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Experiência, para alcançar a Nenhuma Perda Líquida (ou Ganho Líquido) (NPL/GL) de Biodiversidade em Moçambique

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Análise de Lacunas das Políticas, Leis, Capacidade e Experiência, para alcançar a Nenhuma Perda Líquida (ou Ganho Líquido) (NPL/GL) de Biodiversidade em Moçambique

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Análise de Lacunas das Políticas, Leis, Capacidade e

Experiência, para alcançar a Nenhuma Perda Líquida (ou

Ganho Líquido) (NPL/GL) de Biodiversidade em

Moçambique

Maputo, 22 de Fevereiro de 2018

Projecto COMBO: Conservação, Hierarquia de Mitigação e Contrabalanços de

Biodiversidade em África

Implementadores do Projecto: Financiadores do Projecto:

Parceiros locais:

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1

Registo do documento

Título do

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Análise de Lacunas das Políticas, Leis, Capacidade e Experiência, para alcançar a Nenhuma Perda Líquida (ou Ganho Líquido) (NPL/GL) de Biodiversidade em Moçambique.

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Referência Versão Data Preparado Aprovado

20180218_c1_gap_analysis_policy_ law_capacity_experience_nnl_en.docx 1 18-02-18 Impacto, Naseeba Sidat, Hugo Costa Hugo Costa 20180222_c1_analise_de_lacunas_politicas _leis_capacidade_experiencia_nnl_pt.docx 2 22-02-18 Impacto, Naseeba Sidat, Hugo Costa Felicidade Salgado Hugo Costa

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Análise de Lacunas das Políticas, Leis, Capacidade e Experiência, para alcançar a Nenhuma Perda Líquida (ou Ganho Líquido) (NPL/GL) de Biodiversidade em Moçambique

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Indice

1 INTRODUÇÃO ... 1 2 OBJECTIVO E ORGANIZAÇÃO DO DOCUMENTO ... 2 3 METODOLOGIA... 2

3.1 Parte I: Análise de lacunas de políticas, leis, capacidade e experiências das principais partes interessadas ... 2 3.2 Parte II: Análise de lacunas sobre a capacidade e experiência das instituições governamentais Moçambicanas ... 5 3.3 Parte III: Workshop para analisar e validar os resultados obtidos e melhorar as análises de lacunas 6

4 RESULTADOS ... 6 4.1 Parte I: Análise de Lacunas sobre as Políticas, Leis, Capacidade e Experiência das principais partes interessadas ... 6

4.1.1 Revisão e Análise de Leis, Políticas, Regulamentos, Programas e Estratégias ... 6 4.1.1.2 Processos Estatuídos na Lei e as Práticas de Gestão nas Áreas de “Posse de Terra; Áreas Protegidas e Fauna Bravia; Direitos das Comunidades Locais, Incentivos Económicos e Regimes de Responsabilidade e fundo fiduciário”. ... 19 4.1.2 Análise da Capacidade e Experiência ... 22 4.1.3 Passos que devem ser estabelecidos para criar capacidade para regular, administrar, monitorar e aplicar os requisitos da Hierarquia de Mitigação, Contrabalanços de Biodiversidade e alcançar a NPL/GL. ... 25 4.1.4 Capacidade e representação necessária das comunidades locais em Moçambique (e seus líderes e representantes) para apresentar os seus pontos de vista sobre a avaliação dos impactos, mitigação e Contrabalanços durante as consultas públicas de projectos de desenvolvimento específicos (ex. uma estrada nova ou uma mina) ... 26 4.1.5 Experiência de empresas ou projectos na implementação da Hierarquia de Mitigação incluindo de Contrabalanços de Biodiversidade e/ou que tenham planeado os seus projectos para alcançar a NPL/GL de Biodiversidade ... 28 4.1.6 Registo de empresas que solicitaram ao governo alguma recomendação (ou à equipa do COMBO) em termos de requisitos da Política Nacional, Directrizes ou apoio que o governo pudesse providenciar às empresas na planificação para NPL/GL. ... 29 4.2 Parte II: Análise de Lacunas sobre a Capacidade e Experiência das Instituições Governamentais Moçambicanas para Alcançar a Nenhuma Perda Líquida (or Ganho Líquido) de Biodiversidade ... 29

4.2.1 Capacidade das instituições do Governo para regular e administrar a Avaliação de Impacto Ambiental (AIA) de forma eficiente e eficaz ... 29 4.2.2 Existência de organização suficiente dentro da instituição e entre instituições com quem lidam, para a aplicação efectiva da componente regulamentar e administrativa da AIA, HM / NPL de Biodiversidade. ... 32

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dos Contrabalanços / NPL de Biodiversidade. ... 35

4.2.4 Capacidade técnica e científica das instituições para apoiar o Governo na implementação de uma política de Nenhuma Perda Líquida de Biodiversidade. ... 36

4.2.5 Desenvolvimento de parcerias com outras entidades ... 38

4.2.6 Alocação de orçamento e equipa suficiente por parte do governo para monitorar e reforçar a fiscalização da avaliação dos impactos ambientais e políticas relacionadas ... 39

4.2.7 Resultados da análise da coordenação ... 40

4.3 Parte III. Workshop para a análise e validação dos resultados obtidos e melhoria da análise de lacunas ... 49

4.3.1 Participantes no workshop ... 49

4.3.2 Contribuições do workshop ... 51

5 Conclusões ... 52

5.1 Quadro legal sobre a Nenhuma Perda Líquida e Contrabalanços de Biodiversidade 52 5.2 Licenciamento Ambiental ... 52

5.3 Regulamentos sectoriais ... 53

5.4 Monitoria e Fiscalização ... 53

5.5 Planeamento especial / Ordenamento ... 54

5.6 Coordenação ... 54

6 Recomendações ... 55

7 Bibliografia ... 59

8 Anexos ... 59

8.1 Anexo 1. Legislação consultada ... 59

8.2 Anexo 2. Questionário relativamente à análise sobre as lacunas da capacidade e experiência das instituições do governo para alcançar a Nenhuma Perda Líquida de Biodiversidade 62 8.3 Anexo 3. Processos Estatuídos na Lei e as Práticas de Gestão nas Áreas de “Posse de Terra; Áreas Protegidas e Fauna Bravia; Direitos das Comunidades Locais, Incentivos Económicos e Regimes de Responsabilidade ... 64

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Análise de Lacunas das Políticas, Leis, Capacidade e Experiência, para alcançar a Nenhuma Perda Líquida (ou Ganho Líquido) (NPL/GL) de Biodiversidade em Moçambique

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1 INTRODUÇÃO

A Wildlife Conservation Society (WCS), Forest Tends e o Biotope iniciaram um projecto de 4 anos (2016-2019) cujo objectivo é reconciliar o desenvolvimento económico e a conservação da biodiversidade e dos serviços dos ecossistemas em África. O projecto é financiado pela Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD), o Fundo Francês para o Ambiente Mundial (FFEM) e a Fundação Mava. A expectativa é fortalecer a capacidade de modo a reduzir o impacto dos projectos de desenvolvimento sobre a biodiversidade.

Os parceiros do COMBO irão apoiar a iniciativa através de várias acções, nomeadamente:

 Assistir os governos na identificação, análise e introdução de políticas apropriadas para encorajar o investimento em projectos de desenvolvimento tal que resultem em Nenhuma Perda Líquida ou Ganho Líquido (NPL/GL) de Biodiversidade;

 Criar as condições adequadas para que os projectos de desenvolvimento alcancem NPL de biodiversidade através do apoio ao processo de planificação nacional, identificação das métricas de biodiversidade e desenvolver e implementar metodologias de avalição e monitoramento da linha de base;

 Desenvolver os mecanismos institucionais, legais e financeiros para a implementação das compensações de biodiversidade, particularmente aqueles ligados com Fundos Fiduciários para a conservação de modo a garantir a permanência dos resultados de conservação;  Apoiar na selecção das melhores práticas no sector público e privado, monitorar estas

iniciativas e desenvolver as lições aprendidas;

 Fortalecer as capacidades nacional e regional através da partilha das lições aprendidas em África e a nível global no que concerne a actividades de NPL, desenvolvidas por vários

stakeholders.

O projecto está a trabalhar com os governos, proponentes e com o sector industrial para divulgar e melhorar a implementação da Hierarquia de Mitigação em quatro países, nomeadamente Guiné, Madagáscar, Moçambique e Uganda, através da implementação de uma política de Nenhuma Perda Líquida de Biodiversidade.

O conceito de Nenhuma Perda Líquida (NPL) ou Ganho Líquido (GL) de biodiversidade está cada vez mais a ser adoptado por governos, sectores de actividade, instituições multi-laterais e financiadores. Uma das ferramentas requeridas para alcançar a NPL / GL é a Hierarquia de Mitigação. Através desta abordagem, os proponentes dos projectos de desenvolvimento são solicitados a tomar medidas rigorosas para evitar e minimizar os impactos na biodiversidade e, seguidamente restaurar / reabilitar a biodiversidade nas áreas afectadas pelo projecto. Como último recurso, deverão compensar ou contrabalançar os impactos residuais sobre a biodiversidade, de modo a alcançarem NPL / GL.

Embora o conceito específico de NPL / GL seja relativamente recente, na maioria dos países já existem políticas e enquadramento legal relevantes para alcancar este objectivo. O primeiro passo é, portanto, analisar as políticas relevantes existentes a nível nacional e provincial (por ex.: AIA, lei de conservação incluindo a legislação sobre as áreas protegidas, regulamentos de ordenamento e planificação, políticas sectoriais, políticas fiscais, regimes de responsabilidade, posse de terra, direito das comunidades locais, avaliação ambiental estratégica, planos de uso de terra, e uma gama de

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2 que ponto estes servem para exigir, facilitar ou até mesmo apresentar uma barreira ao alcance de NPL / GL de Biodiversidade.

A Componente 1 do projecto COMBO visa apoiar o governo na identificação, análise e introdução de políticas apropriadas para encorajar o investimento em projectos de desenvolvimento que resultem em Nenhuma Perda Líquida ou um Ganho Líquido de Biodiversidade.

2 OBJECTIVO E ORGANIZAÇÃO DO DOCUMENTO

O objectivo deste trabalho consiste em identificar e analisar lacunas sobre as políticas, leis, capacidade e experiência de Moçambique para alcançar NPL / GL de biodiversidade.

Para alcançar esse objective o trabalho foi dividido em 4 principais actividades, que são apresentadas no presente documento em três partes:

 A análise de políticas, leis, regulamentos, programas e estratégias (Parte I)

 A análise da capacidade e experiências das principais partes interessadas (Parte I)

 A análise da capacidade e experiência das instituições governamentais (Parte II), e

 Um workshop para a analisar e validar os resultados obtidos nas partes anteriores e recolher as contribuições dos participantes para melhorar as análises de lacunas realizadas até ao momento (Parte III).

A análise de lacunas de políticas, leis, capacidade e experiências das principais partes interessadas para alcançar a NPL / GL de Biodiversidade, foi desenvolvida pela IMPACTO, Lda, uma empresa de consultoria contratada pelo projecto COMBO. Este trabalho foi focado num conjunto de partes interessadas (sector privado, instituições académicas, organizações da sociedade civil, instituições financeiras, etc.) para analisar a sua capacidade e experiência assim como o seu papel na implementação de uma política de NPL / GL de Biodiversidade, baseada numa aplicação adequada da Hierarquia de Mitigação e Contrabalanços de Biodiversidade, quando necessário.

A análise de lacunas da capacidade e experiência das instituições do governo para alcançar NPL / GL de Biodiversidade, foi desenvolvida pela equipa Moçambicana do projecto COMBO. Esta foi focada na identificação da capacidade e experiência de um conjunto de instituições do Governo nas questões acima abordadas e apresentação de potenciais recomendações.

3 METODOLOGIA

3.1 Parte I: Análise de lacunas de políticas, leis, capacidade e experiências das

principais partes interessadas

Como explicado anteriormente, esta parte da análise de lacunas foi dividida em duas sub-actividades. A primeira foi uma revisão e análise das políticas, leis, regulamentos, programas e estratégias, que visou:

 Identificar provisões em políticas e/ou leis, por área de actividade, susceptíveis de implicarem a revisão, emenda ou introdução de elementos nos próximos 3 anos;

 Apresentar um resumo global das lacunas por área de actividade relativos a NPL/GL e requisitos para implementar a Hierarquia de Mitigação;

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Análise de Lacunas das Políticas, Leis, Capacidade e Experiência, para alcançar a Nenhuma Perda Líquida (ou Ganho Líquido) (NPL/GL) de Biodiversidade em Moçambique

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 Apresentar um sumário das provisões existentes por área de actividade que melhor se adaptam para exigir ou apoiar os planos dos investidores para alcançar NPL/GL;

 Apresentar um sumário das provisões legais por área de actividade contrárias à introdução de NPL/GL e que devem ser consideradas prioritárias para alteração/revogação.

A análise legal visou igualmente o esclarecimento de uma série de questões que foram consideradas essenciais para a criação de um sistema para o alcance de NPL e de gestão de Contrabalanços de Biodiversidade. Uma breve discussão sobre as referidas questões, sempre na perspectiva de NPL e contrabalanços, é apresentada na sessão dos “Resultados”.

Para esta revisão e análise, foram seleccionadas doze (12) áreas de actividade, nomeadamente: Ambiente, Minas, Florestas e Fauna Bravia, Conservação e Biodiversidade, Hidrocarbonetos, Terras e Ordenamento do Território, Turismo, Agricultura, Energia, Águas, Ambiente Marinho e Pescas, e Incentivos económicos.

A selecção das áreas de actividade objecto de revisão e análise teve em consideração as áreas cujas actividades de desenvolvimento têm maior potencial para causar os impactos sobre a Biodiversidade. A regulamentação seleccionada para a análise foi aquela considerada chave em cada uma das áreas de actividade.

O número de sectores e da legislação revistos teve também em consideração o tempo disponível para a realização do trabalho objecto dos TDR.

A lista das Leis, Políticas, Regulamentos, Programas e Estratégias consultados encontra-se na lista de referências contida no Anexo 1.

Um segundo estágio desta secção consistiu na análise da capacidade e experiência das principais partes interessadas para alcançar NPL / GL de Biodiversidade. Isto foi feito através de entrevistas, que foram realizadas com o objectivo de avaliar as seguintes questões chave:

 Existência de capacidade técnica e quadros suficientes em Empresas de Consultoria, Instituições Académicas, Organizações Não-Governamentais, Proponentes, Agências de Cooperação, Sociedade Civil, Instituições Financeiras e Organizações Internacionais de Conservação para administrar, monitorar e aplicar os requisitos de mitigação (evitar, minimizar, restaurar, compensar) e Contrabalanços de Biodiversidade para o alcance de NPL / GL;

 Passos que devem ser estabelecidos para criar capacidade para regular, administrar, monitorar e aplicar os requisitos de mitigação, Contrabalanços de Biodiversidade e alcancede NPL / GL;

 Capacidade e representação necessária das comunidades locais em Moçambique (e seus líderes e representantes) para apresentar os seus pontos de vista sobre a avaliação dos impactos, mitigação e Contrabalanços durante as consultas públicas sobre projectos de desenvolvimento específicos (ex. uma estrada nova ou uma mina);

 Experiência de empresas ou projectos na implementação da Hierarquia de Mitigação incluindo de Contrabalanços de Biodiversidade e/ou que tenham planeado os seus projectos para NPL / GL de Biodiversidade;

 Identificação de empresas que solicitaram ao governo alguma recomendação (ou à equipa do COMBO) em termos de requisitos da Política Nacional, Directrizes ou apoio que o governo pudesse providenciar às empresas na planificação para NPL / GL.

Foram feitas 32 entrevistas a nove (9) grupos de stakeholders. As entrevistas foram feitas com base num questionário adaptado para cada Grupo de stakeholder e foram conduzidas de forma presencial. Para dois (2) dos Grupos (Comunidades Locais e Proponentes na área de Turismo) as

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4 de Maputo.

A selecção dos Grupos foi feita tendo em conta às questões chave acima descritas que deviam ser respondidas. De notar que os Grupos de Empresas de Consultoria, Proponentes e Instituições Académicas possuem maior número de entrevistados, pois tentou-se cobrir maior número de representantes por tipo de actividade que desenvolvem (hidrocarbonetos, florestas, agricultura, portos e caminhos de ferro, turismo, electricidade, infraestruturas e minas) atendendo que estes são considerados chaves na implementação do sistema de NPL / GL e Contrabalanços de Biodiversidade. No que concerne à duração das entrevistas, o tempo variou entre 45 a 60 minutos. O tempo médio de entrevista foi de 50 minutos. A disponibilidade de tempo alocado para o trabalho foi também, no caso das entrevistas, considerada como critério para a limitação do número de entrevistados.

Os Grupos das partes interessadas, Instituições e o respectivo número de entrevistados estão identificados na Tabela 1 abaixo.

Tabela 1. Grupos das partes interessadas, Instituições e o número de entrevistados.

Grupos das partes interessadas Instituição Entrevistada Número de representantes Número Total de Entrevistados Comunidades locais Comunidades de Nhantelemule (Mocimboa da Praia) Comunidades de Inhassoro-Sede 1 1 2 Empresas de consultoria Consultec Sal & Caldeira IMPACTO Austral Cowi 1 1 1 1 4

Proponentes (de Projectos de Desenvolvimento nas áreas de hidrocarbonetos, florestas, agricultura, electricidade, portos e caminhos de ferro, infraestruturas, turismo e minas, respectivamente)

Anadarko, Eni, SASOL Portucel, Green Resources Tongaat Hullet

HCB, EDM CFM, PCD

ENH Logística, ENH Bonnati Complexo Turístico Seta, Palma Residence Rio Tinto 3 2 1 2 2 2 2 1 15 Instituições Académicas Faculdade de Agronomia e Engenharia Florestal (UEM) Departamento de Ciências Biológicas (UEM)

Projecto SECOSUD II – Conservação e Uso Equitativo da Diversidade Biológica na SADC_Baseado no Departamento de Ciências Biológicas. 1 1 1 3 Organizações Não-Governamentais (ONG´s)

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Grupos das partes interessadas Instituição Entrevistada Número de representantes

Número Total de Entrevistados

Agência de Cooperação Embaixada do Reino dos Países Baixos (Holanda)

1 1

Instituições Financeiras Banco Mundial 1 1

Organizações Internacionais de Conservação

IUCN, WWF 2 2

Sociedade Civil Sekelekani, MASC 2 2

TOTAL 32

3.2 Parte II: Análise de lacunas sobre a capacidade e experiência das instituições

governamentais Moçambicanas

A análise de lacunas sobre a capacidade e experiência das instituições governamentais Moçambicanas para implementar uma política de Nenhuma Perda Líquida de Biodiversidade foi realizada pela equipa Moçambicana do projecto COMBO através de uma entrevista estruturada constituída por um conjunto de 37 questões abertas e fechadas (Anexo 2), no modo presencial. Foram entrevistadas 20 instituições governamentais pertencentes a 9 Ministérios, as quais lidam directamente ou de forma próxima com a Avaliação de Impacto Ambiental, Biodiversidade ou de ambiente no geral, nomeadamente:

- Ministério da Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural (MITADER): (i) Direcção Nacional

do Ambiente (DINAB), incluindo o Departamento de Licenciamento Ambiental, o Departamento de Gestão Ambiental e a Repartição de Gestão do Ambiente Marinho e Costeiro, (ii) Direcção Nacional do Ordenamento Territorial e Reassentamento (DINOTER), (iii) Agência Nacional de Controlo da Qualidade Ambiental (AQUA), (iv) Administração Nacional das Áreas de Conservação (ANAC), (v) Direcção Nacional de Florestas (DINAF) e (vi) Direcção Nacional de Terras (DINAT);

- Ministério dos Recursos Mineiros e Energia (MIREME): (i) Instituto Nacional do Petróleo

(INP), (ii) Direcção Nacional de Geologia e Minas (DNGM) e o (iii) Instituto Nacional de Minas (INAMI);

- Ministério da Cultura e Turismo (MICULTUR): Direcção Nacional do Turismo (DINATUR);

- Ministério da Agricultura e Segurança Alimentar (MASA): Direcção Nacional de Agricultura e

Silvicultura (DINAS);

- Ministério da Economia e Finanças (MEF): Direcção Nacional de Planificação e Orçamento

(DNPO);

- Ministério das Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos (MOPHRH): Direcção Nacional

de Gestão de Recursos Hídricos (DNGRH);

- Ministério do Mar, Águas interiores e Pesca (MIMAIP): (i) Direcção Nacional de Operações

(DNO), (ii) Direcção Nacional de Políticas Marítima e Pesqueira (DIPOL), (iii) Instituto de Investigação Pesqueira (IIP);

- Ministério dos Transportes e Comunicações (MTC): Direcção Nacional de Estudos e

Projectos (DNEP);

- Procuradoria Geral da República (PGR): Gabinete do Ambiente.

Os entrevistados foram os Directores/ Chefes de Departamento / Chefes de Rapartição e / ou técnicos ligados ao sector ambiental / processos de Avaliação de Impacto Ambiental. O número de entrevistados em cada uma das instituições variou de 1 a 4, sendo que a média foi de 2

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6 máximo de 2 horas e 23 minutos; o tempo médio de entrevista foi de 1 hora e 14 minutos.

O estudo realizado não é de carácter científico, mas sim técnico. Através de uma amostra, pretende determinar quais as principais lacunas existentes ao nível das instituições do Governo que mais lidam com os processos de Avaliação de Impacto Ambiental e Biodiversidade, no que respeita às políticas, leis, capacidade e experiência de Moçambique para implementar uma política de Nenhuma Perda Líquida de Biodiversidade. O estudo não se focou na análise individual da capacidade e experiência de cada instituição, mas sim numa análise global, baseada na análise do questionário padrão realizado a um reduzido número de indivíduos dentro cada instituição.

3.3 Parte III: Workshop para analisar e validar os resultados obtidos e melhorar as

análises de lacunas

O Workshop intitulado “Análise de Lacunas sobre as Políticas, Leis, Capacidade e Experiência para Alcançar a Nenhuma Perda Líquida de Biodiversidade” foi realizado em Maputo, no dia 7 de Novembro de 2017, no Hotel Montebelo Indy.

Um total de 60 participantes provenientes de 45 instituições estiveram presentes no evento, representando as instituições académicas / investigação, instituições governamentais, sector privado (consultores e promotores), ONGs, projectos específicos e instituições bilaterais (Error! Reference

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Consultivo Técnico do projecto COMBO, que é constituído por estas instituições e algumas outras que não poderam estar presentes. Foram apresentadas duas versões draft de Análises de Lacunas referentes a:

 Análise de Lacunas sobre as Políticas, Leis, Capacidade e Experiência das principais partes interessadas, para alcançar a Nenhuma Perda Líquida (ou Ganho Líquido) de Biodiversidade em Moçambique, e

 Análise de Lacunas sobre a Capacidade e Experiência das Instituições Governamentais Moçambicanas para Alcançar a Nenhuma Perda Líquida (ou Ganho Líquido) de Biodiversidade.

Estes documentos foram previamente enviados aos participantes, de forma que estes pudessem familiarizar-se com o conteúdo e preparar os respectivos comentários a apresentar no workshop.

4 RESULTADOS

4.1 Parte I: Análise de Lacunas sobre as Políticas, Leis, Capacidade e Experiência

das principais partes interessadas

4.1.1 Revisão e Análise de Leis, Políticas, Regulamentos, Programas e Estratégias

4.1.1.1 Quadro Legal e as Provisões existentes para a NPL, Hierarquia de Mitigação e Contrabalanços de Biodiversidade

Em geral, o quadro legal em Moçambique não contém provisões específicas que exijam NPL/GL e a observância da Hierarquia de Mitigação. A excepção do regulamento sobre o Processo de Avaliação

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Análise de Lacunas das Políticas, Leis, Capacidade e Experiência, para alcançar a Nenhuma Perda Líquida (ou Ganho Líquido) (NPL/GL) de Biodiversidade em Moçambique

7 do Impacto Ambiental (AIA), Decreto 54/2015 de 31 de Dezembro e a Lei 16/2014 de 16 de Junho, relativa à Protecção, Conservação e uso Sustentável da Diversidade Biológica, alterada pela Lei 5/2017 de 11 de Maio. O Decreto 54/2015 obriga a aplicação adequada da Hierarquia de Mitigação, introduzindo no quadro legal os Contrabalanços de Biodiversidade para compensar os impactos residuais. A Lei 16/2014 alterada pela Lei 5/2017 exige a Nenhuma Perda Líquida de Biodiversidade dentro das Áreas de Conservação e suas zonas tampão.

As Convenções Internacionais ratificadas por Moçambique, não exigem explícitamente o alcance de NPL, o respeito pela Hierarquia de Mitigação ou Contrabalanços de Biodiversidade. No entanto, a Convenção da Diversidade Biológica (CBD) no seu Artigo 14, referente ao tópico "Avaliação do Impacto Ambiental e Minimização dos Impactos Adversos", estabelece que cada Parte deve estabelecer procedimentos apropriados para a avaliação do impacto ambiental dos projectos submetidos que possam vir a ter efeitos adversos importantes para a diversidade biológica com vista a evitar ou reduzir ao mínimo esses efeitos. É assim criada, na CBD, uma base para respeitar o princípio "evitar" na Hierarquia de Mitigação. Esta Convenção cria uma base sólida para promover a conservação e utilização sustentável da biodiversidade.

A Convenção de Ramsar, sobre Terras Húmidas de Importância Internacional, especialmente as que servem como habitat de Aves Aquáticas, não é específica quando a NPL e a necessidade de se respeitar a Hierarquia de Mitigação, contudo é relevante para promover a introdução dos Contrabalanços, pois no seu Artigo 4, Ponto 2, obriga que cada Parte que por razão de interesse nacional, retirar da Lista ou reduzir os limites da área (s) húmida (s) deverá na medida do possível compensar pela perda de recursos da área e criar reservas naturais adicionais para as aves aquáticas e para a protecção de uma porção adequada do habitat original, seja na mesma área ou em qualquer parte do país.

Também a resolução Nº 9/2008 de 19 de Setembro relativa a ratificação da Convenção sobre a Conservação das Espécies Migratórias Selvagens determina no seu artigo 3 ponto 4.b) que quaisquer efeitos adversos de actividades ou obstáculos que impeçam seriamente a migração de espécies sejam evitadas, removidas, minimizadas ou compensadas conforme o apropriado.

Por sua vez, o Governo de Moçambique (GOM) reconhece como prioridade a conservação da biodiversidade. Este reconhecimento foi materializado através da “Estratégia e Plano de Acção para a Conservação da Biodiversidade” (NBSAP). A Estratégia fornece uma visão geral da importância da biodiversidade não apenas para a economia nacional, mas fornece também informação sobre o estado de conservação da biodiversidade em Moçambique, tendências, ameaças e seus impactos na vida das comunidades, os desafios e perspectivas para os próximos 20 anos (2015-2035). A estratégia e as acções são definidas de forma a "assegurar a conservação da biodiversidade através da integração, treinamento, financiamento e fortalecimento de fortes parcerias entre os diferentes sectores". A Estratégia define a compensação da biodiversidade com uma acção para reduzir a perda de biodievrsidade (Objectivo Estratégico A e respectivas acções).

Ademais, o GOM no seu Programa Quinquenal 2015-2019, estabelece como uma das prioridades (Prioridade V) para "Assegurar a Gestão Sustentável e Transparente dos Recursos Naturais e Ambiente". Um dos Objectivos Estratégicos no âmbito da Prioridade V é "Reforçar a capacidade de avaliação e monitoria da qualidade ambiental, em especial nas áreas de implementação de projectos de desenvolvimento". É neste contexto que o Programa recomenda a melhoria da gestão e condução da AIA e licenciamento ambiental. Como referido anteriormente, a exigência de realização de AIA (ao abrigo das especificações do Decreto 54/2015, sobre o Processo de a AIA) cria imediatamente um espaço para a exigência do cumprimento da Hierarquia de Mitigação, do alcance de NPL e dos Contrabalanços de Biodiversidade.

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8 Biodiversidade: Um Roteiro para Moçambique” cujo objectivo é traçar um percurso para alcançar a Nenhuma Perda Líquida em Moçambique, através da aplicação adequada da Hierarquia de Mitigação, incluindo a criação de um sistema agregado de Contrabalanços de Biodiversidade. A abordagem visa incentivar a minimização dos impactos ambientais resultantes da implementação das actividades de desenvolvimento económico. O documento analisa o papel das organizações financeiras de desenvolvimento, como por exemplo o IFC, como catalizadores do arranque deste processo pelos projectos que beneficiam de seus financiamentos em Moçambique. O IFC possui uma série de Padrões de Desempenho (particularmente o PS6) que exigem que seja implementada a Hierarquia de Mitigação, incluindo a identificação de impactos residuais e Contrabalanços de Biodiversidade nos casos de existir impactos residuais.

É também analisado o quadro nacional que facilitaria a introdução do sistema de Contrabalanços em Moçambique, nomeadamente a existência da Lei do Ambiente e da legislação sobre a AIA que já exigem que seja respeitada a Hierarquia de Mitigação e que os impactos residuais necessitam de ser contrabalançados. A existência das instituições governamentais chave, a existência de uma rede de áreas de conservação de biodiversidade em Moçambique e de um Fundo Fiduciário da Conservação (BIOFUND) são também considerados factos que facilitariam a introdução do sistema de Contrabalanços em Moçambique.

É proposto um roteiro para Moçambique para alcançar Nenhuma Perda Líquida (NPL) que recomenda principalmente (1) a inlcusão da exigência de NPL nos instrumentos legais nacionais, (2) a criação de instrumentos legais específicos para NPL, (3) a utilização da actual rede de áreas de conservação atendendo as múltiplas vantagens que representaria, como por exemplo, a redução dos custos de transação, sinergias de agregação, permanência, vantagens para o governo, entre outros, (4) o desenvolvimento de mecanismos de implementação através do apoio de projectos–piloto, (5) a adaptação e melhoria e (6) aprendizagem e capacitação.

Este roteiro é um ponto angular importante para um sistema de NPL em Moçambique e propõem os seguintes passos: i) melhorar o quadro legal actual, que por sua vez já inclui a necessidade de aplicar a Hierarquia de Mitigação; ii) garantir um alto compromisso por parte do governo, que já se encontra sensibilizado com a matéria; iii) identificação de áreas a evitar, que não são possíveis de contrabalançar (incluindo métodos definidos para determinar referências e medir as perdas e ganhos de biodiversidade); iv) definição do mecanismo para mapear e divulgar as áreas de contrabalanço; v) estabelecer um fundo fiduciário que é capaz de gerir o finaciamento para os Contrabalanços; vi) desenvolvimento de estruturas de gestão e coordenação, e; estabelecer o primeiro projecto piloto, promovendo o treinamento adequado.

Nos guiões de orientação internacionais, BBOP ou IFC PS 6 e 7 existe uma orientação teórica de como se pode implementar a Hierarquia de Mitigação, contudo a implementação prática é ainda considerada bastante complexa. É de notar que o MITADER está presentemente a criar instrumentos legais de forma a desenhar um quadro para NPL/GL e Contrabalanços de Biodiversidade. Foi recentemente apresentada em consulta pública um rascunho da regulamentação da Lei da Conservação que pretende, entre outros aspectos, clarificar o mecanismo de implementação dos Contrabalanços de Biodiversidade a ser usado dentro das Áreas de Conservação.

A Tabela 2 abaixo, resume os resultados da “Análise das Leis, Políticas, Regulamentos, Programas e Estratégias por Área de Actividade” no que concerne a NPL/GL, Hierarquia de Mitigação e Contrabalanços de Biodiversidade.

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Análise de Lacunas das Políticas, Leis, Capacidade e Experiência, para alcançar a Nenhuma Perda Líquida (ou Ganho Líquido) (NPL/GL) de Biodiversidade em Moçambique

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Tabela 2. Resumo dos Resultados da Análise das Leis, Políticas, Regulamentos, Programas e Estratégias por Área de Actividade. Área de Actividade Provisões susceptíveis de rever/emendar ou introduzir nos

próximos 3 anos

Resumo global das lacunas relativas ao alcance de NPL/GL e requisitos para implementar a Hierarquia

de Mitigação

Sumário das provisões que melhor se adaptam para exigir ou apoiar os planos

dos investidores para alcançar NPL/GL

Sumário das provisões contrárias à introdução de

NPL/GL e que devam ser consideradas prioritárias para alteração/revogação

Ambiente Com excepção do Decreto 54/2015, sobre o Processo de Avaliação do Impacto Ambiental, as provisões na legislação ambiental não são explícitas e precisas quanto a alcançar NPL/GL de Biodiversidade e a implementação da Hierarquia de Mitigação. O Decreto 54/2015 é o único que aborda claramente a necessidade de se respeitar a Hierarquia de Mitigação (Artigo 9, Ponto 2) e Artigo 12, alínea h). Esta legislação é, contudo, específica quanto à necessidade de se preparar Planos de Gestão de Contrabalanços de Biodiversidade, para os casos referidos como necessários (Artigo 11, alínea o)e Artigo 22, Ponto 7.). Os processos e critérios sobre Contrabalanços não estão ainda patentes nesta legislação, contudo o Artigo 8, Ponto 4, estipula que "Os termos e condições para a avaliação e identificação das necessidades de Contrabalanços de Biodiversidade afectada serão regidos por regulamentação específica".

Quanto ao alcance de NPL/GL, o quadro legal não tem qualquer provisão explícita. Relativamente à implementação da Hierarquia de Mitigação, o quadro legal é explícito, conforme referido na coluna ao lado.

De notar que o MITADER está presentemente a preparar um regulamento específico sobre Contrabalanços de Biodiversidade de forma a desenhar um quadro para os Contrabalanços/NPL. Portanto, a breve trecho espera-se que as provisões relativas a NPL/GL e Contrabalanços de Biodiversidade estejam regulamentados.

As provisões plasmadas na regulamentação ambiental não são explícitas quanto a NPL/GL. Não há, portanto, qualquer exigência que conduza os investidores a planos para NPL. Para se considerar NPL de Biodiversidade, no âmbito da implementação dos projectos de desenvolvimento, seria necessário que a regulamentação tivesse provisões que induzissem a quantificação dos impactos ambientais (incluindo os residuais) e, por outro lado, a implementação de um sistema de Contrabalanços que pudesse assegurar NPL/GL.

De salientar que as melhores provisões foram identificadas no Decreto 54/2015, Artigo 11, alínea o), que claramente exige que seja preparado um Plano de Gestão de Contrabalanços de Biodiversidade (quando for necessário) e no Anexo V, sobre Questões Fatais, que exige que estas sejam sempre avaliadas durante a AIA. A base desse anexo é o PS6. Determina ainda quais as áreas em que nenhuma actividade potencialmente causadora de impactos significativos será autorizada. Estão aqui incluídas, as áreas ecológicamente sensíveis que possuam espécies criticamente em perigo, e/ou em perigo, espécies endémicas, espécies migratórias e áreas cruciais para provisão de serviços de ecossistemas chaves.

A exigência de manutenção dos serviços dos ecossistemas é igualmente uma provisão que pode ancorar a exigência de NPL. No regulamento 54/2015 é claramente previsto que deve ser efectuada a avaliação

No geral, não se identificaram provisões que sejam contrárias à obtenção de NPL/GL, embora se reconheça que é necessário introduzir procedimentos que induzam à implementação da Hierarquia de Mitigação e a quantificação dos impactos.

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para alteração/revogação

qualitativa dos serviços dos ecossistemas (Artigos 9,10, 11, 12).

Na Estratégia e Plano de Acção da Biodiversidade, Capítulo V, Ponto 5.4, Justificação do Objectivo Estratégico C, " a necessidade de conservação e utilização sustentável da biodiversidade e dos recursos naturais, como forma de manter os serviços dos ecossistemas”, é também abordada.

Florestas e Fauna Bravia

No geral, a legislação é omissa no que concerne às questões de Hierarquia de Mitigação, NPL/GL ou Contrabalanços de Biodiversidade, pelo que mais do que rever/emendar é necessário introduzir novas provisões que concorram para introdução do princípio de respeito pela Hierarquia de Mitigação e alcance de NPL como resultado da implementação dos projectos de desenvolvimento. É igualmente importante introduzir provisões que criam os mecanismos e procedimentos para a implementação de um sistema de Contrabalanços de Biodiversidade.

De notar que uma nova Lei de Florestas encontra-se em processo de elaboração. Com a publicação da nova lei de florestas, a lei de florestas e fauna bravia deixará de existir, uma vez que passará a estar coberta pela nova lei das florestas e pela lei da conservação.

As provisões das Leis e Políticas na área de Florestas e Fauna Bravia são no geral, favoráveis à conservação da biodiversidade. Contudo estas não são explícitas quanto à necessidade de se respeitar a Hierarquia de Mitigação ou alcançar NPL.

É no Decreto 12/2002, Artigo 81 que há uma referência explícita sobre a necessidade de se realizar estudos de impacto ambiental para a plantações com fins industriais, comerciais e energéticos. Sendo assim, com o actual Decreto 54/2015 significa que é possível uma abordagem referente a observância da Hierarquia de Mitigação e de Contrabalanços de Biodiversidade. Por outro lado, na Lei de Florestas e Fauna Bravia há também uma referência explícita sobre a necessidade de repôr ou compensar por danos causados nos ecossistemas de florestas. Estas são as provisões expressas e favoráveis à implementação dos Contrabalanços de Biodiversidade. A necessidade de se implementar a Hierarquia de Mitigação não é explícita e não se identificaram mecanismos que permitam que o orgão regulador avalie se foi implementada a Hierarquia de Mitigação, principalmente no que concerne aos esforços desenvolvidos para evitar os impactos.

No geral, não há referências claras e orientadoras no que concerne a Hierarquia de Mitigação, NPL/GL e Contrabalanços de Biodiversidade, todavia existem já algumas provisões que contribuem para a implementação da Hierarquia de Mitigação, através das exigências para elaboração de EIA.

Na Lei 10/99 , Artigo 3, é claramente estabelecido o princípio da responsabilidade objectiva, no qual quem degrada deve recompor ou compensar a perda de biodiversidade.

No geral, a regulamentação na área de florestas e fauna bravia não apresenta provisões contrárias a NPL/LG, todavia é necessário que a mesma seja específica, por exemplo, quanto às provisões para se aplicar a Hierarquia de Mitigação, alcançar NPL, incluindo a compensação de biodiversidade.

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Análise de Lacunas das Políticas, Leis, Capacidade e Experiência, para alcançar a Nenhuma Perda Líquida (ou Ganho Líquido) (NPL/GL) de Biodiversidade em Moçambique

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Área de Actividade Provisões susceptíveis de rever/emendar ou introduzir nos próximos 3 anos

Resumo global das lacunas relativas ao alcance de NPL/GL e requisitos para implementar a Hierarquia

de Mitigação

Sumário das provisões que melhor se adaptam para exigir ou apoiar os planos

dos investidores para alcançar NPL/GL

Sumário das provisões contrárias à introdução de

NPL/GL e que devam ser consideradas prioritárias para alteração/revogação

Biodiversidade conservação da biodiversidade, à observância da Hierarquia de Mitigação e ao alcance de NPL como resultado da implementação dos projectos de desenvolvimento. É também explícita quanto à necessidade de compensação em caso de danos sobre a biodiversidade e recursos naturais. Referência específica é feita à Lei 16/2014, alterada pela Lei 5/2017, Artigo 4 alínea e), referente à responsabilidade social no qual se destaca o dever de quem danifica os recursos naturais, de repor e/ou pagar os custos para eliminação e compensação dos danos por si causados de forma a assegurar que não ocorra Nehuma Perda Líquida de Biodiversidade.

O Artigo 11, Ponto 2, é também explícito quanto à necessidade de assegurar que não ocorra Nenhuma Perda Líquida de Biodiversidade.

Contudo, as metodologias, os mecanismos e procedimentos através dos quais se deve operacionalizar estas premissas deve ainda ser debatido e devidamente introduzido no quadro legal, da forma que se mostrar mais eficaz.

anterior. De uma forma geral a legislação é favorável à implementação da Hierarquia de Mitigação e a NPL (Artigo 4 alínea e Artigo 11, Ponto 2).

institui o Princípio de Responsabilidade Ambiental onde " A Presenvação, protecção e gestão do meio ambiente deve priorizar o estabelecimento de sistemas de prevenção de actos lesivos ao ambiente. O dever de quem danifica os recursos naturais, repô-los e/ou pagar os custos para a eliminação e compensação dos danos por si causados de modo a garantir que não ocorra Nenhuma Perda Líquida de Biodiversidade ou dos recursos naturais".

legislação criam um espaço para a introdução de NPL e o respeito pela Hierarquia de Mitigação. Não foram identificadas provisões que sejam explicitamente contrárias a NPL.

Minas Na área de minas, as provisões das Leis e Políticas são, no geral, favoráveis à conservação e gestão sustentável dos recursos naturais e biodiversidade, contudo não são explícitas e precisas quanto à questão da Hierarquia de Mitigação, do alcance de NPL/GL e dos Contrabalanços de Biodiversidade. É importante que as provisões na legislação mineira estejam em consonância com a Lei Quadro do Ambiente e que acompanhe a evolução do novo regulamento 54/2015 e da Lei 16/2014, alterada pela Lei 5/2017.

A legislação não contém provisões para a exigência de NPL/GL. Concernente à Hierarquia de Mitigação, o quadro legal não é explícito quanto à necessidade de implementá-la. Não é também claramente exigido nesta legislação que os projectos alcancem NPL de biodiversidade.

De referir que, de acordo com a DNGM, a nova regulamentação ambiental da lei de minas será preparada em breve. Está igualmente em preparação uma série de instrumentos orientadores dentro do sector de minas, como por exemplo, "Estratégia para a Mineração de Pequena Escala", "Guiões Ambientais para Operações Mineiras e Petrolíferas". Estes instrumentos irão concerteza cobrir algumas das lacunas já identificadas durante o processo de avaliação e revisão do quadro legal, como por exemplo "A questão de como abordar melhor os desafios relacionados com a avaliação

As provisões plasmadas no Decreto 26/2004, Lei 20/2014 e Resolução 2/2014 contribuem directamente para exigir o cumprimento da Hierarquia de Mitigação, alcançar NPL ou apoiar os planos de Contrabalanços dos investidores. A legislação não prevê explicitamente a compensação de biodiversidade, todavia é feita a menção a algumas ferramentas que poderiam ser utilizadas para concorrer para os objectivos de NPL e em caso necessário, compensação de biodiversidade na implementação de projectos que, pela sua natureza, localização ou dimensão, sejam susceptíveis de causar danos na biodiversidade e resultar em perda líquida, como por exemplo o Estudo de Impacto Ambiental, a necessidade de conservação

No geral, não se identificaram provisões que sejam contrárias à obtenção de NPL/GL, embora se reconheça que é necessário introduzir mecanismos devidamente testados, que permitam iniciar um sistema de implementação da Hierarquia de Mitigação, incluindo a gestão de Contrabalanços. É importante e urgente actualizar e harmonizar a legislação ambiental mineira à luz das provisões

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para alteração/revogação

e/ou estabelecimento de metodologias para compensações de biodiversidade".

da biodiversidade, etc. (Lei 20/2014, Artigo 36, alínea j) e k), Artigo 44, alínea l) e Artigo 47, alínea h); Decreto 26/2004, Capítulos III e IV referentes à Gestão Ambiental e Conservação Ambiental, respectivamente.

sobre NPL, Hierarquia de Mitigação e Contrabalanços de Biodiversidade criadas ao abrigo do Decreto 54/2015 e da Lei 16/2004, alterada pela Lei 5/2017.

Hidrocarbonetos No geral, a legislação contribui para a implementação das provisões referentes à protecção e conservação do ambiente e da biodiversidade em particular. Referência específica é feita de modo a evitar-se a degradação do meio ambiente (por exemplo Artigo 66, Lei 21/2014 e Artigo 90, Decreto 24/2004).

Quanto à necessidade de se implementar a Hierarquia de Mitigação, incluindo os Contrabalanços, de modo a alcançar a NPL, a legislação não é específica, contudo possui várias provisões que contribuem para que estas exigências sejam introduzidas (Decreto 56/2010, Artigos 2, 3 e 16). De notar que há que considerar a revisão da legislação na área petrolífera de forma que a mesma acompanhe os avanços já verificados no Decreto 54/2015 concernente à Hierarquia de Mitigação, incluindo os Contrabalanços. Há que considerar igualmente a criação de provisões legais para a obtenção de NPL de biodiversidade.

Directrizes técnicas específicas deverão ser criadas e divulgadas para assegurar o sucesso destas medidas a introduzir.

Não foram identificados outros aspectos que carecem de emendas ou revisão.

A legislação não se refere claramente à necessidade de se observar a Hierarquia de Mitigação, ou alcançar NPL, contudo no geral contém provisões para incentivar o cumprimento da Hierarquia de Mitigação, pois estabelece sempre como princípio que se deve evitar os danos ao ambiente, que os impactos devem ser identificados, as medidas de mitigação devem ser identificadas, o ambiente deve ser reabilitado e/ou compensado dos danos causados ao meio ambiente (Veja por exemplo o Decreto 21/2014, Artigo 66, sobre a Protecção e Segurança Ambiental, no qual é exigido que os proponentes das actividades devem realizar as operações pertolíferas em conformidade com a legislação ambiental; Decreto 34/2015, Artigo 89, sobre a Protecção do Ambiente, no qual o operador é obrigado a respeitar a legislação ambiental e tomar todas as medidas de protecção ambiental, evitar danos ao ambiente e reparar as perdas caso ocorram durante a condução das operações petrolíferas; Decreto 56/2010, Artigo 13, alínea m), segundo o qual é claremente explícito que o EIA deve apresentar as medidas planeadas de moso a previnir, controlar , mitigar, reabilitar e compensar eventuais efeitos negativos sobre o ambiente). Não foram identificadas provisões que possam suportar o alcance de NPL.

De notar que para assegurar a observância da Hierarquia de Mitigação, incluindo Contrabalanços e NPL é importante que a legislação actualmente em vigor contenha provisões explícitas a este respeito.

No geral, a legislação não contém provisões explícitas para exigir ou apoiar os planos dos investidores para NPL/GL, contudo há provisões que podem servir de ponto de partida para se produzir directrizes e procedimentos específicos que orientem os investidores (Veja por exemplo Decreto 21/2014, Artigo 66; Decreto 34/2015, Artigo 89; Decreto 56/2010, Artigo 13 . Veja informação geral do conteúdo destes Artigos na coluna ao lado).

No geral, a regulamentação na área de petróleos não apresenta provisões contrárias a Hierarquia de Mitigação ou a NPL, todavia é necessário que a mesma seja específica, por exemplo, quanto às provisões para se aplicar a Hierarquia de Mitigação, quanto à necessidade de se alcançar NPL, a necessidade de quantificação dos impactos para apoiar na quantificação dos impactos residuais e apoiar na decisão sobre a necessidade de Contrabalanços.

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Análise de Lacunas das Políticas, Leis, Capacidade e Experiência, para alcançar a Nenhuma Perda Líquida (ou Ganho Líquido) (NPL/GL) de Biodiversidade em Moçambique

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Área de Actividade Provisões susceptíveis de rever/emendar ou introduzir nos próximos 3 anos

Resumo global das lacunas relativas ao alcance de NPL/GL e requisitos para implementar a Hierarquia

de Mitigação

Sumário das provisões que melhor se adaptam para exigir ou apoiar os planos

dos investidores para alcançar NPL/GL

Sumário das provisões contrárias à introdução de

NPL/GL e que devam ser consideradas prioritárias para alteração/revogação

É necessário haver uma coordenação entre o regulamento ambiental das operações petrolíferas e o regulamento de AIA, de modo a haver uma uniformização de procedimentos e requisitos, nomeadamente para o alcance de NPL e implementação dos Contrabalanços de Biodiversidade nos casos em que seja necessário para o alcançar.

Terras e Ordenamento do Território

As provisões na legislação são no geral favoráveis aos princípios de precaução, responsabilização, conservação e salvaguarda dos valores ambientais (veja por exemplo Decreto 31/2012, Artigo 4, que estabelece o princípio de responsabilização ambiental, de acordo com o qual quem polui ou degrade o ambiente deve reparar ou compensar os danos daí resultantes; Decreto 23/2008, Artigo 58, o qual estabelece como um dos objectivos finais dos inventários ambientais, sociais e económicos a compreensão da dinâmica dos fenómenos ambientais, sociais e económicos de modo a suportar a elaboração de estratégias de desenvolvimento que tenham em consideração a preservação e sustentabilidade dos recursos naturais; Decreto 18/2007, Ponto 2, alíneas b) e i) sobre os Princípios da Precaução e Princípio da Responsabilização, respectivamente. Segundo o Princípio da Precaução aqui estabelecido, a elaboração, execução e alteração dos instrumentos de ordenamento do território deve priorizar o estabelecimento de sistemas de prevenção de actos lesivos ao ambiente. O Princípio da responsabilização aqui estabelecido define que qualquer entidade pública ou privada, com competência para intervir sobre o território, é responsável pelos danos que possam afectar a qualidade de vida dos cidadãos, sustentabilidade ambiental, estando obrigados a proceder à reparação desses mesmos danos e a compensar os prejuízos causados; Decreto 18/2007, Ponto 3.3 , alínea a) que estabelece como objectivo específico da Política de Ordenamento para o âmbito rural o de “Preservar o equilíbrio ecológico e o património e assegurar o uso sustentável dos recursos naturais; Lei 19/2007, Artigo 4, alínea d), que estabelece o Princípio da Precaução (já definido anteriormente); Artigo 5, ponto 1 e ponto

A legislação no geral não contém provisões para incentivar o cumprimento da Hierarquia de Mitigação, NPL e Contrabalanços de Biodiversidade.

A legislação estabelece no geral, importantes princípios e objectivos de precaução, responsabilização, conservação e salvaguarda dos valores ambientais que são importantes para a promoção de um desenvolvimento sustentável, conforme referido nas colunas anteriores, contudo não é explícita quanto à necessidade de cumprimento da Hierarquia de Mitigação e alcançe de NPL.

A Resolução 18/2007, Ponto 2, alínea b) estabelece o princípio da Precaução, segundo o qual os instrumentos do ordenamento territorial devem priorizar o estabelecimento de sistemas de prevenção de actos lesivos ao ambiente, de modo a evitar a ocorrência de impactos ambientais negativos significativos ou irreversíveis, independentemente da existência da ceteza científica de ocorrência de tais impactos. Esta provisão pode concorrer para a introdução da exigência de NPL nos instrumentos de ordenamento territorial. Foram identificadas provisões que contribuem para os Contrabalanços de Biodiversidade. O Decreto31/2012, Artigo 4, alínea g) e o Decreto 18/2007, Ponto 2,

As provisões na legislação não são contrárias a NPL, contudo reconhece-se a necessidade de adequar a legislação para se alcançar NPL/GL como consequência da implementação de projectos de desenvolvimento.

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para alteração/revogação

2, alíneas d) e g), nos quais é claramente plasmado que um dos objectivo do ordenamento do território é a protecção e conservação do meio ambiente).

É desejável que se crie uma ligação entre os vários instrumentos legais ou haja referência específica nos instrumentos legais tal que a necessidade de cumprir com a Hierarquia de Mitigação, alcançar NPL sejam claramente abordados.

De referir que o MITADER está a analisar a potencial criação da legislação em AAE. Está também em curso o processo para a elaboração do Plano Nacional de Desenvolvimento do Território.

alínea i) estabelecem o Princípio de Responsabilização Ambiental, segundo o qual quem polui ou degrade o ambiente tem a obrigação de reparar ou compensar os danos daí resultantes.

Turismo A legislação cria bases notáveis referentes à necessidade de conservação e utilização sustentável da biodiversidade (Lei 4/2004,Artigos 3,9 e 16; Resolução_14/2003,Pontos 6, 7 e 9), contudo não há referência específica relativamente ao alcance de NPL, e à observância da Hierarquia de Mitigação.

A regulamentação é explícita ao sujeitar a EIA os projectos de desenvolvimento do turismo, incluindo os localizados dentro das áreas de conservação (Resolução 14/2003, Ponto 9.11) O Plano Estratégico de Desenvolvimento do Turismo, estabelece como uma das recomendações estratégicas de intervenção, a promoção do desenvolvimento turístico ambientalmente e socialmente sustentáveis através da aplicação da legislação ambiental nacional assim como práticas e directrizes de sustentabilidade internacionalmente aceites, incluindo a Convenção sobre a Diversidade Biológica.

Referência explícita é feita sobre a necessidade dos empreendimentos turísticos obterem as Licenças Ambientais ao abrigo da legislação sobre a Avaliação do Impacto Ambiental. (Capítulo 4, Ponto 4.8). Esta exigência abre espaço para se exigir a observância da Hierarquia de Mitigação e dos Contrabalanços de Biodiversidade. Não há uma exigência clara que os projectos devem alcançar NPL.

De uma forma geral, a legislação não é explícita quanto ao alcance de NPL e à implementação da Hierarquia de Mitigação.

Como referido na coluna anterior, a regulamentação é explícita ao sujeitar a EIA os projectos de desenvolvimento do turismo, incluindo os localizados dentro das áreas de conservação (Resolução 4/2003, Ponto 9.11; Plano Estratégico de Desenvolvimento do Turismo, Capítulo 4, Ponto 4.8). Actualmente é através deste mecanismo que se abrem janelas para a exigência do cumprimento da Hierarquia de Mitigação e dos Contrabalanços de Biodiversidade. Não é exigido que se alcance NPL.

No geral, a legislação é favorável para a exigência da Hierarquia de Mitigação, pois remete para a necessidade de cumprimento da legislação ambiental e, nesta legislação é explícito que a Hierarquia de Mitigação deve ser observada. Ademais, especificamente na Lei 10/99, Artigo 3 alínea d) é explicitamente exigida a recomposição ou compensação dos danos causados. Portanto há aqui onde ancorar a questão da Hierarquia de Mitigação e Contrabalanços de Biodiversidade. Não há aqui exigências que concorram para o alcance deNPL.

Não foram identificadas provisões que sejam contrárias a introdução de NPL/GL.

Agricultura A legislação consultada na área de agricultura possui no geral provisões que contribuem para a protecção e conservação do ambiente e dos recursos naturais (Decreto 11/2013, Artigos 2 que estipula que a qualidade dos fertilizantes que circulam no

No geral a legislação consultada na área de agricultura não contém provisões que contribuam para NNL ou observância da hierarquia de mitigação.

De acordo com análise na coluna anterior, a exigência de cumprimento com a legislação ambiental que está patente na kegislação da área da agricultura é um passo

No geral, a regulamentação na área de agricultura e segurança alimentar não apresenta

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Análise de Lacunas das Políticas, Leis, Capacidade e Experiência, para alcançar a Nenhuma Perda Líquida (ou Ganho Líquido) (NPL/GL) de Biodiversidade em Moçambique

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Área de Actividade Provisões susceptíveis de rever/emendar ou introduzir nos próximos 3 anos

Resumo global das lacunas relativas ao alcance de NPL/GL e requisitos para implementar a Hierarquia

de Mitigação

Sumário das provisões que melhor se adaptam para exigir ou apoiar os planos

dos investidores para alcançar NPL/GL

Sumário das provisões contrárias à introdução de

NPL/GL e que devam ser consideradas prioritárias para alteração/revogação

país devem observar os princípios de protecção da saúde pública, animal e do ambiente; Artigo 6 que atribui ao registador de fertilizantes, a responsabilidade de assegurar que a gestão dos fertilizantes seja de cordo com as normas nacionais e internacionais aplicáveis; Artigo 21, Ponto 2, que estipula que o pedido de autorização para a produção industrial de fertilizantes deve ser acompanhado da Licença Ambiental).

O Decreto nº 6/2009 (Artigos 2 e 21) obriga que as actividades referentes a produção de pesticidas, a reembalagem de pesticidas com propósitos comerciais, a comercialização e armazenagem de pesticidas agrários e os utilizados na saúde pública assim como a eliminação de pesticidas e de suas embalagens está sujeita a AIA, ao abrigo do Decreto 54/2015. No geral, a regulamentação carece de revisão de forma a incluir provisões ambientais necessárias à sua harmonização com o quadro da legislação ambiental e particularmente atinente aa alcance de NPL/GL, Hierarquia de Mitigação, incluindo Contrabalanços de Biodiversidade.

As referências tendentes a prevenção e protecção do ambiente e recursos naturais são feitas através do recurso ao licenciamento ambiental. Pela via da necessidade do licenciamento ambiental é possível ancorar as exigências.

A regulamentação carece de provisões específicas com vista à observância da Hierarquia de Mitigação e ao alcance de NPL.

Como mencionado na coluna anterior a legislação na área da agricultura remete a decisão ambiental para o regulamento 54/2015. É pela via deste Decreto que os princípios de Hierarquia de Mitigação e NPL poderão ser cumpridos. É, no entanto, importante estabelecer os procedimentos técnicos que deverão orientar o alcance de NPL As referências à legislação ambiental são ao regulamento sobre o processo de avaliação do impacto ambiental, Decreto 45/2004, já revogado, o que se recomenda que seja actualizado.

importante e concorre para a exigência do alcance de NPL.

provisões contrárias à implementação da Hierarquia de Mitigação ou a NPL, todavia é necessário que a mesma seja revista de forma a incluir provisões ambientais que ccontribuam para NPL e para estar em conformidade com a evolução da legislação ambiental e de conservação em vigor.

Energia No geral, a legislação cria bases notáveis referentes à necessidade de conservação da biodiversidade (Lei 21/97, Artigo 5 e Artigo 31, segundo os quais o desenvolvimento da capacidade energética deve garantir o equilibrio ecológico, a conservação e a preservação do meio ambiente) e à observância da legislação pertinente na área ambiental (Artigo 16, alínea h), onde é estabelecido que o titular de uma concessão, deve observar a legislação pertinente sobre as questões ambientais). Não há qualquer referência explícita quanto à necessidade de observância da Hierarquia de Mitigação e o alcançe de NPL. Uma vez que Lei 21/97 reconhece que se deve cumprir com toda a legislação ambiental para a implementação dos projectos de produção, transporte, distribuição e comercialização de energia eléctrica, é uma base para se exigir a este tipo de projectos que

Para que os mecanismos e procedimentos das actividades de energia que estão em conformidade com a Hierarquia de Mitigação, NPL e Contrabalanços de Biodiversidade, poderem ser operacionalizados, é necessário ser debatido e devidamente introduzido no quadro legal.

Não se identificaram requisitos específicos conducentes à implementação da Hierarquia de Mitigação e o alcance de NPL Contudo, é possível exigir que os princípios de Hierarquia de Mitigação, NPL e Contrabalanços de Biodiversidade sejam respeitados, através da implementação do Decreto 54/2015 pois, a Lei 21/97 exige que a reguamentação ambiental seja respeitada.

No geral, a legislação é favorável para a exigência do cumprimento da Hierarquia de Mitigação, de NPL e Contrabalanços através da recorrência ao regulamento de AIA (Lei 21/97, Artigo 16, alíneas g) e h).

A exigência ao respeito pela Hierarquia de Mitigação e Contrabalanços de Biodiversidade poderá ser feita, por exemplo, através do regulamento de avaliação de impacto ambiental (Decreto 54/2015) que por um lado já contém provisões específicas e por outro vincula todos os projectos de desenvolvimento ao licenciamento ambiental (com excepção de

No geral, as provisões na legislação criam um espaço para a introdução de exigências com vista à observância da Hierarquia de Mitigação, NPL e Contrabalanços de Biodiversidade.

Não foram identificadas provisões que sejam explicitamente contrárias a NPL/GL.

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para alteração/revogação

cumpram com a Hierarquia de Mitigação e Contrabalanços de Biodiversidade. Contudo, a necessidade de alcance de NPL, não está aqui coberta.

minas e hidrocarbonetos que possuem regulamentação ambiental dedicada).

Águas A legislação apresenta no geral bases para a promoção da protecção e conservação dos recursos naturais e ambiente (Lei 16/91, Artigo 7) que refere que "as obras hidráulicas não podem ser aprovadas sem análise dos impactos sociais, económicos e ambientais"; O Artigo 13, referente ao esquema geral de aproveitamento dos recursos hídricos refere que este Esquema visa a defesa do meio ambiente garantindo que o aproveitamento de água se realize sem prejudicar o caudal mínimo e o caudal ecológico. O Artigo 30, estabelece como obrigação dos titulares de direito de uso e aproveitamento dos recursos hídricos, o dever de garantir o mínimo de impacto ambiental.

A Política Nacional de Águas (Resolução 46/2007), contempla no geral provisões que sustentam a visão da necessidade de disponibilidade de água para a sustentabilidade ambiental (veja Parte 1, 2 e 3 da Resolução). A Política prevê ainda que " a fim de proteger os recursos hídricos enquanto se se promove o desenvolvimento socioeconómico, serão empregues ferramentas de gestão ambiental de acordo com a legislação moçambicana de AIA e padrões de qualidade ambiental" (Ponto 4, Água e Ambiente).

Abre-se desta forma, uma janela para a consideração da Hierarquia de Mitigação, NPL e Contrabalanços de Biodiversidade.

A exigência para o cumprimento destas provisões de forma explícita podem ser feitas através da legislação sobre avaliação do impacto ambiental.

Não se identificaram requisitos específicos conducentes à implementação da Hierarquia de Mitigação ou a NPL. Contudo, as provisões existentes na Lei concernentes à protecção, conservação e prevenção de danos ambientais, associado à exigência de realização de EIA (por exemplo, Lei 16/91, Artigos, 7, 13 e 30; Resolução 46/2007, Ponto 4, Água e Ambiente (detalhes já referido na coluna anterior), abre espaço para se introduzir/exigir provisões tendentes ao cumprimento da Hierarquia de Mitigação e a NPL de Biodiversidade.

No geral, a legislação é favorável para a exigência de NPL/GL através da realização da AIA conduzida pela regulamentação em vigor sobre esta matéria. A Lei 16/91, Artigo 7 refere que "as obras hidráulicas não podem ser aprovadas sem análise dos impactos sociais, económicos e ambientais".

No geral, as provisões na legislação criam um espaço para a introdução de NPL/GL, uma vez que é exigido o cumprimento da regulamentação sobre AIA (Lei 16/91, Artigos, 7, 13 e 30; Resolução 46/2007, Ponto 4). Não foram identificadas provisões que sejam explicitamente contrárias a NPL/LG.

Ambiente Marinho e Pescas

Especialmente com a aprovação do Decreto 21/2017, a legislação na área marinha cria bases notáveis referentes à necessidade de conservação dos recursos biológicos aquáticos, da biodiversidade, da manutenção dos serviços dos ecossistemas e à necessidade de compensação em caso de danos sobre a

Relativamente às lacunas, veja coluna anterior. A vinculação entre o Decreto 21/2017 e a Lei de conservação e de AIA cria espaço para a implementação da Hierarquia de Mitigação e alcance de NPL. Decreto 21/2017, Artigo 11 alínea

No geral, a legislação é favorável para a exigência da observância da hierarquia de mitigação e alcance de NPL/GL através da aliança estabelecida com a Lei da Conservação e o regulamento de AIA.

No geral, as provisões na legislação criam um espaço para o respeito pela Hierarquia de Mitigação, o alcance de

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