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COMPETITIVIDADE DA PRODUÇÃO DE ALGODÃO E SOJA NO ESTADO DE MATO GROSSO SAFRA 2004/05

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COMPETITIVIDADE DA PRODUÇÃO DE ALGODÃO E SOJA NO

ESTADO DE MATO GROSSO – SAFRA 2004/05

Joaquim Bento de Souza Ferreira Filho

Professor Associado do Departamento de Economia, Administração e Sociologia da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (ESALQ/USP), Avenida Pádua Dias, 11. CP. 9, CEP

13418-900. Piracicaba, SP, Brasil. CPF: 00483507881

E-mail: jbsferre@esalq.usp.br.

Lucilio Rogerio Aparecido Alves

Doutorando pela Universidade de São Paulo, Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”. Departamento de Economia, Administração e Sociologia. Pesquisador do Centro de Estudos

Avançados em Economia Aplicada (Cepea/ESALQ/USP).

Avenida Pádua Dias, 11 – Caixa Postal 132 - 13400-970 – Piracicaba, SP – Brasil. CPF: 01874328994.

E-mail: lualves@esalq.usp.br

Mauro Osaki

Técnico Especialista Superior do Departamento de Economia, Administração e Sociologia – ESALQ/USP. Pesquisador do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada – CEPEA.

Avenida Pádua Dias, 11 – Caixa Postal 132 - 13400-970 – Piracicaba, SP – Brasil. CPF: 18385529870

E-mail: mosaki@esalq.usp.br

Área Temática

Administração Rural e Gestão do Agronegócio

Forma de Apresentação

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COMPETITIVIDADE DA PRODUÇÃO DE ALGODÃO E SOJA NO

ESTADO DE MATO GROSSO – SAFRA 2004/05

Resumo

Este trabalho analisa a competitividade da produção de algodão e soja no Estado de Mato Grosso, através do custo de produção agrícola para a safra 2004/05. Os dados foram coletados a campo, com a metodologia de painel. As regiões analisadas foram: Rondonópolis (algodão e soja), Lucas do Rio Verde (algodão), Sorriso (soja) e Campo Novo do Parecis (algodão e soja). Como corolário, as duas culturas apresentaram margens negativas em todas as regiões pesquisadas. Entretanto, a margem negativa da cultura da soja foi menor, comparativamente ao algodão, apontando para sua competitividade, além do menor risco de produção. No caso de CNP e Norte de Mato Grosso (LRV e SOR), o algodão gerou um prejuízo três vezes mais que a soja. Em RNP, a perda por hectare foi 5,7 vezes mais no algodão em relação à soja. As regiões de CNP e SOR apontaram maior competitividade em relação à RNP. Em termos gerais, os custos variáveis são os maiores gargalos em ambas as culturas, justificada pela maior utilização de fertilizantes e defensivos químicos.

Palavra-chave: custo agrícola, soja, algodão, competitividade, Mato Grosso

1 INTRODUÇÃO

O Estado do Mato Grosso é o principal produtor de soja e algodão do Brasil. A soja foi introduzida na região entre a década de 70 e 80, mas ganhou força a partir de 1990. Atualmente, o Estado é responsável por aproximadamente 34% da produção nacional de soja. Já o algodão foi introduzido recentemente no MT, mas seu avanço expressivo fez com que o mesmo se tornasse o maior produtor nacional, respondendo por aproximadamente 45% da produção nacional na safra 2004/05. Conab (2006), estima-se que 76% da área de lavoura do estado seja ocupada por soja, 14% com milho, 4% de algodão e arroz e 2% com sorgo.

Recentemente, registrou-se quedas nos preços da soja e do algodão. Paralelamente, observa-se a elevação de custo com novos tratamentos fitossanitário. No caso da cultura da soja, o surgimento da ferrugem asiática tem exigindo maior acompanhamento na lavoura. Everaldo Junior & Osaki (2005) encontraram um acréscimo de 14,4% no custo operacional efetivo da soja no MT com o surgimento da ferrugem asiática entre a safra 2000/01 e 2004/05, em termos nominais.

A ferramenta fundamental para tomada de decisão é a avaliação da rentabilidade da cultura através do custo de produção. Dessa maneira, o objetivo deste trabalho de pesquisa foi analisar a competitividade da produção de algodão e soja no Estado de Mato Grosso, enfocando no custo de produção agrícola na propriedade. O intuito também é apontar os principais fatores que contribuem para diferenciação de custos entre essas culturas, destacando os mais e os menos eficientes entre as regiões produtoras. As regiões a serem analisadas são: Rondonópolis (algodão e soja), Lucas do Rio Verde (algodão), Sorriso (soja) e Campo Novo do Parecis (algodão e soja). Os dados se referem à safra 2004/05.

Num contexto em que os mercados de produtos agrícolas tendem ao de competição perfeita, onde os preços são definidos pelas forças de oferta e demanda pelo produto e cada agente – individualmente – não tem influência sobre esse preço, uma das poucas opções do produtor é o controle do custo de produção, melhorando sua competitividade. Em outras palavras,

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os preços são “dados” aos agricultores, tornando-se ainda mais relevante o controle dos custos como instrumento de obtenção de rentabilidade.

Além disto, a informação sobre o custo de produção de uma cultura é fundamental para a tomada de decisão dos agricultores. Dados desta natureza também pode contribuir para subsidiar uma decisão gerencial de curto prazo, para propor e/ou implementar políticas agrícolas, para medir a sustentabilidade de um empreendimento agrícola no longo prazo, para medir a capacidade de pagamento de uma lavoura, assim como a viabilidade econômica de uma tecnologia alternativa.

Vale ressaltar, inicialmente, que apesar dos dados serem para uma safra anterior a que está sendo finalizada atualmente, no primeiro semestre de 2006, refere-se em grande medida à estrutura que está implantada para o plantio e comercialização das culturas sob análise. Também permite destacar os gargalos do sistema produtivo, apontando para possíveis linhas de pesquisa que podem ser implantadas pelos setores público e privado.

Alem desta parte introdutória, este trabalho consta de mais quatro. Na segunda são apresentadas as evoluções dos setores em estudo, assim como a importância do Estado de Mato Grosso. Em seguida, é descrita a metodologia de coleta de dados. Os resultados são apresentado e discutidos na seção quatro. Por fim, descreve-se as considerações finais.

2 PANORAMAS DAS CULTURAS DO ALGODÃO E DA SOJA

2.1 Algodão

É expressivo o aumento da produção mundial de algodão em anos recentes, tendo como suporte as variações positivas no preço mundial, diante do acréscimo no consumo da fibra. Em 1990/91 produzia-se aproximadamente 19 milhões de toneladas, ultrapassando 25 milhões de toneladas na safra 2004/05, sendo o recorde mundial. Este recorde foi corroborado, principalmente, por acréscimos nas produções dos principais produtores mundiais, como China e USA. Em contrapartida, o consumo, que era de 18,6 milhões de toneladas na safra 1990/91, passou para 23,1 milhões de toneladas na safra 2004/05, também um recorde histórico.

Os maiores produtores mundiais, em ordem decrescente, são a China, USA, Índia, Paquistão, Brasil, República do Uzbequistão e Turquia. Esses países representaram 80,8% da produção mundial na safra 2004/05.

No âmbito nacional, o algodão apresentou expressivos decréscimos de área e produção até a safra 1997/98, recuperando-se em nas safras seguintes. Até a safra 2000/01, o consumo interno se mostrava superior à produção nacional, sendo necessário o abastecimento da indústria através das importações. A recuperação da produção nacional se deu através de mudanças significativas na localização das unidades produtivas, assim como da estrutura e dos ambientes institucionais, organizacionais e competitivos.

A quantidade produzida e a área colhida com algodão passaram a mostrar sinais de recuperação, alcançando o maior nível histórico na safra 2003/04. Com o aumento da produção interna e conseqüente geração de excedentes exportáveis, a importação passou a apresentar queda e a exportação, por sua vez, acréscimos a cada ano (Figura 1). Atualmente, o Brasil pode ser considerado um importante produtor e exportador mundial de algodão em pluma.

O acréscimo da produção nacional ocorreu após o deslocamento das regiões produtoras. Os estados de São Paulo e Paraná eram os tradicionais em termos de produção. Estes dois estados determinavam a dinâmica da produção nacional até a safra 1996/97. Contudo, a crise sofrida pelo sistema até esse período e a retomada do crescimento da cotonicultura nacional proporcionou e,

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até mesmo, foi viabilizada, devido à reestruturação produtiva da agroindústria, com o deslocamento da produção das regiões Sul e Sudeste para, principalmente, as regiões Centro-Oeste e Nordeste do país. Pode-se visualizar regionalmente a produção nacional em termos estaduais na Figura 2. Geograficamente, as principais microrregiões produtoras de algodão no Brasil podem ser observadas na Figura 3.

-100,0 200,0 300,0 400,0 500,0 600,0 700,0 800,0 900,0 1.000,0 1.100,0 1.200,0 1.300,0 1.400,0 1 9 7 9 /8 0 1 9 8 0 /8 1 1 9 8 1 /8 2 1 9 8 2 /8 3 1 9 8 3 /8 4 1 9 8 4 /8 5 1 9 8 5 /8 6 1 9 8 6 /8 7 1 9 8 7 /8 8 1 9 8 8 /8 9 1 9 8 9 /9 0 1 9 9 0 /9 1 1 9 9 1 /9 2 1 9 9 2 /9 3 1 9 9 3 /9 4 1 9 9 4 /9 5 1 9 9 5 /9 6 1 9 9 6 /9 7 1 9 9 7 /9 8 1 9 9 8 /9 9 1 9 9 9 /2 0 0 0 2 0 0 0 /0 1 2 0 0 1 /0 2 2 0 0 2 /0 3 2 0 0 3 /0 4 2 0 0 4 /0 5 1 .0 0 0 t o n e la d a s

Produção Consumo Importação Exportação

Figura 1 – Produção, exportação, importação e consumo de algodão em pluma – Brasil – 1991/92 a 2004/05. Fonte: CONAB (2005). 0,00 150,00 300,00 450,00 600,00 750,00 900,00 1.050,00 1.200,00 1.350,00 1.500,00 1.650,00 1 9 8 1 /8 2 1 9 8 2 /8 3 1 9 8 3 /8 4 1 9 8 4 /8 5 1 9 8 5 /8 6 1 9 8 6 /8 7 1 9 8 7 /8 8 1 9 8 8 /8 9 1 9 8 9 /9 0 1 9 9 0 /9 1 1 9 9 1 /9 2 1 9 9 2 /9 3 1 9 9 3 /9 4 1 9 9 4 /9 5 1 9 9 5 /9 6 1 9 9 6 /9 7 1 9 9 7 /9 8 1 9 9 8 /9 9 1 9 9 9 /2 0 0 0 2 0 0 0 /0 1 2 0 0 1 /0 2 2 0 0 2 /0 3 2 0 0 3 /0 4 2 0 0 4 /0 5 1 .0 0 0 t o n e la d a s BA MT GO SP PR

Figura 2 – Quantidade produzida de algodão em caroço nos principais estados brasileiros (1.000 toneladas) – 1990/91 a 2004/05.

Fonte: CONAB (2005).

Sendo o Estado de Mato Grosso o maior produtor nacional de algodão, analisar sua competitividade da produção, comparativamente a outras culturas concorrentes em área, passa a

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ser importante. As principais microrregiões produtoras do Estado do Mato Grosso são destacadas na Figura 4.

Figura 3 – Distribuição geográfica da produção brasileira de algodão em caroço – 2003 – em toneladas

Fonte: IBGE (2005)

Figura 4 – Distribuição geográfica da produção de algodão em caroço no Estado do Mato Grosso – 2003 – em toneladas

Fonte: IBGE (2005)

Além disto, há preocupação do setor produtivo quanto à rentabilidade da cultura, uma vez que com a produção crescente nas safras recentes, os preços mostraram decréscimos expressivos. Este contexto pode ser analisado na Figura 5, onde consta a evolução mensal do Indicador CEPEA/ESALQ em termos reais (deflacionado pelo Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna – IGP-DI, base dez/05 = 1,00), o qual é o parâmetro de preços médios para o mercado brasileiro. Observam-se cotações decrescentes até o segundo semestre de 2001, seguido por acréscimos até início de 2004 e decréscimos nos períodos seguintes. Os acréscimos de preços ocorreram no período em que a produção interna estava crescendo, mas o acesso ao mercado externo começou a se intensificar, conforme visto na Figura 1. No entanto, as quedas nas cotações no final do período apresentado estão correlacionadas à concretização de safras recordes, tanto no contexto nacional quanto mundial.

2.2 Soja

A produção mundial da soja foi de 215 milhões de toneladas para a safra 2004/05, cerca de 15,3% superior em relação ao ano anterior. A supersafra mundial foi motivada pelo aumento recorde da produção de soja norte-americano e brasileira. Naquele ano, a safra norte-americana foi de 85 milhões de toneladas, variação positiva de 27,25% em relação à safra 2003/04. No Brasil, a produção alcançou 51,4 milhões de toneladas na safra 2004/05, 3,21% maior que a safra anterior (Tabela 1).

Os principais consumidores de soja do mundo são EUA, Brasil, China, Argentina e União Europeia. Os EUA , Brasil, Argentina e União Européia são grandes consumidores de grãos para produção de farelo e óleo. Já a China, além da produção de farelo e óleo, também é uma grande consumidora de soja em grão para o consumo humano.

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1,00 1,15 1,30 1,45 1,60 1,75 1,90 2,05 2,20 2,35 2,50 2,65 Ja n e ir o Fe ve ir o M a rç o A b ri l M a io Ju n h o Ju lh o A g o s to S e te m b ro O u tu b ro N o ve m b ro D e z e m b ro R $ /l p 2000 2001 2002 2003 2004 2005

Figura 5 – Evolução mensal das cotações do Indicador CEPEA/ESALQ – 8 dias de pagamento – jan/2000 a dez/05 – deflacionado pelo IGP-DI, base dez/05 = 1,00

Fonte: CEPEA/ESALQ/USP (2005)

Tabela 1 – Quantidade produzidas pelos principais produtores mundiais nas safras 2003/04 e 2004/05 em milhões de toneladas 2003/04 2004/05 Var (04/03) % Eua 66,8 85,0 27,25% 39,48% Brasil 49,8 51,4 3,21% 23,87% China 15,4 17,4 12,99% 8,08% Argentina 33,0 39,0 18,18% 18,11% Outros 21,7 22,5 3,69% 10,45% Mundo 186,7 215,3 15,32% 100,00%

Fonte: USDA (2005), Conab (2005) e Sagypa (2005)

Em anos recentes, os países que apresentaram um grande crescimento no consumo de soja em grão são Brasil, China e Argentina. Comparativamente ao consumo médio de cinco anos, em 2004 o aumento no consumo da soja em grão no Brasil foi de 38%, e na Argentina, 26,3%. Esta variação deve-se à instalação de novas unidade de processamento, bem como aumento da capacidade de esmagamento de algumas unidades existentes. Quanto à China, deve-se a instalação de novas unidades de processamentos.

Com a supersafra mundial, a quantidade estocada de soja também aumentou. Para a safra 2005/06, o estoque mundial previsto está em torno de 54,4 milhões de toneladas, cerca de 21,3% superior à safra passada. Brasil e Argentina serão responsáveis por 58,6% dos estoques da safra 2005/06. O Brasil aumentou a quantidade de soja estocada em 3,3%, passando de 16,47 milhões para 17,02 milhões de toneladas para a safra 2005/06. A Argentina estocará cerca de 14,8 milhões de toneladas, 27,3% maior que a safra de 2004/05 (USDA, 2006).

A produção de soja no Brasil a safra 2005/06 está estimada em 58,17 milhões de toneladas (Conab, 2005). O destino da oleaginosa é basicamente para exportação do grão e produção de farelo e óleo. Na Figura 6, observa-se a evolução do suprimento da soja no Brasil. A exportação de soja em grão cresceu 135,5%, passando de 8,9 milhões de toneladas para 21 milhões de toneladas entre 2000 e 2004. O consumo interno aumentou 40,8%, passando de 22,3 milhões de toneladas para 31,4 milhões de toneladas.

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0 10.000 20.000 30.000 40.000 50.000 60.000 2000/01 2001/02 2002/03 2003/04 2004/05 Mil ton

Estoque inicial Produção Importação Suprimento Consumo Exportação Estoque final

Figura 6 – Evolução do suprimento de soja grão no Brasil entre o ano safra 2000/01 e 2004/05

Fonte: Conab (2005)

Conforme apresentado, a produção de soja brasileira cresceu significativamente nos últimos anos. Esse acréscimo da produção foi motivado, entre outros fatores, pelo domínio da tecnologia de plantio direto, pelo melhoramento genético e pela desvalorização cambial. O desenvolvimento da plantio direto na palha e melhoramento genético nas cultivares adaptadas às condições edafoclimáticas do cerrado, principalmente, permitiram o crescimento na produção de soja de 110,10%, passando de 15,4 milhões de toneladas para 32,34 milhões entre 1990 e 1999. Essa evolução anual e a maior participação dos estados da região Centro-oeste do país são apresentados na Figura 7.

Outro fator que viabilizou e acelerou o crescimento da produção brasileira foi a desvalorização do Real face ao dólar americano. O produto nacional tornou-se mais competitivo no mercado internacional, novos mercados foram acessados e houve melhora na remuneração do produtor, pois como a formação do preço nacional normalmente é feito com base nas cotações da Bolsas de Futuro americano, a conversão em Real favorecia o produtor nacional. Na Figura 7, observa-se que o crescimento da produção nacional foi de 59% entre 1999 e 2004, passando de 32,34 milhões de toneladas para 51,45 milhões. Novamente, é expressiva a correlação entre o crescimento da produção brasileira e a dos estados de Mato Grosso, Paraná e Goiás.

Na Figura 7, observa-se que o estado do Mato Grosso, Paraná, Rio Grande do Sul e Goiás são os principais estados produtores do Brasil. O Mato Grosso participou com 34,4% da produção nacional no ano de 2004 e o Paraná com 18,5%. Analisando os dois maiores estados em termos de produção, tem-se que a produção do Estado do Mato Grosso cresceu 173,66% entre 1990 e 1998 e 109,4% entre 1999 e 2004. Já o Paraná aumentou sua produção em 113,5% entre 1990 e 1998 e 33,7% entre 1999 e 2004. A partir do ano de 2003, o Mato Grosso passou a ser o principal produtor nacional de soja (Figura 7). Na Figura 8, observa-se a distribuição geográfica das principais microrregiões produtoras de soja no Brasil. Já na Figura 9 enfatiza-se as principais regiões produtoras do Estado do Mato Grosso, justificando o levantamento de custo em Rondonópolis, Lucas do Rio Verde e Campo Novo do Parecis.

Apesar do expressivo crescimento da cultura soja no Brasil, os produtores rurais estão enfrentando novos desafios, principalmente aqueles relacionados ao ataque da ferrugem asiática e

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aumento no preço dos insumos, cujos fatores favorecem o acréscimo no custo de produção agrícola. Além disso, com a desvalorização do dólar frente a maioria das moedas mundiais, a cotação da soja no mercado internacional têm apresentado decréscimos, impactando diretamente ou indiretamente as cotações nacionais, que por sua vez tende a reduzir a rentabilidade do produtor. A evolução das cotações no mercado externo pode ser analisada na Figura 10, respectivamente. Como o preço doméstico tem forte influência do mercado internacional, uma variação na cotação futura na bolsa de Chicago e na taxa de câmbio ter-se-á oscilação no preço do mercado doméstico. -10.000 20.000 30.000 40.000 50.000 60.000 1990 /91 1991 /92 1992 /93 1993 /94 1994 /95 1995 /96 1996 /97 1997 /98 1998 /99 1999 /200 0 2000 /01 2001 /02 2002 /03 2003 /04 2004 /05 MT PR RS GO MS MG Outros

Figura 7 – Evolução da produção brasileira e dos principais estados produtores de soja entre 1990 e 2004

Fonte: Conab (2005)

Figura 8 – Distribuição geográfica da produção de soja no Brasil – 2003 – em toneladas

Fonte: IBGE (2005)

Figura 9 – Distribuição geográfica da produção de soja nas principais microrregiões do Estado do Mato Grosso – 2003 – em toneladas

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0,00 5,00 10,00 15,00 20,00 25,00

jul/97 jan/98 jul/98 jan/99 jul/99 jan/00 jul/00 jan/01 jul/01 jan/02 jul/02 jan/03 jul/03 jan/04 jul/04 jan/05

U S $ /s c d e 6 0 k g 0,00 0,50 1,00 1,50 2,00 2,50 3,00 3,50 4,00 R $ / U S $ CBOT Tx cambio

Figura 10 – Evolução mensal da cotação do contrato futuro da soja (1º vencimento) na Bolsa de Chicago e taxa de câmbio – jul/97 a mar/05.

Fonte: Cepea (2005)

Com estas considerações, em seguida se descreve os métodos utilizados neste trabalho para a coleta de dados, para, em seguida, apresentar os resultados e discuti-los.

3 METODOLOGIA

Os dados foram obtidos através de levantamento de dados a campo, com a técnica de coleta de dados chamada de painéis, nas principais regiões produtoras de algodão e soja no Estado de Mato Grosso. No painel, o levantamento das informações é realizada com representantes dos agentes do setor produtivo das regiões em estudo, ou seja, através de reuniões entre pesquisadores, técnicos e produtores de algodão, conforme descrito em Ferreira Filho (2005).

No “painel”, os agentes discutem, em conjunto, e procuram desenhar um sistema típico de produção de determinada localidade, detalhando todas as etapas do sistema produtivo. Com isto, busca-se considerar os equipamentos utilizados, sua potência e consumo de combustível por unidade de tempo; os coeficientes técnicos dos equipamentos, em especial o número de horas necessários por hectare para a realização de determinado trato cultural; os insumos utilizados, com seu princípio ativo, quantidade e preço pago; dentre outros.

O critério de custo de produção utilizado no estudo será o do Custo Operacional Total. Por este critério estão computados como itens de custo os custos variáveis (insumos, mão-de-obra, combustíveis e manutenção de equipamentos), o custo do financiamento do capital de giro, mais a depreciação de máquinas e equipamentos e o custo do benefício, no caso do algodão, e de estocagem, no caso da soja. Não são computados a remuneração de fatores fixos diversos, como depreciação de instalações diversas, remuneração e o custo de oportunidade do empresário, e outros custos fixos e semifixos, notadamente custos administrativos.

Os custos das máquinas, implementos e mão-de-obra são alocados para a cultura segundo o tempo que os mesmos são utilizados nessa lavoura. Também considera-se o custo de manutenção, depreciação e combustível.

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Todos os insumos são considerados com seus preços de mercado, para pagamento à vista. Para aqueles insumos que representam maiores volumes, como óleo diesel e fertilizantes, deve-se considerar seu custo incluindo o frete “posto na propriedade”.

O custo financeiro também é incluído no custo operacional total de produção. Esse seria o custo que o agricultor incorreria com a tomada de financiamento para custeio. No entanto, caso sejam usados apenas recursos próprios, deve ser considerado o custo de oportunidade do capital. Na metodologia proposta, o custo financeiro incide sobre os custos variáveis de produção, passíveis de financiamento público e/ou privado. A taxa de juros deve ser aquela equivalente às das principais linhas de financiamento disponíveis para a atividade.

Deve-se acrescentar também o custo de arrendamento da terra na região em estudo. Caso o agricultor não disponha da terra, terá de arrendá-la, incorrendo com o custo desse arrendamento. Se o agricultor for o proprietário da terra, terá um custo de oportunidade por não estar arrendando-a a outro. É um item importante que deve ser incluído no custo de produção.

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os painéis para a coleta dos dados para este trabalho ocorreram na primeira quinzena de mai/05, num momento em que já havia sido finalizada colheita de soja e estava para se iniciar a de algodão, ou seja, mesmo aqueles custos que ainda não haviam sidos aplicados à cultura, pelo menos estava programado para ocorrer.

A análise dos resultados da pesquisa foi dividida por cultura, enfatizando as regiões, tentando facilitar o entendimento dos aspectos produtivos de algodão e soja e as principais diferenças entre os mesmos. Primeiramente, analisar-se-á o custo de produção de algodão nas regiões de Lucas do Rio Verde (LRV), Campo Novo do Parecis (CNP) e Rondonópolis (RNP). Em seguida, se apresenta a descrição do custo de produção da soja para as região de Sorriso (SO), Campo Novo do Parecis (CNP) e Rondonópolis (RNP). Para cada cultura, busca-se destacar a região mais e a menos eficiente. Por fim, será apresentado uma breve comparação dos custos entre as culturas sob análise.

4.1 Custo de produção de algodão em Rondonópolis (RNP), Lucas do Rio Verde (LRV) e Campo Novo do Parecis (CNP)

Inicialmente, vale ressaltar que, especificamente no caso do algodão, ainda haviam alguns custos que seriam aplicados à cultura nos períodos posteriores à época de levantamento dos dados, como dessecação e todos os gastos que envolvem o período de colheita e beneficiamento da pluma. Como há necessidade de um bom planejamento nesta cultura, os produtores e técnicos já tinham uma descrição de quais seriam os custos envolvidos nesta etapa da produção.

A coleta de dados se fez com base numa propriedade típica da região, definida no painel. Em RNP, os participantes afirmaram que as fazendas que plantam algodão geralmente possuem 5.600 ha de área total, distribuído entre 3.000 ha de algodão, 2.000 ha de soja e 600 ha com outras culturas (milheto e milho). Para LRV, apontou-se como propriedade típica aquelas com 2.600 hectares, plantando 2.000 ha de soja e 600 ha de algodão. Para CNP, a propriedade típica é a de 2.500 ha, sendo 2.000 ha com soja e 500 ha com algodão.

Nas regiões de RNP e CNP a totalidade do algodão plantado foi no sistema semidireto, na palha, ou seja, faz-se plantio de cobertura verde, com milheto, no período que antecede o plantio de algodão. Em LRV, o algodão é plantado após a colheita de soja, entre janeiro e

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fevereiro de cada ano, chamado por alguns de algodão “safrinha”. Em todas as regiões, podem-se plantar variedades resistentes ou suscetíveis à doença azul, sendo que mais de 80% das áreas de algodão das regiões de RNP e CNP é composta por variedades suscetíveis. Em CNP, esse percentual chega a 90%. Diante disto, optou-se por apresentar neste trabalho somente as informações referentes à variedades suscetíveis.

Considerando as atividades operacionais e os insumos utilizados para produzir o algodão, tem-se na Tabela 2 os custos operacionais totais das regiões pesquisadas. A região a região de RNP teve o maior custo em relação às demais regiões, ficando em R$5.544,15/ha. Na ordem, a região de CNP e LRV tiveram custo de R$4.348,54/ha e R$4.100,80/ha. Em termos de participação dos itens no custo total de produção de cada região, observa-se que em todas as regiões destacam-se os custos com inseticidas, adubos e corretivos, herbicidas, tratos culturais, colheita, arrendamento e capital de giro.

Na parte de insumos, conforme os dados apresentados na Tabela 2, estão os maiores custos da produção de algodão. Em CNP, praticamente 59% dos custos é explicado por essas variáveis, enquanto em RNP representa 58% e em LRV, 56%. Assim, a região de CNP gasta 10% a mais em insumos do que a região de LRV. Os custos de RNP são 40% maiores que os de LRV e 27% maiores que os de CNP. Este resultado é o reflexo do plantio relativamente recente em CNP e LRV, comparativamente a RNP. Regiões em que se planta por anos seguidos, principalmente no caso de variedades suscetíveis à doença azul, exige maior quantidade tanto de adubos e corretivos, quanto de defensivos gerais, visando principalmente a prevenção de doenças. É expressiva, em todas as regiões, a participação dos gastos com adubos e corretivos. Em RNP, a quantidade de corretivo utilizada foi de 500 quilos, enquanto em CNP foi de 1.000 quilos, além 100 quilos de cloreto de potássio (KCl). Em LRV não se considerou a aplicação de corretivos. A adubação no plantio correspondeu a 500 quilos nas regiões de CNP e de LRV, e de 450 quilos em RNP. Em RNP, também foi utilizada uma aplicação de super fosfato simples, na quantidade de 300 quilos por hectare. Na cobertura, as regiões de RNP e de LRV fizeram em duas vezes, enquanto CNP fizeram três aplicações.

A utilização de adubos e corretivos teve maior peso sobre o custo total na região de CNP, seguido de LRV e de RNP. Contudo, RNP gasta 18% a mais que LRV e 7% a mais que CNP. Já CNP tem um custo monetário 10% maior que LRV.

Em inseticidas, a vantagem é para a região de LRV. Em geral, cada região utilizou 12 marcas de inseticidas diferentes. Contudo, a vantagem de LRV foi, principalmente, na menor dosagem de cada produto, enquanto a desvantagem de RNP foi devido ao maior uso dos produtos. Os preços de aquisições são fatores secundários na explicação das diferenças entre as regiões. Em termos monetários, a região de CNP gasta 83% a mais que a região de LRV, enquanto RNP possui um custo 134% maior que a de LRV. A região de RNP também gasta 28% a mais que a região de CNP. Contudo, o item inseticida tem praticamente a mesma importância nas regiões de RNP e de CNP. Na região de LRV a participação foi menor.

Nos gastos com herbicidas, não há muitas diferenças entre os produtos utilizados entre as regiões, assim como nas dosagens. Entre as diferenças está a maior mistura de produtos na região de CNP, principalmente nas operações de pós-emergentes, de jato dirigido e de desfoliante, comparativamente à demais. São essas composições, aparentemente, que faz com que a região de CNP tenha um custo expressivamente menor que as demais, assim como menor participação desse item sobre o custo total. O menor gasto total da região de LRV é justificada principalmente pela não necessidade de dessecação de milheto e de manejo. Os dados mostram que os gastos com herbicida na região de LRV é 107% e 112%, maiores que os valores de CNP e de RNP, respectivamente.

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Tabela 2 – Custo de produção de algodão nas regiões de Rondonópolis, Campo Novo do Parecis e Lucas do Rio Verde – MT – safra 2004/05

Descrição Lucas do Rio Verde C. Novo do Parecis Rondonópolis Var. susceptíveis Var. susceptíveis Var. susceptíveis Produtividade – algodão em caroço (kg/ha) 3.300,00 3.900,00 3.750,00 Produtividade liquida - em pluma (kg/ha) -

sem FUNRURAL 1.257,40 1.466,97 1.392,23

Sistema de plantio Semi-direto Semi-direto Semi-direto

Tipo de colheita Mecânica Mecânica Mecânica

R$/há Part. R$/ha Part. R$/ha Part.

Item de custo Insumos Semente de milheto 0,80 0,0% 6,25 0,1% Adubos e corretivos 885,00 21,6% 974,80 22,4% 1.043,41 18,8% Herbicidas 592,07 14,4% 286,13 6,6% 664,04 12,0% Inseticidas 479,90 11,7% 880,40 20,2% 1.123,05 20,3% Fungicidas 176,16 4,3% 247,18 5,7% 213,50 3,9% Semente de algodão 94,80 2,3% 70,91 1,6% 58,50 1,1% Outros1 51,00 1,2% 104,73 2,4% 75,30 1,4% Sub-total 2.278,92 55,6% 2.564,95 59,0% 3.184,05 57,4%

Operações mecânica e manual

Preparo do solo 160,69 3,7% 230,50 4,2% Plantio de algodão 68,63 1,7% 70,38 1,6% 72,99 1,3% Tratos culturais 337,20 8,2% 256,51 5,9% 408,00 7,4% Pragueiro 51,00 1,2% 41,18 0,9% 38,40 0,7% Colheita 394,89 9,6% 347,92 8,0% 478,96 8,6% Destruição de soqueira 28,06 0,7% 15,46 0,4% 24,05 0,4% Sub-total 879,77 21,5% 892,15 20,5% 1.252,89 22,6% Serviços Beneficiamento 257,40 6,3% 300,30 6,9% 245,02 4,4% Custo de classificação 13,43 0,3% 8,78 0,2% 5,18 0,1% Sub-total 270,83 6,6% 309,08 7,1% 250,20 4,5% Arrendamento 276,60 6,7% 165,96 3,8% 308,70 5,6% Capital de giro 339,09 8,3% 396,74 9,1% 473,37 8,5% Assistência técnica 55,59 1,4% 19,66 0,5% 74,94 1,4%

Custo Operacional Total (COT1) 4.100,80 100,0% 4.348,54 100,0% 5.544,15 100,0%

Custo unitário na fazenda

Custo operacional líquido (R$/kg) –

sem FUNRURAL 3,26 2,96 3,98

Custo operacional líquido (R$/lp) –

sem FUNRURAL 1,4793 1,3446 1,8063

Margem na fazenda

Preço médio de venda interna (R$/lp) 1,2895 1,2678 1,3000

Margem sobre o COT1 (R$/lp) -0,1898 -0,0768 -0,5063

Margem sobre o COT1 (R$/ha) -526,27 -248,47 -1.554,05

Produção de nivelamento

Produtividade de nivelamento - pluma (kg/há) 1.442,52 1.555,87 1.934,46

Produtividade de nivelamento (kg/ha) 3.807,31 4.085,73 5.054,56

Acréscimo de produtividade 13,3% 4,5% 25,8%

Fonte: Dados de pesquisa

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Praticamente esse mesmo contexto foi observado no item fungicida, mas agora é a região de CNP que apresenta o maior peso sobre o custo total (5,7%), enquanto na região de LRV a participação foi de 4,3% e em RNP, de 3,9%. O custo de CNP é 40% maior que o de LRV e 16% maior que o de RNP. Já o valor monetário de RNP é 21% maior que o de LRV. Comparativamente à LRV, as demais regiões utilizam maiores quantidades de produtos e, conseqüentemente, misturas dos mesmos em cada aplicação. Nestas regiões, além da quantidade maior de produto, há casos de aplicação de fungicida com custo maior ao utilizado em LRV.

No cômputo dos gastos com regulador de crescimento, óleos mineral e vegetal e espalhante adesivo, observa-se que seus valores não podem ser desconsiderados devido sua participação sobre o custo total, principalmente os valores das regiões de CNP e RNP, cujo peso sobre o custo total é superior, por exemplo, que o observado no gasto com semente.

Em termos de gastos com operações mecânicas e manuais, os tratos culturais são um dos itens com representação expressiva nesta categoria e sobre o custo total. Os tratos culturais envolvem os gastos com capinas e aqueles relacionados diretamente à aplicação de inseticidas, herbicidas, fungicidas e fertilizantes (mão-de-obra, conservação, depreciação e consumo das máquinas e equipamentos).

Nas regiões de RNP e LRV foram consideradas duas capinas manuais, enquanto em CNP apenas uma. O custo por hectare foi expressivamente maior em LRV do que nas demais regiões. Devido às misturas que os produtores fazem para aplicar fungicidas, inseticidas e herbicidas, se computou esses gastos sem a preocupação de quais produtos estavam sendo aplicados em cada operação, mas sim o número de vezes que foi necessário entrar na lavoura com a finalidade de aplicar algum defensivo. Neste caso, em RNP foram consideradas 19 aplicações, sendo 12 com automotriz, seis aéreas e uma de jato dirigido. Em CNP foram 17 aplicações, distribuídas 16 com automotriz e uma de jato dirigido. A região de LRV foi a que exigiu apenas 11 aplicações, das quais 10 foram com automotriz e uma de jato dirigido. Ainda nos tratos culturais foram computados os gastos com aplicação de fertilizante de cobertura. Nas regiões de RNP e de CNP foram efetuadas três aplicações e em LRV, duas.

De acordo com esses cálculos, o menor gasto em valor monetário ocorreu em CNP. Assim, a região de RNP gastou 63% a mais que CNP e LRV, 37%. O valor de RNP também foi 19% maior que o de LRV. Como os coeficientes técnicos de cada atividade estão relativamente próximos entre as regiões, pode-se dizer que o que elevou os custos de tratos culturais em RNP foram as aplicações aéreas. Para exemplificar, nos cálculos deste trabalho, enquanto uma aplicação com automotriz custa de R$ 4,01/ha, o valor de uma aérea é R$ 23,15/ha.

Em RNP alguns fatores favorecem o uso de aplicações aéreas. Um é a tecnificação dos produtores, outro foi a maior incidência de pragas. Para os produtores, em períodos de clima adverso as aplicações aéreas proporcionam maior eficiência nos tratamentos, pois é possível realizar a operação num momento mais adequado para controle, se comparada ao uso de automotriz.

Como a cultura do algodão exige um acompanhamento intensivo durante todo o período de desenvolvimento vegetativo, a maioria das fazendas contratam pragueiros para este serviço. Sobre o custo total, as participações destes trabalhadores variaram entre 0,7% e 1,2%.

Nos gastos com colheita, foram computados os valores para o serviço terceirizado nas regiões de RNP e de LRV, cujos trabalhos envolvem a colheita, combustível, bas boy e prensa. Já na região de CNP, essas operações foram consideradas como sendo realizadas com equipamentos próprios. No cômputo desses gastos, também foram adicionadas os referentes ao uso de transmódulos e de enlonamento.

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Adicionando os gastos com destruição de soqueira em operações mecânica e manual, observa-se que esses custos possuem uma participação entre 20,5% e 22,3% sobre o custo total. A menor participação foi na região de CNP e a maior, em RNP.

Para calcular o custo unitário de produção de pluma de algodão, tomaram-se como base as produtividades agrícolas e os rendimentos de pluma supracitados, e subtraiu-se a taxa de FUNRURAL, no valor de 2,3%, obtendo um volume líquido de pluma de 1.257,40 kg/ha na região de LRV, de 1.466,97 kg/ha na região de CNP e de 1.392,23 kg/ha em RNP. Tomando a razão desses valores com o custo total por hectare, o custo unitário na fazenda foi de R$ 1,4793/lp em LRV, R$ 1,3446/lp em CNP e de R$ 1,8063 em RNP. O custo unitário de RNP é 34% maior que o de CNP e 22% maior que o de LRV. O custo de LRV é 10% maior que o de CNP.

Contudo, todas as regiões apresentaram margens negativas por unidade vendida e, conseqüentemente, por hectare produzido. A melhor situação é a de CNP. Para esses cálculos, adotaram-se os preços médios de venda da pluma de R$ 1,2895/lp em LRV, de R$ 1,2678/lp em CNP e de R$ 1,3000/lp em RNP. Esses valores se referem à média de preços nominais para retirar o produto da região, no período de mai/04 a abr/05, segundo informações do Indicador de preços CEPEA/ESALQ – 8 dias de pagamento.

Para equilibrar receita total com custo total seria preciso que o preço médio de comercialização da pluma alcançasse pelo menos o custo unitário de venda, ou que a produtividade aumentasse. Neste caso, a produtividade média deveria ter acréscimo de 13,3% em LRV, de 4,5% em CNP e de 25,8% em RNP. No entanto, a necessidade dessas variações ocorre principalmente devido ao decréscimo expressivo das cotações desde abr/04, chegando no mês de mai/05 ao menor patamar de preços reais desde 1996, quando se iniciou as cotações do Indicador Cepea/Esalq (inicialmente denominado Indicador Esalq/BM&F) (Tabela 2).

4.2 Custo de produção de soja em Rondonópolis (RNP), Sorriso (SO) e Campo Novo do Parecis (CNP)

Os custos de produção de soja foram calculados para as regiões de Rondonópolis, Sorriso e Campo Novo do Parecis. Da mesma forma que para o caso do algodão, considerou-se uma propriedade típica de cada região para tomar como base na descrição do custo médio. O sistema de cultivo considerado em todas regiões foi o sistema de plantio direto na palha1, após o plantio de cobertura verde com milheto. Em termos gerais, todas as regiões utilizam o mesmo sistema de plantio. A primeira etapa do preparo do solo é a aplicação de calcário. Em seguida, planta-se o milheto para formação de cobertura verde, sendo dessecada 60 dias após o plantio. Em seguida, é realizado o plantio de soja.

Dada a produtividade agrícola considerada e subtraindo-se os gastos com o Fundo de Assistência ao Produtor Rural (FUNRURAL), no valor de 2,3%, obtém um volume líquido de soja de 3.048,24 kg por hectare em SO, 2.813,76 kg/ha em CNP e 2.344,80 kg/ha em RNP (Tabela 3). Efetuando a razão do COT por hectare em cada região por essas quantidades de soja, obtém-se um custo de R$ 30,93/sc de 60 kg em SO, R$ 29,50/sc em CNP e R$ 37,53/sc em RNP. Comparativamente, o custo unitário em RNP é 27% maior que em CNP e 21% acima do observado em SO. O valor de SO foi 5% mais elevado que o de CNP.

1 O sistema de plantio direto consiste no cultivo sem o revolvimento do solo, mantendo em sua superfície uma

camada de resíduos (palha)ou de vegetação para protege-lo (Associação do plantio direto do cerrado, 2005). Esse sistema evita a erosão e conseqüentemente preserva o meio ambiente.

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Tabela 3 – Custo de produção da soja nas regiões de Rondonópolis, Sorriso e Campo Novo do Parecis – MT – safra 2004/05

Descrição Sorriso C. Novo do Parecis Rondonópolis

Tamanho da propriedade 1.600 2.500 5600

Área com soja 1.300 2.000 2.000

Produtividade agrícola (kg/ha) 3.120,00 2.880,00 2.400,00

Produtividade liquida (kg/ha) –

sem FUNRURAL 3.048,24 2.813,76 2.344,80

Sistema de plantio Direto Direto Direto

Tipo de colheita Mecânica Mecânica Mecânica

R$/há Part. R$/ha Part. R$/há Part.

Item de custo Insumos Semente de milheto 2,47 0,2% 4,00 0,3% 6,25 0,4% Adubos e corretivos 454,25 28,9% 331,50 24,0% 311,40 21,0% Herbicidas 170,35 10,8% 135,31 9,8% 149,50 10,1% Inseticidas 56,68 3,6% 57,56 4,2% 43,19 2,9% Fungicidas 122,00 7,8% 125,50 9,1% 137,50 9,3% Semente de soja 63,00 4,0% 82,50 6,0% 90,00 6,1% Outros1 64,27 4,1% 36,12 2,6% 97,69 6,6% Sub-total 933,02 59,3% 772,49 56,0% 835,53 56,4%

Operações mecânica e manual

Preparo do solo 25,42 1,6% 20,17 1,5% 62,52 4,2% Plantio da soja 52,43 3,3% 44,97 3,3% 41,82 2,8% Tratos culturais 58,05 3,7% 49,79 3,6% 77,23 5,2% Colheita 49,39 3,1% 42,84 3,1% 36,54 2,5% Sub-total 185,30 11,8% 157,77 11,4% 218,12 14,7% Serviços Frete 57,20 3,6% 57,60 4,2% 50,00 3,4% Estocagem 71,92 4,6% 114,80 8,3% 40,00 2,7% Sub-total 129,12 8,2% 172,40 12,5% 90,00 6,1% Arrendamento 165,98 10,6% 165,98 12,0% 185,24 12,5% Capital de giro 145,32 9,2% 100,83 7,3% 125,17 8,5% Assistência técnica 14,13 0,9% 11,03 0,8% 26,58 1,8%

Custo Operacional Total (COT) 1.572,87 100,0% 1.380,49 100,0% 1.480,63 100,0%

Custo unitário na fazenda

Custo operacional líquido (R$/sc 60 kg) -

sem FUNRURAL 30,96 29,44 37,89

Margem na fazenda

Preço médio de venda (R$/sc 60 kg) 27,66 27,66 30,87

Margem sobre o COT (R$/sc) -3,30 -1,77 -7,01

Margem sobre o COT (R$/ha) -167,50 -83,22 -274,13

Produção de nivelamento

Produtividade de nivelamento - sacas/ha 56,86 49,90 47,96

Produtividade de nivelamento - kg/ha 3.411,54 2.994,27 2.877,57

Acréscimo de produtividade 0,09 0,04 0,17

Fonte: Dados de pesquisa

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Considerando um preço médio de venda da soja, entre mai/04 e abr/05, no valor de R$ 27,66/sc nas regiões de CNP e SO, e de R$ 30,87/sc em RNP, as margens por saca de 60/kg (desconsiderando a taxa de FUNRURAL) ficam negativas em todas as regiões. Mesmo assim, os resultados mostram ligeira competitividade de CNP sobre as demais, com menor custo e menor valor negativo por unidade e por hectare.

Diante desses resultados, para que o produtor possa pagar a totalidade do Custo Operacional Total (COT) é necessária a produção mínima de 56,81 sc/ha em SO, 50,01 sc/ha em CNP e 47,5 sc/ha em RNP. Esses valores mostram que para manter o ponto de nivelamento (receita total igual ao custo total) as variações positivas de produtividade deve ser de 8,5% em SO, 4% em CNP e de 16,5% em RNP.

Entre os itens com maior peso sobre o custo total na região de SO, destacam-se, em ordem decrescente: adubos e corretivos, arrendamento, herbicida, capital de giro, fungicida, estocagem, semente e frete. Em CNP, os itens de custo com maior participação são: adubos e corretivos, arrendamento, herbicida, fungicida, estocagem, capital de giro e semente de soja. Por fim, na região de RNP são os itens de adubos e corretivos, arrendamento, herbicida, fungicidas, capital de giro e semente de soja. O custo total (CT) por hectare da região de SO foi o maior entre todas as regiões, ficando 14% acima do observado em CNP e 7% maior que de RNP. O custo de RNP ficou 6% mais elevado do que o de CNP.

A participação de adubos e corretivos sobre o custo total é expressivo em todas as regiões, variando entre 21% e 28,9%. Observa-se a vantagem de RNP sobre as demais regiões. Essa diferença se deve ao uso, por hectare, de 300 kg de corretivos e 400 kg de fertilizantes no plantio, relativamente menor que nas demais regiões. Em SO, foram consideradas o uso de 500 kg de corretivo, 500 de fertilizantes no plantio e 2,5 kg de micronutrientes (Manganês). Já em CNP, o uso foi de 500 kg de corretivo, 400 kg de adubação no plantio e 1 litro de micronutrientes. Essas quantidades, com preços relativamente próximos entre si, fizeram com que o custo de SO fosse 37% maior que o de CNP e 46% maior que o de RNP. O custo de CNP foi 6% mais elevado que o de RNP.

O uso de herbicidas envolveu praticamente os mesmos produtos entre as regiões analisadas, com poucas diferenças de dosagens e de preços. A participação do custo com herbicidas sobre o custo total variou de 9,8% a 10,8% entre as regiões. O gasto com herbicida na região de SO foi de 14% maior que RNP e 26% maior que CNP. O custo dos herbicidas aplicados na região de RNP foi 10% superior ao de CNP. No momento da dessecação, todas as regiões realizam o mesmo manejo dos herbicidas.

Os gastos com fungicida têm aumentado nos últimos anos devido ao surgimento da ferrugem asiática. Na safra 2004/05, em todas as regiões foram necessárias três aplicações de fungicidas para essa finalidade. Com isso, conforme os dados da Tabela 3, a participação deste item sobre o custo total ficou em 9,3% na região de RNP, de 7,8% em SO e de 9,1% em CNP. O gasto da região de RNP foi maior que as regiões de SO e CNP em 13% e 10%, respectivamente. Entre as regiões de SO e CNP, a diferença entre os custos não foram significativos. O maior valor de RNP é justificado pelo maior número de aplicações de defensivos, assim pela consideração de monitor de campo, onde somente esse fator representou 15% dos gastos em tratos culturais de RNP. Além disso, os equipamentos utilizados também influenciaram as diferenciações de gastos. Outro item importante no custo total, em todas as regiões, é o de oportunidade da terra. Utilizando o arrendamento como proxy para esse custo, observa-se que sua participação no custo total foi aproximadamente 12,0% e 12,5% nas regiões de CNP e RNP, respectivamente. Para a região de SO a participação foi de 10,6%.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

O objetivo deste projeto de pesquisa foi analisar a competitividade da produção de algodão e soja no Estado de Mato Grosso, enfocando no custo de produção agrícola na propriedade. Atualmente, este estado é o maior produtor nacional destas culturas. As regiões analisadas foram: Rondonópolis (algodão e soja), Lucas do Rio Verde (algodão), Sorriso (soja) e Campo Novo do Parecis (algodão e soja). Os dados se referiram à safra 2004/05.

Conforme discutido durante o trabalho, foi expressiva a queda das cotações desses produtos no último ano, influenciados por acréscimos tanto da produção nacional quanto mundial, assim como pela estabilização do consumo. Ao mesmo tempo, produtores apontaram para a alta dos preços dos insumos.

Diante desse contexto, a preocupação quanto a manutenção da renda do produtor aumenta e proporciona um ambiente favorável para que os mesmos possam buscar soluções que evitem o prejuízo e até mesmo a falência desses agentes. Com este intuito, efetuou-se este trabalho, buscando apontar a margem de lucratividade nas produções de algodão e soja, assim como os principais fatores que podem ser considerados mais ou menos eficientes no processo produtivo.

Analisando separadamente cada cultura, observou-se que o custo de produção de soja foi menor na região de Campo Novo do Parecis (R$ 29,5/sc), depois em Sorriso (R$ 30,93/sc) e Rondonópolis (R$ 38,4/sc). A produção de soja apresentou-se com margem negativa em todas as regiões.

Vale ressaltar a parcela expressiva do item fungicidas sob o custo total em todas as regiões. Este já é o resultado da intensificação do ataque da ferrugem asiática, que obriga os produtores a realizar pulverizações preventivas contra o ataque desse fungo.

O nivelamento entre a receita total e a despesa mostra a necessidade de elevação dos preços de venda. Contudo, esse fator esta fora de controle dos produtores. Uma outra maneira seria através de elevação de produtividade, que neste caso deveria ser de 8,5% superior em Sorriso, de 4% em Campo Novo do Parecis e de 33,2% em Rondonópolis. Entretanto, sabe-se da quase impossibilidade de alcançar acréscimos expressivos de produtividade em um ano apenas.

No cômputo desses valores, o preço de venda considerado foi a média de mai/04 a abr/05. Assim é preciso realçar que no período de colheita e cumprimento dos compromissos financeiros as cotações estavam abaixo da média adotada.

Já em relação ao custo de produção de algodão, a situação é menos favorável. A descrição dos custos em cada região para a variedade suscetível à doença azul apontou para margens negativas em todas as regiões. O custo unitário na fazenda sugere elevações expressivas de preços e/ou produtividade para igualar receita total e custo total.

Em termos gerais, os resultados apontam para maior competitividade da produção de algodão nas regiões de Campo Novo do Parecis e Lucas do Rio Verde, comparativamente à Rondonópolis. O plantio mais recente nas duas primeiras regiões, favorece o menor uso de defensivos agrícolas do que em Rondonópolis, região mais tradicional na produção de algodão do estado.

Em suma, conforme se observou a rentabilidade das culturas sob análises estão comprometidas em todas as regiões do Mato Grosso. Entretanto, em termos gerais a região de Campo Novo do Parecis foi a mais competitiva, apresentando a menor perda. A cultura da soja, por sua, se mostrou de menor risco que a de algodão, conforme o esperado.

No caso de CNP e Norte de Mato Grosso (LRV e SOR), o algodão gerou um prejuízo três vezes mais que a soja. Em RNP, a perda por hectare foi 5,7 vezes mais no algodão em

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relação à soja. A região de CNP e SOR apontaram maior competitividade em relação à RNP. Isso significa que se um produtor tivesse plantado somente algodão teria uma margem negativa da propriedade três vezes maior que o produtor tivesse plantado somente soja no mesmo tamanho de área da região Norte do MT e CNP. Numa outra óptica, poderia-se aumentar três vezes a área de soja na propriedade para obter a mesma margem negativa do algodão. Assim, uma área de 1.000 ha de soja teria a margem negativa equivalente a uma área de 318 ha de algodão na região norte do MT, 335 ha na região de CNP e 176 em RNP.

Diante disso, alguns apontamentos podem ser realçados. Apesar da maior competitividade da soja frente ao algodão, os custos de ambas as culturas são considerados altos por hectare, apesar da boa produtividade observada no Mato Grosso. Desta forma, os riscos são elevados, diante das margens estreitas. No caso específico do algodão, seu risco se eleva, quando se considera os investimentos em capitais necessários para a cultura (sunk cost) e pelo pouco espaço para crescer a produtividade.

Neste contexto, os dados apontam para o desafio ao setor de como será possível aumentar a produtividade e/ou diminuir os custos, em especial os variáveis, para melhorar a competitividade e garantir a sobrevivência do setor num contexto internacional. A produtividade média da soja brasileira é praticamente a mesma observada em outros importantes países produtores, como Estados Unidos e Argentina. No caso do algodão, sua produtividade é uma das maiores do mundo. Desta forma, deverá haver dificuldade em obter progressos significativos nesta variável. Assim, parece estar no controle e/ou redução dos custos o maior desafio dos produtores brasileiros para as próximas safras, no intuito de manter a competitividade e a renda. E, vale ressaltar novamente que, são os custos variáveis os de maior peso sobre as culturas analisadas, o qual deverá ser o foco de pesquisas.

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