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Presidente da República Fala à Juventude

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TAAG Presente nas principais

Feiras de Viagens da

17 de Setembro:

Dia do Heroi Nacional

Dr. AGOSTINO NETO

Publicação do Consulado Geral de Angola em São Paulo

ANO I - Nº 3 - Julho/Setembro 2013

Consulado Geral em São Paulo

Orientações

para Cidadãos

Angolanos no Brasil

Presidente da República Fala à Juventude

Dr. Belo Mangueira,

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Mensagem ao Leitor

Caros leitores,

È para mim, um enorme privilégio poder formular os votos de boas vindas aos leitores desta terceira edição da revista Angola Yetu do Consulado Geral de Angola em São Paulo, e espero que possa ser um verdadeiro instrumento ao serviço do nosso público.

Através dela, as centenas de pessoas que nos procu-ram diariamente terão acesso, de forma rápida, segura e simples, a todas as informações de que necessitam para obter documentos ou serviços, e informar-se sobre a actual situação sócio-política, económica e cultural da República de Angola, bem como saber da atenção redobrada que o consulado geral tem vindo a prestar e presta aos angolanos residentes e cidadãos de outras nacionalidades .

Por outro lado, pensamos que a revista Angola Yetu é uma das vias para esclarecer a comunidade angolana residente e em transito a absterem-se do cometimen-to de accometimen-tos ilegais e não dignificantes, como o tráfico de entorpecentes, severamente punido pelo Código Penal e leis brasileiras, pelo qual infelizmente muitos cidadãos angolanos encontram-se detidos, o que nos preocupa bastante.

Para além das inovações inseridas na terceira edição da revista Angola Yetu, preparamos outrossim signifi-cantes alterações no site do Consulado Geral, sendo por um lado, a introdução da revista em on line e, por outro lado, a inclusão de informações úteis e práticas, e serviços prestados pelo Consulado, com o propósito de a página ou site constituir mais um instrumento que visa, em primeira instância, facilitar a vida de quem re-corre aos nossos serviços.

Assim, no site do Consulado Geral, a partir de agora e como novo formato de comunicação com o público, este poderá encontrar informações sobre a emissão de salvo conduto, registo consular, aquisição da nacionali-dade angolana,concessão de vistos ou a legalização de documentos, bem como aceder directamente a outros sites de organismos nacionais de maior importância para obtenção de informações diversas.

Com este novo formato, queremos que a nossa e vos-sa revista seja um espaço de encontro, debate e uma mais valia para a comunidade angolana e brasileira e que esta participe com artigos sobre os aspectos e difi-culdades de forma a melhorar sempre os serviços em prol da comunidade. Nesse sentido, muito se agradece o envio de sugestões que possam fortalecer a interação com o público que é sempre e cada vez mais exigente.

Caros leitores,

Como novo Cônsul Geral de Angola em São Paulo, fui nomeado em Maio de 2013 e apresentei as autorida-des brasileiras a minha carta patente em Agosto último

e espero, independentemente da experiência acumula-da desde 1983 no serviço diplomático e como Embai-xador de carreira, possa, com a ajuda e contribuição de todos vós, contribuir, junto das autoridades brasileiras e não só, para a resolução de muitos problemas que a co-munidade tem, não poupando esforços nesse sentido. O Consulado Geral, através de todo o seu pessoal, está empenhado a imprimir uma nova dinâmica junto das comunidades angolanas, sendo uma primeira fase, com os representantes associativos com o objectivo de dinamizar o associativismo, permitindo apontar cami-nhos para auscultar problemas que agrossam os cida-dãos angolanos em São Paulo, e, numa segunda fase, o encontro directo com os cidadãos na base do princí-pio de “ir ao encontro das comunidades”.

A Jurisdição consular do Consulado Geral de Angola em São Paulo abrange não só o Estado de São Pau-lo, mas também os Estados do Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina, e , desta forma, proceder-se-á da mesma maneira, o que significa que os funcionários do Consulado estão prontos para atender as preocupa-ções e interagir com a comunidade.

Há necessidade de se saber quantos somos, onde esta-mos e quem soesta-mos, pois estes dados são importantes para o fim das actividades consulares e, em caso de possível regresso a Pátria, podemos contribuir para um melhor enquadramento na base das capacidades indi-viduais de casa um. Isto poderá ser possível se estiver-mos registados no Consulado pelo que este envidará esforços no sentido de continuar o trabalho de registo de cidadãos residentes, sendo esta uma tarefa perma-nente, mesmo daqueles que, por várias razões, estão em privação de liberdade.

Aproveito a oportunidade que brevemente todo o Povo Angolano incluindo os que estão na diáspora, come-morara o Dia da Independência Nacional, O 11 de No-vembro, e, para o efeito, apelo a toda comunidade que se organize efusivamente ao redor do Consulado Geral para a celebração desta efeméride sem discriminação de cor, raça, credo religioso ou filiação partidária por-que SOMOS TODOS ANGOLANOS!

VIVA ANGOLA!

Belo Mangueira Consul Geral / Embaixador

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Publicação do Consulado Geral de Angola em São Paulo

Rua Estados Unidos, 821 - Jardim América São Paulo/SP

Estrutura Editorial

Belo Mangueira - Cônsul Geral/ Embaixador José Alves Maria Fernandes - Vice-Cônsul Alice Mendes Alves Vice - Cônsul

Izau Boco - Vice -Cônsul

Colaboradores - Estudantes e Cidadãos da

Comunidade Angolana na Cidade de São Paulo

Projeto e Produção Gráfica

OP Propaganda & Marketing ltda (55 11) 4116-1964 oppropaganda@bol.com.br

SUMÁRIO

17 de Setembro, dia do Heroi Nacional

AGOSTINHO NETO pag. 07

Desporto - Pg 33

Angola Yetu é uma publicação Trimestral do Consulado Geral de Angola em São Paulo

LOBITO - 100 ANOS - Pg. 25

O Presidente José Eduardo dos Santos Fala a Juventude Pg. 05 Actividade Minesterial Pg. 12 Actividade Consular - Pg. 14

A 7 Maravilhas de Angola

Pg. 28

TAAG participa de duas Feiras de Viagens na América Latina Pg. - 30

Economia - Pg 31 Discurso do Vice-residente de Angola na

68º Assembleia Geral da ONU Pg 10

Sociedade - Musa da Comunidade - Pg 39

Orientação para Cidadãos angolanos no Brasil - Pg 40

Para enviar sua sugestão de pauta, artigos, críticas e elogios para redação da ANGOLA YETU use o e-mail: sectorcomunidades.csp@hotmail.com

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Diálogo do Presidente da Repúbica

José Eduardo dos Santos com a juventude

Discurso proferido por Sua Excelência

José Eduardo dos Santos, Presidente da

República de Angola, no Fórum Nacional

da Juventude

Luanda, 13 de Setembro de 2013

Senhor Vice-Presidente, Senhores Ministros, Senhores Deputados, Distintos convidados,

Minhas Senhoras e meus Senhores, Caros Jovens,

Os nossos trabalhos estão a chegar ao fim.

O Fórum Nacional da Juventude convidou-me para fazer o discurso de encerramento, e devo ver assim uma tarefa difícil.

No período de auscultação e diálogo falaram mais de mil sobre os problemas da juventude angolana. Aqui mesmo nesta sala já foram feitas mais de 20 inter-venções sobre este tema.

Aparentemente tudo já foi dito, e quem fala no fim, corre o risco de repetir o que os outros já disseram. Mas eu não tenho saída. Eu vou arriscar-me a falar mesmo assim. Porque diz-se que a água mole tanto dá em pedra dura até que fura.

Como sabem, desde os primeiros momentos da luta de libertação, o MPLA apresentou-se como mensa-geiro da esperança, porque os angolanos são pessoas de fé e de esperança. Nunca desiste no seu sonho de liberdade e prosperidade.

Estamos aqui a dialogar e a discutir porque todos nós vamos em busca dos caminhos da prosperidade. Te-nho fé e confiança nas nossas forças e vamos alcançar estes objectivos.

Distintos participantes, Caros jovens,

A realização deste Fórum Nacional da Juventude é a última etapa do processo de auscultação e diálogo com todos os jovens ou seus representantes que co-meçámos há dois meses atrás.

É uma experiência muito rica e construtiva e de parti-cipação cívica da juventude na resolução dos proble-mas nacionais. Cada um exprimiu livre e democrati-camente o seu pensamento. Uns formularam críticas, outros analisaram a realidade e os factos e apresen-taram sugestões e propostas para melhorar o nosso trabalho.

A juventude angolana transmitiu-nos uma mensagem muito clara de que está unida e provou que sabe o que quer e para onde vai.

Os jovens que estão presentes hoje nesta sala, em número significativo, vieram de todas as províncias do país e não poucos são provenientes da nossa diáspora, representando assim a heróica juventude angolana.

É uma juventude cujo passado nos enche de orgulho e que está determinada na luta para vencer os desa-fios do presente e do futuro.

Eu também já fui jovem e já vivi momentos de grande exaltação patriótica como este. Peço-vos que con-tinuem assim. O Governo estará sempre convosco para que conjugando os esforços possamos trabalhar para construir uma Angola melhor, para garantir uma melhor qualidade de vida para o nosso povo.

Dirijo uma palavra de apreço e reconhecimento a

to-dos os que participaram nos encontros municipais e provinciais, onde foi evidente o entusiasmo, a criativi-dade, o patriotismo e o sentido do dever que facilita-ram a elaboração das conclusões e recomendações que foram apresentadas hoje neste Fórum.

Retivemos dessas conclusões que o emprego e a for-mação profissional são os assuntos que mais preocu-pam os jovens.

Estes assuntos são considerados prioritários na agenda de trabalho do nosso Governo e que, por essa razão, compromete-se aqui a criar mais Centros de Formação Profissional em todo o país, durante este mandato e vai também criar condições para au-mentar o investimento público em infra-estruturas e

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o investimento privado nos sectores produtivo e da prestação de serviços por forma a criar cada vez mais postos de trabalho.

Por outro lado, as entidades competentes já foram orientadas no sentido de fiscalizar com mais rigor a aplicação das normas da Lei Geral do Trabalho que protegem o emprego dos cidadãos nacionais, sem esquecer as normas legais que garantem o acesso ao primeiro emprego.

Não é justo que as empresas nacionais ou estrangei-ras prefiram dar emprego aos cidadãos estrangeiros no nosso país para realizarem trabalhos que os an-golanos podem fazer e as vezes apenas mediante alguns cursos de formação profissional.

Os quadros recém-formados também não se pode exigir experiência profissional como condição para o primeiro emprego. Tem de ser garantidas as condi-ções de estágio para que esses quadros recém-for-mados possam ter imediatamente acesso ao primeiro emprego.

Hoje, cerca de dois terços da nossa população tem menos de 25 anos de idade e estamos conscientes de que esta é a nossa principal riqueza que temos de saber mobilizar, gerando empregos e qualificando muitos milhões de jovens angolanos para fazer o país crescer cada vez mais e desenvolverse.

A juventude é, sem dúvida, o maior factor de desen-volvimento do País e temos de saber inseri-la no pro-cesso de transformações económicas e sociais em curso para melhorar a sua qualidade de vida e garan-tir também o futuro das gerações vindouras.

Caros participantes, Caros jovens,

Tomamos boa nota das outras preocupações, tais como o acesso à habitação, a melhoria da qualidade do ensino, a necessidade do aumento da oferta dos cursos de formação superior e o aumento do número de bolsas de estudo internas e externas, o acesso à água potável e a energia eléctrica e etc.

A minha intenção é recomendar ao Governo a aprovação de Programas Municipais, Provinciais de apoio à ju-ventude desdobrados de um Progra-ma Nacional que tenha em conta as conclusões e propostas deste Fórum. A execução destes programas deverá ser acompanhada e fiscalizada nos di-ferentes escalões por representantes do Conselho Nacional da Juventude. Caros jovens,

Distintos participantes,

O Fórum Nacional da Juventude foi mais um passo na direcção certa. Todavia, acho que podemos melhorar as formas de participação activa da juventude e das suas organizações da sociedade civil, com o surgi-mento e desenvolvisurgi-mento do associativismo juvenil em diferentes actividades;

- Com o estabelecimento de formas saudáveis e so-cialmente estimulantes de ocupação dos tempos li-vres da juventude;

- Com o diálogo salutar e profícuo entre a população jovem e a Comunidade;

- Com a promoção de valores, princípios e atitudes alinhados em cada momento com as políticas públi-cas para a juventude e para a promoção da mulher, - Com a promoção da consciência cívica, do patriotis-mo e da cidadania activa no seio da juventude; - Com a promoção da construção de infra-estruturas de apoio às actividades juvenis;

- Com a promoção do intercâmbio juvenil e o estímu-lo da troca de experiências entre os jovens de várias proveniências e culturas regionais;

- Com a democratização do acesso a novas tecnolo-gias de informação e de comunicação e o combate à info - exclusão;

- Com a promoção e valorização de iniciativas dos jo-vens empresários, cientistas, investigadores, inven-tores e artistas, entre outros.

Caros jovens,Distintos participantes,

Obrigado por terem organizado este memorável en-contro e pela vossa dedicação e entusiasmo juvenil. Eu saúdo e agradeço, em particular, aqueles que em nome da juventude se tornaram intérpretes dos sen-timentos e das preocupações de todos.

Uma saudação especial também para os jovens da diáspora que connosco partilharam a reflexão sobre os caminhos a seguir para resolvermos os problemas nacionais.

Chegamos mesmo ao fim do nosso Fórum. Foi um momento de grande exaltação patriótica.

À todos o meu muito obrigado! Declaro encerrado este Fórum. n

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AGOSTINHO NETO,

O HEROI NACIONAL

SOBRE AGOSTINHO NETO

O dia 17 de Setembro, data de nascimento do fun-dador e primeiro Presidente da República de Ango-la, Dr. António Agostinho Neto, é considerado Dia do Herói Nacional, devido ao seu contributo dado

na luta armada contra o colonialismo português e pela conquista da Independência Nacional.

O dia, instituído feriado nacional desde 1980 pela então Assembleia do Povo, um ano após o seu falecimento, em 10 de Setembro de 1979 na an-tiga União das Republicas Socialistas Soviéticas, deve-se, também, ao reconhecimento do seu em-penho na libertação de Angola, em particular, e do continente africano.

Fruto da sua entrega à causa libertadora dos po-vos, o Zimbabwe e a Namíbia ascenderam igual-mente à independência, assim como contribuiu para o fim do Apartheid na África do Sul. Agostinho Neto foi também um esclarecido homem de cultura para quem as manifestações culturais tinham de ser antes de mais a expressão viva das aspirações dos oprimidos, arma para a denúncia dos opres-sores, instrumentos para a reconstrução da nova vida.

A atribuição do Premio Lótus, em 1970, pela Con-ferência dos Escritores afro-asiáticos, Premio Na-cional de Cultura em 1975 e outras distinções são mais um reconhecimento internacional dos seus méritos neste domínio, com trabalhos como: Náu-sea (1952), Quatro Poemas de Agostinho Neto (1957), Com os olhos Secos, edição bilingue por-tuguês-italiano (1963), Sagrada Esperança (1974), Renúncia Impossível (edição póstuma 1982) e Poesia (edição Póstuma 1998). Dotado de um in-vulgar dinamismo e capacidade de trabalho, Agos-tinho Neto, até a hora do seu desaparecimento físi-co, foi incansável na sua participação pessoal para resolução de todos os problemas relacionados com a vida do partido, do povo e do Estado. Como um marxista-leninista convicto, Agostinho Neto re-afirmou constantemente o papel dirigente do par-tido, a necessidade da sua estrutura orgânica e o fortalecimento ideológico, garantia segura para a criação e consolidação dos órgãos do poder popu-lar, forma institucional da gestão dos destinos da Nação pelos operários e camponeses. A Agostinho Neto também se lhe reconhece o grande empe-nho na luta para a erradicação do analfabetismo, ao lançar a “Campanha Nacional de Alfabetização, em 1979”.

Ainda em reconhecimento à figura do fundador da Nação angolana, estão erguidas em vários pontos do país estátuas, que simbolizam os seus feitos e legados, marcado pelas suas máximas “De Cabin-da ao Cunene um só povo e uma só nação” e “O mais importante é resolver os problemas do povo”. O programa contempla várias atividades de cará-ter político, social, cultural, recreativo e desportivo, para saudar a efeméride.

O acto central teve lugar na província de Cabinda presidido pelo Ministro da Administração do Terri-tório, Dr. Bornito de Sousa.

Nascido em 17 de Setembro de 1922, na

locali-dade de Kaxicane, município do Icolo e Bengo, província do Bengo, António Agostinho Neto fa-leceu a 10 de Setembro de 1979, em Moscovo, por doença. Médico e estadista proclamou a Independência de Angola em 11 de Novembro de 1975, depois de longos anos de colonização portuguesa.

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1951 - As autoridades policiais acabam com o centro de Estudos Africanos, fundado no ano anterior. - Em Lisboa, “com trabalhadores marítimos angolanos funda o Club Marítimo Africano, correia de transmissão entre os patriotas angolanos que se encontravam em Portugal e os que, em Angola, pre-paravam os Alicerces do movimento de libertação”. 1955 - Preso no mês de Fevereiro e, posteriormente, condenado a dezoito meses de prisão.

1956 - Uma petição internacional circula nos meios intelectuais a pedir a sua libertação que, em França é assinada por nomes altamente prestigiados, como aragon, Simone de Beauvoir, François Mariac, Jean--paul Sartre e o poeta cubano Nicolás Guillén. -Em Setembro realiza-se em paris o 1º congresso de escritores e Artistas Negros, no qual participaram escritores das colónias portuguesas, tais com Marce-lino dos Santos, e onde foi lamentada a ausência de Agostinho Neto.

- A 10 de Dezembro funda-se o MPLA – Movimen-to Popular de Libertação de Angola, a partir da fusão de vários movimentos patrióticos, encontrando-se Agostinho neto, nessa data, nas prisões de Lisboa. 1957 - Solto das prisões da PIDE no mês de Julho. 1958 - A 27 de Outubro é licenciado em medicina pela Universidade de Lisboa e no mesmo dia casa com Maria Eugenia Neto.

-Toma parte na fundação do Movimento An-ticolonialista (MAC). Que congregava patriotas das diversas colónias portuguesas para uma acção revo-lucionária conjunta nas cinco colónias portuguesas: Angola, Guine, Cabo Verde, Moçambique, S. Tomé e Príncipe.

1959 - A 29 de Março, em Luanda, efectuam-se pri-sões massivas de nacionalistas proeminentes e as-siste-se a uma escalada de terror policial.

- Em Julho irrompe novas escaladas de terror, mais prisões massivas e sequentes julgamentos em que são aplicadas penas severas aos militantes do MPLA.

- Nasce em Lisboa, o seu primeiro filho, Mário Jorge Neto aos 9/11/58

- A 22 de Dezembro, de 1959 acompanhado da mulher e do filho Mário Jorge, de tenra idade, deixa Lisboa regressando a Luanda, onde abre um consul-tório médico.

- Agostinho neto ocupa a chefia do MPLA, em território angolano.

1960 - Eleito Presidente Honorário do MPLA.

- 8 De Junho de 1960 é preso em Luanda. As manifestações de solidariedade diante do seu con-sultório médico e na sua aldeia são esmagadas pela polícia. Transita para cadeia do Algarve em Portugal, Pouco depois é deportado para o arquipélago de Cabo Verde, ficando instalado na Vila de Ponta do

B I O G R A F I A

DE AGOSTINHO NETO

1922 - As cinco horas do dia dezessete de Setembro nasce Agostinho Neto em Kaxicane, freguesia de S. José, conselho de Icolo e Bengo, Distrito de Luanda, filho de Agostinho Neto, catequista de Missão ameri-cana em Luanda, sendo mais tarde pastor e profes-sor nos Dembos, e de Maria d Silva Neto, profesprofes-sora. 1934 - A dez de Junho obtém o certificado da escola primária, que frequentou em Luanda.

1937 - Os seus pais mudam-se para Luanda, onde Agostinho Neto prossegue os seus estudos secundá-rios no Liceu Salvador Correia.

1944 - Completa o 7º ano dos Liceus, obtido no Liceu Salvador Correia, de Luanda.

-Sendo funcionário dos serviços de saúde deixa Angola e embarca para Portugal, a fim de frequentar a Faculdade de Medicina de Coimbra.

-Integra-se e participa nas actividades sociais, politicas e culturais da secção de Coimbra da Casa dos Estudantes do Império, com sede em Lisboa, que esteve sob o regime compulsivo de “direcção admi-nistrativa” (nomeada pelo Governo) desde 1951 até 1957.

1947 - Surge o grupo que actua sob o lema “vamos Descobrir Angola”, que dá origem ao Movimento dos Jovens Intelectuais de Angola de que Agostinho Neto foi elemento integrante, embora vivendo em Portugal. 1948 - É concedida a Agostinho Neto uma bolsa de estudos pelos Metodistas americanos.

- Transfere a sua matrícula para a Faculdade de Medicina de Lisboa, cidade onde passa a residir e onde continua a sua actividade cultural e politica no seio da Casa dos Estudantes do Império.

- Funda em Coimbra, com Lúcio Lara e Orlando de Albuquerque a revista Momento, na qual colabora. 1950 - Publicação em Luanda, da revista Mensagem, órgão da Associação dos Naturais de Angola, de que se publicaram 4 números (2 cadernos, sendo o ultimo em 1952, no qual Agostinho Neto colabora).

- Preso pela PIDE, em Lisboa, quando recolhia assinaturas para a conferência Mundial da Paz de Estocolmo ficando encarcerado durante três meses. - Em Lisboa, Agostinho neto, de parceria com Amilcar Cabral, Mário de Andrade, Marcelino dos Santos e Francisco José Tenreiro fundam, clandesti-namente o Centro de estudos Africanos, que tinham finalidades culturais e políticas orientadas para a afir-mação da nacionalidade africana.

1951 - Representante da Juventude das colónias portuguesas junto do MUD - Juvenil (Movimento de unidade democrática - Juvenil) português.

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Sol, ilha de Santo Antão; depois transita para Santia-go até Outubro de 1962.

1961 - A 4 de Fevereiro é desencadeada a luta arma-da pelo MPLA, com assalto as cadeias de Luanarma-da, seguindo-se uma forte repressão.

- A 5 de Fevereiro realiza-se o funeral dos poli-cias mortos durante os ataques as prisões de Luanda e urdem-se pretextos para um massacre sobre os pa-triotas angolanos.

- Agostinho Neto é preso na cidade da Praia, ilha de Santiago, Cabo verde e é transferido para as prisões do Aljube, em Lisboa, onde deu entrada a 17 de Outubro de 1962.

1961 - Campanha internacional em prol da liberta-ção de Agostinho Neto. A revista Présence Africai-ne dedica um número especial a Angola e condena severamente as autoridades fascistas portuguesas, expondo o receio pela vida dos prisioneiros, incluindo Agostinho neto, formulando um apelo universal con-tra os torturadores da PIDE.

- The Times publica manifestações de protes-to contra a prisão de Agostinho Neprotes-to, assinadas por figuras de mais elevada craveira intelectual, como o historiador Basil Davidson; os romancistas – Day Lewis, Doris Lessing, Iris Murdoch, angus Wilson, Alan Silitoe; o poeta Jonh wain; o crítico de teatro in-glês Kermeth Tynan; os dramaturgos jonh Osborne e Arnold Wesker.

- A propósito da resposta inaceitável por par-te das entidades portuguesas à denúncia feita por aqueles intelectuais, estes desencadeiam novo e ve-emente protesto.

- A peguin Books edita o livro Persecution 1961, da autoria de Peter Benenson, denunciado a situação de nove prisioneiros políticos, entre eles Agostinho Neto, através de artigos para a Imprensa e em carta para a embaixada de Portugal, solicitando os cuidados ur-gentes, para melhorar a situação de saúde de Agosti-nho Neto, que se temia pudesse tuberculizar.

- Fica preso nas prisões do Aljube, em Lisboa, até Março de 1963.

- Solto das prisões, em Lisboa, com residência fixa na capital portuguesa. Em Junho de 1963 vade--se de Portugal com sua mulher Maria Eugenia Neto e os filhos, Mário Jorge e Irene Alexandra, chegando a Léopoldville (Kinshasa), onde o MPLA tinha a sua sede Exterior.

- Eleito presidente do MPLA durante a Conferên-cia Nacional do Movimento.

1963 - O MPLA instala-se em Brazaville em conse-quência da sua expulsão do Congo (R. do Zaire) que passou a dar o apoio total a FNLA.

- Abertura de uma frente em Cabinda – a Segun-da Região politica - Militar.

1966 - Abertura de nova frente no Leste de Angola - a Terceira Região

1968 - Transfere a sua família para Dar-es-Salaam onde continuará até 1975.

1970 - Galardoado com o prémio Lotus, atribuído pela 4ª Conferência dos Escritores afro-asiático. 1974 - A guerra nas colónias, componente determi-nante, conduz a Revolução dos Capitães, em Portu-gal, a 25 de Abril.

- Apenas em Outubro o novo regime português reconhece o direito das colónias a independência, após que o MPLA assina o cessar-fogo.

1975 - Em 4 de Fevereiro regressa a Luanda. - Está presente no encontro de Alvor, em Por-tugal, onde é acordado estabelecer um “governo de transição” que inclui o MPLA, Portugal, FNLA e UNI-TA.

- È recebido pela associação Portuguesa de Escritores, na sua sede em Lisboa, que assim o quis homenagear, sendo presidente José Gomes Ferreira e vice-presidente Manuel Ferreira. Acompanhado de sua mulher, Agostinho Neto agradece as saudações que lhe foram dirigidas por José Gomes Ferreira, e apela para que os escritores portugueses continuem fiéis e interes-sados no processo revolucionário angolano.

- Em Março, a FNLA declara guerra ao MPLA e inicia o massacre da população de Luanda. Agosti-nho Neto lidera a resistência popular e apela a mobi-lização geral do povo para se opor à invasão do pais por forças estrangeiras, pelo Norte e pelo Sul, que procuram impedir o MPLA de proclamar a indepen-dência.

1975 - A 11 de Novembro é proclamado seu presi-dente, continuando Comandante-em-Chefe das for-ças Armadas Populares de Libertação de Angola e Presidente do MPLA.

- Membro fundador da União dos Escritores An-golanos, criada em 10 de Dezembro de 1975.

- Foi o primeiro Reitor da universidade Agostinho neto.

- Presidente da Assembleia Geral da União dos Escritores Angolanos, cargo que desempenhou até a data do seu falecimento.

- Reconhecimento da República popular de An-gola por mais de uma centena de países.

1976 - O exército invasor Sul-Africano é expulso de Angola a 27 de Março.

1977 - Em 10 de Dezembro cria o MPLA – Partido do Trabalho

1979 - Preside à cerimónia do encerramento da 6ª Conferência dos Escritores Afro – Asiáticos, realizada de 26 de Junho a 3 de Julho, proferindo o discurso de encerramento.

- A 10 de Setembro, Agostinho Neto falece em Moscovo. n

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Excelentíssimo Senhor Presidente,

Excelentíssimo Senhor Secretário Geral, Distintos Delegados, Minhas Senhoras, meus Senhores:

Em nome de Sua Excelên-cia o Senhor Presidente da República de Angola, que aqui, com elevada honra represento, aproveito esta oportunidade para felicitar o Senhor Embaixador William Jonh Ashe, pela sua eleição à presidência da presente Assembleia-geral, e assegurar-lhe o apoio do meu país no cumprimento de tão nobre e importante missão.

Gostaria igualmente de manifestar o nosso reconhecimen-to a Sua Excelência, Senhor Vuk Jeremic, pela maneira como conduziu os trabalhos da Sessão precedente. Saudamos ainda o Secretário-geral das Nações Unidas, Senhor Ban-Ki- Moon pela continua dedicação a causa da nossa organização.

Senhor Presidente,

A presente Sessão da Assembleia-geral decorre num con-texto internacional complexo e que interpela a intervenção da comunidade internacional para a solução sustentada de conflitos que constituem serias ameacas a paz e segurança internacionais.

A prevalência de conflitos armados e o seu impacto na vida das populações, o terrorismo, o crime organizado e o tra-fico de drogas, a pirataria marítima, os crimes ambientais e a pilhagem de recursos, bem como a pobreza extrema a miseria e a fome são questoes que que requerem atenção prioritária da nossa Organização.

Angola reitera a importância do papel das Nações Unidas como força motriz dos esforços globais para a manutenção da paz, da estabilidade e do desenvolvimento económico e social pelo que, urge fortalecer a capacidade da ONU na prevenção de conflitos e na gestão de crises.

O meu pais continuará a contribuir activamente nos esforços de manutenção de paz, assumindo as suas responsabilida-des no plano internacional, em especial no que diz respeito a África, no quadro regional e nos agrupamentos económicos e políticos em que está inserida, nomeadamente a SADC, a CEEAC, a CPLP, a Conferencia internacional da Regiao dos Grandes Lagos e Comissao do Golfo da Guine.

Neste contexto, o Acordo Quadro de Paz, Segurança e Co-operação para a República Democrática do Congo e a Re-gião dos Grandes Lagos, assinado em Fevereiro de 2013, em Addis Abeba, enquanto mecanismo mais adequado para a solução pacífica do conflito no Leste da RDC, pare-ce- nos ser a melhor garantia para a estabilidade na região, para a salvaguarda da paz, da segurança, soberania e

inte-gridade territorial da RDC.

Reiteramos o nosso apelo aos signatários ao respeito pe-los compromissos assumidos e condenamos as ameaças que as forças negativas continuam a fazer sobre as popula-ções civis, nomeadamente na cidade de Goma e arredores. Senhor Presidente,

Distintos Delegados,

No âmbito dos esforços globais para a manutenção da paz e segurança internacional, reiteramos a importância da re-vitalização do sistema das Nações Unidas, particularmente a reforma do Conselho de Segurança, que deverá reflec-tir uma representação equitativa de todas as regiões, pelo alargamento do número dos seus membros permanentes, adequando-o às realidades do mundo contemporâneo. Manifestamos, deste modo, a nossa profunda preocupação relativamente à escalada de violência que se regista no Egip-to e juntamos a nossa voz ao apelo feiEgip-to às auEgip-toridades de transição, no sentido de agirem com moderação. Exortamos a União Africana e a Comunidade Internacional a prossegui-rem as suas acções para uma solução da crise neste país. O conflito na Síria poe em risco a paz e a segurança inter-nacionais e as acções de violência agravam seriamente a situação humanitária na região. Apelamos à comunidade internacional a agir com urgência, a fim de se encontrar uma solução pacífica do conflito, sob a mediação das Na-ções Unidas e da Liga Árabe, e que se observe o respeito pelos direitos humanos das populações civis.

O conflito Israel/Palestina constitui um dos mais antigos do nosso planeta, e com que a Comunidade Internacional con-tinua a ver-se confrontada.

Angola apoia os esforços de mediação empreendidos pelo Secretário de Estado, John Kerry, e espera a retomada do diálogo e a conclusão de um acordo entre a Palestina e Isra-el que possa reverter o impasse numa paz duradoura e num Estado Palestino independente, com base nas fronteiras de 1967, coexistindo com o Estado de Israel em segurança. E com preocupação que registamos os fracos progressos na resolução da questão do Sahara Ocidental e apelamos as partes a prosseguirem as negociações, sob os auspícios das Nacoes Unidas, para que o Povo do Sahara Ocidental exerca o seu direito a autodeterminação.

Angola congratula-se com a normalização do quadro jurídi-co/constitucional de alguns países africanos que, após tu-multuosos períodos de instabilidade, realizaram com êxito eleições livres e justas e que caminham agora na via da construção de estados democráticos e de direito, rumo ao desenvolvimento económico e social. Nesta conformidade, saudamos o Presidente Ibrahim Keita, do Mali, democra-ticamente eleito, e manifestamos a nossa solidariedade sobre o processo de reconciliação e reconstrução do país. Congratulamo-nos, igualmente, com os países que regis-tam desenvolvimentos positivos e que, apesar de prevale-cerem situações de instabilidade, estão engajados na im-plementação de acordos que visam a solução de crises e a normalização da ordem constitucional, nomeadamente a

Discurso do Vice-Presidente de Angola na 68ª

Sessão da Assembleia-Geral

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Guiné-Bissau, Madagascar, Somália, Sudão e Sudão do Sul. Apelamos ao apoio de toda comunidade internacional aos esforços que estão a ser desenvolvidos por esses paí-ses para o alcance da paz e da estabilidade.

Senhor Presidente, Distintos Delegados,

Passados seis anos, após a eclosão da crise financeira internacional, com graves repercussões sobre a economia mundial, constatamos que muitos dos nossos países en-contram serias dificuldades de autofinanciar programas para o seu crescimento económico, de mobilizar recursos para o desenvolvimento, visando a melhoria das condições de vida das populações e alcancar as metas dos Objecti-vos de Desenvolvimento do Milénio.

Esta situação torna-se ainda mais dramática para os países em desenvolvimento, em particular os países africanos, em que a coexistência de conflitos armados e a pobreza é bastante acentuada.

Neste contexto, o Governo Angolano considera de grande importância a discussão do tema central desta sessão – Agenda de desenvolvimento pos 2015, na esperanca de que de um contributo efectivo ao desenvolvimento econó-mico e social dos paises em desenvolvimento.

O Governo Angolano defende o ponto de vista de que esta Sessão considere a possibilidade da realização de reu-niões regionais, tendo como base de trabalho o relatório apresentado pelo Painel de Alto Nível,

em que os diferentes líderes pudessem definir as suas posições sobre a “Agenda pós 2015”, numa perspectiva regional, precedendo novo encontro, a nível global. Neste contexto, o Governo de Angola reitera o apoio às iniciativas que visam a liberalização do comércio interna-cional, numa perspectiva de competitividade justa e equili-brada e esperamos que a 9ª Ronda prevista

para Dezembro, em Bali, alcance os melhores resultados. Senhor Presidente,

Estimados Delegados,

Persistem os desafios no domínio do meio ambiente. A Conferência “Rio + 20”, ao renovar os compromissos com o desenvolvimento sustentável contidos na “Agenda 21”, oferece uma base sólida para a definição de políticas a ní-vel nacional e internacional e garantir o bem-estar social, económico e ambiental dos nossos povos. Nesta óptica, reiteramos que é essencial que se tomem medidas ade-quadas visando reforçar o apoio às acções internacionais de desenvolvimento sustentável, assim como o aumento dos recursos financeiros do orçamento das Nações Unidas, através de contribuições que permitam à nossa Organiza-ção cumprir com o seu mandato de forma eficiente, e tor-nem a materialização dos objectivos de desenvolvimento sustentável, uma realidade.

Senhor Presidente,

Num outro plano, Senhor Presidente, o embargo imposto a Cuba viola as regras do direito internacional e tem sido ao longo de décadas um grande impedimento ao desenvol-vimento daquele pais e a melhoria das condições de vida do povo cubano. Angola, reitera a sua posição de principio para que seja posto fim ao embargo, em conformidade com as pertinentes resoluções das Nacoes Unidas.

Senhor Presidente,

Angola reitera a sua determinação sobre o respeito mútuo e vantagens recíprocas, na boa vizinhança e no fortaleci-mento da integração económica regional. Angola continu-ará a respeitar todos os compromissos internacionais e os tratados internacionais de que é parte. Respeita e aplica os princípios da Carta das Nações Unidas e da União Africa-na, e estabelece relações na base dos princípios da auto-determinação, da solução pacífica de conflitos e do respei-to pelos direirespei-tos humanos.

Actualmente Angola vive um momento de consolidação das instituições democráticas de direito. Igualmente, assiste-se a um processo dinâmico de reconstrução e desenvolvi-mento marcado pela consolidação da estabilidade macro-económica, através da implementação de uma política e estratégia nacional sobre a promoção da diversificação económica, contida no plano de desenvolvimento económi-co-social para o quinquénio 2013-2017.

Ao aceitar integrar o programa dos países elegíveis ao processo de graduação da categoria de País Menos De-senvolvidos - PMA, Angola reafirma, como prioritária, a implementação de um programa de diversificação da pro-dução nacional, visando um crescimento equilibrado dos vários sectores, bem como a expansão das oportunidades de emprego, e diminuição da dependência às importações de produtos de consumo e da elevada dependência das exportações de sector petrolífero.

Não obstante os êxitos alcançados na última década e o facto de a economia angolana estar em bom caminho, mui-to resta ainda por fazer para que se alcancem as metas dos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio. Consciente deste desafio, o Governo continua a desenvolver Progra-mas que visam a diminuição das assimetrias existentes, mantendo o combate à fome e à pobreza, como dois eixos cruciais para a construção de uma sociedade próspera e de justiça social.

A reabilitação e modernização das principais infra-estrutu-ras produtivas e sociais, nomeadamente a reconstrução de estradas, de linhas férreas, dos sistemas de fornecimento e distribuição de energia eléctrica e de abastecimento de água, do saneamento básico e da rede de telecomunica-ções, continuam a ser um desafio para o Governo, na ele-vação do bem-estar das populações, e do desenvolvimento sustentado de Angola.

Senhor Presidente,

Gostaria, a terminar, de referir uma questão de particular importância para o governo do meu pais: A

República de Angola é candidata a uma vaga de membro não permanente do Conselho de Segurança, nas eleições que terão lugar durante a 69ª Sessão da Assembleia Ge-ral das Nações Unidas. Esperamos poder contar, desde já, com o apoio de todos os Estados que compõem esta mag-na Assembleia.

Concluo manifestando o apoio incondicional do meu pais às iniciativas das Nacoes Unidas que visam a construção de um mundo melhor para todos, baseado na justiça e na liberdade, livre de todas as ameaças que comprometem a paz e a segurança internacionais.

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Ministro das Relações Exteriores

Angolano visitou a China

O Ministro, Georges Chicoti, faz a primeira visita oficial

à China, para «aprofundar a cooperação bilateral».

De acordo com uma nota de imprensa do Ministério das Relações Exteriores, Georges Chikoti, a visitou a Chi-na a convite do ministro dos Negócios Estrangeiros da República Popular da China, Wang Yi, com oproposito de abordar questões do domínio do reforço dos laços de amizade e das relações de cooperação existentes entre os dois países.

O Ministro angolano foi recebido em audiência no pre-térito dia 16, pelo Vice-Primeiro – Ministro chines Wang Yang.

No dia seguinte, teve início as conversações oficiais en-tre as duas delegações.

As duas partes participaram numa cerimónia de

assina-turas de trocas de instrumentos de ratificação do tratado sobre extradição entre os dois países.

Da agenda em discussão, as duas delegações passaram em revista o actual estado de relações de cooperação entre os dois países e abordaram a preparação da realização da quinta comissão mista bilateral sino-angolana, bem como trocaram informações sobre as relações de cooperação Sino-Àfrica (FOCAC) e sobre o Fórum Macau, no quadro da cooperação entre a República Popular da China e os países de Língua Portuguesa.

O documento acrescenta que durante a sua estadia, o Ministro das Relações Exteriores, Georges Chikoti, manteve um encontro com o corpo diplomático africa-no, acreditado na República Popular da China, onde se abordaram diversos temas relativos à política interna-cional e regional, com destaque para a situação prevale-cente em cada uma das regiões, nomeadamente Àfrica , Àsia e Médio Oriente.

Integraram a delegação angolana, o embaixador Ex-traordinário e Plenipotenciário de Angola na República Popular da China, Garcia Bires, o Director da Direcção Àsia e Oceânia (DAO), embaixador André Panzo, entre outros diplomatas e funcionários do Ministério das Rela-ções Exteriores. n

Ministra da Cultura defendeu mais publicação

sobre o país e a região em línguas nacionais

A Ministra da Cultura, Rosa Cruz e Silva, advogou, em Luanda, um trabalho reforçado para a produção de publicações de informações em línguas nacionais, para que as gerações vindouras conheçam a história do país, nas várias línguas.

A governante fez este pronuncia-mento à margem da cerimónia de assinatura de protocolos de co-operação sobre a implementação do acordo nos domínios das artes e cultura para o período 2013/2015 com o seu homologo sul-africano, Paul Mashatile. Segundo Rosa Cruz e Silva, deve-se trabalhar mais em pro-dução de informação em livros, revistas, brochuras, panfle-tos nas línguas oficiais e nacionais, de formas a que todos conheçam a história dos povos africanos.

“Queremos que o património material e imaterial dos dois

países e de outros de África possam ser valorizados e divul-gados no mundo, para dar a conhecer a longa história cultu-ral destes povos aos quatro cantos do mundo”, acrescentou. Sobre o protocolo, adiantou que vai facilitar a integração dos artistas de Angola na África do Sul e vice-versa, e a troca de experiência entre os artistas e delegações com mais regularidade.

“Angola, em 2014, vai organizar um festival nacional de cultura e teremos a oportunidade de convidar escritores, músicos, pintores da África do Sul a estarem presente no evento. E como se assinala na África do Sul o vigésimo aniversário da liberdade, temos oportunidade de enviar os nossos artistas, nesse período”, explicou.

Para Rosa Cruz e Silva, a cultura é a arma que os povos têm para fazer frente a globalização e neste sentido deve--se trabalhar nos vários domínios da cultura para o desen-volvimento dos seus cidadãos, já que a cultura é um dos vectores para o desenvolvimento da economia. n

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Vice-presidente da Assembleia Nacional

priva com governante russo

O primeiro vice presidente da Assembleia Nacional, João Lourenço, manteve, em Luanda, um en-contro de cortesia com o vice-presidente do governo da Federação da Rússia, Dmitry Rogozin, que realizou uma visita de três dias à Angola, visando o reforço das relações de cooperação entre os dois países.

A Federação Russa pretende aumentar

nos próximos anos as trocas comerciais

com Angola, cujo valor em 2012 se cifrou

em 25 milhões de usd (um dólar equivale

a 97,57 Kwanzas), advogou hoje,

terça--feira, em Luanda, o vice-presidente

da-quele Estado europeu, Dmitri Rogozin.

O Vice- Presidente do Governo da Federação da Rússia, Dimitri Rogozin, efetuou uma visita oficial de 72 horas à Re-pública de Angola, visando o reforço da cooperação bilateral em vários domínios, tendo Angola e Rusia rubrigado vários acordos nos domínios da saúde e da cultura.

Dmitry Rogozin disse na cerimónia de abertura das conversações oficiais entre delegações dos dois pa-íses, ser desejo do seu país reforçar a cooperação com velhos amigos, particularmente, com Angola. Falou em desenvolver relações sustentáveis nos domínios económico, comercial, técnico-científicas, cultural, assistência técnica, segurança, entre outras.

Sobre esta visita, Dmitri Rogozin afirmou que se chegou a acordos em vários domínios (saúde e cultura), estando em fase de negociações outros nos sectores das pescas, assim como o seu país pretende ampliar a cooperação no domínio da produção de energia hídrica, porque o crescimento indus-trial de Angola implica maior consumo de energia. Esse res-ponsável exortou um maior empenho das empresas russas no sector dos hidrocarbonetos e o reforço da posição da empresa russa Alrosa (sector dos diamantes) no mercado.

Dmitri Rogozin foi recebido pelo Presidente da República de Angola, Engenhero José Edurdo dos Santos e, no final da audiência, salientou que “Um aspecto muito importante que nós sublinhamos durante a audiência com o Presidente da República é a nossa cooperação industrial e a possibilida-de possibilida-de criação em solo angolano das unidapossibilida-des industriais, para construção de máquinas e mecanismos, assim como a construção de automóveis, o que se vai fazer no quadro dos acordos de várias licenças e da preparação e assina-tura de acordos de protecção da propriedade intelectual”. No Aeroporto Internacional 4 de Fevereiro, o Vice-Presi-dente do Governo russo e comitiva receberam cumprimen-tos de despedida dos Ministros angolanos das Relações Exteriores e das Telecomunicações e Tecnologias de Infor-mação, Georges Chikoti e José Carvalho da Rocha, res-pectivamente, e de membros do corpo diplomático russo. As relações de amizade e cooperação entre a República de Angola e a Federação Russa (antiga URSS) remontam da Luta de Libertação Nacional, cujo marco deste relacionamento data de 1976, altura em que os dois países assinaram o Tratado de Amizade e Cooperação, movidos pelos tradicionais sentimen-tos de Amizade, Cooperação e Solidariedade. n

Presidente da Assembleia Nacional, João Lourenço e Dmitry Rogozin, Vice-Presidente do governo da Federação da Rússia

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Cônsul Geral

Secretariado

Vice-Cônsul para

área Consular

A

dido de

Telecoomunicação

Gabinete Juridico

área Administrativa

Vice-Cônsul para

para área da

Vice-Cônsul

Comunidade

Secção de

Vistos

Secção de Actos

Notariais

Sector

Financeiro

Sector para

área administrativa

Protocolo

Recursos

Humanos

Transportes

Comunidade

Comunicação

e Imagem

Consulado Geral

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NOTAS CURRICULARES DOS MEMBROS DE

DIRECÇÃO DO CONSULADO GERAL

JOAQUIM AUGUSTO BELO MANGUEIRA

(Cônsul-Geral/Embaixador)

Estado Civil-Casado com Maria Ondina Almeida de Freitas Mangueira e pai de quatro filhos.

1. HABILITAÇÕES LITERÁRIAS - Frequência do cuso

de Doutoramento de Ciências Sociais e Políticas de Lis-boa a)curso de Mestrado em Relações Internacionais b) Pós-Graduação em Desenvolvimento e Cooperação In-tenacional pelo Instituto Superior de Economia e Gestão de Lisboa.c) terminou a Universidade Estadual de Kiev d) terminou o Ensino Secundário em Luanda/Angola e) frequentou o Ciclo Preparatório na Escola Óscar Ri-bas em Luanda tendo, seguidamente, passado pelo Liceu Paulo Dias de Novais e posteriormente no Li-ceu Salvador Correia onde terminou o Ciclo liceal;

2. CARREIRA PROFISSIONAL a) Embaixador de

ca-reira; b)Membro da Delegação Angolana à Assem-bleia Geral das Nações Unidas junto da Sexta Co-missão, c) Director Adjunto do Instituto de Relações Internacionais do Ministério das Relações Exteriores, d) Director dos Assuntos Jurídicos, Consulares e Conten-cioso do Ministério das Relações Exteriores, e) Consultor Principal do Gabinete do Ministro das Relações Exteriores; 3. CARREIRA (ACADÉMICA a) Professor da Cadeira de

Direito Internacional Público; b) Lecciona a Cadeira de Di-reito Internacional Público na Faculdade de DiDi-reito da Uni-versidade de Angola António A. Neto c) Professor da Cadei-ra de Direito Internacional Público no Instituto de Relações Internacionais do Ministério das Relações Exteriores. 4. OUTRAS ACTIVIDADES a) Trabalhou na

Represen-tação Permanente de Angola junto das Nações Unidas em Nova Iorque, e na Representação Permanente de Angola junto das Nações Unidas em Genebra; representou Angola em várias Conferências Internacionais.

5. LÍNGUAS a) Português b) Espanhol c) Russo d)

Fran-ces d) Inglês.

ALICE ONDINA SOUSA MENDONÇA - Vice Cônsul FORMAÇÃO ACADÉMICA

• Licenciatura em relações Internacionais

Experiência Profissional

• 1980 - 1981 - Professora Primária

• 1981-1982 - Funcionária de Coordenação Pré-Escolar do Município da Maionga.

• 1983 - 1984 - Directora Adjunta do Lar de Estudantes do Ensino Médio, “Trabalho e Luta”

• 1985 - 1987 - Funcionária do Gabinete de Planificação da Delegação Provincial de Educação de Luanda.

• 1995 - 1996 - Chefe de Departamento de Organizações Inter-nacionais do Gabinete de Intercâmbio do Ministério da Cultura. • 1996 - 2012 - Assistente Diplomática.

• 2012 - 2013 - Vice - Cônsul em São Paulo

Qualificações e Actividades Complementares

• Espanhol Fluente

• Inglês e Francês entende

• Curso Complementar de Técnicas de Negociação • Curso Complementar de Técnicas de Administração • Seminário sobre Recursos Humanos e liderança

JOSÉ ALVES MARIA FERNANDES - Vice - Cônsul LOCAL DE NASCIMENTO - na província Malanje. -Angola FILIAÇÃO - José Antônio Alves Fernandes e de Suzana

Cassilda Gira Fernandes.

FORMAÇÃO ACADÊMICA

• Mestrado em comunicação educacional multimídia. Licencia-tura no curso superior de Relações Públicas e Publicidade, do instituto de novas profissões, formado nas disciplinas de lingua-gem e comunicação institucional do curso superior de gestão de marketing, tendo sido diretor nacional de informação e porta voz do Ministério das Relações Exteriores, colaborando em vários órgãos de informação pública durante 12 anos

.FORMAÇÃO PROFISSIONAL

• Atualmente - Vice-Cônsul da República de Angola no Estado de São Paulo, República Federativa do Brasil. A par da atividade profissional, dedicando-se ao jornalismo; marketing e merchan-ding no sentido da divulgação da imagem de Angola no Estado de São Paulo.

LÍNGUAS

• Portugues, Espamhol e Inglês

ISAU SULANO BOCO

Filiação - Ernesto Jorge Boco e de Catarina José Sulano Grau Académico - Licenciado

Profissão - Diplomata FORMAÇÃO ACADÉMICA

1 - Licenciatura em Administração com ênfase em Gestão de Negócios Internacionais no Instituto Superior de Educação de

Brasília - IESB (Em Brasília - Brasil), entre 2004 a 2008.

2 - Actualmente esta a Frequentar o curso de Especialização de Finanças Corporativas, pela FECAP.

3 - Frequência do curso de Pós graduação (MBA) em Gestão Financeira e Mercados de Capitais na Fundação Getulio Vargas - FGV ( Brasília) Início em 2009.

4 - Bacharel em Economia na Fucaldade de Economia de Luanda, da Universidade de Agostinho Neto de Angola, entre 2000/2002.

EXPERIÊNCIA PROFISSIONAL

1 - Desempenhou entre 2003 a 2006, a função de 3º Secretário para Assuntos Económicos na Embaixada de Angola acreditada na república Federativa do Brasil.

2 - Desempenhou entre Janeiro/2007 à Abril de 2011, a função de 3º Secretário e Chefe do Sector Consular da Embaixada de Angola no Brasil - Brasília.

3 - Professor Colaborador Assistente da Universidade Técnica de Angola “UTANGA”, entre 2012/2013 na disciplina de Estatís-tica do Curso Superior de Gestão.

4 - Vice-Coônsul no Consulado Geral de Angola em São Paulo, desde Março /2013.

Línguas Estrangeiras

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Opinião

“ir ao encontro das comunidades”

Por Alves Fernandes

Um tema profunda-mente actual e faz com que as entidades afec-tas ao Consulado Ge-ral de Angola em São Paulo se desdobrem em contatos com a vastíssima comunida-de comunida-de angolanos resi-dentes nos Estados de São Paulo, Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina, zonas de sua jurisdição consular. A iniciativa foi do Cônsul-Geral / Embaixador Belo Mangueira ao preferir que a prioridade da sua missão assente na aproximação com as comunidades angolanas, sendo estudantil, de residentes ou presidiária. Fê-lo de início, tendo já visitado a Penitenciária Feminina da Capital e mais tarde a Cadeia de Itaí onde estão internados cidadãos angolanos de sexo masculino.

Há poucos dias esteve a conviver com os estudantes dos vá-rios níveis de ensino e, recentemente, deu um mergulho para o interior da cidade de São Paulo, mais concretamente na locali-dade do Brás, onde dialogou, conviveu e solidarizou-se com os problemas que grassa a comunidade.

Essa iniciativa está a merecer aplausos de todos os cantos e há quem diga que agora o Consulado parece ter acertado as agulhas. Esperemos que essa iniciativa e orientação con-tinuem em prol da comunidade e da elevação da imagem do Estado junto dos angolanos.

No meu entender, a estratégia do novo Cônsul Geral mexeu em situações da maior importância para toda a comunidade angolana: os males a que muitos estão mergulhados. O exem-plo está em muitos que ainda não têm o registo consular em dia, sendo uma tarefa saber quantos somos, onde estamos e o que somos, com o propósito de se prestar o devido apoio

e assistência consular.

Outro problema reside com estudantes que encontram dificul-dades com a realização de estágios de pré-graduação, que, de certo modo, cria constrangimentos na finalização rápida dos seus estudos.

Um dos principais problemas que o Consulado enfrenta é o trá-fico de droga e material entorpecente. Neste particular, há que fazer um grande trabalho de sensibilização e prevenção junto da comunidade no sentido de evitar o número de detenções de cidadãos nacionais.

A meu ver o Consulado tem pela frente uma longa e espinhosa-missão já que os problemas expostos não são de fácil solução. Vão exigir dos seus funcionários maior pragmatismo e respon-sabilidade acrescida para que numa só vez se resolvam muitos problemas que a comunidade só pensa e espera que seja o Consulado a encontrar as melhores soluções. Por isso, este deve ir ao encontro da comunidade e fazer o seu trabalho de assistência e de apoio.

A comunidade angolana tem razão e acho que temos que fa-zer um pouco mais, redobrando os esforços para que, ao irmos ao encontro das comunidades,possamos transmitir a esperan-ça de um futuro risonho, seguro e certos de que os frutos da paz que o país vive estão a ser saboreados por todos, e que

todos juntos possamos reconstruir o nosso país, estando den-tro ou na diáspora.

Lembro que o Secretário de Estado Angolano das Relações Exteriores, Manuel Augusto, disse em Julho do corrente ano,no Fórum de Jovens Angolanos no Exterior, em Lisboa, que “a consagração constitucional do princípio da universalida-de universalida-de direitos e universalida-deveres fundamentais permite que os cidadãos angolanos na diáspora beneficiem dos frutos da paz”.Esse go-vernante assentou a sua opinião nos direitos e deveres consa-grados na Constituição Angolana, que estatui que os cidadãos angolanos que residam ou se encontrem no estrangeiro gozam dos direitos, liberdades e garantias e da procteção do Estado e estão sujeitos aos deveres consagrados na Constituição e na lei. Foi enfático ao referir que onde existe um cidadão angolano existe a soberania de Angola.

Visto neste prisma, ocorre-me a ideia de que este princípio é, sem dúvidas, a base para a política sobre as nossas comu-nidades no estrangeiro aqueles que se enquadram no estrito conceito da diáspora.

De acordo com dados da Organização Internacional de Migrações(OIM), até o ano de 2002 teriam imigrado para fora de Angola quase um milhão e 400 mil angolanos, dos quais 840 mil em situação de emigrantes e mais de 400 mil como refugiados, maioritariamente, em países vizinhos e não só. No Brasil, por exemplo, existem angolanos que chegaram antes da proclamação da Independência e outros depois das primeiras eleições em 1992. Não sei o número exacto de ango-lanos aqui residentes pelo que a necessidade de se realizar o censo consular. No Estado de São Paulo verifica-se a existên-cia de maior número de angolanos.

Há uma necessidade, nesta fase de reconstrução do país, pugnar-se pelo regresso daqueles angolanos que queiram contribuir para o desenvolvimento da querida Angola, pelo que se apela para os que queiram regressar ao País a fazerem-no porque a Pátria os espera de mãos abertas e Angola tem lugar para todos os angolanos.

A satisfação de centenas de angolanos não vem apenas deste pressuposto.

Recentemente li no artigo de um conceituado jornalista afri-cano indicando, com regozijo que, desde Junho de 2013, o estatuto de refugiados à angolanos no exterior chegou ao fim, tendo sido uma decisão da UNHCR.

Esta decisão, segundo a minha opinião, reflecte a situação rei-nante em Angola e os benefícios da paz.

Penso que este compromisso só é possível se houver recursos humanos, materiais e financeiros, bem como o apoio institucio-nal, elemento que o Consulado Geral.

Noto que tudo isto é possível se a comunidade angolana estiver também organizada e tenho que realçar a criação da Comissão Ad Hoc para a reactivação da Associação “Palanca Negra” que, sem dúvida, dará um sopro positivo na solução de muitos problemas da comunidade.

Assim a máxima de “ir ao encontro das comunidades” é muito bem vinda, saímos todos a ganhar e fortalecerá as relações dos grupos de estudantes, residentes e demais, bem como servirá de ponte entre as aspirações da comunidade e as po-líticas públicas do Estado que visam reintegrar os angolanos neste gigantesco processo nacional e patriótico.

Sou de opinião que estes benefícios vão devolver a merecida dignidade aos angolanos no Brasil.

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O Sector Consular e o advento de uma

nova Dinâmica Laboral

Pragmatismo e eficiência

No horizonte do novo pragmatismo que vem sendo im-plementada pela actual gestão do Consulado Geral da República de Angola no Estado de São Paulo/Brasil, o Sector consular tem se evidenciado preponderantemen-te na celeridade do apreponderantemen-tendimento e, consequenpreponderantemen-temenpreponderantemen-te, na plena satisfação dos anseios mais prementes dos cidadãos angolanos nessa localidade e jurisdição exclu-siva: Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. No entanto, não é de todo incomum, os serviços desta Mis-são Consular serem amplamente solicitados pelos com-patriotas de outras localidades fora da área juridicamen-te atribuída a esta Consulado Geral. No que concerne aos estrangeiros, brasileiros (com maior incidência), a situação não é menos referencial, uma vez que esta Re-presentação Consular estão sediada na capital paulista - com toda sua infraestrutura viária - torna-se um centro irradiador. O facto de o estado de São Paulo estar loca-lizado, estrategicamente, num polo de afluência no qual converge - como elemento catalisador - mais de 80% da actividade econômica do Brasil, facto que viabiliza uma logística de deslocamento muito mais eficiente do que em qualquer outro lugar do Brasil, a Missão Consular da República de Angola tem sido, por esta razão, imen-samente solicitada para os mais diversificados serviços de interesse dos cidadãos brasileiros e estrangeiros de outras nacionalidades.

Por outro lado, o desafio de dinamizar o Sector e o aten-dimento da demanda pelos serviços consulares, tem provocado o redobrar de esforços e a necessidade de readaptação a esta nova dinâmica com os recursos técnicos disponíveis. A aprovação do Plano Anual (do Sector) é o sinal evidente de um direcionamento metó-dico que, doravante, deverá permear toda a actividade laboral deste organismo do Consulado Geral de Angola em São Paulo. Como primeiro acto e com o beneplácito do Senhor Cônsul Geral, ficou determinado que os cida-dãos angolanos seriam (e já têm sido) atendidos todos os dias úteis da semana. Dinamizou-se uma activida-de administrativa que possibilitou o activida-desafogamento na emissão de documentos e consequentemente rapidez na entrega, emblematizando, com isso, a nova postura que se quer de eficiência no atendimento. Todos esses factos tem sido reveladores de que o criterioso rigor no processamento documental não contrasta com qualida-de qualida-de serviços e/ou atendimento e, paulatinamente, o Sector (assim como toda a Missão Consular) recobra o respeito, a administração e, sobretudo, a confiança dos cidadãos; a quantidade de cidadãos angolanos que diariamente afluem ao Consulado sinaliza, sobranceira-mente, este novo tempo.

Especificidade de Serviços

Registo Notariado

É cada vez m ais crescente a solicitação destes serviços nesta Missão Consular uma vez que, além dos cidadãos que residem neste Estado da Federação Brasileira e em outros sob jurisdição desta Missão Consular, tem sido muito frequente a passagem de angolanos que solici-tem os serviços hospitalares locais. os serviços médicos de obstetrícia e ginecologia são os mais solicitados e os filhos gerados são preferencialmente registado neste Consulado mediante a transcrição de Assentos de Nas-cimento e só no pretérito mês de Agosto foram dez (10) solicitações atendidos, além de outras que não reuniam as condições mínimas para sequencia dos serviços. O ânimo já referenciado que tem trazido o cidadão de vol-ta ao Consulado foi responsável pelas Vinte e Quatro ( 24) solicitações de Registo Consulares além dos Vinte e Sete (27) Processos para Obtenção de Passaporte Na-cional e Sete (7) Salvos Condutos.

Movimento Migratório

Responsável pelo comparecimento de maior fluxo de estrangeiros, o movimento migratório cresce vertigino-samente e, com ele, a necessidade de critérios mais efi-cientes e transparentes que facilitem a vida do cidadão (solicitante deste tipo de serviços) e, ao mesmo tempo, preserve a integridade soberana da República de Ango-la. Assim sendo, no período de Julho/Agosto do ano em curso, as solicitações de entrada ao nosso país beiraram à casa dos Mil (1000) sendo os vistos ordinários os mais concedidos totalizando Setecentos e Oitenta e Oito ( 788). A especificidade de vistos solicitados demonstram os interesses diversificados dos cidadãos brasileiros e não só pelo nosso país e as raras desistências ( nas tentativas de obtenção de vistos, até mesmo naquelas solicitações que são rejeitadas pelas entidades angola-nas) revelam a qualidade cada vez mais crescente dos nossos serviços no que concerne ao atendimento.

Perspectivas

Aventa-se melhorias cada vez mais significativas à medida que a nova linguagem laboral for incorporada e implementada na sua totalidade. A dimensão comu-nicacional será, evidentemente, o fiel da balança nesse processo em que a expectativa pende para o aspecto positivo; portanto, concluir-se que a existência inequí-voca de uma perspectiva promissora que deve mudar o quadro nebuloso que imperou até então já é uma realidade. A entrega e dedicação dos colaboradores - mesmo com os parcos recursos - não deixa dúvida em relação à boa vontade e o espírito de compromisso em proporcionar ( para os angolanos e estrangeiros que a esta Casa recorrem) um serviço exemplar que resulte em satisfação e, sobretudo, em soluções de pendências cujas soluções são da alçada desta Missão Consular.

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CÔNSUL GERAL VISITA ANGOLANOS DETIDOS

EM SÃO PAULO

CÔNSUL GERAL VISITOU AS CIDADÃS

ANGOLANAS DETIDAS NA

PENITENCIARIA FEMININA DA CAPITAL

Uma delegação chefiada pelo Embaixador Belo Man-gueira, Cônsul Geral de Angola em São Paulo, Re-pública Federativa do Brasil cumpriu, no dia 12 de Setembro do corrente ano, uma visita de trabalho à Penitenciária feminina da Capital, para se inteirar do modus vivendi das cinquenta e três angolanas pre-sas, e transmitir-lhes solidariedade e afecto institu-cional no âmbito das tarefas consulares acometidas, bem como o que está a ser feito pelo governo ango-lano em apoio aos cidadãos angoango-lanos na diáspora. O Cônsul Geral aproveitou a oportunidade para en-tregar a cada reclusa um kit de artigos de higiene pessoal, que elas tanto necessitam considerando as condições em que se encontram.

O encontro decorreu num espírito de irmandade onde as nossas cidadãs tiveram a liberdade de exporem as suas preocupações, recolhidas pelo Cônsul Geral. Este aproveitou a oportunidade para expor e encon-trar formas de soluções com a direcção da cadeia. As referidas preocupações foram expostas no encon-tro que teve lugar, depois da visita consular, com a senhora Ivete Barão de Azevedo Halásc, Directora da Unidade Penitenciária, cujos resultados foram satis-fatórios, apesar da privação de liberdade a que as nossas cidadãs se encontram.

Notou-se que uma parte destas mulheres são rés pri-márias, nunca tinha sido antes presas e cometido um crime, facilmente perceptível pelos depoimentos que prestaram à nossa delegação.

No entanto, realça-se que todas elas foram presas no Brasil depois de terem sido recrutadas pelo tráfico internacional de drogas. As angolanas foram detidas, na sua maioria, no Aeroporto Internacional de Guaru-lhos, aquando do embarque para Luanda.

Uma das detidas confessou arrependimento e afir-mou que quando terminar a pena “espero nem um dia me iludir com dinheiro e nunca mais repetir o mesmo erro”. Acrescentou que “entrei no crime, por-que por-queria comprar uma casa para morar com o fi-lho”. “Eu queria voltar no passado, para fazer coisas melhores e queria ser uma pessoa melhor e custear a faculdade dos meus filhos”, revelou.

Um número reduzido destas mulheres confessou o crime, em depoimento, afirmando terem sido alicia-das, coagidas e enganadas a troca de míseros va-lores, contrato que é firmado por interposta pessoa. Esta, por seu turno, impõe rígidas regras de confiden-cialidade para, em caso de alguém cair nas malhas da polícia, a rede não ser descoberta.

Saliente-se que das cinqüenta e três presas uma era de nacionalidade namibiana cujo marido e filhos são angolanos e outra com dupla nacionalidade – ango-lana e holandesa.

Constatamos que as penas de privação de liberdade vão desde dois anos e meio até dezoito anos, o que constitui, sem dúvida, uma fase negra em suas vidas. Uma das reclusas contou a sua história no envol-vimento do tráfico de drogas, tendo sido envolvida pelo seu namorado de nacionalidade nigeriana, tam-bém traficante, e que receberia o equivalente a USD 5000.00 (cinco mil dólares) caso passasse com a droga no Aeroporto Internacional de Guarulhos, “É doloroso, tudo deu errado e aceito cumprir a minha pena” disse.

Uma outra reclusa, condenada a cumprir sete anos e nove meses, reconhece que “Quem ganha é o trafi-cante mesmo”. “O que nós ganhamos é o sofrimento, dor, vergonha da família”

Registou-se que muitas reclusas guardam a discrição pois não querem que as suas famílias saibam da sua situação carcerária, talvez por vergonha, o que limita a actividade consular no respeitante a comunicação com as famílias, e que deve ser respeitado.

Finalmente uma grande parte manifestou o desejo de continuar a cumprir as suas penas em Angola, junto de suas famílias, mas isso só é possível se Angola e o Brasil tiverem um Acordo de Extradição e Transfe-rência de Presos, o que ainda não existe entre os dois países.

CÔNSUL- GERAL VISITOU A CADEIA

DE ITAÍ E CONFRATERNIZOU COM

CIDADÃOS ANGOLANOS DETIDOS.

Uma delegação chefiada pelo Embaixador Belo Mangueira, Cônsul Geral de Angola em São Paulo, República Federativa do Brasil, acompanhado do Vice-Cônsul José Fernandes e outros funcionários

Referências

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