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ANÁLISE DE RESULTADOS DE EMPRESAS DA ÁREA DE CONSTRUÇÃO CIVIL

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Academic year: 2021

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Carlos Eduardo Gomes de Almeida, José de Araújo Costa Júnior, Lucas Ventura Botelho de Oliveira, Rafael de Freitas dos Reis** Victor Miranda de Oliveira***

RESUMO

No cenário organizacional contemporâneo nota-se que a competitividade se destaca, uma vez que a globalização proporciona uma disputa global entre as organizações, cotidianamente. Neste contexto, os gestores precisam de informações atuais e confiáveis para tomar as decisões pertinentes ao alcance das estratégias organizacionais estabelecidas, principalmente no que tange aos aspectos financeiros. Neste sentido, o presente artigo se propõe a analisar, através de uma revisão bibliográfica e de uma pesquisa documental, os resultados financeiros de construtoras brasileiras no período de 2010 a 2014. Dentro desta perspectiva, os seguintes índices financeiros contribuíram para essa análise: margem de lucro bruto, margem de lucro líquido, retorno do ativo, lucro por ação e Dupont. Ao findar do trabalho identificou-se consideráveis diferenças de resultados entre as empresas. Palavras-Chave: Competitividade. Construtoras. Índices financeiros.

ABSTRACT

In the contemporary organizational setting is noted that competitiveness stands out, since globalization offers a global dispute between the organizations daily. In this context, managers need current and reliable information to make decisions regarding the reach of established organizational strategies, especially in the financial aspect. In this sense, this article aims to analyze, through a bibliographic review and a documentary research, the financial results of Brazilian construction companies period from 2010 to 2014. From this perspective, the following financial ratios contributed to this analysis: gross profit margin, net profit margin, return on assets, earnings per share and Dupont. At the close of the work we identified significant differences in outcomes between the companies.

Keywords: Competitiveness. Construction companies. Financial ratios.

* Graduado em Administração, Mestre em Engenharia de Produção e professor da FMG. ** Graduado em Administração, Especialista em Gestão de Pessoas e professor da FMG. *** Graduandos em Administração pela FMG.

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1 INTRODUÇÃO

As empresas são avaliadas por uma diversidade de métricas, dentre elas pelo valor que tem no mercado, pela aceitação do produto que ela vende e, até mesmo, por sua imagem. Porém, além da qualidade de seus produtos e de suas instalações, se faz necessário que a organização seja competitiva e, principalmente, lucrativa. Para isto, é imprescindível que ela tenha gestores competentes, alinhados com os objetivos organizacionais e capazes de mantê-la atendendo as necessidades de seus clientes.

No ramo de empreendimentos imobiliários o cenário competitivo é bastante acirrado, gerando por parte destas empresas a busca pelo melhor resultado possível perante o mercado nacional.

Em meio a este contexto são muitos os fatores que influenciam na tomada de decisão,desde elementos políticos ou climáticos, até fatores que compõem o patrimônio da organização. Neste estudo, a análise das demonstrações contábeis, entendida como uma técnica que tem por finalidade apoiar o processo decisório das organizações, será tratada como auxiliar no diagnóstico das empresas organizando, comparando e interpretando dados do patrimônio e do resultado da mesma, proporcionando aos interessados informações seguras para apoio a tomada de decisão.

Como fonte para a análise utiliza-se as cinco demonstrações contábeis previstas na legislação. No estudo apresentado neste trabalho, utilizar-se-á apenas o balanço patrimonial e a demonstração de resultado para pautar a análise dos índices financeiros abordados. As informações extraídas dos cálculos e respectivas análises são de grande importância para diferentes partes interessadas nos relatórios de desempenho das empresas.

Como problema de pesquisa tem-se: identificar se ocorreu queda nos resultados financeiros das empresas de construção civil nos últimos anos no Brasil. A partir deste problema de pesquisa este artigo tem como objetivo geral analisar os resultados financeiros de construtoras brasileiras no período de 2010 a 2014. Com os objetivos específicos buscou-se apresentar os principais conceitos da área de análise de balanços, definir as empresas a serem avaliadas, determinar os

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indicadores a serem trabalhos e, por último, calcular os valores dos índices de cada organização.

Este trabalho contou com uma pesquisa bibliográfica de cunho exploratório e uma pesquisa documental, uma vez que os valores para os cálculos dos índices foram retirados das demonstrações contábeis das empresas, disponibilizadas nos endereços eletrônicos das respectivas organizações.

A base bibliográfica envolveu os trabalhos de Gitman (2010), Ross, Westerfield e Jordan (2000), Marion (2009; 2010), dentre outros, e uma busca a outros referenciais teóricos por meio de sítios relacionados com o estudo.

2 ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ANÁLISE DE BALANÇOS

Para o entendimento de conceitos e terminologias sobre administração financeira e análise de balanços apresentados neste estudo, torna-se imprescindível tratar de diversos conceitos.

A administração financeira abrange quatro áreas que são: finanças corporativas, investimentos, instituições financeiras e finanças internacionais, conforme quadro 1:

Quadro 1: Áreas da Administração Financeira

Área Delimitação

Finanças Corporativas • Gestão de investimentos e financiamentos a longo prazo Administração de atividades financeiras diárias (cobrança e pagamentos a fornecedores)

Investimentos

• Trabalha com ativos financeiros como ações e obrigações • Analisa o que determina o valor do ativo financeiro (riscos e

retornos agregados a este ativo)

• Avalia a composição ideal que se deve ter de distintos ativos financeiros

Instituições Financeiras • Desenvolve atividades relacionadas a finanças (avaliação de negócios e cobertura de riscos)

Finanças Internacionais • Abrange aspectos internacionais de finanças coorporativas, investimentos e instituições financeiras • Operações no exterior

Fonte: Adaptado de Ross, Westerfield e Jordan (2000, p. 36-37)

A administração financeira é uma área funcional básica para qualquer empresa. Dentre as várias atividades destacam-se algumas descritas por Gitman

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(2010. p. 4) como “planejamento, concessão de crédito a clientes, avaliação de propostas que envolvam grandes desembolsos e captação de fundos para financiar as operações da empresa”. Atualmente, as atividades empresariais encontram-se tão globalizadas que os administradores financeiros estão envolvidos em desenvolver e implementar estratégias empresariais que busquem “o crescimento da empresa e a melhoria de sua posição competitiva” (GITMAN, 2010. p. 04).

Neste contexto, para a tomada de decisões financeiras é necessário entender o objetivo da administração financeira. Esta concepção é indispensável para o entendimento e avaliação de decisões financeiras. O objetivo citado com maior frequência refere-se à maximização de lucros, no entanto esta referência pode tratar de algum tipo de lucro de curto, médio ou longo prazo e não é um objetivo muito preciso, por não demonstrar uma equiparação entre lucros correntes e lucros futuros.

Então, qual seria o objetivo adequado da administração financeira? Tratando-se de empresas com fins lucrativos, define-se um objetivo mais geral da administração financeira como sendo o de “maximizar o valor de mercado do capital dos proprietários existentes” (ROSS,WESTERFIELD e JORDAN, 2000, p. 44).

Pensando de acordo com este objetivo, independentemente da constituição da empresa, se é firma individual, sociedade por quotas ou sociedade por ações, “as boas decisões financeiras aumentarão o valor de mercado do capital próprio dos donos, e as decisões ruins o diminuirão” (ROSS, WESTERFIELD e JORDAN, 2000, p. 44).

É necessário conhecimento para tomar as decisões financeiras em uma organização, tendo os administradores financeiros foco no objetivo da administração financeira. Somente uma boa formação ou talento pessoal, não são suficientes para a tomada de boas decisões, necessitando-se de ferramentas para apoio a decisão.

Nesse momento, entram em cena ferramentas para auxiliar o profissional de administração financeira nestas decisões, destacando-se a análise das demonstrações financeiras. Constituem-se como as cinco principais, de acordo com Marion (2009): balanço patrimonial, demonstração do resultado do exercício, demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados, demonstração dos fluxos de caixa e demonstração do valor adicionado.

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Para este artigo, os dados e informações contidos no balanço patrimonial e na demonstração de resultados do exercício, serão as fontes utilizadas para a geração dos demais dados e análises.

Segundo Gitman (2010, p. 43) “o balanço patrimonial é uma demonstração que sintetiza o posicionamento financeiro da empresa em certa data, com relação aos seus bens, direitos e obrigações”. É composto de forma equilibrada, de um lado pelos ativos (aquilo que a empresa possui), e do outro lado o passivo (capital de terceiros) e patrimônio líquido (capital próprio, ou seja, fornecido pelos proprietários). O ativo e o passivo são decompostos entre circulantes e não circulantes, conforme tenham datas definidas para curto ou longo prazo.

Segundo Ross, Westerfield e Jordan (2000, p. 56):

Os ativos são classificados como circulantes e não circulantes. Um ativo não circulante tem uma vida relativamente longa. Pode ser tangível como, caminhão ou um computador, ou intangível, como uma marca ou patente. Os ativos circulantes tem vida menor do que um ano. Isso significa que, normalmente, dentro de um período inferior a 12 meses, o ativo circulante será convertido em caixa.

Ainda de acordo com Ross, Westerfield e Jordan (2000), do lado direito do balanço encontra-se o passivo circulante, onde se evidencia as obrigações com duração menor do que 12 meses. Os compromissos com vencimento superior a 12 meses encontram-se classificados como passivos não circulantes, ou também tratados como de longo prazo. Por definição, a diferença entre o total do ativo e o total do passivo (ou exigível), é o patrimônio líquido, denominado também de capital próprio. O quadro 2, abaixo, apresenta a estrutura do balanço patrimonial.

Quadro 2: Estrutura do Balanço Patrimonial BALANÇO PATRIMONIAL ATIVO (bens e direitos) PASSIVO (obrigações) PATRIMÔNIO LÍQUIDO Fonte: Adaptado de Gitman (2010, p. 44).

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A demonstração de resultado abrange um determinado período, normalmente um ano, no qual se mede a performance da organização ao longo deste tempo.

Conforme Ross, Westerfield e Jordan (2000, p. 60):

Os primeiros itens divulgados no relatório da demonstração de resultado, normalmente, seriam as receitas e as despesas das atividades operacionais da empresa. Em seguida, entre outras coisas, apresentam-se despesas financeiras, tais como os juros pagos. Os impostos pagos são divulgados separadamente. O ultimo termo é o lucro líquido (...). O lucro líquido, normalmente, é expresso também em uma base por uma ação, o famoso lucro por ação (EPS).

A demonstração do resultado é a síntese da movimentação de receitas e gastos da organização no período considerado, conforme pode-se depreender do quadro3, abaixo.

Quadro 3: Demonstração de resultado da U.S. Corporation U.S. COPORATION

Demonstração de Resultado (em $ milhões)

Vendas Líquidas $ 1.509

Custo da mercadoria vendida 750

Depreciação _____65

Lucro antes de juros e impostos $ 694

Juros pagos _____70

Lucro tributável $ 624

Impostos ____212

Lucro Líquido $ 412

Dividendos $ 103

Adição a lucros retidos $ 309 Fonte: Ross, Westerfield e Jordan (2000, p. 60).

As duas demonstrações financeiras anteriormente tratadas e os números derivados das mesmas representam um dos principais grupos de dados, tanto para dentro da organização como fora da mesma, e são destaque de importância para as diferentes partes interessadas que necessitam saber o desempenho da empresa.

Quando analisados pela ótica da análise de índices, também conhecida como análise de balanços, seu principal objetivo de acordo com Gitman (2010), é avaliar e monitorar a performance da empresa por processo de cálculos e

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interpretação de índices financeiros. Destaca-se que os principais elementos utilizados neste diagnóstico, são o balanço patrimonial e a demonstração do resultado do exercício.

Para Gitman (2010), os principais usuários da análise de balanços são os acionistas, os credores e os administradores do negócio. Os acionistas interessam-se pelos valores atuais e futuros de retorno e risco da companhia, que afetam diretamente seu valor de mercado. Já os credores, preocupam-se com a liquidez de curto prazo da empresa, que está ligada à sua capacidade de pagamento. Os gestores analisam todos os aspectos da condição financeira da companhia, em busca de índices financeiros que sejam propícios aos donos e aos credores.

3 INDICADORES FINANCEIROS

A análise das organizações, por meio da análise das demonstrações contábeis, é um importante instrumento para avaliar o desempenho.As análises permitem identificar o grau de endividamento, a liquidez e a rentabilidade dentre outros aspectos.

Entende-se por análise de índices financeiros, “métodos de cálculo e interpretação de índices financeiros para analisar e monitorar o desempenho da empresa” (GITMAN, 2010, p. 48).

O presente estudo baseou-se nos índices de rentabilidade como: Margem de lucro Bruto (MB), Margem de lucro Líquido (ML), Retorno sobre o Ativo (ROA) e Dupont (ROE), assim como no índice de mercado Lucro por Ação (LPA) para comparar as empresas.

3.1 Margem de lucro bruto (MB)

A margem de lucro bruto segundo Gitman (2010, p. 58) ‘’mede a porcentagem de cada unidade monetária de vendas que permanece após a empresa deduzir o valor dos bens vendidos’’, isto é, o que sobra para a empresa após as deduções dos custos dos produtos vendidos. A figura 1 apresenta a fórmula para o cálculo deste índice.

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Figura 1: Fórmula da Margem de lucro bruto

Margem de Lucro Bruto= (Lucro Bruto/Receita de Vendas) x 100 Fonte:Gitman(2010, p. 58)

Dessa forma, após o cálculo deste índice, o gestor terá como medir a eficiência de sua empresa e se o resultado é lucrativo após deduzir os custos.

3.2 Margem de lucro líquido (ML)

De acordo com Gitman (2010, p. 59), a “margem de lucro líquido mede a porcentagem de cada unidade monetária de vendas remanescente após a dedução de todos os custos e despesas’’, isto é, após pagar todos os gastos, a quantidade de dinheiro que a empresa arrecada a cada R$ 100,00 de receita líquida. A figura 2 demonstra a fórmula para o cálculo deste índice.

Figura 2: Fórmula da Margem de lucro Líquido

Margem de lucro Líquido = (Lucro Líquido/ Receita de vendas) x100 Fonte:Gitman (2010, p. 59)

A partir desse índice, o gestor saberá o valor percentual que a empresa conseguiu transformar em lucro líquido à partir da receita vendas, após pagar todas as suas despesas e impostos. Este valor será transferido para o Patrimônio líquido da organização.

3.3 Retorno sobre o ativo (ROA)

Segundo Ross, Westerfield e Jordan (2000, p. 86), o ROA é classificado como ‘’uma medida de lucro por dólar em ativos.’’, significa o lucro gerado pelo uso dos ativos da empresa.ROA significa Return On Assets, ou seja, retorno sobre o ativo. Tal índice compara o valor do lucro com o valor total dos ativos utilizados para gerar receita. Na figura 3 encontra-se a fórmula para o cálculo deste índice.

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Figura 3: Fórmula do retorno sobre o ativo

Retorno sobre o Ativo = (Lucro Líquido/ Total do Ativo) x 100

Fonte:Ross, Westerfield e Jordan (2000, p. 86)

Esse índice, segundo Wernke (2008, p. 281), “evidencia o retorno conseguido com dinheiro aplicado pela empresa em ativos num determinado período”. Essa medida tem importância destacada, pois permite comparar o percentual que consegue obter das aplicações em bens e direitos.

3.4 Lucro por ação (LPA)

Constitui-se em apurar o valor resultante da divisão do total do lucro líquido do exercício pelo número de ações da empresa. É uma medida muito utilizada sendo calculada e apresentada no final da Demonstração do Resultado do Exercício (DRE). É uma medida de grande interesse dos proprietários para avaliar o retorno em comparação com o investimento necessário. A figura 4 apresenta a fórmula para cálculo do LPA.

Figura 4: Fórmula do Lucro por Ação

Lucro por Ação= Lucro Líquido/ Número de Ações

Fonte:Gitman (2010, p. 60)

Diferente dos demais índices tratados até agora, os valores não são em percentual, mas em moeda.

3.5 Identidade Dupont (ROE)

O cálculo do valor da identidade Dupont resultará no mesmo valor do cálculo que é realizado para se encontrar o Retorno sobre o Patrimônio Líquido, onde divide-se o lucro líquido pelo Patrimônio líquido. A diferença está em identificar os valores decompostos que permitem uma melhor análise do resultado. A sigla

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ROE significa em inglês Return On Equity, ou seja retorno sobre o patrimônio líquido.

Este índice, segundo Ross, Westerfield e Jordan (2000, p. 89), é a ‘’expressão popular que decompõe o ROE em três elementos: eficiência operacional, eficiência da utilização dos ativos e alavancagem financeira’’, isto é, quando se divide o ROA em margens de lucro e giro do ativo. A figura 5 demonstra a fórmula para o cálculo deste índice.

Figura 5: Fórmula do ROE

Identidade

Dupont= (Lucro Líquido/Vendas) x (Vendas/Ativo) x (Ativo/P Líquido) Fonte: Ross, Westerfield e Jordan (2000, p. 86)

4 METODOLOGIA

A metodologia da pesquisa é, segundo Gil (1999), um conjunto de ações propostas para encontrar a solução de um problema, que tem por base métodos científicos, racionais e sistemáticos.

Este trabalho contou com uma pesquisa bibliográfica de cunho exploratório, realizada em determinado campo em que há pouco conhecimento acumulado e sistematizado (VERGARA, 2007), que envolveu os trabalhos de Gitman (2010), Ross, Westerfield, Jordan (2000), Marion (2009; 2010), dentre outros, e uma busca a outros referenciais teóricos por meio de sítios relacionados com o estudo, que apresentam artigos científicos, monografias e dissertações de diversos pesquisadores da área, com o intuito de compreender os conceitos deste campo do conhecimento.

Outro procedimento metodológico adotado é a pesquisa documental, uma vez que os valores para os cálculos dos índices foram retirados das demonstrações contábeis das empresas. Ainda neste contexto, Gil (1999) apresenta que a pesquisa documental analisa materiais que ainda não sofreram tratamento analítico e podem ser moldados para diversos fins de pesquisa.

Para finalizar o processo metodológico, o estudo em questão utilizou de uma análise qualitativa, uma vez que os dados trabalhados neste modelo de

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pesquisa têm a função de agregar informações que não podem ser mensuradas de forma quantitativa (AAKER et al., 2001).

Os índices de margem líquida e bruta, retorno sobre o ativo, Dupont e lucro por ação, foram selecionados por apresentarem resultados financeiros considerados adequados para comparação das empresas.

Foram selecionadas três empresas de construção civil para serem analisadas. A MRV teve como objetivo inicial construir e incorporar empreendimentos residenciais, na cidade de Belo Horizonte, onde foi fundada. A PDG é uma das principais construtoras e incorporadoras do mercado imobiliário brasileiro, e tem como foco o mercado residencial. A Cyrela Brazil Realty é uma incorporadora, preza pelo alto padrão de engenharia, solidez financeira e credibilidade, sendo sua marca registrada os imóveis residenciais de alto padrão voltados para as classes média e alta.

5 RESULTADOS E ANÁLISE DA PESQUISA

Para os cálculos dos índices foram consideradas 2 casas decimais com arredondamento quando a terceira casa foi igual ou maior que 5 para os índices de Lucro por ação; Retorno sobre o Ativo; Margem de lucro líquido e Margem de lucro Bruto, enquanto no índice Dupont, nos cálculos intermediários foram utilizadas 4 casas após a vírgula e no resultado final foram usadas apenas 2 casas após a vírgula, sem arredondamento.

5.1 Lucro por ação (LPA)

Com os valores obtidos dos relatórios financeiros das empresas, foram realizados os cálculos necessários para os resultados do lucro ou prejuízo por ação, apresentando os valores de cada empresa nos últimos cinco anos, conforme gráfico1 e quadro 4.

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Gráfico1: Lucro (prejuízo) por ação

Fonte: Os autores

Quadro 4: Valores lucro (prejuízo) por ação

Ano/Empresa 2010 2011 2012 2013 2014 PDG R$ 0,71 R$ 0,63 -R$ 1,75 -R$ 0,20 -R$ 0,40 CYRELA R$ 1,40 R$ 1,21 R$ 1,60 R$ 1,74 R$ 1,67

MRV R$ 1,32 R$ 1,58 R$ 1,10 R$ 0,89 R$ 1,57 Fonte: Os autores

O índice de lucro por ação, que poderá ser também prejuízo por ação, demonstra o lucro ou prejuízo obtido por cada ação. Segundo Campos e Scherer (2001, p. 1) “seu propósito é indicar quão lucrativo se apresentou um empreendimento pela utilização dos recursos disponibilizados pelos acionistas”.

A MRV obteve como média de lucro por ação, o valor de R$ 1,29, o que significa que por cada ação, em média, a empresa obteve R$ 1,29 de lucro. Como maior valor, obteve R$ 1,58, referente ao ano de 2011, o que determinou seu maior valor foi seu lucro líquido que também foi superior nesse ano. A empresa obteve como menor valor, R$ 0,89, referente ao ano de 2013.

A PDG obteve como média de prejuízo por ação, o valor negativo de R$ (0,20), o que significa que por cada ação, em média, a empresa obteve R$ 0,20 de prejuízo. Fator importante nesse resultado negativo foi o valor de seu lucro por ação no ano de 2012, de R$ 1,75 de prejuízo por ação e também menor valor dentre os anos analisados. A empresa obteve R$ 0,71 de lucro por ação no ano de 2010, valor esse referente ao maior valor dentre os anos analisados. Se considerar sua maior variação dentre os anos, sofreu em 2012 a redução de 377,78%.

(R$2,00) (R$1,50) (R$1,00) (R$0,50) R$0,00 R$0,50 R$1,00 R$1,50 R$2,00 2010 2011 2012 2013 2014 PDG CYRELA MRV

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A Cyrela obteve como média de lucro por ação, o valor de R$ 1,52, o que significa que por cada ação, em média, a empresa obteve R$ 1,52 de lucro. Como nos resultados da MRV, a Cyrela também não obteve um padrão referente a aumentos ou redução, vindo a variar positivamente e negativamente durante o período avaliado. Como maior valor, obteve R$ 1,74 no ano de 2013. A empresa obteve como menor valor R$ 1,21, referente ao ano de 2011.

5.2 Retorno sobre o Ativo (ROA)

Os valores do ROA foram obtidos à partir dos dados das demonstrações contábeis das empresas, conforme gráfico 2 e quadro 5.

Gráfico2: Retorno sobre o ativo

Fonte: Os autores

Quadro 5: Retorno sobre o ativo

Ano/Empresa 2010 2011 2012 2013 2014 PDG 5,13% 4,10% -12,91% -0,91% -2,99% CYRELA 5,69% 4,41% 6,14% 6,21% 6,20%

MRV 9,94% 8,91% 5,18% 4,41% 6,37% Fonte: Os autores

A MRV obteve como maior retorno sobre seu ativo, 9,94% em 2010, entretanto, esse índice foi caindo até o valor de 4,41%, referente ao ano de 2013 e aumentou no ano de 2014 para 6,37%. A média desse índice no período analisado foi de 6,96%. -15,00% -10,00% -5,00% 0,00% 5,00% 10,00% 15,00% 2010 2011 2012 2013 2014 PDG CYRELA MRV

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A PDG, na maioria dos anos, obteve retorno negativo, variando de 5,13% positivos em 2010 até 12,91% negativos, referentes ao ano de 2012, alcançando resultados menos expressivos dentre as três empresas trabalhadas.

A Cyrela obteve como maior retorno sobre o ativo 6,21%, referente ao ano de 2013, e ao levar em consideração a variação desse índice, foi a empresa que obteve menor variação no período pesquisado, vindo a variar entre seu maior e menor índice 87,27%. Obteve como menor índice 4,41%, referente ao ano de 2011 e como maior, 6,21%, referente a 2013.

5.3 Margem de lucro líquido

Os valores obtidos como margem de lucro líquido foram calculados à partir dos dados do lucro líquido e das vendas líquidas de cada empresa nos anos pesquisados, conforme apresentado no gráfico 3 e no quadro 6.

Gráfico3: Margem de lucro líquido

Fonte: Os autores

Quadro 6: Margem de lucro líquido

Ano/Empresa 2010 2011 2012 2013 2014 PDG 15,10% 10,30% -50,08% -2,88% -11,17% CYRELA 14,01% 9,67% 14,84% 16,64% 14,29% MRV 22,35% 20,33% 13,48% 11,63% 17,95% Fonte: Os autores -60,00% -50,00% -40,00% -30,00% -20,00% -10,00% 0,00% 10,00% 20,00% 30,00% 2010 2011 2012 2013 2014 PDG CYRELA MRV

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A MRV possui entre as empresas analisadas, a margem líquida superior às demais. Como maior valor o ano de 2010 foi destaque por obter o índice de 22,35%, determinando assim que a cada R$ 100,00 vendido, a empresa obteve lucro de R$ 22,35. A média do índice da empresa foi de 17,15% obtendo maior índice que as demais. Como menor índice entre os anos analisados, obteve 11,63% no ano de 2013.

A PDG, referência pelos menores índices analisados, obteve como maior valor 15,10%, referente ao ano de 2010, após esse ano, a empresa sofreu queda e alcançou seu menor índice entre os anos analisados, 50,08% negativos, referente à 2012.

A Cyrela obteve como média 13,89%. Como maior índice, obteve 16,64% e como menor 9,67%, referentes à 2013 e 2011, respectivamente.

5.4 Margem de lucro bruto

Os valores utilizados no gráfico 4, abaixo, são resultado dos cálculos realizados com base no lucro bruto e nas vendas líquidas de cada empresa.

Gráfico4: Margem de lucro bruto

Fonte: Os autores -30,00% -20,00% -10,00% 0,00% 10,00% 20,00% 30,00% 40,00% 2010 2011 2012 2013 2014 PDG CYRELA MRV

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Quadro 7: Margem de lucro bruto Ano/Empresa 2010 2011 2012 2013 2014 PDG 29,16% 26,18% -20,06% 20,66% 19,37% CYRELA 31,42% 28,29% 32,29% 32,75% 32,12% MRV 32,34% 31,07% 27,93% 26,39% 28,29% Fonte: Os autores

Conforme o gráfico4 acima, as empresas obtiveram margem bruta positiva em quase todos os anos, devido a esse índice levar em consideração o lucro bruto da entidade e não seu lucro líquido.Somente a PDG, no ano de 2012, que apresentou margem negativa, devido a seu resultado bruto naquele ano ter sido negativo.

A MRV obteve uma média de 29,20% de margem bruta no período pesquisado, entretanto, essa margem sofreu uma queda constante entre os anos de 2010 (32,34%) e 2013 (26,39%), elevando-se em 2014 (28,29%).

A PDG obteve a menor média entre as empresas avaliadas (15,06%), devido, principalmente, a seu prejuízo bruto de 2012, determinando assim que sua margem também fosse negativa. Como maior índice, obteve 29,16% referente ao ano de 2010, e 20,06% em 2014 como menor índice. Em 2012 os custos da PDG superaram as vendas líquidas.

A Cyrela obteve a maior média de margem de lucro bruto entre as empresas avaliadas (31,37%). Obteve 28,29% referente a 2011, como menor índice entre os cinco anos estudados e 32,75% referentes a 2013 como maior índice.

5.5 Dupont

Os valores utilizados para cálculo do indicador Dupont foram retirados das demonstrações contábeis das empresas, nos anos considerados. Destaca-se que para conferência dos resultados pode-se calcular diretamente dividindo-se o lucro líquido pelo patrimônio líquido, passando o resultado para percentual. Os resultados estão apresentados no gráfico 5 e no quadro 8.

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Gráfico5: Dupont

Fonte: Os autores

Quadro 8: Dupont

Fonte: Os autores

Para possibilitar uma análise mais detalhada, o quadro 9, abaixo, evidencia os valores da eficiência operacional (margem líquida), da eficiência no uso dos ativos (giro do ativo) e da alavancagem financeira (uso de recursos de terceiros).

Quadro 9: Resultado da composição da identidade Dupont por empresa

MRV 2010 2011 2012 2013 2014

Eficiência operacional 0,2235 0,2033 0,1347 0,1163 0,1794 Eficiência no uso dos ativos 0,4448 0,4382 0,3840 0,3795 0,3546 Alavancagem financeira 2,2246 2,4960 2,7174 2,3410 2,5259

PDG 2010 2011 2012 2013 2014

Eficiência operacional 0,1509 0,1029 -0,5008 -0,0288 -0,1116 Eficiência no uso dos ativos 0,3398 0,3986 0,2615 0,3165 0,2673

Alavancagem financeira 2,5795 2,6803 3,0303 3,1517 3,1459

CYRELA 2010 2011 2012 2013 2014

Eficiência operacional 0,1400 0,0966 0,1483 0,1664 0,1429 Eficiência no uso dos ativos 0,4060 0,4566 0,4139 0,3733 0,4335 Alavancagem financeira 2,5721 2,7254 2,4175 2,3227 2,1075 Fonte: os autores -50,00% -40,00% -30,00% -20,00% -10,00% 0,00% 10,00% 20,00% 30,00% 2010 2011 2012 2013 2014 PDG CYRELA MRV Empresa 2010 2011 2012 2013 2014 MRV 22,11% 22,23% 14,05% 10,33% 16,06% PDG 13,22% 10,99% (39,68%) (2,87%) (9,36%) CYRELA 14,61% 12,02% 14,83% 14,42% 13,05%

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Por meio da analise da identidade Dupont é possível perceber que a empresa PDG se destaca negativamente das empresas MRV e Cyrela, principalmente no ano de 2012 quando a empresa PDG apresenta seu pior resultado com (39,68%) de retorno, tal valor é justificado pelo fato da empresa ter uma queda de 10,29% para (50,08%) na sua eficiência operacional, e logo depois no ano de 2013 apesar do retorno continuar negativo houve uma melhora para (2,87%) devido a um aumento na eficiência operacional para (2,88%).

A MRV manteve-se constante no ano de 2010 e 2011 na faixa de 22% de retorno, já no ano de 2012 houve uma queda para 14,05%, a qual pode ser explicada pela redução na sua eficiência operacional de 20,33% em 2011 para 13,47% em 2012 e, também, pela queda na eficiência no uso dos ativos da empresa de 0,4382 em 2011 para 0,3840 em 2012. No ano de 2013 o retorno caiu novamente, de 14,05% em 2012 para 10,33% em 2013, tal queda é resultado da redução da eficiência operacional de 13,47% em 2012 para 11,63% em 2013 e uma pequena queda na eficiência no uso dos ativos. No ano de 2014 a empresa conseguiu melhorar o seu retorno, aumento tal indicador de 10,33% em 2013 para 16,06% em 2014, essa melhora pode ser explicada pelo aumento na sua eficiência operacional de 11,63% em 2013 para 17,94% em 2014, um aumento na alavancagem financeira de 2,34 em 2013 para 2,52 em 2014, apesar da redução da eficiência no uso dos ativos de 0,3795 para 0,3546.

A empresa Cyrela manteve-se constante de 2010 a 2014 apresentando uma variação de 2% apenas nesses anos, variando entre 12% e 14% de retorno. Seu destaque é para o ano de 2011 onde ela apresentou o menor retorno que era de 14,61% em 2010 e passou para 12,02% em 2011, tal queda é resultado de uma queda na sua eficiência operacional que era de 14% em 2010 e passou para 9,66% em 2011. O outro ano em que a empresa se destacou foi o ano de 2012 onde ela apresentou o maior índice de retorno que era de 12,02% em 2011 a passou para 14,83% em 2012, tal melhora no índice pode ser representado por um aumento na sua eficiência operacional que era de 9,66% em 2011 e passou para 14,83% em 2012, apesar da redução na eficiência no uso dos ativos e na alavancagem financeira.

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6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Dentro do objetivo proposto ao analisar os resultados das construtoras selecionadas identificou-se considerável diferença entre as empresas.

O lucro por ação foi presente e contínuo em duas empresas de 2010 a 2014 e na terceira, a PDG, apresentou prejuízo em 3 dos 5 anos analisados. Tal resultado negativo é consequência do prejuízo líquido ocorrido de 2012 a 2014.

A margem líquida foi positiva para a maioria dos períodos estudados sendo negativa na PDG de 2012 a 214. O prejuízo influenciou tanto a margem líquida, o resultado por ação, o retorno sobre o ativo e sobre o patrimônio líquido, este último tratado neste artigo sob a ótica da identidade Dupont.

A margem de lucro bruta foi negativa apenas em 2012 na empresa PDG. Tal resultado evidencia que a empresa não conseguiu cobrir seus custos durante o exercício de 2012. Tal resultado evidencia uma grande dificuldade da empresa no exercício.

O indicador Dupont teve resultado negativo na empresa PDG de 2012 a 2014. O resultado negativo deveu-se ao prejuízo apresentado no exercício.

Desta forma, nota-se que a aplicação e a análise dos índices financeiros contribuem para uma visão econômica completa da organização e auxiliam os gestores a tomarem as decisões pertinentes, visando o alcance dos objetivos estabelecidos.

REFERÊNCIAS

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CAMPOS, Gabriel Moreira; SCHERER, Luciano Márcio. Lucro por ação.Disponível em:

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______Análise das demonstrações contábeis. 5ª Ed. São Paulo: Atlas, 2010. ROSS, Stephen. A.; WESTERFIELD, Randolph W.; JORDAN, Bradford D.

Princípios de administração financeira.Tradução Andrea Maria Accioly Fonseca Minard.2. ed. São Paulo: Atlas, 2000.

VERGARA, Sylvia C. Projetos e relatórios de pesquisa em Administração. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2007.

WERNKE, Rodney. Gestão Financeira: ênfase em aplicações e casos nacionais. Rio de Janeiro: Saraiva, 2008.

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