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Sistema de conversão de energia eólica de alta eficiência utilizando o conversor delta tipo-T e minimização das perdas da máquina baseada em modelo

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA EL´ETRICA

Luis Juarez Castelo Branco Camur¸ca Neto

SISTEMA DE CONVERS ˜AO DE ENERGIA E ´OLICA DE

ALTA EFICIˆENCIA UTILIZANDO O CONVERSOR

DELTA TIPO-T E MINIMIZAC¸ ˜AO DAS PERDAS DA

M ´AQUINA BASEADA EM MODELO

Florian´opolis 2016

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Luis Juarez Castelo Branco Camur¸ca Neto

SISTEMA DE CONVERS ˜AO DE ENERGIA E ´OLICA DE

ALTA EFICIˆENCIA UTILIZANDO O CONVERSOR

DELTA TIPO-T E MINIMIZAC¸ ˜AO DAS PERDAS DA

M ´AQUINA BASEADA EM MODELO

Disserta¸c˜ao submetida `a P´os-Gradua¸c˜ao em Engenharia El´etrica para a obten¸c˜ao do Grau de Mestre em Engenharia El´etrica. Orientador: Prof. Marcelo Lobo Heldwein Dr. Sc. ETH

Florian´opolis 2016

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A ficha catalogr´afica ´e confeccionada pela Biblioteca Central. Tamanho: 7cm x 12 cm

Fonte: Times New Roman 9,5 Maiores informa¸c˜oes em:

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Luis Juarez Castelo Branco Camur¸ca Neto

SISTEMA DE CONVERS ˜AO DE ENERGIA E ´OLICA DE

ALTA EFICIˆENCIA UTILIZANDO O CONVERSOR

DELTA TIPO-T E MINIMIZAC¸ ˜AO DAS PERDAS DA

M ´AQUINA BASEADA EM MODELO

Esta Disserta¸c˜ao foi julgada aprovada para a obten¸c˜ao do T´ıtulo de “Mestre em Engenharia El´etrica”, e aprovada em sua forma final pela P´os-Gradua¸c˜ao em Engenharia El´etrica.

Florian´opolis, 01 de mar¸co 2016.

Carlos Galup Montoro, Dr. Ing.

Coordenador do Programa de P´os-Gradua¸c˜ao em Engenharia El´etrica Banca Examinadora:

Prof. Marcelo Lobo Heldwein Dr. Sc. ETH Orientador

Prof. Fl´abio Roberto Bardemaker Batista, Dr.

Prof. Telles Brunelli Lazzarin, Dr.

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A minha querida m˜ae Alda Camur¸ca, Aos meus tios Abelardo e Joana Camur¸ca, Ao meu grande amor Jamile Guimar˜aes, Eu dedico este trabalho.

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AGRADECIMENTOS

Tendo em vista que a finaliza¸c˜ao deste trabalho ´e o resultado n˜ao s´o do meu esfor¸co, mas tamb´em do aux´ılio de todos aqueles que partici-param direta ou indiretamente na sua conclus˜ao, gostaria de agradecer a todos que me deram for¸cas para manter o esp´ırito elevado durante estes anos em Florian´opolis.

Ao meu orientador, Prof. Marcelo Lobo Heldwein, que me aco-lheu como seu orientando. Acredito que a tarefa de ensinar exige um altru´ısmo que ´e confundido com obriga¸c˜ao. Sua preocupa¸c˜ao com o de-senvolvimento do meu trabalho, sempre dando dicas valiosas e nunca me limitando, fez com que eu pudesse aprender mais do que eu mesmo esperava. Sou extremamente grato pela sua aten¸c˜ao.

Aos professores Fl´abio Roberto Badermaker Bastista, Telles Bru-nelli Lazzarin e Roberto Francisco Coelho, por aceitarem participar da banca de avalia¸c˜ao e pelas corre¸c˜oes sugeridas para melhor´a-lo. Agrade¸co tamb´em aos professores Arnaldo Jos´e Perin, Denizar Cruz Martins e Ivo Barbi, que forneceram a base da minha forma¸c˜ao como mestre, com suas excelentes aulas.

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A minha turma inicial, formada por Andr´e, Lenon, Rafael, pe-las noites viradas resolvendo listas de exerc´ıcios, pepe-las discuss˜oes so-bre prot´otipos e artigos e pela vida fora do INEP. Quanto aos meus amigos do Cear´a, gostaria de agradecer ao Gean, o mais brilhante de todos, por todo o aux´ılio desde discuss˜oes te´oricas at´e o desenvolvi-mento do prot´otipo; ao Ronny, por toda a dedica¸c˜ao para tirar uma d´uvida mesmo quando seu tema se tornou t˜ao distinto do meu e pelos momentos de descontra¸c˜ao. A todos os membros do INEP, por sempre me tratarem muito bem e fazerem eu me sentir em casa.

Agrade¸co a minha fam´ılia, em especial a minha m˜ae e aos meus tios Abelardo e Joana, por facilitarem minha vinda e permanˆencia em Florian´opolis, sempre apoiando minha decis˜ao de fazer mestrado, mesmo quando as coisas ficaram mais dif´ıceis e quando a saudade aper-tava mais. Devo tudo o que eu sou hoje a vocˆes. Por fim, agrade¸co a minha mulher Jamile Andrade Guimar˜aes, por toda a compreens˜ao. Durante esse per´ıodo tivemos momentos de grande prova¸c˜ao e vocˆe sempre esteve ao meu lado para me apoiar. Esse trabalho ´e t˜ao seu quanto meu. Obrigado por tudo, te amo.

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No book can ever be finished. While wor-king on it we learn just enough to find it immature the moment we turn away from it.

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Resumo

Este trabalho apresenta o estudo de caracter´ısticas que permitem elevar o rendimento de um sistema de convers˜ao de energia e´olica, dividido em trˆes parte principais: estudo da m´aquina, do conversor e de uma estrat´egia de modula¸c˜ao escalar. A primeira parte se concentra na modelagem da m´aquina e na implementa¸c˜ao de uma estrat´egia de mi-nimiza¸c˜ao das perdas el´etricas. A segunda apresenta uma topologia trˆes-n´ıveis com inser¸c˜ao de interruptores em delta do lado CA, a qual acresce a quantidade de vetores redundantes no espa¸co vetorial, per-mitindo escolher sequˆencias de comuta¸c˜ao que reduzam as emiss˜oes de modo comum ou as perdas por condu¸c˜ao dos interruptores, gerando elevado rendimento. Por fim, o estudo trata de uma estrat´egia de mo-dula¸c˜ao escalar que pode ser utilizada tanto em retificadores e inver-sores como em sistemas em back-to-back trˆes-n´ıveis, eliminando a on-dula¸c˜ao de tens˜ao de baixa frequˆencia originada pela corrente de ponto central e as consequentes perdas geradas. Um prot´otipo de 10 kW contendo dois conversores da topologia estudada, baseados em disposi-tivos de SiC e conectados em back-to-back, foi constru´ıdo para validar a an´alise te´orica e para realizar a conex˜ao de uma m´aquina de im˜as per-manentes, emulando um aerogerador, `a rede el´etrica. S˜ao fornecidos detalhes de implementa¸c˜ao pr´atica, como a substitui¸c˜ao da tecnologia de capacitores e a ondula¸c˜ao da corrente no indutor do conversor co-nectado `a rede bem como a metodologia adotada para o projeto dos controladores e envio dos sinais de comando dos interruptores. Resul-tados experimentais s˜ao apresenResul-tados, validando a an´alise te´orica. Palavras-chave: Otimiza¸c˜ao, M´aquina S´ıncrona de Im˜as Permanen-tes, Conversor Trˆes N´ıveis, Alto Rendimento, Modula¸c˜ao Vetorial, Mo-dula¸c˜ao Escalar, Redu¸c˜ao da OnMo-dula¸c˜ao de Tens˜ao.

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Abstract

This work presents a study of the characteristics that allow an effici-ency increase in a wind energy conversion system, which is partitioned into three main parts: machine analysis, topology and scalar modu-lation strategy. The first part focuses on the machine modelling and implementation of a electric loss minimization technique. The second presents a three-level topology with delta connected switches at the ac terminals. This brings an increase in the number of redundant sta-tes in the space vector plane, allowing the designer to choose swit-ching sequences that may reduce common mode voltage emissions or the conduction losses of the switches, increasing efficiency. Lastly the study focuses on a scalar modulation technique, which may be used in thre-level rectifiers, inverters or back-to-back connected converters, eli-minating the low frequency voltage ripple, caused by the central point current into the dc bus, and the associated losses. A full SiC back-to-back 10-kW prototype was designed in order to validate the theoretical analysis and to connect a wind turbine to the grid. Practical design details are provided, such as the substitution of the capacitor techno-logy and the current ripple at the grid connected converter, and the methodology for the controller design and command signals are shown. Experimental results are presented to validate the performed analysis. Keywords: Optimization, Permanent Magnet Synchronous Genera-tor, Three-Level Converter, High Efficieny, Space Vector Modulation, Scalar Modulation, Voltage Ripple Reduction

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Lista de Figuras

Figura 1.1 Curva do coeficiente de potˆencia Cp x tip-speed ratio

λ. . . 37 Figura 1.2 Curvas de potˆencia para diferentes velocidades de vento. 38 Figura 1.3 Configura¸c˜ao 1: ponte de diodos, seguido por conversor

elevador e inversor. . . 40 Figura 1.4 Configura¸c˜ao 2: retificador e inversor em conex˜ao

back-to-back. . . 40 Figura 1.5 Capacidade de gera¸c˜ao da turbina estudada. . . 43 Figura 2.1 M´aquina s´ıncrona de im˜as permanentes trif´asica com

dois polos.. . . 54 Figura 2.2 Modelo simplificado do estator em coordenadas abc. . 54 Figura 2.3 Modelos el´etricos da m´aquina nos eixos d e q. . . 57 Figura 2.4 Modelos nos eixos d e q considerando perdas no ferro. 58 Figura 2.5 Plano de perdas da m´aquina como fun¸c˜ao da velocidade

angular do rotor e da corrente de eixo direto. . . 63 Figura 2.6 (a) Rendimento para as diferentes estrat´egias; (b) rela¸c˜ao

de perdas entre as estrat´egias. . . 64 Figura 2.7 Gera¸c˜ao de referˆencias de corrente para estrat´egia ME. 64 Figura 2.8 (a) Referˆencia de corrente de eixo direto; (b) referˆencia

de corrente em quadratura. . . 65 Figura 2.9 Angulo de defasagem entre tens˜ao e corrente para osˆ

m´etodos ME, MTPA e ZADC. . . 67 Figura 2.10 Influˆencia da varia¸c˜ao dos parˆametros no rendimento

geral da m´aquina. (a) Varia¸c˜ao da resistˆencia dos enrolamentos, (b) da resistˆencia do ferro, (c) da indutˆancia de eixo direto, (d) da indutˆancia em quadratura e (e) da constante de pico dos im˜as. 69 Figura 2.11 Conversor NPC cascateado operando com as estrat´egias

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Figura 3.2 Conversor Neutral Point Clamped (3L–NPC2) . . . 77

Figura 3.3 Conversor Tipo-T (3L–T2C). . . 79 Figura 3.4 (a) Conversor unidirecional 2 n´ıveis com interruptores

em delta, (b) poss´ıveis realiza¸c˜oes dos interruptores bidirecionais. 81 Figura 3.5 Retificador Viena. . . 82 Figura 3.6 Conversor 3 n´ıveis Delta Tipo T (3L-∆T2C). . . 83

Figura 3.7 Conversor 3 n´ıveis Delta Tipo-T unidirecional. . . 84 Figura 3.8 An´alise da comuta¸c˜ao implementada no conversor tipo

T. Corrente negativa, transi¸c˜ao P → M (a - c) e M → P (d - f). Corrente positiva, transi¸c˜ao P→ M (g - i) e M → P (j - l). . . 86 Figura 3.9 Mapa de vetores de um conversor trˆes n´ıveis

convenci-onal. . . 89 Figura 3.10 Mapa de vetores do conversor 3L–∆T2C com os

esta-dos redundantes representaesta-dos por cincunferˆencias concˆenctricas. 93 Figura 3.11 Estados topol´ogicos do vetor u6. . . 96

Figura 3.12 scale=0.85 . . . 97 Figura 3.13 scale=0.85 . . . 98 Figura 3.14 Circuito equivalente da Figura 3.11 itens (a) e (b). . . . 99 Figura 3.15 Circuito equivalente da Figura 3.12 itens (a) e (b). . . . 99 Figura 3.16 Circuito equivalente da Figura 3.13 itens (a) e (b). . . . 100 Figura 3.17 Mapa vetorial e representa¸c˜ao temporal das tens˜oes

e correntes para (a) δ = 0, (b) δ = π

6 e (c) δ = − π

6. A ´area

sombreada destaca a regi˜ao em que ia> 0 e ib, ic< 0. . . 104

Figura 4.1 Setor I com suas subdivis˜oes. . . 109 Figura 4.2 Tempo de aplica¸c˜ao dos vetores adjacentes para M =

0, 85. . . 112 Figura 4.3 Setor I com suas subdivis˜oes. . . 113 Figura 4.4 Exemplo de hex´agono interno (cinza) e centros dos

outros poss´ıveis hex´agonos (preto). . . 115 Figura 4.5 Circuito equivalente do inversor trˆes n´ıveis conectado

a uma carga sem conex˜ao de neutro (M 6= N).. . . 118 Figura 4.6 Tens˜oes das fases a, b e c para cada um dos vetores do

subsetor I(a). . . 120 Figura 4.7 Defini¸c˜ao das rela¸c˜oes de tempos de aplica¸c˜ao dos

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Figura 4.8 Resultado das fun¸c˜oes de modula¸c˜ao CPWM3N para

(a) M = 0, 8 e (b) M = 0, 35. . . 124

Figura 4.9 Resultado das fun¸c˜oes de modula¸c˜ao DPWM3N1para (a) M = 0, 8 e (b) M = 0, 35. . . 125

Figura 4.10 Resultado das fun¸c˜oes de modula¸c˜ao DPWM3N2para (a) M = 0, 8 e (b) M = 0, 35. . . 125

Figura 4.11 DPWM3N1. . . 127

Figura 4.12 DPWM3N2. . . 127

Figura 4.13 DPWM3N3. . . 128

Figura 4.14 Resultado das fun¸c˜oes de modula¸c˜ao DPWM3N3para (a) M = 0, 8 e (b) M = 0, 35. . . 128

Figura 4.15 Comando dos interruptores no subsetor 1. . . 130

Figura 4.16 Vis˜ao geral dos comandos dos interruptores do conver-sor em opera¸c˜ao como inversor. . . 131

Figura 4.17 Comando dos interruptores positivo e seu complemen-tar da fase a do conversor, juntamente com o interruptor em delta Sab, demonstrando a utiliza¸c˜ao dos tempos mortos. . . 131

Figura 4.18 Corrente e tens˜ao sobre os interruptores Sca. . . 132

Figura 4.19 (a) Interruptores entre duas fases do conversor e (b) seus modelos concentrados lineares equivalentes. . . 133

Figura 4.20 Poss´ıveis conex˜oes dos interruptores Sape Sbpenquanto Sab est´a conduzindo. . . 134

Figura 4.21 Poss´ıvel conex˜ao dos interruptores Same Sbmenquanto Sab est´a conduzindo. . . 134

Figura 4.22 (a) Valor m´edio e (b) eficaz da corrente parametrizados em fun¸c˜ao do ˆangulo de defasagem e ´ındice de modula¸c˜ao. . . 136

Figura 4.23 Valor eficaz parametrizado das correntes nos interrup-tores (a) do barramento positivo Sap, (b) do barramento inter-medi´ario Same (c) conectado em delta Sab. . . 138

Figura 4.24 Compara¸c˜ao entre os modelos e as caracter´ısticas de condu¸c˜ao retiradas dos datasheets. . . 140

Figura 4.25 Compara¸c˜ao das perdas por condu¸c˜ao entre (a) 3L− T2C e 3L− ∆T2C, entre (b) 3L − T2C com os interruptores positi-vos e negatipositi-vos em paralelo e 3L− ∆T2C e (c) vis˜ao inferior do item b. . . 141

Figura 4.26 Energias de comuta¸c˜ao. . . 143 Figura 4.27 Perdas por comuta¸c˜ao para os interruptores Sap, Dap

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Figura 4.28 (a) Vetores resultantes da diferen¸ca entre os vetores discretos e a componente fundamental. (b) Trajet´oria do vetor

ondula¸c˜ao de corrente dentro de um per´ıodo de comuta¸c˜ao. . . 146

Figura 4.29 Ondula¸c˜ao de corrente para o ´ındice de modula¸c˜ao da aplica¸c˜ao M = 2 ˆUpk/Ucc. . . 147

Figura 4.30 Simula¸c˜ao dos conversores operando com uma defasa-gem de 27◦. (a) Vienna e (b) 3L− ∆T2C. . . 148

Figura 4.31 Decomposi¸c˜ao harmˆonica das formas de onda da Fi-gura 4.30 ((a) em azul e (b) em amarelo) at´e a d´ecima quinta ordem. . . 149

Figura 4.32 Modula¸c˜ao senoidal. . . 151

Figura 4.33 Modula¸c˜ao CPWM3N. . . 151

Figura 4.34 Modula¸c˜ao DPWM3N1.. . . 152

Figura 4.35 Curva de rendimento do 3L− ∆T2C com CPWM3N.153 Figura 5.1 Circuito equivalente simplificado do conversor com re-presenta¸c˜ao gen´erica dos interruptores. . . 157

Figura 5.2 (a), (c) e (e): Fun¸c˜oes de modula¸c˜ao senoidal, CPWM3N e escalar. (b), (d) e (f): suas respectivas ondula¸c˜oes dos barra-mentos parciais. . . 161

Figura 5.3 Compara¸c˜ao da modula¸c˜ao escalar com inje¸c˜ao de um quarto de terceira harmˆonica. (a) e (b) δ = 0, (c) e (d) δ = π/6. 162 Figura 5.4 Limites da modula¸c˜ao escalar proposta com varia¸c˜ao do ˆangulo das correntes de fase. . . 162

Figura 5.5 Conversor operando como retificador a 10% da potˆencia nominal. Em vermelho e amarelo est˜ao as tens˜oes dos barramen-tos parciais, em azul a tens˜ao de linha uabe em verde a corrente de fase ia. . . 163

Figura 5.6 Conex˜ao back-to-back dos conversores trˆes n´ıveis com detalhe das correntes de ponto central. . . 164

Figura 5.7 Simula¸c˜ao demonstrando a redu¸c˜ao da ondula¸c˜ao de tens˜ao nos barramentos parciais. (a) e (b) com modula¸c˜ao se-noidal e sem a aplica¸c˜ao da fun¸c˜ao de eixo zero mz, (c) e (d) com inser¸c˜ao da fun¸c˜ao da modula¸c˜ao do inversor, (e) e (f) com aplica¸c˜ao da fun¸c˜ao de eixo zero `a modula¸c˜ao CPMW3N. . . 166 Figura 5.8 Resultado experimental com ambos os conversores

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20 kHz, finv,1 = 90 Hz e fret,1 = 60 Hz. Azul: ondula¸c˜ao do

barramento, amarelo: tens˜ao de linha do retificador, vermelho:

corrente do retificador e verde: corrente do inversor. . . 167

Figura 5.9 Resultado experimental com inversor operando com modula¸c˜ao senoidal e retificador com a modula¸c˜ao proposta. Frequˆencia de comuta¸c˜ao de 20 kHz, finv,1= 90 Hz e fret,1 = 60 Hz. Azul: ondula¸c˜ao do barramento, amarelo: tens˜ao de linha do retificador, vermelho: corrente do retificador e verde: corrente do inversor. . 168

Figura 5.10 Resultado de simula¸c˜ao demonstrando a ondula¸c˜ao do barramento CC para as condi¸c˜oes da Tabela 5.1 . . . 171

Figura 5.11 Resultado experimental demosntrando a ondula¸c˜ao do barramento CC para as condi¸c˜oes da Tabela 5.1. . . 171

Figura 5.12 Dimens˜oes das configura¸c˜oes de conex˜ao dos capacito-res eletrol´ıticos e de filme. . . 175

Figura 5.13 Espectro harmˆonico da corrente do capacitor para o caso 2: (a) e (c) baixa e alta frequˆencia da modula¸c˜ao senoidal, (b) e (d) baixa e alta frequˆencia da modula¸c˜ao escalar proposta. 176 Figura A.1 Modelos nos eixos d e q considerando perdas no cobre e no ferro. . . 195

Figura A.2 Medi¸c˜ao da resistˆencia em diversos pontos de opera¸c˜ao e aproxima¸c˜ao da equa¸c˜ao de eleva¸c˜ao de temperatura. . . 196

Figura A.3 Alinhamentos do eixos d e q. . . 197

Figura A.4 Set-up para medi¸c˜ao da indutˆancia de eixo d. . . 198

Figura A.5 Medi¸c˜ao experimental das indutˆancias s´ıncronas de eixo direto e em quadratura.. . . 198

Figura A.6 Rela¸c˜ao entre tens˜ao de linha e velocidade angular a vazio. . . 199

Figura A.7 Perdas medidas pelo torqu´ımetro com a m´aquina a vazio. . . 201

Figura A.8 Resistˆencia equivalente das perdas no ferro para dife-rentes valores de torque da m´aquina. . . 202

Figura B.1 Prot´otipo montado - Placas do circuito de gatilho. . . . 206

Figura B.2 Prot´otipo montado - Placa do circuito de potˆencia. . . 206

Figura B.3 Esquem´atico circuito das conex˜oes entre os circuitos. . 207

Figura B.4 Esquem´atico circuito de potˆencia. . . 208

Figura B.5 Esquem´atico circuito de potˆencia. . . 209

Figura B.6 Esquem´atico circuito de potˆencia. . . 210

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Figura C.3 Diagrama de blocos da malha de corrente . . . 219 Figura C.4 Malha de corrente (a) sem e (b) com o controlador

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Lista de Tabelas

Tabela 1.1 Valores das constantes de (1.3).. . . 37 Tabela 1.2 Parˆametros de simula¸c˜ao do aerogerador. . . 43 Tabela 2.1 Parˆametros da m´aquina.. . . 60 Tabela 3.1 Estados topol´ogicos - Vetores nulo e curtos.. . . 91 Tabela 3.2 Estados topol´ogicos - Vetores m´edios.. . . 92 Tabela 3.3 Estados topol´ogicos - Vetores longos. . . 92 Tabela 4.1 Tempo de aplica¸c˜ao dos vetores no setor I.. . . 111 Tabela 4.2 Sequˆencias de aplica¸c˜ao dos vetores para o primeiro sex-tante na modula¸c˜ao CPWM3N.. . . 116 Tabela 4.3 Sequˆencias de aplica¸c˜ao dos vetores para o primeiro sex-tante na modula¸c˜ao DPWM3N. . . 117 Tabela 4.4 Matrizes relacionando os tempos de aplica¸c˜ao dos vetores dicom as fun¸c˜oes de modula¸c˜ao mαβ para o primeiro sextante. . . 123

Tabela 4.5 Esfor¸cos de corrente nos interruptores para ˆIpk= 20 A

e ´ındice de modula¸c˜ao M = 0, 833. . . 137 Tabela 4.6 Especifica¸c˜oes do conversor. . . 139 Tabela 4.7 Especifica¸c˜oes do conversor. . . 150 Tabela 5.1 Especifica¸c˜oes da compara¸c˜ao entre ondula¸c˜oes para mo-dula¸c˜ao senoidal. . . 170 Tabela 5.2 Poss´ıveis capacitores a serem utilizados no barramento CC. . . 174 Tabela D.1Matrizes relacionando os tempos de aplica¸c˜ao dos vetores di com as fun¸c˜oes de modula¸c˜ao mαβ para os outros sextantes e

alto ´ındice de modula¸c˜ao. . . 223 Tabela D.2Matrizes relacionando os tempos de aplica¸c˜ao dos vetores di com as fun¸c˜oes de modula¸c˜ao mαβ para os outros sextantes e

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(25)

Lista de Abreviaturas e

Siglas

MSIP M´aquina S´ıncrona de Im˜as Permanentes . . . 39 MPPT Maximum Power Point Tracking . . . 41 WECS Wind Energy Conversion System . . . 43 ANEEL Agˆencia Nacional de Energia El´etrica . . . 45 MSE Modified Steinmetz Equation . . . 52 GSE Generalizes Steinmetz Equation . . . 52 iGSE Improved Generalized Steinmetz Equation . . . 52 i2GSE Improved-Improved Generalized Steinmetz Equation 52

ZADC Zero Axis Direct Current . . . 61 MTPA Maximum Torque per Ampere . . . 61 UPF Unity Power Factor . . . 61 CMFL Constant Mutual Flux Linkages . . . 61 CBE Constante Back EMF . . . 61 SSV Six-Step Voltage . . . 61 ME Maximum Efficiency . . . 61 NPC Neutral Point Clamped . . . 68 3L–∆T2C Conversor Delta Tipo T Trˆes-N´ıveis . . . 73

2LC Conversor Dois N´ıveis . . . 74 3L–NPC2 Conversor Neutral Point Clamped Trˆes-N´ıveis . . . 76

IGBT Insulated Gate Bipolar Transistor . . . 76 MOSFET Metal Oxide Semiconductor Field Effect Transistor . 76 3L–T2C Conversor Tipo T Trˆes-N´ıveis. . . 77

NPCm Conversor Neutral Point Clamped Modificado . . . 77 3L–ANPC2Conversor Active Neutral Point Clamped Trˆes-N´ıveis 78

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MMC Conversor Multin´ıvel Modular . . . 78 UPS Uninterruptible Power Supply . . . 79 PWM Pulse-Width Modulation . . . 79 ∆–2LC Conversor Delta Dois-N´ıveis . . . 80 CPWM3N Modula¸c˜ao Vetorial Cont´ınua Trˆes-N´ıveis . . . 114 DPWM3N Modula¸c˜ao Vetorial Descont´ınua Trˆes-N´ıveis . . . 115 THD Distor¸c˜ao Harmˆonica Total . . . 150

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Lista de S´ımbolos

Cp Coeficiente de potˆencia da turbina . . . 36

λ Velocidade de ponta de p´a - tip speed ratio . . . 36 β Angulo de passo da turbina . . . 36ˆ ωm Velocidade angular do rotor . . . 36

Rp Raio da turbina . . . 36

vw Velocidade do vento . . . 36

ek Densidade de energia cin´etica . . . 37

ρ Densidade do ar . . . 37 Pw Potˆencia contida no vento . . . 37

Pm Potˆencia extra´ıda do vento . . . 38

Tm Torque mecˆanico da turbina . . . 38

KP Constante de proporcionalidade entre potˆencia e

ve-locidade do vento . . . 38 KT Constante de proporcionalidade entre torque e

velo-cidade do vento. . . 41 Ptot Perdas totais na m´aquina . . . 48

PCu,k Perdas no cobre na devido `a k-´esima harmˆonica. . . 48

PFe Perdas no ferro . . . 48

Pat Perdas por atrito . . . 48

Pdis Perdas por dispers˜ao . . . 48

Pvent Perdas por ventila¸c˜ao . . . 48

Rs Resistˆencia dos enrolamentos do estator . . . 49

Is,k k-´esima componente harmˆonica da corrente no estator 49

δk Profundidade de penetra¸c˜ao . . . 49

µ0 Permeabilidade magn´etica no v´acuo . . . 49

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E Vetor campo el´etrico. . . 51 B(r, t) Vetor campo magn´etico . . . 51 H Vetor campo magn´etico auxiliar . . . 51 J Vetor densidade de corrente . . . 51 pFe Perdas por unidade de volume no ferro na m´aquina . 51

phys Perdas por histerese por unidade de volume. . . 51

peddy Perdas por correntes parasitas por unidade de volume 51

Pmec Perdas mecˆanicas . . . 53

kmec Constante de proporcionalidade das perdas mecˆanicas 53

θm Posi¸c˜ao angular do rotor . . . 54

θe Posi¸c˜ao angular el´etrica. . . 54

ωe Velocidade angular el´etrica . . . 54

uk Tens˜ao da fase k, k∈ {a, b, c} . . . 55

ik Corrente da fase k, k∈ {a, b, c} . . . 55

ψs,k Fluxo concatenado pelo estator na fase k, k∈ {a, b, c} 55

Lk Indutˆancia pr´opria da fase k, k∈ {a, b, c} . . . 55

Mkl Indutˆancia m´utua entre as fases k e l, k, l∈ {a, b, c}

e k6= l . . . 55 ψm,k Fluxo concatenado pelo im˜a na fase k, k∈ {a, b, c}. . 55

Ldis Indutˆancia de dispers˜ao. . . 55

uabc Vetor das tens˜oes de fase . . . 56

iabc Vetor das correntes de fase . . . 56

ψs,abc Vetor dos fluxos concatenados pelas fase . . . 56 ψm,abc Vetor dos fluxos concatenados pelos im˜as . . . 56 xdq0 Vetor nas coordenadas dq0 . . . 56

xabc Vetor nas coordenadas abc. . . 56

Tabcdq0 Matriz de transfoma¸c˜ao de coordenadas abc para dq0 56

Tdq0abc Matriz de transfoma¸c˜ao de coordenadas dq0 para abc 56 uk Tens˜oes de fase de eixo direto, em quadratura ou zero,

k∈ {d, q, 0} . . . 56 ik Correntes de fase de eixo direto, em quadratura ou

zero, k∈ {d, q, 0} . . . 56 ψk Fluxo concatenado de eixo direto, em quadratura ou

(29)

zero, k∈ {d, q, 0} . . . 56 Lk Indutˆancia de eixo direto ou em quadratura, k ∈

{d, q}. . . 56 ˆ

ψm Fluxo concatenado de pico . . . 56

ψdq Vetor fluxo concatenado nas coordenadas s´ıncronas . 57

Rc Resistˆencia equivalente das perdas no ferro . . . 58

Pe Potˆencia el´etrica . . . 59

Tem Torque eletomagn´etico . . . 59

i∗

k Corrente de referˆencia de eixo direto ou em

quadra-tura, k∈ {d, q} . . . 61 Jp Fun¸c˜ao de otimiza¸c˜ao . . . 62

xmed Valor da vari´avel medida . . . 67

˜

x Varia¸c˜ao da vari´avel x em torno do ponto de medi¸c˜ao 67 ηMTPA Rendimento da m´aquina usando a estrat´egia MTPA 68

ηME Rendimento da m´aquina usando a estrat´egia ME . . . 70

u∗(t) Vetor de referˆencia . . . 87 uk Tens˜ao de fase em coordenadas αβ, k∈ {αβ}. . . 87

rS,k Resistˆencia equivalente do interruptor k . . . 95

rD,k Resistˆencia equivalente do diodo k . . . 95

uD,k Queda de tens˜ao do diodo k . . . 95

δ Diferen¸ca entre as fases da tens˜ao e da corrente . . . 102 ϕu Fase da tens˜ao . . . 102

ϕi Fase da corrente . . . 102

Tk Tempo de aplica¸c˜ao dos vetores ativos ou nulos, k ∈

{1, 2, z} . . . 109 Ts Per´ıodo de comuta¸c˜ao . . . 109

ˆ

Upk Tens˜ao de fase de pico . . . 109

M ´Indice de modula¸c˜ao . . . 110 d Raz˜ao c´ıclica . . . 111 uinv,k Tens˜ao de fase do inversor, k∈ {a, b, c} . . . 117

uinv,kM Tens˜ao de fase do inversor referenciada ao ponto M,

k∈ {a, b, c}. . . 117 m Fun¸c˜ao de modula¸c˜ao . . . 118 d(i) Vetor de raz˜oes c´ıclicas . . . 122

mαβ Vetor de fun¸c˜oes de modula¸c˜ao . . . 122

ˆ

(30)

uds Tens˜ao dreno-source no interruptor . . . 139

iD Corrente no diodo em antiparalelo do interruptor . . . 139

im Corrente no interruptor de 650 V . . . 139

Pcond Perdas por condu¸c˜ao . . . 141

Eon Energia de comuta¸c˜ao - condu¸c˜ao . . . 142

Eoff Energia de comuta¸c˜ao - bloqueio . . . 143

Pcom Perdas por comuta¸c˜ao . . . 143

Etot Energia de uma comuta¸c˜ao - condu¸c˜ao e bloqueio . . . 143

i1 Vetor corrente fundamental . . . 145

ih Vetor corrente harmˆonica . . . 145

uc,1 Vetor tens˜ao fundamental do conversor . . . 145

uc,h Vetor tens˜ao harmˆonica do conversor . . . 145

ug Vetor tens˜ao fundamental da rede . . . 145

∆i Ondula¸c˜ao da corrente . . . 147 ∆i Ondula¸c˜ao da corrente normalizada . . . 147 Cmin Capacitˆancia m´ınima . . . 169

∆uCC Ondula¸c˜ao da tens˜ao do barramento . . . 170

ESR Resistˆencia s´erie equivalente . . . 174 Ic,rms Corrente eficaz no capacitor . . . 174

(31)

Sum´

ario

1 INTRODUC¸ ˜AO . . . 33 1.1 MOTIVAC¸ ˜AO . . . 33 1.2 FUNDAMENTOS DA CONVERS ˜AO DE ENERGIA E ´OLICA 35 1.2.1 Aerogeradores de Pequeno Porte . . . 35 1.2.2 Caracter´ısticas da Extra¸c˜ao da Energia do Vento . . . 35 1.2.2.1 Coeficiente de Potˆencia . . . 35 1.2.2.2 Potˆencia Mecˆanica . . . 36 1.2.3 Aerogeradores e Eletrˆonica de Potˆencia . . . 39 1.2.3.1 Configura¸c˜oes dos Sistemas E´olicos de Baixa Potˆencia . . . 39 1.2.4 M´etodos de Extra¸c˜ao da M´axima Potˆencia . . . 40 1.2.5 Especifica¸c˜oes do Aerogerador . . . 42 1.3 OBJETIVO E CONTRIBUIC¸ ˜OES DO TRABALHO . . . 43 1.4 ORGANIZAC¸ ˜AO DA DISSERTAC¸ ˜AO . . . 44 2 ESTUDO DA M ´AQUINA S´ıNCRONA DE IM ˜AS

PER-MANENTES . . . 47 2.1 PERDAS NA M ´AQUINA . . . 48 2.1.1 Perdas no Cobre . . . 49 2.1.2 Perdas no Ferro . . . 50 2.1.3 Formula¸c˜ao Matem´atica e Revis˜ao das Perdas no

Ferro . . . 50 2.1.4 Perdas Mecˆanicas . . . 53 2.2 MODELAGEM DA M ´AQUINA . . . 53 2.2.1 Modelagem em Coordenadas abc . . . 54 2.2.2 Modelagem em Coordenadas dq0 . . . 56 2.2.3 Modelo Considerando as Perdas no Ferro . . . 57 2.2.4 Rela¸c˜oes de Potˆencia e Torque . . . 59 2.2.5 Caracteriza¸c˜ao da M´aquina . . . 60 2.3 ESTRAT´EGIA DE MINIMIZAC¸ ˜AO DE PERDAS . . . 61 2.3.1 Fator de Potˆencia . . . 66 2.4 SENSIBILIDADE A VARIAC¸ ˜OES PARAM´ETRICAS . . . 66

(32)

3 CONVERSOR DELTA TIPO T 3 N´ıVEIS . . . 73 3.1 CONVERSORES APLICADOS A ACIONAMENTOS DE

M ´AQUINAS EM BAIXA TENS ˜AO . . . 74 3.1.1 Conversor 2 N´ıveis . . . 74 3.1.2 Conversores Multin´ıveis . . . 75 3.1.2.1 Conversor NPC 3 N´ıveis . . . 76 3.1.2.2 Conversor Tipo T . . . 77 3.1.2.3 Outras Topologias de Conversores Multin´ıveis . . . 78 3.1.3 Topologias Unidirecionais . . . 79 3.1.3.1 ∆–2LC . . . 80 3.1.3.2 Retificador Viena . . . 81 3.1.4 Topologia Estudada . . . 82 3.2 AN ´ALISE DA TOPOLOGIA ESTUDADA . . . 84 3.2.1 Comuta¸c˜ao . . . 84 3.2.2 Estados Topol´ogicos e Modula¸c˜ao Vetorial . . . 87 3.2.3 Mapa de Vetores do 3L–∆T2C . . . 88

3.2.4 Utiliza¸c˜ao do Delta na Redu¸c˜ao das Perdas por Condu¸c˜ao . . . 93 3.2.4.1 Caso 1 - Aplica¸c˜ao do Vetor u6. . . 95

3.2.4.2 Caso 2 - Aplica¸c˜ao do Vetor u13. . . 100

3.2.5 Extens˜ao do ˆAngulo de Opera¸c˜ao do Delta Unidi-recional . . . 101 3.3 CONCLUS ˜AO . . . 105 4 AN ´ALISE QUANTITATIVA DO DELTA TIPO T 3

N´ıVEIS . . . 107 4.1 AN ´ALISE VETORIAL DO 3L–∆T2C . . . 108

4.1.1 C´alculo do Tempo de Aplica¸c˜ao dos Vetores . . . 108 4.1.2 Limites e considera¸c˜oes da modula¸c˜ao vetorial trˆes

n´ıveis . . . 111 4.2 MODULAC¸ ˜AO 3 N´ıVEIS BASEADA EM PORTADORAS . . 114 4.2.1 Modula¸c˜ao Cont´ınua 3 n´ıveis - CPWM3N . . . 114 4.2.2 Modula¸c˜ao Descont´ınua 3 n´ıveis - DPWM3N . . . 115 4.2.3 Fun¸c˜oes de modula¸c˜ao . . . 117 4.3 GERAC¸ ˜AO DOS COMANDOS DOS INTERRUPTORES

EM DELTA . . . 129 4.4 ESFORC¸ OS DE CORRENTE NOS INTERRUPTORES . . . . 132 4.4.1 Perdas por Condu¸c˜ao . . . 138 4.4.2 Perdas por Comuta¸c˜ao . . . 142 4.5 AN ´ALISE DA ONDULAC¸ ˜AO DAS CORRENTES . . . 145

(33)

4.5.1 Conversor do Lado da Rede . . . 145 4.5.2 Conversor do Lado da M´aquina . . . 147 4.6 RESULTADOS EXPERIMENTAIS . . . 150 4.6.1 Compara¸c˜ao das modula¸c˜oes . . . 150 4.6.2 Curvas de Rendimento . . . 152 4.7 CONCLUS ˜AO . . . 153

5 CONVERSOR BACK-TO-BACK COM MODULAC¸ ˜AO

ESCALAR . . . 155 5.1 CANCELAMENTO DA CORRENTE DE PONTO

CEN-TRAL . . . 157 5.1.1 Caso Retificador . . . 157 5.1.2 Caso Back-to-Back . . . 164 5.2 DETERMINAC¸ ˜AO DA CAPACIT ˆANCIA DO BARRAMENTO

CC . . . 169 5.3 AN ´ALISE DA SUBSTITUIC¸ ˜AO DO CAPACITOR . . . 172 5.4 CONCLUS ˜AO . . . 177 6 CONCLUS ˜AO GERAL . . . 179 6.1 TRABALHOS FUTUROS . . . 181 REFERˆENCIAS . . . 183 APˆENDICE A -- Testes e Caracteriza¸c˜ao da M´aquina . . . 195 A.1 TESTES . . . 196 A.1.1 Determina¸c˜ao de Rs - Rotor Bloqueado . . . 196

A.1.2 Determina¸c˜ao das indutˆancias de eixo direto e qua-dratura Ld e Lq - Rotor Bloqueado . . . 197

A.1.3 Determina¸c˜ao da constante ˆψm - A vazio . . . 199

A.1.3.1 Determina¸c˜ao da resistˆencia equivalente Rc . . . 200

APˆENDICE B -- Prot´otipo . . . 205 B.1 PROT ´OTIPO CONSTRU´ıDO . . . 205 B.1.1 Placa de Controle e Condicionamento de Sinais . . . . 205 B.1.2 Placa dos Circuitos de gatilho . . . 205 B.1.3 Placa de Potˆencia . . . 206 B.2 ESQUEM ´ATICOS . . . 207 APˆENDICE C -- Modelagem e Controle . . . 215 C.1 MODELO EM αβγ . . . 215 C.2 PROJETO DOS CONTROLADORES DE CORRENTE . . . . 216

(34)
(35)

33

Cap´ıtulo 1

Introdu¸

ao

1.1 Motiva¸

ao

De acordo com o World Energy Outlook 2015 [1], aproximada-mente 1,2 bilh˜ao de pessoas, 17% da popula¸c˜ao mundial, n˜ao possui acesso a energia el´etrica, com mais de 95% delas vivendo na ´Africa Sub-Saariana ou na ´Asia, predominantemente em ´areas rurais. ´E fato que o acesso `a energia el´etrica est´a intrinsecamente ligado a uma eleva¸c˜ao dos ´ındices de qualidade de vida e que seus servi¸cos prestados s˜ao cruciais ao bem estar humano e ao desenvolvimento econˆomico de um pa´ıs.

Fornecimento de ´agua limpa, saneamento b´asico, melhoria no tratamento e cozimento de alimentos, transporte e servi¸cos de teleco-munica¸c˜ao s˜ao alguns dos exemplos daquilo que pode ser aperfei¸coado quando se h´a energia el´etrica dispon´ıvel. Por essas caracter´ısticas, o acesso a eletricidade ´e um dos indicadores levados em conta no c´alculo do ´ındice de desenvolvimento humano, desenvolvido pelo Programa de Desenvolvimento das Na¸c˜oes Unidas [2].

Em pa´ıses de larga extens˜ao territorial e com a malha el´etrica mal conectada, o fornecimento da energia el´etrica a ´areas mais dis-tantes dos grandes centros produtores de energia ou da rede nacional ´e uma tarefa n˜ao somente ´ardua, mas tamb´em proibitivamente cara. Usinas nucleares ou baseadas na queima de carv˜ao e g´as, bem como grandes hidrel´etricas ou usinas solares, s˜ao centralizadas e geralmente precisam transmitir a eletricidade por grandes distˆancias. Nesse con-texto, a gera¸c˜ao local ou gera¸c˜ao distribu´ıda, por se encontrar mais pr´oxima das cargas, surge como alternativas acess´ıvel para minimizar o problema da escassez de energia.

(36)

No que diz respeito a gera¸c˜ao distribu´ıda, as fontes tipicamente utilizadas s˜ao a e´olica, a solar e a biomassa. Em regi˜oes onde o vento ´e favor´avel e constante, a gera¸c˜ao e´olica, mais especificamente os aeroge-radores de pequeno porte, se apresentam com uma atraente alternativa que j´a vem sendo aplicada nas zonas afastadas. Como prova disto, a China, que se encontra dentro das classifica¸c˜oes tratadas, isto ´e, um pa´ıs em desenvolvimento com grande ´area e vasta zona rural, vem sendo o maior mercado de turbinas de pequeno porte em termos de unidades instaladas. Foram 625 mil unidades ao final de 2013, representando 72% do mercado mundial total em termos de novas unidades instaladas [3]. Mundialmente foi constatado um crescimento de 12% de capacidade de gera¸c˜ao e´olica instalada no ano de 2014, 18% em 2013.

Tamb´em nos pa´ıses desenvolvidos, ainda que n˜ao seja para su-prir uma necessidade emergencial de gera¸c˜ao e onde a infraestrutura da rede de distribui¸c˜ao enfraquece a competitividade das pequenas tur-binas frente `as primas gigantes, o aumento dos custos e a crescente preocupa¸c˜ao com a preserva¸c˜ao ambiental, bem como os incentivos econˆomicos governamentais, caracterizados pelas tarifas feed in para acelerar o investimento de tecnologias de energias renov´aveis, est˜ao impulsionando a ind´ustria e´olica de pequeno porte. Os dois maiores mercados, depois da China, s˜ao os EUA e o Reino Unido, correspon-dendo a 30% e 15% do mercado mundial, respectivamente, seguidos por Alemanha, Canad´a e Jap˜ao, todos pa´ıses com economias consolidadas. Tradicionalmente, os participantes da matriz energ´etica eram es-tritamente ou consumidores ou produtores de eletricidade, todavia com as crescentes possibilidades t´ecnicas e econˆomicas de gera¸c˜ao local os consumidores agora podem fazer parte de uma nova realidade, os pro-sumers, uma nova entidade que gera, consome e armazena energia, podendo operar integrado ou n˜ao `a rede el´etrica. No Brasil a resolu¸c˜ao nº 687 da ANEEL [4] disp˜oe sobre as condi¸c˜oes gerais e regras envol-vendo o sistema prosumer -rede quanto ao c´alculo do balan¸co energ´etico entre gera¸c˜ao e consumo, tamanho (potˆencia instalada) e origem (solar, e´olica, biomassa).

Dente as tecnologias renov´aveis aplicadas em gera¸c˜ao distribu´ıda duas se destacam hoje: solar e e´olica. Dessas, a primeira possui um n´umero maior de desvantagens, dentre elas baixo rendimento e uti-liza¸c˜ao de metais t´oxicos, como c´admio e arsˆenico, no seu processo de fabrica¸c˜ao. Em contrapartida, os aerogeradores, apesar de neces-sitarem de um estudo pr´evio do comportamento do vento na regi˜ao em que ser˜ao instalados, possuem uma mais alta eficiˆencia e tˆem o funcionamento baseado numa tecnologia j´a alvo de desenvolvimento e

(37)

1.2 Fundamentos da Convers˜ao de Energia E´olica 35

consolida¸c˜ao h´a s´eculos, a de m´aquinas el´etricas.

Por essas caracter´ısticas e pela capacidade dos pequenos gerado-res de suprir as necessidades de sistemas distantes da matriz energ´etica ou at´e mesmo de reduzir o impacto da conta de luz em sistemas inter-ligado a ela, somado a um crescente aumento de mercado das unidades geradoras [3] o estudo dos aerogeradores de pequeno porte e as tecno-logias associadas a eles se tornam relevantes.

1.2 Fundamentos da Convers˜

ao de Energia

olica

1.2.1 Aerogeradores de Pequeno Porte

A IEC 61400-02 classifica as turbinas de pequeno porte como aquelas que tˆem uma ´area varrida pelas p´as menor que 200 m2, com

gera¸c˜ao em uma tens˜ao menor que 1000 V alternada ou 1500 V cont´ınua [5]. O benef´ıcio do uso de turbinas de pequeno porte ´e a facilidade de instal´a-las em menores espa¸cos, al´em dos reduzidos gastos com manu-ten¸c˜ao, se comparadas com outras tecnologias renov´aveis. Uma vez instaladas s˜ao suficientes para atender demandas menores, para suprir as necessidades de uma pequena escola ou algumas residˆencias, por exemplo.

O que se abordar´a neste trabalho s˜ao caracter´ısticas relaciona-das a turbinas como a Bergey Excel 10, da Bergey WindPower [6] ou como a Evoco 10 kW, da EvocoEnergy [7], que fazem parte do mer-cado britˆanico e j´a s˜ao utilizadas em fazendas, pequenos neg´ocios e residˆencias. Ambas s˜ao caracterizadas por apresentar potˆencia nomi-nal de 10 kW, por´em devido `as baixas torres dos aerogeradores de pequeno porte, da ordem de 10 a 20 metros, geralmente grande parte de sua opera¸c˜ao ocorre somente a uma fra¸c˜ao do valor nominal, com uma baixa velocidade de vento. Essa caracter´ıstica deve ser levada em conta no projeto dos conversores do sistema. A opera¸c˜ao das turbinas de pequeno porte se assemelham a dos aerogeradores de alta potˆencia e seu comportamento pode ser descrito semelhantemente.

1.2.2 Caracter´ısticas da Extra¸

ao da Energia do Vento

1.2.2.1 Coeficiente de Potˆencia

O coeficiente de potˆencia Cp, rela¸c˜ao entre a potˆencia contida no

(38)

aspectos construtivos da turbina e ´e repassado pelo pr´oprio fabricante como uma fun¸c˜ao da velocidade do vento, da velocidade angular do rotor e do ˆangulo de passo das p´as. Devido a simplifica¸c˜oes constru-tivas e de manuten¸c˜ao, por ser um projeto mais acess´ıvel, as p´as dos aerogeradores de pequeno porte possuem ˆangulo de passo fixo, portanto Cp(λ, β)⇒ Cp(λ) ; β constante, (1.1)

em que λ ´e denominado tip-speed ratio, uma rela¸c˜ao entre a velocidade da ponta da p´a e a velocidade do vento, isto ´e

λ = ωmRp vw

. (1.2)

Baseando-se nos dados das turbinas mencionadas, constroi-se um modelo para aproximar o comportamento do aerogerador estudado. De acordo com [8], o coeficiente de potˆencia pode ser aproximado pela equa¸c˜ao emp´ırica Cp(λ) = a  b λaux− cβ − dβ e − f  e−λauxg , (1.3) sendo λaux= 1 1 λ−hβ − i β3+1 (1.4) Teoricamente h´a um valor limitante m´aximo que o aerogerador consegue absorver de energia do vento e transformar em potˆencia na ponta do rotor, conhecido como limite de Betz, igual a 59%. Como o c´alculo do limite desconsidera as n˜ao idealidades do sistema e, al´em disso, as pr´oprias suposi¸c˜oes para encontrar o limite te´orico s˜ao simplifi-cadas, o valor real ´e geralmente mais baixo. Para o modelo estudado, as constantes s˜ao estabelecidas de modo a se aproximar do comportamento real dos aerogeradores mencionados anteriormente, com os valores mos-trados na Tabela 1.1, resultando no comportamento apresentado na Figura 1.1. Do gr´afico retira-se que o valor m´aximo do coeficiente de potˆencia ´e Cp,max = 0, 24 e ocorre em λ = λopt = 7, 44. Neste valor o

aerogerador opera em seu m´aximo rendimento. 1.2.2.2 Potˆencia Mecˆanica

Existem duas abordagens principais para derivar os modelos ae-rodinˆamicos em um aerogerador, a teoria do disco atuador (actuator disk theory) e a teoria do elemento de p´a (blade element theory) [9].

(39)

1.2 Fundamentos da Convers˜ao de Energia E´olica 37

Tabela 1.1: Valores das constantes de (1.3).

a b c d e f g h i

0,76 120 0 0 - 13,2 18,4 -0,02 -0,03

Figura 1.1: Curva do coeficiente de potˆencia Cp x tip-speed ratio λ.

Enquanto a primeira explica de maneira simples o processo de extra¸c˜ao de energia do vento, a segunda estuda as for¸cas produzidas pelo fluxo de ar num elemento de p´a. Como neste trabalho o interesse est´a na busca por uma teoria mais geral do comportamento do aerogerador e dos seus limites, sem foco na parte mecˆanica, adota-se a primeira te-oria. A energia cin´etica por unidade de volume armazenada em um fluido ´e ek= 1 2ρv 2 w. (1.5)

Se o aerogerador for pensado como um um disco de raio Rp e

altura dx, define-se um elemento de volume

dV = πR2pdx (1.6)

e a potˆencia do fluido cruzando tal disco pode ser calculada por Pw= ek dV dt = 1 2ρπR 2 pvw2  dx dt  =1 2ρπR 2 pvw3. (1.7)

(40)

eixo do rotor e aquela obtida pela for¸ca do vento, isto ´e, se Cp= Pm Pw , (1.8) ent˜ao de (1.7) e (1.8) tem-se Pm= 1 2ρπR 2 pCp(λ)v3w, (1.9)

enquanto o torque no eixo ´e dado por Tm= Pm ωm = 1 2λρR 3 pCp(λ)v2w. (1.10)

As curvas de potˆencia mecˆanica s˜ao mostradas na Figura 1.2 para trˆes velocidades de vento diferentes como fun¸c˜ao da velocidade angular do rotor. Nota-se que para cada valor de vw h´a um ponto

ωm em que a potˆencia extra´ıda ´e m´axima. Em cada um desses pontos

λ = λopt e Cp(λ = λopt) = Cp,max. A curva tracejada em verde ´e

calculada supondo a substitui¸c˜ao desses valores em (1.9). Assim, ela pode ser descrita pela equa¸c˜ao (1.11).

Pm,max =  1 2ρπR 2 pCp,max  vw3 = KPvw3. (1.11) 15 10 5 0 0 100 200 300 400 = 8 m/s w v = 10 m/s w v = 12 m/s w v

(41)

1.2 Fundamentos da Convers˜ao de Energia E´olica 39

1.2.3 Aerogeradores e Eletrˆ

onica de Potˆ

encia

Os principais componentes de um sistema de gera¸c˜ao e´olica s˜ao o rotor da turbina, a caixa de engrenagens, o gerador, o sistema de eletrˆonica de potˆencia e um transformador para conex˜ao com a rede el´etrica. Dentre os citados, nem todos s˜ao essenciais, como a caixa de engrenagens, desnecess´aria em geradores multip´olos. O sistema de eletrˆonica de potˆencia, entretanto, vem se tornando cada vez mais ne-cess´ario e essencial, especialmente quando se busca atingir altas per-formances e altos rendimentos em sistemas a velocidade vari´avel.

O gerador ´e a parte principal de uma turbina de pequeno porte. Os dois tipos de m´aquinas el´etricas mais comuns utilizados em siste-mas de potˆencia reduzida s˜ao os geradores de indu¸c˜ao do tipo gaiola de esquilo e geradores s´ıncronos a im˜as permanentes MSIP [10]. Recente-mente os geradores s´ıncronos a im˜as permanentes com multipolos est˜ao recebendo maior aten¸c˜ao da academia e se consolidando no mercado. Esse conceito simplifica a estrutura mecˆanica da turbina, omitindo sua caixa de engrenagem. Outro fator que leva a aplica¸c˜ao das MSIP s˜ao a sua alta eficiˆencia e densidade de potˆencia, al´em do baixo custo de manuten¸c˜ao [11, 12].

1.2.3.1 Configura¸c˜oes dos Sistemas E´olicos de Baixa Potˆencia Enquanto para sistemas de alta potˆencia h´a uma vasta gama de possibilidades de conex˜oes dos aerogeradores `a rede [13], para siste-mas com potˆencia reduzida a defini¸c˜ao da configura¸c˜ao mais adequada envolve aspectos n˜ao somente t´ecnicos, mas tamb´em econˆomicos.

As duas formas principais de operar o aerogerador s˜ao com ve-locidade fixa e com veve-locidade vari´avel. As turbinas com veve-locidade vari´avel possuem estruturas mecanicamente mais simples, sofrem me-nos desgaste me-nos componentes mecˆanicos e reduzido ru´ıdo, caracter´ısticas que as fazem robustas e mais baratas.

Em termos de eletrˆonica de potˆencia, para turbinas menores as solu¸c˜oes se resumem a duas configura¸c˜oes dominantes, consistentes de duas etapas, uma retificadora e outra inversora, ambas processando a potˆencia total e com velocidade vari´avel, com controle sobre uma larga faixa de opera¸c˜ao do aerogerador [14, 15, 16, 17, 18]. A primeira con-figura¸c˜ao ´e composta por uma ponte trif´asica n˜ao controlada, seguida por um conversor CC/CC de comportamento elevador e um inversor conectado `a rede, como na Figura 1.3. A utiliza¸c˜ao de uma ponte de diodos reduz custos e complexidade de controle, todavia s´o permite fluxo unidirecional de potˆencia e gera harmˆonicos de corrente de baixa

(42)

frequˆencia na m´aquina, causando perdas no cobre e ondula¸c˜oes no tor-que. Ademais, apresenta grandes perdas em maiores velocidades de vento, devido `a comuta¸c˜ao do diodo, n˜ao sendo adequado a sistemas com dezenas de quilowatts.

O segundo sistema, mostrado na Figura 1.4, consiste de dois conversores de dois n´ıveis back-to-back bidirecionais conectados por um barramento CC, formado por capacitores, o qual resulta em 5%-15% a mais de potˆencia extra´ıda em rela¸c˜ao `a primeira solu¸c˜ao [19]. O con-versor conectado ao gerador ´e utilizado como retificador, enquanto o conectado `a rede opera como inversor. O fluxo de potˆencia no lado da rede ´e controlado de modo a manter a tens˜ao CC do barramento constante, enquanto do lado do gerador o controle ´e realizado para adequar a velocidade ou o torque de referˆencia, e quando necess´ario, as demandas de magnetiza¸c˜ao. A maior vantagem t´ecnica desta estrutura est´a no desacoplamento entre os controles dos conversores proporcio-nado pelo capacitor, fazendo com que as malhas possam ser projetadas independentemente.

Figura 1.3: Configura¸c˜ao 1: ponte de diodos, seguido por conversor elevador e inversor.

Figura 1.4: Configura¸c˜ao 2: retificador e inversor em conex˜ao back-to-back.

1.2.4 M´

etodos de Extra¸

ao da M´

axima Potˆ

encia

Os dois sistemas tratados acima s˜ao de velocidade vari´avel, no qual a velocidade do rotor pode ser controlada para se adequar a do

(43)

1.2 Fundamentos da Convers˜ao de Energia E´olica 41

vento, em busca da maximiza¸c˜ao da extra¸c˜ao de potˆencia. Como foi mostrado na Figura 1.2, para cada velocidade de vento h´a um ´unico ponto da velocidade angular do rotor em que a potˆencia extra´ıda ´e m´axima.

H´a diversos algoritmos de extra¸c˜ao de m´axima potˆencia (MPPT), mas todos podem ser categorizados em dois grupos principais: algorit-mos que requerem o conhecimento pr´evio dos parˆametros da turbina e algoritmos iterativos, que encontram o ponto ´otimo usando incrementos da referˆencia de velocidade. A primeira categoria pode ser subdivida em dois grupos. O primeiro caso, de simples implementa¸c˜ao, necessita da medi¸c˜ao da potˆencia e da velocidade do rotor. A curva tracejada da Figura 1.2 relaciona a velocidade angular com a m´axima potˆencia ex-tra´ıda. Experimentalmente, esta curva pode ser medida para diversos valores de vw, portanto a rela¸c˜ao entre a potˆencia mecˆanica e

veloci-dade angular pode ser guardada numa tabela ou representada por meio de um polinˆomio. Assim, mediante a medi¸c˜ao da potˆencia, a referˆencia de velocidade ωm∗ pode ser calculada, o ponto de opera¸c˜ao definido e

o erro direcionado aos controladores. A maior vantagem da utiliza¸c˜ao desse m´etodo se encontra na dinˆamica r´apida, entretanto a eficiˆencia depende dos dados obtidos previamente, os quais podem variar com intemp´eries ou desgaste da turbina. Esse m´etodo tamb´em pode ser im-plementado utilizando a equa¸c˜ao do torque [20], pois para ele tamb´em h´a uma equa¸c˜ao com comportamento semelhante a (1.10), descrita por

Tm,max =  1 2λopt ρR3pCp,max  vw2 = KTv2w. (1.12)

O segundo caso utiliza somente o λopt para c´alculo da referˆencia

de velocidade, de acordo com (1.2). Como no caso do primeiro m´etodo, o valor de referˆencia ´e sujeito a varia¸c˜oes param´etricas da turbina e, por isso, seus parˆametros devem ser mensurados com precis˜ao. Para calcular a referˆencia de velocidade angular, esse m´etodo utiliza a velo-cidade do vento e tem como desvantagem a necessidade de instala¸c˜ao de um anemˆometro.

A segunda categoria ´e baseada nos m´etodos perturba e observa. De modo geral eles s˜ao baseados na suposi¸c˜ao de que, para uma deter-minada velocidade de vento a m´axima potˆencia ´e produzida quando

∆Pm

∆ωm = 0. (1.13)

(44)

e seus sinais s˜ao calculados. A cada novo ciclo um incremento ou de-cremento de ωm∗ ´e calculado. Em termos de vantagem, nesse m´etodo

n˜ao h´a necessidade de se conhecer os parˆametros da turbina, em con-trapartida h´a oscila¸c˜oes em torno do ponto ´otimo e tanto o passo de incremento quanto de amostragem devem ser cuidadosamente escolhi-dos para n˜ao afetar a dinˆamica do sistema. Para uma compara¸c˜ao considerando outros aspectos, ver [16].

1.2.5 Especifica¸

oes do Aerogerador

O gr´afico da Figura 1.2 demonstra o comportamento da potˆencia extra´ıda da turbina, mas n˜ao descreve o modo como tal potˆencia ´e li-mitada. A capacidade de gera¸c˜ao determina quanto de potˆencia pode ser extra´ıda da turbina levando em considera¸c˜ao tamb´em os fatores f´ısicos e econˆomicos. A capacidade de gera¸c˜ao da turbina ´e represen-tada como uma curva da potˆencia gerada pela velocidade do vento, denominada por curva de potˆencia ideal. Para a turbina estudada a curva de potˆencia ideal ´e mostrada na Figura 1.5.

Sua real opera¸c˜ao pode ser dividida em trˆes regi˜oes [9], de acordo com a velocidade do vento:

ˆ Regi˜ao I: ´e aquela em que ´e poss´ıvel extrair a m´axima potˆencia. Se d´a desde a velocidade de cut-in, a velocidade m´ınima para para cobrir os custo de opera¸c˜ao, at´e a velocidade do vento em que o rotor atinge sua velocidade angular nominal vw,ωN;

ˆ Regi˜ao II: ´e a faixa de transi¸c˜ao entre a zona de baixos (I) e altos (II) ventos e se estende at´e o ponto em que a turbina atinge sua potˆencia nominal;

ˆ Regi˜ao III: regi˜ao em que a potˆencia deve ser mantida no va-lor nominal para evitar sobrecarregamento, esta regi˜ao acaba em vw,max, velocidade a partir da qual a turbina deve ser desligada

para evitar problemas estruturais.

A tabela Tabela 1.2 mostra as caracter´ısticas do aerogerador tratado neste disserta¸c˜ao com rela¸c˜ao a seus parˆametros construtivos, sua capacidade de potˆencia e os limites das regi˜oes de opera¸c˜ao trata-das.

(45)

1.3 Objetivo e Contribui¸c˜oes do Trabalho 43 12 12 10 10 8 8 6 6 4 4 2 2 0 14 16

Figura 1.5: Capacidade de gera¸c˜ao da turbina estudada.

Tabela 1.2: Parˆametros de simula¸c˜ao do aerogerador.

Turbina e´olica

Densidade do ar ρ 1, 205 kg/m2

Raio da turbina Rp 3.5 m

Velocidade do vento m´ınima vw,min 3 m/s

Velocidade do vento nominal vw,nom 10 m/s

Velocidade do vento m´axima vw,max 15 m/s

Momento de in´ercia Jt 272, 22 kg· m2

Potˆencia nominal Pm,nom 10 kW

Velocidade angular nominal ωt,nom 180 rpm

1.3 Objetivo e Contribui¸

oes do Trabalho

Este trabalho tem como objetivo desenvolver um sistema de gera¸c˜ao de energia e´olica (wind energy conversion system - WECS) de alta eficiˆencia. Dentro deste contexto trˆes pontos principais foram tratados, s˜ao eles:

(46)

ˆ O estudo da minimiza¸c˜ao das perdas do gerador baseado em um modelo da m´aquina s´ıncrona de im˜as permanentes;

ˆ A proposta de uma nova topologia com reduzidas perdas por condu¸c˜ao, sua an´alise qualitativa e quantitativa;

ˆ A an´alise de uma nova modula¸c˜ao que prop˜oe a redu¸c˜ao da de-manda por capacitˆancia no barramento CC de conversores trˆes n´ıveis em conex˜ao back-to-back.

1.4 Organiza¸

ao da Disserta¸

ao

Esta disserta¸c˜ao est´a dividida em seis cap´ıtulos destinados a ava-liar caracter´ısticas que podem maximizar a potˆencia extra´ıda de um sistema de convers˜ao energia e´olica.

No Cap´ıtulo 2 ´e estudada uma t´ecnica de minimiza¸c˜ao das per-das na m´aquina baseada em modelo. O equacionamento da m´aquina s´ıncrona de im˜as permanentes ´e tratado e o modelo em coordenadas s´ıncronas ´e desenvolvido considerando tanto perdas no cobre quanto no ferro. Avalia-se o comportamento das perdas da m´aquina quando o aerogerador opera na Regi˜ao I. Ao fim do cap´ıtulo, utiliza-se os resul-tados obtidos teoricamente e compara-se duas t´ecnicas de minimiza¸c˜ao de perdas em um determinado ponto de opera¸c˜ao da m´aquina.

No cap´ıtulo trˆes ´e realizada uma revis˜ao bibliogr´afica de topo-logias de alta eficiˆencia aplicadas a sistemas de baixa tens˜ao. Ao fi-nal desta revis˜ao apresenta-se a topologia estudada durante o restante do trabalho e comenta-se de modo qualitativo algumas de suas carac-ter´ısticas.

O Cap´ıtulo 4 trata da modula¸c˜ao e da an´alise quantitativa da topologia estudada. ´E discutido de forma gen´erica como se constr´oi as fun¸c˜oes de modula¸c˜ao, alterando somente uma vari´avel κ. Deter-minadas as fun¸c˜oes de modula¸c˜ao, descreve-se como s˜ao comandados os interruptores da topologia, necess´arios ao c´alculo de perdas. Por fim, s˜ao comparadas as perdas envolvendo a topologia proposta e o Conversor Tipo T.

O Cap´ıtulo 5 se dedica a explicar e apresentar resultados sobre a modula¸c˜ao proposta para reduzir a ondula¸c˜ao de baixa frequˆencia que surge no barramento dos conversores trˆes-n´ıveis, tanto operando como um retificador ou inversor, quanto operando conectado em back-to-back. S˜ao discutidas as limita¸c˜oes desta modula¸c˜ao e os benef´ıcios que advˆem dela, como a substitui¸c˜ao da tecnologia dos capacitores utilizados.

(47)

1.4 Organiza¸c˜ao da Disserta¸c˜ao 45

Por fim, no cap´ıtulo 6, ´e apresentada uma conclus˜ao geral, bem como perspectivas para trabalhos futuros. Quanto aos apˆendices, o pri-meiro trata dos testes e simplifica¸c˜oes realizados na m´aquina s´ıncrona de im˜as permanentes para obten¸c˜ao dos seu modelo el´etrico equivalente em coordenadas s´ıncronas dq0. O apˆendice B apresenta o conversor de-senvolvido para obten¸c˜ao dos resultados dos testes realizados durante a aplica¸c˜ao com fotos e diagrama de blocos demonstrando as conex˜oes e seus esquem´aticos. O apˆendice C mostra o projeto das malhas de con-trole de corrente envolvendo controladores ressonantes, em coordenadas αβγ, para o conversor conectado `a rede. O apˆendice D apresenta as tabelas relacionando as fun¸c˜oes de raz˜ao c´ıclica dos interruptores com a constru¸c˜ao das fun¸c˜oes de modula¸c˜ao para o espa¸co vetorial completo do conversor trˆes n´ıveis.

(48)
(49)

47

Cap´ıtulo 2

Estudo da m´

aquina

s´ıncrona de im˜

as

permanentes

As m´aquinas s´ıncronas de im˜as permanentes (MSIP) forne-cem vantagens significativas em termos de eficiˆencia e de densidade de potˆencia em compara¸c˜ao com as m´aquinas CA eletricamente excitadas. Como a maximiza¸c˜ao da eficiˆencia energ´etica ´e uma tendˆencia global, a utiliza¸c˜ao das MSIP vem crescendo especialmente em aplica¸c˜oes de aci-onamentos de baixa tens˜ao, como em turbina e´olicas, ve´ıculos el´etricos, acionamentos h´ıbridos e sistemas de recupera¸c˜ao de energia [21].

Uma forma de elevar consideravelmente as perdas totais de um sistema el´etrico ´e reduzindo o impacto do elemento de menor rendi-mento envolvido na convers˜ao. Como os conversores est´aticos hoje j´a atingem a ordem de 99% de eficiˆencia [22, 23], h´a pouqu´ıssima mar-gem para eleva¸c˜ao da eficiˆencia, que depende n˜ao s´o de novos conceitos, mas tamb´em do desenvolvimento de novas tecnologias. No sistema em quest˜ao a m´aquina s´ıncrona de im˜as permanentes ´e o elemento que possui as perdas mais significativas.

O estudo de otimiza¸c˜ao da m´aquina s´ıncrona de im˜as perma-nentes em si, partindo das suas caracter´ısticas construtivas, foge do escopo deste trabalho, todavia o conhecimento do seu funcionamento e o desenvolvimento de um modelo em que se possam ser estudadas as influˆencias do conversor ao qual ela est´a conectada ´e necess´ario para que se possa ser implementada uma estrat´egia de controle dedicada `a

(50)

otimiza¸c˜ao do rendimento global. Este cap´ıtulo trata da an´alise das perdas na m´aquina e compara algumas poss´ıveis estrat´egias de gera¸c˜ao de referˆencia de correntes que minimizam suas perdas.

Existem algumas formas presentes na literatura para estudo das perdas da m´aquina, s˜ao elas: m´etodos anal´ıticos, onde as equa¸c˜oes de perdas s˜ao desenvolvidas analiticamente por meio das equa¸c˜oes de Maxwell e do conhecimento do dimensionamento e material da m´aquina em quest˜ao. M´etodos computacionais, atrav´es de softwares de elemen-tos finielemen-tos, os quais tamb´em se baseiam nas equa¸c˜oes da eletro e mag-netodinˆamica, e por modelos, a partir dos quais se constroem circuitos el´etricos, obtendo-se os parˆametros da m´aquina mediante a realiza¸c˜ao de testes, como o de rotor bloqueado ou sem carga.

Esse cap´ıtulo trata do estudo da m´aquina s´ıncrona de im˜as per-manentes em quest˜ao. Ser˜ao detalhadas as principais equa¸c˜oes utiliza-das para model´a-la, os testes realizados para obten¸c˜ao dos parˆametros e a estrat´egia de controle de redu¸c˜ao de perdas, com resultados te´oricos e experimentais.

2.1 Perdas na M´

aquina

Existem basicamente trˆes abordagens para o estudo de perdas na m´aquina: as que focam na compreens˜ao e modelagem dos fenˆomenos em n´ıvel atˆomico, as que desenvolvem express˜oes que facilitem a predi¸c˜ao de perdas em m´aquina e transformadores e, por fim, as que se espe-cializam no desenvolvimento de novos procedimentos de teste que fa-cilitem o ajuste de curva entre propriedade de materiais magn´eticos e express˜oes anal´ıticas.

As perdas el´etricas em uma m´aquina s´ıncrona de im˜as perma-nentes s˜ao geralmente divididas em trˆes categorias principais: perdas no cobre, relacionadas com as resistˆencias dos enrolamentos do estator; perdas no ferro ou no n´ucleo, ligadas a varia¸c˜oes do campo magn´etico B(r, t), gerando perdas por histerese e correntes parasitas; e perdas por dispers˜ao, que surgem por aspectos construtivos da m´aquina. Al´em des-tas, tamb´em as perdas mecˆanicas podem ser citadas, sendo separadas em perdas por atrito e por ventila¸c˜ao [24]. Matematicamente, tem-se:

Ptot= PCu+ PFe+ Pdis

| {z }

Perdas el´etricas

+ Pat+ Pvent

| {z }

Perdas mecˆanicas

(51)

2.1 Perdas na M´aquina 49

2.1.1 Perdas no Cobre

Considerando inicialmente somente impacto da componente fun-damental da corrente, de modo a negligenciar a influˆencia do efeito pe-licular e a sua dependˆencia com varia¸c˜oes de frequˆencia, as perdas no cobre s˜ao dadas por

PCu,1= 3RsIs,12 , (2.2)

Considerando as perdas relacionadas aos harmˆonicos drenados por um retificador, a equa¸c˜ao acima deve ser estendida a

PCu= ∞

X

k=0

3Rs(fk)Is,k2 , (2.3)

para o caso de uma m´aquina trif´asica. Quando a frequˆencia dos harmˆ o-nicos aumenta, os efeitos pelicular e proximidade influenciam na re-sistˆencia dos condutores. Na m´aquina, o estator ´e geralmente enrolado utilizando cord˜oes com v´arios fios de cobre isolados para reduzir o efeito pelicular. Se a profundidade de penetra¸c˜ao ´e definida por

δk =

1 √

πµ0σfk

, (2.4)

em condutores esf´ericos de diˆametro d o efeito pelicular pode ser des-crito por

Rs(fk) = Rs(0) 

2√2

 ber0()bei1() + ber0()ber1()

ber1()2+ bei1()2

+ −bei0()berber 1() + bei0()bei1()

1()2+ bei1()2

 ,

(2.5)

em que  = d/√2δ e beri(x), beii(x) s˜ao as fun¸c˜oes real e imagin´aria

de Kelvin de ordem i na vari´avel x, respectivamente. A equa¸c˜ao (2.5) ´e v´alida quando a profundidade de penetra¸c˜ao ´e compar´avel ao diˆametro do condutor [25]. Supondo um condutor de d = 2, 5 mm, a pro-fundidade de penetra¸c˜ao fica uma ordem de grandeza menor do que o diˆametro quando a frequˆencia fk > 5 kHz, com isso a resistˆencia

harmˆonica do estator pode ser aproximada por Rs(fk) = Rs(0)



2√3 = kCupfk. (2.6) Dependendo do tipo de m´aquina utilizada, existir˜ao

(52)

enrolamen-tos tanto no estator quanto no rotor, todos eles adicionando perdas no cobre. De (2.3) percebe-se claramente um dos fatores que auxiliam na eleva¸c˜ao do rendimento da m´aquina a im˜as permanentes em rela¸c˜ao `as outras, que ´e a ausˆencia de enrolamentos de campo.

2.1.2 Perdas no Ferro

V´arios autores desprezam a influˆencia das perdas no ferro ou no n´ucleo da m´aquina. Para o dimensionamento dos controladores ou para estrat´egias de predi¸c˜ao dos fasores de fluxo, corrente ou tens˜ao esses modelos podem ser suficientes, no entanto, quando se busca mi-nimizar as perdas, o fator de perdas relacionadas ao n´ucleo deve ser considerado, pois apresenta-se como o segundo maior componente de perdas na m´aquina, atr´as somente das daquelas vinculadas aos enrola-mentos. ´E importante notar tamb´em que essa desconsidera¸c˜ao afeta, mesmo que em baixo grau, a localiza¸c˜ao dos vetores do modelo.

Apesar de os mecanismos que geram as perdas no n´ucleo serem bem compreendidos, as aplica¸c˜oes desse conhecimento para uma fiel previs˜ao permanece dif´ıcil devido a algumas raz˜oes, dentre elas:

• As perdas no n´ucleo surgem em escala microsc´opica, enquanto sua predi¸c˜ao ´e feita em escala macrosc´opica, com suposi¸c˜ao de campo magn´etico uniforme por todo o material;

• As propriedades dos materiais podem variar bastante de um lote para outro. Adicionalmente, podem ocorrer varia¸c˜oes dentro de cada lamina¸c˜ao;

• Como a varia¸c˜ao no tempo do campo magn´etico ´e raramente se-noidal, a fidelidade das predi¸c˜oes das perdas dependem de como os dados obtidos, mediante excita¸c˜ao senoidal, s˜ao utilizados para gerar express˜oes que se adequem a campos de comportamentos diversos;

• Alguns materiais exibem uma componente adicional de perdas, denominado por perdas em excesso ou anˆomalas. Essas perdas s˜ao explicadas pelo comportamento quˆantico dos materiais e mui-tas vezes s˜ao desconsideradas.

2.1.3 Formula¸

ao Matem´

atica e Revis˜

ao das Perdas

no Ferro

As equa¸c˜oes de Maxwell, quando escritas em termos dos campos e correntes em um material magn´etico, descrevem o comportamento

(53)

2.1 Perdas na M´aquina 51

desse material. Seja um material condutor isotr´opico e no qual a cor-rente de deslocamento ´e desprez´ıvel em rela¸c˜ao `a corcor-rente de condu¸c˜ao. Tem-se

∇ × E = −∂B∂t (2.7)

e

∇ × H = J. (2.8)

A aplica¸c˜ao do Teorema de Poynting resulta em

∇ · (E × H) = −H · ∂B∂t + E· J, (2.9) que, ao ser integrada e submetida ao teorema da divergˆencia, assume sua forma final

− I S (E× H) · da = Z V H· ∂B ∂t  dv + Z V  J2 σ  dv. (2.10) Isto ´e, o fluxo de energia em um volume por unidade de tempo ´e igual a soma das energias armazenada e dissipada. O primeiro termo do segundo membro de (2.10) representa a energia dissipada por his-terese em um ciclo completo; enquanto o segundo termo, as perdas por correntes parasitas. As perdas magn´eticas totais podem ent˜ao ser separadas em dois fatores

pFe= phys+ peddy. (2.11)

Apesar de a evidˆencia te´orica indicar que as perdas podem ser constitu´ıdas de dois fatores separ´aveis, a resolu¸c˜ao da eq. (2.10), base-ada no conhecimento exato da distribui¸c˜ao dos vetores campo magn´etico e de densidade de corrente no material, ´e impratic´avel. No final do s´eculo XIX Steinmtez publicou uma s´erie de artigos [26, 27, 28], nos quais mostrava que, para v´arios casos com excita¸c˜ao senoidal, a ener-gia convertida em calor durante um ciclo completo de magnetiza¸c˜ao podia ser expressa por uma f´ormula obtida empiricamente e que ficou conhecida por Equa¸c˜ao de Steinmetz, dada por

pFe= khf Bmax1.6 + kef2Bmax2 . (2.12)

Com os anos, (2.12) foi sendo refinada para que os resultados te´oricos se aproximassem cada vez mais daqueles obtidos experimen-talmente. Bertotti [29] propˆos a decomposi¸c˜ao das perdas em uma par-cela est´atica, ou hister´etica, e uma dinˆamica, sendo a dinˆamica ainda

(54)

dividida em duas: por correntes parasistas e por excesso:

pFe= khf Bmaxn + kef2Bmax2 + kexf1.5Bmax1.5 , (2.13)

com n ∈ [1, 3]. A justificativa para a presen¸ca desses trˆes termos se encontra na teoria moderna do magnetismo [30], que utiliza ener-gia dos elementos cristalinos e configura¸c˜oes dos dom´ınios magn´eticos para fornecer uma compreens˜ao das perdas. Em termos simplifica-dos pode-se dizer que s˜ao resultados da existˆencia de trˆes escalas no processo de magnetiza¸c˜ao. O termo de histerese ´e relacionado a pe-quenas varia¸c˜oes descont´ınuas dos dom´ınios magn´eticos, chamadas de Efeito Barkhausen. As perdas por corrente parasita s˜ao originadas das equa¸c˜oes de Maxwell, i.e. considera-se somente a magnetiza¸c˜ao ma-crosc´opica l´ıquida, vari´avel com a geometria e condutividade el´etrica do material. J´a as perdas em excesso surgem devido a processos de re-laxamento ou busca pelo estado de menor energia, quando o equil´ıbrio t´ermico de um sistema muda e ele busca a condi¸c˜ao de novo equil´ıbrio. Quando a magnetiza¸c˜ao varia rapidamente, como em aplica¸c˜oes de alta frequˆencia ou pulsadas, esse fenˆomeno se torna mais relevante [31, 32]. Outros m´etodos foram propostos para que se tornasse poss´ıvel o c´alculo das perdas com excita¸c˜oes diferentes da senoidal, fato que limi-tava a aplica¸c˜ao da Equa¸c˜ao de Steinmetz. Na pr´atica, os parˆametros b´asicos da (2.12) s˜ao fornecidos nas folhas de dados dos materiais, ent˜ao se buscou aproveitar isso em m´etodos mais refinados.

O MSE (Modified Steinmetz Equation) [33, 34] se baseia na motiva¸c˜ao f´ısica de que as perdas dependem de dB/dt e calcula uma frequˆencia ponderada equivalente `aquela correspondente da excita¸c˜ao senoidal, inserida na equa¸c˜ao 2.12 original. O GSE (Generalized Stein-metz Equation) [35] aprofunda a an´alise anterior e as perdas s˜ao fun¸c˜ao tanto do campo magn´etico instantˆaneo, quanto de sua derivada. Com as falhas do GSE foi poss´ıvel construir novas hip´oteses, que levaram ao iGSE (improved Generalized Steinmetz Equation), no qual adiciona-se o hist´orico da forma de onda do fluxo [36], mas desconsidera-se os efei-tos da magnetiza¸c˜ao CC. Em todo os m´etodos tratados at´e agora, os modelos eram baseados em parˆametros extra´ıdos dos dados fornecidos pelos fabricantes. Em [31] ´e proposto um m´etodo que leva em consi-dera¸c˜ao tanto o n´ıvel CC, quanto os efeitos de relaxamento do material. Como ponto negativo, o i2GSE (improved-improved Generalized

Stein-metz Equation) necessita que novos testes sejam realizados em amostra do material.

(55)

aproxi-2.2 Modelagem da M´aquina 53

mam satisfatoriamente daqueles obtidos experimentalmente para indu-tores e transformadores, por´em quando se trata de m´aquinas os resul-tados n˜ao s˜ao muito precisos, fazendo com que a previs˜ao de perdas seja realizada com aux´ılio de softwares de elementos finitos para uma maior fidelidade. Cabe ao projetista escolher o m´etodo que se encaixa dentro das suas restri¸c˜oes. Como neste trabalho se busca uma forma de prever as perdas baseada em modelo e como a MSIP possui um comportamento senoidal, optou-se por utilizar a equa¸c˜ao de Steinmetz original.

Como se pode observar a equa¸c˜ao (2.12) ´e n˜ao-linear, portanto a superposi¸c˜ao n˜ao se aplica. N˜ao obstante, o erro desta suposi¸c˜ao ´e ge-ralmente baixo se for considerado a soma entre uma grande componente de fluxo de baixa frequˆencia e uma pequena componente na frequˆencia de comuta¸c˜ao [37]. Assim, a (2.12) pode ser estendida da mesma forma que a componente de perdas no cobre, no desenvolvimento da se¸c˜ao anterior.

2.1.4 Perdas Mecˆ

anicas

As perdas mecˆanicas, originadas por atrito e ventila¸c˜ao, n˜ao de-pendem do formato da corrente drenada [38]. S˜ao fun¸c˜oes da velocidade do rotor e podem ser aproximadas por

Pmec= kmecωm3. (2.14)

Para efeito de simplifica¸c˜ao, como ser´a justificado no apˆendice A, as perdas mecˆanicas ser˜ao consideradas constantes.

2.2 Modelagem da M´

aquina

Uma simplifica¸c˜ao da m´aquina estudada neste trabalho ´e mos-trada na Figura 2.1. Consiste em uma m´aquina trif´asica com trˆes enrolamentos supostos senoidalmente distribu´ıdos, conectada em Y, e rotor composto de im˜as permanentes. Os eixos abc estacion´arios se re-lacionam com os s´ıncronos dq0 atrav´es do ˆangulo θm, neste caso fixados

na posi¸c˜ao mecˆanica do rotor, o qual gira com uma velocidade angular ωm.

Apesar de a simplifica¸c˜ao conter somente dois polos, durante o desenvolvimento do modelo a extens˜ao para uma quantidade maior se torna bastante simples. Da simetria el´etrica da m´aquina as rela¸c˜oes (2.15) e (2.16) entre vari´aveis el´etricas e espaciais podem ser

(56)

encontra-das. a ′ a b ′ b ′ c c S a b c d q N m θ m ω

Figura 2.1: M´aquina s´ıncrona de im˜as permanentes trif´asica com dois polos.

θe = p 2  θm (2.15) e ωe = p 2  ωm. (2.16)

2.2.1 Modelagem em Coordenadas abc

Supondo que os enrolamentos do estator sejam idˆenticos, estejam defasados de 2π/3 rad entre si, que cada um seja constitu´ıdo de Ns

espiras e possuam uma resistˆencia equivalente Rs, obt´em-se o modelo

em coordenadas abc da m´aquina apresentado na Figura 2.2.

s N s N s N s R s R s R s , a i s , b i s , c i n a b c s , a u s , b u s , c u

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