__í1‹
E
í
í_í.
íií
í_.í.
ííí
E
____í_E
í
______íí
í
íE
ííí
í
..í.._._íí-í
í
IÇÁTIA
GRACIOSA
»PERFIL
EPIDEMIOLÓGICO
DAS
MULHERES
COM
04008940
NEOPLASLÀ
INTRA-EPITELIAL
CERVICAL
DO
AMBULATÓRIO
DE
ONCOGINECOLOGLÀ
DO
HU/U FSC
Trabalho
apresentado
àUniversidade
Federal
de
Santa Catarina,
para
a
conclusão
do Curso de
Graduação
em
Medicina
~Florianópolis
Universidade Federal de Santa Catarina
EKATIA
GRACIOSA
› ~ ¬ ~ - ---- _.. :ranm-
~ >
. ._d'*
W
|-
PERFIL
EPIDEMIOLÓGICO
DAS
MULHERES
coM
. I i › -r..
NEOPLASLÀ
INTRA-EPITELIAL.CER_=V'ICAL
DO
~AMBULATÓRIQ
DE
ONCOGINEÇQLQGIA
Do
`HU/U FSC
Trabalho
apresentado à
Universidade
Federal
de Santa
Catarina,
para
a
'
conclusão
do
Curso
de
Graduação
em
Medicina
_'
Coordenador
do
Curso: Dr.
Maurício
José
Lopes Pereima
Orientador:
Prof.
Luiz
Fernando
Sommacal
~Florianópolis
V`
Universidade Federal de Santa Catarina
2005
¿
DEDICATÓRLÀ
Dedico
este trabalho àminha
família,em
especialà
minha
mãe, que
sempre
estevedo
meu
ladoem
todos osmomentos,
apesarde
todas as dificuldades, e
a
quem
devo
tudo
o
que
conquistei. VAGRADECIMENTQS
Agradeço,
primeiramente, aDeus, por
iluminarminha
vida,guiando
meus
passos esempre
me
dando
forças para seguirem
frente.Aos meus
pais,Hernandes Graciosa
Filho e Ivoni Estefano,por terem
me
dado
condições
de
chegar até aqui. i'
,
Ao
ProfessorLuiz
Femando
Sommacal,
meu
orientador, pelo carinho, atenção e disponibilidadesempre que
solicitada.Aos
funcionáriosdo
Serviçode Arquivo
Médico
e Estatístico(SAME)
do
HospitalUniversitário, pelo auxílio prestado
na busca dos
prontuários.`
Ao
meu
namorado,
Wilfredo JuniorCury
Amorim,
por
estarao
meu
ladosempre que
preciseide
ajuda e por ter disponibilizado osmeios
paraa impressão
deste trabalho.Aos meus
colegasde
curso, pelaamizade
verdadeira epor
todos osmomentos
que
passamos
juntos nestes seis longos anos.Também
agradeço às pacientes desta pesquisa,pos
sem
elas este trabalhonunca
poderia ter sido realizado.
RESUMO
... ..SUMÁRIO
SUMMARY
... .. 1.INTRODUÇÃO
... .. 2.OBJETIVOS
... .. 3.MÉTODOS
... .. 4.RESULTADOS
... .. 5.DISCUSSÃO
... .. ó.CONCLUSÕES
... ..NORMAS
ADOTADAS
... ..REFERÊNCIAS
... ..APÊNDICE
... .. oooooooooooooooooooooooooo ou uuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuu ao Ev
RESUMO
O
objetivodo
presente estudo foi avaliar o perfil epidemiológico dasmulheres
com
diagnóstico histológicode
neoplasia intra-epitelial cervical(NIC)
atendidasno
ambulatóriode
Oncoginecologia
do
Hospital Universitárioda
Universidade Federalde Santa
Catarina(HU/UFSC)
entre agosto de1999
edezembro
de
2004, analisando os fatoresde
risco para odesenvolvimento de
NIC,
a associaçãodos
seguintes fatoresde
risco (idade, idadeda
coitarca,paridade,
tabagismo
euso
de contraceptivos orais)com
o
graude
lesão, ea concordância
entre colpocitologia oncótica, colposcopia e histologia a partirda
biópsia colpodirigida eda
conização cirúrgica. Foi realizado estudo observacional e descritivo através
da
revisãode 130
prontuários obtidosno
Serviçode Arquivo
Médico
e Estatístico(SAME)
do
HU/UFSC.
Os
dados foram
coletadosde
acordocom
um
protocolo.Observaram-se:
idademédia
de
35,8anos, início precoce
da
atividade sexual(média de
17,3 anos), multiparidade(média de
2,6 partos) euso de
contraceptivos oraisem
86%
dos
casos.O
graude
lesãonão demonstrou
associação
com
idade,tabagismo
euso de
contraceptivos orais.As
mulheres
com
lesõesde
alto grau
apresentaram
iníciomais
precoceda
coitarca emaior
número
de
partos.A
concordância entre a citologia e a histologia através
da
biópsia dirigida foide 73,3%,
entrea
citologia e a colposcopia foide
72%.
A
histologia a partirda
conização cirúrgicaconfirmou
presença
de
lesãoem
88,7%
das colposcopias.Em
todas acomparações,
as lesõesde
altograu apresentaram
um
nível superiorde concordância
em
relaçãoao
dasde baixo
grau.SUMMARY
9The aim
of
present studywas
to evaluate the epidemiologicalprofile of
women
with
histological diagnosisof
cervical intra-epithelial neoplasia(CIN)
who
attended at GenitalOncology
Serviceof
University Hospitalof
Federal Universityof
Santa Catarinafrom
augustof
1999 through
december
of
2004, analyzing the risk factors for thedevelopment of CIN,
theassociation
between each of
the following risk factors (age, age at first intercourse, parity,cigarette
smoking
and
oral contraceptive use)and
the gradeof CIN,
and
the correlationamong
cytopathology,colposcopy and
histopathology derivedfrom
guided biopsy and
LEEP
specimen
analysis.An
observationaland
descriptive studywas
conducted
by
thereview of
medical
archives obtained at the Serviceof Medical Archive and
StatisticsHU/UFSC.
Data
were
collected followinga
specific protocol.We
observed: average ageof
35,8 years old,early
age
at first intercourse (averageof
17,3 years), multiparity (averageof
2,6 deliveries),and
oral contraceptive use in86%
of
cases.No
associationwas
observed
between
each of
those (age, cigarette
smoking
and
oral contraceptive use)and
gradeof
CIN.
Women
with_high-grade lesions
had
earlier age at first intercourseand
greaternumber
of
deliveries.The
agreement
between
cytopathologyand
histopathologyfrom guided biopsy
was
of 73,3%,
and
between
citologyand colposcopy
was
of
72%.
The
histologyfrom
LEEP
confirmed
presenceof
lesion in88,7%
of
colposcopies.Amongst
the correlationsmade,
high-grade lesionsobtained the strongest association
when
compared
with low-grade
cervical neoplasia.-21.
INTRODUÇÃO
O
câncerdo
colo uterino é a segunda causamais
comum
de câncer entre mulheresem
todo o
mundo.
Cerca de80%
dos casosocorrem
em
paísesem
desenvolvimento. Nestes, ocâncer do colo
do
útero representa15%
do
total dos cânceresna
mulher, enquanto que nospaíses desenvolvidos este percentual é de 3,6%l.
Cerca de 471 mil casos novos do câncer ocorrem
no mundo.
Em
países desenvolvidos, a sobrevidamédia
estimadaem
cinco anos varia de 59 a69%.
Nos
paísesem
desenvolvimentoos casos sao encontrados
em
estádiosmais
avançados e, conseqüentemente, a sobrevidamédia
é cerca de49%
após cinco anos.A
média
mundial estimada é de49%2.
No
Brasil, o câncer de colo representa a segunda causa de morte por câncerem
mulheres,superado apenas pela neoplasia de
mama.
Em
2005
estima-se o aparecimento de20690
casos novos,com
um
risco estimado de22
casos a cada -100 mil mulheres.Em
Santa Catarina estima-se o aparecimento de 740novos
casos desse câncer, sendo 60no
município deFlorianópolisz.
O
câncerdo
colo uterino surge a partir deuma
lesão pré-invasiva, curávelem
até100%
dos casos3. Estas são
denominadas
neoplasias intra-epiteliais cervicais (NIC).São
divididasem
3 graus,(I, II e III),conforme
características cito-histológicas etem
o objetivo deestabelecer prognóstico4' . .
Diferente
do
câncer cervical, que ocorreemimulheres
com uma
média
de idade de 52 anos, as lesoes precursoras são geralmente diagnosticadasem
mulheresmais
jovens,com
picode incidência
em
tomo
dos 30 anos, observando-se atualmentemaior
freqüênciaem
tomo
dos20 anos4*5. Isto demonstra que estas lesões requerem
um
longo período detempo (média
de15 anos) para se
tomarem
invasorass.A
NIC
tem
origemem
células metaplásicas imaturasque
se alteram, provavelmente, devido auma
associação de fatores: agentes oncogênicos, perturbaçoes imunológicas ecaracterísticas epidemiológicas4. .
Dentre os agentes oncogênicos, o
HPV,
hoje, é consideradocomo
causa necessária parao desenvolvimentodo
câncer cervical e, -portanto, de suas lesões precursoras6'7'8.O
papilomavírus
humano (HPV)
éum
pequeno
virus pertencente a família Papovaviridaeque
2
apresenta
trofismo
por tecidos epiteliais.Mais
de 70 tipos já foram identificados, e cada tipoinfecta preferencialmente certos _sítios anatômicoss.
Os
tipos deHPV
que
podem
acometer otrato genital são _o 6, 11, 16,' 18, 31, 33, 34, 35, 39, 40, 42, 43, 44, 45, 50, 51, 52, 53, 54, 55,
56, 57, 58, 59, 684.
De
acordocom
sua prevalênciana
NIC
eno
câncercervical sãoclassificados
em
HPV
de alto risco (16, 18, 45 e 56), risco intemediário (31, 33, 35, 39, 51,52, 58 e 66) e baixo risco (6, 11, 42, 43 e 44)9. Dentre estes, os
mais
comumente
encontradossâqo
16, is, 45 6316.A
infecção peloHPV
é altamente prevalentena
população, e as evidênciassugerem
que pelomenos
50%
das mulheres sexualmente ativas já foram infectadas porum
ou mais
tiposm.Woodman
et al." ,em seu estudocom
1075 mulheres entre 15 e 19 anoscom
citologianormal, encontraram
um
risco cumulativo de infecção peloHPV
em
3 anos de44%,
aumentando
para60% em
5 anos, sendo oHPV
16 omais
comumente
encontrado. Dentreestas mulheres, somente 28 desenvolveram lesoes intra-epiteliais de alto grau.
O
fato de ser oHPV
prevalentena
população,mas
usualmente provocar infecçõesbenignas e auto-limitadas, que resolvem-se
em
cerca de 1 a 2 anos, e,somente no pequeno
número
de vezesem
que esta infecçao persiste, ocorre progressão para lesões pré invasivas ecâncer, fez
com
que inúmeros fatores fossem investigados afim
de encontrar cofatoresdo
HPV
e seus papéis na carcinogênese cervicall2"3.Dentre os principais- cofatores envolvidos, tanto
na
aquisiçãodo
HPV
quantona
persistência da infecção e progressao para
NIC
e câncer, temos: precocidade de relaçaosexual, múltiplos parceiros, multiparidade, outras doenças sexualmente transmissíveis (DST),
imunidade, uso de contraceptivos hormonais, tabagismo4.
A
precocidadeno
início das relações sexuais parece aumentar a susceptibilidade aosefeitos do
HPV,
pois logo após a menarca, a junçãoescamo
colunar (JEC) everteem
direçao asuperfície
do
colo tomando-se exposta aos efeitos carcinogênicosdo
vírus”.Um
estudo feito pelo InternationalAgency
forResearch
inCancer
(IARC)l5mostrou
um
risco quatro
vezes
maior de câncer cervicalem
mulherescom
seteou mais
gestaçoescompletas
em
relação às nulíparas,_e o riscoaumentou
linearmentecom
oaumento do
número
de gestações.
Mecanismos
nutricionais, traumáticos e imunológicos são possíveis responsáveis pela associação entre paridade e progressão das infecções peloHPV.
Entretanto,devido à concordância
com
os efeitos dos contraceptivos orais, a influênciahormonal
parece3
câncer pelo fato de manter a
JEC
na ectocervice por muitos anos, facilitando a exposiçãodireta ao
HPV.
Mudanças
hormonais durante a gravideztambém
parecem modular
a respostaimune
aoHPVIÕ.
VQuanto
ao uso de contraceptivos hormonais, parece que a variávelque
estámais
intimamente relacionada ao risco de neoplasia é o
tempo
de usodo
hormônio. Riscosrelativos de 1.3 a 1.8 para usuárias de anticoncepcionais por 5
ou mais
anos foram relatadosem
estudos bem-controlados. Sugere-se que eles se liguem a certas regiõesdo
DNA
do
HPV,
aumentando
a transcrição de certos oncogenes".Exposiçao, idade de início, período e freqüência de
consumo
de cigarros, todos estesfatores
parecem
influenciar na incidência deNIC
e câncer cervical.Há
doismecanismos
principais pelo qual o tabagismo contribui para a oncogênese cervical: a exposiçao direta
do
DNA
de células epiteliais cervicais à nicotina, cotidina e outroscomponentes da fumaça do
cigarro; a imunosupressão principalmente pela diminuição
do
número
de células deLangerhans
na
cervix de mulheres fumantes”.A
imunosupressao_também
está associadacom uma
maior prevalência e persistência deinfecção por
HPV.
Em
indivíduosimunocomprometidos,
como
receptoresde
transplantes deórgãos e portadores
do
vírus da imunodeficiênciahumana
(HIV), a presença da infecçao peloHPV
é maior quena
populaçãoem
geral.Aproximadamente
50%
das mulheres infectadaspelo
HIV
e sintomáticas apresentam anormalidades citológicas compatíveiscom
NIC.
O
graude imunosupressão é
um
fator importantena
severidade das lesões cervicais induzidas peloHPV?
Sendo
asNIC
assintomáticas, o diagnóstico precoce depende demétodos
de screening,como
a citologia emétodos
biomoleculareslg.O
exame
citológicodo
colodo
útero,ou
esfregaço de Papanicolaou,
ou Pap
test, foi introduzidocomo
método
de detecçãodo
câncerdo
colodo
útero e de suas lesões precursoras por Papanicolaou e Traut,em
1943.Como
conseqüência -tomou-se possível o diagnóstico
mais
precoce das neoplasias cervicais,com
queda
progressivada
mortalidade e,mesmo,
da incidência de câncer invasivo.A
citologia é ométodo
de rastreamento universal para patologiado
colo uterino.Não
estabelece diagnósticodefinitivo,
mas
conduz
à propedêutica seguinte4.A
sensibilidadedo
teste variaem
torno de50%
a90%”.
.A
SociedadeAmericana do Câncer
(ACS)2°recomenda
que o screening inicieem
tomo
de4
realizado anualmente
quando
utilizado o esfregaço convencional.Aos
trinta anos, amulher
que
obtiver três citologias negativas consecutivaspode
realizar oexame
a cada doisou
três31105. '
Em
1988 foi criado o sistema de Bethesda para classificação dos achados da citologiacervical. Este foi atualizado
em
2001.O
sistema de Bethesda divide as neoplasias intra-epiteliais
em
duas categorias: lesões intra-epiteliais de baixo grau(NIC
Iou
HPV)
e lesõesintra-epiteliais de alto grau
(NIC
ll eNIC
III). Criatambém
a categoriaASCUS
(célulasatípicas de significado indeterminado)2l. .
Nos
casos de citologia anormal ou positiva, o principal e mais segurométodo
diagnóstico é a biópsia dirigida pela colposcopia, que evidenciará a área de alteraçõesmais
sugestivas depossíveis invasões, ou simplesmente as áreas de alterações mais acentuadas-. Para sua
realização, existem inúmeros critérios,
mas
é fundamental que esta seja classificadacomo
satisfatória
quando
aJEC
é completamente visível, e a lesão suspeita écompletamente
visualizada
no
colodo
útero”.u
Para o tratamento da
NIC,
há várias opções que são divididasem
procedimentos ablativos e procedimentos excisionais.Os
procedimentos ablativos, por definição, destróem o tecidosem
prover material para a análise histológica e incluem a termocauterização, crioterapia,vaporização a laser
com
dióxido de carbono e eletrocoagulação.Os
procedimentosexcisionais
fomecem
material para análise histológica e sao considerados, portanto,diagnósticos e incluem a conização
com
bisturi, laser e alça diaténnica (LEEP)22'23.O
diagnóstico e tratamento das neoplasia intra-epiteliais causouuma
grandequeda
nosíndices de mortalidade por câncer de colo uterino.
Devido
a este fato, oconhecimento
dosfatores de risco a elas associados nos permite a identificação ainda mais precoce destas lesões
2.
OBJETIVOS
3.1.
Objetivo
Geral
.Avaliar o perfil epidemiológico das mulheres
com
diagnóstico de neoplasia intra-epitelialcervical atendidas
no
Ambulatório de Oncoginecologiado
Hospital Universitárioda
Universidade Federal de Santa Catarina
(HU/UFSC), no
período de agosto de1999
adezembro
de 2004. r3.2.
Objetivos
Específicos
1. Determinar os fatores de risco aos quais estão associadas as neoplasias intra-epiteliais
cervicais; _
2. Avaliar a associação entre a idade e o grau das lesões intra-epiteliais cervicais;
-3. Determinar a associação entre a idade de início das relações sexuais e a presença de lesão
intra-epitelial de alto grau; -
4. Avaliar se
há
associação entre multiparidade e as lesões intra-epiteliais de alto grau;5. Avaliar se o tabagismo e o uso de contraceptivos orais estão associados ao grau das lesões
intra-epiteliais cervicais; ' `
3.
MÉToDos
3.1.
Tipo de
estudo
Trata-se de
um
estudo observacional e descritivo.3.2.
Casuística
eColeta de
Dados
Foram
revisados 130 prontuários de mulherescom
diagnóstico histológico de neoplasiaintra-epitelial cervical, atendidas
no
Ambulatório de Oncoginecologiado
HU/UFSC,
no
período de agosto de 1999 adezembro
de 2004.Os
prontuários médicos foram selecionados, tendocomo
base os registros de consultas, atravésdo
Serviço de ArquivoMédico
e Estatístico(SAME).
De
acordocom
um
protocolo, de cada prontuário foram coletados fatores de risco eresultados dos
exames
citológico, histológico e colposcópico (Apêndice).Através
do
laudo histológico da biópsia dirigida, as pacientesforam
divididas de acordocom
o grau de lesão, se de baixo ou alto grau.3.3.
Análise
dos
Dados
A
análise estatística foi realizada atravésdo programa
Epiinfo 6, atravésdo
qual foramcalculadas as freqüências e a distribuição (média,
mediana
emoda)
das variáveis de interesse.Para
comparação
entre os dois grupos (lesões de baixo e lesões de alto grau), foi utilizadoo teste
do
Qui-quadrado e a signiflcância estatística foi consideradaquando
o valor dep
fosse4.
RESULTADOS
-A
idade das pacientes, nomomento
do
diagnóstico, variou de 17 a 79 anos,com
média
de 35,8 anos (desvio padrão=
11,6),mediana
de 33 anos emoda
de27
anos.Quando
categorizadas de acordo
com
o grau de lesão histológico, asque
apresentavam lesão de altograu
(LIEAG)
obtiveramuma
idademédia
de 35,6 anos (desvio padrão=
11,8) , muitosemelhante à
média
das mulherescom
lesão de baixo grau(LIEBG), que
foi de 35,4 anos(desvio padrão=10,2), não havendo diferença estatisticamente significativa entre as
médias
(p>
0,05).A
Tabela 1 apresenta a distribuiçãodo número
de casos de lesão intra-epitelial de alto ebaixo grau de acordo
com
a idade.Não
se observou relação estatística entre a faixa etária e otipo de lesão.
Tabela
1-
Distribuição
da
idadedas
pacientes
com
neoplasia
intra-epitelialcervical
de acordo
com
o
grau
de
lesão. VIdade
LIEBG
LIEAG
TOTAL
i
N
%
N
%
N
%
Até 30 9 22,0 32 78,0 41 100 30-39 14 35,9 25 64,139
100Acima
de40
8 21,1 30 78,9 38 100 Total 31 V ' 26,387
73,7118
100Fonte:
SAME
HU/UFSC, 1999-2004Qui-quadrado: 2,80
8
Em
2 prontuários, não constava a idade de início de atividade sexual da paciente.Dos
130prontuários
onde
constava esta informação, amédia
de idade foi de 17,3 anos (desvio padrão=
2,1),mediana
de 17 anos emoda
de 18 anos.A
idademínima
foi de 13 anos e amáxima
de 26 anos.A
Tabela 2 apresenta a distribuição para a idade de início de relações sexuais.Observou-se que 103 pacientes (80,5%) apresentavam idade
da
coitarca abaixo de 18 anos.Tabela
2
-
Distribuição
da
idade
de
in_íciode
relações sexuais das pacientes
com
neoplasia
intra-epitelial cervical. ‹Idade
N
%
13-1520
15,6 1ó-is 83 64,9 19-21 19 14,8 22-24 5 3,9 25-26 1 0,8 Total 128100
9
3
Quando
agrupadas de acordocom
o grau histológico, as pacientescom
lesão de baixograu apresentaram
uma
média
da coitarca de_ 18,3 anos (desvio padrão=
2,2), enquanto ascom
lesão de alto grau obtiveramuma
média
de 17 anos (desvio padrão=
2).A
diferençaentre as médias foi estatisticamente significativa
com
p=
0,003.A
tabela 3 mostra a distribuiçao da idade de início de relações sexuais de acordocom
ograu de lesão encontrado na biópsia dirigida.
A
maioria,ou
seja, cinqüenta e quatro mulheres(87,1%) que apresentaram idade de início das atividades sexuais até 17 anos, tinham lesão de
alto grau.
Houve
significância estatística entre a faixa etáriada
coitarca e o grau de lesão.Tabela
3
-
Distribuição
da
idade
de
iníciodas relações
se_grau
de
lesão.xuais
de acordo
com
o
Idade
LIEBG
LIEAG
N
%
%
TotalN
%
Até
17 8 18-27 23 12,9 4 87,1 58,262
100 55 100 Total ~ 31 26,5 73,5 117 100Fonte:
SAME
HU/UFSC, 1999-2004Qui-quadrado: 12,51
10
_
Em
129 prontuários constavam dados sobre a paridade.Dentre estes o
número
médio
degestações foi de 3 (desvio padrão
=
2,6) para cada paciente, sendo que55%
apresentaramentre 1 e 3 gestações.
(como
observado na Tabela 4).`
_ '
.
_
Quanto aodesfecho
destas gestações, amédia
foi de 2,6 partos (desvio padrão=
2,4).(conforme observado na Tabela 5). Trinta e duas pacientes (27,9%) apresentaram parto
cesáreo prévio e 32 (24,8%)
haviam
abortado pelomenos
uma
vez.Das
130 pacientes, cinco (4,8%)eram
gestantesno
momento
do
diagnóstico.Tabela
4
-
Distribuição
do
número
de
gestações
para
aspacientes
com
neoplasia
intra-epitelial cervical.Número
de
gestaçõesN
%
Nuligestas20
15,5 1-3 71 ' 55,0Mais de
3 38 29,5 Total 129100
Fonte:
SAME
HU/UFSC, 1999-2004 _Tabela
5
-
Distribuição
do
número
de
partos
para
aspacientes
com
neoplasia
intra-epitelial cervical ig
Número
de
partosN
%
Nuliparas 22 17,1 1-3 75 58,1Mais
de 3 32 24,8 Total 129100
.ll
Quando
estudadas separadamente as pacientes que apresentavam laudo histológico, dividindo-as quanto ao grau, observou-se que: ascom
lesão intra-epitelial de baixo grauapresentaram
uma
média
de 1,8 partos (desvio padrão=
0,6).No
entanto, as'com
lesão intra- epitelial de alto grau apresentaramuma
média
de 2,17 partos (desvio padrão=
2,2).A
diferença é estatisticamente significativa,
com
p
=
0,011.A
tabela 6 mostra onúmero
de partos de acordocom
o grau de lesão, oque
também
proporcionou diferença estatisticamente significativa.
A
maioria das mulherescom
quatroou
mais partos apresentavam lesão de alto grau, totalizando 26 pacientes (89,7%).
Tabela
6
-
Distribuição'do
número. de
partos
de acordo
com
o grau de
lesão.Número
de
partosLIEBG
LIEAG
V TotalN
%
N
%
N
%
Nulíparas 8 42,1 1 1 57,9 19 100
1-3 20 29,0
49
71,0 69 100Mais
de 3 3 10,3 26 89,729
100Total 31 26,5
86
73,5 1 17 100Fonte:
SAME
HU/UFSC, 1999-2004 'Qui-quadrado: 6,48
p
=
0,03912
Observou-se neste estudo que a maioria daspacientes
haviam
feito uso de contraceptivosorais, totalizando 111 pacientes (86,0%), enquanto 18 pacientes
(14%) nunca haviam
utilizado este
método
contraceptivo.Um
prontuário não continha informaçõesem
relação aeste dado.
Não
se observou relação entre _o uso de anticoncepcionais e o grau de lesão,como
mostra a Tabela 7.
Tabela
7
-
Distribuição das pacientes usuárias
enão
usuárias
de
contraceptivos
orais
(ACO)
de acordo
com
o
grau de
lesão.'
Usuária
ACO
Não
usuáriaACO
TotalN
%
N
%
N
%
LIE
baixo grau 28 90.3 3 9,7 31 100LIE
alto grau 76 87,4 11 12,687
100Total 104 88,1 14 '
11,9 1 18 100
Fonte:
SAME
HU/UFSC, 1999-2004Qui-quadrado: 0,19
p
=
0,66Duas
pacientes (l,6%), dentre os 129 prontuáriosonde
havia esta informação,haviam
feito uso de
DIU,
enquanto o restante (98,4%) não havia relatono
prontuáriodo
uso deste outrométodo
contraceptivo.Cento
e vinte e oito prontuários continham relato sobre a história prévia de doenças sexualmente transmissíveis (DSTs). Destes, -dezoito (14,l%) relatavam históriaprévia positiva para
DSTs,
enquanto 110 (85,9%)negaram
durante a consulta terem tido qualquerDST.
Dentre as que confirmaram história prévia,haviam
dois casos de gonorréia,três casos de sífilis,
um
caso de chlamydia, sete casos deHPV
vulvar, três casos deHPV
13
Quanto
ao relato de tabagismo,um
prontuário não dispunha-desta informação.Dos
129prontuários contendo' este dado, quarenta e cinco (34_,9%) das pacientes
confirmaram
históriaprévia ou atual de tabagismo;
Não
houve
relação entre o tabagismo e o grau de lesãoconforme
observado na Tabela 8.0
ç
Tabela
8
-
Distribuição das pacientes
fumantes
enão
filmantes
conforme
o grau
de
lesão.V
Não
fumante
Fumante
TotalN
%
'N
%
N
%
L1E
baixo grau 20 64,5 11 35,50 100
UE
ano
grau _ 59 68,6 27 31,4 só 100Tom
79 61,5ss
32,5 0 117 100Fonte:
SAME
HU/UFSC, 1999-2004Qui-quadrado: 0,17
p
=
0,67Seis pacientes (4,7%) apresentavam infecção pelo
HIV,
dentre os 129 prontuáriosque
continham esta informação. Outro fator imunossupressor foi descrito
em
seis pacientes (4,7%), sendo que três apresentaram Diabetes Mellitus, duas, lupus eritematoso sistêmicoDo
total de 130 prontuários utilizados para o estudo, cento e dezessete apresentavamresultado de colpocitologia oncótica. Vinte e dois (l6,9%) apresentaram resultado negativo para malignidade.
A
maior
parte das pacientes apresentou lesão intra-epitelial de alto grau,totalizando 53 pacientes (40,8%),
como
observadona
Figura 1.1 0,00/0
1,5%
40,8%
22,3%
I
Negativo
I
ASCUS
EIAGUS
ElLIEBG
I
LIEAG
I
não
constaFigura l - Freqüência relativa do exame colpocitológico
Quanto
ao resultadodo
exame
colposcópico, sete prontuários (5,4%)não dispunham
de informaçãoem
relação a este item.Zona
de transformação atípica(ZTA)
foi encontradaem
91 casos (70%). (Figura 2)
3›0%¬ 5,4%
16,2%
5,4%
16,2%
53,3%
\-/
I
ZTT
I
ZTA
baixograu
El
ZTA
altograu
EI Suspeito invasão
I
InsatisfatóriaI
não
consta15
O
laudo da biópsia dirigida indicava lesão de baixo grau(NIC
I)em
23,8%
das pacientes,e lesão de alto grau
(NIC
II/NIC III)em
67%.
(Figura 3)6,9%
I
Negativo
23,8%
I
Cervicite ElNIC
IÚ
NIC
III
NIC
III33,1%
\/
33,9%
INão
constaFigura 3 - Freqüência relativa do diagnóstico histológico por biópsia dirigida.
Setenta e
nove
pacientes apresentaram indicação de realização de cirurgia de altafreqüência (CAF). Destas, cinco pacientes (6,3%) apresentaram laudo de lesão de baixo grau
(NIC
I), e cinqüenta enove
(74,7%) apresentaram lesão de alto grau(NIC
II/N IC III). (Figura4).
7'6%
11,4%
I
Negativo
6'3%
I
Nic
1 ElNIC
II21,5%
D
NIC
111 53°2 O/°I
Carcinoma
microinvasor
L?
16
Considerando apenas a presença ou ausência de lesão, a concordância entre a citologia e a colposcopia foi de
72%
(valor preditivo positivo de 83,1%). _Tabela
9
-
Concordância
entreos
exames
citológico ecolposcópico
segundo
a
ausência
ou
presença de
lesão.Colposcopia
Ausência de
lesãoPresença de
lesão Total- Citologia
N
%
N
%
N
.%
16 72,722
100 74 83,1 89 100 Ausência de lesão 6 27,3 Presença de lesão V 15' 16,9 Total 21 18,9 90 1 81,1 111 10017
Quando
correlacionados os resultados considerando-se o tipo de lesão,.omaior
índice de concordância foi observado nas lesões de alto grau;72%
'das lesões de alto grau à citologiaapresentaram o
mesmo
diagnóstico à colposcopia.A
maioria das citologias de baixo grauforam
definidascomo
lesões de alto grau à colposcopia (39,3%). Tanto as citologias negativascomo
aquelasque
indicavamASCUS/AGUS
receberam à colposcopia o diagnóstico de lesões de alto grauem
45,5%
e63,6%
dos casos, respectivamente. (Tabela 10)1
Tabela
10
-
Concordância
entreos
exames
citológico e
colposcópico
segundo
categorias diagnósticas.Colposcopia
~
ZTT
ZTA
4
ZTA
Suspeito Total baixograu
altograu
Invasão
Citologia
N
%
N
%
N
%
N
%
N
%
Negativo 6 27,3 5 22,7 10 45,5 1 4,5 ,22
100 BaixoGrau
10 35,7 7 25,0 11 39,3 - -28
100 AltoGrau
'4 8,0 6 12,0 36 72,04
8,050
100ASCUS/AGUS
1 9,1 2 18,2 7 63,6 1 9,1 11 100 Total 21 18,9 20 18,064
57,7 6 5,4 1 1 1 10018
Quando
considerada a correlaçãoda
citopatologiacom
histologia através da biópsiadirigida, considerando somente a ausência e a presença de lesão, a concordância foi de
76,8%
(valor preditivo positivo de 96,5%).
Tabela
11
-
Concordância
entreos
exames
citológico ehistológico através
da
biópsia
dirigidasegundo
a ausência
ou
presença de
lesão.'
Histologia a partir
da
biópsia dirigidaAusência de
lesãoPresença de
lesão TotalCitologia
N
%
N
%
N
%
Ausência de lesão - -
22
100,022
100Presença de lesão 3 3,5 83 96,5
86
100Total 3 2,8 105 97,2
108
100Fonte:
SAME
HU/UFSC, 1999-2004Ao
correlacionarmos as várias categorias diagnósticas, amaior
concordância ocorreuno
diagnóstico de lesão de alto grau (73,3%).As
lesões de baixo grau receberam,na
maioria dasvezes, diagnóstico histológico de lesão de alto grau. (Tabela 12)
Tabela
12
-
Concordância
entreos
exames
citológicoe histológico
a
partirda
biópsia
dirigida,segundo
categorias diagnósticas.'
Histologia a partir
da
biópsia dirigidaNegativo
NIC
INIC
II/III 'Total Citologia
N
%
N
%
N
%
N
%
Negativo - - 5 22,7 17 77,322
100ASCUS/AGUS
- -4
33,3 8 66,7 12 100 BaixoGrau
- - ll 37,9 18 64,129
100 AltoGrau
3 6,7 920
33 73,3 45 100 Total 3 2,829
26,976
70,4 108 100'20
Quando
foramcomparados
oexame
colposcópico e o histopatológico através da biópsiadirigida, de acordo
com
os vários tipos de lesão, obteve-se amelhor
correlação nas lesões dealto grau (89,l%). (Tabela 15)
'
' '
Já
quando
comparou-se os resultadosdo
exame
colposcópicocom
a histopatologia obtidaa partir da conização cirúrgica,
também
levandoem
conta as categoria diagnósticas, obteve-seda
mesma
forma, melhor correlação nas lesões de alto grau (83%). (Tabela 16)Tabela
15
-
Concordância
entreos
exames
colposcópico
ehistológico a
partirda
biópsia
dirigidade acordo
com
as categorias diagnósticas.Histologia a partir
da
biópsia dirigidaNegativo
NIC
INIC
II/III TotalColposcopia
N
%
N
'%
N
%
N
%
Negativo 1 4,8 10 47,6 10 47,6 21 100Baixo
Grau
- - 13 68,4 6 31,6 19 100 AltoGrau
2 3,1 5 7,8 57 89,164
. 100 100 Suspeito invasão - - 8 - - 6 100 6 Total 3 2,728
25,5 79 71,8 1 10 100 Fonte:SAME
HU/UFSC, 1999-2004Tabela
16
-
Concordância
entreos
exames
colposcópico
e histológico a
partirda conização
cirúrgicade acordo
com
ascategorias diagnósticas.
Histologia a partirda
conização cirúrgicaNegativo
NIC
I ANIC
II/IIICarcinoma
TotalColposcopia
N
%
N
%
N
%
N
%
N
%
Negativo 2 40,0 - - _ 2 40,0 1Baixo Grau
1 11,1 2 22,2 5 55,6 1 20,0 5 100 11,1 9 100 Suspeito invasão - - AltoGrau
' 4 7,5 3 5,744
83,0 2 2 50,0 3,8 53 50,0 4 Total 7 9,9 5 7,0 53 74,6 8,5 715.
DISCUSSÃO
O
câncerdo
colo uterino é totalmente curável se diagnosticado na fase pré-invasiva,ou
seja, se a neoplasia intra-epitelial cervical (NIC) for diagnosticada e tratada corretamente
não
chegará a progredir para o câncer.
Mas,
infelizmente,no
Brasil,somente
25%
das mulheresentre I5 e
49
anos realizam oexame
preventivo de câncer”,demonstrando
pobre coberturana
população feminina de risco para lesoes precursoras do colo uterino passíveis de tratamento
curativo.
Um
estudo realizado na população rural da Costa Rica demonstrouuma
alta prevalênciade lesões intra-epiteliais de baixo grau
(LIEBG)
entre mulheres jovens,com
'umamédia
deidade de
29
anos.Nesse
mesmo
estudo, observou-seum
pico de prevalência de lesões intra-epiteliais de alto grau
(LIEAG)
em
mulheres entre 25 e 34 anos,demonstrando
uma
continuidade na. progressão da doença até o câncer”. V
Um
outro estudo realizadoem
Campinas
encontrouuma
média
de idade ao diagnóstico de28,
29
e 38 anos paraNIC
I,NIC
II eNIC
III, respectivamente26. Guarisi et al.também
observaramuma
maior prevalência deLIEBG
entre mulheresmais
jovens, de até 35 anos,em
69%
dos casos. Já asLIEAG
foram observadasnuma
faixa etária de 35 a49
anos”.Ainda
um
outro estudo encontrouuma
média
de 36 anos para o aparecimento da NIC28.No
presente estudo, amédia
para as lesões de baixo grau foi de 35,4 anos, muito semelhante à encontrada para as lesões de alto grau, 35,6 anos.O
início precoce das atividades sexuais éum
fator de risco bastante conhecido para odesenvolvimento de câncer cervical. Sierra-Torres et al. encontraram
um
risco quatro vezesmaior
de câncer para mulheres iniciando relações sexuais antes dos dezoito anos”.Núñez
et al.29,
em
seu estudocom
mulheres prostitutas,mencionam
uma
relação positiva entre apresença de lesões cervicais pré-invasivas e invasivas e o início antes dos vinte anos das
atividades sexuais. Esses estudos suportam que a adolescência é
um
períodoonde
a cérviceuterina é
mais
vulnerável aos efeitos da atividade sexual e que quantomais
precocemente amulher
se inicia sexualmente émaior
o risco de desenvolver neoplasias cervicais.Um
estudo realizadocom
mulheresem
Taiwan
encontrouaumento
de82%
no
risco de desenvolvimento deNIC
quando
a coitarca ocorreu antes dos vinte anos, porém, ao avaliaro
.22
risco isolado
do
início precoce derelações sexuais, este perdeu a significância, talvez pelofato de a exposição precoce do colo uterino ser mais preditivo de câncer invasivo
do
quedas
patologias pré-invasoras”. Neste estudo, as mulheres
com
lesões de alto grau apresentarammaior precocidade
na
iniciação das atividades sexuais,comparadas
àquelascom
lesões debaixo grau, demonstrando, possivelmente, que a exposição
do
colo uterino,na
faseem
que
ajunção escamo-colunar sofre eversão
em
direção à superfíciedo
colo, propicie a evolução mais rápida da patologia. Esses dados corroboram o que foi encontradoem
um
estudo decoorte
no
Japão que mostrouuma
maior tendência à progressãoda
NIC
quantomais
precoce fosse a idade da coitarca3 1.Também
vale ressaltar que80,5%
das pacientes deste estudoiniciaram a atividade sexual antes dos 18 anos.
A
multiparidadetambém
é muito citadacomo
fator de risco para o aparecimentoda
NIC
edo
câncer de colo uterino.Wang
et al.3° apontaramum
risco parao
desenvolvimento deNIC
duas vezes
maior
para mulheres que tiveram quatroou
mais partos. Já Schiff et al.”encontraram
um
risco cinco vezes maior, para mulheres que tiveram trêsou mais
partos, dedesenvolverem
NIC
II/III.No
presente estudo,24,8%
das mulheres apresentaram quatroou
mais partos, sendo que as mulheres
com
lesões de alto grau apresentarammaior
número
departos
em
relaçao àquelascom
lesoes de baixo grau. Isso corrobora as conclusões de dois outros estudos sobre a história natural da neoplasia intra-epitelial cervical, deque
omenor
número
de partos prévios está associado aum
maior indice de regressão daNIC3
1,3 3.A
gestação éuma
fase de imunosupressão e de alteraçõeshormonais no organismo
feminino, sendo estes os principais motivos pelos quais a infecçao pelo
HPV
tem
sido descritacomo
mais freqüenteem
mulheres grávidasdo
queem
não grávidas”.A
prevalência de anormalidades citológicas durante a gestação giraem
tomo
de 0,5 a3%,
talvez pelo fato darealização
do
exame
de Papanicolau ser mais freqüente durante o pré-natal. Existemtambém
muitas dificuldades na avaliaçao do esfregaço cervical durante o período gestacional, poisvárias alterações
nacérvix
da gestantepodem
mimetizar a presença de lesões de alto grau.Por este motivo, é de grande importância a realização de colposcopia e biópsia
no
caso desuspeita de lesões pré-invasivas35. Neste estudo, a presença de
NIC
foi diagnosticada durantea gestação,
em
3,8%
das pacientes. QUm
importante estudo de caso-controle realizado peloIARC
sugeriuque
o risco de câncercervical in* situ e invasivo, para mulheres
com
teste positivo paraDNA
HPV,
aumentariaem
23
outros estudos não encontraram correlação entre o uso de anticoncepcionais e
o
aparecimentode
NIC
e de câncer invasor27'29'3°'32.Um
.estudo prospectivo realizado entre mulheres infectadas peloHPV,
apesar de não ter constatadoum
riscoaumentado
paraNIC
III entremulheres usuárias de contraceptivos orais, observou que, entre as mulheres
do
grupo controle,aquelas que faziam uso deste
método
contraceptivo tiveramuma
maior
tendência adesenvolverem
NIC
1 eNIC
II. Este fato poderia estar relacionado amaior
carga viral parao
HPV
encontradaem
mulheres usuárias de anticoncepcionaishormonais”.
No
presente estudo, a maioria das mulheres fazia uso de contraceptivos orais(86%) mas, não houve
diferença significativa entre aquelascom
lesões de alto grau,quando comparadas
àscom
lesoes de
menor
potencial oncogênico. -Duas, ou seja,
1,6%
das pacientes deste estudo faziam uso de dispositivo intra-uterino(DIU).
Poucos
trabalhos procuraram a associaçao entre o uso destemétodo
contraceptivo eo
desenvolvimento de câncer cervical. Schiff et al.” encontraram
um
riscoaumentado
tantopara
NIC
I quanto paraNIC
II/NIC IIIem
usuárias deDIU.
Haviam,
neste estudo, dentre os prontuários quepossuíam
esta informação,14,1%
de mulherescom
história prévia deDSTs.
Dentre estes, dezeram
casoscomprovados da
presença prévia ao diagnóstico do
HPV
(setecasos
deHPV
vulvar e três casos deHPV
cervical).Não
existe dúvida de que oHPV
éuma
causa necessária parao
aparecimentodo
câncercervical e, portanto, de suas lesoes precursoras,
como
foi evidenciadona
revisao feita porMuñoz
dos estudos realizados peloIARC em
HPV
e câncer cervical.Um
total de99,7%
dos1000 casos de câncer cervical confirmados histológicamente apresentaram positividade parao
DNA
HPV,
após diversas revisões dessas amostrasõ.Vários outros estudos realizados
com
o objetivo de avaliar os fatores de risco paraNIC
e câncer cervicaltambém
demonstraramgser oHPV
omais
forte fator de risco parao
desenvolvimento desta neop1asia25”3°'32. Porém,
não
erao
objetivo deste estudo determinar a prevalênciado
HPV
nessas mulheres,mesmo
porque isto teria-que ser realizadoem um
serviçoonde
oHPV
fosse pesquisadoem
todas as mulherescom
este diagnóstico.Dentre as outras
DSTs,
ainda nao há muitos estudos que conseguiram determinar seu verdadeiro papel na etiologia da neoplasia cervical.Os
principais trabalhos publicadosque
encontraram
alguma
evidência causal foram os que se propuseram» a estudaro
papelda
Chlamydia
trachomatíscomo
cofatordo
HPV
na oncogênese cervical38'39. Dentre eles,um
24
estudo que procurou determinar se a presença
do
anticorpo contra C. trachomatís,em
mulheres
com
infecçao porHPV,
aumentaria o risco de desenvolver câncer invasivo encontrouum
aumento
de duas vezes neste risco. Parece que a C. trachomatis, juntamentecom
oHPV,
infecta o tecido metaplásico da junção escamo-colunar, justamenteonde
a neoplasia cervical surge”.A
infecção por herpes vírus parece resultar na quebra da barreiramucosa
do
colo uterino,através de
inflamação
e ulceração, facilitando, portanto, o acesso de outros vírus,como
oHPV,
às células epiteliais basais, o que explica a associação encontrada por deMoscicki
et al.entre história prévia de infecção herpética e a presença de
HPV4°.
No
presente estudo, haviaum
caso de infecção prévia por C. trachomatis eum
de herpesgenital.
A
associação entre o hábitodo
tabagismo eNIC
parece estarbem
estabelecida.Um
estudo realizadocom
mulheres adolescentes procurou demonstrar quaiseram
os fatoresque
levavam ao surgimento da infecção pelo
HPV
e quais destes determinariam odesenvolvimento de lesões de baixo grau nestas mulheres que
haviam
adquiridoo
HPV.
A
conclusão a qual chegaram foi de que a grande maioria das mulheresdo
estudo,que
adquiriram oHPV,
nuncachegaram
a desenvolverNIC
Iem
60meses
de seguimento, edentre aquelas que desenvolveram
NIC,
o principal fator relacionado foi o tabagismo”.Castle' et al. demonstraram
um
aumento do
risco determinado pelo tabagismo paraaquisição de lesões de alto grau
em
mulherescom
HPV37.
Dois
outros estudos epidemiológicostambém
demonstraram forte relação entre tabagismo e NIC29'4l.Cerca de
35%
das pacientes deste estudo, dentre os prontuários que disponibilizavam este dado, relataram história de tabagismo ao diagnóstico.Quando
comparadas
de acordocom
ograu de lesão, a fim de verificar se a história de tabagismo apresentava-se
mais
relacionadacom
as lesões de alto grau,como
o que foi constatado nos estudos deHo
et al.” e Roteli-Martins et al.43, não se verificou diferença estatisticamente significativa, discordando,
portanto, dos dados da literatura. Todavia, Harris et al.44
também
não
encontraram diferença,com
relação ao tabagismo, entre os graus de lesão e,propõem,
queo
fumo, talvez, tenhaum
efeito precoce na evolução destas lesões.
Seis pacientes do estudo, totalizando 4,7%, relataram infecção pelo
HIV.
Vários estudosmostraram
uma
freqüênciaaumentada
de lesoes intra epiteliais cervicaisem
pacientescom
25
mais
comumente,
infecção peloHPV,
e estacostuma
sermais
persistente.Também
é encontradocom
mais freqüência, nesta mulheres, infecção por múltiplos vírus45”47.Outros fatores imunossupressores foram relatados
em
4,7%
dos casos. Dentre estes,haviam
dois de mulherescom
lúpus eritematoso sistêmico (LES).Uma
maior
freqüência de anormalidades citológicasem
mulheres lúpicas foi descrito porTam
et al.48 ,que
também
demonstraram
um
aumento
da infecção por múltiplosHPV
nestas mulheres.Também
não
puderam
excluir o papel dos agentes imunossupressorescomo
contribuintesno
desenvolvimento da neoplasia cervical, já que a maioria
dasmulheres,
em
seu estudo, faziauso de prednisona.
No
presente estudo, os dois casos deLES
também
faziam uso deprednisona. .
A
realizaçaodo exame
citopatológico de Papanicolautem
sido reconhecidamundialmente
como
uma
estratégia segura e eficiente para detecção precocedo
câncer de colo de úterona
população feminina.
A
sua efetividade, associada ao tratamento deste câncerem
seus estádiosiniciais,
tem
resultadoem uma
redução das taxas de incidência de câncer cervical invasor,que
pode
chegar a 90%3. ''
No
presente estudo, a concordância entre osexames
citopatológico e colposcópico,no que
diz respeito à ausência ou presença de lesão, foi de
72%,
com
um
valor preditivo positivo decerca de
83%.
A
melhor correlação foi encontradanas lesões de alto grau(72%)
semelhante ao constatado por Benedet et al.49, os quais encontraramuma
lesão de alto grau correspondente à que foi vista na citologiaem
71%
dos casos,também
sendo esta amelhor
correlação demonstradaem
seu estudo.Também
sugerem que o
fatodo conhecimento do
resultado da citologia pelo colposcopista possa influenciar a sua impressão, particularmente
nas lesões de alto grau. Outro estudo dos
mesmos
autoressomostrou
correlação de87,5%
no
que diz respeito às lesões de alto grau.
Neste estudo, a colposcopia demonstrou lesão de alto grau
em
39,3%
das citologias debaixo grau, discordando do estudo de Benedet et al.49,
onde
isto ocorreuem
somente
4,5%
dasV€Z€S.
Comparando
o diagnóstico citológicocom
o histopatológico obtido pela biópsia dirigida,de acordo
com
a ausência ou presença de lesão, a concordância foi de 76,8%,não muito
diferente do que foi constatado
no
estudo realizado por Pinho et al.5', que encontraramuma
concordância de
84%.
Jáem
relação ao valor preditivo positivo da citologia (92,4%), este foi26
Os
-altos valores de prediçãoda
doença pela citologia, neste estudo, deve-se _ao fato detodas as pacientes apresentarem
NIC,
apesar de ter-se encontrado3,5%
de falsos positivos.Porém, estas três paciente apresentaram
NIC
na histologia obtida pela cirurgia de altafreqüência. Portanto, este índice de falsos positivos representam falha da biópsia dirigida
em
obter material adequado para análise histopatológica e, não se
devem,
todavia, ao fato de acitologia superestimar a presença de lesão. Pela
mesma
razão, nãohá
como
avaliar os índicesde falsos negativos da citogia
no
presente estudo.O
indice de falsos positivos da citologia, presenteno
estudo de Pinho et al.51, foi de48,4%,_ taxa considerada alta, já
que
estas mulheres serão submetidas aexames mais
invasivos, acarretando custos desnecessários. Roberto
Neto
et al.” encontraram12,5%
defalsos positivos ao comparar
também
os resultado da citologiacom
o histopatológicoda
biópsia dirigida.
Os
índices de falsos negativos da citologia são causadosna
maioria das vezes por coleta inadequada.Também
podem
ocorrer errosno
rastreamento ena
interpretaçãodo
esfregaços 1.No
caso deste estudo, a maioria dos esfregaços citológicos foram colhidosem
Centros deSaúde, coletados por diferentes profissionais e analisados
em
diferentes laboratórios, sendodesta
forma
dificil de avaliaronde
ocorreram os erros.Ao
correlacionar as várias categorias diagnósticas, amaior
concordância ocorreuno
diagnóstico de lesão de alto grau,em
73,3%
dos casos.Em
20%
dos
casos deLIEAG,
oexame
histopatológico foi demenor
gravidade. RobertoNeto
et al. encontraram valores deconcordância
um
pouco
superiores, de -87,5%, eem
apenas12,5%
dos casos a histologiarevelou lesões de baixo grau”.
Outros' estudos
também
demonstraram
uma
melhor
correlação cito-histológica ocorrendona categoria de lesões de alto grau51'53. Estes resultados são bastante satisfatórios,
uma
vezque as lesões de alto grau progridem para câncer
em 40%
das vezes e necessitam serdiagnosticadas
com
maior rapidez3.As
categoriasASCUS/AGUS
receberam diagnóstico histopatológico de lesões de baixo grauem
33,3%
dos casos, e de alto grau,em
66,7%
das vezes. Pinho et als] encontraram33,4%
de lesões de alto grau entre mulherescom
diagnóstico citológico deASCUS.
Lima
etal.54 constataram
em
seu estudo, queem 61%
das pacientescom
ASCUS,
a histopatologia27
t
Há
bastante dificuldadeno
estabelecimentodo
diagnóstico deASCUS,
pois, apesar dehaver critérios citomorfológicos para tal, a aplicação destes é subjetiva.
Devido
ao alto índicede
NIC
encontrado nesta categoria, é importante a realizaçãode
colposcopia, eno
caso devisualizar-se lesão, deve-se proceder a biópsia”.
`
8
Ao
correlacionar a colposcopiacom
a histologia a partirda
biópsia, levandoem
contasomente a ausência
ou
presença de lesão, encontrou-seuma
concordância de80%
com
valorpreditivo positivo de 92,4%.
Quando
correlacionou-secom
o resultado histopatológico obtidopela cirurgia de alta freqüência (CAF), a concordância e valor preditivo positivo foram
semelhantes,
88,7%
e 92,4%, respectivamente.A
melhor
correlação ocorreucom
as lesões dealto grau,
em
ambas
as comparações. Foi interessante a observação de que a suspeita deinvasão pela colposcopia concretizou-se
em
apenas50%
dos 'casosem
que foi diagnosticadocarcinoma microinvasor
no
CAF.
-Benedet et al.5°, ao comparar a colposcopia
com
o
resultado da biópsia dirigida,encontraram
um
valor preditivo positivo de 75,9%, sendoque
amelhor
correlaçãotambém
ocorreuna
categoria de lesões de alto grau,em
cerca de80%
dos casos. Outro estudodo
mesmo
autor encontrou estamesma
correlaçãoem
85%
dos casos”. -JáMassad
et al.”obtiveram
um
valor preditivo positivo de80%
para colposcopia,mas
esta identificou lesõesde alto grau
somente
em
56%
dos casos, valorbem
inferior ao demonstrado nos outrosestudos.
Este estudo,
somado
a vários outros, demonstra o importante papel da colposcopiano
diagnóstico “das lesões pré-invasoras. Este
método
diagnóstico apresenta eficácia na prediçãoda presença de lesões, especialmente das lesões de alto poder oncogênico, sendo, portanto,
um
procedimento bastante seguro e
eficaz
para descartar a presença de lesões invasivas, afim
de quemétodos
terapêuticosmenos
agressivospossam
ser utilizadosno
tratamento das lesõesintra-epiteliais escamosasso.
O
estudo dos fatores de risco envolvidos nas neoplasias intra-epiteliais cervicais,juntamente
com
a contínua avaliação da eficácia dosmétodos
utilizados para o seudiagnóstico, parece ser o único
caminho
para o aperfeiçoamento dos programas derastreamento
do
câncerdo
colo uterino.Somente
através destes poderá alcançar-se o controle das altas taxas de incidência e mortalidade por este câncer.ó.
CONCLUSÕES
O
início precoce das atividades sexuais e o uso de contraceptivos orais estãoassociados ao desenvolvimento da neoplasia intra-epitelial cervical.
Não
se observou relação entre idade e o grau de lesão.Mulheres
com
lesões de alto grautêm
sua vida sexual iniciada precocemente.Á
multiparidade esteve mais associada às lesões de alto grau.Não
houve
associação entre o hábitodo
tabagismo e o grau de lesão, omesmo
ocorrendo
com
o uso de contraceptivos orais.A
concordância entre acitologia e a histologia foi de 76,8%.A
histopatologiaatravés
da
conização cirúrgicaconfirmou
presença de lesãoem
88,7%
das colposcopias.Em
todas as comparações, as lesões de alto grau apresentaram nívelNORMAS
ADOTADAS
Foi adotada a Normatização para os Trabalhos de Conclusão
do Curso
deGraduação
em
Medicina
da Universidade Federal de Santa Catarina,conforme
Resolução ng 001/2001, aprovadaem
Reunião
do Colegiadodo Curso
deGraduação
em
Medicina
em
05 de julho deREFERÊNCIAS
1. Parkin
DM,
Bray
F, Ferlay J, Pisani P. Global cancer statistics, 2002.CA
Cancer
J Clin2005;55(2):74-108.
2. Instituto Nacional de Câncer. Estimativa
2005
- Incidência de câncerno
Brasil. [capturado2005
abril 10]. Disponível em: http//zwww.inca.gov.br/estimativa/20053. Periodicidade de realização
do
exame
preventivodo
câncerdo
colodo
útero.[Normas
eRecomendações do INCA].
Rev
Bras Cancerologia 2002;48(1):13-15.4. Silveira
GP,
Pessini SA. Câncer do colo do útero: Lesões precursoras. In: Tratado deGinecologia. 3 ed. São Paulo: Roca; 2000. p. 2128-2144.
5. Tjiong
MY,
Out TA,
Ter Schegget J, BurgerMP, Van
Der
Vange
N.
Epidemiologicand
mucosal immunologic
aspects ofHPV
infection and HPV-related cervical neoplasia in thelower female genital tract: a review. Int J Gynecol Cancer 2001 ;1 1(1):9-17.
.6.
Munoz
N.Human
papillomavirus and cancer: the epidemiological evidence. J Clin Virol2000;19(1-2):1-5.
7.
Bosch FX,
Lorincz A,Muñoz
N, Meijer CJ,Shah
KV. The
causal relationbetween
human
papillomavirus and cervical cancer. J Clin Pathol 2002;55:244-265.
8.
Böhmer
G, BruleAJC,
Brummer
O, Meijer CJ, PetryKU.
No
confirmed caseof
human
papillomavirus
DNA-negative
cervical intraepithelial neoplasia grade 3 or invasive primary cancer of uterine cervixamong
511 patients.Am
J ObstetGynecol
2003; 1 89(1):1 18-120.9.
Boyle
DC,
Smith JR. Infection and cervical intraepithelial neoplasia. Int JGynecol Cancer
1999;9(3):177-1 86.10.
Winer RL, Lee
SK,Hughes
JP,Adam
DE,
KiviatNB,
Koutsky
LA.
Genitalhuman
papillomavirus infection: incidence and risk factors in a cohort of female university students.Am
J Epidemiol 2003;157(3):218-26.11.
Woodman
CB,
Collins S, Winter H, Bailey A, Ellis J, Prior P, et al. Natural historyof
cervical