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Aula 9 - Adimplemento das Obrigações. Por Marcelo Câmara

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Academic year: 2021

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Por Marcelo Câmara

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Sumário:

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1. Pagamento - Generalidades 1.1. Quem deve pagar

1.1.1. Pagamento feito por terceiro - interessado e não interessado:

1.1.2. Pagamento feito por terceiro - não interessado: 1.2. A quem se deve pagar

1.3. Objeto do pagamento 1.4. Prova do pagamento 1.5. Lugar do pagamento 1.6. Tempo do pagamento

(4)

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Desenvolvimento:

(5)

1. Pagamento – Generalidades:

Título III - Do adimplemento e extinção das obrigações – arts. 304 a 384

Capítulo I - Do pagamento – arts. 304 a 333

Capítulo II - Do pagamento em consignação – arts. 334 a 345 Capítulo III - Do pagamento com sub-rogação – arts. 336 a 351

Capítulo IV - Da imputação do pagamento – arts. 352 a 355 Capítulo V - Da dação em pagamento – arts. 356 a 359

Capítulo VI- Da novação – arts. 360 a 367

Capítulo VII – Da compensação – arts. 368 a 380 Capítulo VIII – Da confusão – arts. 381 a 384

(6)

1. Pagamento – Generalidades:

Título III - Do adimplemento e extinção das obrigações

Capítulo I - Do pagamento - arts. 304 a 333: Seção I - De Quem Deve Pagar – arts. 304 a 307:

Seção II - Daqueles a Quem se Deve Pagar – arts. 308 a 312: Seção III - Do Objeto do Pagamento e Sua Prova – arts. 313 a 326:

Seção IV - Do Lugar do Pagamento – arts. 327 a 330: Seção V - Do Tempo do Pagamento – arts. 331 a 333:

(7)

1. Pagamento – Generalidades:

O fim natural das obrigações se dá com a efetivação da prestação, denominado pagamento.

No entanto, a extinção das obrigações pode ocorrer por outros fatores como os meios indiretos de pagamento, decurso de tempo, etc.

(8)

1. Pagamento – Generalidades:

Pagamento, no sentido técnico, refere-se ao cumprimento voluntário (ou adimplemento em sentido estrito) da prestação (“solutio”), qualquer que seja a espécie da obrigação, aplicando-se os paradigmas da eticidade, da socialidade e da operabilidade.

(9)

1. Pagamento – Generalidades:

Para que o pagamento produza seu principal efeito que é extinguir a obrigação, é preciso que estejam presentes os seguintes elementos de validade:

(10)

1. Pagamento – Generalidades:

a. existência do vínculo obrigacional (lei / contrato);

b. intenção de solvê-lo (“animus solvendi” / vontade de pagar);

c. cumprimento da prestação (integralidade do

pagamento);

d. pessoa que efetua o pagamento (“solvens”/devedor); e. pessoa que recebe o pagamento (“accipiens” /credor);

(11)

1.1. Quem deve pagar:

Seção I - De Quem Deve Pagar – arts. 304 a 307:

(12)

1.1. Quem deve pagar:

A regra é que quem paga é o devedor obrigado, no entanto, o art. 304, CC, autoriza que qualquer interessado na extinção do vínculo possa fazê-lo (exceto se a obrigação for personalíssima).

(13)

1.1. Quem deve pagar:

Art. 304. Qualquer interessado na extinção da dívida pode pagá-la, usando, se o credor se opuser, dos meios conducentes à exoneração do devedor.

(14)

1.1. Quem deve pagar:

A lei considera que podem realizar o pagamento também:

Terceiro interessado:

Terceiro não interessado:

(15)

1.1.1) Terceiro interessado:

Quem tem interesse jurídico na extinção da dívida, como por exemplo, o fiador, o avalista, o sublocatário, o herdeiro...

Tudo na forma do já citado art. 304.

(16)

1.1.1) Terceiro interessado:

a) O terceiro interessado que paga a dívida sub-roga-se nos direitos do credor.

Trata-se de sub-rogação pleno iure (art. 346, III, CC).

(17)

1.1.1) Terceiro interessado:

Art. 346. A sub-rogação opera-se, de pleno direito, em favor:

(..)

III - do terceiro interessado, que paga a dívida pela qual era ou podia ser obrigado, no todo ou em parte.

(18)

1.1.1) Terceiro interessado:

b) Opondo-se o credor a receber o pagamento de terceiro interessado, poderá este consignar em pagamento em nome próprio. Art. 334 e 335 do CC c/c art. 539 do NCPC.

(19)

1.1.1) Terceiro interessado:

Capítulo II - do pagamento em consignação

Art. 334. Considera-se pagamento, e extingue a obrigação, o depósito judicial ou em estabelecimento bancário da coisa devida, nos casos e forma legais.

(20)

1.1.1) Terceiro interessado:

Capítulo II - do pagamento em consignação Art. 335. A consignação tem lugar:

I - se o credor não puder, ou, sem justa causa, recusar receber o pagamento, ou dar quitação na devida forma;

(21)

1.1.1) Terceiro interessado:

Lei 13.105 de 2015:

Capítulo I - Da ação de consignação em pagamento Art. 539. Nos casos previstos em lei, poderá o devedor ou terceiro requerer, com efeito de pagamento, a consignação da quantia ou da coisa devida.

(22)

1.1.2) Terceiro não interessado:

É quem tem interesse apenas moral (ou não jurídico) na extinção da dívida.

Fundamenta-se nos parágrafo único do 304 e art. 305.

(23)

1.1.2) Terceiro não interessado:

Art. 304. (...)

Parágrafo único. Igual direito cabe ao terceiro não interessado, se o fizer em nome e à conta do devedor, salvo oposição deste.

(24)

1.1.2) Terceiro não interessado:

Art. 305. O terceiro não interessado, que paga a dívida em seu próprio nome, tem direito a reembolsar-se do que pagar; mas não se sub-roga nos direitos do credor.

Parágrafo único. Se pagar antes de vencida a dívida, só terá direito ao reembolso no vencimento.

(25)

1.1.2) Terceiro não interessado:

É quem tem interesse apenas moral (ou não jurídico) na extinção da dívida.

a) O terceiro não interessado que paga a dívida em nome próprio terá direito de reembolso (art. 305, CC/ ação “in rem verso”, art. 884, CC);

(26)

1.1.2) Terceiro não interessado:

Capítulo IV - Do enriquecimento sem causa:

Art. 884. Aquele que, sem justa causa, se enriquecer à custa de outrem, será obrigado a restituir o indevidamente auferido, feita a atualização dos valores monetários.

(27)

1.1.2) Terceiro não interessado:

b) O terceiro não interessado só pode consignar em pagamento se o fizer em nome e à conta do devedor. Trata-se de hipótese de legitimação extraordinária e se não houver oposição deste (art. 304, parágrafo único, CC).

Nestes casos, o terceiro será considerado representante ou gestor de negócios.

(28)

1.1.2) Terceiro não interessado:

b.3) Vale ressaltar que a oposição de devedor ao pagamento não significa proibição ao credor de recebê-lo.

A oposição apenas retira o direito deste terceiro de consignar em pagamento.

(29)

1.1.2) Terceiro não interessado:

b.4) O pagamento feito por terceiro não interessado com desconhecimento ou oposição do devedor não obriga a reembolsar se provar que tinha meios para elidir totalmente a dívida (art. 306, CC).

(30)

1.1.2) Terceiro não interessado:

Art. 306. O pagamento feito por terceiro, com desconhecimento ou oposição do devedor, não obriga a reembolsar aquele que pagou, se o devedor tinha meios para ilidir a ação.

(31)

1.1.2) Terceiro não interessado:

b.5) Se o terceiro não interessado realiza o pagamento antes do vencimento da dívida, só poderá cobrá-la após o advento do termo ou condição (art. 305, parágrafo único, CC).

(32)

1.1.2) Terceiro não interessado:

Art. 305. (..)

Parágrafo único. Se pagar antes de vencida a dívida, só terá direito ao reembolso no vencimento.

(33)

1.1.2) Terceiro não interessado:

b.6) Há, no entanto, duas situações em que o terceiro não interessado subrogar-se-á nos direitos do credor:

(34)

1.1.2) Terceiro não interessado:

b.6 a) em caso de sub-rogação convencional (acordo com o credor, art. 347, I, CC);

(35)

1.1.2) Terceiro não interessado:

Art. 347. A sub-rogação é convencional:

I - quando o credor recebe o pagamento de terceiro e expressamente lhe transfere todos os seus direitos;

(36)

1.1.2) Terceiro não interessado:

b.6 b) quando fizer o pagamento de dívida de devedor fiduciante perante o credor fiduciário (art. 1.368, CC).

(37)

1.1.2) Terceiro não interessado:

Art. 1.368. O terceiro, interessado ou não, que pagar a dívida, se sub-rogará de pleno direito no crédito e na propriedade fiduciária.

Obs:

Art. 1.368 – A/B

Fidúcia – Confiança. Dívida que tem como garantia a propriedade. Ex: Carro / imóvel dado em garantia.

(38)

1.2. A quem se deve pagar:

Seção II - Daqueles a Quem se Deve Pagar – arts. 308 a 312:

(39)

1.2. A quem se deve pagar:

Em regra o pagamento deve ser realizado diretamente ao credor originário (art. 308, CC), mas pode ser feito:

- a quem o represente - representação legal, judicial ou convencional. Ex: procurador, administradora, etc;

- a quem substituir o credor na titularidade do direito de crédito. Ex: herdeiros, legatários, cessionários, sub-rogados.

(40)

1.2. A quem se deve pagar:

Art. 308. O pagamento deve ser feito ao credor ou a quem de direito o represente, sob pena de só valer depois de por ele ratificado, ou tanto quanto reverter em seu proveito.

(41)

1.2. A quem se deve pagar:

Se a dívida for solidária o pagamento pode ser

realizado a qualquer um dos credores (art. 268,

CC), no entanto, se for indivisível o pagamento

deve

ser

realizado

a

todos

os

credores

conjuntamente ou a um deles mediante caução

de ratificação (art. 260, 261 CC).

(42)

1.2. A quem se deve pagar:

A lei ainda reconhece como eficaz o pagamento:

a. Feito a terceiro quando ratificado pelo credor,

art. 308, CC. A ratificação gera efeitos “ex tunc”.

(43)

1.2. A quem se deve pagar:

b. Feito a terceiro se demonstrado que reverteu em benefício do credor (art. 308, CC).

O ônus de demonstrar que o benefício reverteu em benefício do credor é do devedor.

Ex: Pagar a quem não é titular ou representante. Mas se o devedor tiver como provar o crédito deste ao credor real, exonera-se a dívida.

(44)

1.2. A quem se deve pagar:

c. Feito a credor putativo (art. 309, CC , aplicação

da teoria da aparência) que é aquele que tem

aparência de ser o verdadeiro credor.

Exige-se a boa-fé do devedor e a escusabilidade

do erro para que o pagamento seja válido e

eficaz.

(45)

1.2. A quem se deve pagar:

Art. 309. O pagamento feito de boa-fé ao credor putativo é válido, ainda provado depois que não era credor.

Credor putativo – Aquele que aparenta a realidade de ser o credor / representante do credor.

(46)

1.2. A quem se deve pagar:

Uma vez que a quitação exige capacidade, o

pagamento diretamente feito a credor incapaz

será ineficaz, salvo:

(47)

1.2. A quem se deve pagar:

a. Se o devedor demonstrar que o pagamento

reverteu em benefício do incapaz (art. 310, CC).

Art. 310. Não vale o pagamento cientemente feito ao credor incapaz de quitar, se o devedor não provar que em benefício dele efetivamente reverteu.

(48)

1.2. A quem se deve pagar:

b. Se o devedor desconhecia a incapacidade (erro

escusável).

Ex: Pagar à acompanhante de incapaz ao invez do

tutor.

Ver art. 138.

(49)

1.2. A quem se deve pagar:

c. Se o relativamente incapaz em razão da idade dolosamente ocultou sua idade ou se declarou maior (art. 180, CC).

Art. 180. O menor, entre dezesseis e dezoito anos, não pode, para eximir-se de uma obrigação, invocar a sua idade se dolosamente a ocultou quando inquirido pela outra parte, ou se, no ato de obrigar-se, declarou-se maior.

(50)

1.2. A quem se deve pagar:

Também não é válido o pagamento feito pelo

devedor a credor de crédito hipotecado se tinha

sido intimado da penhora feita (art. 312, CC).

(51)

1.2. A quem se deve pagar:

Art. 312. Se o devedor pagar ao credor, apesar de intimado da penhora feita sobre o crédito, ou da impugnação a ele oposta por terceiros, o pagamento não valerá contra estes, que poderão constranger o devedor a pagar de novo, ficando-lhe ressalvado o regresso contra o credor.

Obs: Quem paga mal, paga duas vezes:

(52)

1.2. A quem se deve pagar:

Nestes casos, o pagamento não pode ser oposto

aos terceiros que poderão constranger o devedor

a pagar novamente.

(53)

1.2. A quem se deve pagar:

Por fim, vale lembrar que o devedor estando em

dúvida a quem deve realizar o pagamento,

sugere-se

que

realize

a

consignação

em

pagamento para que evite pagar mal e pagar duas

vezes.

(54)

1.3. Objeto do pagamento:

Seção III - Do objeto do pagamento – arts. 313 a 318:

(55)

1.3. Objeto do pagamento:

As regras a serem lembradas são:

1) o credor não é obrigado a receber prestação

diversa da devida, ainda que mais valiosa (art.

313, CC vetor qualitativo da obrigação);

(56)

1.3. Objeto do pagamento:

Art. 313. O credor não é obrigado a receber prestação diversa da que lhe é devida, ainda que mais valiosa.

(57)

1.3. Objeto do pagamento:

2) ainda que a obrigação tenha por objeto

prestação divisível, não pode o credor ser

obrigado a receber, nem o devedor a pagar, por

partes, se assim não se ajustou (art. 314, CC

-princípio da indivisibilidade);

(58)

1.3. Objeto do pagamento:

Art. 314. Ainda que a obrigação tenha por objeto prestação divisível, não pode o credor ser obrigado a receber, nem o devedor a pagar, por partes, se assim não se ajustou.

(59)

1.3. Objeto do pagamento:

3) as despesas de entrega, quitação e qualquer

outra decorrente do fato pagamento correm por

conta do devedor, salvo disposição expressa em

contrário (art. 325, CC).

(60)

1.3. Objeto do pagamento:

Art. 325. Presumem-se a cargo do devedor as despesas com o pagamento e a quitação; se ocorrer aumento por fato do credor, suportará este a despesa acrescida.

(61)

1.3. Objeto do pagamento:

Quanto

ao

princípio

da

identidade

ou

correspondência do pagamento vale lembrar que

a incidência do princípio da boa-fé objetiva (art.

113, CC) e as hipóteses de onerosidade excessiva

relativizam sua incidência.

(62)

1.3. Objeto do pagamento:

Art. 113. Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-fé e os usos do lugar de sua celebração.

(63)

1.4. Prova do pagamento:

Seção III - Do pagamento e sua prova – arts. 319 a 326:

(64)

1.4. Prova do pagamento:

A quitação é uma declaração unilateral, escrita e revogável, emitida pelo credor, de que a prestação foi efetuada e o devedor está liberado.

(65)

1.4. Prova do pagamento:

A quitação pode ser total ou parcial.

O pagamento denominando-se plena ou total extingue, definitivamente, a relação jurídica obrigacional, a quitação libera completamente o devedor.

(66)

1.4. Prova do pagamento:

Há quitação parcial:

1º.) quando o credor admite receber parceladamente dívida que pode exigir por inteiro;

2º.) quando o pagamento deve ser efetuado em quotas periódicas.

(67)

1.4. Prova do pagamento:

Na primeira hipótese, o recebimento por conta dá lugar ao recibo de quitação parcial.

O devedor permanece vinculado, sendo liberado apenas da parcela quitada.

(68)

1.4. Prova do pagamento:

Quando a obrigação deve ser cumprida em quotas periódicas, como o financiamento, o credor fornece, em cada recebimento, um recibo de quitação parcial.

O credor dá a quitação parcial relativa ao período imediatamente vencido.

(69)

1.4. Prova do pagamento:

São requisitos de validade da quitação (art. 320, CC): - Valor e espécie da dívida quitada;

- Nome do devedor ou quem por este pagou; - Tempo do pagamento;

- Lugar do pagamento;

- Assinatura do credor ou seu representante.

(70)

1.4. Prova do pagamento:

Art. 320. A quitação, que sempre poderá ser dada por instrumento particular, designará o valor e a espécie da dívida quitada, o nome do devedor, ou quem por este pagou, o tempo e o lugar do pagamento, com a assinatura do credor, ou do seu representante.

Parágrafo único. (...)

(71)

1.4. Prova do pagamento:

No entanto, faltando qualquer destes requisitos e atendendo ao princípio da boa-fé objetiva não se invalida se de seus termos ou circunstâncias resultar haver sido paga a dívida, o que leva a doutrina a questionar se a quitação é negócio jurídico solene como se depreende do caput ou se é negócio jurídico de forma livre como se pode deduzir do parágrafo único do art. 320, CC.

(72)

1.4. Prova do pagamento:

Art. 320. (...)

Parágrafo único. Ainda sem os requisitos estabelecidos neste artigo valerá a quitação, se de seus termos ou das circunstâncias resultar haver sido paga a dívida.

(73)

1.4. Prova do pagamento:

O recibo (instrumento de quitação) é um dos meios de prova do pagamento, mas inexistindo este, outros meios poderão ser admitidos como, por exemplo, a menção em livros do credor e o cheque nominal, entre outros (arts. 212 e 225, CC).

(74)

1.4. Prova do pagamento:

Título V - da prova

Art. 212. Salvo o negócio a que se impõe forma especial, o fato jurídico pode ser provado mediante: I - confissão;

II - documento; III - testemunha; IV - presunção; V - perícia.

(75)

1.4. Prova do pagamento:

Título V - da prova

Art. 225. As reproduções fotográficas, cinematográficas, os registros fonográficos e, em geral, quaisquer outras reproduções mecânicas ou eletrônicas de fatos ou de coisas fazem prova plena destes, se a parte, contra quem forem exibidos, não lhes impugnar a exatidão.

(76)

1.4. Prova do pagamento:

Obs:

Juris tantum – Apenas de direito. Até prova em

contrário, presunção relativa;

Jure et de jure – De direito e por direito. Inadmissível

prova em contrário.

(77)

1.4. Prova do pagamento:

Além disso, a lei estabelece as seguintes presunções iuris tantum de pagamento:

a. Quando a dívida é representada por título de crédito que se encontra na posse do devedor (art. 324, CC). O credor pode provar em até sessenta dias a falta do pagamento.

(78)

1.4. Prova do pagamento:

Art. 324. A entrega do título ao devedor firma a presunção do pagamento.

Parágrafo único. Ficará sem efeito a quitação assim operada se o credor provar, em sessenta dias, a falta do pagamento.

(79)

1.4. Prova do pagamento:

b. Se o título foi perdido poderá o devedor exigir, retendo o pagamento, declaração do credor que inutilize o título desaparecido.

Esta declaração não será oponível a terceiro detentor de boa-fé (art. 321, CC).

(80)

1.4. Prova do pagamento:

Art. 321. Nos débitos, cuja quitação consista na devolução do título, perdido este, poderá o devedor exigir, retendo o pagamento, declaração do credor que inutilize o título desaparecido.

(81)

1.4. Prova do pagamento:

c. Quando o pagamento é feito em quotas sucessivas (mensais, semanais...), existindo quitação de qualquer delas ou da última (art. 322, CC).

(82)

1.4. Prova do pagamento:

Art. 322. Quando o pagamento for em quotas periódicas, a quitação da última estabelece, até prova em contrário, a presunção de estarem solvidas as anteriores.

(83)

1.4. Prova do pagamento:

d. Quando há quitação do capital sem reserva dos juros, que se presumem pagos (arts. 323 e 354, CC). O acessório segue o principal. Logo, quando dado a quitação presumem-se, por exemplo, os juros como pagos. Salvo disposição expressa em contrário (sem reserva).

(84)

1.4. Prova do pagamento:

Art. 323. Sendo a quitação do capital sem reserva dos juros, estes presumem-se pagos.

Art. 354. Havendo capital e juros, o pagamento imputar-se-á primeiro nos juros vencidos, e depois no capital, salvo estipulação em contrário, ou se o credor passar a quitação por conta do capital.

(85)

1.4. Prova do pagamento:

Vale informar que há controvérsia na doutrina se esta presunção é juris tantum (ex. Caio Mário da Silva Pereira).

Como juris et de jure (ex. Carvalho Santos), tendo prevalecido a primeira posição.

(86)

1.5. Lugar do pagamento:

Seção IV - Do Lugar do Pagamento – arts. 327 a 330:

(87)

1.5. Lugar do pagamento:

Não havendo previsão convencional ou legal em contrário, presume-se como local do cumprimento da obrigação o domicílio do devedor (dívida queráble), conforme determina o art. 327, CC (princípio do favor debitoris).

(88)

1.5. Lugar do pagamento:

Querable Lembre do Chaves -seu Barriga (credor) vai até a casa do Seu Madruga (devedor) cobrar o aluguel.

Se a dívida é quesível, cabe ao credor ir cobrar (ir buscar a prestação no domicílio do devedor).

Querable: Devedor está

QUEbrado!

(89)

1.5. Lugar do pagamento:

Portable - Lembre do Empréstimo Bancário - Eu (devedor) quando faço empréstimo no banco todo mês vou até o banco (credor) para pagar, portando o dinheiro do pagamento (o credor não precisa ir até lá buscar). A dívida será portável

(90)

1.5. Lugar do pagamento:

Havendo mudança no domicílio do devedor o credor pode manter o local originariamente fixado e, se isso não for possível, deverá o devedor arcar com as despesas decorrentes da alteração de seu domicílio.

(91)

1.5. Lugar do pagamento:

Designados dois ou mais lugares para o cumprimento da obrigação o credor pode escolher qualquer deles, desde que cientifique o devedor em tempo hábil para providenciar o pagamento. Art. 327, caput.

Caso o credor não realize a notificação, poderá o devedor realizar validamente o pagamento em qualquer dos lugares. Art. 327, parágrafo único, CC.

(92)

1.5. Lugar do pagamento:

Art. 327. Efetuar-se-á o pagamento no domicílio do devedor, salvo se as partes convencionarem diversamente, ou se o contrário resultar da lei, da natureza da obrigação ou das circunstâncias.

Parágrafo único. Designados dois ou mais lugares, cabe ao credor escolher entre eles.

(93)

1.5. Lugar do pagamento:

Art. 329. Ocorrendo motivo grave para que se não efetue o pagamento no lugar determinado, poderá o devedor fazê-lo em outro, sem prejuízo para o credor.

(94)

1.5. Lugar do pagamento:

Ocorrendo motivo grave para que se não efetue o pagamento no lugar determinado, poderá o devedor fazê-lo em outro, sem prejuízo para o credor (art. 329, CC - aplicação evidente do princípio da função social).

(95)

1.5. Lugar do pagamento:

No entanto, se o fato constituir caso fortuito ou força maior não gerará dever de indenizar se não houver mora ou se o devedor por estes fatos não se tiver responsabilizado (arts. 393 e 399, CC).

(96)

1.5. Lugar do pagamento:

Art. 393. O devedor não responde pelos prejuízos resultantes de caso fortuito ou força maior, se expressamente não se houver por eles responsabilizado.

Parágrafo único. O caso fortuito ou de força maior verifica-se no fato necessário, cujos efeitos não era possível evitar ou impedir.

(97)

1.5. Lugar do pagamento:

Art. 399. O devedor em mora responde pela impossibilidade da prestação, embora essa impossibilidade resulte de caso fortuito ou de força maior, se estes ocorrerem durante o atraso; salvo se provar isenção de culpa, ou que o dano sobreviria ainda quando a obrigação fosse oportunamente desempenhada.

(98)

1.5. Lugar do pagamento:

O costume pode alterar o lugar do pagamento convencionalmente estabelecido, tornando uma dívida portável (quando o pagamento é realizado no domicílio do credor) em quesível e vice e versa.

(99)

1.5. Lugar do pagamento:

O art. 330, CC, afirma que o pagamento reiteradamente feito em outro local faz presumir renúncia do credor ao previsto contratualmente. Aplicação do princípio “venire contra factum proprium”.

Art. 330. O pagamento reiteradamente feito em outro local faz presumir renúncia do credor relativamente ao previsto no contrato.

(100)

1.5. Lugar do pagamento:

Obs:

Venire contra factum proprium - vedação do comportamento contraditório.

Ex: situações em que uma pessoa, por um certo período de tempo, comporta-se de determinada maneira, gerando expectativas em outra de que seu comportamento permanecerá inalterado.

(101)

1.5. Lugar do pagamento:

Se o pagamento constituir na tradição de um imóvel, ou em prestações relativas a um imóvel (como por exemplo, execução de serviços, recuperação, obras...), far-se-á no lugar onde situado o bem (art. 328, CC).

(102)

1.5. Lugar do pagamento:

Art. 328. Se o pagamento consistir na tradição de um imóvel, ou em prestações relativas a imóvel, far-se-á no lugar onde situado o bem.

(103)

1.5. Lugar do pagamento:

Devemos destacar que nem sempre há coincidência entre o foro para dirimir litígios e o local de cumprimento das obrigações.

Mas, se no caso concreto houver tal sintonia, a estipulação de cláusula de foro de eleição gera efeitos processuais.

(104)

1.5. Lugar do pagamento:

Vale dizer, se o local do pagamento também for o

local em que o inadimplente será eventualmente

acionado, acarretará a prorrogação voluntária da

competência relativa, ex vi do arts. 62 e 63 do

Novo Código de Processo Civil.

(105)

1.5. Lugar do pagamento:

Seção II - Da Modificação da Competência

Art. 62. A competência determinada em razão da matéria, da pessoa ou da função é inderrogável por convenção das partes.

(106)

1.5. Lugar do pagamento:

Seção II - Da Modificação da Competência

Art. 63. As partes podem modificar a competência em razão do valor e do território, elegendo foro onde será proposta ação oriunda de direitos e obrigações.

§ 1o A eleição de foro só produz efeito quando constar de instrumento escrito e aludir expressamente a determinado negócio jurídico.

(107)

1.6. Tempo do pagamento:

Seção V - Do Tempo do Pagamento – arts. 331 a 333:

(108)

1.6. Tempo do pagamento:

O devedor além de ter que saber onde deve cumprir a obrigação, precisa conhecer quando deve ser cumprida.

(109)

1.6. Tempo do pagamento:

As obrigações em que não se ajustou prazo (obrigações puras e simples) para o vencimento são exigíveis imediatamente (arts. 134 e 331, CC princípio da satisfação imediata).

(110)

1.6. Tempo do pagamento:

Seção V - Do Tempo do Pagamento

Art. 331. Salvo disposição legal em contrário, não tendo sido ajustada época para o pagamento, pode o credor exigi-lo imediatamente.

(111)

1.6. Tempo do pagamento:

Capítulo III - da condição, do termo e do encargo Art. 134. Os negócios jurídicos entre vivos, sem prazo, são exeqüíveis desde logo, salvo se a execução tiver de ser feita em lugar diverso ou depender de tempo.

(112)

1.6. Tempo do pagamento:

As obrigações com termo certo devem ser cumpridas nesta ocasião independente de notificação dies

interpellat pro homine (O dia interpela pelo homem

(interpelação judicial).

Havendo data marcada para o vencimento, a mora se dá, em regra, automaticamente, sem a necessidade da interpelação.

(113)

1.6. Tempo do pagamento:

Tendo sido estipulada condição suspensiva é preciso notificar o devedor sobre o seu implemento para que seja exigível o seu cumprimento (art. 332, CC).

O ônus da prova da ciência é imputado ao credor.

(114)

1.6. Tempo do pagamento:

Art. 332. As obrigações condicionais cumprem-se na data do implemento da condição, cabendo ao credor a prova de que deste teve ciência o devedor.

(115)

1.6. Tempo do pagamento:

O art. 333, CC, prevê situações em que pode

ocorrer a antecipação do vencimento:

(116)

1.6. Tempo do pagamento:

Art. 333. Ao credor assistirá o direito de cobrar a dívida antes de vencido o prazo estipulado no contrato ou marcado neste Código:

I - no caso de falência do devedor, ou de concurso de credores;

II - se os bens, hipotecados ou empenhados, forem penhorados em execução por outro credor; (...)

(117)

1.6. Tempo do pagamento:

Art. 333. (...)

III - se cessarem, ou se se tornarem insuficientes, as garantias do débito, fidejussórias, ou reais, e o devedor, intimado, se negar a reforçá-las.

Parágrafo único. Nos casos deste artigo, se houver, no débito, solidariedade passiva, não se reputará vencido quanto aos outros devedores solventes.

(118)

texto

Conclusão:

(119)

texto

Que a Força esteja

com Todos!

Vida Longa e Próspera:

(120)

Referências

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