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COMPARAÇÃO DE PRODUTOS E METODOLOGIAS PARA MAPEAMENTO DE VULNERABILIDADE A DESASTRES

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LabGrid / CEPED UFSC

dezembro de 2014

COMPARAÇÃO DE PRODUTOS E

METODOLOGIAS PARA MAPEAMENTO DE

VULNERABILIDADE A DESASTRES

(2)

Universidade Federal de Santa Catarina

Centro Universitário de Estudos e Pesquisas sobre Desastres

Laboratório de Gestão de Riscos de Desastre - LabGrid

COMPARAÇÃO DE PRODUTOS E METODOLOGIAS

PARA MAPEAMENTO DE VULNERABILIDADE A

DESASTRES

CEPED UFSC

Florianópolis, 2014

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MINISTRO DA INTEGRAÇÃO NACIONAL Francisco José Coelho Teixeira

SECRETÁRIO NACIONAL DE PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL

Adriano Pereira Júnior

Reitora da Universidade Federal de Santa Catarina

Professora Roselane Neckel, Drª. Diretor do Centro Tecnológico

Professor Sebastião Roberto Soares, Dr. CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ESTUDOS E PESQUISAS SOBRE DESASTRES

Diretor Geral

Professor Antônio Edesio Jungles, Dr. Diretor Técnico e de Ensino

Professor Marcos Baptista Lopez Dalmau, Dr. LABORATÓRIO DE GESTÃO DE RISCOS DE DESASTRE

Diretor Geral

Professor Antônio Edesio Jungles, Dr. Coordenador Executivo

Professor Rafael Higashi, Dr.

FUNDAÇÃO DE AMPARO À PESQUISA E EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA

Superintendente Geral

Professor Gilberto Vieira Ângelo, Esp.

Catalogação na publicação por Graziela Bonin – CRB14/1191.

Esta obra é distribuída por meio da Licença Creative Commons 3.0 Atribuição/Uso Não Comercial/Vedada a Criação de Obras Derivadas / 3.0 / Brasil.

Universidade Federal de Santa Catarina. Centro Universitário de Pesquisa e Estudos sobre Desastres. Laboratório de Gestão de Riscos de Desastre - LabGrid.

Comparação de produtos e metodologias para mapeamento de vulnerabilidade a desastres. - Florianópolis: CEPED UFSC, 2014.

115 p.

1. Desastres - vulnerabilidade. 2. Mapeamento. 3. CEPED UFSC - metodologia. I. Universidade Federal de Santa Catarina. II. Centro Universitário de Estudos e Pesquisas sobre Desastres. III. Laboratório de Gestão de Riscos e Desastres - LabGrid.

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APRESENTAÇÃO

Em agosto de 2012 o Governo Federal lançou o Plano Nacional de Gestão de Riscos e Resposta a Desastres Naturais, que de forma articulada entre diversos órgãos de governo prevê a produção de mapas de vulnerabilidade e cartas geotécnicas; a execução de obras de prevenção; a instalação de equipamentos de monitoramento e alerta a desastres; entre outras ações. Destas iniciativas resultaram um conjunto produtos a serem entregues aos municípios até o final de 2014, os quais deverão servir de subsídio para a gestão local de riscos.

Ao Ministério da Integração Nacional (MI), via Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres (CENAD), coube a execução do projeto Mapeamento de Riscos de Desastres, aplicado a 821 municípios brasileiros. Quatro empresas participaram dos primeiros editais de contratação para o mapeamento e os produtos entregues pelas mesmas estão relacionados à identificação das principais áreas de risco e suas vulnerabilidades dos municípios a elas designados, além das indicações de intervenções estruturais e ações não estruturais, com estimativas de custos, e avaliação da capacidade de proteção e resposta municipal.

Em 2013, o CENAD, por meio de acordo de cooperação com a Universidade Federal de Santa Catarina, criou em parceria com o CEPED UFSC, o Laboratório de Gestão de Riscos de Desastres, com o intuito de desenvolver pesquisas relacionadas ao mapeamento de riscos. Com o objetivo de auxiliar o CENAD na análise dos produtos recebidos das empresas, e por solicitação do mesmo, o LabGrid realizou a etapa "Comparação de produtos e metodologias de mapeamento de vulnerabilidade a desastres".

Objetivo

 Comparar os produtos e metodologias apresentados pelas empresas que realizaram o mapeamento de vulnerabilidade a desastres com a metodologia elaborada pelo CEPED UFSC.

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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ESTUDOS E PESQUISAS SOBRE DESASTRES LABORATÓRIO DE GESTÃO DE RISCOS DE DESASTRES

Coordenação Geral

Professor Antonio Edésio Jungles, Dr.

Coordenação Executiva

Professor Rafael Augusto dos Reis Higashi

Corpo Técnico e Conteúdo Cleyton Vilpert

Djennifer Zoboli de Almeida Janaína Rocha Furtado

Rafael Augusto dos Reis Higashi

Elaboração de Mapas e Krigagem Antônio Guarda

Cleyton Vilpert Higor Hugo Batista

Colaboração

Michely Martins Regiane Sbroglia Rosana Mariah

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INTRODUÇÃO

Os impactos decorrentes dos desastres naturais e número de ocorrências têm aumentado nos últimos anos, como consequência, entre outros aspectos, da combinação de efeitos relacionados a fatores econômicos, sociais, demográficos, tecnológicos e ideológicos. De acordo com Mendonça e Leitão (2008)1, os processos de produção que caracterizam a Modernidade, principalmente a agropecuária e a indústria, associados aos processos de urbanização e de metropolização cada vez mais intensos, têm potencializado os desastres, as catástrofes, os riscos e as vulnerabilidades.

Além do aumento da frequência e da intensidade das ameaças, estes fatores estão implicados no processo de vulnerabilização das populações e ambientes que estão expostos a estas ameaças. De modo geral, vulnerabilidade expressa o grau das possíveis perdas ou os possíveis danos a pessoas, bens, instalações e em meio ambiente que podem transcorrer da ameaça de um determinado fenômeno. Em situação de desastres, implica também na capacidade de proteger-se e de recuperar-se das suas consequências sem ajuda externa. Relaciona-se a um conjunto de fatores, entre eles: sociais, econômicos, físicos e ambientais.

O estudo da vulnerabilidade aos desastres é um aspecto da avaliação do risco, pois o risco é produto da suscetibilidade a um fenômeno perigoso (ameaça) específico atrelado à vulnerabilidade local. Em se tratando de ambientes urbanos, ressalta-se que as vulnerabilidades se encontram territorializadas, ou seja, cada local da cidade possui suas próprias características, que vão determinar sua vulnerabilidade e guiar as respostas de prevenção em face dos perigos (Mendonça e Leitão, 2008). Assim sendo, a avaliação deve ser realizada in loco a partir da aplicação de instrumentos de pesquisa.

Com relação a uma perspectiva ampliada sobre a vulnerabilidade a desastre, tanto Cardona2 (2008) como Lavell3 (2000) teceram o debate sobre a vulnerabilidade a desastre no cerne da discussão sobre os modelos de desenvolvimento econômico e social. Muito

1 Mendonça, F.; Leitão, S. Riscos e vulnerabilidade socioambiental urbana: uma perspectiva a partir dos recursos hídricos. In: GeoTextos, vol. 4, n. 1 e 2, 2008, p. 145-163.

2 Cardona OD. The need for rethinking the concepts of vulnerability and risk from a holistic perspective: a necessary review and criticism for effective risk management. Mapping vulnerability: disaster, development & people. Bankof G, Frerks G, Hilhorst D (Eds). Nova York: Earthscan; 2008.

3 Lavell A. Desastres urbanos: una visión global. Panamá: Facultad Latinoamericana de Ciencias Sociales; 2000 [acessado em 2013 Nov 27]; 11 p. Disponível em: http://bases.bireme.br/cgi-bin/wxislind.exe/iah/online/?IsisScript=iah/iah.xis&src=google&base=REPIDISCA&lang=p&nextAction=ln k&exprSearch=25122&indexSearch=ID.

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recentemente foi possível observar a mudança de paradigma, analisada por Cardona (2008): de um enfoque, dado pelas ciências naturais, para a ameaça para um enfoque centrado na vulnerabilidade.

Os estudos sobre vulnerabilidade a desastres têm sido desenvolvidos desde a década de 80, mais amplamente adotados na década de 90, a partir da análise de desenvolvimento dos países e da crítica à ênfase tecnocentrista que vigorava nos estudos sobre “hazards”. Trazia-se para a reflexão, o entendimento dos diferentes fatores e aspectos sociais relacionados à produção do risco de desastres e a necessidade de capacitar pessoas para fazer o enfrentamento aos mesmos.

Percebia-se que buscar intervir sobre as ameaças se apresentava pouco eficaz, mesmo com o avanço tecnológico disponível. As estratégias de redução de riscos de desastres centraram seus esforços, então, na minimização das vulnerabilidades, estimulando projetos com em ampliar as capacidades de enfrentamento dos grupos e comunidades. Como apresentado acima, a vulnerabilidade é produzida a partir de condições insatisfatórias no que concerne à relação entre aos aspectos físicos, ambientais, sociais, econômicos, políticos, culturais, entre outros, e a ocorrência de determinado evento adverso.

No Brasil, o estudo da vulnerabilidade a desastres ainda é bastante incipiente. Uma breve pesquisa nas bases de dados da Capes4, por exemplo, utilizando os descritores vulnerabilidade e desastres, resulta em apenas 42 publicações, entre teses, dissertações e artigos científicos. Destas publicações, nenhuma apresenta metodologias de avaliação de vulnerabilidade a desastres. Em pesquisa na base de dados Scielo5, nenhuma publicação aparece com os descritores desastres e vulnerabilidade.

Assim sendo, o desenvolvimento de metodologias na área, especificamente para identificação e avaliação da vulnerabilidade a desastres, é uma iniciativa benéfica para a comunidade científica e para os agentes de proteção e defesa ou outros técnicos que atuam junto às comunidades expostas ao riscos de desastres. Todas as propostas neste relatório contribuem, a sua maneira, no longo caminho para consolidar uma metodologia que abranja os inúmeros aspectos e complexos processos envolvidos na vulnerabilidade aos riscos e desastres.

4 Portal de periódicos da Capes, disponível em: http://www.periodicos.capes.gov.br 5 Portal da biblioteca eletrônica Scielo, disponível em: www.scielo.br

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Por demanda da SEDEC, este relatório apresenta a análise comparativa das metodologias para avaliação de vulnerabilidade, desenvolvidas pelas empresas, para atender ao edital da SEDEC e pela UFSC, fruto do acordo de cooperação técnica entre as Instituições Federais. Desde já, se considera que o principal objetivo deste estudo não é definir quais metodologias são adequadas ou não, mas refletir sobre as propostas apresentadas e resultados alcançados, de modo a contribuir as pesquisas na área.

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METODOLOGIA

A comparação das metodologias apresentadas neste relatório refere-se, estritamente, à produção dos mapas de risco e/ou mapas de vulnerabilidade elaborados pelas empresas, a partir do Termo de Referência publicado pela SEDEC (2012 a 2014). Não estava prevista a avaliação metodológica dos demais produtos solicitados no Termo. No entanto, para facilitar a comparação das metodologias utilizadas pelas empresas, foi necessário realizar uma breve análise dos produtos entres pelas mesmas, apresentada no primeiro capítulo dos resultados.

Para executar a análise comparativa foram necessárias as seguintes etapas:

Etapa 1 - Seleção dos setores de risco investigados pelas empresas

Tendo em vista que as empresas foram contratadas para elaborar os mapas de risco e de vulnerabilidade de todos os setores identificados pelo CPRM nos municípios especificados em contrato, caracterizando uma demanda grande e variável, a análise das metodologias foi realizada apenas em dois setores de um município trabalhado por cada empresa, sendo um setor de deslizamento e outro de inundação. Os municípios foram selecionados pela SEDEC, que encaminhou os produtos das empresas diretamente ao CEPED UFSC. O CEPED UFSC selecionou dois setores de cada município, priorizando aqueles que tinham em torno de 50 edificações, tanto para as áreas suscetíveis a inundações como a deslizamentos.

As informações específicas dos setores selecionados para análise de compatibilidade serão apresentadas ao longo do relatório, após a descrição do contexto de contratação das empresas e dos produtos a serem entregues.

Etapa 2 - Adequação de informações dos setores

Em um segundo momento, as informações coletadas nos setores foram adequadas às variáveis e pesos utilizadas pela metodologia do CEPED UFSC. Como a metodologia elaborada pela Universidade utiliza variáveis indisponíveis na coleta de informações das empresas, um conjunto de variáveis foi desconsiderado. Outro conjunto de variáveis foi adaptado conforme a qualidade da informação coletada. Para tanto, todas as informações coletadas pelas empresas, disponíveis nas planilhas vinculadas aos shapes file dos mapas de risco ou nos mapas de

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vulnerabilidade, foram organizadas conjuntamente com as variáveis coletadas pela UFSC, formando uma planilha única (anexo A) na qual pode-se observar as informações coletadas e utilizadas em comum por todas as empresas e as informações divergentes. Posteriormente, foram selecionadas as variáveis compatíveis com a metodologia da UFSC, descartando aquelas que não eram adequadas.

Etapa 3 - Geração de mapas

Posteriormente, aplicou-se a fórmula de vulnerabilidade a desastres desenvolvida pela UFSC e, utilizando o modelo de krigagem, produziu-se mapas de vulnerabilidade dos setores trabalhados pelas empresas com a metodologia do CEPED UFSC, afim de verificar as semelhanças e diferenças entre as subsetorizações de vulnerabilidade elaboradas pelas empresas e as subsetorizações produzidas com a metodologia da Universidade.

Etapa 4 - Análise compatibilidade

Na análise de compatibilidade foram avaliados os seguintes aspectos:

 Os subsetores de vulnerabilidade de acordo com o grau indicado, detalhando número de setores compatíveis entre as metodologias;

 Indicadores utilizados pelas empresas, detalhando número de indicadores compatíveis entre as metodologias;

A comparação das metodologias de vulnerabilidade foi realizada a partir dos mapas entregues pelas empresas. Desta forma, foi desenvolvida uma análise entre os produtos e de sua compatibilidade, conforme indicado acima. Não foi possível analisar detalhadamente especificidades das metodologias empregadas, tais como: pesos e indicadores, modelos de espacialização ou métodos de interpolação, entre outros aspectos, pois nem todas as empresas descreveram a metodologia utilizada para classificar a vulnerabilidade do setor de risco, por meio da qual o setor foi subdividido em graus de vulnerabilidade (classes). Na análise dos produtos entregues pelas empresas, no capítulo dos resultados deste relatório, é possível observar as diferenças dos produtos entregues com relação às classes utilizadas, mapas apresentados e formato de relatórios, shapes e planilhas, dificultando a análise das metodologias de vulnerabilidade utilizadas e a consequente compatibilização entre estas.

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Etapa 5 - Aplicação de metodologia amostral

O projeto piloto da metodologia do CEPED UFSC partiu de amostras coletadas nos setores de risco para elaborar os mapas de vulnerabilidade. Sugeriu-se a aplicação de amostra sobre os setores trabalhados pelas empresas com o objetivo de verificar a viabilidade dos resultados, a partir da comparação dos mapas e subsetores decorrentes.

Foram selecionados dois setores para elaboração de mapas a partir de amostras, sendo um setor suscetível a deslizamentos e outro a inundações, sendo eles:

 Setor 09, de Cachoeiro de Itapemirim/CE - deslizamento, com 21 pontos mapeados pela empresa Thalweg.

 setor 46, de Gaspar/SC - inundação, com 139 pontos mapeados pela empresa Geonvi.

Para definição de amostras foi criado um reticulado de 10x10 metros sobre o setor de risco selecionado, marcando quadros que possuíam edificações e quantas edificações apresentavam (excluindo edículas ou complementos de edificações percebíveis). A este total de edificações espacializadas, aplicou-se o método de amostra planejada a partir dos seguintes critérios:

 Até 15 quadriculas 100% de edificações selecionadas

 De 16 a 50 quadriculas 50% de edificações selecionadas, sendo o máximo de 25 edificações

 De 51 a 150 quadriculas 33% de edificações selecionadas, sendo o máximo de 50 edificações

 De 151 a 500 quadriculas 20% de edificações selecionadas, sendo o máximo de 100 edificações

 De 501 a 1500 quadriculas 10% de edificações selecionadas, sendo o máximo de 150 edificações

 Mais de 1500 quadriculas 5% de edificações selecionadas.

Foi necessário contar o número de quadrículas que possuem edificações e aplicar o seguinte critério: Iniciou-se a contagem para aplicação da amostra da primeira quadrícula marcada a mais ao norte e oeste do grid. Na contagem do quadriculado total, elegeu-se o primeiro decimal e contar esta como a primeira amostra, as subsequentes foram o percentual aplicado. Com isso obteve-se as seguintes amostras:

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Quadro 01: Setores e número de pontos selecionados para amostra

Setor Município/ Estado Empresa Número de pontos mapeados

Número de pontos para amostra Setor 09 Cachoeiro de

Itapemirim/CE

Thalweg 21 pontos mapeados 11 pontos Setor 46 Gaspar/ SC Geoenvi 139 pontos mapeados 46 pontos

Fonte: CEPED UFSC, 2014.

No caso do setor 46 de Gaspar, por exemplo, no qual foi aplicada a metodologia por amostras, das 139 edificações identificadas, foram selecionadas para aplicação dos formulários apenas 46 edificações do setor (em torno de 33%), distribuídas conforme ilustra a figura 01, a seguir.

Figura 01: Imagem do setor 46 de Gaspar com a definição de amostra

Fonte: CEPED UFSC, 2014.

Já no setor 09 de Cachoeiro de Itapemirim, ao aplicar a metodologia de amostra, das 21 edificações existentes, foram selecionadas 11 edificações para a amostra (50%) das edificações.

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Apresentação Do Objeto De Estudo - As Empresas, o Edital e os Municípios

Para a realização do Mapeamento de Áreas de Riscos a Desastres o governo federal por meio do Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres (CENAD) elaborou o Termo de Referência com as diretrizes a serem seguidas pelas empresas durante a execução dos trabalhos. Nesse consta que as empresas deveriam realizar as seguintes de etapas:

ETAPA I – Mobilização e Relatório de Programação;

ETAPA II – Levantamento, mapeamento e espacialização de informações nos setores de risco de interesse, através do preenchimento de formulários anexados ao Termo de Referencia; e ETAPA III – Identificação das capacidades de proteção a desastres.

Segundo o Termo de Referência devem ser entregues os seguintes produtos:  Planilha de dados tabulados sobre elementos de interesse;

 Mapas das áreas com a identificação geográfica dos elementos de interesse em escala 1: 2.000 e 1: 10.000;

 Relatório de identificação de área mapeada;

 Planilha de dados tabulados sobre fatores físicos e ambientais de vulnerabilidade a inundações e movimentos de massa;

 Mapa de classificação de vulnerabilidade à inundação e à movimento de massa, com respectivos subsetores, em escala 1:2.000;

 Mapa de risco de inundação e movimento de massa, por setor e subsetor de risco, em escala 1: 2.000;

 Relatório consolidado sobre fatores físicos e ambientais de vulnerabilidade a inundações e movimentos de massa;

 Planilha de dados tabulados sobre as ações estruturais e propostas de intervenções para mitigação de riscos;

 Mapa temático com a indicação da proposta de intervenção por setor de risco;  Relatório consolidado sobre as propostas de intervenção por município;

 Planilha de dados tabulados sobre a capacidade de prevenção e resposta por município; e

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O Ministério da Integração Nacional (MI) por meio de licitações realizou a contratação de empresas especializadas para o levantamento de dados e análise de vulnerabilidade a desastres naturais para elaboração de mapas de risco e apresentação de propostas de intervenção para a prevenção de desastres. Dessas licitações quatro empresas foram contratadas, as quais são:

 Acquatool Consultoria S/S LTDA;

 Thalweg Consultoria e Projetos Geológicos;  Pangea Geologia e Estudos Ambientais; e  GeoEnvi Geologia e Meio Ambiente.

A Acquatool Consultoria S/S Ltda é uma empresa fundada em 1997,localizada em Fortaleza – CE, atua na área de Engenharia em Recursos Hídricos e Meio Ambiente principalmente na região nordeste do Brasil. Presta serviços de planejamento e gestão em recursos hídricos, obras hidráulicas, hidrologia e hidráulica computacional, estudos ambientais e cartografia, dentre muitos trabalhos realizados se destaca o da Transposição de Águas do Rio São Francisco, sob responsabilidade do Ministério de Integração Nacional6.

A Pangea Geologia e Estudos Ambientais LTDA, localizada em São Paulo – SP, é uma empresa de consultoria capacitada para atender projetos ambientais multidisciplinares, possui mais de 10 anos no mercado e presta serviços nas áreas gerenciamento de áreas contaminadas e investigação de passivos ambientais; soluções em geotecnologias; gestão de recursos hídricos; soluções geotécnicas e apoio a obras civis; e planejamento e licenciamento ambiental. Principais Clientes: Petrobras, Furnas, CPTM, Eletropaulo, ANA, Prefeitura Municipal de São Paulo7.

A empresa GeoEnvi Geologia e Meio Ambiente, situada em Florianópolis – SC, foi fundada em 2005, atende em todo território brasileiro e atua nas áreas de geologia e geotecnia, geofísica, meio ambiente, hidrogeologia. Alguns de seus clientes são: Angeloni, Busscar, Casan, Ministério da Integração Nacional, Prosul, Univalli, Hidropel, Engevix e Boering8.

6 http://www.acquatool.com.br 7 http://www.regea.com.br 8 http://www.geoenvi.com.br

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A Thalweg Consultoria e Projetos Geológicos Ltda é uma empresa situada no município de Niterói-RJ. Não foi encontrado site da empresa ou outras informações confiáveis disponíveis na internet para descrever suas atividades e objetivos.

Para cada empresa foi selecionado um município para realizar a comparação e selecionados dois setores para o estudo, conforme apresentado no quadro 02 a seguir:

Quadro 02: Descrição dos municípios, setores de risco e empresas contratadas

Empresa Município Estado Número de setores CPRM Processos Perigosos Setor selecionado para o estudo Setores Selecionados para Metodologia Amostral Acquatool Consultoria S/S Ltda Mossoró Rio Grande Norte 11 setores Inundação 09 Setor 09 de Cachoeiro de Itapemirim - (deslizamento) Setor 46 de Gaspar - (Inundação) Thalweg Consultoria e Projetos Geológicos Ltda Cachoeiro de Itapemirim Espírito Santo 20 setores Inundação e Deslizamento 09 e 11 Pangea Geologia e Estudos Ambientais LTDA Santa Cruz Cabrália

Bahia 07 setores Inundação e Deslizamento 05 e 06 GeoEnvi Geologia e Meio Ambiente Gaspar Santa Catarina 58 setores Inundação e Deslizamento 40 e 46

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RESULTADOS

A apresentação e análise dos resultados compreende três momentos distintos, sendo, primeiramente, fornecido a descrição dos produtos entregues pelas empresas e uma breve análise do banco de dados fornecidos pelas mesmas e, também, dos produtos cartográficos solicitados no TR da SEDEC. Em um segundo momento, apresenta-se os produtos gerados para a compatibilização das empresas, a análise dos indicadores e dos mapas e a seleção de amostras. Por fim, apresenta-se produtos derivados do mapeamento de vulnerabilidade, elaborados pela UFSC para agregar os estudos realizados na área e prover mais informações aos municípios de interesse.

Apresentação, Organização E Entrega Dos Produtos Pelas Empresas

Foi necessário realizar, inicialmente, um levantamento dos produtos entregues pelas empresas e da forma de apresentação dos mesmos, uma vez que os relatórios e arquivos disponibilizados não eram similares entre si. Segue uma breve análise dos produtos entregues por empresa, a partir da descrição dos produtos do Termo de Referência (TR).

Acquatool Consultoria S/S Ltda

A Empresa Acquatool Consultoria S/S Ltda apresenta um relatório para cada etapa, sendo esses: Etapa 1.1- Identificação da Área Mapeada; Etapa 1.2- Tomo I – Identificação dos Fatores Físicos e Ambientais; Etapa 1.2- Tomo II - Identificação dos Fatores Físicos e Ambientais; Etapa 1.4 – Propostas de Intervenções e Etapa 2 – Identificação capacidades de prevenção e resposta.

Dentre os materiais entregues ao CEPED UFSC relativos à empresa Acquatool consta os relatórios com os resultados de estudos e a metodologia utilizada para análise da inundação, formulários e mapas em formato PDF, e, também, os formulários em formato SHP para leitura em SIG. Esclarece-se, entretanto, que consta no banco de dados somente os dados em SHP. A visualização dos mapas só é possível em PDF, pois os shapes não apresentam os dados vetorizados da mesma forma. Não foram entregues as planilhas em Excel, apenas em formato compatível ArcGis. De acordo com o TR, os mapas deveriam ser confeccionados utilizando o

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DATUM WGS84, no entanto, a Acquatool utilizou o SIRGAS 2000, o que não configura uma discordância ao TR uma vez que os parâmetros são os mesmos e a legislação cartográfica, desde 2014, indica a entrega dos mapas em SIRGAS 2000.

Os setores não foram subdivididos apesar do TR solicitar a subsetorização de acordo com as características similares das edificações e seu entorno, não ultrapassando o número de 25 edificações. Os mapas com os elementos de interesse estão em escalas que variam em 1:2000, 1: 5000 e 1:10000, de acordo com o número de setores identificados em cada mapa.

Thalweg Consultoria e Projetos Geológicos Ltda

A empresa Thalweg apresenta o produto organizado em módulos sendo um introdutório, explicando todo trabalho realizado, e quatro módulos, um para cada etapa conforme os formulários. Os produtos foram apresentados em formato editável e não editável. Na pasta de anexos constam os formulários aplicados, mapas em PDF e planilhas com dados tabulados. Também foi entregue uma pasta de Geoprocessamento contendo os shapes, referentes aos arquivos utilizados em SIG.

A empresa entregou todos os produtos solicitados, porém os mapas das áreas com a identificação geográfica dos elementos de interesse foram apresentados em escala 1:10000. Além do solicitado pelo TR, foi entregue um mapa regional identificando todos os setores na área estudada com escala 1:50000. Não constam, porém, os mapas com escala de 1:2000. Importante enfatizar que não consta a entrega dos mapas de classificação de vulnerabilidade à inundação e a movimento de massa, com respectivos subsetores, em escala 1:2000.

Pangea Geologia e Estudos Ambientais

A empresa Pangea Geologia e Estudos Ambientais entregou todos os produtos solicitados, porém, a forma de apresentar esses produtos foi de maneira compilada. Apresentaram um relatório geral, em formato PDF e Word, contendo todos os relatórios solicitados, especificaram e descreveram toda a metodologia utilizada. Com anexos, em formato PDF, apresentam todos os formulários aplicados, os mapas e um anexo com diretrizes para estudos de inundação. Um arquivo com nome de “cadastro” em formato MDB e IDB (banco de dados) com as informações levantadas e trabalhadas.

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GeoEnvi Geologia e Meio Ambiente

O mapeamento realizado pela empresa GeoEnvi Geologia e Meio Ambiente apresenta o produto organizado em pastas, sendo: uma para formulários, onde constam os formulários tabulados no Excel; uma com as imagens utilizadas para as cartas; uma pasta de relatórios contendo os quatro relatórios referentes aos formulários; uma pasta com os shapefiles; e uma pasta por setor, onde dentro de cada uma constam subpastas com: os formulários utilizados, pontos de GPS, imagens utilizadas para realização das cartas, e mapas, uma em formato MXD e outra em PDF. A Geoenvi também entregou o banco de dados em formato MDB. A empresa realizou a entrega de todos os produtos, conforme solicitado no TR.

No quadro 3, a seguir, é possível visualizar a síntese do levantamento dos produtos entregues pelas empresas e sua apresentação.

Quadro 03: Levantamentos dos Produtos Entregues pelas empresas Contratadas

Município Gaspar - SC Cachoeiro de

Itapemirim - ES

Santa Cruz Cabrália - BA

Mossoró - RN

Empresa Geo Envi Thalweg Pangea Acquatool

Consultoria

Processos Investigados

Deslizamento e Inundação Deslizamento e Inundação Deslizamento e Inundação Inundação Apresentação dos produtos 4 Relatórios solicitados no TR em pdf e Word  Formulários: 4 formulários, com os dados tabulados em Excel;  Imagens: imagens georreferenciadas utilizadas na carta imagem.  Shapefiles: todos os overlays utilizados na produção dos mapas (espacialização de feições (pontos, linhas, polígonos)  Cadastro (dados dos formulários tabulados) em mdf

Pasta para cada setor de risco, sendo 58 setores, dentro dessas constam as seguintes subdivisões:

 Formulário 1: croqui; planilha em Excel; fotos; formulários aplicados em Modulo Introdutório - relatório explicando o trabalho geral, em pdf e Word. Módulo I:  Relatório – Identificação da área mapeada.  Anexos: formulários pdf e mdb  Mapas pdf elementos de interesse  Planilhas excel Módulo II:  Relatório - Fatores Físicos e Ambientais de Vulnerabilidade a Inundações e Deslizamentos  Anexos: formulários pdf e mdb ;  Mapas pdf mapa de risco  Planilhas excel Módulo III: Relatório Geral, em seu conteúdo constam compiladas as informações dos 4 relatórios solicitados no TR. Anexos:  Mapas elementos de interesse, em pdf;  Mapas de vulnerabilidade, em pdf;  Mapas de risco, em pdf;  Medidas para mitigação estruturais e não estruturais com mapas e tabelas de custos, em pdf;  Diretrizes para projetos de inundação, em pdf;  Cadastro 4 Relatórios consolidados, dentro desses constam:  Relatório, formulários e mapas, em formato pdf.  4 formulários em formato dbf, prj, sbn, sbx, shp,shx.

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pdf  Formulário 2: formulários aplicados em pdf ; formulário, dados tabulados, em Excel  Formulário 3: formulários aplicados em pdf; formulário, dados tabulados, em Excel  GPS: pontos coordenadas coletadas  Imagens: imagens georeferenciadas utilizadas na carta imagem escala 1:10000 e 1:2000  Mapas em mxd: mapas

com o projetos, compilando todos os shapes, pronto de cada mapa  Mapas em pdf : 4 mapas solicitados no TR. Exceto vulnerabilidade, consta um de suscetibilidade, vulnerabilidade somente das edificações.  Relatório – Propostas de Intervenção  Anexos: formulários pdf e mdb  Mapas pdf proposta de intervenções Módulo IV:  Relatório - Capacidade Local de Proteção a Desastres Naturais  Anexos: formulários pdf e mdb Geoprocessamento (shapes diversos utilizados para gerar os mapas):  Elementos de interesse  Risco e intervenções  Setores de risco  Vias (informações dos formulários tabuladas) em mbd;  Formulários aplicados, em pdf;  Imagens - várias fotografias tiradas em campo; Mapas Entregues  Mapa de Elementos de Interesse  Mapa de Risco  Mapa de Suscetibilidade  Mapa de Propostas de Intervenções Estruturais  Mapa de Propostas de Intervenções Não Estruturais  Mapa de Elementos de Interesse  Mapa de Risco  Mapa de Propostas de Intervenções  Mapa de Elementos de Interesse  Mapa de Risco  Mapa de Vulnerabilidade  Mapa de Propostas de Intervenções (apresentado dentro do formulário com planilha de custos)  Mapa de Elementos de Interesse  Mapa de Risco  Mapa de Vulnerabilidade  Mapa de Propostas de Intervenções

Fonte: CEPED UFSC, 2014.

Breve Análise Dos Shapes E Banco De Dados Apresentados Pelas Empresas

Antes de avaliar os mapas e as metodologias de vulnerabilidade elaborados pelas empresas foi realizada uma breve análise dos shapes e planilhas apresentados pelas empresas e que, provavelmente, foram encaminhados aos municípios. Entende-se que estas considerações podem contribuir para uma padronização futura dos produtos deste TR pela SEDEC ou mesmo na disponibilização destes produtos e informações à população. Importante relatar que foram analisados os shapes de duas empresas: Geoenvi e Thalweg.

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Não foi possível analisar os shapes entregues pela Acquatool e Pangea, pois, conforme já colocado, não estão disponíveis as visualizações dos mapas elaborados pela Acquatool, apenas dos pontos investigados. No caso da Pangea, encontrou-se os shapes com as tabelas, mas sem os shapes com a classificação de vulnerabilidade e/ ou risco. De modo geral, não foi possível reproduzir os mapas das empresas, somente visualizar os pontos (Acquatool) ou polígonos com identificação inespecífica de tabelas. Provavelmente, faltam arquivos em shape com os polígonos, espacialização das feições e demais imagens das áreas de risco.

Tendo em vista que o TR não indicou os critérios para que as planilhas, shapes e mapas fossem entregues pelas empresas, verificou-se que os produtos elaborados pelas mesmas são diferentes entre si e não padronizados. Desta forma, cada empresa organizou e disponibilizou as informações a sua maneira, nem sempre de fácil acesso e entendimento pelo município. Para facilitar a análise dos shapes e planilhas, partiu-se dos seguintes aspectos:

 Apresentação das Planilhas (variáveis/ indicadores)

De modo geral, observou-se que as tabelas enviadas pelas empresas possuíam caracteres especiais, assim como a data, dificultando o trabalho de compatibilização. Entende-se que deve Entende-ser padronizado o idioma e conjunto de caracteres disponíveis na planilha, Entende-sendo necessário constar assim padronizado no projeto digital dentro do software de SIG. O ideal seria trabalhar com o database original enviado pela SEDEC. Se for convertido em shape deve ser construído o arquivo projetos com todas as informações agregadas.

Em algumas planilhas analisadas falta o código identificador das edificações investigadas, o que também dificultou a compatibilização das metodologias. Com relação às variáveis verificou-se, que as tabelas das empresas têm variáveis que não condizem com as variáveis da SEDEC, seja apresentando variáveis a mais (como a Pangea) ou não contemplando todas as variáveis solicitadas na planilha da SEDEC (todas as empresas). Interessante notar que a empresa Pangea apresentou os produtos por meio de tabelas, sendo tabelas dos setores e tabelas dos subsetores.

Com relação ao recebimento destas planilhas pelo município, acredita-se que não é de fácil compreensão pelos mesmos o tipo de informação que estão recebendo. Seria interessante confeccionar um dicionário de variáveis, de modo que as planilhas apresentassem as informações de acordo com o dicionário. Assim, o município ganha autonomia para visualizar no SIG as edificações conforme seus próprios interesses, por exemplo, ver somente

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as edificações que apresentam patologias estruturais ou cujos terrenos apresentam evidências de movimentação, entre outros aspectos.

 Vetorização de feições e Informações topográficas: curvas de nível, hidrografia, arruamento e outros

Identificou-se que as empresas não entregaram os shapes com uma representação padronizada ou mesmo completa das feições (pontos, linhas e polígonos). A empresa Acquatool e Pangea, por exemplo, entregaram apenas tabelas ou os pontos equivalentes às residências, sem arruamento, polígono do setor com a localização e as classificações de risco e vulnerabilidade, hidrografia e demais vetorizações.

Um aspecto positivo nos shapes apresentados pela empresa Geoenvi, com relação à topografia especificamente, foi a representação das curvas de nível de em 5 metros nos setores identificados. As imagens foram vetorizadas a partir da imagem Bing9, disponibilizando, assim, o nome dos arruamentos. A vetorização da hidrografia estava incompleta, sem continuidade. A Thalweg também não apresentou drenagem ou topografia, mas as vias possuem o nome do arruamento (logradouro).

O adequado seria que todas as empresas encaminhassem as informações e a espacialização de todas as feições compiladas em um projeto, composto por um conjunto de shapes específicos. Entende-se que os shapes básicos deveriam ser: arruamento; hidrografia; vias; pontos das edificações; curva de nível; delimitação dos setores de risco CPRM; polígono com a classificação de risco; polígono com a classificação de vulnerabilidade; polígono com a classificação de suscetibilidade (no caso da Geonvi); elementos de interesse; e sugestões estruturais. Além dos shapes, o projeto deve conter os demais arquivos raster das imagens.

 Shapes com a classificação do risco e/ou vulnerabilidade

Observou-se que nem todas as empresas apresentaram os shapes com a classificação de risco e/ou vulnerabilidade das edificações de forma espacializada. A Acquatool, como informado, não apresenta os shapes com a classificação de risco e a respectiva tabela de

9 O serviço Bing fornece imagens de aerolevantamento/satélite que podem ser vinculados aos softwares SIG.

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atributos com a classificação das edificações. Já a Thalweg e a Pangea apresentam a classificação das edificações na tabela de atributos, mas não as espacializam em shape (somente o polígono) e, consequentemente, a classificação das edificações não é visualizada nos produtos cartográficos (mapas de risco). Assim sendo, a única empresa que apresenta os shapes com a espaciliazação da classificação de vulnerabilidade e/ou risco é a Geoenvi.

 DATUM utilizado

Todas as empresas entregaram os arquivos com DATUM compatível ao requisitado no TR.

Breve Análise dos Produtos Cartográfico Apresentados pelas Empresas

Da mesma forma que as empresas entregaram os bancos de dados sem um padrão definido pela SEDEC, também ocorreu com os produtos cartográficos. Acredita-se que esta padronização deveria estar solicitada no TR. Como os produtos possuem diferentes formatações, realizou-se uma breve análise dos mesmos a partir das seguintes categorias:

 Layout (Título, Legenda, Cores, Norte, Escalas, Grade de coordenadas)  Informações de risco, vulnerabilidade, edificação e setor

 Escalas

Os modelos de mapas elaborados pelas empresas são apresentados após a análise. Foram disponibilizadas, no próximo capítulo, orientações gerais para elaboração de produtos cartográficos. É importante salientar que, com relação à produção de mapas temáticos, não há critérios e normas específicas para a sua confecção (Nogueira, 2008)10. A análise e orientações visam, portanto, aperfeiçoar a disseminação de informações de risco e vulnerabilidade a desastres para os municípios, facilitando a visualização e compreensão das mesmas.

 Layout (Título, Legenda, Cores, Orientação Geográfica, Escalas, Grade de coordenadas) Com relação ao Layout dos mapas apresentados pelas empresas, observou-se certa dificuldade para visualizar informações, especialmente títulos e orientação geográfica, sendo predominante esta percepção nos mapas das empresas Acquatool e Pangea, que localizam os

10

NOGUEIRA, R. E. Cartografia: representação, comunicação e visualização de dados espaciais. Florianópolis:Ed da UFSC, 2008. 314 p.

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títulos na parte inferior do mapa, com letras pequenas. A Geonvi e a Thalweg localizam o título na lateral esquerda do mapa, com melhor visualização, porém ainda sem possibilitar a identificação imediata pelo leitor.

As legendas não estão padronizadas e, em alguns casos, não facilitam a compreensão do leitor, principalmente se for uma pessoa leiga no assunto. A empresa Thalweg centraliza a legenda na parte esquerda do mapa, porém a legenda tem melhor visualização que o título do mesmo. A Pangea localiza as legendas na parte inferior do mapa e utiliza conjunto de cores que, sobreposto às imagens, dificulta a visualização, o que pode confundir o leitor. Já a Acquatool apresenta legendas situadas na parte inferior do mapa, porém muito confusas, pois cita graus de risco na legenda sem identificá-los no mapa e na própria legenda. E nos mapas de vulnerabilidade, as legendas apresentam graus referindo-se a risco e vulnerabilidade, sem diferenciar um do outro.

Duas empresas (Pangea e Acquatool) não aplicaram os logotipos do Governo nos mapas. A empresa Acquatool aplica o logotipo do Ministério da Integração Nacional sem o logotipo do Governo. Como se trata de um produto do Governo Federal e da Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil, sendo de sua responsabilidade, o ideal é que os logotipos estejam visíveis no mapa.

As escalas e grades de coordenadas estão bem apresentadas nos mapas. Pode-se especificar apenas que a empresa Acquatool não utiliza a escala gráfica.

Com relação ao layout, notou-se, ainda, que a empresa Thalweg apresenta um quadro nos mapas sem a identificação precisa da informação. Não foi possível compreender do que se trata o quadro dentro do mapa.

Por fim, verificou-se que todas as empresas apresentaram as informações necessárias referentes à confecção dos mapas, como DATUM, origem das imagens, elaboração técnica, coordenadas, entre outros.

 Informações de risco, vulnerabilidade, edificação e setor

É importante salientar que, apesar de o TR especificar os produtos oriundos do contrato, as empresas elaboraram mapas distintos. Referindo-se apenas aos mapas de risco e vulnerabilidade, excluindo a análise dos mapas de intervenções e mapa de elementos de interesse, notou-se que a empresa Geonvi produziu mapas de risco e suscetibilidade, identificando os graus de vulnerabilidade das edificações nos setores mapeados. Assim, apresenta o polígono do risco e de suscetibilidade, com os pontos de vulnerabilidade das edificações.

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Já a empresa Thalweg apresenta apenas mapa de risco, sem identificar as edificações ou o grau de vulnerabilidade das mesmas. Também não produziu o mapa de vulnerabilidade. Assim, não trabalhou com pontos, somente com o polígono de risco do setor. A Pangea, por sua vez, apresenta mapas de risco e mapas de vulnerabilidade, porém não identifica as edificações. Interessante que a empresa subssetoriza a área mesmo quando não há diferença de graus de vulnerabilidade ou risco, o que não seria necessário. Por fim, a empresa Acquatool apresenta mapas de risco e de vulnerabilidade, vetorizando as edificações situados no setor, com o seu respectivo grau de vulnerabilidade. Porém, a espacialização do risco não está muito clara, uma vez que não apresenta o grau de risco e não classifica todo o setor, identificando somente a faixa suscetível a alagamentos frequentes.

Outra característica relevante refere-se à distinção gráfica entre setores suscetíveis a deslizamentos e inundações. A única empresa que distingui os setores com diferentes cores para cada processo perigoso é a Pangea. As demais empresas utilizam o vermelho ou outra cor para identificar o setor de risco, independentemente da suscetibilidade.

 Escalas

Para os mapas de risco, vulnerabilidade e suscetibilidade, percebeu-se que todas as empresas seguiram a solicitação do TR com relação à escala a ser utilizada, 1:2000.

Apresentam-se, a seguir, os mapas de risco, vulnerabilidade ou suscetibilidade (carta-imagem) entregues pelas empresas.

Figura 02: Mapa de risco de inundação do setor 09 de Mossoró elaborado pela Empresa Acquatool

Fonte: Relatório de Identificação dos Fatores Físicos e Ambientais de Vulnerabilidade - Tomo 2 - Mossoró – Rio Grande do Norte, Empresa Acquatool Consultoria, janeiro 2014.

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Figura 03: Mapa de vulnerabilidade a inundação do setor 09 de Mossoró, elaborado pela Empresa Acquatool

Fonte: Relatório de Identificação dos Fatores Físicos e Ambientais de Vulnerabilidade - Tomo 2 - Mossoró – Rio Grande do Norte, Empresa Acquatool Consultoria, janeiro 2014.

Figura 04: Mapa de risco a deslizamento do setor 09 de Cachoeiro de Itapemirim, elaborado pela Empresa Thalweg

Fonte: Relatório Fatores Físicos e Ambientais de Vulnerabilidade a Inundações e Deslizamentos do Município de Cachoeiro de Itapemirim – ES, Anexos, Empresa Thalweg, 2014.

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Figura 05: Mapa de risco a inundação do setor 11 de Cachoeiro de Itapemirim, elaborado pela Empresa Thalweg

Fonte: Relatório Fatores Físicos e Ambientais de Vulnerabilidade a Inundações e Deslizamentos do Município de Cachoeiro de Itapemirim – ES, Anexos, Empresa Thalweg, 2014.

Figura 06: Mapa de risco a deslizamento do setor 5 de Santa Cruz de Cabrália, elaborado pela Empresa Pangea

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Figura 07: Mapa de vulnerabilidade a inundação do setor 6 de Santa Cruz de Cabrália, elaborado pela Empresa Pangea

Fonte: Relatório 1729-R2-14: Município de Santa Cruz Cabrália, BA - Lote 9, Anexo C, 2014.

Figura 08: Mapa de suscetibilidade a deslizamento dos setores 39,40e 41 de Gaspar, elaborado pela Empresa Geoenvi

Fonte: Relatório consolidado sobre fatores físicos e ambientais de vulnerabilidade a inundações e deslizamentos - Gaspar-sc, Empresa GeoEnvi, Anexo SR- 40, 2013.

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Figura 09: Mapa de risco a inundação do setor 46 de Gaspar, elaborado pela Empresa Geoenvi

Fonte: Relatório consolidado sobre fatores físicos e ambientais de vulnerabilidade a inundações e deslizamentos - Gaspar-sc, Empresa GeoEnvi, Anexo SR- 46, 2013.

Orientações para Elaboração dos Produtos Cartográficos - Mapas Temáticos

Um mapa é a representação da superfície da Terra e seus fenômenos em um plano, e para isso é utilizado uma série de simbolismos. Segundo Nogueira (2008, p.27)11 “a função de um mapa quando disponível ao público é a de comunicar o conhecimento de poucos para muitos, por conseguinte, ele deve ser elaborado de forma a realmente comunicar”. Com isso, na concepção de um mapa é necessário pensar no público alvo que irá utilizar esse produto, e apresentá-lo de forma clara e objetiva para proporcionar ao usuário uma leitura, análise e interpretação da informação que se deseja transmitir.

Para a cartografia de base existe uma serie de padronizações a serem seguidas, inclusive quanto às semiologias utilizadas, o mesmo não acontece com a cartografia temática, na qual a simbologia a ser utilizada fica a cargo da pessoa que confeccionar o mapa. Sendo assim, apesar de algumas regras pré-estabelecidas da cartografia de base aplicadas na temática, os mapas temáticos se diferenciam muito uns dos outros quanto os elementos e a abordagem utilizada. A falta de padrão e, consequentemente, a diversificação na apresentação

11

NOGUEIRA, R. E. Cartografia: representação, comunicação e visualização de dados espaciais. Florianópolis:Ed da UFSC, 2008. 314 p.

(31)

dos mapas gera uma dificuldade na análise dos mesmos. Segundo Silva “mapas temáticos que não seguem padrões e normas dificultam a análise, já que o leitor precisa observar cada um (mesmo que represente o mesmo tema) de forma diferenciada” (SILVA, 2014, pg. 20)12.

Observado uma série de questões nos mapas entregues pelas empresas, como a falta de padronização de elementos diversos, entre esses: título, legenda, escala, indicação do Norte, coordenadas, nomenclaturas, cores; recomenda-se uma padronização quanto à forma de apresentar o mapa com o intuito de facilitar a análise dos mesmos. Dentro dos padrões cartográficos navegáveis, pode-se admitir algumas normas que devem ser seguidas para o melhor entendimento dos mapas, cartas e etc.

Raramente o simbolismo de um mapa pode permanecer sozinho e ser autoexplicativo. Portanto, componentes como título, legenda, escala, indicador de direção e suplementos fazem parte da composição de qualquer mapa e devem estar visíveis ou adequadamente apresentados. Desta forma, seguem algumas sugestões:

 Título: Geralmente é o que se utiliza para indicar o que, onde e quando. Na escolha do título deve-se usar o bom senso para não estendê-lo mais que o necessário. Muitas vezes a parte explicativa ficará na legenda. O título deve ser o primeiro elemento a ser visualizado pelo leitor, o indicado é que ele esteja posicionado no alto da folha em cima do mapa.

 Legenda: A legenda é indispensável para a maior parte dos mapas. Ela contém a chave que propiciará ao usuário do mapa decodificar os símbolos utilizados na representação cartográfica. Os símbolos do mapa têm que aparecer iguais na legenda, com o mesmo tamanho, forma ou cor. Indica-se que a legenda deve estar posiciona ao lado direito do mapa.

 Orientação Geográfica: A inserção da orientação geográfica varia de um mapa para outro. A regra geral ou convencional é que um mapa deve ser desenhado de forma que a indicação do Norte deve estar, de preferência, do meio para baixo da folha de papel ou da tela de vídeo, com boa visualização.

12

Silva, Guilherme Cardoso. Proposta de padronização cartográfica para carta imagem emergencial de inundação. Dissertação de Mestrado. Universidade Federal de Santa Maria, 2014.

(32)

 Escala: A escala é um fator importante não apenas para fazer o mapa, mas também para o seu uso. Muitos mapas mostram feições ou relações entre fenômenos que envolvem conceitos de distância. O tipo de escala a ser inserida varia muito conforme o tipo de mapa. Algumas vezes uma escala numérica é suficiente, principalmente em mapas de escala grande. Nos mapas de escala pequena, é mais comum usar escala gráfica que dá a relação direta das medidas gráficas e reais. O indicado é que ela esteja posicionada na parte inferior da folha e no lado direito.

 Inserções: As inserções cartográficas são quadros pequenos contendo outros mapas ou detalhes de uma área, adicionados ao mapa temático, para dar uma visão mais abrangente ou detalhar uma área geográfica especifica. Este artifício cartográfico auxilia no entendimento do usuário sobre a área geográfica mapeada ou, então, a observar como se insere essa área numa determinada região geográfica. Algumas vezes essa inserção pode conter algum gráfico ou tabela.

O mapa inserido deve ajudar e não confundir o usuário. Portanto, uma distinção gráfica é necessária entre ele e o mapa temático principal. As inserções cartográficas podem conter escala e orientações, ou não; isto vai depender dos objetivos a que se destinam. Algumas vezes, as inserções são imagens aéreas ou terrestres, ou mesmo, orbitais. Nesse caso, é preciso se estar atento para a resolução necessária e suficiente para a imagem ser visualizada.

 Coordenadas: As coordenadas são fundamentais para identificar a localização precisa da área de estudo. Portanto, todos os mapas devem conter uma grade de coordenadas, geralmente, situada nas bordas da imagem. Importante que esta grade tenha um intervalo adequado entre as representações numéricas de modo a facilitar a visualização.

 Semiologia: Quanto às semiologias (variáveis visuais) utilizadas é necessário usar o bom senso, criando um conjunto harmonioso entre as cores e os símbolos, e aplicá-las de forma com que atendam os objetivos de comunicação ou a fazer mapas capazes de transmitir a sensação condizente com as características dos dados (NOGUEIRA, 2008, pg. 128).

Para fazer a representação do risco, indica-se a utilização das cores semafóricas, pois estas remetem ao leitor a percepção do risco pela analogia do semáforo. Para a representação da vulnerabilidade, indica-se a utilização de croma, em cor magenta, indo

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do claro ao escuro conforme as classes utilizadas. Para a vulnerabilidade das edificações, indica-se que sejam representadas por pontos ou um símbolo, aplicando as cores utilizadas na representação da vulnerabilidade espacial.

É interessante que os mapas de risco apresentem informações topográficas, tais como arruamento, hidrografia e curvas de nível, desde que não sobrecarreguem visualmente a imagem. Além disso, aperfeiçoa-se a utilização dos mapas de risco ou vulnerabilidade quando estes apresentam imagens de fundo com boa resolução.

Metodologias de Vulnerabilidade utilizadas pelas Empresas

Neste capítulo apresentam-se as metodologias elaboradas pelas empresas, as quais constam nos relatórios entregues a SEDEC e encaminhados para a UFSC. Informa-se que a análise das metodologias foi realizada somente a partir dessa descrição apresentada pela empresa e não de outros produtos ou relatórios fornecidos pelas mesmas.

Antes de apresentar as metodologias utilizadas pelas empresas é relevante apresentar a orientações metodológicas previstas no Termo de Referência,a partir do qual as empresas foram contratadas. O Termo de Referencia traz em seu conteúdo uma metodologia geral a ser seguida para todas as etapas do trabalho a ser realizado pelas contratadas. Referente às metodologias de mapeamento de vulnerabilidade a desastres, consta as seguintes diretrizes:

 O levantamento, mapeamento e espacialização de informações serão por meio de atividade de campo nos setores de interesse, via preenchimento de formulários. O preenchimento dos formulários não exclui o estudo e/ou descrição de qualquer outro fator importante ao desenvolvimento dos estudos.

 Os setores identificados foram previamente analisados e classificados como de alta e muito alta suscetibilidade a ocorrência de deslizamentos e/ou inundação, situadas nos setores de risco (determinados pela CPRM) compreende as edificações e demais elementos que seriam impactados quando da ocorrência de movimento de massa no local e/ou inundação.

 Deverá ser realizada análise das edificações situadas nos setores de risco de interesse, por meio do preenchimento do Formulário 01 - Identificação dos Fatores Físicos e Ambientais de Vulnerabilidade e do Formulário 02 – Relatório de Identificação de Área Mapeada.

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 As informações constantes do Formulário 01 e do Formulário 2, servirão como parâmetros para a definição da Vulnerabilidade de Ocupação de cada subsetor de risco do setor de interesse.

 Para os setores de inundação deve-se subsetorizar os setores com no máximo 25 edificações, quando a envoltória de edificações que formam uma área com características similares quanto ao padrão construtivo. E para os setores com movimentos de massa deve-se definir subsetores pela envoltória de edificações que formam uma área com características similares quanto às condicionantes do terreno, processos tipológicos associados e/ou grau de vulnerabilidade. A subsetorização deve ser determinada pela CONTRATADA através de ferramentas de geoprocessamento e convalidada por técnicos da Sedec.

 A Vulnerabilidade da Ocupação, quanto aos processos de inundação, é determinada analisando a vulnerabilidade de cada edificação, em função de suas características, sendo esta definida segundo os seguintes parâmetros:

A. Alta Vulnerabilidade (IA): baixo padrão construtivo, predominantemente composto por madeira e materiais de baixa capacidade de resistir ao impacto dos processos hidrológicos, com acesso precário, caracterizado por servidão, escadaria, ladeira, travessia, entre outros semelhantes;

B. Média Vulnerabilidade (IB): regular a bom padrão construtivo, predominantemente composto por alvenaria e materiais com boa capacidade de resistir ao impacto dos processos hidrológicos, com acesso precário, caracterizado por servidão, escadaria, ladeira, travessia, entre outros semelhantes; e

C. Baixa Vulnerabilidade (IC): regular a bom padrão construtivo, predominantemente composto por alvenaria e materiais com boa capacidade de resistir ao impacto dos processos hidrológicos, com acesso adequado, caracterizado por vias de médio a bom estado de conservação.

 A Vulnerabilidade Ocupacional do subsetor de risco é determinada em função da maior representatividade das classificações acima, seguindo a mesma descrição, levando em consideração que a presença significativa de edificações identificadas como de baixo padrão construtivo devem refletir uma classificação compatível com Alta Vulnerabilidade. A classificação deve ser determinada pela CONTRATADA e convalidada pela Sedec.

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 A Vulnerabilidade de Ocupação, quanto aos processos de movimentos de massa, é determinada analisando a localização de cada edificação, em função das características e condições do terreno, tipologia do processo e em consonância com as informações contidas nos Formulários 1 e 2, sendo esta definida segundo os seguintes parâmetros: A. Alta Vulnerabilidade (MA): Terrenos com alta declividade onde a edificação e o entorno apresentam histórico de ocorrências frequentes e/ou sinais evidentes de instabilidade, estão localizadas imediatamente próximas à distância provável de alcance do processo (variável em função de sua tipologia) e onde mantidas as condições existentes a possibilidade da edificação ser atingida por movimento de massa é inequívoca;

B. Média Vulnerabilidade (MM): Terrenos com média ou alta declividade onde a edificação e o entorno apresentam histórico pouco frequentes de ocorrências e/ou poucos sinais evidentes de instabilidade, estão localizadas em área de alcance relativo do processo (variável em função de sua tipologia) e onde mantidas as condições existentes é provável que a edificação seja atingida por um movimento de massa; e C. Baixa Vulnerabilidade (MB): Terrenos com baixa ou nenhuma declividade onde a edificação e o entorno não apresentam histórico de ocorrência, não apresentam sinais evidentes de instabilidade, estão localizadas em área de alcance restrito do processo (variável em função de sua tipologia) e, onde mantidas as condições existentes a possibilidade da edificação ser atingida por um movimento de massa é relativamente baixa.

 A associação das condições (evidências de instabilidade) que determinarão a vulnerabilidade, por tipologia, será determinada pela Contratada, a partir dos parâmetros acima apresentados e convalidada pela Sedec de acordo com o município piloto.

 A Vulnerabilidade de Ocupação do subsetor de risco é determinada em função da maior representatividade das classificações acima, seguindo a mesma descrição, levando em consideração que a presença significativa de edificações situadas em terrenos onde se observem sinais evidentes de instabilidade devem refletir uma classificação compatível com Alta Vulnerabilidade. A classificação deve ser determinada pela CONTRATADA e convalidada pela Sedec.

 O mapa de risco à inundação e/ou movimentos de massa compreende o cruzamento das informações da setorização anexada e levantamento por meio dos formulários em

(36)

anexo e a classificação de vulnerabilidade encontrada. O grau de risco deverá ser determinado pela CONTRATADA e convalidado pela Sedec.

Segue a apresentação das metodologias utilizadas pelas empresas:

Acquatool Consultoria S/S Ltda13

No município de Mossoró, atendido pela empresa Acquatool, foi identificado apenas o processo de inundação, onde para gerar os mapas de risco a empresa realizou um estudo das cheias na área. A empresa apresenta os formulários aplicados, porém não descreve a respeito dos procedimentos utilizados para a realização dos mapas. Supõe-se que a empresa tenha considerado apenas as orientações disponíveis no TR. Em seus relatórios a empresa apresenta a metodologia referente ao estudo realizado para as inundações, e esses são descritos, em tópicos, como se segue:

Os Dados Fluviométricos Rio Apodi/Mossoró, a partir de 3 postos existentes na região, enviam os dados para a ANA, que disponibiliza para consulta em um banco de dados on-line, através do HIDROWEB. O estudo foi baseado nas séries históricas, onde se determinam as recorrências dos eventos. O processo é feito a partir de ajustes de distribuições teóricas de probabilidades à série de máximos diários.

Foram testadas as principais distribuições recomendadas na literatura para o tratamento de máximos de séries fluviométricas: Normal truncada, Lognormal 2P, Lognormal 3P, Extremo Tipo I, Pearson Tipo III e Log Pearson Tipo III, tendo-se utilizado para isso o teste de aderência Chi-quadrado.

Realizou-se um levantamento topográfico de campo onde foram identificados junto à comunidade local, os pontos atingidos pelas águas decorrentes destas cheias. O estudo apresenta cotas topográficas para definição dos terrenos dentro dos setores de risco de Mossoró para definição das faixas de áreas sujeitas ao alto grau de vulnerabilidade em resistir ao impacto dos processos hidrológicos. A série pluviométrica utilizada neste estudo é originária do posto existente na sede municipal de Mossoró.

13

Descrição Disponível no Relatório de identificação dos Fatores Físicos e Ambientais – Mossoró –Rio Grande do Norte- Tomo II, Acquatool Consultoria, 2014.

(37)

A determinação das chuvas intensas é feita partindo-se das séries de valores máximos anuais, aos quais são ajustadas distribuições teóricas de probabilidades. Mesmos procedimentos estatísticos, distribuição ajustada LOG PERSON TYPE III.

Para a desagregação das chuvas, utilizou-se a Metodologia de Taborga Torrico. Os registros de postos pluviométricos apresentam valores de precipitações de duração diária, utilizou-se o Método das Isozonas desenvolvido por Taborga Torrico (1974) para discretização em intervalos de tempo menores que um dia. Esse método estabelece Isozonas no Brasil para as quais são definidos coeficientes a serem aplicados para desagregação de chuva diária em intervalos sub-diários.

Utilizando os coeficientes recomendados, e através de interpolação, foram obtidos os valores de precipitação, para o posto pluviométrico estudado, para os intervalos de 5, 15, 30 e 45 minutos, 1, 2, 3, 6, 12 e 24 horas para os períodos de retorno considerados. Como o método de Taborda Torrico (1974) obtém valores extremos, e devido à variabilidade espaço-temporal das precipitações, visando considerar o efeito de atenuação da precipitação com o aumento da área, utilizou-se o método proposto pelo National Weather Service, dos EUA (1961), para a correção da precipitação associada a um posto pluviométrico, representativa de uma área de até 25 km², para uma precipitação média sobre uma bacia hidrográfica extensa.

Para as bacias hidrográficas dos riachos do Junco (onde se encontra a área de risco 11), dos Pintos (onde se encontra a área de risco 08) e do Bonsucesso (onde se encontra o açude do Saco, cuja análise hidráulica da capacidade de vertimento é importante para a segurança das áreas de risco de Mossoró), o estudo de cheias realizado constituiu-se na geração de eventos extremos de vazão nesta bacia, adotando para tanto uma recorrência de 50 anos para a estimativa destes eventos extremos, a partir da precipitação incidente na respectiva bacia de contribuição.

Para as simulações do processo de transformação chuva-deflúvio, utilizou-se tanto a metodologia conhecida como Método Racional, como o modelo hidrológico HEC-HMS – Hydrologic Engineering Center / Hydrologic Modeling System, na versão 3.5. As bacias hidrográficas dos riachos do Bonsucesso, do Junco e dos Pintos foram consideradas, cada uma, como uma única unidade, delimitada a partir dos reservatórios presentes nestas áreas.

(38)

Thalweg Consultoria e Projetos Geológicos Ltda14

No município de Cachoeiro de Itapemirim são identificados dois processos, deslizamento e inundação, atuantes nos cenários de perigo. Para produzir os mapas de risco foi necessário definir parâmetros para a classificação do Risco de Escorregamento e/ou Inundação. A metodologia utilizada pela empresa é a especificada pelo TR, juntamente com a do Ministério das Cidades: Instituto de Pesquisas Tecnológicas –IPT 2007. Apresenta os indicadores, mas não estão evidentes os pesos utilizados para cada um no momento de classificar o grau de risco. Na sequência, apresentamos o estudo e metodologia descritos pela empresa Thalweg:

De acordo com o relato da empresa, realizou-se, inicialmente, um prévio planejamento de coleta, organização, tratamento e preparação de materiais diversos, tais como fotos aéreas, imagens de satélites, cartas geotécnicas e pesquisas, visando identificar tipologias de movimentação de massa e inundações, sua frequência de ocorrência na área de estudo, bem como o reconhecimento da magnitude de danos e consequências desses eventos. O acervo de informações adquiridas nessa etapa foi associado aos arquivos disponibilizados pelo Ministério da Integração Nacional. Tais arquivos correspondem aos setores classificados como de alta suscetibilidade a ocorrência de deslizamentos e/ou inundação, onde cada edificação e elemento que possa ser impactado por um desastre é analisado.

Para a determinação do grau de risco a desastres naturais dos setores indicados pelo Ministério da Integração Nacional foi estabelecida a partir do seguinte postulado: Risco = Perigo X Vulnerabilidade. A coleta das informações no campo proporciona a correlação das características de um cenário com potencial de perigo, sendo composta por indícios de instabilização do terreno, alteração da declividade natural da encosta, concentração da água pluvial, presença de feições erosivas, fragmentos rochosos instáveis, saturação do terreno, perfil de intemperismo do solo, litologia da encosta, com o grau de vulnerabilidade da área em estudo.

Adicionalmente, foi determinada a vulnerabilidade da ocupação e do terreno. Tal processo envolveu a distinção do padrão construtivo das edificações, analisando, em conseguinte, a tipologia das moradias, qualidade do acesso, material utilizado na cobertura, posição relativa das moradias e a respectiva distribuição.

14 Descrição disponível no Relatório Técnico, Nº RL-0496.01-006-MIN-LT06/CI-02 - Relatório Fatores Físicos e Ambientais de Vulnerabilidade a Inundações e Deslizamentos do Município de Cachoeiro de Itapemirim – ES, Empresa Thalweg, 2014.

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