no presente, pelo que ele tem ali, e não como um meio para, com o objetivo

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de”, apesar de o capitalismo oferecer uma eficiência supostamente infalível na vida prática. Para confirmar essa tese, o enunciador poderia se utilizar de exemplos concretos, como a invasão do mundo virtual nas relações interpessoais, que privilegia a técnica em detrimento do contato humano direto. O candidato po-deria ainda construir um argumento positivo cujo mote fosse o prazer do fazer pelo fazer, a possibilidade de ter o trabalho como recompensa de si mesmo, o espaço para dar asas à imaginação e à especulação. • Discordar do texto apresentado, com uma visão menos romântica da realidade, valorizando a praticidade

e a eficiência do capitalismo. Seria necessário, para isso, evidenciar exemplos do sucesso da técnica ao pro-porcionar conforto e agilidade no suprimento das necessidades, os terminais de auto-atendimento, a robo-tização da indústria automobilística, a comunicação instantânea potencializada pelo mundo virtual, etc.

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Uma prova abrangente, porém trabalhosa para o tempo oferecido. Lamentamos a imprecisão no enunciado da questão 10.

História do Brasil

As três questões de História do Brasil foram bem elaboradas e cobriram adequadamente a programação, já que a primeira foi relativa ao Período Colonial, a segunda à fase de transição do regime monárquico para o repu-blicano, e a terceira ao Regime Militar.

O grau de dificuldade foi adequado a uma prova de segunda fase e ao tempo disponível para realizá-la. Apenas a questão 2, por ser mais específica, deve ter causado uma dificuldade maior para os candidatos.

História Geral

As duas questões de História Geral abordaram aspectos centrais da historiografia e basearam-se em textos que contextualizaram os temas abordados.

Esta prova de Língua Portuguesa é uma demonstração elogiável de que há várias formas de se fazer um bom exame de seleção. Com base num texto criteriosamente escolhido, recheado de recursos de linguagem bem percebidos pela Banca, fez-se uma avaliação muito eficaz da capacidade de apreensão de sentidos e da familiaridade com a variante culta do Português.

É um salto de qualidade significativo em relação a exames recentes da mesma FGV.

Deve-se, no entanto, fazer uma ressalva: a questão 11 (plural de prima-segunda) destoa do perfil global da prova: cobra um conhecimento muito específico e prescinde completamente da interpretação do texto. A redação do enunciado da questão 7 também poderia ser feita de maneira mais precisa e menos generalizante.

Língua Portuguesa História Matemática

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