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UNICESUMAR - CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE CURSO DE GRADUAÇÃO EM FISIOTERAPIA

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CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE CURSO DE GRADUAÇÃO EM FISIOTERAPIA

PREVALÊNCIA DE LESÕES DE OMBRO, INCAPACIDADE FUNCIONAL E FORÇA MUSCULAR DE MEMBROS SUPERIORES EM DIFERENTES

CATEGORIAS DE HANDEBOL

DANIELE AYUMI MOTOYAMA LOHANNA HARIADNE TAVARES GONÇALVES

MARINGÁ – PR 2019

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Daniele Ayumi Motoyama Lohanna Hariadne Tavares Gonçalves

PREVALÊNCIA DE LESÕES DE OMBRO, INCAPACIDADE FUNCIONAL E FORÇA MUSCULAR DE MEMBROS SUPERIORES EM DIFERENTES

CATEGORIAS DE HANDEBOL

Artigo apresentado ao curso de graduação em Fisioterapia da UniCesumar – Centro Universitário de Maringá - como requisito parcial para a obtenção do título de bacharela em Fisioterapia, sob a orientação da Prof. Dra. Cynthia Gobbi Alves Araújo.

MARINGÁ – PR 2019

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PREVALÊNCIA DE LESÕES DE OMBRO, INCAPACIDADE FUNCIONAL E FORÇA MUSCULAR DE MEMBROS SUPERIORES EM DIFERENTES

CATEGORIAS DE HANDEBOL

Artigo apresentado ao curso de graduação em Fisioterapia da UniCesumar – Centro Universitário de Maringá - como requisito parcial para a obtenção do título de bacharela em

Fisioterapia, sob a orientação da Prof. Dra. Cynthia Gobbi Alves Araújo.

Aprovado em: ____ de _______ de _____.

BANCA EXAMINADORA

__________________________________________ Nome do professor – (Titulação, nome e Instituição)

__________________________________________ Nome do professor - (Titulação, nome e Instituição)

__________________________________________ Nome do professor - (Titulação, nome e Instituição)

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PREVALÊNCIA DE LESÕES DE OMBRO, INCAPACIDADE FUNCIONAL E FORÇA MUSCULAR DE MEMBROS SUPERIORES EM DIFERENTES

CATEGORIAS DE HANDEBOL

Daniele Ayumi Motoyama Lohanna Hariadne Tavares Gonçalves

RESUMO

Introdução: O handebol é um esporte de contato físico e sucessíveis arremessos aéreos, o que resulta em alta taxa de lesões no ombro de atletas desse esporte. Objetivo: Este estudo tem como objetivo analisar a prevalência de lesões de ombro, incapacidade funcional e força muscular de membros superiores em jogadores de handebol para que a prevenção seja feita de forma mais eficaz. Métodos: É um estudo transversal e foi realizado no centro esportivo da UNICESUMAR-Maringá, com atletas de ambos os sexos, das categorias juvenis e adultas. Os voluntários responderam a um questionário com dados sociodemográficos, histórico de lesões e treinamento, além dos questionários de incapacidade funcional, teste de força de preensão palmar com o dinamômetro manual. Foram excluídos atletas que apresentaram dificuldades na compreensão dos questionários e indivíduos que não aceitaram assinar o termo de consentimento livre e esclarecido. Resultados: Nos resultados foi observado que, no questionário WORC e nos dados do dinamômetro manual em relação à força de preensão palmar, apresentou-se diferença significativa entre os grupos, já o questionário SPADI que avalia incapacidade funcional e dor não foi diferente entre os grupos. Conclusão: Com este estudo, pode-se concluir que a prevalência de lesões de ombro é mais frequente em mulheres e em atletas da categoria juvenil. Os valores de preensão manual apresentados diferem de acordo com a categoria e sexo, principalmente, e os times com maior média de força foram os masculinos adulto e juvenil.

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HANDBALL

ABSTRACT

Handball is a sport of physical contact and successive aerial throws, which results in a high rate of shoulder injuries of athletes of this sport. This study aims to analyze the prevalence of shoulder injuries, functional disability and muscle strength of upper limbs in handball players so that prevention is done more effectively. It a cross-sectional study and was conducted in the sports center of UNICESUMAR- Maringá, with athletes of both sexes, of the juvenile and adult categories. The volunteers answered a questionnaire with sociodemographic data, history of injuries and training, in addition to functional disability questionnaires, palm grip strength test with manual dynamometer. Athletes who presented difficulties in understanding questionnaires and individuals who did not agree to sign the free and informed consent form were excluded. Results: In the results it was observed that, in the WORC questionnaire and in the data of the manual dynamometer in relation to palm grip strength, a significant difference was presented between the groups, while the SPADI questionnaire that evaluates functional disability and pain was not different between the groups. Conclusion: With this study, it can be conclude that the prevalence of shoulder injuries is more frequent in women and athletes of the youth category. The values of handgrip presented differ according to category and gender, mainly, and the teams with the highest average strength were the adult and juvenile males.

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1 INTRODUÇÃO

O ombro é uma das articulações mais complexas em razão de múltiplos movimentos direcionais. Essa articulação possui três eixos de movimento (triaxial), sendo a mais móvel do corpo humano e, consequentemente, a mais instável. Por esses fatores, os riscos de lesões nessa região são maiores, sendo alguns exemplos dessas possíveis lesões a luxação (perda total do contato entre a cápsula articular e a cabeça do úmero), subluxação (perda parcial do contato entre a cabeça do úmero e cápsula articular), instabilidade articular e lassidão articular do ombro (VAN KAMPEN et al.,2014).

Um estudo realizado nas Olimpíadas do Rio de Janeiro de 2016, com o uso da ressonância magnética, caracterizou lesões crônicas do ombro em diversos esportes como natação, judô, boxe, ginástica, vôlei e atletismo. Destes, 4% dos atletas apresentaram achados considerados normais no exame e 96%, achados anormais de ombro. Além disso, foram evidenciados 89% de anormalidades no manguito rotador (tendinopatia ou ruptura) no referido estudo (MURAKAMI et al., 2018.)

O handebol é um esporte coletivo que tem alta taxa de lesões no ombro visto que se caracteriza por sucessivos arremessos aéreos, além do contato físico constante (ASKER et al., 2017). Segundo Landreau P. et al., 2018, o ombro corresponde entre 4 e 27% de todas as lesões no handebol, sendo a maior parte dos acometimentos no ombro causada por atividades aéreas repetitivas que provocam lesões por uso excessivo e não por apenas um mecanismo traumático. De acordo com Forthomme et al., 47% dos jogadores de handebol têm histórico de lesões no ombro dominante, sendo que 90% são decorrentes de lesões microtraumáticas relacionadas ao seu uso excessivo (tendinopatia do manguito rotador), e os 10% são resultantes de lesões traumáticas como luxação, instabilidade ou lesão acromioclavicular

(FORTHOMME et al., 2018).

Atletas de handebol realizam movimentos constantes de arremesso, um mecanismo em que os músculos rotadores externos são recrutados excentricamente para desacelerar o movimento. Caso esses músculos apresentem alguma disfunção, possivelmente não conseguirão conter a energia e absorver os impactos, predispondo a lesões nos músculos e retração capsular no ombro. Além disso, de acordo com estudos, a presença de discinese escapular foi descrita como um fator de risco relacionado com as disfunções do ombro no handebol (ANDERSSON et al., 2017).

Disfunções de ombro são recorrentes em jogadores de handebol. Entretanto, para que haja a prevenção correta, são necessários maior abrangência e conhecimento sobre os fatores

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de risco. Portanto, muitos aspectos vêm sendo relacionados às lesões no ombro nesses atletas, porém não existem muitas pesquisas que determinam com precisão esses fatores de risco (ASKER et al., 2018).

Em um estudo realizado por Martin Asker, foi demonstrado que jogadores de handebol do sexo feminino e que participam da defesa do time tinham mais problemas substanciais no ombro (ASKER et al., 2018). É fato que há alta incidência de lesões de ombro no handebol, contudo houve apenas um estudo abordando a prevalência dessas lesões que associou os problemas de ombro e o sexo nas categorias juvenil e adulta. Portanto, é importante a realização de mais pesquisas sobre esses fatores de risco de lesões no ombro para que, consequentemente, possam ser criadas medidas profiláticas e terapêuticas a fim de se melhorar o rendimento dos atletas.

Este estudo tem como objetivo analisar a prevalência de lesões de ombro, incapacidade funcional e força muscular de membros superiores em atletas de handebol para que, consequentemente, seja possível elaborar medidas preventivas relacionadas às disfunções no ombro de acordo com cada sexo e suas características.

2 METODOLOGIA

Esta pesquisa científica é de análise transversal e foi realizada no centro esportivo da UNICESUMAR-Maringá. A amostra deste estudo incluiu atletas de ambos os sexos, praticantes de handebol em duas categorias: juvenil e adulto. Os critérios de inclusão para o estudo compreenderam jogadores de handebol, de 14 a 35 anos, de ambos os sexos. Em contraponto, foram excluídos os atletas que apresentaram incapacidade de compreensão dos questionários e indivíduos que não aceitaram assinar o termo de consentimento livre e esclarecido.

Os voluntários responderam a um questionário com dados demográficos e antropométricos como idade, sexo, IMC, peso, altura, escolaridade, entre outros. Além disso, responderam a um questionário específico sobre lesões, prévias elaborado pelas autoras, questionário de incapacidade funcional validado para lesões de ombro e, em seguida, foi realizada a análise de força de preensão palmar com uso do dinamômetro manual.

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INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO APLICADOS

1) Shoulder Pain and Disability Index (SPADI): é uma ferramenta para se avaliar pacientes com disfunção no ombro quanto à sua dor e incapacidade para realizar atividades de vida diária. Sua pontuação é utilizada na escala numérica que consiste em 13 itens distribuídos no domínio de dor (cinco itens) e de função (oito itens). Na escala de incapacidade, o número “0” indica “sem dificuldade” e o número “10”, “alta dificuldade (não conseguir fazer)”. Para a escala de dor, o número “0” representa “sem dor” e “10”, “pior dor”. O paciente deve relatar a sua incapacidade e dor durante a semana passada. Caso o paciente tiver acometimento bilateral, deve-se instruí-lo a responder com base no que ele observa com relação ao braço que apresenta mais dor ou disfunção (MARTINS et al., 2010);

2) Western Ontario Rotator Cuff Index (WORC): o WORC foi desenvolvido na língua inglesa e mede a qualidade de vida relacionada à saúde em pacientes com enfermidades do manguito rotador (KIRKLEY et al., 2003). Contém 21 questões, abrangendo cinco domínios: sintomas físicos, trabalho, esportes e recreação, estilo de vida e estado emocional. No questionário, deve-se indicar a intensidade do sintoma na última semana com relação ao ombro afetado. No formato de resposta, cada item tem a possibilidade de ser pontuado de “0” a “100” e o resultado final pode variar de “0” a “2100”. O total de “0” implica em nenhuma redução na qualidade de vida e “2100” é a pior pontuação (LOPES et al., 2008);

3) dinamômetro manual: é um sistema de aferição de tensão, ou seja, avalia a força de preensão palmar no membro superior. É constituído por duas barras de aço paralelas, que, com o sujeito tentando apertar para aproximá-las, se dobram, provocando alteração na resistência dos aferidores (SILVA et al., 2006);

4) ficha cadastral e histórica de lesões prévias: abrange os dados pessoais do paciente (nome, idade, sexo, peso, altura, IMC, entre outros) e as lesões no ombro sofridas pelo paciente nos últimos dois anos. Além disso, engloba o histórico de dor e incapacidades decorrentes desta e lesões prévias.

Análise estatística

Para análise dos dados coletados, foi realizado o teste de normalidade de Kolmogorov-Smirnov. Os dados categóricos foram expressos em frequência e porcentagem; os dados contínuos foram expressos em média e desvio padrão. Para comparação das variáveis entre os

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grupos, foram realizados o teste T de amostras independentes e o Qui-quadrado para comparação das proporções. O nível de significância adotado foi de 5%. Os dados foram analisados no software SPSS.

3 RESULTADOS

Foram inclusos na amostra 71 atletas de handebol (38 homens, 33 mulheres), e os dados descritivos estão na Tabela 1. Cerca de 48% do time masculino juvenil, 46,2% do time masculino adulto, 41,2% do time feminino juvenil e 50 % do time feminino adulto apresentaram lesões no ombro. O resultado do questionário de incapacidade funcional relacionado ao ombro (SPADI) demonstrou média de 11.5(±12.6) no time masculino juvenil, 9.58(±23,85) no time masculino adulto, 5.99(±8.79) no time feminino juvenil e 14.4(±25.38) no time feminino adulto. Apenas o questionário WORC (p 0.02) e os dados do dinamômetro manual em relação à força de preensão palmar mostraram diferença entre os grupos, entretanto a incapacidade funcional avaliada pelo questionário SPADI não foi diferente entre os grupos.

Tabela 1. Características da amostra

Dados descritivos Masculino Juvenil n=25 Masculino Adulto n=13 Feminino Juvenil n=17 Feminino Adulto n=16 Idade (anos (média, dv)) 17 (±0,9) 23,5 (±5,2) 16,1 (±0,8) 26,6 (±4,4)

IMC (kg/m²) 23,7 (±3,0) 26,9 (±3,2) 22,5 (±2,8) 24,5 (±2,8) Tempo de prática (anos) 6,4 (±2,5) 11,3 (±4,9) 5,8 (±2,1) 14,6 (±4,1) Tempo de prática diária (horas) 3,2 (±0,6) 3,1 (±0,3) 2,2 (±0,4) 3,5 (±0,51) Tempo de prática semanal (dias) 5,2 (±1,21) 5,0 (±0) 3,6 (±1) 5,0 (±0)

Teve lesão MMSS (%) 11 (44) 2 (15,4) 7 (41,2) 13 (81,2) Teve lesão MMII (%) 13 (52) 5 (38,5) 9 (52,9) 8 (50,0)

Tem lesão MMSS (%) 7 (28) 0 1 (5,9) 9 (56,2)

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Tem lesão ombro (%) 12 (48) 6 (46,2) 7 (41,2) 8 (50)

Tabela 2. Comparação da incapacidade funcional relacionada ao ombro (WORC e SPADI) e força muscular de membros superiores nas quatro categorias

N Média Desvio

padrão

Valor p

WORC Masculino juvenil 25 393,08 402,96

Masculino adulto 13 113,46 116,81 0,025* Feminino juvenil 17 333,94 422,43 Feminino adulto 16 267,06 455,08 SPADI – Incapacidade Masculino juvenil 25 7,38 10,43 Masculino adulto 13 6,82 23,15 0,194 Feminino juvenil 17 4,72 8,22 Feminino adulto 16 11,27 22,71 SPADI- Dor Masculino juvenil 25 18,34 17,77 Masculino adulto 13 11,23 25,48 Feminino juvenil 17 8,11 12,37 0,184 Feminino adulto 16 19,62 30,99 SPADI- Total Masculino juvenil 25 11,54 12,63 Masculino adulto 13 9,58 23,85 Feminino juvenil 17 5,99 8,79 0,362 Feminino adulto 16 14,44 25,38 Dinamômetro Membro Direito Masculino juvenil 25 39,79 6,95 Masculino adulto 13 46,13 6,59 Feminino juvenil 17 31,10 5,60 0,000* Feminino adulto 16 33,72 4,76 Dinamômetro Membro Esquerdo Masculino juvenil 25 38,04 5,90 Masculino adulto 13 42,55 15,75 Feminino juvenil 17 29,51 5,86 0,000* Feminino adulto 16 33,18 3,17

SPADI: Shoulder Pain and Disability Index; WORC: Western Ontario Rotator Cuff Index. *Diferença estatisticamente significante entre os grupos.

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Figura 1. Gráfico sobre prevalência de dor no ombro nas quatro categorias.

4 DISCUSSÃO

Segundo a pontuação do questionário WORC de incapacidade, a categoria juvenil apresenta maior incapacidade com relação à adulta, com uma média de 393,1 (±403,0) e 333,9 (±422) nos times masculino e feminino, respectivamente. Na avaliação de força de preensão palmar, houve diferença significativa entre os grupos em relação aos sexos, sendo que o sexo masculino apresentou maior força muscular em comparação com o feminino, entretanto é esperado que os homens e as mulheres apresentem dados de força diferentes por razões biológicas. Neste estudo, foi demonstrado que a prevalência de lesões e incapacidade funcional de ombro é alta, sendo maior em times masculino juvenil e feminino adulto, porém não houve diferença significativa entre os sexos. Em relação à presença de dor no ombro, a maior parte dos atletas dos times de handebol relata não apresentar dor no ombro, entretanto, no time feminino adulto, cerca de 50% se queixam de dor.

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Kaplan et al. (2016) realizaram um estudo que avaliou a relação de força de preensão palmar entre mão dominante e não dominante em atletas de diferentes categorias de esporte (basquete, vôlei, badminton e handebol), demonstrando que há diferença significativa na força de preensão manual entre os times do sexo masculino e feminino, sendo o sexo masculino com uma média maior que o feminino em todas as categorias; foi concluído também que essa força aumenta de acordo com a categoria. Notou-se que, em relação à força entre mão dominante e não dominante, também houve diferença significativa, sendo a dominante com maior média em relação à não dominante. Esse estudo foi realizado com 101 atletas para se avaliar a força de preensão manual e foi utilizado o dinamômetro de acordo com as normas internacionais. Percebe-se que os dois estudos tiveram resultados parecidos de acordo com os sexos (times masculinos com maior média de força em relação aos times femininos) e a idade (times adultos com maior média de acordo com os times juvenis).

Em um estudo realizado por Giroto et al. (2017), 312 lesões foram relatadas por 201 atletas de handebol, sendo evidenciado que os ombros (44,0%) e o joelho (26,7%) foram as regiões do corpo mais afetadas por seu uso excessivo, ou seja, overuse. Atletas com lesões prévias apresentaram alto risco de desenvolver lesão também por uso excessivo. Além disso, conforme Almeida et al. (2014), os atletas de handebol sofrem sobrecarga articular associada à alta velocidade de movimento, acarretando em suscetíveis modificações adaptativas no ombro durante o arremesso, provocando aumento de rotação externa e redução da rotação interna em relação ao membro superior contralateral (não arremessador). Em outro estudo, Ejnisman et al. (2001) relatam que, no handebol, os atletas executam cerca de 48 mil arremessos no decorrer de uma temporada, com velocidade média de 130km/h. O arremesso é um movimento balístico do membro superior em que o seu centro de massa ou objeto externo é projetado para fora do centro de massa corporal, apresentando características específicas quanto à intensidade e frequência dos movimentos. A alta energia envolvida nesses movimentos de arremesso no handebol afeta e ultrapassa o limite fisiológico da articulação do ombro, predispondo a lesões nas estruturas deste.

Foram encontrados três estudos (Mohseni-Bandpei et al.,2012; Myklebust et al.,2013; Oliveira et al.,2017) com metodologia semelhante, entretanto os resultados diferem do presente estudo. O artigo realizado por Mohseni-Bandpei et al. (2012) consiste em um estudo que determinou alta prevalência de dor e lesões no ombro em relação a vários esportes, incluindo o handebol, por meio de diferentes questionários para membros superiores. Esse trabalho foi realizado com uma amostra de 613 atletas de seis esportes diferentes que exigem

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articulação do ombro (natação, remo, luta livre, vôlei e handebol). Assim, o artigo mencionado obteve diferença significativa em relação à presença de dor no ombro nesses esportes, dentre eles, o handebol. Na pesquisa feita por Myklebust et al. (2013), houve também alta prevalência de dor em atletas de handebol, sendo realizados testes e questionários de ombro, com uma amostra total de 179 atletas. O terceiro estudo foi de Oliveira et al. (2017) que também constatou alta prevalência de dor no ombro em jogadores de handebol e judô que afetou a funcionalidade e amplitude de movimento de ombro por meio de questionário e teste funcional de membro superior, com participação de 310 atletas no total. Entretanto, na presente pesquisa, a amostra não foi representativa quanto à dor no ombro em atletas de handebol em relação a esses estudos.

No presente estudo, foi realizada a análise da prevalência de lesões, incapacidade e força muscular de membros superiores nos atletas de handebol, entretanto uma limitação da pesquisa envolve o tamanho da amostra que poderia ter sido maior para ser mais representativa e, possivelmente, ter um resultado com maior poder estatístico. Além disso, não foram avaliados a amplitude de movimento e os mecanismos de lesões em relação ao ombro, prejudicando o estabelecimento da correlação entre a prevalência de dor, a incapacidade e as lesões nessa articulação, visto que alterações na mobilidade de ombro podem ser um fator de risco para possíveis lesões e diminuição da funcionalidade no membro superior. Dessa forma, esses fatores podem influenciar no resultado quanto à presença de dor no ombro, podendo justificar a baixa existência de queixas de dor nessa articulação nos atletas de handebol neste estudo.

São necessários mais estudos aprofundados utilizando maior tamanho de amostra para que seja possível confirmar essas associações e relacionar melhor a prevalência de lesões com incapacidade e fraqueza muscular de membros superiores em atletas de handebol e, consequentemente, elaborar medidas preventivas adequadas para as disfunções de ombro nesse esporte.

5 CONCLUSÃO

Com este estudo, pode-se concluir que a prevalência de lesões de ombro no handebol é mais frequente em mulheres e em atletas da categoria juvenil, isso se explica por fatores biológicos, visto que as mulheres apresentam maior instabilidade e maior frouxidão

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ligamentar, comparado aos homens, e supõe-se que o time juvenil tenha menor preparo físico e imaturidade do sistema musculoesquelético. Em relação à média de incapacidade funcional avaliada pelo questionário SPADI, não houve diferença significativa entre os grupos pesquisados,porém se observou que o time feminino adulto obteve a maior média em todas as etapas do questionário tanto na incapacidade quanto na dor. Os valores de preensão manual apresentados diferem de acordo com a categoria e o sexo, principalmente, sendo que os times com maior média de força foram os masculinos adulto e juvenil, isso se explica por fatores fisiológicos normais. Foi observado, também, que não há relação entre força de preensão manual e prevalência de lesão no ombro.

REFERÊNCIAS

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APÊNDICE A – INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS QUESTIONÁRIO SPADI

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Referências

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