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DOCUMENTO PARA AS COMUNIDADES COMBÚ, BELÉM DO PARÁ E BOA VISTA DE ACARÁ DO PARÁ

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DOCUMENTO PARA AS COMUNIDADES COMBÚ, BELÉM DO PARÁ E BOA

VISTA DE ACARÁ DO PARÁ

Resultados da pesquisa

Maio-Julho 2006

Pesquisadora: Jennifer Lewis, Yale University, New Haven, CT Instituição: Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia, Belém do Pará

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Resumo

Este documento é especificamente para as comunidades de Combú e Boa Vista. O relatório representa os resultados completos do estudo que foi feito durante os meses de Maio até Julho 2006. Espero que os dados podem servir a comunidade para saber mais informação básico sobre as famílias, perspectivas sobre o futuro e também para usar no futuro para conseguir apoio das municipalidades, organizações não-gubermentais ou outra entidade que pretende apoiar iniciativas de desenvolvimento na comunidade.

A reportagem tem a seguinte organização:

I. Introdução II. Métodos

III. Informe descritivo para as comunidades A. Demográfica

B. Produção de açaí 1. Combú 2. Boa Vista C. Outros produtos

IV. Sugestões para as comunidades

O documento deve ser lido pelos líderes da comunidade e depois apresentado aos participantes interessados no seguimento do processo de desenvolvimento da zona. As partes I.-III. apresentam os dados básicos que

resultaram da pesquisa através das entrevistas com as famílias em cada comunidade. Cada explicação também tem gráficos que representam os resultados. A última parte do documento descreve sugestões específicos para as duas comunidades segundo a autora do documento depois de ter feito a pesquisa desde o início. São idéias simplesmente, e podem ser úteis ou não, dependendo do consenso dos membros da comunidade. Estas idéias também podem ser úteis para apresentar a pessoas interessadas em apoiar as comunidades no futuro como pontos de entrada para projetos.

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I. Introdução

Este estudo analisa as formas de integração dos padrões de migração associados com a área próxima da cidade de Belém do Pará e a produção de produtos tradicionais no contexto de manejo florestal. O estudo identificou especificamente os padrões de manejo de dois produtos e as decisões familiares quanto ao investimento nos produtos tradicionais da terra. Mais além, o estudo procurou identificar a perspectiva da migração de pessoas das áreas rurais até a região peri-urbana e também as potenciais repercussões associadas à migração resultante até a cidade. O estudo tomou as comunidades de Combú da municipalidade de Belém e Boa Vista da municipalidade de Acará e os produtos açaí e andiroba como estudos de caso para a pesquisa. A açaí representa um produto bem estudado e produzido em grande extensão na área perto de Belém e a andiroba representa um produto atualmente produzindo em pequena escala na região. O relatório seguinte é um documento preparado para as comunidades onde foi realizada a pesquisa e também para as municipalidades de Belém e Acará como base de informação sobre estas comunidades.

II. Métodos

A pesquisa foi feita durante o período de Maio – Julho 2006 nas duas comunidades de Combú e Boa Vista, que ficam na região peri-urbana de Belém do Pará. São dois os objetivos principais da pesquisa: conseguir dados demográficos básicos familiares e identificar padrões da produção de açaí e andiroba das famílias nas comunidades. Mais especificamente a pesquisa tinha a intenção de estabelecer a história de origem dos membros da comunidade, mapear os atuais padrões de migração das famílias e conhecer expectativas futuras das famílias com respeito à migração. Adicionalmente, tentamos identificar sistemas de manejo utilizados para produtos agrícolas, investigar mercados usados pelas famílias na venda do produto, examinar dados econômicos básicos para que os produtos sejam sustentáveis e mapear expectativas futuras das famílias no que diz respeito a produção dos produtos enfocados.

Para facilitar a coleta de dados, a pesquisa teve como base um questionário que foi preenchido junto a 50% das casas nas duas comunidades, escolhidas de maneira aleatória. Foram feitas também entrevistas mais extensas com líderes das comunidades, representantes da municipalidade de Belém (Secretária de Economía - SECON), professores nas Universidades Federais (Universidade Federal do Pará - UFPA, Universidade Federal Rural da Amazônia - UFRA) e agentes de Organizações Não-Governamentais (Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia - IMAZON, Centro Internacional de Foresteria - CIFOR) que complementaram os dados coletados nas comunidades. Além disso, mapas das comunidades foram feitos com a cooperação de 2 líderes de cada comunidade.

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III. Informe descritivo para as Comunidades

A. Demográfica

O estudo mostra que em Combú, 49% dos respondentes e em Boa Vista, 38% dos respondentes, são migrantes de outros lugares. Dados da geração anterior indicam que em Combú, 66% e 72% de mães e pais migraram até esta ilha. Em Boa Vista, 46% e 41% de mães e pais migraram de outros lugares (Figura 1). A maioria de migrantes são de comunidades rurais no Pará ou do Nordeste do Brasil. As participantes disseram que a geração dos pais veio para estas comunidades procurando trabalho e depois decidiram ficar próximos à cidade.

Figura 1. Localidade de origem para participantes e geração anterior a sua.

Origem, Boa Vista Origem, Combu

Origem Mãe, Boa Vista Origem Mãe, Combu

Origem Pai, Boa Vista Origem Pai, Combu

Guajara Miri Guajaracu Igarape Miri Iquitos, Peru Jenipauba Macapa Murutucum Oeiras do Para

Sao Sebastiao de Boa Vista Tancua Abaitetuba Acara Barcarena Breves Doesn't know Jaquarequara Marajo

Rio Grande do Norte Santo Antonio do Acara Sao Miguel do Guama Amazonas Ananindeua Amazonas state Aninandeua Capim Espiritu Santo Ilha das Oncas Sao Francisco de Para Belem Boa Vista Braganca Cameta Capitao Poco Ceara Combu Categoria

Localidade de Origem

Cem por cento das pessoas entrevistadas disseram que preferem as comunidades para poder morar em vez na cidade. Em Combú, 11% das pessoas da próxima geração (2ª geração) indicaram que preferem a cidade. Em Boa Vista, 57% desta próxima geração preferem a cidade, indicando uma mudança de preferência entre as diferentes gerações. Também, esta mudança é evidente na perspectiva sobre futura migração. Em Combú, 86% das pessoas entrevistadas disse que não há possibilidade de eles mudarem-se no futuro. Na próxima geração,

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5 65% não vão migrar. Em Boa Vista, 86% dos respondentes e 70% da próxima geração disseram que não vão migrar para a cidade (Figura 2).

Figura 2. Probabilidade de migração para participantes e próxima geração.

Probabilidade migração (1-5), Boa Vista Probabilidade migração (1-5), Combu

Probabilidade migração filhos, Boa Vista Probabilidade migração filhos, Combu

1 2 3 5 4 Categoria 2.8% 2.8% 8.3% 86.1% 8.6% 5.7% 85.7% 8.5% 6.4% 12.8% 2.1% 70.2% 3.4% 3.4% 24.1% 3.4% 65.5%

Probabilidade de migração (1=não possíval, 5=muito possível)

Algumas famílias já mostram migração até a cidade. Em Combú, 34% das famílias têm pelo menos uma pessoa que migrou de maneira permanente até a cidade. Além disso, 31% das famílias têm uma pessoa que migrou e depois voltou para a comunidade. Em Boa Vista, 42% têm na família uma pessoa que migrou permanentemente para a cidade e 47% têm pelo menos uma pessoa que migrou e voltou. No total, dos 45 indivíduos que anteriormente migraram à cidade e voltaram, a grande maioria disse que "não se acostumou com a cidade" e esta foi a razão principal de voltar para a comunidade de origem. O tempo médio que estas pessoas ficaram em Belém foi 5.4 anos antes de voltar.

Além disso, é importante considerar o papel essencial que tem a cidade na vida cotidiana das pessoas nestas comunidades. A cidade é vista como oportunidade econômica, o futuro para educação e um lugar para comprar alimentos e produtos necessários. Muitas pessoas dividem o tempo entre o cultivo da terra (açaí, mandioca,

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cacau, entre outros produtos) e o trabalho na cidade (construção civil, emprego doméstico). A percepção é que ambas fontes de renda não são fixas ou permanentes, e por isso as pessoas sentem que precisam fazer as duas coisas para assegurar-se de que podem manter sua família. Também sentem que nenhuma opção de emprego no local onde vivem oferece segurança para o futuro.

A maioria das pessoas que fizeram parte da pesquisa indicaram que preferem que os seus filhos estudem na cidade. Isso porque a cidade é vista como o futuro para trabalho e estudos já que a área rural não oferece oportunidades suficientes para as famílias. Também, atualmente não existem escolas secundárias nestas comunidades, então os jovens têm que viajar ou migrar para continuar os seus estudos. Inicialmente esses jovens vão estudar, mas muitos deixam os estudos após a chegada pela necessidade de conseguir um emprego para se manter na cidade. Também muitas pessoas utilizam a cidade para fazer compras e vender produtos agrícolas. Em Combú, 55% das famílias têm barco próprio e 83% disseram que vão para a cidade para comprar alimentos ou outros produtos básicos, a resposta mais comum. Em Boa Vista, a maioria das famílias dependem de barcos de linha para viajar até a cidade e 74% disseram que vão principalmente para fazer compras.

B. Produção de Açaí

Atualmente a produção de açaí está em crescimento em toda a região perto de Belém. Entre as duas comunidades, existem várias diferenças nos sistemas do manejo que é importante analisar. Ninguém exporta açaí destas comunidades. O manejo é afetado pelo aumento de preço local e percepção da demanda para açaí no futuro.

b.1. Combú

Por ser uma ilha, a várzea de Combú tem sido utilizada para a produção de açaí junto com cacau há muito tempo. O sistema tradicional mais adequado para estas áreas é um manejo de pouca plantação, limpeza em baixa escala para manter a produção nativa e diversidade de plantas dentro do mato. Como em toda a região, a variabilidade do preço ao longo do ano afeta a produção e a capacidade do açaí se tornar o produto principal. São produzidas em média 21,6 rasas por semana na safra, vendidas por R$67,60/raza. Fora da safra, são produzidas 7,9 razas por semana, vendidas por R$13,30/raza. Existem algumas famílias em Combú que têm relações fixas com compradores em Belém que oferecem preços entre R$25-45 por rasa durante todo o ano. Estas famílias sentem que este sistema é melhor porque recebem um preço já definido e sempre têm um mercado para o produto, que o representa uma segurança para estas pessoas.

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7 Existem várias pessoas nesta comunidade que dependem do açaí para a renda familiar; 30% das famílias disseram que dependem só de açaí para a renda familiar e para a grande maioria, é o produto principal (Figura 3). Em Combú quase a metade das famílias disseram que a renda ganha pelo açaí é suficiente para manter a família sem migrar.

Figura 3. Importância do açaí para renda familiar em Combú.

Importância (0=não importante 10=muito importante)

P o rc e n ta g e m 10 8 6 4 2 0 35 30 25 20 15 10 5 0

Importância do açaí para renda (1-10)

Comunidade = Combú

As famílias querem seguir produzindo mais no futuro por causa do aumento do preço nos portos de Belém; 31% querem só aumentar a área e 20% querem aumentar a intensidade na área que já contém açaí, indicando que a extensão do terreno pode ser um fator que venha a limitar a produção no futuro (Figura 4).

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Figura 4. Decisão sobre produção de açaí.

aumentar área aumentar intensidade aumentar intensidade e área não tem resposta

mesma quantidade Categoria 11.4% 14.3% 22.9% 20.0% 31.4%

Decisão sobre produção

Comunidade = Combú

Figura 5 mostra que 6 famílias têm 50% das suas árvores de açaí plantadas e 10 outras famílias que têm menos de 30% do seu açaí plantado, mostrando um sistema histórico do manejo baseado no mato nativo e crescimento de plantas de uma maneira natural.

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9 Figura 5. Porcentagem do açaí plantado.

% Plantado N ú m e ro d e f a m íli a s 100 80 60 40 20 6 5 4 3 2 1 0 3 0 1 0 2 6 0 2 3 5

Porcentagem do açaí plantado

Comunidade = Combú

b.2. Boa Vista

Por ser terra firme, o inicio da produção de açaí é mais recente na comunidade de Boa Vista. Historicamente, a comunidade tem dependido de mandioca e só nestes anos anteriores as famílias começaram a produzir açaí. Isso é importante mencionar porque a qualidade de solo, crescimento das palmeiras e a qualidade de fruta é diferente e mais devagar em terra firme, segundo as entrevistas. Como em toda a região, a variabilidade do preço ao longo do ano afeta a produção e a capacidade que este produto se torne num produto principal no futuro. Na safra, eles produzem em média 3,3 rasas de açaí por semana, vendidas a R$65,70 e fora da safra, produzem uma média de 1,3 rasas por semana, vendidas por R$13,30.

Existem poucas pessoas que atualmente dependem economicamente do açaí para a renda familiar. Trinta e três por cento das famílias responderam que o açaí representa metade da sua renda e 31% não vendem o açaí, portanto o produto não contribuir para a sua renda (Figura 6). Em Boa Vista, só 25% das famílias disseram que a renda obtida pelo açaí é suficiente para manter a família sem pensar em migrar, um porcentagem menor do

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que em Combú. Isto indica que as famílias realmente estão dependendo de outros produtos além do açaí para se manter.

Figura 6. Importância do açaí para renda em Boa Vista.

Importância (0=não importante 10=muito importante)

P o rc e nt ag e m 10 8 6 4 2 0 35 30 25 20 15 10 5 0

Importância do açaí para renda (1-10)

Comunidade = Boa Vista

Esta situação está mudando rapidamente em Boa Vista; todas as famílias indicaram que querem aumentar a produção e venda de açaí no futuro. Trinta e nove por cento querem plantar mais e 21% querem aumentar a intensidade da produção que já existe (Figura 7).

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11 Figura 7. Decisão sobre produção.

aumentar área aumentar intensidade aumentar intensidade e área não tem resposta

mesma quantidade Categoria 5.6% 18.1% 20.8% 16.7% 38.9%

Decisão sobre produção

Comunidade = Boa Vista

Figura 8 mostra que das famílias produzindo açaí em Boa Vista, a grande maioria (22 famílias) plantou todo o açaí no seu terreno. Este é o padrão existente em Boa Vista porque historicamente o terreno foi utilizado para o plantio da mandioca, então o mato natural já não existe nesta área e as famílias têm que plantar em vez de só promover o crescimento das plantas, a técnica mais comum na várzea. Existem casas situadas na beira do rio em Boa Vista, e estes terrenos ainda têm um sistema de manejo mais próximo do utilizado na floresta.

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Figura 8. Porcentagem do açaí plantado. % Plantado N ú m e ro d e f a m íli a s 100 80 60 40 20 25 20 15 10 5 0 22 0 5 6 0 12 5 3 2 2

Porcentagem do açaí plantado

Comunidade = Boa Vista

C. Outros produtos

Nas duas comunidades, a produção agrícola é muita diversificada (Figura 9), mostrando um matriz de estratégias de uso da terra para produção econômica. Essa diversidade também assegura opções econômicas no futuro e oferece uma maneira de conservar a viabilidade ecológica da terra nessas áreas.

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13 Figura 9. Número de produtos agrícolas além do açaí por comunidade.

Boa Vista Combu

0 produtos 1 produto 2 produtos 3 produtos 4 produtos 5 produtos Categoria 9.7% 33.3% 15.3% 18.1% 15.3% 8.3% 2.9% 31.4% 42.9% 14.3% 8.6%

Número de produtos agrícolas

Quanto a andiroba, o outro produto estudado, existe pouca produção nestas comunidades. Há vários fatores que limitam o potencial de óleo de andiroba. Primeiro, esta região tem poucas árvores de andiroba, a maioria foi derrubada. O processo é acelerado pelo fato que a madeira tem um valor maior do que o óleo, limitando o incentivo para produzir. Segundo, o produto precisa de muito tempo e esforço para produzir, então o dinheiro ganho não é suficiente para justificar o investimento no trabalho. Terceiro, várias pessoas indicaram que têm alergia ao óleo, outra limitação para a produção em maior escala.

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Figura 10. Razões pelos quais as famílias não produzem andiroba.

Boa Vista Combu

muito trabalho não tem interesse não tem conhecimento

não tem conhecimento nem interesse não tem conhecimento, produto sem mercado não tem conhecimento, muito trabalho produto sem mercado

produto sem mercado, muito trabalho não tem tempo

alergia da pele Categoria 17.2% 1.7% 3.4% 10.3% 3.4% 10.3% 34.5% 19.0% 10.3% 6.9% 17.2% 3.4% 6.9%3.4% 31.0% 20.7%

Porque não produz andiroba para vender

IV. Sugestões para as comunidades

Ao final do estudo, quero oferecer algumas sugestões e pontos que podem ser contemplados dentro das comunidades para preparem-se melhor para o futuro.

Enquanto as tendências da migração, será importante examinar os padrões históricos junto com as perspectivas sobre o futuro. Dado que muitas pessoas da geração adulta agora têm migrado e voltado as comunidades de origem por não se acostumar com a cidade, o ato de promover mudança dos filhos tem que ser feito com cuidado para que a mesma situação não aconteça. Se algumas pessoas quiserem mudar à cidade, deve ser com uma consciência das dificuldades desta mudança de vida. Para as pessoas que querem ficar nas comunidades, devem pensar ativamente o que vão fazer para viabilizar as condições da vida a largo prazo. Isso pode ser feito através de uma maior valorização das comunidades de Combú e Boa Vista e também através de uma valorização da educação local. Esses valores são muito importante no futuro investimento nas comunidades e também para assegurar melhores oportunidades para a seguinte geração se alguns deles realmente migram para

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15 a cidade. Logicamente, a infra-estrutura das escolas e serviços básicos são investimentos de responsabilidade da municipalidade, então a comunidade deve se organizar para reinvidicar esses projetos.

A dependência da cidade pode ser avaliada de várias maneiras. Como é um fato que a maioria das famílias viajam para comprar alimento básico, é possível pensar em aliviar esta dependência e os custos associados com um investimento em produção básica dentro das comunidades. Por exemplo, um teste de produção de hortaliças pode ser um experimento interessante. Para que esta idéia seja um sucesso, sería útil obter informação técnica ou talvez apoio da municipalidade ou outras organizações com experiência em temas agrícolas na região. Especificamente com o tema do açaí, atualmente essas duas comunidades estão recebendo mudas sem informação sobre o manejo. A municipalidade deve oferecer informação com este tipo de projeto. Também, acho que seria interessante uma troca de experiências e informação entre Combú e Boa Vista sobre a produção de açaí. As municipalidades de Belém e Acará tal vez possam oferecer recursos para que este tipo de intercâmbio aconteça.

Várias outras idéias para oferecer às comunidades resultaram das entrevistas. Como ninguém está produzindo açaí para exportar e todos os produtores respondem à variabilidade do preço do mercado urbano de Belém, devem considerar uma forma de organizar a produção para assegurar mais segurança na produção. Por exemplo, os produtores podem pensar em formar uma cooperativa. Este tipo de grupo poderia negociar melhor com os compradores em Belém e talvez estabelecer uma relação fixa com as comunidades. Também, é importante reconhecer o valor da diversidade da produção, tanto para a ecologia da terra quanto para a renda econômica sustentável. Existem muitos produtos com potencial econômico já em produção e é importante manter esta diversidade em vez de concentrar-se em um só produto para continuar a ter mais opções para o futuro. As famílias dentro das comunidades têm conhecimento muito diverso sobre a produção agrícola e essa cultura de diversidade de plantas é muito importante porque oferece uma segurança para as famílias no futuro. Neste sentido, a "monocultura," que é um sistema de um produto só, representa um risco grande para os produtores e um desenvolvimento realista e sustentável nesta região implica uma variedade de opções da produção.

Finalmente, no diálogo com os entrevistados surgiram dois temas interessantes: turismo e artesanato. Por ficar perto de Belém, o potencial para estas atividades é muito alto. Se decidem explorar o tema, as comunidades devem se organizar bem, incorporando a maior número de pessoas interessadas possível em diferentes atividades. Quanto ao artesanato, esses produtos (incluindo a produção de óleo de andiroba como artesanato) podem ser vendidos dentro da comunidade e em Belém. Este tipo de projeto promoverá uma valorização da comunidade e meio ambiente ao redor da comunidade que complementará os esforços para manter a sustentabilidade da produção agrícola. Existem várias pessoas (especificamente em Boa Vista) que já têm em

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andamento idéias e projetos de artesanato e podem servir como líderes neste tipo de iniciativa. Para concluir, Combú e Boa Vista são comunidades ricas em cultura, conhecimento local, recursos naturais e potencial econômico e devem ser valorizadas e conservadas de maneira integrada e sustentável para o futuro e existem muitas idéias e recursos dentro das comunidades que podem ser utilizadas para este fim.

Informação de contato:

Jennifer Lewis

Yale University School of Forestry and Environmental Studies 150 Bishop St.

New Haven, CT 06511 (+1) 919-623-5826

Referências

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