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Avaliação pós-ocupação de conjunto habitacional horizontal de interesse social na cidade de Santo Augusto - RS

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO

GRANDE DO SUL – UNIJUI

MATHEUS SPEROTTO

AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO DE CONJUNTO HABITACIONAL

HORIZONTAL DE INTERESSE SOCIAL NA CIDADE DE SANTO

AUGUSTO - RS

Ijuí 2015

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MATHEUS SPEROTTO

AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO DE CONJUNTO HABITACIONAL

HORIZONTAL DE INTERESSE SOCIAL NA CIDADE DE SANTO

AUGUSTO - RS

Projeto de Trabalho de Conclusão de Curso de Engenharia Civil apresentado como requisito parcial para obtenção do título de Engenheiro Civil.

Orientador(a): Lia Geovana Sala

Ijuí 2015

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MATHEUS SPEROTTO

AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO DE CONJUNTO HABITACIONAL

HORIZONTAL DE INTERESSE SOCIAL NA CIDADE DE SANTO

AUGUSTO - RS

Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado adequado para a obtenção do título de ENGENHEIRO CIVIL e aprovado em sua forma final pelo professor orientador e pelo membro da banca examinadora.

Ijuí, 03 de Dezembro de 2015.

Prof. Lia Geovana Sala Mestre pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) - Orientadora Prof. Lia Geovana Sala Coordenador do Curso de Engenharia Civil/UNIJUÍ

BANCA EXAMINADORA Prof. Tarcisio Dorn de Oliveira (UNIJUÍ) Mestre pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) Prof. Lia Geovana Sala Mestre pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) - Orientadora

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho a toda minha família e namorada, mas, principalmente, aminha mãe,que sempre me apoiou e ajudou nas horas de aperto.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus por ter me guiado a este curso e pela saúde recebida para conseguir conquistar meus objetivos.

Agradeço a minha professora e orientadora Lia, por ter suportado meus e-mails e recados pedindo ajuda, e também, por ter me apresentado a este tema que eu não conhecia, mas que com toda sua sabedoria, conselhos e bibliografia fornecida, fez parecer tão fácil e bom de trabalhar. Um dos meus maiores receios da faculdade era escrever o Trabalho de Conclusão de Curso, amenizado com o passar do tempo e sua orientação de grande profissional e grande pessoa.

Agradeço a minha família, pela confiança e incentivo depositados no meu potencial. Sem eles, este objetivo não seria concretizado. Também agradecer as oportunidades de estudo, trabalho e lazer que me proporcionaram, nunca medindo esforços para que as mesmas acontecessem sempre na medida certa.

Agradeço a minha namorada Gabriela pela ajuda, carinho e principalmente pela paciência e compreensão em aturar minha falta de tempo nos finais de semana para fazer este trabalho.

Agradeço a Prefeitura Municipal de Santo Augusto, mais especificamente a Secretaria de Supervisão e Planejamento e Secretaria Municipal de Habitação, Assistência Social e Cidadania, pelo tempo disponível e compreensão para me atenderem e também pelos dados fornecidos.

Agradeço a todos que me ajudaram ou torceram por mim de alguma forma. Muito obrigado, de coração!

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RESUMO

A Avaliação Pós-Ocupação (APO) de empreendimentos é muito importante para a melhoria da habitação de interesse social. A contribuição para avaliação dos resultados é significativa, pois pode identificar falhas e também qualidades em relação aos objetivos e ações do projeto. Assim, se cria uma oportunidade de conhecimento sobre os usuários e também sobre o uso, a manutenção e a operação das edificações, aumentando a vida útil dos ambientes construídos e resultando na diminuição de falhas em projetos futuros semelhantes(FFC - FEDERAL FACILITIES COUNCIL, 2002; RABINOWITZ, 1984). O objetivo deste trabalho tem relação com a verificação da satisfação dos usuários do Núcleo Habitacional São Cristóvão em Santo Augusto, RS, em relação as suas necessidades e também a tipologia construída. A metodologia envolveu os moradores das habitações, que através da aplicação de uma entrevista estruturada, avaliaram o nível de sua satisfação em relação à moradia e o seu entorno, e deram sugestões de melhorias no final da entrevista. Também, através da visita técnica, foi realizada a avaliação técnica visual das habitações, apontando pontos positivos e negativos das mesmas. O núcleo habitacional contém 30 unidades, sendo que todas as unidades, responderam a APO. Considerando os resultados da entrevista, principalmente os relatos dos usuários, evidenciaram que sua principal preocupação é com o estado precário da pavimentação juntamente com a organização em geral do local. Com a avaliação técnica, constatou-se, em relação à planta baixa do empreendimento, que o banheiro está localizado ao lado da cozinha, totalmente fora dos padrões normais de arquitetura. Por fim conclui-se que a satisfação dos usuários com o empreendimento foi alta, contudo, os resultados obtidos podem contribuir para projetos futuros semelhantes.

PALAVRAS CHAVES: Satisfação do usuário, Núcleo Habitacional São Cristóvão, conforto do usuário, tipologia construtiva.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Esquema da APO ... 23

Figura 2: Modelo de processo para APO... 27

Figura 3: Localização de Santo Augusto, RS ... 33

Figura 4: Localização do bairro São João no mapa de Santo Augusto ... 34

Figura 5: Núcleo habitacional São Cristóvão (visão aérea) ... 35

Figura 6: Núcleo habitacional São Cristóvão ... 35

Figura 7: Sexo dos Moradores ... 38

Figura 8: Idade dos Moradores ... 39

Figura 9: Número de Moradores por Imóvel ... 40

Figura 10: Há Quanto Tempo Mora no Local? ... 41

Figura 11: Placa de vende em uma das casas ... 41

Figura 12: Participação em outro programa de habitação ... 42

Figura 13: Compraria outro imóvel no mesmo bairro? ... 42

Figura 14: Recomendação de aquisição do imóvel a alguém ... 43

Figura 15: Orientação quanto a manutenção do imóvel ... 43

Figura 16: Atendimento prestado ... 44

Figura 17: Informações fornecidas para participação do programa ... 44

Figura 18: O atendimento ao beneficiário após a entrega ... 45

Figura 19: Opiniões, ideias e contribuições... 46

Figura 20: Integração entre futuros moradores... 46

Figura 21: Temperatura interna no verão ... 47

Figura 22: Núcleo sem arborização ... 47

Figura 23: Temperatura interna no inverno ... 48

Figura 24: Iluminação natural interna ... 48

Figura 25: Iluminação artificial na residência ... 49

Figura 26: Instalações elétricas... 49

Figura 27: Instalações hidráulicas/sanitárias ... 50

Figura 28: Qualidade dos materiais de construção ... 51

Figura 29: Janela reformada ... 51

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Figura 31: Qualidade do acabamento ... 52

Figura 32: Acústica ... 53

Figura 33: Área dos dormitórios ... 53

Figura 34: Área da cozinha ... 54

Figura 35: Área da sala de estar... 54

Figura 36: Área da área de serviço ... 55

Figura 37: Área de serviço externa ... 55

Figura 38: Área do banheiro ... 56

Figura 39: Localização do banheiro ... 56

Figura 40: Refluxo na tubulação ... 57

Figura 41: Incidência de mau cheiro ... 58

Figura 42: Umidade no imóvel ... 58

Figura 43: Pintura precária ... 59

Figura 44: Sinais de rachadura ... 59

Figura 45: Plantio de árvores no entorno... 60

Figura 46: Embelezamento do entorno da moradia ... 60

Figura 47: Entorno do Núcleo ... 61

Figura 48: Entorno do Núcleo (b)... 61

Figura 49: UH apropriada ao número de membros da família ... 62

Figura 50: Pretensão de ampliar a família ... 63

Figura 51: Ampliação/modificação ... 63

Figura 52: Bons exemplos de ampliações ... 64

Figura 53: Maus exemplos de ampliações ... 64

Figura 54: Desejo de fazer ampliação/modificação ... 65

Figura 55: Possui automóvel? ... 66

Figura 56: Pretende adquirir automóvel? ... 66

Figura 57: Espaço para guardar o automóvel ... 67

Figura 58: Pretende construir garagem? ... 67

Figura 59: Garagem inacabada ... 68

Figura 60: Fornecimento de água ... 69

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Figura 62: Energia elétrica ... 70

Figura 63: Coleta de lixo ... 70

Figura 64: Lixo: no primeiro dia de visita técnica... 71

Figura 65: Lixo: no último dia de visita técnica (5 meses depois) ... 71

Figura 66: Iluminação pública ... 72

Figura 67: Pavimentação ... 72

Figura 68: Organização e manutenção paisagística do local ... 73

Figura 69: Estado precário do entorno do núcleo ... 73

Figura 70: Estado precário do entorno do núcleo (2) ... 74

Figura 71: Segurança ... 74

Figura 72: Escola ... 75

Figura 73: Creche ... 76

Figura 74: Posto de saúde ... 76

Figura 75: Comércio em geral ... 77

Figura 76: Lazer... 77

Figura 77: Você está satisfeito com seu imóvel? ... 78

Figura 78: Pavimentação precária ... 79

Figura 79: Casa cercada ... 80

Figura 80: Casas sem divisões ... 80

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Distribuição da População Brasileira de 1940 a 2010. ... 17 Tabela 2: Níveis de Avaliação Pós-Ocupação ... 25

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LISTA DE SIGLAS

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas APO Avaliação Pós-Ocupação

FAS Fundo de Apoio ao Desenvolvimento Social FNHIS Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social GAP Grupo de Arquitetura e Planejamento

HIS Habitação de Interesse Social NBR Norma Brasileira

PlanHab Plano Nacional pela Moradia Digna PNH Plano Nacional de Habitação

RS Rio Grande do Sul

SEHAS Secretaria Municipal de Habitação,Assistência Social e Cidadania SNHIS Sistema Nacional de Habitação de Interesse Social

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas UBS Unidade Básica de Saúde

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ... 13

1 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ... 15

1.1 PROGRAMA DE HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL ... 15

1.2 AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO ... 20 1.3 JUSTIFICATIVA ... 29 2 METODOLOGIA ... 30 2.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA ... 30 2.2DELINEAMENTO DA PESQUISA ... 30 2.3 LOCAL DO ESTUDO ... 32

3 RESULTADOS E ANÁLISES DOS RESULTADOS ... 36

3.1 LEVANTAMENTO DE DADOS ... 36

3.2 AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO ATRAVÉS DA ENTREVISTA ESTRUTURADA E AVALIAÇÃO TÉCNICA VISUAL ... 37

3.2.1 Elaboração e Aplicação da Entrevista Estruturada ... 37

3.2.2 Apresentação dos Resultados ... 38

3.2.3 Sugestões dos Entrevistados ... 78

4 CONCLUSÃO ... 82

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ... 84

ANEXO A - PLANTA DE FRACIONAMENTO DOS TERRENOS DO NÚCLEO HABITACIONAL SÃO CRISTÓVÃO ... 88

ANEXO B - PLANTA BAIXA DAS UNIDADES HABITACIONAIS ... 90

ANEXO C - PLANTA DO PROJETO HIDROSSANITÁRIO ... 92

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INTRODUÇÃO

A Avaliação Pós-Ocupação (APO) de residências unifamiliares que se enquadram no Sistema Nacional de Habitação de Interesse Social (SNHIS) é a abordagem central do presente trabalho. A APO foi realizada através de entrevistas aos moradores de um Núcleo Habitacional da cidade de Santo Augusto (RS), e avaliou o desempenho das edificações em uso.Questões envolvendo o atendimento das necessidades dos usuários, seu grau de satisfação quanto aos sistemas adotados para a construção e a gestão do local forneceram dados importantes que poderão ser utilizados na melhora de projetos similares no futuro.

As cidades brasileiras, principalmente as metrópoles, sempre enfrentaram um crescimento desordenado de seu espaço e de sua população, gerando um grande quadro de desigualdade social, dificultando para grande parte da população a aquisição de um terreno ou de sua moradia. Invasões, formações de favelas e loteamentos clandestinos, foram a tônica por muito tempo, para a maioria da população, construir ou ocupar seu espaço. Atualmente, diversas ações e programas habitacionais pretendem contornar esta situação, o que gera também a necessidade de avaliar estas ações e estes programas para a sua crescente melhora, através da APO(MORAES, 2008).

Pesquisas voltadas à fase de uso, operação e manutenção, principalmente em municípios com menos de 20.000 habitantes, não são comuns. Pelo contrário, são raras. Em Santo Augusto, município pequeno do interior do Rio Grande do Sul, não há registros de aplicações de APO's anteriormente a esta pesquisa, sendo, portanto, este trabalho um fato inédito para a localidade.

Na perspectiva do ineditismo, o foco do presente trabalho concentrou-se nos seus ocupantes e suas necessidades, pois segundo Dantas (2011), a qualidade do ponto de vista técnico perde a validade se não for percebida pelo usuário e só quem percebe a qualidade do produto é quem o consome. Embora subjetiva, a avaliação dos usuários reflete o grau de identificação do morador com o seu ambiente (MORAES, 2008).

Especificamente, este trabalho teve como objetivos a análise na ótica do usuário e a análise técnica das habitações. O primeiro levou em conta o usuário em relação ao seu nível de satisfação quanto à localização da residência, sua funcionalidade, aspectos acústicos, de conforto térmico, lumínico e de ventilação. Por sua vez, a análise técnica verificou a funcionalidade do

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projeto arquitetônico e possíveis ampliações/alterações, seu desempenho e materiais utilizados em função do uso. Investigou possíveis falhas construtivas, sem deixar de considerar se o imóvel atendia as necessidades dos moradores.

O local escolhido para aplicação do trabalho em questão foi um Núcleo Habitacional - Condomínio Unifamiliar - com 30 casas unifamiliares, em bairro distante do centro de Santo Augusto, financiado a partir do Programa Habitacional Federal “Minha Casa, Minha Vida”. Foi entrevistado um morador de cada residência, no mínimo. Após a entrevista aplicada, os dados foram compilados e apresentados em formas de gráficos e comparações.

Nesse contexto, entende-se que os profissionais da área da construção civil são também responsáveis por buscar alternativas técnicas viáveis na batalha de minorar as necessidades sociais latentes no país. Com a constância dos estudos desses profissionais é possível se chegar à elaboração e execução de projetos habitacionais de alto nível com conforto, economia e segurança aos usuários.

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1 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

1.1 PROGRAMA DE HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL

Segundo Romero e Ornstein (2003), a Habitação de Interesse Social (HIS) vem sendo tratada principalmente como uma necessidade vital que todo o ser humano tem direito, mas também é preciso entender que o homem, como um ser que vive em sociedade, não pode dispensar outras características que são inerentes à sua cidadania e, portanto, à sua necessidade habitacional.

Rodwin (1987) observa que a necessidade de abrigo vem sendo conduzida em termos do assentamento humano e consequente desenvolvimento regional e do país.Porém, apesar de serem feitos grandes esforços em prol de uma maior oferta habitacional, as condições das pessoas mais pobres apresentam significativa desvantagem, mostrando que ainda existe uma considerável exclusão social. Ou seja, as famílias tem dificuldade de se incorporar em relação ao desenvolvimento cultural, social e econômico do seu local.

Com o passar dos anos, a questão habitacional de interesse social sofreu uma mudança na maneira de ser encarada. Antigamente se pensava, apenas, em desocupar as unidades insalubres e construir outras habitações. Isto gerava outros tipos de problemas nas moradias novas, como distância do local de trabalho disponível, não resolvendo os problemas antigos. Atualmente, os programas habitacionais desenvolvidos pelos governos, procuram, ao máximo, respeitar a habitação existente com padrões muito mais rígidos para as construções novas, bem como realizar uma reurbanização nos locais críticos existentes evitando até doenças geradas por lugares mal cuidados (ROMERO; ORNSTEIN, 2003).

Sabe-se que em tais programas, os recursos para construção de unidades habitacionais são mínimos ou até insuficientes para a execução de uma obra considerada de alta qualidade e segura. Neste sentido, Romero e Omstein (2003), atentam para que o cuidado seja redobrado, pois, na maioria das vezes, os materiais utilizados são de baixa qualidade causando uma rápida deterioração do imóvel. Paralelo a isso, também há a dificuldade sobre a implantação da infraestrutura considerada adequada. Geralmente, não se observa a legislação existente que prevê

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a venda de um lote urbano somente perante a aprovação do município em relação a implementação da infraestrutura adequada do loteamento.

É importante ressaltar que os atuais problemas urbanos, relacionados ao déficit habitacional brasileiro, refletem um século de políticas, que não consideraram a população mais pobre economicamente (MASTELLA, 2014). Para melhor entender esta caracterização da questão social, é importante uma retomada histórica da habitação urbana no país.

Entre o final do século XIX e os anos de 1930, há uma série de acontecimentos que influenciaram decisivamente a formação e a ampliação dos espaços urbanos no País. Como fim da escravidão, os negros foram expulsos das áreas rurais fazendo com que milhares deles migrassem para a cidade.Ao mesmo tempo, os imigrantes europeus chegaram ao Brasil para trabalhar na embrionária indústria brasileira e também nas áreas rurais.Esses são alguns dos fatores que provocaram o aumento da população urbana, principalmente nas cidades de São Paulo e do Rio de Janeiro. Isto acarretou uma grande demanda não só por moradia, mas também transportes e demais serviços urbanos, até então inexistentes (MARICATO,1997).

Segundo Jacques (2008), com a libertação dos escravos se deu o início do êxodo rural. Os alforriados fugiam de seus antigos opressores, refugiando-se nas áreas urbanas. Assim, constituíam os aglomerados periféricos de sub-habitações nas grandes cidades, originando o grande problema habitacional no Brasil. Neste período,aconteceu o início da Industrialização que também contribuiu para o déficit de habitações. O governo da época construiu as denominadas “vilas operárias” para abrigar os operários e suas famílias. Embora houvesse isenção de impostos para facilitar a construção, o controle dos preços dos aluguéis e estabelecimentos de cotas para construções e substituições de cortiços era mantido pelo governo.

O GAP- Grupo de Arquitetura e Planejamento - (1985),entende que as iniciativas tomadas pelos governos da República Velha (1889-1930), no sentido de produzir habitação ou de regulamentar o mercado de locação residencial, eram praticamente nulas. Em função disso, a base de sustentação política do novo regime teve de ser modificada, incorporando novos setores sociais emergentes, destacando-se as massas populares urbanas (BONDUKI, 1994).Surge assim na história brasileira um novo personagem: as massas populares urbanas, que passam a garantir a legitimidade ao novo Estado brasileiro(WEFFORT, 1980).

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A partir dos anos trinta, as classes produtivas, especialmente os trabalhadores das indústrias e dos transportes, receberam uma atenção especial dos Órgãos Governamentais. Políticas de atendimento habitacional começaram a ser desenvolvidas em detrimento da população carente e sem renda, que viriam a alargar a ocupação de morros e baixios nas grandes cidades. É compreensível que a problemática da moradia acelerou com o crescimento geométrico da população (JACQUES, 2008).

Segundo Dumont (2014), em 1930, o governo Getúlio Vargas resolveu incentivar e aprofundar as mudanças e o crescimento que vinha acontecendo na estrutura das cidades brasileiras. Quando ele produziu um modelo de desenvolvimento sustentado pela substituição de importações,gerou uma industrialização e urbanização do País. A partir dessas políticas, o País viveu um intenso processo de urbanização, como se pode ver na Tabela 1:

Tabela 1: Distribuição da População Brasileira de 1940 a 2010.

Fonte: DUMONT (2014)

Na década de 40, a população urbana no Brasil era de 31,2%, e em 2000, essa população mais do que dobrou, acelerando o processo de urbanização do país, durante o século XX. Uma das características desse processo de urbanização é a concentração e a centralização de população e de poder no território (MARICATO, 2005).

É ao final da década de 1930, que se começa uma política para a habitação. A partir daquele momento o governo assumiu cada vez mais o problema do déficit habitacional. Tornou a

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ciência e a técnica um fator de maior relevância que os conceitos de embelezamento. Deste modo os problemas urbanos em geral são colocados em um âmbito social. Atualmente, o governo dispõe de várias medidas e programas implementados para tentar solucionar o déficit habitacional brasileiro. No entanto, o número de moradias necessárias não parou de aumentar, levando os órgãos responsáveis pelo setor a desenvolver outras soluções como os programas habitacionais que são baseados em orçamentos fechados e exclusivos para a moradia popular (MASTELLA, 2014).

Na atualidade, foram observadas, no cenário macroeconômico brasileiro,mudanças estruturais que desenharam um cenário propício para garantir o sucesso de uma política habitacional de longo prazo, especialmente voltada para a baixa renda. Através de processo participativo, foi elaborado o Pacto Nacional pela Moradia Digna (PlanHab), fundamental no conjunto de ações para atingir o principal objetivo do Plano Nacional de Habitação (PNH): universalizar o acesso à moradia digna para todo cidadão brasileiro. Essa política foi efetivada a partir da constituição de um Sistema (MINISTÉRIO DAS CIDADES, 2015).

O Sistema Nacional de Habitação de Interesse Social (SNHIS),criado dia 16 de Junho de 2005, e instituído pela Lei Federal nº 11.124/05, disciplina políticas e programas pertinentes à habitação, centralizando todos os programas e projetos destinados à habitação de interesse social. É integrado pelos seguintes órgãos e entidades: Ministério das Cidades, Conselho Gestor do Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social, Caixa Econômica Federal, Conselho das Cidades, Conselhos, Órgãos e Instituições da Administração Pública direta e indireta dos Estados, Distrito Federal e Municípios, relacionados às questões urbanas e habitacionais, entidades privadas que desempenham atividades na área habitacional e agentes financeiros autorizados pelo Conselho Monetário Nacional (MINISTÉRIO DAS CIDADES, 2015).

O Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social (FNHIS),integrante da mesma Lei (nº 11.124), criado em 2006,tem como meta centralizar os recursos orçamentários dos programas de Urbanização de Assentamentos Subnormais e de Habitação de Interesse Social, inseridos no SNHIS. A composição do FNHIS se dá por recursos vindos das várias entidades, como do Orçamento Geral da União, do Fundo de Apoio ao Desenvolvimento Social (FAS), dotações, recursos de empréstimos externos e internos, contribuições e doações de pessoas físicas ou jurídicas, entidades e organismos de cooperação nacionais ou internacionais e receitas de

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operações realizadas com recursos do FNHIS. A Lei assegura que vários recursos sejam aplicados como, por exemplo, na compra,construção, conclusão,melhoria, reforma, locação social e arrendamento de unidades habitacionais. Ainda podem ser aplicados na produção de lotes urbanizados para fins habitacionais, na regularização fundiária e urbanística de áreas de interesse social, ou na implantação de saneamento básico, infraestrutura e equipamentos urbanos, complementares aos programas de habitação de interesse social (MINISTÉRIO DAS CIDADES, 2015).

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1.2 AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO

"A preocupação com a qualidade na Construção Civil é bastante antiga, tanto que há 4.000 anos o Código de Hamurabi, na Mesopotâmia, já estipulava cinco regras para prevenir defeitos nos edifícios" (ROMÉRO; ORNSTEIN, 2003).

Jacques (2008) define que, no Brasil, os processos construtivos já são bem conhecidos. Porém, devido a ausência de pesquisas referentes ao uso, manutenção e a operação das edificações, a visão do sistema de processo fica comprometida, resultando na diminuição da vida útil dos ambientes construídos e falhas em projetos de futuros edifícios semelhantes.

Segundo Romero e Ornstein (2003), são poucos os países que possuem indicadores sobre a origem dos problemas patológicos nas construções, inclusive nos países desenvolvidos. Os índices de patologias mais altos encontradas durante o uso do imóvel, em países como Bélgica, Alemanha, Inglaterra e Dinamarca, são decorrentes de falhas de projeto e patologias com origem na execução. No caso do Brasil, se tem conhecimento que, o fator preponderante das patologias e falhas na etapa da execução, ocorre em função da baixa qualidade da mão-de-obra. Por outro lado, nessa década os estudos sobre qualidade nas obras têm aumentado consideravelmente.

Baseado nisso, Romero e Ornstein (2003), definem a APO como uma estrutura de métodos e técnicas que diagnosticam fatores positivos e negativos do ambiente no decorrer do uso, analisando elementos como: os fatores socioeconômicos; infraestrutura e superestrutura urbanas dos sistemas construtivos; conforto ambiental; conservação de energia; fatores estéticos; funcionais e comportamentais. O método leva em consideração o ponto de vista dos próprios avaliadores, projetistas, clientes e dos usuários.

Conforme Preiser (2002), a APO é projetada para sistematicamente avaliar o desempenho das construções depois de construídas e ocupadas por algum tempo pelos usuários. Esta abordagem é focada nos requerimentos dos ocupantes das construções, incluindo saúde, segurança, funcionalidade e eficiência, conforto psicológico, qualidade estética e satisfação, o que difere de outras avaliações de desempenho dos edifícios.

Nakamura (2013) articula que, a APO é um conjunto de métodos e técnicas que visam avaliar o desempenho de edificações em uso, considerando não somente o ponto de vista do

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arquiteto, mas também o grau de satisfação dos usuários.Quando bem realizada, a APO pode gerar diagnósticos para fundamentar recomendações e intervenções no edifício, além de fornecer informações importantes para respaldar projetos similares no futuro.

A APO é baseada na aplicação de questionários feitos aos usuários das moradias sobre as suas necessidades. Essas respostas podem fornecer indicadores úteis para os processos de planejamento, programação, projeto e construção de uma habitação. Também se destaca a sua importância, por identificar os fatores negativos e positivos dos projetos. Os fatores positivos devem ser cadastrados e recomendados em futuros projetos similares. No caso dos negativos, devem ser determinadas recomendações para que sejam minimizados os problemas e se oportunize as correções necessárias do que foi detectado, utilizando os resultados destas avaliações para realimentar o ciclo do processo de produção e uso de ambientes de futuros projetos (FFC - FEDERAL FACILITIES COUNCIL, 2002; RABINOWITZ, 1984).

Marconi e Lakatos (1999), mostram que tanto os modelos utilizados em formulários quanto em questionários, seguem o padrão onde as questões são de múltipla escolha. As perguntas são fechadas, nas questões de múltipla escolha, mas apresentam uma série de possíveis respostas, abrangendo vários lados do mesmo assunto. As respostas ainda podem ser de forma única ou múltipla, devendo o pesquisador explicitar em cada caso.

Jacques (2008), mostra que pode haver dois tipos de avaliação do ambiente construído: a) Avaliação Técnica: que abrange ensaios em laboratório ou in loco, ou seja, com ou

sem o controle das condições ambientais de exposição;

b) Avaliação a partir do ponto de vista dos usuários (avaliação comportamental). A APO se destaca das avaliações de desempenho “clássicas” feitas pelos laboratórios dos institutos de pesquisa, pois seu foco principal é considerar o atendimento das necessidades e/ou o nível de satisfação dos usuários fundamental, sem desconsiderar a importância da avaliação do desempenho físico(ROMÉRO; ORNSTEIN, 2003).

Segundo Miron (2008), apesar do crescente desenvolvimento de muitos estudos sobre a questão habitacional, o atendimento das necessidades dos usuários ainda possui muitas lacunas. É

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preciso que haja uma melhora com relação a definição de soluções de projeto, para que aumente o valor percebido ou a satisfação do usuário final.

Galster (1987) defende que o significado de satisfação do usuário não pode ser desassociado do fato de que as pessoas baseiam suas opiniões em critérios de comparação entre seu ambiente atual e suas aspirações futuras, recebendo influência de características como classe social e faixa etária.

Moraes (2008) define a avaliação como a atribuição de valor a um determinado objeto, o que está fortemente relacionado ao juízo do avaliador. Deste modo, a avaliação do usuário está relacionada a dois conceitos: percepção e a satisfação.

Gifford (1996) destaca que a percepção se caracteriza por ser a coleta inicial de informações através dos sentidos. O termo percepção, chamado também de percepção ambiental, é utilizado em um aspecto mais amplo, ou seja, como o usuário avalia o ambiente a partir do seu entendimento.

Sobre o termo satisfação, Amole (2008) afirma que não há concordância em relação a que tipo de modelo de avaliação ela corresponda. Ainda destaca que vários autores configuram a satisfação de modo diferente. Enquanto uns classificam-na como genuinamente cognitiva, outros consideram que a satisfação é um sentimento. Portanto, a satisfação aproxima-se do conceito relacionado a qualidade de vida, isto é, está associada tanto a percepção do indivíduo quanto às suas vivências e desejos. Dantas (2011) ressalta que a qualidade do ponto de vista técnico não possui validade caso não seja percebida pelo usuário, afirmando que só quem percebe a qualidade do produto ou do serviço é quem o consome.

Romero e Ornstein (2003) mostram que as análises e diagnósticos positivos da APO devem ser cadastrados e recomendados para futuros projetos semelhantes.Da mesma forma, os fatores negativos, desde que embasem pesquisas a fim de realimentar ciclos de processos de produções futuras, pois a APO faz parte de um ciclo processual construtivo, conforme mostra a Figura 1:

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Figura 1: Esquema da APO

Fonte: (ROMERO; ORNSTEIN, 2008).

Segundo Mastella (2014), a APO está ligada às áreas de Ciências Sociais e/ou à Tecnologia/Construção Civil, que se desenvolveu de modo distinto em diversos países. No Brasil, as pesquisas na área avaliam aspectos funcionais, comportamentais e técnicos da edificação, o que inclui uma pesquisa acerca dos aspectos construtivos, das condições de conforto ambiental e do consumo energético. Ainda observa os fatores funcionais que correspondem ao estudo da dimensão dos ambientes, dos fluxos de pessoas, materiais e das possibilidades de realizar as atividades.

A avaliação apresenta como preceito o fato de que os edifícios e espaços livres em uso, independentemente de sua função, devem estar sujeitos a permanente avaliação. Essa avaliação pós-obra é fundamental, pois além de atender as normas técnicas, garante a melhoria contínua do resultado (NAKAMURA, 2013).

Rheingantz et al. (1997), afirma que, de forma inconsciente e não explícita, o desempenho das habitações é avaliado diariamente. Por exemplo, a performance acústica é avaliada, quando se ouve conversas ou ruídos de ambientes vizinhos. Da mesma maneira,são avaliados informalmente a temperatura, a qualidade da iluminação (natural ou artificial), do mobiliário, dos

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acabamentos e a visão do exterior através das aberturas. Neste caso, as situações vivenciadas pelo usuário são os critérios usados para a avaliação.

Apesar de, há mais de 40 anos a APO ser um método utilizado em vários países desenvolvidos, no Brasil, seu emprego teve início apenas no final da década de 70 e foi restrito à avaliação do comportamento de empreendimentos promovidos pelo Estado de São Paulo. Enfocava, principalmente, a avaliação de habitações de interesse social, em instituições como escolas e hospitais, edifícios de escritórios e de áreas livres como praças e parques (ORNSTEIN; ROMERO, 1992).

Ornstein (1995) possui uma organização desses enfoques da seguinte forma: Avaliação Técnico-Construtiva e Conforto Ambiental,itens que se subdividem em dois itens:

a) Materiais e técnicas construtivas, que relaciona pontos como: estrutura, junta de dilatação, cobertura, impermeabilização etc.;

b) Conforto ambiental, que demonstra preocupação com: iluminação e ventilação (naturais e artificiais), conforto acústico e térmico, conservação de energia etc. Avaliação Técnico-Funcional: Procura avaliar o desempenho funcional do espaço resultante entre aquele proposto originalmente e aquele construído. Podemos relacionar: áreas de lazer, de descanso, de circulação, ocupadas, em uso etc.; fluxos de trabalho, sinalização, orientação etc.;

Avaliação Técnico-Econômica: Relação custo versus benefício; variações de custo por área construída, em função da largura ou comprimento da planta-tipo, da altura etc.; custos com manutenção do edifício etc.;

Avaliação Técnico-Estética: Cores, texturas, volumetria, etc.;

Avaliação Comportamental: São as variáveis que lidam com o ponto de vista do usuário: privacidade, território, adequação ao uso e à escala humana etc.;

Estrutura Organizacional: Preocupa-se com as subviráveis não necessariamente de ordem física. Podem fazer referência a problemas de ordem funcional ou gerencial de uma empresa;

(25)

Segundo Preiser (1988), a Avaliação Pós-Ocupação é um processo que utiliza uma conduta sistemática e rigorosa, com diversas técnicas de pesquisa e níveis, após a edificação ter sido ocupada por um determinado período de tempo. A seguir, a Tabela 2 mostra estes níveis:

Tabela 2: Níveis de Avaliação Pós-Ocupação

Fonte: (PREISER, 1988)

Preiser (1988) nos mostra que em função dos objetivos do usuário e do tempo necessário, a APO, pode ter características de melhorias a curto, médio e longo prazo:

• Indicativa (ou de curto prazo): visita ao ambiente estudado e entrevistas selecionadas com usuários-chave, indicação dos aspectos positivos e negativos do objeto estudado.

• Investigativa (ou de médio prazo): trata-se do nível anterior acrescido da explicitação de critérios referenciais de desempenho.

• Diagnóstico (ou de longo prazo): define detalhadamente critérios de desempenho, utiliza técnicas sofisticadas de medidas correlacionando aquelas físicas com as respostas dos usuários, tendo-se em mente a estrutura organizacional da entidade. Para tanto, exige recursos bem maiores do que os anteriores.

Esta não é a única classificação existente. Embora não seja considerada no presente trabalho, convém citar que Bechtel (1997), por exemplo, classifica a APO de outra maneira, definindo-a em cinco tipos: acadêmica, científica, colaborativa, institucional e empresarial.

(26)

A APO pode ser conduzida através de questionários, entrevistas e observações controladas. Nos questionários, são abordados junto aos usuários temas como conforto, adequação de layout, ergonomia, acessibilidade, entre outros. Os dados são tabulados em forma de gráficos, e as necessidades (áreas mais críticas), são detectadas. A partir da análise destes dados, as soluções são propostas (MASTELLA, 2014).

De acordo com Jacques (2008), o modelo de processo de uma APO, para conjuntos habitacionais como edifícios de apartamentos, unidades habitacionais, áreas livres, escolas, casas unifamiliares, está diagramado conforme o esquema da Figura 2.

(27)

Figura 2: Modelo de processo para APO

(28)

Conforme Nakamura (2013), a APO nem sempre é exigida pelos contratantes de projetos arquitetônicos. As construtoras, gerentes de facilidades e escritórios de arquitetura, vem incorporando gradativamente a APO em suas práticas, principalmente após a publicação do Código de Defesa do Consumidor no início dos anos 1990 e, também com a entrada em vigor da norma da ABNT NBR 15.575. Contudo, por demandar um custo que a maioria dos clientes não está disposta a pagar, as oportunidades que se tem para realizar uma APO são escassas. Em países desenvolvidos como Estados Unidos, Inglaterra, Japão e França, esse tipo de avaliação é tido como um importante instrumento de realimentação do sistema de desenvolvimento de novos projetos. Na maioria das vezes, a APO é utilizada em projetos de média e alta complexidade, como conjuntos residenciais com bastante grau de repetição na construção, além de hospitais, escolas, aeroportos, indústrias, entre outros.

Segundo Ornstein (1995), a Avaliação Pós-Ocupação é apoiada em análises técnicas e comportamentais, para examinar os problemas existentes nos edifícios. E, qualquer ambiente construído, complexo ou não, é capaz de avaliação.

Segundo Ornstein (1992), no Brasil a prática de controlar a qualidade da produção habitacional de interesse social praticamente inexiste. Mesmo assim, se faz necessária a avaliação da situação real desses conjuntos construídos, em relação à qualidade construtiva da unidade habitacional e do conjunto como um todo, como também em relação às condições ambientais, de modo que se possam promover o cultivo e a melhoria da cultura urbana, nos hábitos de viver em comunidade. Da mesma forma, é preciso identificar e mensurar a satisfação e as demandas dos moradores em relação a seu lugar de moradia, bem como avaliar de que forma ocorrem as relações entre o ser humano e o ambiente. Isto é, a relação da influência desses espaços no comportamento de seus habitantes e vice-versa, como se apropriam deles, se adequam e os alteram.

(29)

1.3 JUSTIFICATIVA

Avaliar é uma parte obrigatória do processo de concepção do projeto até o seu destino e uso final. Mesmo assim, em pleno século XXI, existem poucas pesquisas voltadas à fase de uso, operação e manutenção, principalmente nas unidades habitacionais de interesse social construídas em cidades com menos de 20.000 habitantes. Cidades de pequeno porte apresentam campo fértil para o objeto do presente trabalho.

O local de estudo proposto é Santo Augusto (RS), município com pouco mais de 14.000 habitantes e alguns programas habitacionais implementados. Como em Santo Augusto não há registros de que uma avaliação desse tipo tenha sido realizada, o presente trabalho se justifica pelo seu ineditismo. Sabe-se que as unidades habitacionais de interesse social juntamente com seus projetos, são implementados sempre da mesma forma nesta cidade. Por isso, a grande maioria das análises feitas e dados obtidos ao final deste trabalho, servirão como base aos outros programas de interesse social existentes na cidade ou em outros municípios.

O presente projeto se torna fundamental, pois considera a APO como importante instrumento para realimentar todo o sistema de desenvolvimento de novos projetos.Fazer a avaliação Pós-Ocupação se torna benéfico também ao próprio projetista, pois é a chance de observar como os materiais e o sistema como um todo se comportou, redefinindo os aproveitamentos dos mesmos em outros projetos (NAKAMURA, 2013).

(30)

2 METODOLOGIA

A base desta pesquisa será a realização de uma Avaliação Pós-Ocupação no estudo de caso que será desenvolvido na área constituída por residências unifamiliares de interesse social, na cidade de Santo Augusto, RS. Com o foco nos ocupantes e suas necessidades, espera-se perceber as consequências das decisões do projeto da edificação e sua performance, base para criação de edificações melhores no futuro. Expectativas baseadas em situações vivenciadas são os critérios de avaliação utilizados neste caso.

"O que determina a escolha de uma metodologia de pesquisa são os pressupostos que a sustentam aliados à especificidade do problema a ser investigado [...]" (FISCHER, 2004, p. 534). Assim,se torna indispensável conhecer os instrumentos que serão utilizados no estudo afim de que os objetivos da pesquisa sejam atingidos (MASTELLA, 2014).

2.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA

Do ponto de vista de sua natureza, o estudo se classifica como uma pesquisa básica. Do ponto de vista da forma da abordagem é uma pesquisa quanti-qualitativa. Os procedimentos caracterizam um estudo de caso, ou seja,seus objetivos tem por base uma pesquisa exploratória, devido ao envolvimento de levantamento bibliográfico, entrevistas baseadas nas experiências práticas, dos seus usuários,com o problema pesquisado, análises de exemplos que estimulem a compreensão, técnicas padronizadas de coleta de dados (entrevistas e observação sistemática) e descrição de um determinado grupo, por meio de observações, visitas, registros analisados e classificações.

2.2 DELINEAMENTO DA PESQUISA

Foi executada uma Avaliação Pós-Ocupação de uma área habitacional de interesse social formada por residências unifamiliares, em Santo Augusto, RS. O objetivo teve dois enfoques.

Primeiramente, a metodologia proposta para este trabalho, envolveu os moradores das residências contempladas na amostra, que através da entrevista estruturada, avaliaram o nível de satisfação dos usuários em relação as suas moradias. Isto forneceu elementos indicadores para abordagem técnica, no segundo enfoque. Os usuários tiveram a oportunidade de registrar

(31)

tecnicamente suas opiniões de alguns aspectos, simultaneamente, às entrevistas. Nesse registro, enfatizaram os pontos positivos e negativos em relação ao conforto, temperatura, ruídos, iluminação natural e/ou artificial, entre outros.

O segundo enfoque da pesquisa se deu a partir da avaliação técnica do projeto, das patologias encontradas nas habitações e ampliações realizadas após o término da construção. Sempre que possível, foram ressaltados pontos positivos e negativos, bem como a flexibilidade da tipologia construtiva adotada.

Com base nos estudos disponíveis no Brasil sobre APO, essa pesquisa teve a pretensão de tratar dos aspectos referentes à interação do usuário-ambiente, nas seguintes etapas:

I. realização da revisão bibliográfica dos temas a serem abordados. Basicamente, a pesquisa bibliográfica é um apanhado sobre os principais trabalhos científicos realizados sobre o mesmo tema revestidos de importância por fornecerem dados atuais e relevantes abrangendo publicações avulsas, livros, jornais, revistas, vídeos, internet, etc.;

II. coleta dos dados junto aos órgãos públicos e responsáveis pela elaboração do projeto, referentes ao programa habitacional implementado, bem como a caracterização do empreendimento de habitação de interesse social e dos programas em que estão inseridos;

III. visitas ao local inicialmente para o contato com a população e reconhecimento dos quesitos que foram analisados, visando conhecer o ambiente. O momento da aplicação da entrevista estruturada de satisfação do usuário, serviu também para a identificação visual de possíveis patologias;

IV. análise dos dados obtidos por meio de gráficos, tabelas, etc., gerando resultados e respostas das questões do estudo.

(32)

2.3 LOCAL DO ESTUDO

A história de Santo Augusto teve início a partir das Missões Religiosas dedicadas à catequese do indígena. No entanto, tais missões não deixaram marcas, já que se dedicaram especialmente à extração da erva-mate. A colonização e o povoamento tiveram origem no ano de 1918, com a instalação de uma casa comercial à margem da estrada que ligava a Colônia Militar do Alto Uruguai a Ijuí e Catuípe (este conhecido por Rio Branco).

Com a ideia de homenagear a família Chagas e perpetuar o nome da Fazenda, a Sra. Josefina Lucas Silva – Dona Fifina, esposa de Pompílio Silva, sugeriu então o nome de Santo Augusto, tornando-se definitivo tal nomenclatura ao local que até então já fora conhecido como Rincão de São Jacob e posteriormente Boca da Picada.

Em 28 de outubro de 1928, Santo Augusto passou a ser Distrito de Palmeira das Missões e em 1945, com a emancipação de Três Passos, passou a integrar este, na condição de Distrito.Em 1959, pela Lei Estadual nº 3.721, de 17 de fevereiro, foi criado o município de Santo Augusto. Em maio do mesmo ano foram realizadas as primeiras eleições para eleger os mandatários do município, sendo eleitos os Senhores Oswaldo Pio Andrighetto – para prefeito, e Arnaldo Macagnam – para Vice Prefeito. Em 30 de maio do mesmo ano foram empossados, sendo esta a data escolhida para comemorar o dia do município (IBGE, 2010).

Localizado na região Noroeste Colonial do Estado do Rio Grande do Sul, conforme a Figura 3, Santo Augusto possui 14.357 habitantes (IBGE, 2014). Numa área de 468,0 km² atinge densidade demográfica de 29,84 hab./km². Tem sua economia voltada à agricultura alcançando o PIB per capita de R$ 18.210,00 (IBGE, 2010).

O município de Santo Augusto possui uma área urbana de 6.716.9369,79 m², ou seja, 67,16 km², distribuída em quinze bairros. A área urbana do município tem apresentado um grande crescimento populacional, principalmente após a conquista do Instituto Federal Farroupilha, educandário que gerou muitas demandas principalmente na área de habitação e infraestrutura (IBGE, 2010).

(33)

Figura 3: Localização de Santo Augusto, RS

Fonte: Google Maps, 2015.

O Bairro São João, ao norte da sede do município, ilustrado na Figura 4, é um dos mais populosos de Santo Augusto. Na década de 80, era considerado bairro “dos pobres” e a história oral tratava-o como “Vila dos Amantes” por abrigar concubinas de senhores da alta sociedade residentes no centro ou em grandes propriedades rurais. Hoje a realidade é outra. A localidade possui vários estabelecimentos comerciais. Conta com três escolas sendo uma municipal de ensino fundamental, outra estadual de ensino médio e uma de educação especial. A maior creche municipal também está situada nesse bairro, próxima a uma Unidade Básica de Saúde (UBS) com Estratégia de Saúde da Família (ESF) para atendimento da saúde em atenção básica.

É visível sua propensão para novos loteamentos com fins residenciais, inclusive para condomínios originários de programas habitacionais de interesse social. É no Bairro São João que está localizado o Núcleo Habitacional São Cristóvão.

Por ter características fidedignas de um condomínio unifamiliar constituído a partir de um Programa de Habitação de Interesse Social, o Núcleo Habitacional "São Cristóvão" será o local do estudo.

(34)

Figura 4: Localização do bairro São João no mapa de Santo Augusto

Fonte: Eng. Tais M. P. Fucilini, 2015.

Conforme dados extraídos do Processo existente na Secretaria Municipal de Supervisão e Planejamento de Santo Augusto, o referido Núcleo Habitacional originou-se do Programa Habitacional Federal “Minha Casa, Minha Vida”. Obteve recursos de ordem federal no valor de R$ 12.000,00, estadual no valor de R$ 3.000,00 e a contrapartida municipal no valor de R$ 3.000,00, totalizando um custo de R$ 18.000,00 cada unidade. Sua execução foi iniciada em 2010 e término em 2012 em imóvel de propriedade do Município fracionado em lotes com abertura de matrícula individual para cada terreno (conforme planta no Anexo A). A prefeitura proveu o local com toda a infraestrutura necessária.

(35)

O Núcleo possui 30 residências habitacionais, como mostra a Figura 5, e cada uma com área construída de 43,50 m² (conforme planta baixa no Anexo B), padronizadas e distribuídas em dois dormitórios, um banheiro, uma cozinha, uma sala de estar e uma área de serviço.

Figura 5: Núcleo habitacional São Cristóvão (visão aérea)

Fonte: Google Maps, 2015.

Os beneficiários foram selecionados a partir de inscrições e cadastros realizados pela Secretaria Municipal de Habitação e Assistência Social de acordo com os critérios estabelecidos na legislação do referido Programa, dentre os quais atendimento às pessoas carentes com renda bruta até o limite de R$ 1.395,00. Segue na Figura 6, o Núcleo Habitacional São Cristóvão.

Figura 6: Núcleo habitacional São Cristóvão

(36)

3 RESULTADOS E ANÁLISES DOS RESULTADOS

Os resultados da metodologia aplicada para a avaliação da satisfação dos usuários baseado na entrevista estruturada bem como os registros fotográficos dos problemas recorrentes do Núcleo Habitacional São Cristóvão, serão apresentados neste capítulo.

3.1 LEVANTAMENTO DE DADOS

As visitas técnicas ao conjunto habitacional, as entrevistas e observações da realidade do local através de seus moradores, nortearam a realização do levantamento dos dados para esse trabalho.

O instrumento utilizado para medir o nível de satisfação dos usuários do conjunto habitacional foi o questionário (Apêndice A). O procedimento se deu através de entrevista com o morador diretamente, de modo a ser possível qualquer esclarecimento em caso de dúvidas sobre as questões elaboradas. Essa etapa transcorreu com ampla recepção de todos os moradores entrevistados.

Paradoxalmente à aplicação da entrevista estruturada, foram realizados registros fotográficos, durante as visitas exploratórias objetivando a análise das possíveis imperfeições, ou falhas das moradias e também do Núcleo Habitacional em geral. Também se levou em consideração os relatos dos moradores.

É preciso registrar que houve certa restrição quanto à recepção aos registros fotográficos dentro dos imóveis sendo negado o acesso ao interior das Unidades Habitacionais. Porém, pela análise feita, através da observação, os principais problemas do Núcleo e que puderam ser fotografados encontravam-se na parte externa das residências. Portanto, juntamente com os resultados da entrevista, serão apresentadas as avaliações técnicas visuais dos principais problemas observados nas unidades habitacionais.

(37)

3.2 AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO ATRAVÉS DA ENTREVISTA ESTRUTURADA E AVALIAÇÃO TÉCNICA VISUAL

A APO empregada no núcleo habitacional, foi realizada através de visitas ao ambiente estudado e entrevistas do tipo “indicativa de curto prazo”. Considerou os aspectos positivos e negativos em relação ao ambiente em uso pela população do núcleo.

Em pesquisas de pós-ocupação, o questionário é o método mais utilizado para levantamento de dados. Isto se confirma, devido a sua praticidade, o seu baixo custo e também o grande número de informações que podem ser obtidas a partir dele (NUNES; CARISSIMI, 2011).

A aplicação da entrevista estruturada foi adotada em função do padrão de trabalho realizado pela Assistência Social do município de Santo Augusto em relação a pós-ocupação, o qual explora as vantagens e desvantagens dos tipos de questionários e também conhece o perfil da população deste núcleo habitacional.

Segundo Mastella (2014), as visitas exploratórias ao local de estudo também são fatores importantes para obter informações sobre o padrão das unidades, qual a classe da população residente no Núcleo, a localização em relação ao contexto que está inserido, a existência de áreas comuns entre a população residente e etc. Neste caso, estes métodos contribuíram para a finalização e aperfeiçoamento dos resultados.

3.2.1 Elaboração e aplicação da entrevista estruturada

Através de Avaliações Pós-Ocupações elaboradas em outros trabalhos acadêmicos do tipo e considerando a Pesquisa de Satisfação e Avaliação de Impacto, elaborada e exigida pela Caixa Econômica Federal nos seus projetos, se elaborou a entrevista estruturada (Apêndice A). Procurou-se avaliar a satisfação dos moradores referente às novas moradias, segundo consta no Caderno de Orientação em Trabalho Social da Caixa Econômica Federal, abordando questões relevantes com base nas observações do local. Foram propostas, para a entrevista estruturada, respostas simples e objetivas de duas maneiras diferentes, dependendo, da pergunta que era feita: uma considerou quatro categorias: ótimo, bom, ruim e péssimo; e a outra, sim ou não, facilitando a aplicação da mesma.

(38)

A execução da entrevista estruturada pelo pesquisador em sua própria residência

As entrevistas foram aplicadas durante os meses de Agosto e Setembro as residências que totaliza

onde nenhum se recusou a responder a entrevista. As entrevistas foram

semana, pois alguns moradores se encontravam em sua residência apenas no devido a seus empregos. A entrevista estruturada foi dividida em totalizando 60 questões, sendo 4 na parte de perfil do morador, satisfação, e para terminar,um espaço aberto para

sugestão sobre a sua habitação e/ou sobre o Núcleo em geral algum problema que seja recorrente e

3.2.2 Apresentação dos Resultados As perguntas de 1 a 4 entrevistados quanto ao sexo, idade no local.

Abaixo, a Figura 7

sobre o sexo das pessoas que moravam na residência.

idosos, ou seja, todas as pessoas que habitavam as respectivas e 43% de homens, nota-se, obviamente, que a população feminina

da entrevista estruturada foi bem simples. Os moradores em sua própria residência, o qual realizou as perguntas e registr foram aplicadas durante os meses de Agosto e Setembro

que totalizaram 30 habitações, portanto 30 moradores do Núcleo Habitacional, onde nenhum se recusou a responder a entrevista.

As entrevistas foram realizadas das 13 horas e 30 minutos às 17 horas semana, pois alguns moradores se encontravam em sua residência apenas no

. A entrevista estruturada foi dividida em

sendo 4 na parte de perfil do morador, 11 com respostas na escala de , e para terminar,um espaço aberto para cada entrevistado

sua habitação e/ou sobre o Núcleo em geral, ou seja, m problema que seja recorrente e/ou que possa melhorar.

Apresentação dos Resultados

As perguntas de 1 a 4 da entrevista estruturada (Apêndice A

entrevistados quanto ao sexo, idade, o número de moradores do imóvel e há quanto tempo

, a Figura 7, mostra o perfil do gênero da população do núcleo. A pergunta era sobre o sexo das pessoas que moravam na residência. A entrevista considerou

todas as pessoas que habitavam as respectivas residências. Com 57% , obviamente, que a população feminina é predominante

Figura 7: Sexo dos Moradores

Fonte: Próprio Autor, 2015.

57%

43%

Feminino Masculino

1 - Sexo dos Moradores

moradores foram abordados guntas e registrou as respostas. foram aplicadas durante os meses de Agosto e Setembro. O projeto atingiu todas moradores do Núcleo Habitacional,

às 17 horas em diversos dias da semana, pois alguns moradores se encontravam em sua residência apenas no sábado ou domingo . A entrevista estruturada foi dividida em 16 níveis de perguntas com respostas na escala de cada entrevistado deixar algum relato ou , ou seja,uma observação sobre

pêndice A) são para classificar os , o número de moradores do imóvel e há quanto tempo mora

do núcleo. A pergunta era A entrevista considerou desde crianças a residências. Com 57% de mulheres

(39)

A Figura 8 traça o perfil

anterior, essa considerou todas as pessoas que moram nas respectivas residências. respostas, foram consideradas

anos; e 56 anos ou mais. As crianças

anos. É possível perceber que o potencial de crescimento pois a maioria da população, isto é

moradores e que reforça este potencial de crescimento, se dá através de casais com idade na faixa dos 15 aos 25 anos

A quantidade de integrantes no núcleo procurou saber o número de pessoas por família maioria das famílias é composta

do Núcleo Habitacional São Cristóvão totalizando 102 pessoas.

15-25 anos

45,10%

o perfil etário dos moradores do núcleo. Da mesma forma que a anterior, essa considerou todas as pessoas que moram nas respectivas residências.

respostas, foram consideradas quatro faixas etárias: de 15 a 25 anos; de 26 a 45 anos; 46 a 55 anos; e 56 anos ou mais. As crianças menores de 15 anos foram consideradas na faixa de 15 a 25 que o potencial de crescimento demográfico do núcleo é muito grande pois a maioria da população, isto é 45,1%, é composta por jovens. Uma curiosidade

a este potencial de crescimento, se dá através de casais com idade na faixa dos 15 aos 25 anos.

Figura 8: Idade dos Moradores

Fonte: Próprio Autor, 2015.

A quantidade de integrantes no núcleo familiar aparece na Figura 9. Nes

procurou saber o número de pessoas por família (ou residência). Como se pode observar, a é composta por 3 a 4 pessoas. Sendo assim, as trinta

São Cristóvão apresentaram uma média de 3,40 pessoas por 25 anos 26-45 anos 46-55 anos 56-mais

45,10%

27,45%

14,71%

12,75%

2 - Idade dos Moradores

Da mesma forma que a questão anterior, essa considerou todas as pessoas que moram nas respectivas residências. Como ; de 26 a 45 anos; 46 a 55 foram consideradas na faixa de 15 a 25 do núcleo é muito grande, Uma curiosidade notada nos a este potencial de crescimento, se dá através de existirem no local, muitos

aparece na Figura 9. Nesta questão, se Como se pode observar, a as trinta Unidades Habitacionais uma média de 3,40 pessoas por família,

mais

(40)

Figura

Considerando que no ano de 2015, o Núcleo Habitacional São Cristóvão completa anos da conclusão e entrega

maioria dos moradores não três anos no local. Segundo habitacionais no estado, onde

compram tais imóveis bem abaixo dos valores reais

gaveta. Ou seja, sem documentos legais referente a certificação de proprietário do imóvel Conforme preconiza a legislação vigente do programa

moradores deveriam permanecer na habitação

mínimo 10 anos. O programa entende que é uma forma de atender a população de baixa renda a fim de que essa propriedade não se torne uma moeda de troca

na lei em nível municipal, no caso objeto deste trabalho em um dos imóveis, comprovando que ess

Segundo informações da SEHAS Cidadania, metade dos beneficiários

beneficiários contemplados no início do projeto.

13,33%

16,67%

1 pessoa (4 unid.) 2 pessoas (5 unid.)

3

-Figura 9: Número de Moradores por Imóvel

Fonte: Próprio Autor, 2015.

Considerando que no ano de 2015, o Núcleo Habitacional São Cristóvão completa e entrega do empreendimento, na Figura 10 é possível perceber

não está no local desde essa época. Apenas 23% da populaçã Segundo Silva e Trezzi (2015), isso é um fato decorrente

onde moradores que não foram beneficiados pelo programa de habitação bem abaixo dos valores reais do mercado com um chamado contrato de sem documentos legais referente a certificação de proprietário do imóvel

onforme preconiza a legislação vigente do programa "Minha Casa, Minha Vida" deveriam permanecer na habitação ou núcleo habitacional por um período de

. O programa entende que é uma forma de atender a população de baixa renda a fim de que essa propriedade não se torne uma moeda de troca. No entanto, isso não está descrito

no caso objeto deste trabalho. A Figura 11 mostra uma placa de provando que essa prática também ocorre na habitação em questão a SEHAS - Secretaria Municipal de Habitação, Assistência Social e metade dos beneficiários, ou seja, 15 habitações, já não

s no início do projeto.

16,67%

23,33% 23,33%

13,33%

6,67%

2 pessoas (5 unid.) 3 pessoas (7 unid.) 4 pessoas (7 unid.) 5 pessoas (4 unid.) 6 pessoas (2 unid.)

Número de Moradores/Imóvel

Considerando que no ano de 2015, o Núcleo Habitacional São Cristóvão completa três a Figura 10 é possível perceber que a grande . Apenas 23% da população mora há decorrente em alguns núcleos moradores que não foram beneficiados pelo programa de habitação, com um chamado contrato de sem documentos legais referente a certificação de proprietário do imóvel.

"Minha Casa, Minha Vida", os núcleo habitacional por um período de no . O programa entende que é uma forma de atender a população de baixa renda a . No entanto, isso não está descrito mostra uma placa de vende também ocorre na habitação em questão. Secretaria Municipal de Habitação, Assistência Social e já não pertencem mais aos

6,67%

3,33%

6 pessoas (2 unid.) 7 pessoas (1 unid.)

Número de Moradores/Imóvel

(41)

Figura

Figura

A próxima categoria de perguntas usuário quanto à questão da

sobre recomendações. A questão foi dividida em quatro perguntas e o como opção de resposta "sim

23%

01 ano (7 unid.)

4 - Há Quanto Tempo Mora no Local?

Figura 10: Há Quanto Tempo Mora no Local?

Fonte: Próprio Autor, 2015.

Figura 11: Placa de vende em uma das casas

Fonte: Próprio Autor, 2015.

A próxima categoria de perguntas, intitulada "Sobre você", se refere a a localização do imóvel; quanto ao programa que participou A questão foi dividida em quatro perguntas e o

sim" ou "não”.

23%

50%

27%

01 ano (7 unid.) 02 anos (15 unid.) 03 anos (8 unid.)

Há Quanto Tempo Mora no Local?

: Há Quanto Tempo Mora no Local?

se refere a: satisfação do ao programa que participou; e também A questão foi dividida em quatro perguntas e os entrevistados tinham

27%

03 anos (8 unid.)

Há Quanto Tempo Mora no Local?

(42)

A Figura 12 mostra a questão

programa de núcleos habitacionais populares entrevistados, isto é 70%,

programa.

Figura

A Figura 13

refere-geográfica do imóvel, no local em que se encontra. respostas. Mesmo assim, p

relação à hipótese de comprar outro imóvel no mesmo bairro. Figura

5.a - Pretende participar de outro programa

de núcleos habitacionais populares?

5.b

-mostra a questão 5.a sobre a pretensão do morador programa de núcleos habitacionais populares no mesmo estilo. A mostraram que estão satisfeitos e não pretende

Figura 12: Participação em outro programa de habitação

Fonte: Próprio Autor, 2015.

-se à questão 5.b, que trata sobre a satisfação em relação no local em que se encontra. O gráfico demons

esmo assim, para a maioria, 57% dos entrevistados, a resposta hipótese de comprar outro imóvel no mesmo bairro.

Figura 13: Compraria outro imóvel no mesmo bairro?

Fonte: Próprio Autor, 2015.

30%

70%

Pretende participar de outro programa

de núcleos habitacionais populares?

57%

43%

- Compraria outro imóvel no mesmo

bairro?

o morador em participar de outro esmo estilo. A grande maioria dos e não pretendem participar de outro

Participação em outro programa de habitação

, que trata sobre a satisfação em relação à localização demonstra certo equilíbrio nas 57% dos entrevistados, a resposta foi positiva em

Compraria outro imóvel no mesmo bairro?

Pretende participar de outro programa

de núcleos habitacionais populares?

Sim

Não

Compraria outro imóvel no mesmo

Sim

Não

(43)

A pergunta 5.c, questiona

um imóvel pelo mesmo programa nesse mesmo empreendimento. grande maioria (93%) se mostrou favorável

Figura 14

O resultado da questão 5.

recebido alguma orientação quanto a manutenção do imóvel de todos os entrevistados

orientação durante a entrega do empreendimento, metade

a devida atenção e importância ao referido momento. A outra respondeu negativamente se refere aos usuários que realizaram a três anos.

Figura

5.c - Recomendaria a alguém a adquirir um

5.d - Recebeu alguma orientação quanto à

questiona se o entrevistado recomendaria a alguém conhecido a adquirir pelo mesmo programa nesse mesmo empreendimento. Nota

grande maioria (93%) se mostrou favorável à recomendação.

14: Recomendação de aquisição do imóvel a alguém

Fonte: Próprio Autor, 2015.

questão 5.d, onde os usuários foram questionado orientação quanto a manutenção do imóvel, aparece na Figura 1

de todos os entrevistados foram negativas. Embora segundo informações da secretaria

orientação durante a entrega do empreendimento, metade dos moradores notadamente, não deram a devida atenção e importância ao referido momento. A outra metade

respondeu negativamente se refere aos usuários que realizaram a compra do imóvel em menos de

Figura 15: Orientação quanto à manutenção do imóvel

Fonte: Próprio Autor, 2015.

93%

7%

Recomendaria a alguém a adquirir um

imóvel da mesma forma?

100%

Recebeu alguma orientação quanto à

manutenção do imóvel?

se o entrevistado recomendaria a alguém conhecido a adquirir Nota-se, na Figura 14, que a

a alguém

questionados sobre se haviam , aparece na Figura 15. As respostas Embora segundo informações da secretaria, houve moradores notadamente, não deram metade dos moradores que compra do imóvel em menos de

do imóvel

Recomendaria a alguém a adquirir um

Sim

Não

Recebeu alguma orientação quanto à

Sim

Não

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