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TÍTULO: ÁREA TEMÁTICA: Resumo

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Academic year: 2021

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TÍTULO: EDUCAÇÃO EM SAÚDE BUCAL: UMA EXPERIENCIA NA CRECHE ESTADUAL SANTA TEREZINHA NA CIDADE DE JOÃO PESSOA.

AUTORES: Wilton Wilney Nascimento Padilha; Fátima Regina Nunes de Sousa; Thaíse Pereira Dantas Sampaio; Yana Talita de Souza; Ricardo Dias de Castro; Dayane Franco; Angelinne Ribeiro Ângelo; Renata Maria Maia Félix; Sônia Saeger Meireles

E-mail: wilpad@terra.com.br ÁREA TEMÁTICA: Saúde Resumo

Este projeto é desenvolvido com o apoio PROBEX/PRAC/UFPB desde maio de 2000 e foi planejado como uma possibilidade de integração da odontologia a dois projetos já existentes naquela comunidade, um da área de medicina e outro da fisioterapia, ambos com participação de alunos dos diferentes cursos da área da saúde, porém não de odontologia. A metodologia adotada foi dialógica com registro em cadernos de campo individuais e atas das reuniões organizacionais do grupo. Para iniciar, o projeto assumiu atividades comuns aos demais projetos e propôs duas ações específicas para a odontologia. Assim, no primeiro ano, os participantes de odontologia fizeram visitas semanais domiciliares levando informações sobre saúde bucal, ouviram e discutiram as demandas da comunidade sobre saúde em geral e apoiaram atividades coletivas e dos graduandos de outras áreas. Como atividades específicas foram realizadas ações educativas e preventivas em crianças de uma escola comunitária e ações curativas em uma unidade municipal de saúde. As ações curativas foram abandonadas por dificuldades insuperáveis nas condições materiais e de biossegurança. As ações preventivas são mantidas e constituem num dos pontos positivos do projeto – a partir do segundo ano foram assumidas por voluntários da comunidade treinados e supervisionados pelos graduandos. Para o segundo ano, foi proposta a problematização da atuação do profissional de odontologia por meio da confecção de dois vídeos. Um dos vídeos não foi concluído, porém o outro abordou com bastante propriedade a motivação e a demanda por um programa de autocuidado em saúde bucal. Para o terceiro ano estão se iniciando duas ações de educação em saúde, uma junto ao grupo de gestantes, que é organizado pela associação comunitária local e outra, na Creche Estadual Santa Terezinha. Com a recente implantação de uma equipe do PSF na comunidade, acredita-se que o perfil da atuação poderá ser modificado, adquirindo inclusive maior resolutividade. Outra forte característica do projeto é a pra´tica da pesquisa, assim diversos trabalhos diagnósticos e operacionais foram realizados e

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apresentados em eventos de iniciação científica. Avalia-se que o projeto cumpre satisfatoriamente seus objetivos de difusão do conhecimento, interação com a realidade social, desenvolvimento de capacidade crítica, bem como da participação dos alunos em ações de construção da cidadania.

Introdução

Embora apoiado pelo PROBEX a partir de agosto de 2000, a atuação na comunidade iniciou em novembro de 1999. Nesta época, mantivermos contato com graduandos de odontologia que tentavam viabilizar uma atuação naquela área e com orientandos do Professor Eymard Mourão de Vasconcelos que já desenvolviam trabalhos ali e o apresentavam em uma Mostra de Trabalhos de Extensão da UFPB.

Deste modo, o primeiro contato com a área de atuação, ocorreu simultaneamente, em duas frentes. E ao visitar a comunidade, conheci a Sra Terezinha, a líder comunitária que buscava atenção odontológica para crianças de uma escola comunitária local.

Em nossos primeiro passos reunimos um grupo de alunos de odontologia que se apresentaram como voluntários e iniciamos a participação integrada aos projetos “Educação Popular e Atenção à Saúde da Família” do professor Eymard e “Fisioterapia na Comunidade” da Professora Kátia Suely Ribeiro.

Nossa expectativa era construir uma oportunidade de atuação diferenciada daquela vivenciada pelos graduandos nas atividades curriculares tradicionais do Curso de Odontologia e contávamos com a excelente acolhida da comunidade, experiência teórica e de campo dos professores que já atuavam ali, com a motivação dos graduandos de odontologia e também uma pequena angústia gerada pelas limitações da atuação nas disciplinas curriculares. Partimos do diagnóstico da inadequação da formação médica descrita por Garcia (1989) e Pinto (1993), e tomamos como referencial teórico a perspectiva educacional de Paulo Freire (1977) e Pedro Demo (1991), contextualizadas para a educação em saúde por Silveira et al. (2002) e Padilha (2002), apoiada ainda no trabalho de Vasconcelos (1999), e para o direcionamento em saúde adotamos os princípio da atenção primária em saúde da Organização Mundial de Saúde e da Medicina Integral proposta por Mendes (1982).

A partir destes elementos iniciamos uma ação educativa em comunidade Objetivos

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Este projeto tem como objetivo oferecer aos graduandos de odontologia uma oportunidade para vivenciar e interagir com a rotina de grupos sociais em contexto externo ao campus universitário. Esta participação deve extrapolar o campo especifico da formação profissional e baseando-se em demandas definidas pelas comunidades atuar fortalecendo sua luta e favorecendo sua autonomia e avanços em direção a conquista da cidadania.

Metodologia

Poderíamos conceituar nossa metodologia como participativa, solidária, reflexiva e crítica. Consiste em estar presente na comunidade, ouvir suas demandas e reivindicações e atuar, dentro das possibilidades do contexto para a sua realização.

Para o estudante a participação consiste de dois focos principais, em um ele deve travar relacionamento com cerca de 10 famílias, pelas quais deverá desenvolver visitas periódicas (semanais) buscando identificar as demandas, de saúde ou não, que possam ser encaminhadas. Também é objetivo desta ação conhecer a realidade destas famílias, seus valores, seus modos de relação, suas filosofias de vida, suas formas de organização, seus modos de viver a vida.

O segundo foco consiste em dar encaminhamento àquelas demandas especificas da odontologia ou da saúde que podem ser enfrentadas dentro da realidade comunitária. Sempre que possível estas ações se baseiam no fortalecimento da autonomia e no desenvolvimento da responsabilidade e capacitação para o autocuidado em termos individuais e coletivos.

Ações de apoio ou organizacionais também são necessárias e consistem no registro de atividades em cadernos de campo, mapas de controle de frequência, atas de reuniões, seminários preparatórios, qualificação para a pesquisa, treinamento em gerenciamento de programas e atividades em grupo, além da qualificação em técnicas específicas de promoção de saúde bucal.

As atividades ocupam as manhãs de quartas e sábados, semanalmente, segundas ou terças a noite, também semanalmente e quintas à tarde quinzenalmente. Muito recentemente foi incorporado, por demanda dos alunos, o horário de sextas a tarde, para discussões e reflexão.

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No desempenho de suas atividades o projeto assumiu, além das ações comuns aos demais projetos, duas ações específicas para a odontologia. Assim, no primeiro ano, os participantes de odontologia fizeram visitas semanais domiciliares levando informações sobre saúde bucal, ouviram e discutiram as demandas da comunidade sobre saúde em geral e apoiaram atividades coletivas e dos graduandos de outras áreas. Nestas visitas, procuraram estimular o autocuidado e o autoexame bucal e obter a atenção dos graduandos dos demais cursos para os conhecimentos de promoção de saúde específicos da odontologia. Alguns alunos chegaram a desenvolver procedimentos curativos em crianças pela técnica denominada tratamento restaurador atraumático – ART.

Como atividades específicas, foram realizadas ações educativas e preventivas em crianças de uma escola comunitária (caráter coletivo) e ações curativas em uma unidade municipal de saúde (caráter individual). As ações curativas foram abandonadas por dificuldades insuperáveis nas condições materiais e de biossegurança. A unidade de saúde estava “acostumada” a atuar com deficiência e os graduando não demonstraram interesse em superar a dificuldade.

As ações educativas e preventivas, entretanto, são mantidas e constituem num dos pontos positivos do projeto. Estas constituem de atividades educativas voltadas para os escolares com vídeos, teatro de fantoches, palestras e jogos. As medidas preventivas são o exame clínico, a escovação supervisionada, a aplicação tópica de flúor e em menor escala o ART, sendo que, a partir do segundo ano, com exceção do exame clínico e do ART, foram assumidas por voluntários da comunidade treinados e supervisionados pelos graduandos.

Destaca-se aqui, como resultado, a tarefa de treinar recursos humanos em saúde exercida pelo próprio graduando, que é entendida como uma ação de desmonopolização literalmente, com o acréscimo de ser um treinamento em função.

Durante o segundo ano, foi proposta a problematização da atuação do profissional de odontologia por meio da confecção de dois vídeos. Um dos vídeos não foi concluído, porém o outro abordou com bastante propriedade a motivação e a demanda por um programa de autocuidado em saúde bucal.

As dificuldades técnicas para a realização dos vídeos acabaram por inviabilizar um deles. Mais precisamente, aquele que trataria dos conhecimentos de saúde bucal entre graduandos das diferentes áreas da saúde. Esperava-se documentar a precariedade tais conhecimentos, bem como alguma inconsistência entre estes e as práticas de autocuidado dos universitários.

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O segundo vídeo tratou das motivações e informações necessárias para que uma comunidade autonomamente desenvolvesse seu próprio programa de saúde bucal. Alguns participantes apresentaram dificuldades aceitar o repasse este tipo de informação por considerá-las lesivas aos interesses da odontologia como profissão. Por este motivo, a proposta foi alterada, omitindo-se a parte do desenvolvimento da autonomia. Tendo o vídeo sido concluído devendo ser utilizado como base para debates e reflexões sobre o papel social da profissão. Atualmente, seis meses após, nenhum dos graduandos que defenderam o monopólio do conhecimento odontológico permanece no grupo, esperando-se que a situação seja favorável para a retomada desta abordagem.

Para o terceiro ano estão se iniciando duas ações de educação em saúde, uma junto ao grupo de gestantes, que é organizado pela associação comunitária local e outra, na Creche Estadual Santa Terezinha. E uma outra de caráter educativo, que foi recentemente proposta pela comunidade, a participação nas reuniões do grupo de mães.

No transcorrer do projeto inúmeras tem sido as oportunidades de interagir com a comunidade, algumas prosperam, outras não. Algumas falham por deficiências da equipe, outras por desinteresse da comunidade. Temos observado, entretanto, que quanto mais legítima e autêntica é a demanda identificada, maior é a capacidade de luta e de organização da comunidade, são observações um tanto evidentes. Para o caso das demandas acadêmicas, já não é tão simples assim, a maioria das reivindicações são frágeis em seu alcance, desfocadas em sua teoria e freqüentemente solitárias, levando-nos a acreditar que a organização da comunidade Maria de Nazaré tem muito a ensinar aos graduandos da Universidade Federal da Paraíba.

Finalmente, consideramos que o desenvolvimento deste projeto recompensa pela sua qualidade no papel de oportunidade formativa, bem como pelo acolhimento e resultados obtidos junto à comunidade assistida. Neste sentido, nossa expectativa é continuar ensinando e aprendendo junto com a Comunidade Maria de Nazaré.

Referências

Juan César Garcia: pensamento social em saúde na América Latina. (Organizado por. Everardo Duarte Nunes) Cortez/Abrasco, São Paulo. 1989. 238p.

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DEMO, P. Pesquisa: princípio científico e educativo. 2ª. ed. Cortez, São Paulo. 1991. 120p FREIRE, P. Extensão ou comunicação. 10 ed. Rio de Janeiro, Paz e Terra 1977. 93p.

MENDES, E.V. Integração docente assistencial e educação odontológica. R. ABENO, v. 2, n. 1, p. 17-39, jan./dez. 1981/1982.

SILVEIRA, J.L.G.C.; PADILHA, W.W.N.; SOARES, E. L. 2002 A prática de pesquisa como princípio educativo. R. Movimento, Niterói, n.1 , p.111-127, maio, 2002.

PADILHA, W. W. N. Inovações no ensino odontológico: Experiências pedagógicas centradas em pesquisa. João Pessoa: APESB, 2002. 157 p.

PINTO, V.G. A odontologia brasileira às vésperas do ano 2000: Diagnóstico e caminhos a seguir. Brasília, Ed. Santos, 1993. 192p.

VASCONCELOS, E. M. Educação popular e a atenção á saúde da família. São Paulo, Hucitec, 1999.332p.

Referências

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