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PROCESSAMENTO DE DADOS SÍSMICOS DO GOLFO DO MÉXICO USANDO O SEISMIC UNIX

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CURSO DE GRADUAC¸˜AO EM GEOF´ISICA

GEO213 – TRABALHO DE GRADUAC¸˜AO

PROCESSAMENTO DE DADOS S´ISMICOS DO

GOLFO DO M´EXICO USANDO O

SEISMIC UNIX

ANDERSON SANTOS ABREU

SALVADOR – BAHIA

(2)

por

Anderson Santos Abreu

GEO213 – TRABALHO DE GRADUAC¸ ˜AO

Departamento de Geologia e Geof´ısica Aplicada

do

Instituto de Geociˆencias

da

Universidade Federal da Bahia

Comiss˜ao Examinadora

Dr. Reynam da Cruz Pestana - Orientador Dr. Milton Jos´e Porsani

Dr. Amin Bassrei

(3)

meus irm˜aos

Cristiane, Luciane e Jos´e M´ario. As minhas sobrinhas Ana Carolina e Ana Maria e `a toda a minha fam´ılia

(4)

O m´etodo s´ısmico por possibilitar a investiga¸c˜ao de alvos profundos e com uma alta resolu¸c˜ao, tem se tornado uma importante ferramenta na lucrativa ind´ustria de explora¸c˜ao de hidrocarbonetos. Sendo assim, ´e objeto de in´umeros estudos, nas mais diversas ´areas que comp˜oem seu corpo, em todo o mundo. Essa ind´ustria leva consigo todas as outras empresas que oferecem servi¸cos para ter seu trabalho facilitado, entre elas a ind´ustria de softwares para processamento s´ısmico. Estes programas de computador custam caro e tˆem licen¸cas de uso limitadas, s´o podendo ser adquiridos por empresas com grande poder aquisitivo, ficando as institui¸c˜oes de ensino e pesquisa fora deste grupo. Neste cen´ario aparece o Seismic Unix,

software de distribui¸c˜ao livre e c´odigo aberto, facilitando o estudo e a pesquisa do m´etodo s´ısmico nessas institui¸c˜oes.

O processamento de dados s´ısmicos ´e uma etapa importante do m´etodo s´ısmico, e por isso engloba grande parte das pesquisas para o melhoramento do resultado que se obt´em de uma campanha de s´ısmica. O presente trabalho tem por objetivo processar um conjunto de dados s´ısmicos 2D, adquirido no Golfo do M´exico, visando melhorar a qualidade do sinal atrav´es do uso de t´ecnicas do m´etodo s´ısmico, e obter se¸c˜oes s´ısmicas que forne¸cam subs´ıdios para uma interpreta¸c˜ao mais precisa das estruturas em subsuperf´ıcie.

Uma das preocupa¸c˜oes na realiza¸c˜ao deste trabalho foi passar pelas etapas b´asicas de um processamento cl´assico, atrav´es de poucos fluxos, compostos por programas contidos no pacote de programas Seismic Unix (SU). O SU ´e de distribui¸c˜ao livre, e por isso ´e usado em larga escala como ferramenta de pesquisa para melhorar os resultados do m´etodo s´ısmico. Uma limita¸c˜ao para utilizar o SU ´e a dif´ıcil combina¸c˜ao de seus programas, ent˜ao foi feita aqui uma tentativa de combinar estes programas de forma eficaz, para que fosse usado de maneira mais r´apida e f´acil. Outra limita¸c˜ao foi a complexidade do dado utilizado, que tem um corpo de sal bem no meio da se¸c˜ao s´ısmica, o que mascara as velocidades das camadas abaixo dele, e por conseq¨uˆencia dificulta a defini¸c˜ao da geologia neste local.

Tornar a utiliza¸c˜ao de SU mais eficiente e fazer o processamento de um conjunto de dados s´ısmicos reais do Golfo do M´exico foram os principais objetivos deste trabalho.

(5)

The Seismic Method is an important tool in the lucrative petroleum exploration indus-try as it permits the investigation of deep targets with high resolution. In such case, it is object of many studies around the world. One field of study and a part of the petroleum industry is the softwares of seismic data analysis. These are expensives softwares with lim-ited licenses of use which means that they are convenient for companies. The alternative in this scenery, as it is more convenient for scientific research, is the Seismic Unix (SU), a free distribution and open source code software.

Seismic data analysis is an important stage of seismic method. It covers a big part of research for improving the result of seismic survey. This work has the objective of process a 2D seismic data set, acquired at Gulf of Mexico, improving signal quality through the use of seismic method’s techniques while obtaning seismic sections that provide subsidies for seismic interpretation with more precision.

In this work, we took care of applying basic stages of classic processing, using a few flows of SU’s programs. The SU is broadly used as a research tool for improving the results. The difficulty in combining its programs is a SU limitation. Then, we tried to combine its programs in a simple manner for fast execution. Other limitation is the complexity of the data used, related to the salt body present in the sedimentary basin. This body difficults the velocity estimation of layers under it. Consequently, this characteristic restricts the quality of the seismic sections obtained.

(6)

RESUMO . . . . iii

ABSTRACT . . . . iv

´INDICE . . . . v

´INDICE DE FIGURAS . . . . vii

INTRODUC¸ ˜AO . . . . 1

CAP´ITULO 1 Etapas do processamento . . . . 3

1.1 Geometria . . . 3

1.2 Divergˆencia . . . 5

1.3 Filtragem de freq¨uˆencia . . . 6

1.4 Deconvolu¸c˜ao . . . 9

1.5 An´alise de velocidade . . . 11

1.6 Filtragem f-k . . . 13

1.7 Empilhamento . . . 13

1.8 Mute . . . 14

1.9 Aplica¸c˜ao de ganhos . . . 16

1.10 Migra¸c˜ao . . . 17

CAP´ITULO 2 Processamento dado do Golfo do M´exico . . . . 19

2.1 O Software de processamento Seismic Unix - SU . . . . 19

2.2 Descri¸c˜ao do dado . . . 20

2.3 Formato interno do SU . . . 20

2.4 Carregamento da Geometria . . . 22

2.5 Corre¸c˜ao de divergˆencia esf´erica . . . 23

2.6 Visualiza¸c˜ao do espectro e Filtragem de freq¨uˆencia . . . 24

2.7 Deconvolu¸c˜ao . . . 25

2.8 An´alise de velocidade . . . 26

2.9 Filtragem f-k . . . 30

2.10 NMO e Empilhamento . . . 32

2.11 Migra¸c˜ao . . . 33

CAP´ITULO 3 Conclus˜oes . . . . 51

(7)

Referˆencias Bibliogr´aficas . . . . 54

ANEXO I Programas do Seismic Unix . . . . 55

I.1 Trazer para o formato interno do SU . . . 55

I.2 Carregamento de Geometria . . . 55

I.3 Corre¸c˜ao de divergˆencia esf´erica . . . 56

I.4 Visualiza¸c˜ao do espectro do dado . . . 57

I.5 Filtragem de freq¨uˆencia . . . 57

I.6 Determina¸c˜ao da cobertura . . . 57

I.7 Deconvolu¸c˜ao . . . 58

I.8 An´alise de velocidade . . . 58

I.8.1 Cria¸c˜ao de bin´arios . . . 61

I.8.2 Interpola¸c˜ao 1D . . . 62

I.8.3 Jun¸c˜ao das fun¸c˜oes velocidades . . . 62

I.8.4 Interpola¸c˜ao 2D . . . 63

I.8.5 Suaviza¸c˜ao do campo interpolado . . . 64

I.8.6 Convers˜ao em profundidade . . . 65

I.9 Filtragem F-K . . . 65

I.10 Corre¸c˜ao de NMO e empilhmento . . . 66

I.11 Migra¸c˜ao PSPI . . . 66

I.12 Migra¸c˜ao Kirchhoff . . . 67

(8)

1.1 Figura esquem´atica mostrando como est˜ao dispostas algumas fam´ılias em um levantamento s´ısmico e configura¸c˜ao de um levantamento marinho com posi¸c˜ao de um navio, fontes e receptores. . . 4 1.2 Nesta figura representamos uma frente de onda divergindo do centro O. Onde

vemos que a mesma quantidade de energia com o passar do tempo ocupa uma superf´ıcie maior fazendo com que a amplitude decaia com o tempo e conseq¨uentemente com a distˆancia, ou seja, a amplitude A ´e inversamente proporcinal a distˆancia r. . . . 7 1.3 Figura ilustrativa de um filtro passa-banda, as freq¨uˆencias que passam s˜ao as

freq¨uˆencias na faixa entre b e c. . . 7 1.4 Figura ilustrativa do filtro de freq¨uˆencia passa-baixa ou corta-alta. . . 8 1.5 Figura ilustrativa do filtro de freq¨uˆencia passa-alta ou corta-baixa. . . 8 1.6 Figura esquem´atica que ilustra o filtro de Wiener Levinson. O pulso de entrada

´e convolvido com o filtro que gera um sinal de sa´ıda filtrado, com a forma pr´oxima a da sa´ıda desejada. . . 11 1.7 Figura ilustrando um CDP antes da corre¸c˜ao de NMO, onde podemos ver que

as reflex˜oes tˆem uma forma aproximada a uma hip´erbole. . . 15 1.8 Figura ilustrando um CDP ap´os a corre¸c˜ao de NMO, onde podemos ver as

reflex˜oes mais afastadas horizontalizadas. Percebemos tamb´em o mute dado nos tra¸cos para remover o estiramento causado pela corre¸c˜ao de NMO. . . . 15 1.9 Figura esquem´atica para ilustrar a corre¸c˜ao que a migra¸c˜ao faz no

posiciona-mento, tamanho e na inclina¸c˜ao de refletores inclinados. . . 18 2.1 Campo intervalar em profundidade cedido junto com o dado do Golfo do

M´exico. Podemos ver um grande corpo de sal que possui um alto valor de velocidade introduzindo um alto contraste de velocidade no modelo. . . 21 2.2 Este gr´afico mostra a cobertura de cada CMP do dado do Golfo do M´exico. . 23 2.3 Se¸c˜ao de afastamento m´ınimo sem nenhum processamento nos dados. . . 24 2.4 CDPs da linha do Golfo do M´exico sem nenhum processamento. . . 25 2.5 Se¸c˜ao de afastamento m´ınimo ap´os a corre¸c˜ao de divergˆencia esf´erica. Em

torno de 4s temos uma m´ultipla forte que ´e atribu´ıda ao fundo do mar. . . . 26 2.6 CDPs ap´os a corre¸c˜ao de divergˆencia esf´erica, com as reflex˜oes mais profundas

bastante real¸cadas. . . 27

(9)

2.8 Espectro de freq¨uˆencia do dado ap´os a filtragem de freq¨uˆencia. . . 27 2.9 Se¸c˜ao de afastamento m´inimo ap´os a filtragem de freq¨uˆencia com o filtro

passa-banda faixa de freq¨uˆencia de 5 a 80 Hz. . . 28 2.10 Os mesmos CDPs da Figura 2.4 ap´os a filtragem de freq¨uˆencia com filtro

passa-banda de 5 a 80Hz. . . 29 2.11 Se¸c˜ao de afastamento m´ınimo ap´os a deconvolu¸c˜ao (Shell I.7). Note-se agora

nos dados h´a uma melhor defini¸c˜ao nas reflex˜oes abaixo de 3,5s. . . 30 2.12 CDPs (Figura 2.4) ap´os a deconvolu¸c˜ao. . . 31 2.13 Espectro de freq¨uˆencia dos dados ap´os a deconvolu¸c˜ao. Em rela¸c˜ao ao espectro

da Figura 2.8 houve um aumento das freq¨uˆencias mais altas. . . 31 2.14 An´alise de velocidade no CDP1:(a) CDP1 com ganho de amplitude; (b) painel

semblance onde vemos as concentra¸c˜oes de energias nas reflex˜oes mais coeren-tes e a fun¸c˜ao bem mapeada; (c) CDP1 mostrado em (a) corrigido de NMO com a fun¸c˜ao mapeada em (b). A fun¸c˜ao velocidade ficou bem definida por causa da geologia bem comportada. . . 32 2.15 An´alise de velocidade no CDP2:(a) CDP2 com ganho de amplitude; (b) painel

semblance onde vemos as concentra¸c˜oes de energias nas reflex˜oes mais coeren-tes e a fun¸c˜ao mapeada ; (c) CDP2 mostrado em (a) corrigido de NMO com a fun¸c˜ao mapeada em (b). A fun¸c˜ao velocidade n˜ao ´e bem definida, pois este cdp est´a bem embaixo do corpo de sal. . . 33 2.16 Campo de velocidade RMS determinado. Nota-se que o campo n˜ao ´e muito

bem comportado e apresenta varia¸c˜oes laterais, dentro da lˆamina de ´agua. . 34 2.17 Campo de velocidade RMS (Figura 2.16), suaviza¸c˜ao (parˆametros de

sua-viza¸c˜ao indicados na (Shell I.8.5), notamos uma diminui¸c˜ao nas varia¸c˜oes laterais na camada de ´agua . . . 35 2.18 Campo intervalar em profundidade constru´ıdo atrav´es da convers˜ao do campo

mostrado na Figura 2.17 . . . 36 2.19 Se¸c˜ao empilhada com o primeiro campo de velocidade RMS mostrado na

Fi-gura 2.16. Podemos ver m´ultiplas bem fortes 2,2s causada pelo topo do corpo de sal e m´ultiplas por volta de 4s. . . 37 2.20 An´alise de velocidade do CDP1 para mapear fun¸c˜oes de velocidade

inter-medi´arias: (a) CDP1 com ganho de amplitude; (b) painel semblance onde vemos as concentra¸c˜oes de energias nas reflex˜oes mais coerentes e a fun¸c˜ao intermedi´aria bem mapeada; (c) cdp mostrado em (a) corrigido de NMO com a fun¸c˜ao mapeada em (b), com prim´arias para cima e m´ultiplas para baixo. A fun¸c˜ao velocidade intermedi´aria apresenta um bom comportamento. . . 38

(10)

centra¸c˜oes de energias nas reflex˜oes mais coerentes e a fun¸c˜ao intermedi´aria mal mapeada tivemos que repetir a fun¸c˜ao do CDP1; (c) cdp mostrado em (a) corrigido de NMO, com a fun¸c˜ao mapeada em (b), com prim´arias para cima e m´ultiplas para baixo. A fun¸c˜ao velocidade intermedi´aria n˜ao apresenta-se bem definida por causa da interferˆencia do corpo de sal. . . 39 2.22 Figura composta por: (a) CDP sem corre¸c˜ao de NMO e com ganho de

ampli-tude; (b) Espectro 2D de amplitude (dom´ınio f − k). Espectro apresenta-se forte nos dois lados. . . 40 2.23 Figura composta por: (a) CDP com corre¸c˜ao de NMO com fun¸c˜ao

inter-medi´aria e com ganho de amplitude; (b) Espectro no dom´ınio f − k com espectro mais forte no lado direito do espectro devido `as reflex˜oes prim´arias. 40 2.24 Figura composta por: (a) CDP da Figura 2.23 com as devidas corre¸c˜oes NMO,

com sua respectiva fun¸c˜ao intermedi´aria e com ganho de amplitude; (b) Es-pectro f − k. Espectro mais forte no lado direito corresponde `as reflex˜oes prim´arias e o esquerdo zerado para eliminar as m´ultiplas. . . 41 2.25 Figura composta por: (a) CDP com corre¸c˜ao de NMO inversa com fun¸c˜ao

intermedi´aria e com ganho de amplitude; (b) Espectro f − k. Espectro dos dados ap´os a supress˜ao de m´ultiplas. . . 42 2.26 An´alise de velocidade do CDP1: (a) CDP1 ap´os a elimina¸c˜ao de m´ultiplas

e ganho de amplitude; (b) Painel semblance onde vemos as concentra¸c˜oes de energias nas reflex˜oes mais coerentes e a fun¸c˜ao bem mapeada; (c) CDP1 mostrado em (a)corrigido de NMO com a fun¸c˜ao mapeada em (b). A fun¸c˜ao velocidade bem definida em fun¸c˜ao das m´ultiplas. . . 42 2.27 An´alise de velocidade do CDP2: (a) CDP2 ap´os a atenua¸c˜ao de m´ultiplas e

ganho de amplitude; (b) Painel semblance onde vemos as concentra¸c˜oes de energias nas reflex˜oes mais coerentes e a fun¸c˜ao mapeada com dificuldade; (c) CDP2 mostrado em (a) corrigido de NMO com a fun¸c˜ao mapeada em (b). Mesmo com atenua¸c˜ao das m´ultiplas a fun¸c˜ao n˜ao ´e bem comportda por causa da geologia. . . 43 2.28 Campo de velocidade RMS constru´ıdo ap´os a filtragem f − k. Notamos que

´e um campo bem mais comportado que o campo mostrado na Figura 2.16 . . 44 2.29 Campo de velocidade RMS mostrado na Figura 2.28 e suavizado nas duas

dire¸c˜oes (Shell I.8.5). . . . 45 2.30 Se¸c˜ao empilhada obtida com o campo de velocidade RMS mostrado na Figura

2.28. . . 46 2.31 Campo de velocidade intervalar em profundidade obtido atrav´es da convers˜ao

do campo mostrado na Figura 2.29 com a Shell I.8.6. . . . 47

(11)

velocidade mostrado na Figura 2.31. . . 48 2.33 Se¸c˜ao migrada a partir da se¸c˜ao empilhada mostrada na Figura 2.30.

Re-sultado de migra¸c˜ao com a t´ecnica PSPI p´os-empilhamento com o campo de velocidade mostrado na Figura 2.1. . . 49 2.34 Se¸c˜ao migrada a partir da se¸c˜ao empilhada mostrada na Figura 2.30.

Resul-tado de migra¸c˜ao com t´ecnica Kirchhoff pr´e-empilhamento com o campo de velocidade mostrado na Figura 2.31. . . 50

(12)

O m´etodo s´ısmico ´e um dos m´etodos mais utilizados pela geof´ısica de explora¸c˜ao, pois ´

e a principal ferramenta na explora¸c˜ao usada pela ind´ustria de petr´oleo que ´e uma ind´ustria muito forte financeiramente. O m´etodo tem um grande poder de penetra¸c˜ao e sua res-posta se aproxima muito dos modelos geol´ogicos, por isso tem sido usado em grande escala. Desenvolvido originalmente para estudos dos terremotos ocorridos em todas as partes do mundo, o m´etodo tinha por objetivo estudar os terremotos e tentar prevˆe-los com o intuito de minimizar as perdas, tanto materias quanto humanas.

Para um bom entendimento deste trabalho ´e necess´ario que os conceitos f´ısicos, geol´ogicos e matem´aticos do m´etodo s´ısmico estejam muito bem sedimentados, pois o processamento ´e apenas um passo no fluxo do m´etodo s´ısmico. O m´etodo consiste de algumas etapas b´asicas como planejamento, aquisi¸c˜ao, processamento e interpreta¸c˜ao. No planejamento procura-mos juntar todas as informa¸c˜oes preliminares dispon´ıveis com estudos anteriores diversos, nos mais diversos m´etodos executados na ´area de interesse, para que a aquisi¸c˜ao seja precisa. Estudos de impacto ambiental e muitos outros s˜ao feitos para atender `a legisla¸c˜ao, que rege a atividade, j´a que a maioria das fontes s´ısmicas causam vibra¸c˜oes e podem de alguma forma fazer algum estrago ao meio ambiente. Ap´os o planejamento faz-se a aquisi¸c˜ao, esta etapa ´

e onde se usa fontes geradoras de ondas el´asticas que se propagam nas camadas em subsu-perf´ıcie e ao serem refletidas retornam e s˜ao registradas nos receptores colocados na superf´ıcie da terra. O que estiver gravado nos receptores ser´a usado no processamento. O processa-mento ´e o alvo de estudo deste trabalho e ser´a discutido mais adiante. A interpreta¸c˜ao utiliza os resultados obtidos no processamento, tais como se¸c˜oes migradas, empilhadas e campos de velocidades, e a partir delas tenta-se estimar o modelo geol´ogico em subsuperf´ıcie, mas tamb´em perfilagens diversas podem ser usadas para auxiliar o profissional que interpreta os resultados do processamento a definir a geologia do local estudado.

Essas etapas podem ser feitas mais de uma vez, tendo em vista que alguma falha possa ocorrer em alguma delas ou que algum objetivo n˜ao seja alcan¸cado e o erro se acumule no decorrer dos trabalhos, por isso ´e necess´ario a maior aten¸c˜ao e responsabilidade por parte de quem executa trabalhos de s´ısmica e tamb´em de geof´ısica, pois demandam grandes somas de esfor¸cos e dinheiro.

Este trabalho foi organizado da seguites forma: no primeiro cap´ıtulo mostramos as

(13)

etapas b´asicas de um processamento s´ısmico, com conceitos apresentados sem grande abor-dagem matem´atica; no segundo cap´ıtulo, mostramos como cada opera¸c˜ao usada no proces-samento afeta e transforma o dado, atrav´es de explana¸c˜oes descritivas e figuras que mostram os resultados obtidos; no terceiro cap´ıtulo, discutimos os resultados das etapas do proces-samento e fazemos conclus˜oes e recomenda¸c˜oes para futuros trabalhos, com o dado usado neste trabalho, e tamb´em para o uso do Seismic Unix. No Axexo I mostramos todos os fluxos compostos por programas contidos no Seismic Unix e usados no processamento do dado do Golfo do M´exico. Tamb´em confeccionamos um CDROM, anexado a este trabalho, onde disponibilizamos os campos de velocidade, se¸c˜oes migradas e empilhadas, Shells Scripts e outras informa¸c˜oes que facilitar˜ao o uso do SU em futuros trabalhos, com esse conjunto de dados do Golfo do M´exico.

(14)

Etapas do processamento

O processamento ´e uma etapa muito importante do estudo s´ısmico, pois possibilita uma boa visualiza¸c˜ao da subsuperf´ıcie a partir dos dados s´ısmicos processados. O fluxo de processamento ´e muito variado, mas tem etapas b´asicas que n˜ao podem ser negligenciadas. Sendo estas etapas cumpridas j´a podemos ter uma boa aproxima¸c˜ao da real composi¸c˜ao e disposi¸c˜ao geol´ogica do local estudado.

O fluxo a ser cumprido depende da qualidade do dado, das ferramentas dispon´ıveis (software e hardware), da experiˆencia de quem processa o dado, do tempo dispon´ıvel e do objetivo a ser alcan¸cado.

O processamento pode ser bem mais complexo e completo do que ´e mostrado neste trabalho. Aqui n˜ao foram feitas etapas de pr´e-processamento como edi¸c˜ao, demutiplexa¸c˜ao, silenciamento de tra¸cos, pr´e-filtragens, corre¸c˜ao est´atica, an´alise de tra¸cos e etc, pois o dado utilizado no trabalho ´e um dado marinho, n˜ao precisa de corre¸c˜ao est´atica, e j´a foi pr´ e-processado, ou seja, j´a foram cumpridas as etapas antes citadas. Tamb´em algumas etapas do ciclo principal do processamento n˜ao foram feitas como a corre¸c˜ao de DMO (dip-moveout ), migra¸c˜ao residual e etapas de refinamentos de resultado p´os-empilhamento, algumas por n˜ao conhecer os recursos oferecidos no software outras por n˜ao haver necessidade.

Portanto, o objetivo deste trabalho foi mostrar, de maneira did´atica e direta, como se processa uma linha s´ısmica com etapas b´asicas, utilizando o pacote de programas Seismic

Unix. As explana¸c˜oes matem´aticas de cada etapa do processamento n˜ao s˜ao enfocadas, en-tretanto, procuro mostrar os m´etodos empregados em um processamento s´ısmico de maneira intuitiva, o que n˜ao diminui a importˆancia de um entendimento f´ısico-matem´atico amplo e s´olido, para que em outros trabalhos a serem executados se obtenha melhores resultados, ressaltando apenas que esse n˜ao foi o foco deste trabalho.

1.1

Geometria

Esta etapa ´e muito importante no processamento e merece toda a aten¸c˜ao poss´ıvel por parte de quem processa, pois ´e nela que informamos as corretas posi¸c˜oes de fontes

(15)

e receptores e essas coordenadas ser˜ao usadas no restante do processamento. Caso haja erro nesta etapa, o trabalho que se seguir´a poder´a ser total ou parcialmente perdido, pois estaremos trabalhando com posicionamento de fontes e receptores errados (da Silva, 2004).

Para um carregamento da geometria ´e necess´ario saber que tipo de levantamento foi feito e dos arranjos utilizados. O objetivo principal desta etapa ´e fazer com que cada tra¸co esteja corretamente relacionado com as coordenadas de tiro, receptor, ponto m´edio comum (CMP) e ao afastamento correspondente. A etapa seguinte ser´a gravar para cada tra¸co tais coordenadas, formando assim um header (cabe¸calho) de cada tra¸co. As informa¸c˜oes corretas dessas coordenadas ser˜ao fundamentais para a realiza¸c˜ao de um bom trabalho. Em seguida, podemos ordenar o dado de maneira conveniente para iniciar a manipula¸c˜ao visando um bom trabalho de processamento.

Figura 1.1: Figura esquem´atica mostrando como est˜ao dispostas algumas fam´ılias em um levantamento s´ısmico e configura¸c˜ao de um levantamento mari-nho com posi¸c˜ao de um navio, fontes e receptores.

(16)

1.2

Divergˆ

encia

Muitos s˜ao os fatores que levam a altera¸c˜ao da amplitude, e no processamento tenta-mos fazer com que a amplitude chegue o mais perto poss´ıvel da amplitude da onda sa´ıda da fonte. Alguns fenˆomenos afetam de maneira destrutiva a amplitude de tal forma que ten-tamos recuperar o m´aximo poss´ıvel sua forma e intensidade originais. Podemos citar como fenˆomenos que afetam a amplitude a divergˆencia esf´erica, absor¸c˜ao, perdas por transmiss˜ao, acoplamento de fonte-receptor, reflex˜oes m´ultiplas, curvatura da sup´erficie do refletor e a dispers˜ao, sendo os trˆes primeiros os que mais afetam o sinal.

A divergˆencia esf´erica est´a relacionada ao decaimento da amplitude pelo espalhamento da frente de onda durante sua propaga¸c˜ao pela terra. Tomemos como fonte de onda, uma fonte pontual, que gera um campo de ondas em forma esf´erica num meio isotr´opico e ho-mogˆeneo. A lei de convers˜ao da energia estabelece que a densidade ou intensidade da energia ´

e inversamente proporcional ao quadrado do raio da frente de onda, logo:

ρ α r12, (1.1)

ondeρ ´e a densidade de energia por unidade de superf´ıcie, r ´e raio da frente de onda. Como a amplitudeA da onda s´ısmica ´e proporcional a raiz quadrada da densidade de energia (fluxo de energia), temos: A α  1 r2 1 2 , (1.2) ou A α 1 r = 1 vt. (1.3)

Sendo v a velocidade do meio e t o tempo de percurso. Notamos que quanto maior o tempo percorrido menor ser´a a amplitude do sinal e portanto, precisamos de uma fun¸c˜ao de corre¸c˜ao vari´avel no tempo, de modo que:

C (t) α vt (1.4) Geralmente se admite que a terra ´e estratificada, e que as camadas tˆem velocidades constantes. Nesse meio a superf´ıcie da frente de onda sofre um aumento maior do que no meio isotr´opico, devido a refra¸c˜ao da onda. Ent˜ao, para um meio estratificado as perdas s˜ao maiores do que para um meio de velocidade constante.

(17)

Utilizando a teoria do raio, uma equa¸c˜ao ´e proposta para a corre¸c˜ao de amplitude em rela¸c˜ao ao espalhamento geom´etrico, para um modelo de varia¸c˜ao vertical de velocidade. Para o caso de um modelo de m interfaces, ter´ıamos:

Cm = V

2

rmst0

V1 , (1.5)

onde: Cm ´e o fator de corre¸c˜ao; t0 ´e o tempo vertical de reflex˜ao; e V1 ´e a velocidade na primeira camada.

A velocidade m´edia quadr´atica Vrms pode ser estimada atrav´es de uma an´alise de velo-cidade.

A absor¸c˜ao ´e um outro fenˆomeno que faz com que a energia da onda el´astica decaia com sua propaga¸c˜ao na terra, transformando energia el´astica em calor (convers˜ao irrevers´ıvel, devido ao comportamento inel´astico das rochas). Para um meio el´astico, a energia total do campo de onda ´e constante durante a propaga¸c˜ao, por´em, como a terra n˜ao possui esse comportamento, existe atenua¸c˜ao da onda s´ısmica com o tempo.

O pulso s´ısmico ao se propagar na terra sofre perda de conte´udo de freq¨uˆencia, sendo que as altas freq¨uˆencias s˜ao mais atenuadas que as baixas com a distˆancia, tal comportamento do espectro de freq¨uˆencia do pulso s´ısmico est´a associado a absor¸c˜ao, sendo tamb´em que a amplitude decai rapidamente com o tempo de propaga¸c˜ao, principalmente nos primeiros tempos.

Ao comparar os dois efeitos, verifica-se que as perdas por absor¸c˜ao s˜ao bem menos efetivas que a divergˆencia esf´erica para pequenas distˆancias do ponto de tiro e sobre as faixas de freq¨uˆencia. Aumentando a distˆancia a perda por absor¸c˜ao cresce e passa a ser o fenˆomeno dominante.

1.3

Filtragem de freq¨

encia

O objetivo da filtragem de freq¨uˆencia ´e remover os componentes de freq¨uˆencia inde-sejados do dado s´ısmico e passar o resto do conte´udo de freq¨uˆencia do dado, atrav´es do filtro, sem alterar as faixas de freq¨uˆencias desejadas. Ondas superficiais (ground roll ), por exemplo, s˜ao usualmente observadas como eventos de baixa freq¨uˆencia e grande amplitude e podem ser atenuadas com um filtro de freq¨uˆencia. Filtragem de freq¨uˆencia ´e normalmente feita no dom´ınio da freq¨uˆencia. A transformada de Fourier ´e necess´aria antes da filtragem e sua transformada inversa ´e necess´aria depois. Ambas s˜ao usualmente parte de rotinas de filtragem, e claras para quem efetua o processamento. O usu´ario simplesmente tem que es-pecificar que frequˆencias quer atenuar, e usar um filtro para rejeitar ou passar as frequˆencias desejadas. Algumas literaturas recomendam que as frequˆencias do dado s´ısmico tenha in´ıcio

(18)

Figura 1.2: Nesta figura representamos uma frente de onda divergindo do centro O. Onde vemos que a mesma quantidade de energia com o passar do tempo ocupa uma superf´ıcie maior fazendo com que a amplitude decaia com o tempo e conseq¨uentemente com a distˆancia, ou seja, a amplitude

A ´e inversamente proporcinal a distˆancia r.

entre 10 e 15 Hz e pare entre 70 e 80 Hz (Telford, Geldart e Sheriff, 1990).

Existem em pacotes de processamento 4 tipos de filtro de corte de freq¨uˆencia.

• passa-banda - as amplitudes associadas com as freq¨uˆencias a, b, c d s˜ao 0,1,1,0. Essas

s˜ao as freq¨uˆencias que ir˜ao passar. Um filtro com fun¸c˜ao inversa pode ser criado para escolher as amplitudes 1,0,0,1 e essa configura¸c˜ao torna o filtro passa-banda em um rejeita-banda.

Figura 1.3: Figura ilustrativa de um filtro passa-banda, as freq¨uˆencias que passam s˜ao as freq¨uˆencias na faixa entre b e c.

(19)

• passa-baixa / corta-alta - a s´erie de amplitudes para as freq¨uˆencias a, b, c, d ´e 1,1, 0,

0, onde as freq¨uˆencias a e d s˜ao arbitr´arias. O decaimento ´e entre as freq¨uˆencias b e c.

Figura 1.4: Figura ilustrativa do filtro de freq¨uˆencia passa-baixa ou corta-alta.

• passa-alta / corta-baixa - a s´erie de amplitude para o passa alta ´e 0,0,1,1 onde as

freq¨uˆencias a e d s˜ao arbitr´arias.

Figura 1.5: Figura ilustrativa do filtro de freq¨uˆencia passa-alta ou corta-baixa.

O filtro de freq¨uˆencia mais usado no processamento s´ısmico ´e o passa banda. A energia s´ısmica ´e gravada em uma faixa de 10 a 50Hz. O final de baixas freq¨uˆencias marca a presen¸ca do ground roll, o qual n˜ao ´e desejado. O final alto, sobre o qual somente o ru´ıdo pode ser observado, depende de v´arios fatores: o tipo de fonte que foi usada, a profundidade da penetra¸c˜ao da onda e as propriedades da terra.

´

E importante fazer uma an´alise de espectro antes e depois da filtragem, para verificar o sucesso do processo, e tamb´em manter o espectro do dado processado sempre sob controle, pois alguns erros no controle do espectro de freq¨uˆencia podem se acumular e comprometer o processamento (Telford, Geldart e Sheriff, 1990).

(20)

1.4

Deconvolu¸

ao

A deconvolu¸c˜ao ´e uma ferramenta muito eficiente para se obter um aumento na re-solu¸c˜ao temporal ou vertical dos tra¸cos s´ısmicos, al´em disso, ´e bastante empregada na ate-nua¸c˜ao das reflex˜oes m´ultiplas e na remo¸c˜ao de parte das reverbera¸c˜oes (levantamentos mari-nhos). Devido aos seus benef´ıcios, torna-se um dos elementos principais nos processamentos de dados s´ısmicos convencionais, sendo amplamente utilizada na ind´ustria de petr´oleo e ob-jeto de estudos acadˆemicos, que buscam melhorar seu desempenho na compress˜ao do pulso e na restaura¸c˜ao da resposta impulsiva da terra. Normalmente, a deconvolu¸c˜ao ´e usada antes do empilhamento, mas pode ser aplicada ap´os o empilhamento dos dados s´ısmicos.

A id´eia b´asica da deconvolu¸c˜ao ´e a estimativa de um filtro inverso que quando convolvido com o pulso b´asico o converta em um impulso. Esse filtro deve ser capaz de fornecer a resposta impulsional da terra quando aplicado ao tra¸co s´ısmico.

O modelo unidimensional comumente usado para representar o tra¸co s´ısmico ´e referido como modelo convolucional, onde o tra¸co ´e o resultado da convolu¸c˜ao de um pulso gerado por uma fonte pr´oxima a superf´ıcie com a resposta impulsional da terra acrescida do componente de ru´ıdo.

Representando matematicamente o modelo convolucional do tra¸co s´ısmico por:

x(t) = w(t) ∗ e(t) + η(t) (1.6) onde:

x(t) → tra¸co s´ısmico (registro do sismograma) w(t) → pulso s´ısmico b´asico

e(t) → fun¸c˜ao refletividade ou resposta impulsional da terra η(t) → ru´ıdo aleat´orios e/ou aditivos

∗ → representa a opera¸c˜ao de convolu¸c˜ao

Na elabora¸c˜ao do modelo convolucional do tra¸co s´ısmico s˜ao admitidas algumas hip´oteses (Yilmaz, 2001), vejamos:

• A forma da onda n˜ao muda durante sua viagem na subsuperf´ıcie, ou seja, ´e estacion´aria,

n˜ao existindo o decaimento da amplitude em decorrˆencia dos efeitos de atenua¸c˜ao sobre a onda s´ısmica durante sua propaga¸c˜ao;

• A onda gerada na superf´ıcie ´e plana do tipo longitudinal (P ) com ˆangulo de incidˆencia

(21)

• A forma da onda da fonte ´e conhecida; • O componente ru´ıdo ´e desprez´ıvel;

• A fun¸c˜ao refletividade pode ser considerada aleat´oria.

Reescrevendo a equa¸c˜ao 1.6 na forma de somat´orio para um pulso deNp+1 coeficientes:

xt= Np



k=0

et−kwk+nt. (1.7)

Sabendo-se que ap´os a convolu¸c˜ao do tra¸co s´ısmico xt com o filtro inverso iremos ob-ter a fun¸c˜ao refletividade ou resposta impulsional da terra, e deixando ft representar uma aproxima¸c˜ao do pulso wt, teremos:

ft≈ w−1t

ft∗ w−1t ≈ δt=



0 t = 0 1 t = 0 . Aplicando o filtro inverso aproximadoft ao tra¸co s´ısmico:

xt=wt∗ et+nt

ft∗ xt=ft∗ wt∗ et+ft∗ nt

ft∗ xt=δt∗ et+ft∗ nt .

Desprezando-se a componente de ru´ıdo nt temos:

ft∗ xt =δt∗ et

ft∗ xt =et. (1.8)

Nos casos em que a forma do pulso b´asico da fonte ´e conhecida, por exemplo, a assina-tura da fonte, a deconvolu¸c˜ao ´e considerada um problema determin´ıstico e o filtro calculado ´

e denominado filtro inverso. Quando a forma da fonte ´e desconhecida (caso geral), o filtro ´

e estimado de modo estat´ıstico. A teoria de predi¸c˜ao Wiener resulta numa deconvolu¸c˜ao estat´ıstica e o filtro estimado ´e chamado de operador de erro de predi¸c˜ao.

(22)

Figura 1.6: Figura esquem´atica que ilustra o filtro de Wiener Levinson. O pulso de entrada ´e convolvido com o filtro que gera um sinal de sa´ıda filtrado, com a forma pr´oxima a da sa´ıda desejada.

1.5

An´

alise de velocidade

´

E das etapas mais importantes, pois dela depende as velocidades que ser˜ao usadas na obten¸c˜ao da se¸c˜ao empilhada e da se¸c˜ao migrada. ´E essa etapa em que determinamos as velocidades das camadas em subsuperf´ıcie.

Em modelos de camadas planas horizontais, quando fazemos organiza¸c˜ao em fam´ılias CMP, teremos v´arios tra¸cos que correspondem a eventos acontecidos em subsuperf´ıcie, e esses possuem um ´unico ponto de incidˆencia em profundidade. Essas reflex˜oes de um determinado refletor ´e representada no dom´ınio CMP por formas aproximadas de hip´erboles.

Assumindo o modelo de um refletor plano horizontal, com dados organizados no dom´ınio CMP, ´e poss´ıvel fazer a corre¸c˜ao de retardo de chegada das reflex˜oes (causados pelo afasta-mento entre fonte e receptor), com rela¸c˜ao ao tempo de incidˆencia normal ao refletor. Essa ´

(23)

t =  t2(0) +x v 21 2 − t (0) , (1.9) onde t(0) ´e o tempo duplo de trˆansito na posi¸c˜ao x=0 (´apice da hip´erbole), v ´e a velocidade da camada acima do refletor, x ´e o afastamento fonte-receptor.

Depois de feita a corre¸c˜ao de NMO nas fam´ılias CMP, os eventos associados aos refleto-res em subsuperf´ıcie antes hiperb´olicos estar˜ao horizontalizados. A velocidade que faz com que os eventos sejam horizontalizados ´e chamada de Velocidade de NMO (Vnmo). Quando os tra¸cos de uma fam´ılia CMP s˜ao corrigidos de NMO, e somados (empilhados) teremos um tra¸co de afastamento nulo (Kearey, Brooks e Hill, 2002).

Importantes considera¸c˜oes sobre a corre¸c˜ao de NMO podem ser obtidas aplicando-se a expans˜ao de Taylor ´a equa¸c˜ao 1.9:

t = 1 2t(0) x v 2 (1.10) Vemos que a corre¸c˜ao NMO ´e proporcional ao afastamento fonte-receptor e inversamente proporcional `a velocidade ao quadrado e a profundidade, uma vez que t(0) = z/v.

Sendo o modelo estratificado de camadas horizontais, cujas as velocidades para N ca-madas s˜ao dadas por vj, onde j=1,...,N, teremos a seguinte express˜ao aproximada para o tempo de trˆansito:

t2 =Z

0+Z1x2+Z2x4+Z3x6+... (1.11)

o termo Z0 da express˜ao corresponde ao tempo duplo de incidˆencia normal ao quadrado,

t2(0), e Z

1 ´e igual a V21

rms.

A velocidadeVrms (root mean square) ou velocidade m´edia quadr´atica ´e definida por:

V2 rms = 1 t (0) N  j=1 V2 jτj (1.12)

onde ∆τj ´e o tempo duplo de percurso vertical na camadaj e t(0) = Nj=1τj.

Os termos restantes da express˜ao derivada da expans˜ao de Taylor s˜ao fun¸c˜oes que dependem da profundidade e das velocidades intervalares. Considerando afastamentos pe-quenos entre os tra¸cos, quando comparados `a profundidade do refletor, a express˜ao pode ser truncada e escrita na forma:

t2 =t2(0) +  x Vrms 2 (1.13)

(24)

Podemos, ent˜ao, concluir que se assumindo um modelo horizontalizado e estratificado, a Vrms ser´a igual a Vnmo.

1.6

Filtragem f-k

´

E uma filtragem no dom´ınio da freq¨uˆencia-n´umero de onda , ou sejaf −k, e tamb´em co-nhecida como filtragem de velocidade aparente. A representa¸c˜ao de cada evento no dom´ınio

f − k ´e uma linha reta atrav´es da origem, assumindo que o evento cont´em todo o espectro

de freq¨uˆencia. Filtragem no dom´ınio f − k possibilita a filtragem de certos mergulhos e conseq¨uentemente, eventos inclinados. Essa t´ecnica possibilita principalmente a supress˜ao de ru´ıdos coerentes que interferem diretamente em eventos prim´arios nos sismogramas. O objetivo b´asico deste tipo de filtragem ´e atenuar os ru´ıdos indesej´aveis nos dados, pertencen-tes a uma determinada faixa de velocidade horizontal aparente. H´a algumas vantagens na implementa¸c˜ao dessa filtragem no dom´ıniof −k, podemos citar como vantagens as seguintes considera¸c˜oes:

• N˜ao h´a necessidade pr´evia de c´alculos dos coeficientes do filtro f − k. A opera¸c˜ao

de filtragem ´e realizada somente pela multiplica¸c˜ao dos dados transformados com a resposta impulsiva do filtro;

• O efeito de falseameno espacial (spacial aliasing) nos dados pode ser melhor avaliado; • A resposta impulsiva pode ser melhor visualizada neste plano por causa de sua

esque-matiza¸c˜ao f´acil;

• O valor das velocidades de fase dos dados pode ser melhor estimado no plano f − k.

Uma transformada de Fourier 2D no dado ´e necess´aria para transformar o dado para o dom´ınio f − k. A primeira transformada converte o eixo dos tempos em eixo das freq¨uˆencias e a segunda transformada converte o eixox em n´umero de onda. Uma onda de comprimento de onda λ ter´a o seu n´umero de onda dado por k = 1/λ. Exatamente como a freq¨uˆencia (ciclos/segundos) ´e o inverso do per´ıodo, n´umero de onda (metros−1 (1/m) ou ciclos por metro) ´e o inverso do comprimento de onda.

1.7

Empilhamento

Justamente aqui neste ponto do processamento, os tra¸cos das fam´ılias CMP podem ser todos somados ap´os a corre¸c˜ao de NMO. Todos os eventos tem que estar horizontalizados e neste caso os eventos s´ısmicos, sobre a forma de tra¸cos, podem ser somados de maneira

(25)

construtiva. A soma construtiva destes tra¸cos ´e chamada de empilhamento (STACK ) e a imagem obtida ´e chamada de se¸c˜ao empilhada.

A amplitude de um tra¸co empilhado ´e dividida pelo n´umero de tra¸cos somados, visando manter as amplitudes dos eventos s´ısmicos nesta opera¸c˜ao. Contudo, assumindo que podem existir ru´ıdos no dado, a raz˜ao sinal/ru´ıdo pode aumentar tamb´em atrav´es do empilhamento. Isto ´e verificado pelo fato de o ru´ıdo ser aleat´orio, fortuito, e n˜ao pode ser somado constru-tivamente, assim como ´e feito com a amplitude do sinal, que ao longo do processamento trabalhamos para recuperar (Cohen e Jr., 2002).

Depois de todo o conjunto de fam´ılias CMP terem sidos empilhadas, reduzidas para um ´

unico tra¸co comum, os tra¸cos resultantes de cada CMP podem ser mostrados em sua ordem direta. Desta maneira o que ´e mostrado ´e chamado de se¸c˜ao empilhada ou se¸c˜ao zero offset. Uma se¸c˜ao empilhada tem muitas diferen¸cas do modelo original pensado, mas aqui est˜ao algumas diferen¸cas b´asicas.

• Os mergulhos dos refletores n˜ao est˜ao muito certos ou claros.

• Anticlinais aparecem muito alargadas, e sinclinais aparecem muito estreitas em rela¸c˜ao

ao modelo real.

• Um pequeno objeto denso ou em forma de quina difrata energia e isto pode n˜ao ser

imageado muito bem nesta se¸c˜ao.

Essas observa¸c˜oes podem ser abrigadas na seguinte afirma¸c˜ao: os pontos de reflex˜ao n˜ao est˜ao nos lugares corretos. Uma ferramenta para trazer os refletores de volta para onde eles deveriam estar ´e chamada de migra¸c˜ao.

1.8

Mute

O processamento s´ısmico requer muitas vezes a edi¸c˜ao do dado. Isto pode ser feito escalonando tra¸cos, matando tra¸cos, ou eliminando partes do tra¸co ou do dado no qual n˜ao se deseja trabalhar. Os dados que precisam de mute geralmente s˜ao dados reais, pois dados sint´eticos s˜ao perfeitos para uma finalidade espec´ıfica e editados de maneira conveniente. Sendo somente necess´ario editar ap´os o estiramento dos tra¸cos ap´os o NMO, o que ´e feito de maneira autom´atica.

O mute zera ou anula informa¸c˜oes em uma janela espec´ıfica desejada. Um atenuador ou diminuidor de for¸ca ´e usado entre a se¸c˜ao com mute e o dado original para evitar efeitos de borda, particularmente usado em passos subseq¨uentes do processamento. O mute usado aqui ´e aplicado sobre o topo de cada tra¸co, come¸cando do tempo zero e terminando num

(26)

Figura 1.7: Figura ilustrando um CDP antes da corre¸c˜ao de NMO, onde podemos ver que as reflex˜oes tˆem uma forma aproximada a uma hip´erbole.

Figura 1.8: Figura ilustrando um CDP ap´os a corre¸c˜ao de NMO, onde podemos ver as reflex˜oes mais afastadas horizontalizadas. Percebemos tamb´em o mute dado nos tra¸cos para remover o estiramento causado pela corre¸c˜ao de NMO.

tempo espec´ıfico, depois do estiramento causado pelo NMO. Podemos ver nas Figuras 1.7 e 1.8 o mute dado nos tra¸cos ap´os a corre¸c˜ao de NMO. O mute tamb´em ´e usado em partes do dado onde n˜ao se deseja trabalhar, para isto basta cortar a parte indesejada e ficar com a janela onde se deseja efetuar o processamento (Cohen e Jr., 2002).

(27)

1.9

Aplica¸

ao de ganhos

As seguintes corre¸c˜oes de amplitude s˜ao baseadas sobre uma fun¸c˜ao escalonada inde-pendente do dado. Aplicando-se a fun¸c˜ao inversa o ganho ser´a removido e o dado original ser´a restaurado. Este tipo de escalonamento ´e freq¨uentemente aplicado em passos no decorrer do processamento. Alguns ganhos independentes s˜ao:

• Multiplica¸c˜ao por uma potˆencia de tempo - a multiplica¸c˜ao por uma potˆencia de tempo

´e um ganho com uma fun¸c˜ao da forma

A∗ =Atx (1.14)

onde A∗ ´e a nova amplitude,A ´e a amplitude original, t ´e o tempo e x um escalar. Se o escalar pode ser escolhido ent˜ao a amplitude ser´a igualmente balanceada.

• Fun¸c˜ao com ganho exponencial - A fun¸c˜ao ganho ´e do tipo exponencial e ´e dada pela

fun¸c˜ao

A∗ =Aext (1.15)

Onde as vari´aveis s˜ao as mesmas do item acima. O resultado ´e um bom balanceamento da amplitude sobre o tempo.

• Multiplica¸c˜ao por um escalar - multiplicando o dado por um escalar somente mudar´a

o valor real das amplitudes. N˜ao muda a amplitude como fun¸c˜ao do tempo ou rela¸c˜oes entre amplitudes, consequentemente a sa´ıda se parece com a amplitude original do tiro e por tabela o espectro de amplitude se parece com o espectro de amplitude original.

Temos ainda alguns ganhos que s˜ao dependentes da amplitude do dado, esses usam informa¸c˜oes do dado de entrada. A vantagem destes ganhos ´e ter um bom balanceamento do espectro de amplitude e a desvantagem ´e que depois de aplicados eles n˜ao podem ser mais removidos. Uma pequena mudan¸ca indesejada na amplitude do dado pode come¸car uma s´erie de erros durante o fluxo de processamento (Cohen e Jr., 2002). Alguns ganhos s˜ao descritos abaixo:

• AGC (Controle autom´atico de ganho) - Processo no qual o ganho do sistema ´e variado

na raz˜ao inversa da amplitude m´edia dos dados de entrada, de modo a manter a amplitude m´edia dos dados de sa´ıda aproximadamente constante.

(28)

• Balanceamento de tra¸co por valores RMS - Este ´e apenas um ganho de amplitude

AGC, com somente uma janela aplicada sobre o tra¸co de entrada. Este ganho balancea o tra¸co, mas n˜ao muda a amplitude como uma fun¸c˜ao do tempo, isto pode ser muito importante para um verdadeiro processamento com amplitudes verdadeiras.

• Clipping - Reduz todos os picos de amplitude sobre o fator especificado pelo operador

(percentual do valor m´aximo da amplitude) para um valor de amplitude controlado por este fator. Este ganho ´e raramente usado para corrigir amplitudes.

1.10

Migra¸

ao

Depois da se¸c˜ao empilhada ou de afastamento nulo ter sido criada ou gerada, sabemos que o mergulho e a localiza¸c˜ao de alguns eventos est˜ao incorretos. A raz˜ao para isso ´e que as reflex˜oes vindas de refletores inclinados ocorrem sobre pontos onde n˜ao h´a a loca¸c˜ao de fam´ılia CMP, como assumimos na se¸c˜ao empilhada. Uma migra¸c˜ao p´os-empilhamento em tempo corrige para a posi¸c˜ao correta os refletores. Outra t´ecnica de processamento poss´ıvel para corrigir mergulho s˜ao as migra¸c˜oes pr´e-empilhamento e p´os empilhamento em profundidade. Vemos na Figura1.9 um exemplo simples de como a migra¸c˜ao corrige a posi¸c˜ao de refletores inclinados.

A migra¸c˜ao tamb´em empacota, ou agrupa, energia difratada e remove outros artefatos contidos na se¸c˜ao empilhada, como as curvaturas causadas por sinclinais.

A maioria dos algoritmos usados em softwares convencionais para migra¸c˜ao est´a listada abaixo:

Kirchhoff Usa o princ´ıpio de Huygens e soma de difra¸c˜oes. Designa¸c˜ao dada aos m´etodos de migra¸c˜ao dos dados de reflex˜ao s´ısmica baseados na solu¸c˜ao integral da equa¸c˜ao da onda.

Diferen¸cas Finitas Continua¸c˜ao em profundidade. M´etodo de migra¸c˜ao dos dados de reflex˜ao s´ısmica no qual, a cada intera¸c˜ao, simula-se o campo de ondas que seria re-gistrado se uma fina camada superficial do terreno fosse removida ou, o que vem a ser a mesma coisa, se o datum que cont´em a fonte e o receptor fosse deslocado para uma profundidade ligeiramente maior.

FK (Phase Shift/Stolt) Migra¸c˜ao no dom´ınio f − k. A migra¸c˜ao de Stolt, por exemplo,

representa a solu¸c˜ao exata da equa¸c˜ao da onda para um meio homogˆeneo e isotr´opico. Sua grande limita¸c˜ao ´e a exigˆencia da velocidade do meio ser constante. Para poder ser aplicado a dados reais, a miga¸c˜ao de Stolt requer a utiliza¸c˜ao de algum esquema para fazer frente ao problema de se variar a velocidade. Um desses esquemas ´e a migra¸c˜ao h´ıbrida.

(29)

FX Migra¸c˜ao por diferen¸cas finitas no dom´ınio da frequˆencia. Varia¸c˜ao do m´etodo de di-feren¸cas finitas para a migra¸c˜ao dos dados de reflex˜ao s´ısmica realizado no dom´ınio

freq¨uˆencia-espa¸co.

Migra¸c˜ao tem, como qualquer outro passo do processamento s´ısmico, alguns efeitos resultantes. A migra¸c˜ao quando n˜ao feita corretamente acrescenta ru´ıdo ao dado. Testes de migra¸c˜ao com diferentes velocidades podem ser feitos para obter uma melhor migra¸c˜ao resultante, contudo decidir sobre o melhor resultado obtido ´e sempre um trabalho subjetivo, ou seja, os testes tem que ser bastante criteriosos, pois as migra¸c˜oes demandam bastante tempo e grande for¸ca computacional das m´aquinas onde ser˜ao efetuadas, conseq¨uentemente levando a um grande atraso no fluxograma de trabalho. A migra¸c˜ao melhora a defini¸c˜ao das fei¸c˜oes dos refletores e s˜ao inevit´aveis os efeitos de borda (A.Scales, 1997).

Figura 1.9: Figura esquem´atica para ilustrar a corre¸c˜ao que a migra¸c˜ao faz no posicionamento, tamanho e na inclina¸c˜ao de refletores inclinados.

Neste trabalho foram usadas dois tipos de migra¸c˜ao, a migra¸c˜ao Kirchhoff e a PSPI (Phase Shift Plus Interpolation) do pacote SU. A migra¸c˜ao PSPI ´e um m´etodo por des-locamento de fase, no dom´ınio da frequˆencia, que admite a varia¸c˜ao vertical e horizontal da velocidade. O m´etodo de migra¸c˜ao Kirchhoff ´e um m´etodo de migra¸c˜ao dos dados de reflex˜ao s´ısmicas baseados na solu¸c˜ao integral da equa¸c˜ao da onda e com tempo de trˆansito calculados a partir da equa¸c˜ao iconal.

(30)

Processamento dado do Golfo do M´

exico

2.1

O

Software de processamento Seismic Unix - SU

O Seismic Unix, que de agora em diante chamaremos apenas de SU, ´e um pacote de programas livre para processamento de dados s´ısmicos e de pesquisa. O SU foi desenvolvido e ´e regularmente atualizado pelo Center for Wave Phenomena (CWP) da Colorado School

of Mines. O SU pode ser baixado do site do CWP e instalado em qualquer plataforma

UNIX/LINUX. O c´odigo fonte ´e incluso, sendo poss´ıvel para os usu´arios a modifica¸c˜ao e altera¸c˜ao dos c´odigos de acordo com as suas necessidades.

Para usar o SU n˜ao ´e necess´ario conhecer nenhuma linguagem especial de programa¸c˜ao. Conhecer comandos b´asicos do UNIX para manejar arquivos e conceitos de programa¸c˜ao em Shell para redirecionar arquivos, j´a s˜ao suficientes para usar o SU. O caminho mais eficiente para usar o SU ´e com a programa¸c˜ao em Shell. Programa¸c˜ao em Shell possibilita ao usu´ario conjugar muitos comandos e programas dentro de um ´unico trabalho, similar a alguns pacotes de processamento s´ısmico comercial. Boas combina¸c˜oes de comandos para executar o processamento e visualizar as imagens desejadas facilitam muito o trabalho. Uma boa organiza¸c˜ao de arquivos tamb´em facilita muito o trabalho.

Este trabalho foi todo feito atrav´es de Shell Script, que em alguns casos foram confec-cionadas com colagens de outras Shells j´a prontas no diret´orio de demos do SU e em outros pacotes quem tamb´em utilizam os programas do SU, o que facilitou e possibilitou fazer todo o processamento em poucas etapas e deix´a-las prontas para serem usadas em qualquer outro dado com os devidos ajustes.

H´a muitos mecanismos de ajuda acess´ıveis ao SU. Alguns manuais est˜ao dispon´ıveis na Internet e tamb´em exemplos e demos est˜ao dentro do pr´oprio pacote.

Tamb´em podemos usar os seguintes comandos para obter informa¸c˜oes sobre os progra-mas instaladas no SU:

• selfdoc - Todos os programas do SU tem sua pr´opria documenta¸c˜ao quando

chama-dos sem argumentos. Basta digitar o nome do programa que sua descri¸c˜ao completa aparece.

(31)

• suhelp - Lista todos os programas dispon´ıveis.

• suname - Lista todos os programas e livrarias com uma pequena descri¸c˜ao sobre cada

programa.

• sudoc - Segue por nome do programa e tem uma descri¸c˜ao do programa, isto pode ser

usado no trabalho sempre que n˜ao houver o selfdoc do programa.

• sufind - Segue por palavras de pesquisa dentro de toda a documenta¸cao de todos os

programas atr´as da palavra desejada.

• sukeyword - Lista palavras-chaves usadas por manipula¸c˜ao de comandos no header

(cabe¸calho).

H´a um diret´orio chamado demos na instala¸c˜ao do SU que cont´em as shells usuais num trabalho s´ısmico. Tamb´em h´a uma p´agina de ajuda, constru´ıda por Chris Liner da University

of Tulsa, que mostra rotinas organizadas por fun¸c˜ao e mostra um selfdoc para cada fun¸c˜ao (Cohen e Jr., 2002).

O SU tamb´em possui rotinas para visualiza¸c˜ao dos dados. A sa´ıda gr´afica para se¸c˜oes s´ısmicas de um fluxo de processamento do SU pode ser feita de duas formas: Displays (imagens), podem ser mostrados, diretamente em um ambiente X-Windows ou eles podem ser gerados como arquivos PostScript (PS), para depois serem visualizados ou impressos.

2.2

Descri¸

ao do dado

O dado do Golfo do M´exico ´e de uma linha s´ısmica 2D, adquirida com o arranjo End-on com aproximadamente 40 km de extens˜ao. O dado possui um corpo de sal relativamente grande entre 2,2 e 2,7s nas se¸c˜oes em tempo, que gera diversas m´ultiplas. A geologia abaixo deste corpo ´e muito dif´ıcil de ser amostrada por causa da alta velocidade do corpo de sal o que gera uma alta impedˆancia ac´ustica. S´o ´e poss´ıvel amostrar as estruturas abaixo do corpo de sal atrav´es das ondas que descem e sobem por reflex˜ao pelos lados do corpo, entretanto, essas ondas chegam bastante atenuadas e mascaradas. Os parˆametros de aquisi¸c˜ao s˜ao mostrados na Tabela 2.2. Esse dado j´a possui um pr´e-processamento e tamb´em filtragens para a supress˜ao de ru´ıdos. Junto com o dado tamb´em dispomos de um campo de velocidade em profundidade, obtido por t´ecnicas de migra¸c˜ao (Figura 2.1).

2.3

Formato interno do SU

Dados s´ısmicos de entrada e sa´ıda s˜ao feitos no formato SEG-Y. Este formato ´e definido pela Society of Exploration Geophysicists (SEG) e tornou-se o formato padr˜ao de troca de

(32)

N´umero de tiros 1001

N´umero de receptores 180

Intervalo de amostragem 4 ms

Intervalo de tiro 26,27 m / 87,5 p´es

Intervalo de receptor 26,27 m / 87,5 p´es

Intervalo de CMP 13,34 m / 43,75 p´es

Cobertura 90

Amostras no tempo 1501

Tabela 2.1: Tabela com os parˆametros de aquisi¸c˜ao do dado.

Figura 2.1: Campo intervalar em profundidade cedido junto com o dado do Golfo do M´exico. Podemos ver um grande corpo de sal que possui um alto valor de velocidade introduzindo um alto contraste de velocidade no modelo.

dados da ind´ustria. Todos os dados que ser˜ao trabalhados precisam ser adequados `a sua forma de tratamento, isto ´e, precisam de informa¸c˜oes de header. ´E aconselh´avel que ao se trabalhar com dados que tenham o formato interno do SU, que estes tenham uma termina¸c˜ao ou extens˜ao .su, para identificar quais dos dados tem o formato interno e tem header. Outros

(33)

dados podem ter formatos diferentes, estes podem ter termina¸c˜oes .bin ou .ad. A Shell I.1 faz essa tarefa. Sabemos que os dados s´ısmicos no formato SEG-Y vem gravado de forma sequencial,ou seja uma amostra ap´os a outra, que se assemelha ao de uma linha reta. Ao indicar o n´umero de amostras o programa identifica que a cada 1501 amostras ´e um tra¸co e os ordena um ao lado do outro. Assim j´a temos o dado no formato interno do SU com sua termina¸c˜ao sugerida.

2.4

Carregamento da Geometria

A Shell I.2 coloca as coordenadas em cada tra¸co de acordo com as fam´ılias CMP, com as fontes e receptores correspondentes a cada tra¸co. ´E necess´ario informar o espa¸camento entre os geofones, o afastamento m´ınimo e todas as informa¸c˜oes requeridas para que a geometria seja carregada corretamente. ´E importante ressaltar que todo o processamento do dado do M´exico foi feito em p´es, foi nessa unidade que foi feita a aquisi¸c˜ao. Tentativas de trazer este dado para o Sistema Internacional (SI), ou seja, transformar a unidade de comprimento de p´e(ft) para metro foram feitas mas as informa¸c˜oes do header ficaram diferentes, pois ele n˜ao aceita n´umeros decimais e faz seu pr´oprio arredondamento ou aproxima¸c˜ao, deixando as informa¸c˜oes incorretas, nos causando problemas, pois alguns programas tem uma maneira espec´ıfica de trabalhar com o header, e `as vezes dentro do fluxo de processamento temos que fazer mudan¸cas no tipo de organiza¸c˜ao do dado e no pr´oprio header.

Cobertura

J´a com a geometria carregada, uma forma de saber se tudo ficou correto ´e fazer algumas se¸c˜oes de afastamento constante, tais como a se¸c˜ao de afastamento m´ınimo, m´edio e m´aximo. Visualizar alguns CDPs para conferir as coordenadas. Um outra forma ´e determinar a cobertura dos dados atrav´es da Shell I.6, com a qual podemos ver a cobertura dos CDPs e as se¸c˜oes de afastamento constante. Determinar quais os CDPs de cobertura m´axima ´e fundamental para a an´alise de velocidade. Notamos que os primeiros e os ´ultimos CDPs n˜ao tem cobertura m´axima, isso j´a era esperado, por causa do arranjo usado na aquisi¸c˜ao dos dados. Podemos ver na Figura 2.3 a primeira se¸c˜ao de afastamento m´ınimo, retirada do dado completamente sem nenhum processamento, assim tamb´em como os CDPs mostrados na Figura 2.4.

Vendo alguns CDPs e algumas se¸c˜oes de afastamento constante j´a podemos ter uma primeira id´eia do como ´e a geologia do local e de que passos no processamento deveremos dar para conseguir processar com sucesso os dados . Optamos por visualizar a se¸c˜ao de afastamento m´ınimo, em algumas etapas do processamento para verificar as modifica¸c˜oes sofridas pelo dado ap´os executada alguma opera¸c˜ao, pois ´e a se¸c˜ao que mais se aproxima da

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se¸c˜ao zero offset (afastamento nulo) e, portanto, isso facilita a visualiza¸c˜ao das mudan¸cas sofridas pelo dado em cada opera¸c˜ao. Visualizar os mesmos CDPs tamb´em ´e importante, e escolhˆe-los de maneira estrat´egica para que pontos importantes da geologia sejam amos-trados. Outro m´odulo do SU para verificar se a geometria foi carregada corretamente s˜ao

surange e suedit. Com eles podemos verificar os valores anotados no header de cada tra¸co.

Figura 2.2: Este gr´afico mostra a cobertura de cada CMP do dado do Golfo do M´exico.

2.5

Corre¸

ao de divergˆ

encia esf´

erica

O primeiro passo aqui foi dividir o dado em quatro partes, poderia ter sido em mais partes, contudo, bastava ter tempo e paciˆencia para tanto. O objetivo deste fatiamento, na

Shell I.3, foi tentar fazer uma corre¸c˜ao que fosse sens´ıvel ao afastamento. Sabemos, como foi explicado na Se¸c˜ao 1.2, que a amplitude e a freq¨uˆencia s˜ao afetadas com o aumento do tempo de propaga¸c˜ao e conseq¨uentemente com o afastamento. O programa que faz a corre¸c˜ao de divergˆencia esf´erica aplica a partir de 0s uma fun¸c˜ao que cresce de maneira mon´otona at´e o final do dado, na sua forma padr˜ao, e come¸cando com uma velocidade de 1500 m/s. Sendo assim, corrigiria o dado de maneira que consideramos inadequada, pois este tipo de corre¸c˜ao n˜ao leva em conta o afastamento. Em afastamentos maiores ter´ıamos uma

(35)

Figura 2.3: Se¸c˜ao de afastamento m´ınimo sem nenhum processamento nos dados. maior parte do dado com a velocidade do fundo do mar considerando o eixo dos tempos. Portanto, o fatiamento do dado foi feito de maneira estrat´egica e a determina¸c˜ao dos tempos e velocidades iniciais e finais fez com que a corre¸c˜ao de divergˆencia esf´erica fosse feita de maneira adeq¨uada, levando em conta o afastamento.

Notamos nas Figuras 2.5 e 2.6, que as reflex˜oes ficaram mais ressaltadas nos tempos abaixo de 3.5 s, tanto na se¸c˜ao de afastamento constante quanto nos CDPs escolhidos. As reflex˜oes em todo o dado foram ressaltadas e podemos ter melhor visualiza¸c˜ao das fortes m´ultiplas, por volta de 4 s, causadas pelo fundo do mar e pelo topo do corpo de sal.

2.6

Visualiza¸

ao do espectro e Filtragem de freq¨

encia

Podemos ver na Figura 2.7 o espectro de freq¨uˆencia do dado. Este dado tˆem uma predominˆancia na faixa que vai de 5 a 80 Hz. Em seguida o dado foi filtrado com o uso de um filtro passa banda, deixando passar as freq¨uˆencias entre 5 e 80 Hz e rejeitando as que estavam fora desta faixa. Podemos ver que o espectro depois da filtragem, mostrado na Figura 2.8, foi alterado em suas extremidades, zerando as componentes de freq¨uˆencia fora da banda. O resultado pr´atico foi pouco contundente, pois a faixa de corte foi pequena, sem

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Figura 2.4: CDPs da linha do Golfo do M´exico sem nenhum processamento.

grandes mudan¸cas no conte´udo de freq¨uˆencia na se¸c˜ao de afastamento m´ınimo e nos cdps escolhidos. A filtragem de freq¨uˆencia ´e recomendada numa faixa entre 10 e 70 Hz, variando essa faixa de acordo com a experiˆencia de quem processa. O receio de perder o controle do espectro do dado, j´a que nos maiores afastamentos perdemos as altas freq¨uˆencias e tamb´em sabendo que o dado j´a foi pr´e-processado e filtrado para supress˜ao de ru´ıdos, nos fizeram optar por esta faixa de corte. Nada impede que testes sejam feitos com outras faixas de freq¨uˆencia.

2.7

Deconvolu¸

ao

A deconvolu¸c˜ao tem por objetivo melhorar a resolu¸c˜ao temporal em todo o dado. Os parˆametros usados na deconvolu¸c˜ao est˜ao mostrados na Shell I.7. Vemos nas Figuras 2.8 e 2.13 os espectros antes e depois da deconvolu¸c˜ao, cuja opera¸c˜ao tende a deixar reto o topo do espectro. Isso representa que as amplitudes do dado sofreram uma tentativa de equaliza¸c˜ao, mas na pr´atica n˜ao completamente, mas o resultado foi considerado satisfat´orio.Todas as reflex˜oes foram ressaltadas e o dado ganhou bastante defini¸c˜ao abaixo de 3,5s. Nas Figuras 2.11 e 2.12 a diferen¸ca em rela¸c˜ao `as Figuras 2.9 e 2.10 s˜ao notadas.

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Figura 2.5: Se¸c˜ao de afastamento m´ınimo ap´os a corre¸c˜ao de divergˆencia esf´erica. Em torno de 4s temos uma m´ultipla forte que ´e atribu´ıda ao fundo do mar.

2.8

An´

alise de velocidade

Neste trabalho um conjunto de Shells foram geradas para facilitar a confec¸c˜ao dos campos de velocidade. Nesse aspecto, o SU ´e pouco interativo e essa falta de interatividade dificulta a constru¸c˜ao de melhores campos. A an´alise de velocidade ´e feita apenas em CDPs com cobertura m´axima. Fizemos a an´alise em 19 CDPs para a confec¸c˜ao do nosso primeiro campo de velocidade RMS. Nesta etapa, foi necess´ario um grande cuidado para mapear as fun¸c˜oes velocidades para confec¸c˜ao do campo. Al´em disso, tivemos que fazer mais de uma vez o mesmo campo e ir comparando suas mudan¸cas antes de seguir em frente. A experiˆencia adquirida na realiza¸c˜ao deste trabalho nos mostrou que n˜ao adianta mapear muitos pontos e perturbar muito o campo lateralmente, pois este m´odulo do SU ´e muito sens´ıvel a varia¸c˜oes laterais com pouca amostragem tornando-se isso um agente complicador na confec¸c˜ao dos campos de velocidades RMS e intervalar.

Escolhemos aqui dois CDPs para mostrar a dificuldade ao se mapear a fun¸c˜ao veloci-dade. Um CDP no come¸co do dado e outro embaixo do corpo de sal presente, bem no meio do dado. Os CDPs escolhidos tˆem valores 20228 e 55428 p´es o que equivale a 6165,49 e 16894,5

(38)

Figura 2.6: CDPs ap´os a corre¸c˜ao de divergˆencia esf´erica, com as reflex˜oes mais profundas bastante real¸cadas.

Figura 2.7: Espectro de freq¨uˆencia do dado bruto, notar a predominˆancia da banda entre 5 e 80 Hz, espectro ´e obtido com a Sehll I.4.

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Figura 2.9: Se¸c˜ao de afastamento m´inimo ap´os a filtragem de freq¨uˆencia com o filtro passa-banda faixa de freq¨uˆencia de 5 a 80 Hz.

m. Como faremos referˆencia v´arias vezes a eles, para n˜ao ficar repetitivo, chamaremos de

CDP1 e CDP2. Vemos facilmente que a fun¸c˜ao velocidade ´e bem mais definida e mais f´acil de ser mapeada no CDP1 que no CDP2, pois as velocidades est˜ao alteradas por causa do corpo de sal. No CDP1 temos uma geologia bem comportada em uma regi˜ao de camadas planas estratificadas. No CDP2 o corpo de sal tanto pode ter alterado a geologia, como pode alterar a determina¸c˜ao das velocidades abaixo dele. Ent˜ao, ´e recomend´avel tentar seguir a primeira fun¸c˜ao velocidade mapeada e ir melhorando o campo de velocidade com o avan¸car das etapas e dos trabalhos com o dado.

Depois de mapeadas as fun¸c˜oes nos 19 CDPs, a confec¸c˜ao do campo ´e praticamente autom´atica, basta seguir as instru¸c˜oes das restantes das Shells at´e a visualiza¸c˜ao do campo. A

Shell I.8.1 cria arquivos bin´arios com os pontos mapeados. A Shell I.8.2 faz uma interpola¸c˜ao 1D, pega os pontos mapeados e faz a interpola¸c˜ao para os outros restantes, no nosso caso temos 1501 amostras em tempo, que ser˜ao interpoladas com os pontos mapeados. Verificamos que podemos pegar muitos pontos na mesma fun¸c˜ao, mas n˜ao aconselha-se variar muito a fun¸c˜ao lateralmente. A Shell I.8.3 faz a jun¸c˜ao das fun¸c˜oes mapeadas e interpoladas na dire¸c˜ao do tempo e as coloca uma ao lado da outra, com seus respectivos valores de header. A Shell I.8.4 faz a interpola¸c˜ao 2D, ou seja, utiliza as fun¸c˜oes mapeadas, e constr´oi um

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Figura 2.10: Os mesmos CDPs da Figura 2.4 ap´os a filtragem de freq¨uˆencia com filtro passa-banda de 5 a 80Hz.

campo de velocidade que ´e mostrado na tela do computador imediatamente.

Caso haja necessidade, e quase sempre h´a, podemos suavizar o campo para tentar minimizar grandes varia¸c˜oes laterais causadas pela pouca amostragem feita na an´alise. No nosso caso fizemos a an´alise de 19 CDPs e depois tivemos que construir um campo de velocidade para 2180 CDPs, e por mais que o processo de interpola¸c˜ao seja eficiente ´e dif´ıcil obter um campo muito representativo com t˜ao pouca amostragem. A suaviza¸c˜ao (Shell I.8.5) deve ser usada com parcimˆonia, pois ela modifica as velocidades, por usar o m´etodo dos m´ınimos quadrados. Notemos que as velocidades m´ınimas e m´aximas est˜ao mudadas, Figuras 2.16 e 2.17, se compararmos os campo antes e depois da suaviza¸c˜ao, por isso o programa recomenda usar valores para o parˆametro de suaviza¸c˜ao de 0 a 20.

Por ´ultimo temos a Shell I.8.6 que converte o campo RMS em um campo intervalar em profundidade. Este campo ´e importante para fazermos as migra¸c˜oes desejadas. Este campo, quando bem feito, pode nos dar uma boa id´eia de como s˜ao as fei¸c˜oes geol´ogicas em subsuperf´ıcie.

Aqui daremos um pulo e falaremos de empilhamento, j´a explicado no cap´ıtulo anterior na Se¸c˜ao 1.7. Usando a Shell I.10, que faz corre¸c˜ao de NMO e empilhamento, j´a obtendo uma

(41)

Figura 2.11: Se¸c˜ao de afastamento m´ınimo ap´os a deconvolu¸c˜ao (Shell I.7). Note-se agora nos dados h´a uma melhor defini¸c˜ao nas reflex˜oes abaixo de 3,5s. primeira se¸c˜ao empilhada, com o campo de velocidade RMS que ´e mostrado na Figura 2.16. Temos agora uma no¸c˜ao mais real de como ´e a subsuperf´ıcie do local estudado. De posse da primeira se¸c˜ao empilhada, Figura 2.19, podemos avaliar todos os passos feitos anteriormente, atrav´es do resultado obtido, e tomar a decis˜ao de seguir o processamento ou voltar e refazer alguns passos que n˜ao foram considerados satisfat´orios.

2.9

Filtragem f-k

Como explicado no cap´ıtulo anterior, na Se¸c˜ao 1.6, a filtragem f − k tenta atenuar ru´ıdos e ondas m´ultiplas atrav´es da filtragem dos dados no dom´ınio f − k, fazendo uma transformada dupla de Fourier do dom´ınio x − t para o dom´ınio f − k. Ap´os a primeira an´alise de velocidade, onde foi concebido o primeiro campo, Figura 2.16, e as primeiras se¸c˜oes empilhadas, Figura 2.19 , achamos que se faz necess´ario neste momento uma nova filtragem dos dados.

O primeiro passo foi fazer uma nova an´alise de velocidade, tentando mapear fun¸c˜oes intermedi´arias, entre as prim´arias e as m´ultiplas, de tal forma que as fun¸c˜oes velocidades

(42)

Figura 2.12: CDPs (Figura 2.4) ap´os a deconvolu¸c˜ao.

Figura 2.13: Espectro de freq¨uˆencia dos dados ap´os a deconvolu¸c˜ao. Em rela¸c˜ao ao espectro da Figura 2.8 houve um aumento das freq¨uˆencias mais altas. escolhidas subcorrijam as m´ultiplas por sua alta velocidade e sobrecorrijam as prim´arias por sua baixa velocidade. Isso est´a mostrado nas Figuras 2.20 e 2.21, onde vemos as fun¸c˜oes intermedi´arias, para os CDP1 e CDP2. Fizemos para os mesmos CDPs, para mostrar a dificuldade de estudar o dado abaixo do corpo de sal. O interesse nesta etapa do trabalho ´

e criar um campo de velocidade para a atenua¸c˜ao de m´ultiplas, de tal forma que as fun¸c˜oes mapeadas fa¸cam essas corre¸c˜oes de maneira conveniente para todo o dado.

Estando o dado corrigido de maneira conveniente, partimos para a filtragem propria-mente dita. Podemos ver na Shell I.9 que come¸camos fazendo uma corre¸c˜ao de NMO, com as fun¸c˜oes velocidades mapeadas para fazermos a filtragemf −k, logo ap´os fazemos a filtragem.

(43)

Figura 2.14: An´alise de velocidade no CDP1:(a) CDP1 com ganho de amplitude; (b) painel semblance onde vemos as concentra¸c˜oes de energias nas reflex˜oes mais coerentes e a fun¸c˜ao bem mapeada; (c) CDP1 mostrado em (a) corrigido de NMO com a fun¸c˜ao mapeada em (b). A fun¸c˜ao velocidade ficou bem definida por causa da geologia bem comportada. Podemos ver na Figura 2.22 um CDP sem corre¸c˜ao, onde vemos que o espectro est´a forte nos dois lados. A Figura 2.23 mostra o dado corrigido de NMO intermedi´ario, j´a pronto para ser aplicado o corte no espectro. Em seguida, vemos o espectro cortado, e atrav´es deste corte conseguimos atenuar as m´ultiplas o que pode ser visto na Figura 2.25.

Nos parece que nos CDPs mostrados nesta etapa que as reflex˜oes abaixo de 3,5s estejam mais fortes, isto acontece por causa do ganho de amplitude, aplicado para a equaliza¸c˜ao da energia dos tra¸cos, que ´e um ganho de tempo ao quadrado. Podemos ver de maneira clara a diferen¸ca entre o primeiro e o quarto espectro mostrados pelas Figuras 2.23 e 2.25. Isso nos leva a crer que a filtragem foi bem sucedida. Notemos novamente que o dado, ap´os a corre¸c˜ao de NMO, aparece com um mute, ou cortado, na sua extremidade esquerda, pois ´e inerente a corre¸c˜ao de NMO feita pelo SU, devido ao estiramento que ela causa nas hip´erboles.

2.10

NMO e Empilhamento

Como j´a fizemos anteriormente, basta aqui aplicar a corre¸c˜ao de NMO e o empilha-mento dos dados. Neste segundo caso fizemos uma nova an´alise de velocidade com o dado mais bem tratado, ap´os a filtragem f − k, o que possibilitou um melhor mapeamento das fun¸c˜oes velocidades, por ter extra´ıdo, na medida do poss´ıvel, ru´ıdos e m´ultiplas e tamb´em

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