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Relatório De Estágio Supervisionado Desenvolvido No Laboratório Federal De Defesa Agropecuária (Lfda) - Seção Laboratorial Avançada (São José/SC)

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO DE CIÊNCIAS FÍSICAS E MATEMÁTICAS

DEPARTAMENTO DE QUÍMICA

RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO

RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO

DESENVOLVIDO NO LABORATÓRIO FEDERAL DE DEFESA AGROPECUÁRIA (LFDA) - SEÇÃO LABORATORIAL

AVANÇADA (SÃO JOSÉ/SC)

ANIELLE EISELER

FLORIANÓPOLIS - SC Novembro/2019

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ANIELLE EISELER

RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO

DESENVOLVIDO NO LABORATÓRIO FEDERAL DE DEFESA AGROPECUÁRIA (LFDA) - SEÇÃO LABORATORIAL

AVANÇADA (SÃO JOSÉ/SC)

Relatório de Estágio Supervisionado (QMC 5515) apresentado ao Departamento de Química da Universidade Federal de Santa Catarina como requisito para a obtenção do Título de Bacharel em Química Tecnológica. Orientador: Prof. Dr. Luciano Vitali

Supervisor: Dr. Heitor Daguer

FLORIANÓPOLIS - SC Novembro/2019

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AGRADECIMENTOS

Agradeço ao Dr. Heitor Daguer e ao Dr. Rodrigo B. Hoff, pela oportunidade de realizar este estágio no MAPA, que foi para mim uma experiência riquíssima, de grande contribuição para minha formação.

A todos os membros da SLAV/SC, em especial ao MSc. Cristian Kleemann, por todos os ensinamentos e por me permitir o acompanhar em sua rotina de atividades, onde pude aprender muito sobre o trabalho de um analista de controle de qualidade de alimentos.

À Andriele C. Belinski pela oportunidade de acompanhá-la nas análises de biotoxinas marinhas, bem como ao Maurício D. Raimundo por poder acompanhá-lo nas análises de BVT e pH.

Ao Luan V. A. de Oliveira, colega de estágio pela parceria e prontidão em ajudar sempre que fosse possível. Às colegas de estágio Thais de Oliveira e Ruth Ferreira, que apesar do pouco tempo de trabalho juntas, construímos uma amizade que se estende até os dias de hoje.

Ao professor Dr. Luciano Vitali, por aceitar ser meu orientador neste trabalho, pelas suas dicas e disponibilidade.

À minha família, em especial minha irmã Taise Eiseler e meu cunhado Charles Stiirmer, pela oportunidade de trabalho na Dale Carnegie Blumenau, diante de imprevistos financeiros que surgiram ao longo do período de estágio.

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RESUMO

O monitoramento e a fiscalização em alimentos são de fundamental importância para garantir a segurança alimentar e evitar que a ocorrência de fraudes traga prejuízos à saúde da população. Os frutos do mar são alimentos que estão presentes na culinária ao redor do mundo, porém podem causar sérios problemas à saúde se estiverem contaminados. Por conta disto, neste trabalho serão abordadas duas análises de rotina realizadas em diferentes amostras de frutos do mar. Uma delas é a determinação de bases voláteis totais em pescados, feita pela técnica de acidimentria e a outra, a determinação de biotoxinas marinhas em moluscos bivalves por cromatografia líquida de alta eficiência acoplada a espectrômetro de massas. Estas análises fazem parte do escopo da Seção Laboratorial Avançada de São José, que pertence ao Laboratório Federal de Defesa Agropecuária do estado do Rio Grande do Sul, sendo este, um dos laboratórios oficiais do Ministério da Agricultura, pecuária e Abastecimento (MAPA). Além disso, este trabalho também relata outras atividades realizadas durante o estágio supervisionado, como a verificação de instrumentos laboratoriais, importante para o controle de qualidade e a confiabilidade dos resultados emitidos. Com isso, foi possível aplicar os conhecimentos adquiridos durante a formação acadêmica e obter-se uma experiência profissional muito rica para conclusão do curso de Bacharelado em Química Tecnológica.

Palavras-chave: Bases voláteis totais. Pescados. Biotoxinas marinhas. Moluscos bivalves. Fiscalização.

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABNT- Associação Brasileira de Normas Técnicas ALA- Alimentos de origem animal

BVT- Bases voláteis totais

HPLC-MS/MS- Cromatografia líquida de alta eficiência acoplada a espectrômetro de massas

IEC- Comissão Eletrotécnica Internacional (tradução do inglês)

INMETRO- Instituto Nacional de Metrologia, Normatização e Qualidade Industrial

ISO- Organização Internacional para Padronização (tradução do inglês) LFDA- Laboratório Federal de Defesa Agropecuária

MAPA- Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento NBR- Norma Brasileira

POA- Produtos de origem animal

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ... 11

2 APRESENTAÇÃO DO LOCAL DO ESTÁGIO ... 13

3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ... 14

3.1 Determinação de bases voláteis totais (BVT) por acidimetria ... 14

3.2 Determinação do pH de pescados ... 15

3.3 Determinação de biotoxinas marinhas em moluscos bivalves por cromatografia líquida acoplada à espectrometria de massas 16 3.4 Verificação de micropipetas ... 19

4 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS ... 21

4.1 Determinação de bases voláteis totais (BVT) por acidimetria ... 21

4.2 Determinação do pH de pescados ... 22

4.3 Determinação de biotoxinas marinhas em moluscos bivalves por cromatografia líquida acoplada à espectrometria de massas 22 4.4 Verificação de micropipetas ... 23

4.5 Outras atividades desenvolvidas ... 24

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 25

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1 INTRODUÇÃO

O controle de qualidade de alimentos de origem animal e alimentos para animais é de fundamental importância para a saúde pública. Para assegurar a confiabilidade dos resultados emitidos, os laboratórios que prestam este tipo de serviço devem ser acreditados pelo INMETRO na norma ABNT NBR ISO/IEC 17025, que trata dos laboratórios de ensaio e calibração.

O controle de qualidade é uma das áreas de atuação do químico tecnológico, e aplicado à área de alimentos, tem grande importância para os químicos, pois lida com matrizes de alta complexidade e sensibilidade, demandando certos conhecimentos na área de química analítica e preparo de amostras por parte do profissional que executa esta função.

O presente trabalho foi desenvolvido na Seção Laboratorial Avançada de São José (SLAV/SC), pertencente à rede nacional de Laboratórios Federais de Defesa Agropecuária (LFDA) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).

Neste estágio foram acompanhadas diversas análises de rotina do laboratório, realizadas em amostras de pescados, moluscos bivalves, ração para animais, produtos lácteos e produtos cárneos. Também se acompanhou o andamento de projetos de pesquisa que são desenvolvidos no laboratório, a validação de métodos e procedimentos para garantia do controle de qualidade, como a verificação de micropipetas, que são realizados constantemente. Com isso foi possível obter-se uma rica experiência de uma das áreas de atuação do químico tecnológico e algumas das atividades realizadas serão descritas no presente trabalho, como a determinação de biotoxinas marinhas em moluscos bivalves, a determinação de pH e bases voláteis totais em pescados e a verificação de micropipetas.

O objetivo geral do trabalho foi realizar o estágio supervisionado obrigatório no LFDA participando das análises de rotina a fim de se obter uma experiência profissional da atuação do químico tecnológico, e os objetivos específicos foram: auxiliar as análises de BVT e pH em pescados; auxiliar as análises de

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biotoxinas marinhas em moluscos bivalves; realizar a verificação de micropipetas.

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2 APRESENTAÇÃO DO LOCAL DO ESTÁGIO

Os Laboratórios Federais de Defesa Agropecuária (LFDA) são laboratórios oficiais do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) desempenham papel fundamental nas ações de monitoramento, controle e fiscalização de alimentos e insumos produzidos e comercializados no Brasil. Estes laboratórios têm como principais atribuições: realizar análises oficiais, atuar como referência nacional em assuntos laboratoriais, realizar auditoria em laboratórios credenciados, realizar ações de pesquisa, desenvolvimento e inovação em métodos analíticos, atuar como centro regional de difusão de tecnologia e expertise, realizar estudos e manter banco de material de referência.

São ao todo seis LFDAs espalhados por todas as regiões do Brasil: na região Norte, em Belém/PA; na região Nordeste, em Recife/PE; na região Centro-oeste, em Goiânia/GO; na região Sudeste, em Pedro Leopoldo/MG, com unidades avançadas em Belo Horizonte, Andradas e Varginha; e em Campinas/SP, com unidade avançada em Jundiaí; na região Sul, em Porto Alegre/RS, com unidade avançada em São José/SC, e foi nesta unidade que o presente trabalho foi realizado.

A Sessão Laboratorial Avançada (SLAV) de São José conta atualmente com dois laboratórios: o laboratório de Produtos de Origem Animal (POA) e o laboratório de Alimentos e Medicamentos Para Animais (ALA), equipados com instrumentação de ponta em química analítica, e possuindo acreditação do INMETRO, baseada na ABNT NBR ISO/IEC 17025. Esses dois laboratórios recebem amostras de várias regiões do Brasil sendo elas, produtos lácteos, produtos cárneos, ração animal, pescados entre outros.

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3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Dentre todas as atividades realizadas durante o estágio, escolheu-se descrever dois dos procedimentos analíticos mais realizados durante o período do estágio que foram a determinação de BVT, com uma frequência quase diária, tratando-se de um método simples, rápido e barato para a emissão de resultados; e a determinação de biotoxinas marinhas, realizada duas vezes por semana, com cerca de 8 a 12 amostras por vez. Este método foi escolhido, pois consiste de um preparo de amostras mais laborioso, demanda equipamentos mais sofisticados e tem um alto custo envolvido, contrapondo-se ao método de BVT, mostrando assim o variado escopo de análises que são realizadas no laboratório, que variam desde uma titulação potenciométrica até uma análise por cromatografia líquida de alta eficiência acoplada a um espectrômetro de massas.

3.1 Determinação de bases voláteis totais (BVT) por acidimetria

Em várias regiões do mundo, o pescado é um alimento presente na dieta alimentar sendo uma das principais fontes de proteína de origem animal, constituindo uma dieta balanceada e saudável. 1

Porém, após a despesca, este produto sofre uma série de transformações químicas, bioquímicas e microbiológicas decorrentes da ação de enzimas e bactérias ali presentes, alterando sua qualidade e podendo causar danos à saúde de quem o consumir. Essas alterações são iniciadas pela ação de enzimas endógenas nos músculos, que hidrolisam gorduras e proteínas, 2 bem como, a ação dessas bactérias leva a formação de compostos nitrogenados de baixa massa molecular como a trimetilamina e a amônia, caracterizando um aumento do pH após o rigor mortis. 3

Quanto maior o intervalo de tempo entre a despesca e o consumo do produto, ou seja, quanto maior o tempo de prateleira, maior o teor de bases orgânicas formadas, e este é um fator que pode ser utilizado para se verificar a qualidade do pescado.

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De acordo com a Diretiva Europeia 95/149/CEE, a determinação de BVT deve ser usada quando os métodos sensoriais não forem suficientes para avaliar-se o frescor do pescado. Esse teste já foi adotado como parâmetro normatizado de qualidade para pescado em países como Alemanha, Japão, Argentina, Brasil e Austrália. 4

A SLAV/SC recebe em média 15 amostras de pescados por semana provenientes não só do litoral do estado de Santa Catarina, mas de vários estados brasileiros, abrangendo também os peixes de água doce. A análise de BVT deve ser realizada e ter seu resultado emitido dentro 25 dias. Já para as amostras de peixe fresco, a análise deve ser realizada dentro de 24 h para que não se percam as características do produto.

O procedimento consiste em uma extração com um ácido fraco para lixiviação das bases voláteis, seguida de uma neutralização com NaOH de modo a deixar essas bases livres, que são então destiladas por arraste a vapor, sendo borbulhadas em solução de ácido fraco a fim de mantê-las em solução, passando então por uma titulação potenciométrica com HCl, neutralizando as bases voláteis obtendo-se assim uma resposta que é convertida em mg de nitrogênio de BVT por 100 g de amostra.

3.2 Determinação do pH de pescados

Como citado anteriormente, o pH do pescado aumenta ao decorrer do tempo após a despesca 5 devido à degradação dos aminoácidos presentes na proteína animal, que leva à formação de bases voláteis como a trimetilamina e a amônia. A determinação do pH por si só poderia ser uma ferramenta para verificação da qualidade do pescado, porém, o pH pode ser facilmente alterado com a adição de alguma espécie ácida para se atingir o pH adequado e assim fraudar o resultado. Por conta disso, a análise de pH é realizada em conjunto com a análise de BVT gerando um laudo mais completo com informações sobre uma possível adulteração, no caso de o pH estar conforme e o BVT estar acima dos limites permitidos.

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3.3 Determinação de biotoxinas marinhas em moluscos bivalves por cromatografia líquida acoplada à espectrometria de massas

Moluscos bivalves são seres aquáticos constituídos de um corpo mole e uma concha de duas valvas, 6 como é o caso do mexilhão e da ostra, frutos do mar muito apreciados na culinária ao redor do mundo.7 A forma de alimentação desses animais é dada através da filtração, 8 e este processo pode propiciar a bioacumulação de contaminantes ou toxinas presentes no meio aquático. 9

A proliferação de certas algas microscópicas, responsáveis pelo fenômeno da maré vermelha, é uma das responsáveis pela contaminação de moluscos bivalves por biotoxinas sintetizadas por estas algas. Embora aparentemente os moluscos não sejam afetados, podem trazer sérias complicações ao ser humano que o consumir, levando até mesmo à morte. 10

Estas biotoxinas são usualmente classificadas de acordo com os sintomas causados decorrentes da sua ingestão, são elas as biotoxinas paralisantes, as neurotóxicas, as amnésicas e as diarreicas. Os azaspirácidos são um grupo separado cujos sintomas de intoxicação se assemelham ao grupo diarreico. 11

A biotoxina mais conhecida do grupo das paralisantes é a saxitoxina (Figura 1), por ter sido a primeira a se descoberta e estudada. Atualmente conhece-se cerca de 20 biotoxinas deste grupo e todas apresentam propriedades químicas semelhantes à saxitoxina. 12

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Figura 1. Estrutura química da saxitoxina.

O ácido ocadaico (Figura 2) faz parte do grupo das biotoxinas diarreicas. Este grupo, apesar de causar quadros patológicos menos graves, apresenta quadros clínicos dentro de 12 h após a ingestão e traz grande efeito negativo para o comércio desses frutos do mar. 13

Figura 2. Estrutura química do ácido ocadaico.

A contaminação por azaspirácido (Figura 3) afeta exclusivamente o sistema gastrointestinal, efeito idêntico ao das biotoxinas diarreicas. 13 Esta toxina é um poliéter ácido contendo um anel azaspiro de onde deriva o seu nome.

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Figura 3. Estrutura química do azaspirácido.

Dentro do grupo das toxinas amnésicas, o ácido domoico (Figura 4) é a toxina mais comum. A intoxicação se manifesta nas primeiras 48 h após a ingestão geralmente caracterizada por náuseas, vômitos e diarreia, podendo em casos mais graves já serem observados sintomas neurológicos neste período pós-ingestão, que vão desde cefaléia e confusão a até (nas pessoas mais velhas) perda de memória. 13

Figura 4. Estrutura química do ácido domoico.

As biotoxinas neurotóxicas são conhecidas como brevetoxinas (Figura 5). Cerca de 3 h após o seu consumo já se constatam quadros neurológicos leves como parestesia na boca e dedos, dilatação da pupila e braquicardia, mas a recuperação é rápida e são desconhecidos casos fatais. 14

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Figura 5. Estrutura química das brevetoxina C.

A determinação de biotoxinas pode ser feita por técnicas químicas, biológicas e imunológicas. Dentro dos métodos químicos estão a cromatografia líquida com detecção por ultravioleta, 15 por fluorescência 16 e por espectrometria de massas. 17 Por muitos anos, os testes biológicos realizados em ratos eram considerados a principal ferramenta para detecção de biotoxinas, mesmo não sendo uma técnica seletiva, se mostrava bastante sensível. Porém, por questões éticas os testes biológicos já vêm sendo substituídos por técnicas alternativas em diversos países. 18

Atualmente na SLAV/SC a determinação das biotoxinas segue o método desenvolvido por Molognoni e colaboradores. 17 Em comparação com outros métodos oficiais, este método é mais barato e utiliza menos solventes orgânicos, pois minimiza o uso de padrões analíticos de biotoxinas marinhas, que são de alto custo, tornando o método economicamente sustentável ao longo do tempo, o que é muito importante para laboratórios de rotina. 3.4 Verificação de micropipetas

Em um laboratório de análises, para garantir a confiabilidade dos resultados é necessário que se conheçam ao máximo as fontes de erro que estão embutidas no resultado final. Uma das fontes de erro que se faz presente em quase todos os tipos de análises são as transferências de volume, quanto menor for este volume, mais cuidado se deve ter e mais fino deve ser o

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instrumento de medida. Atualmente as micropipetas automáticas são ferramentas fundamentais para a coleta de volumes bem definidos, que variam desde a casa de microlitros até dezenas de mililitros.

Nos laboratórios acreditados na norma ABNT NBR ISSO/IEC 17025, a verificação dessas micropipetas automáticas faz parte da rotina do laboratório e deve ser realizada dentro de intervalos de 6 meses.

Durante o período do estágio, cada micropipeta foi verificada em três diferentes volumes que abrangessem toda a sua faixa de trabalho e o procedimento é descrito detalhadamente na seção de Atividades Desenvolvidas.

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4 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS

4.1 Determinação de bases voláteis totais (BVT) por acidimetria

A determinação de bases voláteis totais segue o método descrito no Jornal Oficial das Comunidades Europeias. 19

Trabalhando sempre em duplicata, pesou-se 10 g de amostra em um béquer de 250 mL, adicionou-se 90 mL de solução de ácido perclórico (0,6 mol.L-1) e homogeneizou-se utilizando um Ultra Turrax, seguindo para uma filtração simples. Transferiu-se 50 mL do filtrado para um tubo de destilação, adicionou-se algumas gotas de solução de fenolftaleína e aproximadamente 6,5 mL de solução de NaOH (20% m/v) até que fosse observado o ponto de viragem. Este tubo seguiu então para a destilação por arraste a vapor por cerca de 10 minutos. O destilado foi recolhido em erlenmayer de 250 mL contendo 100 mL de solução de ácido bórico (3% m/v) com indicador misto (vermelho de metila e azul de metileno). Esta solução foi então titulada com solução de HCl 0,1 mol/L na presença de um pHmetro até que se atingisse o pH da solução de ácido bórico descrita anteriormente.

Para obtenção do branco é realizado todo o procedimento acima descrito, porém na ausência de amostra. O branco também é titulado até se atingir o pH da solução de ácido bórico e o valor gasto da solução de HCl é utilizada na equação (I) para calcular o teor de nitrogênio nas bases voláteis totais por 100 g de amostra utilizando a equação:

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Na qual: V é o volume da solução de HCl 0,1 mol.L-1 gasto na titulação da amostra (mL); B é o volume da solução de HCl 0,1 mol.L-1 gasto na titulação do branco (mL); f é o fator de correção da solução de HCl 0,1 mol.L-1; m é a massa da amostra (g).

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4.2 Determinação do pH de pescados

A determinação de pH em pescados segue o método descrito no Manual de Métodos Oficiais para Análise de Alimentos de Origem Animal. 20

Foi pesada uma massa de 10 g de amostra em um béquer, ao qual foram adicionados 100 mL de solução de KCl (0,1 mol.L -1

) utilizando ultra turrax.

O pHmetro foi calibrado conforme instruções do fabricante, utilizando dois padrões em diferentes faixas de pH. A seguir foram realizadas as medidas de pH em uma faixa de temperatura de 18 a 22°C em duplicata.

4.3 Determinação de biotoxinas marinhas em moluscos bivalves por cromatografia líquida acoplada à espectrometria de massas

A determinação de biotoxinas marinhas segue o método descrito no trabalho de Molognoni e colaboradores. 17

As amostras de mexilhão e ostras, depois de limpas em água corrente foram abertas com instrumentação apropriada, foi removido o tecido cárneo das conchas e recolhidos 100 g do material, que foi então homogeneizado com auxílio de um mixer. Foram então pesados 2 g de amostra dentro de tubo de propileno com capacidade de 50 mL.

Feito isso, iniciou-se a etapa de extração em que foi adicionado ao tubo, 5 mL de solução hidrometanólica (90% v/v metanol, 9,9% água ultrapura, 0,1% ácido acético glacial), agitado por 30 s em agitador de tubos, depois agitado por 20 min em mesa agitadora orbital, seguido de centrifugação por 10 min a 4000 rpm e temperatura de 4 °C. O sobrenadante foi transferido para um tubo de polipropileno de 5 mL.

A próxima etapa foi uma reextração do material precipitado nas mesmas condições descritas anteriormente. O sobrenadante desta etapa foi misturado com o anterior e obtendo-se cerca de 10 mL de extrato, do qual foram coletados 2000 μL e

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transferidos para um tubo de polipropileno de 15 mL. Adicionou-se 250 μL de solução de hidróxido de sódio (2,5 mol.L-1 ) e o tubo foi agitado em agitador de tubos por 30 s e aquecido em banho-maria a aproximadamente 76°C por 40 min. Após esta etapa, quando atingiu a temperatura ambiente, a solução foi neutralizada com 250 μL de solução de HCl 2,5 mol.L-1

, agitada por 30 s e centrifugado novamente para então ser injetada no cromatógrafo.

Os parâmetros cromatográficos constam na Tabela 1. Tabela 1. Parâmetros cromatográficos para determinação de biotoxinas marinhas.

Sistema LC-ESI-MS/MS

HPLC 1290 Infinity (Agilent) acoplada ao espectrômetro de massas 5500 QTRAP (Sciex)

Coluna SB-CN, Zorbbaz (Agilent), 5 μL, 300 Å, 150 x 4,6 mm

Temperatura da coluna 35°C

Vazão 0,5 mL/min

Volume de injeção 15 μL

Durante o período do estágio houve a detecção de ácido ocadaico, biotoxina diarreica, nos moluscos bivalves da região de Balneário Camboriú, o que culminou na interdição dos cultivos de ostras e mexilhões da região até que o monitoramento não detectasse mais a presença desta toxina. 21

4.4 Verificação de micropipetas

Em um béquer de 500 mL dispôs-se de água ultrapura, que permaneceu durante 10 min na sala de balanças até que se iniciasse o procedimento. Aferiu-se a temperatura da água com um termômetro digital que fornecesse a medida com uma casa decimal, para que se conhecesse a densidade exata da água nestas condições. Tarou-se a balança e verificou-se a ausência e corrente de ar na sala de pesagem, de modo a não afetar as medidas de massa e temperatura.

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A ponteira da micropipeta foi acondicionada dentro do recipiente de água ultrapura, aspirando um volume pré-estabelecido e descartando-o por cinco vezes, somente após esse procedimento é que o volume aspirado foi liberado no recipiente disposto na balança. O valor da massa foi anotado em uma planilha eletrônica e repetiu-se este procedimento por dez vezes para cada um dos três volumes estabelecidos para cada micropipeta.

Esta planilha eletrônica já estava programada para converter o valor da massa em volume através da densidade da água na temperatura aferida. Além disso, também estava programado para realizar os cálculos de média dos volumes, desvio padrão dos volumes, precisão (dada pelo coeficiente de variação) e exatidão (erro sistemático da micropipeta). O critério de aceitação considera adequadas as pipetas que obtiverem até 5% de erro sistemático (exatidão). Durante o período de estágio este procedimento foi realizado uma vez e nenhuma micropipeta foi reprovada.

4.5 Outras atividades desenvolvidas

Durante o período de estágio também foi possível acompanhar a realização de outras análises que fazem parte do escopo de atividades da SLAV/SC, sendo elas:

O preparo de amostras de rações para a determinação de resíduos de medicamentos em ração animal por HPLC-MS/MS, além do tratamento de dados desta análise; O preparo de amostras e a execução da determinação de sódio e potássio em pescados por fotometria e chama; O preparo de amostras para a determinação de hidrocarbonetos aromáticos policíclicos (HPAs) em mexilhão, que faz parte de um projeto de doutorado que é realizado na SLAV/SC.

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Estagiar em um laboratório acreditado pelo INMETRO, que lida com a fiscalização de alimentos foi uma experiência de grande valor para a conclusão do curso de Química Tecnológica, pois além de ter a oportunidade de pôr em prática os conhecimentos adquiridos durante a formação acadêmica, foi possível vivenciar a rotina de um laboratório que segue normas internacionais de gestão de qualidade, como a ABNT NBR ISO/IEC 17025, fundamental para garantir a confiabilidade dos resultados, algo do qual não se tem contato na prática ao longo da graduação.

Além disso, os químicos de controle de qualidade são os profissionais da área de química mais requisitados no mercado de trabalho, logo, realizar o estágio nesta área garante uma experiência muito importante para quem deseja seguir na carreira.

Sendo assim, pode-se afirmar que o estágio obrigatório é de fundamental importância para a formação do químico tecnológico, uma vez que, na maioria dos casos, é o primeiro contato do estudante com o mercado de trabalho, garantindo-lhe uma primeira experiência que conta muito em seu currículo.

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6 REFERÊNCIAS

1 RUXTON, C. H. S. The Benefits of Fish Consumption. Nutrition Bulletin, London, v. 36, n. 1, p. 6-19, 2011.

2 TAVARES, M.; GONÇALVES, A. A.; Aspectos Físico-químicos do Pescado. In: GONÇALVES, A. A. (Ed.). Tecnologia do Pescado. São Paulo: Atheneu, c. 1.2, p. 10-20, 2011.

3 OGAWA, M.; MAIA, E. I.; Ciência e tecnologia do pescado. Manual de pesca. São Paulo. Editora Varella. v. 1, p. 430, 1999.

4 SCHERER, R.; DANIEL, A. P.; AUGUSTI, P. R.; LAZZARI, R.; LIMA, R. L.; FRIES, L. L. M.; RADUNZ NETO, J.; EMANUELLI, J. Efeito do Gelo Clorado sobre Parâmetros Químicos e Microbiológicos da Carne de Carpa Capim (Ctenopharyngodon idella). Ciências e Tecnologia de Alimentos, Campinas, v. 24, n. 4, p. 680-684, 2004.

5 CLUCAS, I. J.; SUTCLIFFE, P. J. Introducción al Manejo y Procesamiento de Productos del Pescado. Chatham: Instituto de Desarrollo de Recursos. p. 144, 1988.

6 Classificação dos moluscos em Só Biologia. Virtuous Tecnologia da Informação, 2008-2019. Consultado em 03/11/2019 às 22:06.

Disponível na Internet em

https://www.sobiologia.com.br/conteudos/Reinos2/moluscos2.php 7 O’MAHONY, M.; EU Regulatory Risk Management of Marine Biotoxins in the Marine Bivalve Mollusc Food-Chain. Toxins, v.10, p. 118, 2018.

8 HESS, P.; Requirements for screaning and confirmatory methods for the detection and qualification of marine biotoxins in end-product and officioal control. Analytical and Bioanalytical Chemistry, v. 397, p. 1683-1694, 2010.

9 GERSSEN, A.; POL-HOFSTAD, I. E.; POELMAN, M.; MULDER, P. P. J.; VAN DEN TOP, H. J.; DE BOER, J.; Marine Toxins: Chemistry, Toxicity, Occurrence and Detection, with Special Reference to the Dutch Situation. Toxins, v.2, p. 878−904, 2010.

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10 BARBIERI, E.; O perigo das biotoxinas marinhas. Texto técnico. São Paulo, 2009.

11 DAGUER, H.; HOFF, R. B.; MOLOGNONI, L.; KLEEMANN, C. R.; FELIZARDO, L.V.; Outbreaks, toxicology, and analytical methods of marine toxins in seafood. Current Opinion in Food Science, v. 24, p.43-55, 2018.

12 FAO. Biotoxinas marinhas. p. 52, 2005.

13 VALE, P.; Biotoxinas marinhas. Revista Portuguesa de Veterinária. v. 99, p. 3-18, 2004.

14 BADEN, D.G.; FLEMING, L.E.; BEAN, J.A.; Marine toxins. In: Handbook of clinical neurology– Intoxications of the nervous system, Part III. F.A. Wolf. Elsevier Science. v. 21, p. 141-174, 1995.

15 European Commission. EU-Harmonised Standard Operating Procedure for Determination of Domoic Acid in Shellfish and Finfish by RP-HPLC Using UV Detection Version 1; European Commission: Belgium, 2008.

16 MCCARRON, P.; GIDDINGS, S. D.; MILES, C. O.; QUILLIAM, M. A.; Derivatization of Azaspiracid Biotoxins for Analysis by Liquid Chromatography with Fluorescence Detection. J. Chromatogr. A, v. 44, p. 8089−8096, 2011.

17 MOLOGNONI, L.; DOS SANTOS, J. N.; KLEEMANN, C.; COSTA, A. C. O.; HOFF, R. B.; DAGUER, H.; Cost-Effective and High-Reliability Analytical Approach for Multitoxin Screening in Bivalve Mollusks by Liquid Chromatography Coupled to Tandem Mass Spectrometry. J. Agric. Food Chem. v. 67, p. 2691−2699, 2019. 18 European Union Reference Laboratory for Marine Biotoxins (EU-RL-MB). EU-Harmonised Standard Operating Procedure for Determination of Lipophilic Marine Biotoxins in Mollusks by LC−MS/ MS Version 4; EU-RL-MB: Spain, 2011.

19 Jornal Oficial das Comunidades Europeias. Determinação da concentração de azoto básico volátil total (ABVT) no peixe e em

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produtos a base de peixe: método de referência (Anexo II). n° 97/85, 1995.

20 Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Manual de Métodos Oficiais para Análise de Alimentos de Origem Animal. Brasília. MAPA. 2017.

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Referências

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