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RESENHAS. WACHHOLZ, Wilhelm. História e Teologia da Reforma: Introdução. São Leopoldo: Sinodal/CAPES, 2010, 176 p. Claus Schwambach 1

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RESENHAS

WACHHOLZ, Wilhelm. História e Teologia da Reforma: Introdução. São Leopoldo: Sinodal/CAPES, 2010, 176 p.

Claus Schwambach1

O presente livro de Wilhelm Wachholz, professor titular das disciplinas de teologia e história em cursos de graduação e pós-graduação nas Faculdades EST (São Leopoldo/RS), possui dois enfoques bem definidos. Quer ser uma apresentação da “história” e da “teologia” da Reforma protestante. Além disso, quer desenvolver essas duas ênfases na forma de uma “introdução”. Ao optar por enfocar o assunto dessa forma, o livro acaba se tornando ideal para todo aquele que deseja localizar-se no conjunto complexo dos principais temas que despontam na história da Reforma. Foi escrito de forma didaticamente muito bem elaborada, tendo como estrutura básica da apresentação um esboço sistemático-teológico, dentro do qual as ênfases históricas e teológicas são desenvolvidas. Wachholz inicia apresentando o contexto da Reforma para, em seguida, discorrer sobre a “experiência de Deus” feita pelos reformadores (U. Zwinglio, João Calvino e, em especial, M. Lutero). Em seguida, oferece uma visão panorâmica sobre as convergências e divergências existentes entre os principais reformadores (Lutero, Melanchthon, Zwinglio, Ecolampádio, Bucer e Calvino), possibilitando ao leitor uma compreensão fácil sobre as diferenças entre eles. Após esses capítulos mais introdutórios, o autor inicia uma abordagem mais voltada para a exposição das ênfases dos principais reformadores sobre os principais tópicos da teologia sistemática: Fé, justificação e santificação; Bíblia; Deus onipotente: predestinação; Jesus Cristo e o Espírito Santo; Igreja; Sacramentos: meios da graça divina; Estado; Iconografia. Na

Informações sobre o autor podem ser encontradas no início do artigo sobre “As refor-mas do culto realizadas por M. Lutero”.

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ISSN 0104-0073 eISSN 2447-7443 Licenciado sob uma Licença Creative Commons Atribuição – Não Comercial – Sem Derivações 4.0 internacional

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apresentação desses tópicos, o esquema utilizado pelo autor é basicamente sempre o mesmo. A saber, ele apresenta as concepções de cada um dos reformadores sobre o assunto em pauta, sempre contrastando as concepções de algum modo. Essa forma de exposição facilita em muito o acesso do leitor aos diversos temas, bem como a apropriação deles pelo leitor. Chama a atenção que o autor inseriu, ao longo da obra, uma série de imagens, citações importantes e quadros contendo sínteses de conteúdo, o que torna o livro muito atrativo sob o ponto de vista do leitor. Merece destaque, a nosso ver, que essa forma de exposição apresenta uma série de vantagens. Em primeiro lugar, ela facilita – como o próprio nome do livro já diz – o acesso a essas informações no âmbito de “introdução”. Nesse sentido, a obra de Wachholz certamente preenche uma lacuna no mercado atual, pois chegou para tornar-se leitura básica para teólogos e estudantes de teologia, bem como para historiadores, cientistas sociais, filósofos. Chega a ser um livro que, sem perder a precisão, figura como opção de leitura acessível ao membro da comunidade cristã que está interessado em conhecer melhor a história e a teologia da Reforma. Em segundo lugar, o livro chegou para ocupar um lugar específico nas leituras das academias teológicas, prestando-se tanto à área da história da igreja quanto à área da teologia sistemática. O fato de não reduzir os conteúdos à pura apresentação da história ou à pura síntese das doutrinas dos reformadores precisa ser visto como mérito do autor, que conseguiu mostrar como história e teologia aparecem imbricadas. Em terceiro lugar, a forma de apresentação, sempre preocupada em auxiliar o leitor a compreender os contrastes existentes entre os reformadores, não oferece respostas prontas, mas instiga à reflexão crítica do leitor sobre os diversos assuntos em pauta. A obra cumpre, assim, uma importante função didática, confrontando o leitor com diversos dados do passado, mas indiretamente sempre o provocando a refletir sobre seu presente. Uma última vantagem é que a obra, olhando mais para o uso como material didático nas faculdades teológicas, presta-se tanto às instituições de tradição luterana como de tradição reformada, por cobrir a diversidade dos enfoques protestantes.

De forma geral, o autor concentra-se nos assuntos absolutamente centrais de cada tema abordado, levando em conta, em sua abordagem, um conjunto de obras clássicas importantes sobre cada assunto pesquisado. O leitor não encontrará aprofundamentos e detalhamentos mais amplos, até por não ser a intenção da obra.

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que apresenta o livro, faz. Ele lembra que, embora existam entrementes diversos escritos dos reformadores publicados, bem como um conjunto de obras secundárias acessíveis em português, a última síntese desse tipo em português remonta ao ano de 1963. Já daí se depreende que o livro preenche uma lacuna e é altamente recomendável à leitura. Será leitura imprescindível nas academias, em especial, as teológicas.

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BRAKEMEIER, Gottfried. Panorama da Dogmática Cristã. À luz da confissão luterana. São Leopoldo: Sinodal/EST, 2010, 134 p.

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O mercado de literatura teológica brasileira é pobre de produções sistemático-teológicas sintéticas e, ao mesmo tempo, profundas, didaticamente acessíveis tanto ao leitor da academia quanto ao membro e líder de comunidade cristã que esteja interessado na doutrina cristã. O livro do conhecido e experiente teólogo Gottfried Brakemeier preenche essa lacuna. Embora tenha sido elaborado “à luz da confissão luterana”, seria certamente um erro crasso entender sua exposição como advogada de um estreitamento confessionalista. Antes pelo contrário, Brakemeier nutre sua abordagem de materiais e convicções teológicas que se tornaram em bem comum ecumênico. Por isso, a doutrina cristã, apresentada sob uma perspectiva luterana, não deixa de ser interessante ao leitor de outras tradições eclesiais e teológicas. O livro preenche uma determinada lacuna por representar “uma síntese do vasto campo da dogmática cristã”, escrita de forma “sucinta, acessível, didática”, contendo “noções básicas da fé cristã em perspectiva luterana” (Brakemeier, no Prefácio). Brakemeier está consciente das limitações de tal abordagem sintética, passível de tornar-se superficial e de carecer de aprofundamentos. No entanto, entende que as vantagens de uma tal apresentação sintética e didática compensam o risco da publicação, com o que certamente temos que concordar. Inclusive a apresentação das frases principais, que resumem os conteúdos, em negrito, ao longo do livro, facilitam tremendamente a localização visual e a memorização, além de confrontarem o leitor com o “suprassumo” das afirmações teológicas.

Quanto à intencionalidade pretendida pelo autor em relação ao

público-Informações sobre o autor podem ser encontradas no início do artigo sobre “As refor-mas do culto realizadas por M. Lutero”.

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alvo, este pensa primariamente nos “estudantes de teologia” em sentido amplo, tanto aqueles que estão na academia, quanto aqueles que estão nas comunidades. Como alguém que atua como docente na academia, já é possível afirmar que, tendo nascido e crescido na academia, além de ter sido elaborado primariamente para um público das academias, doravante realmente não poderá faltar nas academias, em especial as teológicas.

O livro foi estruturado de forma muito didática, seguindo os principais tópicos clássicos de uma teologia sistemática cristã: Dogmática – doutrina da fé; Teologia enquanto discurso sobre Deus; Cosmologia ou a visão do mundo como criação; Antropologia; Cristologia e Soteriologia; Pneumatologia; Eclesiologia; Escatologia; Obra do Deus triúno. Na elaboração desses temas, Brakemeier leva em conta as principais referências do pano de fundo bíblico, os credos ecumênicos, afirmações de Pais da Igreja de todos os tempos e contribuições advindas da discussão teológica recente. A elaboração pressupõe o contexto brasileiro e, dentro dele, o contexto específico da igreja luterana. Ao apresentar as diversas ênfases teológicas em torno de cada assunto, o autor não dá ao leitor simplesmente um conjunto de respostas prontas, mas o incita e provoca à reflexão, ao discernimento teológico e ao posicionamento pessoal. Resta desejar muitos leitores a essa obra, que não poderá faltar em nossas bibliotecas institucionais e particulares.

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BULL, Klaus-Michael. Panorama do Novo Testamento: História – Contexto – Teologia. Tradução de Uwe Wegner. São Leopoldo: EST; Sinodal, 2009, 237 p.

Roger Marcel Wanke3

Panorama do Novo Testamento é um lançamento da Editora Sinodal,

que segue a mesma proposta do livro de Martin Rösel, Panorama do Antigo

Testamento, apresentado na última edição de Vox Scripturae – Revista Teológica Brasileira (cf. Vox Scripturae vol XVIII n°1 julho de 2010, p. 222-226). O livro

quer ser um manual para o aprendizado e o aprofundamento de Conhecimentos Bíblicos do Novo Testamento. Assim como o livro de Rösel, também este supre uma lacuna para os leitores em língua portuguesa que desejam obter conhecimento bíblico, seja em faculdades e seminários teológicos, bem como na leitura pessoal e comunitária da Bíblia. O autor, Klaus-Michael Bull, é professor de Novo Testamento na Universidade de Rostock na Alemanha. Seu livro, atualmente na sexta edição (2008), é em seu país uma das principais obras utilizadas por estudantes de teologia no estudo e aprofundamento de seus conhecimentos bíblicos (Bibelkunde) do Novo Testamento. A Tradução de Uwe Wegner para o português do livro de Bull é baseada na quinta edição da versão alemã (2006).

O Livro é composto basicamente de cinco partes. Num primeiro momento (p. 7-10), Bull faz uma breve introdução ao Novo Testamento, abordando a composição, estrutura e a relação do Novo com o Antigo Testamento. Além disso,

Roger Marcel Wanke (Dr.) é docente na área bíblica, com ênfase em Antigo Testamento, na FLT - Faculdade Luterana de Teologia. Concluiu seu doutorado em 2009, na facul-dade de teologia evangélica da Universifacul-dade Friedrich Schiller, em Jena, na Alemanha, sobre o tema da “Praesentia Dei – As concepções da Presença de Deus no livro de Jó”. É Pastor da IECLB - Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil desde 1997 e faz parte do Comitê Editorial da Revista Vox Scripturae. E-mail: roger.wanke@flt.edu.br 3

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o autor cita também, de forma breve, a língua grega coiné, usada para a redação dos livros neotestamentários, bem como questões inerentes ao processo de canonização e, por último, do fenômeno da pseudoepigrafia, que está diretamente ligado à autoria dos escritos do Novo Testamento.

Na segunda parte de seu livro (p.11-153), Bull apresenta de forma clássica e sistemática os 27 livros do Novo Testamento, iniciando pelos Evangelhos (Mateus – João, p. 15-54), introduzindo o que a Ciência Neotestamentária tem chamado de “Problema Sinótico” (p. 12-14). Seguindo, Bull aborda o livro de Atos

dos Apóstolos que, segundo o seu gênero literário, é classificado como um livro

histórico (p.55-63). Na sequência, o autor apresenta as cartas paulinas (Rm – Hb, p. 64-127), discorrendo desde a espístola aos Romanos até a epístola aos Hebreus, embora esta, segundo o autor e a maioria dos exegetas, não seja uma carta de autoria paulina (cf. p.121). Um segundo bloco de cartas neotestamentárias, as assim chamadas cartas católicas, são apresentadas pelo autor (Tg – Jd, p. 128-146). Não por último, Rösel aborda o livro de Apocalipse de João (p. 147-153). Cada uma dessas partes ou blocos inicia sempre com uma breve introdução, na qual o autor expõe algumas considerações históricas e exegéticas, bem como alguns resultados da atual pesquisa neotestamentária. Cada um dos livros do Novo Testamento recebe atenção especial. Bull apresenta sistematicamente uma breve introdução de cada livro, bem como informações a respeito de seu surgimento, destinatários e a estrutura comentada de cada uma das partes dos livros neotestamentários. O autor consegue transmitir valiosas informações que possibilitam ao leitor uma visão panorâmica tanto da história, do contexto e da teologia de cada um dos livros do Novo Testamento.

Na terceira parte (p. 154-184), Bull apresenta, quase que de forma inédita em livros do mesmo gênero, os principais livros dos Pais Apostólicos (Didaquê, Carta de Barnabé, Primeira e Segunda Carta de Clemente, Cartas de Inácio de Antioquia, Carta de Policarpo, Martírio de Policarpo, Fragmentos de Pápias / Fragmento de Quadratus, Escrito de Diogneto e Pastor de Hermas). Dessa forma, o leitor tem acesso a informações curtas, mas necessárias para a compreensão desses livros, que formam escritos importantes do Cristianismo Primitivo e “que compreendem a literatura cristã mais antiga fora do Novo Testamento” (p. 154).

Na quarta parte (p. 185-228), Bull apresenta dez capítulos temáticos que possuem um duplo objetivo. “Por um lado, são oferecidas informações que facilitam o entendimento dos escritos do Novo Testamento (...) Por outro,

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pretende-se realizar a experiência de perseguir perguntas teológicas centrais do Novo Testamento (...)”. Para citar alguns dos principais temas apresentados vale a pena destacar: “Vida e pregação de Jesus de Nazaré” (p. 185-191), “História do Cristianismo Primitivo” (p. 202-207), “Partidos religiosos no Judaísmo na época do cristianismo primitivo” (p. 210-221) e “Os Escritos de Qumrã e o Novo Testamento” (p. 223-226). Não por último, mas digno de nota é ainda o fato de Bull incluir, no final de sua obra, um pequeno Glossário, explicando palavras estrangeiras e termos teológicos que frequentemente são usados na literatura especializada.

Metodologicamente, o autor segue a própria ordem dos livros do Novo Testamento e, com uma linguagem clara, repassa ao leitor o maior número de informações possível, tanto do conteúdo, como da pesquisa dos escritos neotestamentários. Com certeza, o leitor brasileiro tem em suas mãos um livro valioso, que o auxiliará em seu aprendizado bíblico e teológico do Novo Testamento.

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GERTZ, Jan Christian (Hg.) Grundinformation Altes Testament. Eine Einführung in Literatur, Religion und Geschichte des Alten Testaments. In Zusammenarbeit mit Angelika Berlejung; Konrad Schmid und Markus Witte. 3., überbearbeitete und erweiterte Auflage, Göttingen: Vandenhoeck & Ruprecht (UTB 2745), 2009, 639 p.

Roger Marcel Wanke4

A Ciência Veterotestamentária tem, nas últimas décadas, contribuído de forma considerável para a melhor compreensão do Antigo Testamento, da Religião de Israel, bem como da relação entre Israel e os seus povos vizinhos. Uma infinidade de métodos e os resultados da pesquisa exegética e histórica têm impulsionado uma grande discussão e o surgimento de diversas hipóteses e modelos para compreender, desde o processo de surgimento dos livros do Antigo Testamento, bem como os pressupostos historiográficos e, não por último, a intenção de cada uma das tradições teológicas e literárias do antigo Israel. Junto a isso e, em decorrência de toda essa produção científica em torno do Antigo Testamento, pode-se afirmar que a Ciência Veterotestamentária tem passado, nos últimos anos, por uma mudança de paradigma. Modelos do passado, que levavam os nomes de Hermann Gunkel, Julius Wellhausen, Albert Alt, Martin Noth, Gerhard von Rad, entre outros, foram revistos, corrigidos, retrabalhados ou até mesmo rejeitados. Novos paradigmas foram encontrados pelos estudantes destes, que hoje figuram entre os clássicos, os pais da Ciência Veterotestamentária

Roger Marcel Wanke (Dr.) é docente na área bíblica, com ênfase em Antigo Testamento, na FLT - Faculdade Luterana de Teologia. Concluiu seu doutorado em 2009, na facul-dade de teologia evangélica da Universifacul-dade Friedrich Schiller, em Jena, na Alemanha, sobre o tema da “Praesentia Dei – As concepções da Presença de Deus no livro de Jó”. É Pastor da IECLB - Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil desde 1997 e faz parte do Comitê Editorial da Revista Vox Scripturae. E-mail: roger.wanke@flt.edu.br 4

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e que, por sua vez, também atualmente participam desse contínuo processo de pesquisa e compreensão do Antigo Testamento. Em meio a isso, tem-se publicado, nos últimos anos, uma série de Manuais de Introdução e de História da Literatura (Literaturgeschichte) do Antigo Testamento, no intuito de compartilhar com as comunidades acadêmica e eclesial os resultados deste vasto e especializado campo de pesquisa. Pelo fato de a Ciência Veterotestamentária ser dinâmica e trazer à tona sempre de novo resultados novos da pesquisa, tais publicações correm o risco de se tornarem desatualizadas muito rapidamente. Isso vem a ser um problema num país como o Brasil, no qual a grande maioria dos Manuais de Introdução e de História da Literatura do Antigo Testamento, publicados em língua portuguesa são, na verdade, obras traduzidas dos idiomas inglês ou alemão. Muitas dessas, em seu país de origem, há muito não são mais usadas nem consideradas atuais. Na nossa avaliação, a obra mais atualizada do gênero, em língua portuguesa aqui no Brasil, é a Introdução ao Antigo Testamento organizada e editada por um dos grandes teólogos especializados no Antigo Testamento e do meio católico, Erich Zenger, falecido neste ano na Alemanha. A obra de Zenger, publicada em 2003 pelas Edições Loyola e traduzida por Werner Fuchs a partir da primeira edição alemã de 1995, continua sendo utilizada ainda hoje na Alemanha e é considerada uma das melhores introduções ao Antigo Testamento. Além disso, deve ser dito que esta obra, atualmente, já está em sua sexta edição revista e ampliada (2006). A partir disso, evidencia-se aqui uma lacuna em nosso contexto acadêmico e teológico. Estudantes brasileiros de teologia necessitam e merecem, com certa urgência, um manual de introdução ao Antigo Testamento que faça jus à atual pesquisa e aos resultados desta.

Para ampliar a discussão e apresentar os resultados atuais da pesquisa da Ciência Veterotestamentária, é publicado na Alemanha, no contexto da teologia protestante, também no ano de 2006, o livro Grundinformation Altes Testament (Informação Básica do Antigo Testamento). A obra é realizada em mutirão. Organizada pelo Prof. Dr. Jan Christian Gertz, professor titular de Antigo Testamento na Faculdade de Teologia da Universidade de Heildelberg – Alemanha, a obra conta também com a coparticipação de dois professores titulares de Antigo Testamento de Faculdades de Teologia na Alemanha, a Prof.a Dr. Angelika Berlejung (Leipzig) e o Prof. Dr. Markus Witte (atualmente em Berlim) e, não por último, do Prof. Dr. Konrad Schmid, professor titular de Antigo Testamento na Faculdade de Teologia na Universidade de Zurique na Suíça. Grundinformation Altes Testament, como

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o próprio nome já diz, oferece informações básicas e fundamentais, tornando-se uma mistura extraordinária de Manual de Conhecimento Bíblico, Introdução e Teologia do Antigo Testamento e ainda de História de Israel. O livro é dividido em quatro partes principais: na primeira (p. 21-58), Angelika Berlejung apresenta as “Fontes e os Métodos” da Ciência Veterotestamentária. Sua abordagem inicia com uma breve, mas completa apresentação do Antigo Testamento, sua estrutura, seu texto, processo de canonização, bem como uma apresentação das suas principais traduções e manuscritos. Ao falar sobre as fontes do Antigo Testamento, Berlejung apresenta a influência da arqueologia da Palestina, bem como de fontes extrabíblicas provenientes tanto da Palestina como da cultura dos povos vizinhos de Israel, que se mostram em fontes literárias e iconográficas (p. 21-40). Num segundo momento, Berlejung apresenta os diversos métodos de aproximação ao Antigo Testamento. Os mais comuns são os métodos exegéticos (p. 40-47). A autora apresenta três princípios exegéticos: a) O diacrônico (Método Histórico-Crítico); b) O sincrônico (Método Canônico, o Estruturalista, e o “new literary criticism”); c) Os Contextuais (exegese feminista, exegese social, exegese da Teologia da Libertação). De grande valor e, de certa forma, infelizmente desconsiderados no meio acadêmico e teológico no Brasil, Berlejung apresenta também outros métodos para a compreensão do Antigo Testamento, de sua história e de seu surgimento. Entre eles, estão os métodos da Arqueologia Bíblica e da Palestina (p. 47-53), da Epigrafia Hebraica (p. 53-54) e da Iconografia Bíblica e da Palestina (p. 55-58).

Na segunda parte (p. 59-192), Angelika Berlejung expõe, com muita propriedade, acerca da “História e História da Religião do antigo Israel”. Esse tema em Grundinformation é subdividido em duas partes: a partir das recentes descobertas arqueológicas e dos últimos resultados da pesquisa iconográfica e epigráfica, a autora apresenta, em primeiro lugar, os fundamentos da História e da História do antigo Israel, esclarecendo alguns dos pressupostos historiográficos e teológicos para se falar de História de Israel e Judá. Além disso, são definidos alguns termos fundamentais para o entendimento do tema, como por exemplo, Canaã, Israel, Palestina, História, Historiografia, Monoteísmo, Politeísmo, entre outros. A seguir, Berlejung escreve sobre o ser humano e os seus deuses, dando ênfase às diferenças entre culto oficial, culto local, culto familiar, religiosidade popular, as festas religiosas e a piedade pessoal. Diretamente ligado ao assunto, a autora aborda toda a questão da morte tanto nas culturas vizinhas de Israel, como também na Palestina. Temas como culto aos mortos, necromancia, prática

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do sepultamento, cuidado com os falecidos e esperança de ressurreição são abordados por Berlejung, enriquecendo sobremaneira Grundinformation. Ao fim dessa primeira parte, a autora aborda os temas do espaço, ou seja, da geografia do mundo bíblico do Antigo Testamento, principalmente da Palestina e do tempo, falando dos calendários e da cronologia. Em segundo lugar, Berlejung apresenta agora a História e a História da Religião do antigo Israel em etapas cronológicas, enfatizando, acima de tudo, aspectos da economia, política e sociedade, bem como da religião e do culto. Sua abordagem inicia com o fim do período da Idade do Bronze (1550-1200/1150 a.C.), onde são apresentados aspectos da economia e da sociedade do fim do período de domínio político egípcio sobre Canaã e Palestina, bem como aspectos da religião e do culto nesse mesmo período, que teve como característica principal o fenômeno da “internacionalidade do mundo dos deuses” e a “dominância de deuses do sexo masculino nos panteões estatais e nos templos das cidades-estados”. Seguindo, Berlejung aborda o período da Idade do Ferro (ca. 1200/1150-587/6 a.C.), escrevendo sobre o processo de “desurbanização” ocorrido na Palestina, bem como do desenvolvimento de tribos, estados e províncias. Nesse contexto, a autora apresenta as diferentes teses da pesquisa sobre a “Conquista da Terra” (p. 96-99). No aspecto religioso, a autora aborda os deuses nacionais e os panteões locais espalhados por toda a região da Palestina e Mesopotâmia. Na seqüência, são apresentados os aspectos históricos e religiosos do Período Babilônico e do Período Persa (722/700 – 333/2 a.C.). Nesse sentido, os Exílios de Israel e Judá, os conflitos gerados com o retorno dos exilados, o surgimento dos Samaritanos e o surgimento das comunidades judaicas da diáspora (Egito, Elefantina; Judá, Babilônia) ganham destaque especial da autora. Por fim, Berlejung apresenta os aspectos históricos e religiosos do Período Helenístico (333/2 – 63 a.C.).

A terceira parte de Grundinformation Altes Testament, a maior por sinal, é subdividida em quatro capítulos. Os três primeiros seguem a divisão interna do Cânon Hebraico (TanNaK), ou seja, Tora, Nebiim e Ketubim. O quarto e último capítulo, por sua vez, abrange os livros apócrifos ou também conhecidos pela pesquisa como livros deuterocanônicos do Antigo Testamento. Em cada um dos subcapítulos, os autores abordam sempre os mesmos itens relacionados à pesquisa exegética: (A) Resumo da estrutura e do conteúdo de cada um dos livros bíblicos ou das composições literárias; (B) Problemas literários e História da Pesquisa; (C) O surgimento do livro bíblico, ou da composição literária, ou ainda da tradição

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teológica respectivamente; (D) A Teologia do livro bíblico, ou da composição literária; (E) Aspectos da História da recepção literária e teológica, seja no Novo Testamento e na História da Igreja e da Teologia. Responsável pela explanação do capítulo sobre a “Torá e Profetas Anteriores” (Gn – 2Rs), Jan Christian Gertz aborda, num primeiro momento, o grande complexo dos livros de Gênesis até 2 Reis, chamado na pesquisa de “Eneateuco” (p. 193-221). Num segundo momento, dedica-se à exposição dos textos jurídicos do Pentateuco, ou seja, o Livro da Aliança (Êx 20.22-23.33), o Decálogo (Êx 20.2-17; Dt 5.6-21) e a Lei de Santidade (Lv 17-26). Importante nessa abordagem de Gertz é sua exposição do surgimento do Direito em Israel à luz do Direito já existente nos outros povos, de forma especial na Babilônia (cf. Codex Hammurapi), bem como a distinção entre direito casuístico e direito apodídico. Por fim, num terceiro e maior momento, Gertz aborda cada uma das partes que pertence à “Composição do Pentateuco”, termo este trazido à Ciência Veterotestamentária por E. Blum5 e ampliada para o “Eneateuco” por R.G. Kratz.6 Nessa abordagem, Gertz traz os resultados recentes da pesquisa, principalmente em torno da discussão das assim chamadas “Fontes do Pentateuco”: O “Escrito Sacerdotal” (p. 236-247); O “Deuteronômio” e o “Deuteronomismo” (p. 247-260); o “Escrito Não-Sacerdotal da História dos Primórdios” (p. 260-269), o “Escrito Não-Sacerdotal da História dos Pais” (p. 269-279)7 e o “Escrito

Não-Sacerdotal da História de José” (p. 279-285), conhecidos como partes dos

antigos e, em alguns contextos, já ultrapassados “javista” e “eloísta”. Por fim, Gertz apresenta a composição da Obra Historiográfica Deuteronomística, chamada por ele de “Composição Deuteronomística da História do Povo de Israel do Êxodo ao

Exílio”. Com sua abordagem clara e objetiva, Gertz traz ao leitor o atual estágio

da pesquisa veterotestamentária dos assim chamados Livros Históricos do Antigo Testamento. O capítulo dos “Profetas Posteriores” (Isaías – Malaquias) é escrito por Konrad Schmid. Após uma introdução à Profecia Literária veterotestamentária,

E. Blum. Die Komposition der Vätergeschichte, WMANT 57, Neukirchen-Vluyn 1984.

R.G. Kratz. Die Komposition der erzählenden Bücher des Alten Testaments, UTB 2157, Göttingen, 2000.

Atualmente, no contexto alemão, a Ciência Veterotestamentária não utiliza mais o termo “História dos Patriarcas” (Geschichte der Patriarchen), mas sim “História dos Pais” (Elterngeschichte), incluindo as esposas dos patriarcas, ou seja, as matriarcas de Israel, que nas narrativas bíblicas desempenham um papel fundamental no desenrolar da his-tória de Israel ali contada.

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na qual o autor aborda a definição do fenômeno da profecia, do gênero literário profético, a distinção entre verdadeiro e falso profeta e o processo que vai desde a palavra profética (oráculo) até o livro profético (p. 313-324), o autor apresenta cada um dos Livros proféticos do Antigo Testamento, começando pelos “profetas maiores” (p. 324-372: Isaías, Jeremias e Ezequiel) até os “Profetas Menores” (p. 372-412: Oséias – Malaquias). Também a abordagem de Schmid traz ao leitor os resultados mais recentes da pesquisa em torno dos livros proféticos, possibilitando assim, além de uma atualização, uma visão panorâmica sobre esses livros, que geralmente são incompreendidos em nossos dias. Na sequência, Markus Witte aborda os “Escritos” na mesma ordem em que eles aparecem na Bíblia Hebraica. Iniciando pela explanação do Livro dos Salmos (p. 414-432), passa pelos livros de Sabedoria, Jó (p. 432-445) e Provérbios (p. 445-457). Em seguida, apresenta os cinco livros que compõem o Megiloth: Rute (p. 458-464), Cantares (p. 464-469), Eclesiastes (p. 469-476), Lamentações de Jeremias (p. 477-482) e o Livro de Ester (p. 482-489). O Livro de Daniel, considerado o único livro apocalíptico do cânon hebraico, recebe grande atenção de Witte (p. 495-514). Por fim, Witte apresenta os livros históricos que fazem parte dos Escritos: os livros de Esdras e Neemias, que são considerados pelo Cânon Hebraico o mesmo livro (p. 514-525) e os Livros de Crônicas, que encerram os Escritos e a própria Bíblia Hebraica (p. 525-534). A maneira como Markus Witte apresenta os Escritos proporciona não apenas um conhecimento maior de cada um dos livros que o compõem, mas principalmente uma visão teológica diferente, que surge, quando os livros dos Escritos são lidos lado a lado, assim como estão na Bíblia Hebraica.

Na quarta parte, os quatro autores de Grundinformation se unem para abordar os chamados Livros Apócrifos, também conhecidos como Livros Deuterocanônicos do Antigo Testamento. A metodologia e a forma de apresentação permanece a mesma que foi usada na explanação dos livros canônicos, ou seja, (A) Resumo da estrutura e do conteúdo de cada um dos livros bíblicos ou das composições literárias; (B) Problemas literários e História da Pesquisa; (C) O surgimento do livro bíblico, ou da composição literária, ou ainda da tradição teológica respectivamente; (D) A Teologia do livro bíblico, ou da composição literária; (E) Aspectos da História da recepção literária e teológica, seja no Novo Testamento e na História da Igreja e da Teologia. Jan Christian Gertz foi o responsável por escrever sobre os livros de Judite (p. 536-540) e de Tobias (p. 550-556); Markus Witte escreve sobre os livros de Sabedoria de Salomão (p.

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540-550), Jesus Siraque [Eclesiástico] (p. 556-567) e sobre a Oração de Manassés (p. 585-586); os dois livros de Macabeus são apresentados por Angelika Berlejung (p. 569-584) e o Livro de Baruque e a Carta de Jeremias, escritos por Konrad Schmid (p. 567-569). Essa quarta parte foi incluída nesta terceira edição de

Grundinformation e oferece ao leitor uma grande oportunidade de não apenas

conhecer melhor os livros apócrifos ou deuterocanônicos, mas também de inteirar-se acerca da pesquisa exegética e da teologia dos mesmos.

Por fim, na quinta e última parte de Grundinformation, Jan Christian Gertz aborda as perguntas fundamentais de uma Teologia do Antigo Testamento. Quatro temas são explorados pelo autor: em “Perspectivas da História da Pesquisa” (p. 588-596), Gertz aborda questões fundamentais da história da disciplina “Teologia do Antigo Testamento”. Passando por teólogos que foram importantes para a interpretação do Antigo Testamento, tais como Johann Philipp Gabler (1753-1826), Johann Salomo Semler (1725-1791), Walther Eichrodt (1890-1978), Gerhard von Rad (1901-1971), entre outros, Gertz oferece uma visão panorâmica acerca da discussão e em torno da distinção entre “Teologia Bíblica” e “Teologia Dogmática”, o conflito entre uma História da Religião de Israel e uma Teologia do Antigo Testamento, o problema do centro teológico do Antigo Testamento, as chances e os problemas de uma exegese canônica como contrapartida a uma exegese histórico-crítica e a pluralidade de métodos e paradigmas de uma Teologia do Antigo Testamento. Em “A Unidade e a Pluralidade das Afirmações Teológicas do Antigo Testamento” (p. 597-599), o autor aborda brevemente as diferentes tradições teológicas e literárias que compõem o Antigo Testamento. Em “História das Religiões Comparadas e Teologia do Antigo Testamento”, o autor aprofunda a problemática em torno da relevância da História da Religião de Israel e seu método de interpretar o Antigo Testamento (p. 599-601). Concluindo, Gertz escreve em “O Antigo Testamento como parte da Bíblia Cristã” (p. 601-604) a respeito dos problemas hermenêuticos, da relevância e também das chances do Antigo Testamento no contexto da teologia bíblica e da comunidade cristã.

É necessário destacar ainda que Grundinformation Altes Testament, apesar de ter um texto bastante denso, possui várias tabelas, diversos excursos, quadros explicativos, mapas e ilustrações, tornando a leitura e o aprendizado acerca do Antigo Testamento mais interessante e proveitoso. Além disso, encontramos no final da obra uma série de apêndices, tais como, tabelas cronológicas, tanto das diversas épocas da história do Mundo Antigo, bem como dos principais eventos da

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História de Israel; tabelas cronológicas dos reis de Judá e Israel, bem como dos reis dos grandes Impérios babilônico, persa e grego, que perfazem o contexto político no qual Israel estava inserido e que é descrito em vários textos do Antigo Testamento. Inédito e, ao mesmo tempo interessante, é uma lista cronológica da História do surgimento da Literatura tanto dos textos bíblicos, como de fontes extrabíblicas (cartas, inscrições, ostracas [inscrições em pedaços de argila], manuscritos e textos diversos). Para aprofundamento e pesquisa do Antigo Testamento, a obra ainda oferece 14 páginas com indicação de literatura básica, acima de tudo, em língua alemã e inglesa. Nela são apresentadas obras fundamentais, desde edições das fontes literárias dos principais manuscritos (Hebraico, Targum, Septuaginta, Vulgata, Qumran, Pseudepígrafos e Apócrifos, bem como Bíblias em língua alemã); Auxílios exegéticos (concordâncias, dicionários, léxicos, atlas), obras de Metodologia exegética, de Conhecimentos Bíblicos, Dicionários Teológicos, Introduções ao Antigo Testamento e à sua Literatura, livros de História de Israel e do Mundo Contemporâneo, bem como livros contendo as fontes literárias, iconográficas e arqueológicas dos povos vizinhos de Israel. Ainda são alistadas as principais obras de Teologia do Antigo Testamento, de História da Religião de Israel, de Teologia Bíblica, Hermenêutica do Antigo Testamento. Muito úteis são as indicações de séries de comentários bíblicos. Não por último, são apresentadas obras que tratam da história da interpretação e da recepção dos livros bíblicos na história, na cultura, na arte, na música e em filmes, bem como a indicação de sites na internet para pesquisa e aprofundamento. Um glossário explicando cerca de 125 termos teológicos e exegéticos conclui esta importante obra para o conhecimento do Antigo Testamento.

Por sua abrangência, conteúdo e apresentação, Grundinformation Altes

Testament, conquistou grande aceitação no meio teológico e acadêmico de fala

alemã. Em menos de três anos, chegou em sua terceira edição retrabalhada, ampliada e com indicação de literatura atualizada. Como pôde ser mostrado,

Grundinformation Altes Testament é um excelente compêndio para quem deseja,

principalmente no contexto acadêmico, manter-se atualizado dos principais resultados da pesquisa exegética veterotestamentária, ou como livro atual de consulta para pesquisa acerca do Antigo Testamento. É, sem dúvida, um livro digno de receber uma tradução e publicação em língua portuguesa.

Referências

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