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FORTISSIMO Nº PRESTO VELOCE 8 / MAR 9 / MAR

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Academic year: 2021

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(1)

PRESTO

VELOCE

8 / M A R

9 / M A R

(2)

Marcos Arakaki, regente Quaternaglia, quarteto de violões

P R O G R A M A

I N T E R V A L O

GIOACHINO

ROSSINI

La gazza ladra: Abertura

Ministério da Cultura e

Governo de Minas Gerais

apresentam

PRESTO

VELOCE

8 / M A R

9 / M A R

CAMARGO

GUARNIERI

Encantamento

CAMARGO

GUARNIERI

Sinfonia nº 2, “Uirapuru”

Enérgico Terno Festivo

Concerto Andaluz

Tiempo de Bolero Adagio Allegretto

JOAQUÍN

RODRIGO

(3)

Celebramos, em 2018, os 150 anos de falecimento de um dos mais importantes compositores líricos da história: Gioacchino Rossini. Sua música descreve alegria, humor e leveza incomparáveis. Uma de suas aberturas mais populares traduz essa ironia e felicidade que caracterizam a obra do compositor italiano. A tradição do violão na cultura musi-cal brasileira é intensa. A obra de Villa-Lobos, por exemplo, confere ao instrumento um espaço inusi-tado na música erudita do século XX. Assim como no Brasil, a música espanhola, principalmente no opus

Diretor Artístico e Regente Titular da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais desde sua criação, em 2008, Fabio Mechetti posicionou a orquestra mineira no cenário mundial da música erudita. Além dos prêmios conquistados, levou a Filarmônica a quinze capitais brasileiras, a uma turnê pela Argen-tina e Uruguai e realizou a gravação de oito álbuns, sendo três para o selo internacional Naxos. Natural de São Paulo, Mechetti serviu recentemente como Regente Principal da Filarmônica da Malásia, tornando-se o primeiro

regente brasileiro a ser titular de uma orquestra asiática.

Nos Estados Unidos, Mechetti esteve quatorze anos à frente da Orquestra Sinfônica de Jacksonville e, atualmente, é seu Regente Titular Emérito. Foi tam-bém Regente Titular das sinfônicas de Syracuse e de Spokane, da qual hoje é Regente Emérito. Regente Associado de Mstislav Rostropovich na Orquestra Sinfônica Nacional de Washington, com ela dirigiu concertos no Kennedy Center e no Capitólio. Da Sinfônica de San Diego, foi Regente Residente. Fez sua estreia no Carnegie Hall de Nova York conduzindo a Sinfônica de Nova Jersey. Continua dirigindo inú-meras orquestras norte-americanas e é convidado frequente dos festivais de verão norte-americanos, entre eles os de Grant Park em Chicago e Chautauqua em Nova York.

Igualmente aclamado como regente de ópera, estreou nos Estados Unidos dirigindo a Ópera de Washington. No seu repertório destacam-se produções de Tosca, Turandot, Carmem, Don

Giovanni, Così fan tutte, La Bohème, Madame Butterfly, O barbeiro de Sevilha, La Traviata e Otello.

Suas apresentações se estendem ao Canadá, Costa Rica, Dinamarca, Escandi-návia, Escócia, Espanha, Finlândia, Itália, Japão, México, Nova Zelândia, Suécia e Venezuela. No Brasil, regeu todas as importantes orquestras brasileiras. Fabio Mechetti é Mestre em Regência e em Composição pela Juilliard School de Nova York e vencedor do Concurso Internacional de Regência Nicolai Malko, da Dinamarca.

FABIO

MECHETTI

Diretor Artístico e Regente Titular de Joaquín Rodrigo, revela também

uma afinidade especial com o violão. No concerto desta noite associamos uma das peças mais importantes de Rodrigo com a excelência repre-sentada pelo quarteto Quaternaglia, intérprete do seu Concerto Andaluz. Essa característica nacionalista continua expressa nas obras de Camargo Guarnieri, combinando a pulsão rítmica que define a música brasileira com a melancolia presente na alma de nosso país. A todos, um bom concerto. FABIO MECHETTI FO TO: EUGÊNIO SÁ VIO

CAROS AMIGOS

E AMIGAS,

(4)

FO TO: RAF AEL MO TT A

MARCOS

ARAKAKI

QUATERNAGLIA

Quaternaglia Guitar Quartet tem sido aclamado como um dos mais importan-tes quartetos de violões da atualidade, tanto pelo alto nível de seu trabalho camerístico como por sua importante contribuição para a ampliação do reper-tório. Em 25 anos de atuação, o grupo – formado pelos violonistas Chrystian Dozza, Fabio Ramazzina, Thiago Abdalla e Sidney Molina – vem estabelecendo um cânone de obras originais e arranjos audaciosos, o que inclui a colaboração com compositores como Leo Brouwer, Almeida Prado, Egberto Gismonti, Sergio Molina e Paulo Bellinati.

Sua atuação começou a despertar o interesse da crítica internacional no final dos anos 1990, após a obtenção do Ensemble Prize no Concurso Internacional de Violão de Havana e da participação em importantes séries de violão e música de câmara nos Estados Unidos.

FO

TO: GAL OPPIDO

A discografia do Quaternaglia inclui sete CDs – entre eles o Antique, ganhador do Prêmio Carlos Gomes – e um DVD gravado ao vivo.

O quarteto já se apresentou em quinze estados norte-americanos, em Portugal, Espanha, Austrália, Cuba, Uruguai e Argentina e em dezessete estados bra-sileiros, além de ministrar masterclasses e palestras a convite de instituições como Universidade Yale, Jacobs School of Music e Conservatório de Coimbra. O grupo foi solista de orquestras conduzidas por Isaac Karabtchevsky e Leo Brouwer na Sala São Paulo, Theatro da Paz e Teatro Nacional de Cuba.

Compositores brasileiros dedicaram quase cinquenta obras ao Quaternaglia, que gravou 25 delas. O quarteto também é reconhecido pela excelência de suas inter- pretações de Villa-Lobos e Leo Brouwer, bem como por performances especiais de renascença e música espanhola. Radicados em São Paulo, os músicos do Quaternaglia utilizam três violões de seis cordas e um violão de sete cordas especialmente construídos pelo luthier brasileiro Sérgio Abreu.

Regente Associado da Filarmônica, Marcos Arakaki colabora com a Orques- tra desde 2011. Sua trajetória artís- tica é marcada por prêmios como o primeiro lugar no Concurso Nacional Eleazar de Carvalho para Jovens Regentes (2001) e no Prêmio Camargo Guarnieri (2009). Foi semifinalista no Concurso Internacional Eduardo Mata (2007). O maestro foi regente assistente da Orquestra Sinfônica Brasileira (OSB), bem como titular da OSB Jovem e da Sinfônica da Paraíba. Dirigiu as sinfô-nicas do Estado de São Paulo (Osesp), do Teatro Nacional Claudio Santoro, do Paraná, de Campinas, do Espírito Santo, da Paraíba, da Universidade de São Paulo, Filarmônica de Goiás, Petrobras Sinfônica e Orquestra Experimental de Repertório. No exterior, regeu as filar-mônicas de Buenos Aires e da Univer-sidade Autônoma do México, Sinfônica de Xalapa, Kharkiv Philharmonic da Ucrânia e Boshlav Martinu Philharmonic da República Tcheca.

Arakaki tem acompanhado importan-tes artistas do cenário erudito, como Pinchas Zukerman, Gabriela Montero, Sergio Tiempo, Anna Vinnitskaya, Sofya Gulyak, Ricardo Castro, Rachel Barton Pine, Chloë Hanslip, Luíz Filíp, Günter Klauss, Eddie Daniels, David Gerrier, Yamandu Costa.

Natural de São Paulo, é Bacharel em Música pela Universidade Estadual Paulista, na classe de Violino de Ayrton Pinto, e Mestre em Regência Orquestral pela Universidade de Massachusetts. Participou do Aspen Music Festival and School, recebendo orientações de David Zinman na American Academy of Conducting at Aspen. Esteve em

master-classes com Kurt Masur, Charles Dutoit

e Sir Neville Marriner.

Seu trabalho contribui para a formação de novas plateias, em apresentações didáticas, bem como para a difusão da música de concerto em turnês a mais de setenta cidades brasileiras. Atua como coordenador pedagógico, professor e palestrante em projetos culturais, instituições musicais e universidades.

QUARTETO  DE  VIOLÕES

Chrystian Dozza, Fabio Ramazzina, Thiago Abdalla, Sidney Molina

(5)

Referências

Para assistir Orquestra del Teatro La Fenice – Daniel Harding, regente – Acesse: fil.mg/rladra

Para ler Lauro Machado Coelho – A ópera clássica italiana (História da Ópera) – Editora Perspectiva – 2003 Piccolo, 2 flautas, 2 oboés,

2 clarinetes, 2 fagotes, 4 trompas, 2 trompetes, 3 trombones, tuba, tímpanos, percussão, cordas.

ROSSINI

G I O A C H I N O

L A G A Z Z A L A D R A : A B E R T U R A

Pesaro, Itália, 1792 – Paris, França, 1868

1817 / 10 minutos

Filho do trompista municipal de Pesaro (Marche, Itália), Rossini ini-ciou, aos doze anos, a composição de alguns quartetos que lhe renderam, pela visível influência haydniana, a alcunha de il tedeschino (o ale-mãozinho). Vinte anos depois, em 1824, quando Beethoven apresentou em seu último concerto vienense a Nona Sinfonia e a Missa Solemnis, os empresários exigiram que, no intervalo, uma cantora oferecesse ao público uma ária de Rossini, o músico mais conhecido e idolatrado do seu tempo. Cinco anos mais tarde, rico e célebre, o compositor italiano abandonava definitivamente a ópera para viver em Paris seus próximos 39 anos, como um bon vivant dedi-cado sobretudo à culinária. No final do século XVIII, na Itália da Restauração, a ópera tornara-se a verdadeira paixão nacional, e os ita-lianos exigiam títulos novos a cada temporada. Rossini acumulava qua-lidades adequadas a essa velocidade de trabalho alucinante: inspiração

melódica excepcional, exuberante técnica de improvisador e um ins-tinto teatral infalível. O segredo do criador de O barbeiro de Sevilha re-side na incomparável vivacidade de sua música, de uma verve inédita, concretizada em recursos sem ante-cedentes à época, como os crescendi de efeito irresistível – um tema, a princípio apenas esboçado, caminha em repetições de intensidade cres-cente até um fulgurante estrondo orquestral. Ainda mais admirável é sua capacidade de escrever delicadas e cativantes melodias, expressivas de afetos como a melancolia, a tristeza e outros sentimentos afins do gosto pré-romântico. Tais recursos fazem de Rossini o compositor mais original do primeiro Romantismo italiano, fugindo do convencionalismo de seus ilustres predecessores, Cimarosa e Paisiello. Seu sucesso deve muito à rapidez com que transcrevia a inspiração para a pauta. E ele teve a sabedoria de não se levar demasiadamente a sério: “Eu tinha facilidade e pode-

ria ter feito alguma coisa...” afirmou, mais tarde, a Wagner. Grande autor cômico, Rossini sabia tirar partido de situações absurdas dos libretos: “Deem-me uma lista de lavande- ria e eu a porei em música”, dizia. Exemplo típico de ópera semisséria, alternando elementos trágicos e cômicos, La gazza ladra baseava-se em um fato real: o julgamento de uma criada, injustamente acusada de furto. Depois de sua condenação à morte, descobriu-se que as joias ti-nham sido apanhadas por uma pega, ave que costuma roubar objetos e levá-los para seu ninho. Apesar desse libreto pouco plausível, a ópera tor-nou-se mais um retumbante sucesso na carreira do compositor. A alegre

Abertura consolidou-se como peça isolada de concerto e, confirmando sua popularidade, foi incluída por Stanley Kubrick na trilha sonora de seu filme Laranja Mecânica. Inicia-se com brilhante rufar de tímpanos (dois personagens são soldados que retornam da guerra) e mostra uma cintilante orquestração, de brilho e habilidade ímpares, colorindo as irresistíveis melodias. Um crescendo tipicamente rossiniano conduz à conclusão de grande efeito teatral.

Instrumentação

Paulo Sérgio Malheiros dos Santos

Pianista, Doutor em Letras, professor na UEMG, autor dos livros Músico, doce

músico e O grão perfumado – Mário de Andrade e a arte do inacabado. Apresenta

o programa semanal Recitais Brasileiros, pela Rádio Inconfidência.

Para ouvir CD Rossini – Aberturas de óperas cômicas – Royal Philharmonic Orchestra – Evelino Pidò, regente – Mediasat Group S.A. Espanha/Brasil – 2006

Editora

Breitkopf & Härtel com a Filarmônica

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Referências Para ler Norton Dudeque – História do Violão – Editora da Universidade Federal do Paraná – 1994 Para ler Jean & Brigitte Massin – História da Música Ocidental – Nova Fronteira – 1997 Piccolo, 2 flautas, 2 oboés,

2 clarinetes, 2 fagotes, 4 trompas, 2 trompetes, cordas.

RODRIGO

J O A Q U Í N

C O N C E R T O A N D A L U Z

Sagunto, Espanha, 1901 – Madri, Espanha, 1999

1967 / 24 minutos

O gênero Concerto mereceu espe-cial atenção por parte de Joaquín Rodrigo. O compositor valenciano dedicou quinze obras do gênero a eminentes instrumentistas de seu tempo, do quilate de um Gaspar Cassadó (violoncelo), Nicanor Zaba-leta (harpa) e James Galaway (flauta), por exemplo. No caso do violão, os nomes não são menos expressivos: por sugestão de Regino Sainz de la Maza, Rodrigo compôs o Concerto de Aranjuez (1939) e, a pedido do mais influente violonista do século XX, Andrés Segovia, escreveu a Fantasia para um fidalgo (1954), baseada em temas do guitarrista espanhol do século XVI, Gaspar Sanz.

Em 1967, o violonista Celedonio Romero encomendou a Rodrigo, para o seu quarteto – o célebre Los Romeros –, uma obra com or-questração sui generis para a épo- ca, um concerto para quatro vio- lões com acompanhamento de orquestra. Rodrigo compôs então o Concerto Andaluz.

O Concerto de Rodrigo foi a primeira grande obra escrita para essa instru-mentária e rapidamente se incorporou ao repertório do violão, inspirando o aparecimento de outras, como o Concierto Italico de Leo Brouwer ou o Concerto para Quatro Violões e Orquestra de Ronaldo Miranda. Sua estreia se deu pelo próprio quar-teto Los Romeros com a Sinfônica de San Antonio regida por Victor Alessandro, em novembro de 1967, na cidade de San Antonio, Texas, nos Estados Unidos. O grupo Los Romeros, conhecido como Familia Real de la Guitarra, continua tendo importante atuação, especialmente no cenário da música espanhola.

Diferentemente de outras compo-sições de Joaquín Rodrigo, onde há uma construção neoclássica, nesta o compositor insere direta-mente elementos da música fol-clórica andaluza, citando temas populares autênticos, além de es-quemas rítmicos característicos e suas atmosferas. Este Concerto pode ser entendido, segundo pala-vras do musicólogo norte-ameri-cano Nicolas Slonimsky, “como uma evocação poética da Andaluzia, com seus sons, suas luzes, a fra-grância de suas flores. Os ritmos espanhóis vibram nos bosques andaluzes e as cores instrumen-tais brilham no sol mediterrâneo, como a música das guitarras

res-soa no ar”. O Concerto Andaluz é composto de três movimentos: no primeiro, Tiempo de Bolero, o compositor evoca bailes popula-res, onde os instrumentos de cor-das da orquestra imitam a percus-são das castanholas. O segundo movimento – Adagio –, como de costume em outras obras de Rodrigo, é o mais extenso e onde o compositor expõe temas mais amáveis; destaca-se aí uma cadên- cia para os quatro solistas. A obra se encerra com um vibrante e vigo- roso Allegretto, que utiliza duas formas de danças do Flamenco: a Sevillana e o Zapateado. Instrumentação Para visitar www.joaquin-rodrigo. com Editora Schott Music Representante: Barry Editorial

Celso Faria Violonista, Mestre em

Performance Musical pela Escola de Música da Universidade Federal de Minas Gerais. Para ouvir CD Rodrigo Complete Orchestral Works, v. 2. – Asturias Symphony Orchestra – Maximiano Valdés, regente – Entre Quatre Guitar Quartet, violões – Naxos – 2002 Para assistir Korean Chamber Orchestra – HeeJun Choi, regente – Los Romeros, violões – Acesse: fil.mg/randaluz

com a Filarmônica

(7)

Piccolo, 2 flautas, 2 oboés, corne inglês, 2 clarinetes, clarone, 2 fagotes, contrafagote, 4 trompas, 2 trompetes, 3 trombones, tuba, tímpanos, piano, celesta, cordas

GUARNIERI

C A M A R G O

E N C A N T A M E N T O

Tietê, Brasil, 1907 – São Paulo, Brasil, 1993

1941 / 7 minutos

Encantamento é uma peça curta, originalmente escrita para violino e piano e transcrita posteriormente para grande orquestra. A obra alterna partes contrastantes que apresen-tam, na introdução e no final, uma melodia melancólica e lenta, inter-calada por um tema sincopado de caráter vibrante. Foi composta a partir de uma encomenda da Divisão de Música da União Panamericana de Washington D. C.

Na década de 1940, Camargo Guar-nieri mantinha estreito contato com instituições norte-america-nas empenhadas em promover as produções musicais brasileiras do século XX. No Brasil, o investimento de recursos públicos para tal fina-lidade era reduzido. O suporte à divulgação da atividade de nos-sos artistas no exterior não era prioridade do governo brasileiro. Em contrapartida, os consulados norte-americanos mostravam-se bastante ativos na promoção de artistas latino-americanos. Após o prêmio recebido por seu Concerto nº 1 para violino e orquestra, através

da Fleischer Music Collection da Filadélfia, o compositor paulista passou algumas temporadas na América do Norte com o intuito de divulgar sua música.

Camargo Guarnieri não considerava que o desenvolvimento de uma pro-dução nacional representasse, pura e simplesmente, a culminância da cultura musical de uma dada socie-dade, mas vinculava tal produção à exigência de sua circulação em âmbito mundial, com reconhecimento por parte de um público diversifi-cado, incluindo o meio artístico e intelectual. A referência ao nacional tornava-se um marco irrefutável e não excluía a possibilidade de tornar a sua música e a cultura brasileira mais conhecidas no exterior, seja por meio de sua atuação como regente,

seja por participação em concursos de projeção internacional, ou para atender a encomendas por parte de instituições estrangeiras, como é o caso de sua obra Encantamento. A composição foi dedicada a Louis Charles Seeger (1886-1979), musi-cólogo norte-americano que atuou como chefe da Divisão de Música da União Pan-Americana. Seeger mantinha especial interesse pela música produzida na América do Sul e tornou-se interlocutor de Camargo Guarnieri, de grande valia para seu intuito de divulgar sua música na América do Norte.

A despeito da extensa produção de peças de cunho nacionalista ao longo de sua carreira, Camargo Guarnieri enfrentava dificuldades no que

con-cerne à recepção de sua obra por um grande número de ouvintes, mais habituados a encadeamentos melódicos e harmônicos menos densos e mais repetidos. Todavia, o compositor resistia em modificar seu estilo de composição em função desse limite.

Camargo Guarnieri sintetizou sua concepção como “nacional”, assim expressando-se na Gazeta Musical e de Todas as Artes: “Sou e quero ser um compositor nacional do meu país. Se cada ser humano tem uma responsabilidade sobre a terra, a do músico será, certamente, a de contribuir, na medida de sua capa-cidade, para o enriquecimento da música universal, entendida esta como a soma das diversas músicas nacionais”.

Instrumentação

Cesar Buscacio Professor do

Departa-mento de Música da Ufop, Bacharel em Piano pela UFMG, Doutor em História pela UFRJ e pós-Doutor em Musicologia pela EPHE Paris.

Referências Para ouvir CD Caramelos Latinos – Simón Bolívar Symphony Orchestra of Venezuela – Maximiano Valdés, regente – Dorian Recordings – 1995 Última apresentação 13/12/2012 Fabio Mechetti, regente

Editora

Editora da Osesp

Para ler Flávio Silva (org.) – Camargo Guarnieri, o tempo e a música – RJ, Funarte/SP, Imprensa Oficial – 2001 Para ler Marion Verhaalen – Camargo Guarnieri: expressões de uma vida – Editora da USP/ Imprensa Oficial – 2001

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Referências

Piccolo, 2 flautas, 2 oboés, corne inglês, 2 clarinetes, clarone, 2 fagotes, contrafagote, 4 trompas, 3 trompetes, 3 trombones, tuba, tímpanos, percussão, piano, cordas.

S I N F O N I A N º 2 , “ U I R A P U R U ”

1945 / 30 minutos

Camargo Guarnieri teve sua trajetó-ria musical iniciada na terra natal, a cidade de Tietê, estado de São Paulo. Posteriormente, transferiu-se para a capital paulista, onde sua relação mais direta com os ideários do nacionalismo musical começou a ser tecida, sobretudo por meio do contato com seus mestres Ernani Braga e Sá Pereira. Ambos tendiam claramente a uma produção musi-cal nacionalista, articulada às suas pesquisas sobre o acervo folclórico-cultural do Brasil. A partir de 1928, Camargo Guarnieri manteve es- treito e fértil contato com Mário de Andrade, literato e musicólogo que se tornara um porta-voz do movi-mento nacional das artes no Brasil. A década de 1940 foi bastante pro-missora para Camargo Guarnieri no que tange ao seu reconheci-mento profissional. Diversas de suas obras foram premiadas no Brasil e no exterior.

Em 1945, Guarnieri escreveu sua segunda sinfonia, que foi dedicada

a Villa-Lobos, recebendo o subtítulo de Uirapuru, em menção ao bailado de Villa-Lobos composto em 1917. Conta a lenda que o Uirapuru, deus do amor – pássaro da Amazônia que se transformava em um belo índio disputado pelas índias que o encontravam –, quando cantava, calavam-se todos.

A Sinfonia Uirapuru recebeu o Prê-mio Reichold, segundo lugar entre cerca de oitocentas obras enviadas a um Concurso Internacional em Detroit, com o intuito de escolher a “Sinfonia das Américas”. Contudo, a Sinfonia Uirapuru teve sua estreia somente em 8 de março de 1950, sob a direção do próprio Guarnieri, frente à Orquestra Municipal de São Paulo. Posteriormente, Eleazar de Carvalho a regeu em Cleveland e em Paris, com a Orquestra da Radiodifusão Francesa, obtendo grande receptividade por parte do público e pela crítica internacio-nal. Eleazar escreveu a Guarnieri que, após sua apresentação em Cleveland, retornou ao palco cinco

vezes para agradecer os aplausos, e que, em Paris, também a crítica musical francesa reagiu com gran-de entusiasmo.

Esta Sinfonia, composta de três movimentos, enfatiza, por meio de seu brilho orquestral, a intensa brasilidade característica da obra de Guarnieri. No primeiro movi-mento (Enérgico), um tema inicial é apresentado, seguido de um de-senvolvimento que realça outros dois temas que dialogam entre as cordas e os metais. O segundo mo-vimento (Terno) apresenta um cará-ter intimista e afetuoso por meio de uma linha melódica introduzida pelo corne inglês e densificada, pou-co a poupou-co, pelo pou-corpo orquestral.

Já o terceiro movimento (Festivo) enfatiza um caráter bastante ritma-do, com destaque para as síncopes e as frases que remetem a temas nordestinos, com forte presença dos instrumentos de percussão. Foram muito poucos os composito-res que disponibilizaram, no campo musical brasileiro, obra de tama- nha envergadura e representativi-dade. Ao longo de sua larga trajetó- ria, Guarnieri compôs nada menos que sete majestosas sinfonias.

Instrumentação

Para ler

Cesar Maia Buscacio – Americanismo e nacionalismo musicais na correspondência de Curt Lange e Camargo Guarnieri (1934-1956) – Editora Ufop – 2010

GUARNIERI

C A M A R G O

Tietê, Brasil, 1907 – São Paulo, Brasil, 1993

Cesar Buscacio Professor do

Departa-mento de Música da Ufop, Bacharel em Piano pela UFMG, Doutor em História pela UFRJ e pós-Doutor em Musicologia pela EPHE Paris.

Para ouvir Orquestra Sinfônica Municipal de Campinas – Benito Juarez, regente Acesse: fil.mg/ guirapuru Editora Editora da Osesp com a Filarmônica Primeira apresentação

(9)

ORQUESTRA

FILARMÔNICA

DE MINAS GERAIS

Diretor Artístico e Regente Titular Regente Associado

Fabio Mechetti

* principal ** principal associado *** principal assistente **** principal assistente substituta ***** músico convidado

Primeiros Violinos

Anthony Flint – Spalla Rommel Fernandes –

Spalla associado

Ara Harutyunyan –

Spalla assistente

Ana Paula Schmidt Ana Zivkovic Arthur Vieira Terto Bojana Pantovic Dante Bertolino Joanna Bello Roberta Arruda Rodrigo Bustamante Rodrigo M. Braga Rodrigo de Oliveira Segundos Violinos Frank Haemmer * Hyu-Kyung Jung **** Gideôni Loamir Jovana Trifunovic Luka Milanovic Martha de Moura Pacífico Matheus Braga Radmila Bocev Rodolfo Toffolo Tiago Ellwanger Valentina Gostilovitch Violas

João Carlos Ferreira * Roberto Papi *** Flávia Motta Gerry Varona Gilberto Paganini Juan Díaz Katarzyna Druzd Luciano Gatelli Marcelo Nébias Nathan Medina Violoncelos Philip Hansen * Robson Fonseca *** Camila Pacífico Camilla Ribeiro Eduardo Swerts Emília Neves Lina Radovanovic Lucas Barros William Neres Contrabaixos Nilson Bellotto * André Geiger *** Marcelo Cunha Marcos Lemes Pablo Guiñez Rossini Parucci Walace Mariano Flautas Cássia Lima * Renata Xavier *** Alexandre Braga Elena Suchkova Oboés Alexandre Barros * Públio Silva *** Israel Muniz Moisés Pena Clarinetes

Marcus Julius Lander * Jonatas Bueno *** Ney Franco Alexandre Silva Fagotes Catherine Carignan * Victor Morais *** Andrew Huntriss Francisco Silva Trompas

Alma Maria Liebrecht * Evgueni Gerassimov *** Gustavo Garcia Trindade José Francisco dos Santos Lucas Filho Fabio Ogata Trompetes Marlon Humphreys * Érico Fonseca ** Daniel Leal *** Tássio Furtado Trombones

Mark John Mulley * Diego Ribeiro ** Wagner Mayer *** Renato Lisboa Tuba Eleilton Cruz * Tímpanos Patricio Hernández Pradenas * Percussão Rafael Alberto * Daniel Lemos *** Sérgio Aluotto Werner Silveira Harpa Cleménce Boinot * Teclados Ayumi Shigeta * Gerente Jussan Fernandes Inspetora Karolina Lima Assistente Administrativa Débora Vieira Arquivista

Ana Lúcia Kobayashi

Assistentes Claudio Starlino Jônatas Reis Supervisor de Montagem Rodrigo Castro Montadores André Barbosa Hélio Sardinha Jeferson Silva Klênio Carvalho Risbleiz Aguiar

Marcos Arakaki

INSTITUTO CULTURAL FILARMÔNICA

Governador do Estado de Minas Gerais

Fernando Damata Pimentel

Vice-governador do Estado de Minas Gerais

Antônio Andrade

Secretário de Estado de Cultura de Minas Gerais

Angelo Oswaldo de Araújo Santos

Secretário de Estado Adjunto de Cultura de Minas Gerais João Batista Miguel

Oscip – Organização da Sociedade Civil de Interesse Público — Lei 14.870 / Dez 2003

Conselho Administrativo Presidente emérito

Jacques Schwartzman

Presidente

Roberto Mário Soares

Conselheiros Angela Gutierrez Arquimedes Brandão Berenice Menegale Bruno Volpini Celina Szrvinsk Fernando de Almeida Ítalo Gaetani Marco Antônio Pepino Marco Antônio Soares da Cunha Castello Branco Mauricio Freire Octávio Elísio Paulo Brant Sérgio Pena Diretoria Executiva Diretor Presidente Diomar Silveira Diretor Administrativo-financeiro Estêvão Fiuza Diretora de Comunicação Jacqueline Guimarães Ferreira Diretora de Marketing e Projetos Zilka Caribé Diretor de Operações Ivar Siewers Equipe Técnica Gerente de Comunicação Merrina Godinho Delgado Gerente de Produção Musical Claudia da Silva Guimarães Assessora de Programação Musical Gabriela de Souza Produtores

Luis Otávio Rezende Narren Felipe Analistas de Comunicação Marciana Toledo Mariana Garcia Renata Gibson Renata Romeiro Analista de Marketing de Relacionamento Mônica Moreira Analistas de Marketing e Projetos Itamara Kelly Mariana Theodorica Assistente de Marketing de Relacionamento Eularino Pereira Assistente de Produção Rildo Lopez Equipe Administrativa Gerente Administrativo-financeira

Ana Lúcia Carvalho

Gerente de Recursos Humanos

Quézia Macedo Silva

Analistas Administrativos

João Paulo de Oliveira Paulo Baraldi Analista Contábil Graziela Coelho Secretária Executiva Flaviana Mendes Assistente Administrativa Cristiane Reis Assistente de Recursos Humanos Vivian Figueiredo Recepcionista Meire Gonçalves Auxiliar Administrativo Pedro Almeida Auxiliares de Serviços Gerais Ailda Conceição Rose Mary de Castro

Mensageiros

Bruno Rodrigues Douglas Conrado

Sala Minas Gerais Gerente de Infraestrutura Renato Bretas Gerente de Operações Jorge Correia Técnicos de Áudio e de Iluminação Pedro Vianna Rafael Franca Assistente Operacional Rodrigo Brandão Fortissimo O Fortissimo está indexado aos sistemas nacionais e internacionais de pesquisa. Você pode acessá-lo também em nosso site. Março nº 3 / 2018 ISSN 2357-7258 Editora Merrina Godinho Delgado Edição de texto Berenice Menegale

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SEJA AMIGO DA

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O ANO TODO

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AGENDA

DIAS 1 E 2, 20h30 Allegro e Vivace DIAS 8 E 9, 20h30 Presto e Veloce DIA 11, 11h Juventude

DIA 17, 18h Fora de Série / Itália DIAS 22 E 23, 20h30 Allegro e Vivace

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Sala Minas Gerais.

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Março / 2018

Faça silêncio

e evite tossir.

Evite trazer crianças

abaixo de 8 anos.

Rua Pium-í, 229

Cruzeiro Rua Juiz de Fora, 1.257Santo Agostinho

Gioachino Rossini Foto: Carjat

Contribuições diretas ou incentivadas são sempre bem-vindas.

As incentivadas podem ser abatidas no IRPF do ano seguinte.

Informe-se!

(31) 3219-9029 / amigos@filarmonica.art.br

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FO TO: D ANIELA P AOLIELL O

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