Por Marcelo Câmara
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Sumário:
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1. Pagamento - Generalidades 1.1. Quem deve pagar
1.1.1. Pagamento feito por terceiro - interessado e não interessado:
1.1.2. Pagamento feito por terceiro - não interessado: 1.2. A quem se deve pagar
1.3. Objeto do pagamento 1.4. Prova do pagamento 1.5. Lugar do pagamento 1.6. Tempo do pagamento
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Desenvolvimento:
1. Pagamento – Generalidades:
Título III - Do adimplemento e extinção das obrigações – arts. 304 a 384
Capítulo I - Do pagamento – arts. 304 a 333
Capítulo II - Do pagamento em consignação – arts. 334 a 345 Capítulo III - Do pagamento com sub-rogação – arts. 336 a 351
Capítulo IV - Da imputação do pagamento – arts. 352 a 355 Capítulo V - Da dação em pagamento – arts. 356 a 359
Capítulo VI- Da novação – arts. 360 a 367
Capítulo VII – Da compensação – arts. 368 a 380 Capítulo VIII – Da confusão – arts. 381 a 384
1. Pagamento – Generalidades:
Título III - Do adimplemento e extinção das obrigações
Capítulo I - Do pagamento - arts. 304 a 333: Seção I - De Quem Deve Pagar – arts. 304 a 307:
Seção II - Daqueles a Quem se Deve Pagar – arts. 308 a 312: Seção III - Do Objeto do Pagamento e Sua Prova – arts. 313 a 326:
Seção IV - Do Lugar do Pagamento – arts. 327 a 330: Seção V - Do Tempo do Pagamento – arts. 331 a 333:
1. Pagamento – Generalidades:
O fim natural das obrigações se dá com a efetivação da prestação, denominado pagamento.
No entanto, a extinção das obrigações pode ocorrer por outros fatores como os meios indiretos de pagamento, decurso de tempo, etc.
1. Pagamento – Generalidades:
Pagamento, no sentido técnico, refere-se ao cumprimento voluntário (ou adimplemento em sentido estrito) da prestação (“solutio”), qualquer que seja a espécie da obrigação, aplicando-se os paradigmas da eticidade, da socialidade e da operabilidade.
1. Pagamento – Generalidades:
Para que o pagamento produza seu principal efeito que é extinguir a obrigação, é preciso que estejam presentes os seguintes elementos de validade:
1. Pagamento – Generalidades:
a. existência do vínculo obrigacional (lei / contrato);
b. intenção de solvê-lo (“animus solvendi” / vontade de pagar);
c. cumprimento da prestação (integralidade do
pagamento);
d. pessoa que efetua o pagamento (“solvens”/devedor); e. pessoa que recebe o pagamento (“accipiens” /credor);
1.1. Quem deve pagar:
Seção I - De Quem Deve Pagar – arts. 304 a 307:
1.1. Quem deve pagar:
A regra é que quem paga é o devedor obrigado, no entanto, o art. 304, CC, autoriza que qualquer interessado na extinção do vínculo possa fazê-lo (exceto se a obrigação for personalíssima).
1.1. Quem deve pagar:
Art. 304. Qualquer interessado na extinção da dívida pode pagá-la, usando, se o credor se opuser, dos meios conducentes à exoneração do devedor.
1.1. Quem deve pagar:
A lei considera que podem realizar o pagamento também:
Terceiro interessado:
Terceiro não interessado:
1.1.1) Terceiro interessado:
Quem tem interesse jurídico na extinção da dívida, como por exemplo, o fiador, o avalista, o sublocatário, o herdeiro...
Tudo na forma do já citado art. 304.
1.1.1) Terceiro interessado:
a) O terceiro interessado que paga a dívida sub-roga-se nos direitos do credor.
Trata-se de sub-rogação pleno iure (art. 346, III, CC).
1.1.1) Terceiro interessado:
Art. 346. A sub-rogação opera-se, de pleno direito, em favor:
(..)
III - do terceiro interessado, que paga a dívida pela qual era ou podia ser obrigado, no todo ou em parte.
1.1.1) Terceiro interessado:
b) Opondo-se o credor a receber o pagamento de terceiro interessado, poderá este consignar em pagamento em nome próprio. Art. 334 e 335 do CC c/c art. 539 do NCPC.
1.1.1) Terceiro interessado:
Capítulo II - do pagamento em consignação
Art. 334. Considera-se pagamento, e extingue a obrigação, o depósito judicial ou em estabelecimento bancário da coisa devida, nos casos e forma legais.
1.1.1) Terceiro interessado:
Capítulo II - do pagamento em consignação Art. 335. A consignação tem lugar:
I - se o credor não puder, ou, sem justa causa, recusar receber o pagamento, ou dar quitação na devida forma;
1.1.1) Terceiro interessado:
Lei 13.105 de 2015:
Capítulo I - Da ação de consignação em pagamento Art. 539. Nos casos previstos em lei, poderá o devedor ou terceiro requerer, com efeito de pagamento, a consignação da quantia ou da coisa devida.
1.1.2) Terceiro não interessado:
É quem tem interesse apenas moral (ou não jurídico) na extinção da dívida.
Fundamenta-se nos parágrafo único do 304 e art. 305.
1.1.2) Terceiro não interessado:
Art. 304. (...)
Parágrafo único. Igual direito cabe ao terceiro não interessado, se o fizer em nome e à conta do devedor, salvo oposição deste.
1.1.2) Terceiro não interessado:
Art. 305. O terceiro não interessado, que paga a dívida em seu próprio nome, tem direito a reembolsar-se do que pagar; mas não se sub-roga nos direitos do credor.
Parágrafo único. Se pagar antes de vencida a dívida, só terá direito ao reembolso no vencimento.
1.1.2) Terceiro não interessado:
É quem tem interesse apenas moral (ou não jurídico) na extinção da dívida.
a) O terceiro não interessado que paga a dívida em nome próprio terá direito de reembolso (art. 305, CC/ ação “in rem verso”, art. 884, CC);
1.1.2) Terceiro não interessado:
Capítulo IV - Do enriquecimento sem causa:
Art. 884. Aquele que, sem justa causa, se enriquecer à custa de outrem, será obrigado a restituir o indevidamente auferido, feita a atualização dos valores monetários.
1.1.2) Terceiro não interessado:
b) O terceiro não interessado só pode consignar em pagamento se o fizer em nome e à conta do devedor. Trata-se de hipótese de legitimação extraordinária e se não houver oposição deste (art. 304, parágrafo único, CC).
Nestes casos, o terceiro será considerado representante ou gestor de negócios.
1.1.2) Terceiro não interessado:
b.3) Vale ressaltar que a oposição de devedor ao pagamento não significa proibição ao credor de recebê-lo.
A oposição apenas retira o direito deste terceiro de consignar em pagamento.
1.1.2) Terceiro não interessado:
b.4) O pagamento feito por terceiro não interessado com desconhecimento ou oposição do devedor não obriga a reembolsar se provar que tinha meios para elidir totalmente a dívida (art. 306, CC).
1.1.2) Terceiro não interessado:
Art. 306. O pagamento feito por terceiro, com desconhecimento ou oposição do devedor, não obriga a reembolsar aquele que pagou, se o devedor tinha meios para ilidir a ação.
1.1.2) Terceiro não interessado:
b.5) Se o terceiro não interessado realiza o pagamento antes do vencimento da dívida, só poderá cobrá-la após o advento do termo ou condição (art. 305, parágrafo único, CC).
1.1.2) Terceiro não interessado:
Art. 305. (..)
Parágrafo único. Se pagar antes de vencida a dívida, só terá direito ao reembolso no vencimento.
1.1.2) Terceiro não interessado:
b.6) Há, no entanto, duas situações em que o terceiro não interessado subrogar-se-á nos direitos do credor:
1.1.2) Terceiro não interessado:
b.6 a) em caso de sub-rogação convencional (acordo com o credor, art. 347, I, CC);
1.1.2) Terceiro não interessado:
Art. 347. A sub-rogação é convencional:
I - quando o credor recebe o pagamento de terceiro e expressamente lhe transfere todos os seus direitos;
1.1.2) Terceiro não interessado:
b.6 b) quando fizer o pagamento de dívida de devedor fiduciante perante o credor fiduciário (art. 1.368, CC).
1.1.2) Terceiro não interessado:
Art. 1.368. O terceiro, interessado ou não, que pagar a dívida, se sub-rogará de pleno direito no crédito e na propriedade fiduciária.
Obs:
Art. 1.368 – A/B
Fidúcia – Confiança. Dívida que tem como garantia a propriedade. Ex: Carro / imóvel dado em garantia.
1.2. A quem se deve pagar:
Seção II - Daqueles a Quem se Deve Pagar – arts. 308 a 312:
1.2. A quem se deve pagar:
Em regra o pagamento deve ser realizado diretamente ao credor originário (art. 308, CC), mas pode ser feito:
- a quem o represente - representação legal, judicial ou convencional. Ex: procurador, administradora, etc;
- a quem substituir o credor na titularidade do direito de crédito. Ex: herdeiros, legatários, cessionários, sub-rogados.
1.2. A quem se deve pagar:
Art. 308. O pagamento deve ser feito ao credor ou a quem de direito o represente, sob pena de só valer depois de por ele ratificado, ou tanto quanto reverter em seu proveito.
1.2. A quem se deve pagar:
Se a dívida for solidária o pagamento pode ser
realizado a qualquer um dos credores (art. 268,
CC), no entanto, se for indivisível o pagamento
deve
ser
realizado
a
todos
os
credores
conjuntamente ou a um deles mediante caução
de ratificação (art. 260, 261 CC).
1.2. A quem se deve pagar:
A lei ainda reconhece como eficaz o pagamento:
a. Feito a terceiro quando ratificado pelo credor,
art. 308, CC. A ratificação gera efeitos “ex tunc”.
1.2. A quem se deve pagar:
b. Feito a terceiro se demonstrado que reverteu em benefício do credor (art. 308, CC).
O ônus de demonstrar que o benefício reverteu em benefício do credor é do devedor.
Ex: Pagar a quem não é titular ou representante. Mas se o devedor tiver como provar o crédito deste ao credor real, exonera-se a dívida.
1.2. A quem se deve pagar:
c. Feito a credor putativo (art. 309, CC , aplicação
da teoria da aparência) que é aquele que tem
aparência de ser o verdadeiro credor.
Exige-se a boa-fé do devedor e a escusabilidade
do erro para que o pagamento seja válido e
eficaz.
1.2. A quem se deve pagar:
Art. 309. O pagamento feito de boa-fé ao credor putativo é válido, ainda provado depois que não era credor.
Credor putativo – Aquele que aparenta a realidade de ser o credor / representante do credor.
1.2. A quem se deve pagar:
Uma vez que a quitação exige capacidade, o
pagamento diretamente feito a credor incapaz
será ineficaz, salvo:
1.2. A quem se deve pagar:
a. Se o devedor demonstrar que o pagamento
reverteu em benefício do incapaz (art. 310, CC).
Art. 310. Não vale o pagamento cientemente feito ao credor incapaz de quitar, se o devedor não provar que em benefício dele efetivamente reverteu.
1.2. A quem se deve pagar:
b. Se o devedor desconhecia a incapacidade (erro
escusável).
Ex: Pagar à acompanhante de incapaz ao invez do
tutor.
Ver art. 138.
1.2. A quem se deve pagar:
c. Se o relativamente incapaz em razão da idade dolosamente ocultou sua idade ou se declarou maior (art. 180, CC).
Art. 180. O menor, entre dezesseis e dezoito anos, não pode, para eximir-se de uma obrigação, invocar a sua idade se dolosamente a ocultou quando inquirido pela outra parte, ou se, no ato de obrigar-se, declarou-se maior.
1.2. A quem se deve pagar:
Também não é válido o pagamento feito pelo
devedor a credor de crédito hipotecado se tinha
sido intimado da penhora feita (art. 312, CC).
1.2. A quem se deve pagar:
Art. 312. Se o devedor pagar ao credor, apesar de intimado da penhora feita sobre o crédito, ou da impugnação a ele oposta por terceiros, o pagamento não valerá contra estes, que poderão constranger o devedor a pagar de novo, ficando-lhe ressalvado o regresso contra o credor.
Obs: Quem paga mal, paga duas vezes:
1.2. A quem se deve pagar:
Nestes casos, o pagamento não pode ser oposto
aos terceiros que poderão constranger o devedor
a pagar novamente.
1.2. A quem se deve pagar:
Por fim, vale lembrar que o devedor estando em
dúvida a quem deve realizar o pagamento,
sugere-se
que
realize
a
consignação
em
pagamento para que evite pagar mal e pagar duas
vezes.
1.3. Objeto do pagamento:
Seção III - Do objeto do pagamento – arts. 313 a 318:
1.3. Objeto do pagamento:
As regras a serem lembradas são:
1) o credor não é obrigado a receber prestação
diversa da devida, ainda que mais valiosa (art.
313, CC vetor qualitativo da obrigação);
1.3. Objeto do pagamento:
Art. 313. O credor não é obrigado a receber prestação diversa da que lhe é devida, ainda que mais valiosa.
1.3. Objeto do pagamento:
2) ainda que a obrigação tenha por objeto
prestação divisível, não pode o credor ser
obrigado a receber, nem o devedor a pagar, por
partes, se assim não se ajustou (art. 314, CC
-princípio da indivisibilidade);
1.3. Objeto do pagamento:
Art. 314. Ainda que a obrigação tenha por objeto prestação divisível, não pode o credor ser obrigado a receber, nem o devedor a pagar, por partes, se assim não se ajustou.
1.3. Objeto do pagamento:
3) as despesas de entrega, quitação e qualquer
outra decorrente do fato pagamento correm por
conta do devedor, salvo disposição expressa em
contrário (art. 325, CC).
1.3. Objeto do pagamento:
Art. 325. Presumem-se a cargo do devedor as despesas com o pagamento e a quitação; se ocorrer aumento por fato do credor, suportará este a despesa acrescida.
1.3. Objeto do pagamento:
Quanto
ao
princípio
da
identidade
ou
correspondência do pagamento vale lembrar que
a incidência do princípio da boa-fé objetiva (art.
113, CC) e as hipóteses de onerosidade excessiva
relativizam sua incidência.
1.3. Objeto do pagamento:
Art. 113. Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-fé e os usos do lugar de sua celebração.
1.4. Prova do pagamento:
Seção III - Do pagamento e sua prova – arts. 319 a 326:
1.4. Prova do pagamento:
A quitação é uma declaração unilateral, escrita e revogável, emitida pelo credor, de que a prestação foi efetuada e o devedor está liberado.
1.4. Prova do pagamento:
A quitação pode ser total ou parcial.
O pagamento denominando-se plena ou total extingue, definitivamente, a relação jurídica obrigacional, a quitação libera completamente o devedor.
1.4. Prova do pagamento:
Há quitação parcial:
1º.) quando o credor admite receber parceladamente dívida que pode exigir por inteiro;
2º.) quando o pagamento deve ser efetuado em quotas periódicas.
1.4. Prova do pagamento:
Na primeira hipótese, o recebimento por conta dá lugar ao recibo de quitação parcial.
O devedor permanece vinculado, sendo liberado apenas da parcela quitada.
1.4. Prova do pagamento:
Quando a obrigação deve ser cumprida em quotas periódicas, como o financiamento, o credor fornece, em cada recebimento, um recibo de quitação parcial.
O credor dá a quitação parcial relativa ao período imediatamente vencido.
1.4. Prova do pagamento:
São requisitos de validade da quitação (art. 320, CC): - Valor e espécie da dívida quitada;
- Nome do devedor ou quem por este pagou; - Tempo do pagamento;
- Lugar do pagamento;
- Assinatura do credor ou seu representante.
1.4. Prova do pagamento:
Art. 320. A quitação, que sempre poderá ser dada por instrumento particular, designará o valor e a espécie da dívida quitada, o nome do devedor, ou quem por este pagou, o tempo e o lugar do pagamento, com a assinatura do credor, ou do seu representante.
Parágrafo único. (...)
1.4. Prova do pagamento:
No entanto, faltando qualquer destes requisitos e atendendo ao princípio da boa-fé objetiva não se invalida se de seus termos ou circunstâncias resultar haver sido paga a dívida, o que leva a doutrina a questionar se a quitação é negócio jurídico solene como se depreende do caput ou se é negócio jurídico de forma livre como se pode deduzir do parágrafo único do art. 320, CC.
1.4. Prova do pagamento:
Art. 320. (...)Parágrafo único. Ainda sem os requisitos estabelecidos neste artigo valerá a quitação, se de seus termos ou das circunstâncias resultar haver sido paga a dívida.
1.4. Prova do pagamento:
O recibo (instrumento de quitação) é um dos meios de prova do pagamento, mas inexistindo este, outros meios poderão ser admitidos como, por exemplo, a menção em livros do credor e o cheque nominal, entre outros (arts. 212 e 225, CC).
1.4. Prova do pagamento:
Título V - da provaArt. 212. Salvo o negócio a que se impõe forma especial, o fato jurídico pode ser provado mediante: I - confissão;
II - documento; III - testemunha; IV - presunção; V - perícia.
1.4. Prova do pagamento:
Título V - da provaArt. 225. As reproduções fotográficas, cinematográficas, os registros fonográficos e, em geral, quaisquer outras reproduções mecânicas ou eletrônicas de fatos ou de coisas fazem prova plena destes, se a parte, contra quem forem exibidos, não lhes impugnar a exatidão.
1.4. Prova do pagamento:
Obs:Juris tantum – Apenas de direito. Até prova em
contrário, presunção relativa;
Jure et de jure – De direito e por direito. Inadmissível
prova em contrário.
1.4. Prova do pagamento:
Além disso, a lei estabelece as seguintes presunções iuris tantum de pagamento:
a. Quando a dívida é representada por título de crédito que se encontra na posse do devedor (art. 324, CC). O credor pode provar em até sessenta dias a falta do pagamento.
1.4. Prova do pagamento:
Art. 324. A entrega do título ao devedor firma a presunção do pagamento.
Parágrafo único. Ficará sem efeito a quitação assim operada se o credor provar, em sessenta dias, a falta do pagamento.
1.4. Prova do pagamento:
b. Se o título foi perdido poderá o devedor exigir, retendo o pagamento, declaração do credor que inutilize o título desaparecido.
Esta declaração não será oponível a terceiro detentor de boa-fé (art. 321, CC).
1.4. Prova do pagamento:
Art. 321. Nos débitos, cuja quitação consista na devolução do título, perdido este, poderá o devedor exigir, retendo o pagamento, declaração do credor que inutilize o título desaparecido.
1.4. Prova do pagamento:
c. Quando o pagamento é feito em quotas sucessivas (mensais, semanais...), existindo quitação de qualquer delas ou da última (art. 322, CC).
1.4. Prova do pagamento:
Art. 322. Quando o pagamento for em quotas periódicas, a quitação da última estabelece, até prova em contrário, a presunção de estarem solvidas as anteriores.
1.4. Prova do pagamento:
d. Quando há quitação do capital sem reserva dos juros, que se presumem pagos (arts. 323 e 354, CC). O acessório segue o principal. Logo, quando dado a quitação presumem-se, por exemplo, os juros como pagos. Salvo disposição expressa em contrário (sem reserva).
1.4. Prova do pagamento:
Art. 323. Sendo a quitação do capital sem reserva dos juros, estes presumem-se pagos.
Art. 354. Havendo capital e juros, o pagamento imputar-se-á primeiro nos juros vencidos, e depois no capital, salvo estipulação em contrário, ou se o credor passar a quitação por conta do capital.
1.4. Prova do pagamento:
Vale informar que há controvérsia na doutrina se esta presunção é juris tantum (ex. Caio Mário da Silva Pereira).
Como juris et de jure (ex. Carvalho Santos), tendo prevalecido a primeira posição.
1.5. Lugar do pagamento:
Seção IV - Do Lugar do Pagamento – arts. 327 a 330:
1.5. Lugar do pagamento:
Não havendo previsão convencional ou legal em contrário, presume-se como local do cumprimento da obrigação o domicílio do devedor (dívida queráble), conforme determina o art. 327, CC (princípio do favor debitoris).
1.5. Lugar do pagamento:
Querable Lembre do Chaves -seu Barriga (credor) vai até a casa do Seu Madruga (devedor) cobrar o aluguel.
Se a dívida é quesível, cabe ao credor ir cobrar (ir buscar a prestação no domicílio do devedor).
Querable: Devedor está
QUEbrado!
1.5. Lugar do pagamento:
Portable - Lembre do Empréstimo Bancário - Eu (devedor) quando faço empréstimo no banco todo mês vou até o banco (credor) para pagar, portando o dinheiro do pagamento (o credor não precisa ir até lá buscar). A dívida será portável
1.5. Lugar do pagamento:
Havendo mudança no domicílio do devedor o credor pode manter o local originariamente fixado e, se isso não for possível, deverá o devedor arcar com as despesas decorrentes da alteração de seu domicílio.
1.5. Lugar do pagamento:
Designados dois ou mais lugares para o cumprimento da obrigação o credor pode escolher qualquer deles, desde que cientifique o devedor em tempo hábil para providenciar o pagamento. Art. 327, caput.
Caso o credor não realize a notificação, poderá o devedor realizar validamente o pagamento em qualquer dos lugares. Art. 327, parágrafo único, CC.
1.5. Lugar do pagamento:
Art. 327. Efetuar-se-á o pagamento no domicílio do devedor, salvo se as partes convencionarem diversamente, ou se o contrário resultar da lei, da natureza da obrigação ou das circunstâncias.
Parágrafo único. Designados dois ou mais lugares, cabe ao credor escolher entre eles.
1.5. Lugar do pagamento:
Art. 329. Ocorrendo motivo grave para que se não efetue o pagamento no lugar determinado, poderá o devedor fazê-lo em outro, sem prejuízo para o credor.
1.5. Lugar do pagamento:
Ocorrendo motivo grave para que se não efetue o pagamento no lugar determinado, poderá o devedor fazê-lo em outro, sem prejuízo para o credor (art. 329, CC - aplicação evidente do princípio da função social).
1.5. Lugar do pagamento:
No entanto, se o fato constituir caso fortuito ou força maior não gerará dever de indenizar se não houver mora ou se o devedor por estes fatos não se tiver responsabilizado (arts. 393 e 399, CC).
1.5. Lugar do pagamento:
Art. 393. O devedor não responde pelos prejuízos resultantes de caso fortuito ou força maior, se expressamente não se houver por eles responsabilizado.
Parágrafo único. O caso fortuito ou de força maior verifica-se no fato necessário, cujos efeitos não era possível evitar ou impedir.
1.5. Lugar do pagamento:
Art. 399. O devedor em mora responde pela impossibilidade da prestação, embora essa impossibilidade resulte de caso fortuito ou de força maior, se estes ocorrerem durante o atraso; salvo se provar isenção de culpa, ou que o dano sobreviria ainda quando a obrigação fosse oportunamente desempenhada.
1.5. Lugar do pagamento:
O costume pode alterar o lugar do pagamento convencionalmente estabelecido, tornando uma dívida portável (quando o pagamento é realizado no domicílio do credor) em quesível e vice e versa.
1.5. Lugar do pagamento:
O art. 330, CC, afirma que o pagamento reiteradamente feito em outro local faz presumir renúncia do credor ao previsto contratualmente. Aplicação do princípio “venire contra factum proprium”.
Art. 330. O pagamento reiteradamente feito em outro local faz presumir renúncia do credor relativamente ao previsto no contrato.
1.5. Lugar do pagamento:
Obs:
Venire contra factum proprium - vedação do comportamento contraditório.
Ex: situações em que uma pessoa, por um certo período de tempo, comporta-se de determinada maneira, gerando expectativas em outra de que seu comportamento permanecerá inalterado.
1.5. Lugar do pagamento:
Se o pagamento constituir na tradição de um imóvel, ou em prestações relativas a um imóvel (como por exemplo, execução de serviços, recuperação, obras...), far-se-á no lugar onde situado o bem (art. 328, CC).
1.5. Lugar do pagamento:
Art. 328. Se o pagamento consistir na tradição de um imóvel, ou em prestações relativas a imóvel, far-se-á no lugar onde situado o bem.
1.5. Lugar do pagamento:
Devemos destacar que nem sempre há coincidência entre o foro para dirimir litígios e o local de cumprimento das obrigações.
Mas, se no caso concreto houver tal sintonia, a estipulação de cláusula de foro de eleição gera efeitos processuais.
1.5. Lugar do pagamento:
Vale dizer, se o local do pagamento também for o
local em que o inadimplente será eventualmente
acionado, acarretará a prorrogação voluntária da
competência relativa, ex vi do arts. 62 e 63 do
Novo Código de Processo Civil.
1.5. Lugar do pagamento:
Seção II - Da Modificação da Competência
Art. 62. A competência determinada em razão da matéria, da pessoa ou da função é inderrogável por convenção das partes.
1.5. Lugar do pagamento:
Seção II - Da Modificação da Competência
Art. 63. As partes podem modificar a competência em razão do valor e do território, elegendo foro onde será proposta ação oriunda de direitos e obrigações.
§ 1o A eleição de foro só produz efeito quando constar de instrumento escrito e aludir expressamente a determinado negócio jurídico.
1.6. Tempo do pagamento:
Seção V - Do Tempo do Pagamento – arts. 331 a 333:
1.6. Tempo do pagamento:
O devedor além de ter que saber onde deve cumprir a obrigação, precisa conhecer quando deve ser cumprida.
1.6. Tempo do pagamento:
As obrigações em que não se ajustou prazo (obrigações puras e simples) para o vencimento são exigíveis imediatamente (arts. 134 e 331, CC princípio da satisfação imediata).
1.6. Tempo do pagamento:
Seção V - Do Tempo do Pagamento
Art. 331. Salvo disposição legal em contrário, não tendo sido ajustada época para o pagamento, pode o credor exigi-lo imediatamente.
1.6. Tempo do pagamento:
Capítulo III - da condição, do termo e do encargo Art. 134. Os negócios jurídicos entre vivos, sem prazo, são exeqüíveis desde logo, salvo se a execução tiver de ser feita em lugar diverso ou depender de tempo.
1.6. Tempo do pagamento:
As obrigações com termo certo devem ser cumpridas nesta ocasião independente de notificação dies
interpellat pro homine (O dia interpela pelo homem
(interpelação judicial).
Havendo data marcada para o vencimento, a mora se dá, em regra, automaticamente, sem a necessidade da interpelação.
1.6. Tempo do pagamento:
Tendo sido estipulada condição suspensiva é preciso notificar o devedor sobre o seu implemento para que seja exigível o seu cumprimento (art. 332, CC).
O ônus da prova da ciência é imputado ao credor.
1.6. Tempo do pagamento:
Art. 332. As obrigações condicionais cumprem-se na data do implemento da condição, cabendo ao credor a prova de que deste teve ciência o devedor.
1.6. Tempo do pagamento:
O art. 333, CC, prevê situações em que pode
ocorrer a antecipação do vencimento:
1.6. Tempo do pagamento:
Art. 333. Ao credor assistirá o direito de cobrar a dívida antes de vencido o prazo estipulado no contrato ou marcado neste Código:
I - no caso de falência do devedor, ou de concurso de credores;
II - se os bens, hipotecados ou empenhados, forem penhorados em execução por outro credor; (...)
1.6. Tempo do pagamento:
Art. 333. (...)
III - se cessarem, ou se se tornarem insuficientes, as garantias do débito, fidejussórias, ou reais, e o devedor, intimado, se negar a reforçá-las.
Parágrafo único. Nos casos deste artigo, se houver, no débito, solidariedade passiva, não se reputará vencido quanto aos outros devedores solventes.
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Conclusão:
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