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ESTÁGIO SUPERVISIONADO DE ENSINO DE MATEMÁTICA IV: ELABORAÇÃO E EXECUÇÃO DE UM PROJETO PILOTO, CUJO FOCO É O VESTIBULAR

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Anais do X Encontro Nacional de Educação Matemática Relato de Experiência 1 ESTÁGIO SUPERVISIONADO DE ENSINO DE MATEMÁTICA IV: ELABORAÇÃO E EXECUÇÃO DE UM PROJETO PILOTO, CUJO FOCO É O

VESTIBULAR

Deoclecia de Andrade Trindade Universidade Federal de Sergipe

deo.clecia@hotmail.com

Ivana Silva Santos Universidade Federal de Sergipe

ivaninha_mat@yahoo.com.br

Raquel Rosário Matos Universidade Federal de Sergipe

kekel_85@hotmail.com

Resumo: O propósito desse trabalho é apresentar nossa experiência como professores estagiários de Matemática na disciplina prática de Estágio Supervisionado, vivenciada no período 2009/2. O registro dessa experiência mostra uma forma diferenciada de se trabalhar a disciplina estágio em que planejamos e executamos um curso de revisão de conteúdos matemáticos para o vestibular denominado de ReviMat. Para explanarmos sobre a experiência, focamos aspectos relacionados ao planejamento do curso, aos alunos participantes e, sobre nós, como professores estagiários. Ao longo desse texto nós descrevemos a elaboração desse projeto piloto e apresentamos algumas reflexões sobre a importância e contribuição do estágio para a nossa vida acadêmica e uma forma diferenciada de trabalhar a disciplina estágio.

Palavras-chave: Estágio Supervisionado de Matemática; vestibular; ensino de matemática.

INTRODUÇÃO

Nós, alunos do curso de licenciatura em Matemática da Universidade Federal de Sergipe, ao longo do curso conhecemos metodologias diferenciadas e atitudes moldadas a partir de princípios da Educação Matemática para trabalharmos com os nossos futuros alunos em sala de aula. No entanto, na última prática de estágio supervisionado, que ocorreu no segundo semestre de 2009, optamos por realizar um trabalho mais voltado para a preparação do vestibular, com o intuito de colaborarmos com alunos da rede pública que pretendiam fazer vestibular para ingressar na Universidade em 2010.

Dessa maneira, o presente texto é um relato sobre a experiência pedagógica vivenciada na disciplina, Estágio Supervisionado de Matemática IV como exigência

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Anais do X Encontro Nacional de Educação Matemática Relato de Experiência 2 parcial para conclusão do curso de Licenciatura em Matemática, ressaltando que se trata de um projeto piloto, de um curso de revisão gratuito de conteúdos matemáticos oferecido a alunos do terceiro ano do ensino médio de algumas escolas públicas da cidade de Aracaju e São Cristóvão. Esse curso preparatório foi denominado de ReviMat, nome escolhido por nós, e o registro desta experiência mostra uma forma diferenciada de se trabalhar a disciplina estágio, em que o professor estagiário prepara seus alunos diretamente para o vestibular. Para apresentar a respectiva experiência focaremos aspectos relacionados ao planejamento do curso, aos alunos participantes e, a nós, os professores estagiários.

QUESTIONÁRIO: UMA ANÁLISE

Com o intuito de verificar a viabilidade de execução de um projeto dessa natureza, nós professores estagiários e a professora da disciplina1, combinamos inicialmente investigar se haveria alunos interessados em participar dessa empreitada, e no caso de haver menos dez alunos por turma interessados em participar do curso o projeto seria executado. Então a nossa primeira tarefa foi averiguar se teríamos alunos interessados em frequentar o ReviMat.

Dessa forma, no primeiro momento foi elaborado um questionário cujo objetivo era compreender quais os entendimentos, expectativas e sentimentos de alunos do 3º ano do ensino médio com relação ao vestibular e suas mudanças2 e ao mesmo tempo identificar o público interessado e sua disponibilidade de horários no curso. Tendo produzido o questionário, a turma foi dividida em duplas para aplicá-lo nas escolas3, Escola Estadual Leandro Maciel, Colégio Estadual Costa e Silva, Escola Estadual John Kennedy, Colégio Estadual Prof. Hamilton Alves Rocha, Escola Estadual Profª Glorita Portugal, entre outras. Após aplicação do questionário, contabilizamos a participação de 512 pessoas, sendo que 441 responderam que gostariam de participar do curso e 71 não se interessavam, um fato observado é que alguns alunos não prestariam o exame de seleção para 2010, mas, mesmo assim, demonstraram interesse de assistir as aulas do curso.

1 Profª. Dra. Ivanete Batista dos Santos (DMA/UFS)

2 Referimo-nos ao sistema de cotas que é uma medida governamental que passou a entrar em vigor em 2010

na Universidade Federal de Sergipe e que tem por finalidade gerar mais oportunidades para os alunos das escolas públicas oferecendo reserva de vagas (50% delas) em instituições públicas.

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Anais do X Encontro Nacional de Educação Matemática Relato de Experiência 3 Para uma análise dos questionários nos atemos no material coletado nas seis turmas, que ficamos responsáveis, que corresponde a um total de 162 alunos. Dessa forma, pudemos identificar em linhas gerais, os diferentes significados que os alunos atribuem ao vestibular. A seguir podemos ver algumas das opiniões dos alunos ao ser questionado “O que você entende por vestibular?”:

Quadro 1: Respostas de alunos à pergunta: O que você entende por vestibular? Um meio para melhorar o futuro, cursar um ensino Superior.

É uma prova que tem como objetivo selecionar os mais preparados para cursar o ensino superior. Uma prova que irá analisar seus conhecimentos e elevar o seu nível escolar.

É uma prova para testar conhecimentos e conseguir ser aprovado. Entendo que é uma coisa que irá determinar meu futuro.

É um exame para testar os conhecimentos dos alunos e para abrir uma vaga na Universidade. Uma oportunidade de ter uma boa profissão, fazendo o que gosta e ter um bom emprego.

Fonte: Respostas de alguns alunos do 3º ano do ensino médio atribuídas em um questionário sobre o Vestibular.

Percebe-se pelo que está no quadro que, várias são as os entendimentos dos alunos sobre o vestibular, apesar de não termos colocado todas as opiniões dos entrevistados, essas resumem o pensamento da maioria deles. Porém, nos chamou atenção a quantidade de alunos que vêem o vestibular como fonte de emprego rápido, bem remunerado, em outras palavras, da sua ascensão social e então mudança de vida.

Também constatamos outros entendimentos. Como, por exemplo, os que dizem que o vestibular é um processo de seleção para entrar na faculdade e há ainda os que relatam ser uma preparação para cursar o Ensino Superior. Fazendo um misto dessas visões o vestibular se expressa como uma prova na qual suas habilidades e conhecimentos são testados, onde passam aqueles que estão mais bem preparados e se conseguirem passar possivelmente conseguirá ascender socialmente.

De acordo com resolução n° 85/2009/CONEPE, podemos visualizar que:

Art. 1o O Processo Seletivo tem por objetivo selecionar os candidatos a estudos superiores em função dos conhecimentos que demonstrem na área das disciplinas que constituem o núcleo comum do ensino médio. Art. 2o As vagas a serem oferecidas serão estabelecidas mediante resolução específica. (RESOLUÇÃO CONEPE, 2009, p.2)

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Anais do X Encontro Nacional de Educação Matemática Relato de Experiência 4 Assim, percebemos que as idéias que os alunos têm sobre vestibular parece com a definição e caracterização da citação acima. O que percebemos é que alguns idealizam essa perspectiva de mudança de vida, tanto no âmbito social quanto no financeiro, é fato que, isto é possível de acontecer mas, diferente do que alguns pensam, o diploma não é garantia de vaga no mercado de trabalho.

Um outro questionamento feito foi se os alunos conheciam as novas regras do vestibular e quais seriam estas. Somente 39 alunos afirmaram ter conhecimento das novas regras do vestibular e citam o sistema de cotas e anulação das questões dentro sistema do verdade ou falso. Dessa forma, o que se percebe é a falta de informação dos alunos. Isso foi constatado quando uma aluna nos perguntou se o prazo para ficar isenta da taxa já tinha terminado. Em consequência dessa desinformação dos alunos decidimos então, no primeiro dia de aula do curso, explicarmos as vantagens do sistema de cotas e do Enem (Exame Nacional de Ensino Médio) e tirar quaisquer dúvidas sobre tais mudanças.

Quando os alunos foram questionados sobre “Qual curso pretende se inscrever no vestibular?”, obtivemos respostas como:

Quadro 2: Resposta de alunos a pergunta: Qual curso pretende se inscrever no vestibular? Por quê?

Psicologia, por que quero conhecer mais como funciona a mente humana e saber entendê-la. Medicina. Por que é uma área que eu gosto.

Matemática porque me identifico com a matéria. Estou em dúvida e não me decide ainda.

Psicologia. Porque quero seguir a profissão da minha família que a maioria trabalha na área de saúde.

Engenharia Civil. Por que é o curso que eu me identifico. Direito, acho interessante.

Fonte: Amostra retirada das respostas de alunos do 3º ano do ensino médio atribuídas em um questionário sobre o Vestibular.

Percebemos então que houve alunos que ainda não decidiram qual curso e também aqueles que procuram se “espelhar” e seguir a mesma carreira de alguns membros da família. É válido frisar que, os alunos que efetivamente freqüentavam o ReviMat não eram somente aqueles que seu curso escolhido tinha um peso maior em Matemática, mas, também aqueles que entendiam que fazendo uma boa pontuação na prova dessa disciplina, iriam acabar fazendo a diferença.

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Anais do X Encontro Nacional de Educação Matemática Relato de Experiência 5 Ao serem questionados “Você se sente preparado para realizar uma prova do vestibular? Por quê?”, exceto raras exceções, obtivemos uma mesma resposta, mas por diferentes motivos. Como pode ser visto abaixo:

Quadro 3: Resposta de alunos a pergunta: Você se sente preparado para realizar uma prova do vestibular? Por quê?

Não, por que a qualidade do ensino público é muito inferior ao ensino aplicado nas redes particulares. Não. Por causa das condições escolares e financeira.

Não. As escolas públicas não dão uma boa preparação para quem quer passar numa matéria difícil. Não. Pelo fato de paralisações dos colégios, com isso atrasando muitos assuntos que caíram na prova.

Não. Por que não tive uma boa base no ensino médio.

Não. Por que ainda eu estudo, os professores não dão todos assuntos para o vestibular.

Fonte: Respostas de alunos do 3º ano do ensino médio atribuídas em um questionário sobre o Vestibular.

O fato é que a grande maioria dos alunos não se sentem preparados para realizar uma prova de vestibular. O que nos causou “espanto”, afinal alunos prováveis concludentes do ensino médio com “possibilidade” de ingressarem em uma universidade não estarem por dentro de como obterem acesso ao ensino superior. Quanto às justificativas em sua maioria eles transferem a culpa para a qualidade de ensino público como já mencionamos. Também afirmam que não fazem curso de preparação ou que estudam pouco ou ainda que têm dúvidas sobre alguns assuntos cobrados no exame.

Após aplicação e análise do questionário constatamos que haveria público suficiente interessado. Assim sendo, nós produzimos um folder que continham informações sobre o curso, e também, anexado a ele, uma ficha de inscrição para que o aluno se identificasse e escolhesse os dias (quarta, sexta ou sábado) e o turno (manhã, tarde ou noite) em que faria o curso. É válido frisar que, esta divulgação foi feita por nós, através também de cartazes, que foram distribuídos nas mesmas escolas que aplicamos os questionários e mais outras, em que, sem dificuldade um dos estagiários se habilitou para divulgar.

A PREPARAÇÃO

Antes do início das aulas do ReviMat, inicialmente nos dividimos em grupos levando em consideração os conteúdos do de 1º , 2º e 3º ano do Ensino Médio. Cada

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Anais do X Encontro Nacional de Educação Matemática Relato de Experiência 6 integrante do grupo resolvia as questões individualmente e depois debatíamos com o restante do grupo, sempre atentos para os conteúdos que apareciam com frequência. Após essa etapa, a professora sorteou de um por um, para irmos ao quadro e resolvermos uma determinada questão (micro aula), e dessa forma as discussões se estendiam para todos da turma de modo que procurávamos diferentes formas elegendo a mais simples para depois utilizarmos em sala com os alunos.

Referente à organização, devido a grande demanda de alunos inscritos ficou estabelecido que ficassem três alunos por turma. Porém, todos do grupo deveríamos saber resolver todas as questões de qualquer um dos três anos, para melhor desenvolver as aulas.

O próximo passo foi elaborar as apostilas, assim, o grupo responsável por revisar os conteúdos do 1º ano se reuniu e decidiu quais questões deveriam compor a primeira apostila, considerando os conteúdos que mais se repetem no vestibular da UFS e quais os alunos têm mais dificuldade (esse dado foi obtido a partir das respostas do questionário). O mesmo ocorreu respectivamente para os integrantes dos grupos do 2º e 3º anos. A primeira apostila foi a mesma para todas as turmas, e as demais apostilas foram preparadas de acordo com a necessidade de cada turma. Dessa forma, nos dividimos em novos grupos para atuar em sala de aula, ficando em cada turma um de cada ano.

Em relação à execução do curso, ressaltamos que a revisão era feita a partir da questão dada, ou seja, apresentávamos a questão e com a participação dos alunos, revisávamos o conteúdo que era preciso para resolvê-la. Vale ressaltar que, ficou a critério de cada ministrante apresentar dicas e estimular a turma a assistir as aulas, assim, por exemplo, houve grupos que desenvolveram gincanas. E para todas as turmas foram organizados simulados.

ALUNOS PARTICIPANTES

Os alunos do curso ReviMat, em suma, são provenientes das escolas públicas das cidades de Aracaju e São Cristóvão, como podemos ver na tabela abaixo:

Tabela 1: Número de alunos inscritos em relação a escola de origem

Escola de Origem N.º de alunos inscritos

Augusto Franco 15

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Anais do X Encontro Nacional de Educação Matemática Relato de Experiência 7

Costa e Silva 108

Glorita Portugal 58

João Batista Nascimento 2

John Kennedy 7

Leandro Maciel 5

Leandro Maciel ou Hamilton 6

Leão Magno 1

Olavo Bilac 1

Não Identificou a escola de origem 46 Fonte: Dados coletados das fichas de inscrições para o ReviMat.

Vale ressaltar que, alguns desses alunos ainda faziam cursos particulares ou Pré-Seed4 e não se dando por satisfeitos ainda frequentavam o curso ReviMat. É importante frisar ainda que participaram alunos não somente das escolas onde aplicamos os questionários, houve muitas inscrições de alunos oriundos de outras instituições que souberam por colegas ou familiares sobre a existência do ReviMat. E para nossa surpresa, havia alunos inscritos que estavam cursando a 1ª série, 2ª série e pessoas que já haviam parado de estudar a alguns anos.

Quanto à faixa etária desses alunos podemos afirmar que a maioria são jovens. Podemos visualizar na tabela abaixo que a maioria desses alunos tem de 17 a 21 anos. Tabela 2: Quantidade de alunos em relação a idade

Idade Quantidade 14 1 15 5 16 7 17 85 18 60 19 55 20 28 21 18 22 5 23 9 24 5 25 3 Maiores de 25 37

Fonte: Dados coletados das fichas de inscrições para o ReviMat.

4 O Pré vestibular é um curso de revisão oferecido pelo estado aos alunos provenientes de escola

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Anais do X Encontro Nacional de Educação Matemática Relato de Experiência 8 Como podemos observar havia 37 alunos que tinham mais que 25 anos. Desses, havia inclusive alunos de mais de 50 anos, que havia parado de estudar havia quase 30 anos. Mas eles estavam bem determinados a prestar vestibular e inclusive um deles, em uma conversa informal, comentou que tinha grande possibilidade de não passar no vestibular esse ano, pois segundo ele estava “enferrujado”, mas, disse estar decidido a tentar no outro ano.

Um fato que nos chamou atenção foi a quantidade de mulheres que frequentavam o curso. Esse dado é constante para todas as turmas, pois, constatamos que, dos alunos que participavam do ReviMat, 233 alunos (75%) eram do sexo feminino e apenas 88 eram do sexo masculino. Em relação à modalidade escolhida por eles, 168 escolheram PSS-3ªsérie, 130 PSS Geral e 6 não responderam.

Dessa forma, pelo número de alunos que pretendiam realizar o PSS – 3ª série foram abertas turmas especiais aos sábados que fazia revisão apenas dos conteúdos do 3º ano. É importante destacar que, devido a isso, foi necessário realizar mudanças no planejamento direcionado a essas turmas. Alterações como, preparação de novas apostilas e outro modo de orientar a aula, pois, esses alunos ou tinham visto os conteúdos há pouco tempo em sua escola, ou de modo contrário, não tinha nenhum conhecimento sobre o assunto, exemplo, números complexos.

PROFESSORES ESTAGIÁRIOS

Atuaram na execução do projeto 30 professores estagiários distribuídos para atender as turmas. Cada professor tinha somente uma turma e nosso objetivo era oferecer aulas gratuitas de revisão de matemática e familiarizar o aluno com o tipo de prova aplicado no exame vestibular e esclarecer as novas regras do Processo Seletivo da UFS.

Ao final do curso, retornamos as nossas aulas de estágio e em um dos encontros discutindo o funcionamento do curso, experiência passadas por cada um, falamos sobre os desafios e pontuamos os seguintes: clientela heterogênea, lidar com a falta de pré-requisito por parte dos alunos em alguns conteúdos, apresentar conteúdos não vistos anteriormente pelos alunos nos seus cursos regulares, motivar o aluno a frequentar e participar das aulas, buscar formas criativas e estimuladoras de desafiar as estruturas conceituais dos alunos e discutir as formas de resolução das questões a serem tratadas em sala de aula.

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Anais do X Encontro Nacional de Educação Matemática Relato de Experiência 9 Ao mesmo tempo, no decorrer das aulas, tínhamos o papel de conscientizar o aluno da rede pública da importância do ensino superior e informar sobre os diferentes cursos oferecidos pela UFS. Pois, devemos nos comprometer, como professores, em mostrar as possibilidades futuras que os alunos têm, e quais são os meios possíveis de alcançá-las.

A experiência com o ReviMat, nos proporcionou identificar algumas das deficiências encontradas pelos alunos da rede pública de Aracaju, e o despreparo frente às provas do vestibular da UFS.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O papel do professor do ensino médio no processo de ensino dos alunos tem sido amplamente discutido e um dos temas de debate é a inserção de metodologias diferenciadas nessa etapa, uma vez que a maioria dos professores afirmam que não é possível aplicá-las apontando como justificativa para tal fato a preocupação com a preparação para o vestibular. É claro que não podemos generalizar, mas o que percebemos nessa experiência é que não há essa preocupação, uma vez que os conteúdos não são passados na sua totalidade, não havendo um processo de aprendizagem dos alunos, acarretando uma preparação precária para o vestibular, pois, para eles, falta conhecimento e segurança.

Além disso, podemos afirmar também que ainda existe um distanciamento entre esses alunos das escolas públicas e o vestibular, que vai desde a sua compreensão do que seja o vestibular até a preparação para o mesmo. Nesse sentido, surge a necessidade de uma investigação mais detalhada, com o intuito de descobrir porque o vestibular ainda é algo tão utópico para muitos alunos das escolas públicas, e consequentemente o seu ingresso nas universidades federais, mesmo existindo projetos para facilitar o ingresso dos mesmos. E a partir dessa investigação talvez estabelecer propostas que venham a mudar esse quadro.

Fazendo uma breve avaliação desse curso, proporcionada pela nossa experiência, acreditamos que ocorreram alguns pontos negativos que poderão ser aperfeiçoados em uma nova edição do curso. Por exemplo, a falta de entrosamento entre membros de alguns grupos durante a execução das aulas, insegurança de alguns na hora de ministrar aulas, alguns não se preocupavam em estimular o aluno em sala de aula o que talvez tenha contribuído para que duas turmas fossem fechadas.

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Anais do X Encontro Nacional de Educação Matemática Relato de Experiência 10 Em contrapartida, os aspectos positivos para nós, professores do ReviMat, foram muitos. Este curso contribuiu para que pudéssemos conhecer dois horizontes diferentes, já que durante os outros estágios direcionados para o Ensino Médio, nós íamos para as salas de aula e ministrávamos os conteúdos, e com esse outro formato, fazíamos uma revisão dos conteúdos matemáticos e respondíamos as provas do PSS da UFS. Mais ainda, fez com que aprimorássemos a nossa didática em sala de aula mesmo tendo utilizado prioritariamente aulas expositivas. Constatamos que não se podem ministrar aulas expositivas de qualquer jeito, ela exige preparação, dinâmica, e domínio do conteúdo. Além disso, por meio dessa experiência fizemos um exercício para aprendermos a trabalhar em equipe, embora nem sempre seja fácil superar as dificuldades e entendimentos de cada membro da equipe.

Enfim, podemos afirmar que a elaboração e execução desse projeto piloto contribuíram positivamente para a melhor formação dos alunos do Ensino Médio e a nossa. Para os participantes do curso porque procuramos reduzir a insegurança que eles têm em relação ao vestibular, e principalmente, o medo de anular a disciplina matemática, pois, focamos em tirar muitas das dúvidas, e ao mesmo tempo tratamos conteúdos que talvez eles nunca tivessem oportunidade de responder no formato em que ele é exigido em uma prova de vestibular.

E para nós, como professores estagiários, participar do Curso ReviMat foi de grande relevância, pois percebemos que esta nos possibilitou além de um questionamento inerente ao ensino de Matemática, uma reflexão de como podemos melhorar o ensino de Matemática quando nos propusermos a enfrentar os desafios relacionados as dificuldades de aprendizagem e de ensino. Além disso, ficamos contentes por saber que essa iniciativa não vai parar apenas com nossa experiência, pois a partir de agora o ReviMat fará parte das atividades de extensão do Departamento de Matemática, da Universidade Federal de Sergipe.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Resolução Nº85/2009/CONEPE. Normas Gerais para o Processo Seletivo da UFS. Disponível em: http://www.ccv.ufs.br/ccv/concursos/pss2010/files/manual/03_normasgera is.pdf. Acesso em 23 ago. 2009.

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