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PROCESSOS INFECCIOSOS DE ORIGEM DENTÁRIA

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Academic year: 2021

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PROCESSOS

INFECCIOSOS DE

ORIGEM

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TRATAMENTO DOS PROCESSOS INFECCIOSOS DE ORIGEM DENTÁRIA: CONCEITO E EVOLUÇÃO DOS PROCESSOS INFECCIOSOS

1) Mecanismo:

As bactérias que provocam infecções nos tecidos bucais dispõem de inúmeras portas de entrada, inclusive o trauma cirúrgico, sendo a mais comum a placa bacteriana. Ocasionadas por esta a bolsa periodontal e a cárie dentária, podem constituir-se em caminhos para as lesões endodônticas ou às periodônticas, primárias ou com envolvimento simultâneo secundário ou combinado.Quando os microorganismos encontram tecido conjuntivo altamente vascularizado , são destruídos pela vigorosa ação dos fagócitos. A invasão pode ainda ser dominada em seu inicio pelo processo inflamatório; frequentemente, estas infecções, embora localizadas, são dominadas mais lentamente e após considerável prejuízo para os tecidos. Quando chegam ao tecido ósseo, a situação se complica um pouco mais por não possuir este tecido, eficiente mecanismo de defesa.

Os sintomas tóxicos se manifestam pela elevação de temperatura e velocidade de pulso e em alguns casos o ritmo respiratório aumenta. O paciente se desidrata. A dor é evidente e a tumefação do pescoço e da face causam incomodo.

2)Efeitos locais:

No inicio, a zona atingida mostra-se hiperêmica, dolorida e endurecida ao toque e os nódulos linfáticos intercalados na rede de drenagem acham-se ingurgitado (palpáveis).A medida que o processo tende a localizar-se aparece cada vez mais uma zona amolecida no centro da inchação, sendo que pelo toque poderemos averiguar a existência do fluido, caracterizando assim, o ponto de flutuação.

3)Efeitos Gerais:

• febre

• hiperleucocitose

• desvio a esquerda no hemograma

• aumento da velocidade da hemossedimentação

• aumento da freqüência do pulso e dos movimentos respiratórios

• aumento da necessidade de volume líquido ingerido

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• dor intensa que somente cede a grandes doses de hipnóticos

• tumefação extensa e especialmente quando aumentam em qualquer direção

• extensão da infecção para o outro lado da linha média, quando ele era inicialmente unilateral

• progressiva elevação da temperatura à medida que transcorrem os dias

• aparecimento de sintomas novos, tais como calafrios, vômitos, dor no tórax, dificuldade respiratória, cianose ou convulsões

5)Vias de propagação das infecções dentárias

• via linfática: as bactérias de um abscesso dentário podem ser drenadas pelos vasos linfáticos provocando a inflamação dos linfonodos correspondentes.

• via venosa: merece atenção especial em vista da gravidade dos quadros nosológicos que pode assumir. Uma tromboflebite, como a do seio cavernoso ou uma embolia da artéria pulmonar ou de seus ramos, tem caráter fatal.Quando a veia é a oftálmica, no quadro clínico aparecem primeiramente perturbações oculares que alertam quanto à gravidade e possibilitam ainda medidas debelatórias

• via por contigüidade tecidual:

• tecido ósseo: as diferenças de estrutura entre a maxila e a mandíbula determinam a formação de quadros patológicos diversos. Os processos infecciosos periapicais progridem rapidamente no tecido esponjoso. Um abscesso pode exteriorizar-se no vestíbulo, no assoalho da fossa nasal ou no seio maxilar, na abóbada palatina e na pele, região do bucinador. Os abscessos dos molares inferiores geralmente exteriorizam-se no vestíbulo ou então, internamente, para a região do pilar anterior e parede da faringe(resultantes das pericoronarites).

• tecido conjuntivo frouxo: espaços faríngeos e fáscias cervicais. O tecido conjuntivo frouxo dos espaços intermusculares é de fácil contaminação e as diversas fáscias da cabeça e do pescoço se continuam sem limite preciso.

• Abscessos de Origem dentária:

• Periapicais: são os mais freqüentes. Localizados na região apical e confinados dentro das lâminas corticais; inicialmente circunscritos, com dor, sem edema, subitamente agudizam-se; no estado agudo o pus pode escoar-se rapidamente pela abertura dos canais ou pela extração do dente.

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• Pericementários ou Periodontais: surgem ao longo da raiz onde o alvéolo foi destruído e se estendem ao tecido mole subjacente. O escoamento pode ocorrer incisando-se a área flutuante no tecido mole que o recobre. O dente não necessita ser extraído imediatamente, pois é provável que o processo atinja um ou mais dentes na região.

• Pericoronários: em volta de um dente parcialmente irrompido ou não irrompido e as vezes completamente impactado. Trismo e/ou linfadenite submandibular podem estar presentes. O pus pode ser drenado levantando-se ou dilatando-se o capuz gengival, com incisão para manter a drenagem. Se a extração for indispensável será feita mais tarde num campo relativamente não infectado.

• Subperiósticos: são coleções purulentas confinadas entre o periósteo e o osso; isto acontece comumente à distância. A infecção se estende subperiosticamente seguindo as linhas de menor resistência e estabelece uma bolsa de pus à distância.

• Angina de Ludwig: é a denominação dada para uma infecção que compromete os espaços sublingual e submandibular, provocando a elevação da língua. O seu tratamento é feito pela drenagem por via extra bucal. A causa é geralmente um dente infectado que deverá ser eliminado após cessados os efeitos da fase aguda do processo. Em casos mais graves a Angina de Ludwig pode até provocar a morte do paciente por asfixia, por isso a traqueostomia é muito utilizada neste tipo de infecção.

6)Planejamento:

• exame e história clínica para diagnosticar se a infecção é de origem dentária ou se é conseqüência de qualquer enfermidade sistêmica.

• achados radiográficos:

• comprovação das alterações ósseas apicais ou cervicais

• forma da raiz, aparência dos canais

• região

• diagnóstico diferencial como: neoplasias, cistos, edemas angioneuróticos

• saúde geral e idade do paciente

• valor do dente na arcada em relação a dentística restauradora e a reabilitação

• valor dado ao dente pelo paciente

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A escolha final deverá recair em uma das hipóteses:

• tratamento endodôntico

• tratamento endodôntico seguido de curetagem periapical com ou sem apicectomia

• extração dentária

• extração dentária e estabelecimento de drenagem

A decisão de extrair-se um dente com processo infeccioso agudo ou disseminado precisa ser tomada com muito cuidado pelo CD que:

• estudo detalhado das radiografias

• condições de realização de boa anestesia

• avaliar o trauma que será causado aos tecidos moles e ósseos

7)Tratamento geral:

Visa proporcionar conforto, aumento de resistência ao paciente e controlar a infecção:

• repouso de preferência no leito

• aumento forçado do consumo de líquidos

• uso adequado de medicação para:

• dar maior conforto ao paciente

• aumento da capacidade de resistência à infecção pelo uso de antibióticos, vacinas, sulfas e etc.

• controlar a infecção - antibióticos e anti-inflamatórios

8)Tratamento local:

• localização do processo: emprego de calor úmido e dos emolienntes tende a acelerar as alterações metabólicas e a ação do mecanismo de defesa local, bem como apressar a resolução ou localização do processo.

• abertura ampla para permitir a drenagem: a maioria das infecções dentárias inicia-se no interior do osso; o excesso de fluido ou de pus tem que procurar caminho para o exterior através do osso e colecionar-se por debaixo do periósteo e tentar romper as estruturas suprajacentes. A direção seguida pelo pus e o ponto de formação do abscesso dependem quase que inteiramente da anatomia da região.

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• Intra-bucal: Quando se extrai o dente é necessário estabelecer a drenagem. Quando ela não se estabelece espontaneamente, ou quando não vamos realizar a exodontia, devemos realizar uma incisão linear que na maioria das vezes já promove a drenagem.A seguir realiza-se a divulsão, completando a drenagem. Dependendo da extensão do processo, coloca-se um dreno, sendo uma das extremidades colocada profundamente e a outra suturada nos tecidos moles. Deixa-se durante 2 a 4 dias, fazendo a movimentação diária até sua completa remoção.

• Extra-Bucal: está indicada quando a infecção se espalhou e atingiu regiões subcutâneas. Conforme o caso pode ser feita no consultório sob anestesia local, todavia é preferível com anestesia geral mantendo um pós-operatório hospitalar. De acordo com o caso duas incisões pequenas deverão ser realizadas. A primeira incisão deverá ter uns 2mm e a profundidade suficiente para atravessar a pele. Com a ponta de uma pinça hemostática fechada força-se a abertura e atingi-se a zona a ser drenada, continuando-se até o ponto onde se praticará a segunda incisão quando a ponta da pinça elevar a pele; a ponta prende o dreno e o traz de volta a incisão inicial. Apara-se o excesso, prende-se as pontas com sutura e protege-se a pele abaixo da incisão com uma gaze encaixada no dreno. Realiza-se a seguir um curativo com gaze furacinada e esparadrapo.

10)Cuidados pós-operatórios:

• fisioterapia com calor

• troca diária do curativo

• controle cotidiano

• retirada do dreno dentro de 3 a 4 dias

• movimentação diária do dreno

• antibioticoterapia imediata

11)Osteomielites

Quando a infecção atinge os espaços medulares do osso e este tecido reage hiperplasiando-se, estamos frente às chamadas osteomielites, sendo a sua característica mais evidente a formação de seqüestro. Pelo odor fétido e pela imagem radiográfica mostrando os seqüestros, se estabelece com segurança o diagnóstico deste tipo de infecção. A antibioticoterapia é a medida a ser tomada de imediato.

Se o seqüestro estiver aflorando poderá ser retirado sem anestesia, não havendo necessidade de sutura, associado com irrigações contínuas se necessário. A higiene bucal com anti-sépticos é a conduta a ser seguida juntamente com a antibioticoterapia adequada.

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A loja óssea não deve ser curetada para que se evite uma disseminação do processo, processo este que poderá evoluir tragicamente se o seu tratamento não for feito de acordo.

12)Osteítes:

Trata-se de uma infecção do osso e se refere mais propriamente aos processos circunscritos ao processo alveolar e geralmente sem repercussão mais séria para o estado geral do paciente.

O tratamento é cirúrgico e consiste na retirada do seqüestro e na eliminação das fungosidades inflamatórias que quase sempre estão presentes também, e do dente responsável. O acesso e o tratamento da loja é o mesmo de outros tipos de cirurgia, tais como cistectomia, curetagem periapical.

13)Fístulas Cutâneas:

A drenagem espontânea por via extra-bucal de um abscesso, a supressão prematura de uma drenagem cirúrgica, a eliminação insuficiente das secreções, a drenagem excessivamente prolongada ou a permanência de um corpo estranho no fundo da ferida, mantendo a supuração e a fístula, são em linhas gerais as causas de formação destas fístulas.

Antes de mais nada, efetiva drenagem ou o dente responsável ser tratado ou extraído, pois somente posteriormente poderá ser realizado o tratamento para eliminação da fístula.

Deve ser realizado uma incisão de forma elíptica, previamente demarcada com violeta genciana. Após uma anestesia terminal infiltrativa estrabucal, com uma lâmina 10 faz-se a diérese. Em seguida divulsiona-se a pele juntamente com o conduto fistuloso seccionando-o ao nível do periósteo, retirando assim todo o conjunto. Após uma divulsão subcutânea das bordas da ferida , é realizada a sutura por planos: o plano profundo é suturado com cat-gut 3.0 e depois a pele com fios de algodão, mersilene ou nylon.

14)Infecção focal:

Bactérias dos dentes, amídalas, próstata, vesícula, etc podem migrar através da corrente sanguínea e produzir enfermidade crônica nas articulações.

GROSMANN: excetuados os casos esporádicos de endocardite bacterina sub-aguda, relacionados com extrações, mormente quando as válvulas do coração já estão enfraquecidas, a relação entre foco dentário e doenças gerais tem sido difícil de estabelecer.

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Entretanto, o foco dentário como a infecção em qualquer outra parte do corpo deve ser eliminado, quer pelo tratamento clínico, ou cirúrgico, de modo a não prejudicar o mecanismo defensivo do corpo.

15)Curso Evolutivo do Abscesso periapical agudo:

• Abscesso Periapical Agudo ou fase inicial:

• é caracterizado como sendo uma pericementite apical aguda infecciosa, em grau mais adiantado; os sintomas se assemelham a: dor a percussão, extrusão dental, discreta mobilidade, ligeira dor espontânea, púlsatil localizada, congestionamento do sulco gengival e edema mole ou sem edema.

• se nesta fase não for instituído o tratamento; antibioticoterapia e drenagem via canal + bochecho água morna ou exodontia; o processo evolui comprometendo o osso alveolar em maior extensão.

• Abscesso Periapical Agudo em evolução:

• ocorre um aumento dos gânglios linfáticos juntamente com a sensação dolorosa.O pus dirige-se as regiões menos densas do tecido ósseo e rapidamente pelo periósteo. Pode surgir o edema que é conseqüência da transudação plasmática que ocorre em torno da área supurada.

• sem o tratamento a coleção purulenta ganha o tecido subcutâneo e aumenta o edema.

• os sinais e sintomas descritos anteriormente são os mesmos porém estão agravados, principalmente a sintomatologia dolorosa e a mobilidade podendo se estender a dentes contíguos; surgindo a tumefação dos tecidos moles que recobrem a região periapical. O pus rompe os tecidos moles e drena na cavidade bucal ou se dirige para a pele.

• Abscesso Periapical agudo evoluído:

• presença de sintomas gerais como: febre, insônia, anorexia, mal-estar e dor de cabeça.

• presença de mobilidade dental, gengiva edemaciada e com flutuação, dor dental atenuada e aspecto extra-bucal edema com flutuação.

16)Plano de Tratamento:

• Abscesso inicial:

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• abertura coronária

• bochechos água morna e sal

• exodontia

• Abscesso em Evolução:

• fisioterapia com calor

• antibioticoterapia

• se o abscesso tende a drenar intrabucal recomenda-se bochechos + antibiótico

• drenar para a pele recomenda-se compressas e infra vermelho até que se tenha ponto de flutuação

• Abscesso evoluído:

• antibioticoterapia

• drenagem (intra ou extra bucal)

• exodontia

17)Esquema terapêutico:

• Critério para escolha:

• flora bacteriana e estado do paciente

• via de administração, absorção, distribuição, metabolismo e eliminação

• localização e diagnóstico clínico - etiológico

• Esquema:

INFECÇÃO DENTO ALVEOLAR

(STREPTOCOCOS, STAFILOCOCOS GRAM - E BACTÉRIAS ANAERÓBIAS)

DOR SEVERA AUSÊNCIA DE DOR

INFECÇÃO AGUDA INFECÇÃO CRÔNICA

EDEMA PRESENTE SEM EDEMA BACTÉRIA GRAM- E STREPT.

STREPTOCOCOS DRENAGEM Ñ DRENAGEM

DOR SEVERA DOR

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Referências Bibliográficas

1. TOPAZIAN, R.G., GOLBERG, M.H. Infecções maxilo-faciais e Orais. Ed.Santos. São Paulo.1ª ed. 650p.1987.

2. LEONARDO, M.R., LEAL, J.M., SIMÕES-FILHO, A.P. Endodontia: tratamento dos canais radiculares. Ed.Panamericana. Sao Paulo. 1ª ed. 416p.1982.

3. GREGORI, C. Cirurgia Buco-Dento-Alveolar. Savier, São Paulo, 217p.1996. 4. HOWE, G.L. Cirurgia Oral Menor. 3ª ed., São Paulo, ed. Santos, 430p.1990.

5. PETERSON, L.J., ELLIS III, E., TUCKER, M.R. Cirurgia Oral e Maxilofacial Contemporânea. 3ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2000, 702p.

Referências

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