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Produção de Peixes Ornamentais em Sistma Intensivo com Recirculação de Água na Piscicultura Tanganylka, Ceará - Brasil

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS CURSO DE ENGENHARIA DE PESCA

CARMÉLIO DE SAMPAIO MACHADO FILHO

PRODUÇÃO DE PEIXES ORNAMENTAIS EM SISTEMA INTENSIVO COM RECIRCULAÇÃO DE ÁGUA NA PISCICULTURA TANGANYIKA, CEARÁ -

BRASIL

FORTALEZA 2018

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CARMÉLIO DE SAMPAIO MACHADO FILHO

PRODUÇÃO DE PEIXES ORNAMENTAIS EM SISTEMA INTENSIVO COM RECIRCULAÇÃO DE ÁGUA NA PISCICULTURA TANGANYIKA, CEARÁ - BRASIL

Relatório apresentado ao Curso Engenharia de Pesca do Departamento de Engenharia de Pesca do Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal do Ceará, como requisito parcial para obtenção do título de Engenheiro de Pesca. Orientadora: Profª Drª Elenise Gonçalves de Oliveira

FORTALEZA 2018

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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação Universidade Federal do Ceará

Biblioteca Universitária

Gerada automaticamente pelo módulo Catalog, mediante os dados fornecidos pelo(a) autor(a)

M13p Machado Filho, Carmélio de Sampaio.

Produção de peixes ornamentais em sistema intensivo com recirculação de água na Piscicultura Tanganyika, Ceará - Brasil / Carmélio de Sampaio Machado Filho. – 2018.

37 f. : il. color.

Trabalho de Conclusão de Curso (graduação) – Universidade Federal do Ceará, Centro de Ciências Agrárias, Curso de Engenharia de Pesca, Fortaleza, 2018.

Orientação: Prof. Dr. Elenise Gonçalves de Oliveira.

1. Aquariofilia. 2. Peixes tropicais. 3. Reuso de água. I. Título.

CDD 639.2

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CARMÉLIO DE SAMPAIO MACHADO FILHO

PRODUÇÃO DE PEIXES ORNAMENTAIS EM SISTEMA INTENSIVO COM RECIRCULAÇÃO DE ÁGUA NA PISCICULTURA TANGANYIKA, CEARÁ - BRASIL

Relatório apresentado ao Curso de Engenharia de Pesca do Departamento de Engenharia de Pesca do Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal do Ceará, como requisito parcial para obtenção do título de Engenheiro de Pesca.

Aprovada em: __26___/__06___/__2018___.

BANCA EXAMINADORA

________________________________________________________ Profª Drª Elenise Gonçalves de Oliveira (Orientadora)

Universidade Federal do Ceará (UFC)

________________________________________________________ Prof. Dr. Francisco Hiran Farias Costa (Membro)

Universidade Federal do Ceará (UFC)

_______________________________________________________ Prof. Dr. José Renato de Oliveira César (Membro)

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DEDICATÓRIA

A Deus, hoje presente em minha vida, por ter me dado forças na volta para conclusão do curso de Engenharia de Pesca.

A minha companheira Neide, pelo apoio e presença nos momentos em que tive que me dedicar às tarefas do estágio e da confecção do relatório.

À minha mãe e irmãos, que me incentivaram neste momento. Aos meus filhos Mauro, Rafael e Sara, a quem devo exemplo.

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AGRADECIMENTOS

A Universidade Federal do Ceará, ao Centro de Ciências Agrárias, ao Departamento de Engenharia de Pesca e, em especial, ao Chefe de Departamento, Professor Raimundo Nonato de Lima Conceição, pelo apoio dado no momento do retorno para conclusão do Curso de Engenharia de Pesca.

A Coordenação do Curso de Graduação em Engenharia de Pesca, na pessoa do Coordenador, Professor Reynaldo Amorim Marinho, e ao Servidor Afonso Vieira dos Santos Junior, pela orientação dada durante o processo de reabertura de matrícula na Pró-Reitoria de Graduação.

Ao meu orientador de campo, Eng. de Pesca José Girão Blanchard Ribeiro Filho, sócio proprietário da empresa Piscicultura Tanganyika, por ter aberto as portas da empresa, e por ter dado apoio e orientação durante o Estágio.

A minha orientadora, Professora Dra. Elenise Gonçalves de Oliveira, pela oportunidade e decisiva contribuição no Estágio e na confecção deste trabalho.

Aos professores Doutores Francisco Hiran Farias Costa e José Renato de Oliveira César, pelas contribuições e participação na Banca Examinadora.

Aos funcionários da Piscicultura Tanganyika, e a todos aqueles que contribuíram direta ou indiretamente, pela disposição em ajudar durante o desenvolvimento deste trabalho.

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RESUMO

A aquariofilia é uma importante atividade aquícola, capaz de gerar emprego e renda e ocupar espaços no meio rural, urbano e periurbano. Em busca de maior eficiência na produtividade, seguindo tendência mundial, alguns criadores nacionais de peixes ornamentais intensificam seus sistemas de cultivo, minimizando uso da terra, água e os impactos ambientais advindos das descargas de efluentes. Considerando o exposto, com o presente trabalho, o objetivo foi acompanhar a produção de peixes ornamentais tropicais em sistema intensivo com recirculação e reuso de água. O Estágio foi realizado em setembro e outubro de 2017 e janeiro de 2018, na Piscicultura Tanganyika, em Aquiraz-CE. Durante a realização do Estágio foi possível observar a infraestrutura da empresa, as instalações e equipamentos destinados a criação de peixes ornamentais em sistema de recirculação de água, elencar as espécies de peixes de água doce produzidas e acompanhar o manejo produtivo dos peixes. A Tanganyika está em operação desde 1990 e produz diferentes tipos de organismos aquáticos tais como peixes, crustáceos, moluscos e corais. A área de cultivo em Aquiraz é dividida em 7 unidades, que juntas somam aproximadamente 1,0 ha. A piscicultura adota o sistema intensivo com recirculação de água (RAS - Recirculating Aquaculture System), usando para isso unidades de tratamento de água compostas de filtro mecânico, filtro biológico e radiação ultravioleta. Para algumas espécies a empresa também se faz valer de tratamento da água por osmose reversa. A fazenda produz mais de 120 espécies de peixes de água doce, com destaque para os ciclídeos africanos e americanos. O ciclo de produção dos peixes divide-se em três fases: reprodução, larvicultura e crescimento e exige manejo específico em cada uma delas, em especial no que se refere a alimentação, densidade de estocagem, controle de qualidade de água e dos animais. Os peixes são comercializados no mercado local, nacional e internacional e para isso a empresa adota um rígido controle nas operações que antecedem o transporte e durante o mesmo. Com base no que foi observado, pode-se dizer que a Tanganyika tem um mercado já estabelecido, adota um manejo racional, utiliza pouco espaço e adota o sistema de reciculação de água em todas as suas unidades, o que coopera para redução das demandas de água e de efluente.

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ABSTRACT

Aquariophilia is an important aquaculture activity, capable of generating employment and income and occupying spaces in rural, urban and periurban environments. In pursuit of greater efficiency in productivity, following a worldwide trend, some national ornamental fish breeders intensify their farming systems, minimizing land use, water and environmental impacts from effluent discharges. Considering the above, with the present work, the objective was to accompany the production of tropical ornamental fish in intensive system with recirculation and water reuse. The internship was held in September and October 2017 and January 2018, at Tanganyika Aquaculture in Aquiraz-CE. During the internship, it was possible to observe the infrastructure of the company, the facilities and equipment destined to the creation of ornamental fish in a system of recirculation of water, to list the species of freshwater fish produced and to follow the productive management of the fish. Tanganyika has been in operation since 1990 and produces different types of aquatic organisms such as fish, crustaceans, mollusks and corals. The area of cultivation in Aquiraz is divided into 7 units, which together add up to approximately 1.0 ha. Fish farming adopts the intensive Recirculating Aquaculture System (RAS), using water treatment units composed of mechanical filter, biological filter and ultraviolet radiation. For some species the company also makes use of water treatment by reverse osmosis. The farm produces more than 120 species of freshwater fish, with emphasis on African and American cichlids. The production cycle of the fish is divided into three phases: reproduction, larviculture and growth and requires specific management in each one of them, especially with regard to food, stocking density, water and animal quality control. The fish are traded in the local, national and international market and for this the company adopts a strict control in the operations that precede the transportation and during the same. Based on what has been observed, it can be said that Tanganyika has an established market, adopts a rational management, uses little space and adopts the system of water recycling in all its units, which cooperates to reduce the demands of water and effluent.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Mapa dos limites políticos dos municípios do Ceará, com destaque para Aquiraz, Ceará, Brasil ... 6 Figura 2 - Localização geográfica da Piscicultura Tanganyika, em Aquiraz, Ceará,

Brasil... 7 Figura 3 – Unidades produtivas da Piscicultura Tanganyika, localizadas em

Aquiraz/CE... 9 Figura 4 – Unidade da Piscicultura Tanganyika, localizada em Capuan, em

Caucaia/CE – antigo Criatório de peixes ornamentais Capúan... 9 Figura 5 – Desenho esquemático em AutoCad dos tanques nas unidades A; B; C e E

da Piscicultura Tanganyika, em Aquiraz/CE ... 10 Figura 6 - Tanques de cultivo de peixes ornamentais, mantidos na cor natural (A) ou

pintado com resina epox na cor azul (B), na Piscicultura Tanganyika, em Aquiraz/CE... 11 Figura 7 – Vista geral das instalações da Piscicultura Tanganyika, em Aquiraz/CE,

onde é possível observar a cobertura em tela sombrite e telha de fibrocimento e o piso em terreno natural (A) ou em alvenaria (B)... 11 Figura 8 – Sistema de drenagem na Piscicultura Tanganyika. Observar: galeria com

piso em alvenaria durante esvaziamento (A) e tampas de acesso à galeria (B); piso em terreno natural seco (C) e durante drenagem (D)... 12 Figura 9 – Vista geral das instalações na Unidade B da Piscicultura Tanganyika.

Observar: escritório (A); depósito (B); tanques e aquários do quarentenário (C) e bancada para manipulação dos peixes (D)... 12 Figura 10 – Vista de uma cacimba (A) e poço tubular (B) usados no abastecimento da

Piscicultura Tanganyika, em Aquiraz/CE... 13 Figura 11 – Componentes da estação de tratamento de água por osmose reversa:

Painel de comandos elétricos (acima) com chave liga/desliga (abaixo) (A); e painel de controle do tratamento da água (B)... 14 Figura 12 – Vista geral dos componentes da estação de tratamento de água por osmose

reversa: painel de controle do tratamento água (CTA); pré-filtro (PF); filtro de partícula (FP); motobomba de pressurização do sistema de purificação (MBP) e sistema purificador por osmose reversa (PRO)... 14

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LISTA DE FIGURAS (continuação)

Figura 13 – Vista externa da sala da estação de tratamento de água por osmose reversa - RO (A); dos tanques para armazenamento da água bruta –TAB, água tratada - dessalinizada-TAT (B) e rejeito - TR (C) e do poço profundo que alimenta a RO e que se localiza na própria sala da RO (D)... 14 Figura 14 – Equipamentos disponíveis na Piscicultura Tanganyika para uso em

atividades gerais: soprador radial com filtro de ar acoplado (A) e bomba submersa (B)... 15 Figura 15 – Equipamentos disponíveis na Piscicultura Tanganyika para uso em

atividades gerais: gerador de energia elétrica (A); lacradora (B) e seladora (C) de embalagens plástica para transporte de peixes; incubadoras para ovos de peixes (D)...

16 Figura 16 – Exemplos de unidades individuais de tratamento de água (UITA)

localizadas internamente (A) ou externamente (B) aos tanques de peixes ornamentais na Piscicultura Tanganyika... 17 Figura 17 – Cascalho de tijolo branco usado como substrato para fixação de bactérias

nitrificantes (A) e camada de lã acrílica (B) e bolsa de nylon de 300 micras (C) utilizadas para retenção de resíduos sólidos na unidade de tratamento de água...

18 Figura 18 – Unidade de tratamento de água construído em alvenaria nas baterias do

RAS coletivo na Piscicultura Tanganyika. FM = filtro mecânico; CFB = compartimento do filtro biológico; CAA – compartimento de acúmulo de água para posterior bombeamento e retorno para os tanques de cultivo de peixes...

19 Figura 19 – Bateria de tanques do RAS coletivo e componente da unidade de

tratamento de água feito por radiação ultravioleta (UV – seta) na Piscicultura Tanganyika... 19 Figura 20 - Alternativas usadas para tratamento de água de cultivo de peixes

ornamentais na Piscicultura Tanganyica: filtro biológico com plantas macrófitas em cultivo hidropônico (A); filtro de espuma para remoção de partículas sólidas em suspensão (B); sifonagem de água (C); e peixe bentófago - cascudos (D)... 21 Figura 21 – Vista geral das instalações e operação de embalagem e expedição de

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Especificações técnicas das baterias dos tanques de cultivo de peixes ornamentais nas Unidade A; C e E, na Piscicultura Tanganyika... 21 Tabela 2 - Valores de temperatura, potencial hidrogeniônico (pH), dureza geral

(gH), dureza de carbonatos (kH) e condutividade elétrica para a água de cultivo de peixes ornamentais de água doce (ciclídeos africanos, da américa central, asiáticos e amazônicos, bem como para tetras, corydoras e cascudos)... 24

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SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO... 1 2 OBJETIVOS... 5 2.1 Geral... 5 2.2 Específicos... 5 3 MATERIAL E MÉTODOS... 6

3.1 Período e local de realização do estágio... 6

3.2 Atividades realizadas durante o estágio ... 7

4 ACOMPANHAMENTO E DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES REALIZADAS.... 8

4.1 A infraestrutura da Piscicultura Tanganyika... 8

4.2 O sistema intensivo com recirculação de água... 16

4.3 As espécies e manejo de peixes ornamentais de água doce... 22

4.4 Comercialização... 24

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS... 26

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1 INTRODUÇÃO

A FAO (1995) estabelece no artigo 9, parágrafo 9.1, do Código de Conduta para uma Pesca Responsável que: seção 9.1.3 - “Os Estados devem formular e atualizar regularmente planos e estratégias para o desenvolvimento da aquicultura, conforme apropriado, para assegurar que o desenvolvimento da aquicultura seja ecologicamente sustentável e permita o uso racional dos recursos compartilhados pela aquicultura e outras atividades”; seção 9.1.5 – “ Os Estados devem estabelecer procedimentos efetivos específicos à aquicultura para realizar uma avaliação e monitoramento ambiental adequados, a fim de minimizar as mudanças ecológicas nocivas e as correspondentes consequências econômicas e sociais provenientes da extração de água, uso da terra, eliminação de efluentes, uso de drogas e substâncias químicas e outras atividades de aquicultura.

Tomando como base o pressuposto acima e que a população vem cada vez mais se conscientizando da necessidade de produzir organismos aquáticos de forma mais sustentável, com menor produção de resíduos, menor demanda de água e que sejam mais saudáveis, é que o setor aquícola vem buscando tecnologias que se adéquem aos modernos conceitos de produção de peixes e outros organismos aquáticos. A escassez de água vem também sendo um fator decisivo na busca de tecnologias que primem pelo uso racional da água.

O sistema intensivo com recirculação de água (RAS – do inglês Recirculating

Aquaculture System) é uma das tecnologias que dão suporte aos preceitos da sustentabilidade

aquícola. Segundo Bregnballe (2015) do ponto de vista ambiental, a quantidade limitada de água usada na recirculação é obviamente benéfica, já que a água se tornou um recurso limitado em muitas regiões. Além disso, o uso limitado de água torna muito mais fácil e barato remover os nutrientes excretados dos peixes, já que o volume de água descartada é muito menor do que o de uma piscicultura tradicional. Ainda de acordo com o autor a recirculação pode ser realizada em diferentes intensidades, dependendo de quanto a água é recirculada ou reutilizada.

Os estudos visando o uso de sistemas de recirculação de água se intensificaram a partir da década de 80, em países como Japão, Estados Unidos, Israel e em países da Europa. No Brasil os primeiros projetos em escala comercial em sistemas de recirculação de águas ficaram restritos a peixes ornamentais, aos laboratórios de reprodução de tilápias e as larviculturas de camarões (KUBTIZA, 2006). Na Região Nordeste o crescimento dessa modalidade de exploração tem se intensificado nos anos recentes e pode ser atribuído, em grande parte, aos problemas de ordem sanitária, vivenciados notadamente pela carcinicultura,

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e devido ao prolongado período de estiagem que vem comprometendo as reservas hídricas superficiais e subterrâneas da região e, consequentemente, as formas de exploração de peixes. Os cultivos em RAS apresentam algumas vantagens, dentre as quais estão: a) possibilidade de controlar a temperatura da água; b) diminuição dos custos de produção, quando comparado a sistemas com alto consumo de energia e água, como os sistemas de fluxo contínuo; c) possibilidade de reduzir significativamente a poluição dos meios fluviais e marítimos, através da limpeza e reutilização da água; d) redução significativa do consumo de água; e) controle total das condições químicas da água; f) possibilidade de erradicação de surtos de doenças através do manejo adequado (OZÓRIO; AVNIMELECH; CASTAGNOLLI, 2004).

Por outro lado, também existem razões para o insucesso operacional ou econômico de sistemas de recirculação, quais sejam: a) alto custo envolvido na implantação; b) desconhecimento dos princípios básicos que regem o funcionamento do sistema; c) falta de capacitação dos operadores e gerentes para compreender e atuar sobre as interações físicas, químicas e biológicas que determinam a saúde dos componentes do sistema; d) uso de rações de baixa qualidade; e) inadequado design do sistema e/ou a tentativa de operar com componentes inadequados; f) incorreto dimensionamento, ou até mesmo a ausência de importantes componentes (filtros, biofiltros e sistemas de “backup”); g) criação de espécies com preços de mercado que muitas vezes não conseguem remunerar o custo operacional e/ou sequer são capazes de retornar o capital investido; h) inadequado manejo sanitário e falta de conhecimento sobre boas práticas de manejo e de medidas profiláticas para evitar problemas com doenças (KUBTIZA, 2006).

Os cultivos em RAS já foram referendados para camarão (NUNES, 2002; CAMPOS et al., 2008), tilápia (BARROSO, 2016; NASCIMENTO FILHO, 2016) e peixes ornamentais (RODRIGUES, 2013). No Estado do Ceará já é possível encontrar empresas cultivando organismos aquáticos nos RAS e que atuam na implantação e na oferta de equipamentos e serviços para esse modelo de exploração.

O RAS para criação de peixes ornamentais, conforme lembra Rodrigues (2013), é um sistema fechado de água, em que aproximadamente 98% de toda a água usada para a criação de peixes retorna ao cultivo, após ser tratada por um filtro que pode ser biológico. Ainda segundo o autor, a água tem seu fluxo constante e ininterrupto, porém o gasto de água oriundo desse sistema é mínimo, de forma que somente ocorrerão maiores gastos quando os reservatórios forem preenchidos pela primeira vez. Depois disso, só será necessária a reposição de água por perdas no processo, como por exemplo, possíveis vazamentos e evaporação. Isso torna o sistema ambientalmente correto e viável para a região semiárida, onde a escassez de

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água é extremamente grande. Ainda segundo o autor, outra vantagem do sistema de recirculação é a possibilidade de utilização de pequenas áreas e, também, o cultivo de peixes adaptados às condições de clima e temperatura elevada.

Os componentes de um sistema de recirculação compreendem basicamente: os tanques de cultivo, apresentando diferentes formas, materiais e tamanhos; decantadores e filtros mecânicos, usados para concentrar e remover os sólidos em suspensão e dissolvidos na água; biofiltros, os quais apresentam substrato para fixação de bactérias nitrificadoras, que promovem a oxidação da amônia à nitrato; sistema de aeração/oxigenação, composto por sopradores de ar e difusores, aeradores mecânicos de diversos tipos (aeradores de pá ou bombas de água), injeção direta de gás oxigênio e mesmo uma combinação entre dois ou mais tipos de aeração/oxigenação; sistema de bombas e tubulações de drenagem e retorno, usado para retornar a água tratada e reoxigenada para os tanques de criação; unidade de quarentena, que deve ser fisicamente separada da unidade de produção, e contar com seus próprios tanques, filtros, biofiltros, sistema hidráulico e equipamentos de aeração (KUBTIZA, 2006).

A principal preocupação de quem produz em sistemas de recirculação é com a manutenção da qualidade da água. A esse respeito Edinget al. (2006) afirmam que quando é feita a recirculação de água nos meios de cultivo, o oxigênio frequentemente é o principal fator limitante dos parâmetros de qualidade da água, embora as concentrações de oxigênio possam ser facilmente restauradas com a utilização de aeração ou oxigenação. Ainda segundo os autores, deve-se controlar também as concentrações de nitrogênio amoniacal total, matéria orgânica suspensa e dissolvida e dióxido de carbono.

A produção de peixes em sistema de recirculação de água foi escolhida para a realização do Trabalho de Conclusão de Curso, por ser essa uma tecnologia promissora para o desenvolvimento de uma aquicultura sustentável e pelo fato do setor produtivo já vir buscando mão de obra qualificada que possa assessorar os seus projetos. Isso sem dúvida gera oportunidade para inserção no mercado de trabalho e converge para o desenvolvimento de tecnologias amigáveis.

O foco em peixes ornamentais de água doce deve-se ao fato de ser uma atividade aquícola de importância social reconhecida e com ciclo de produção dominado. A esse respeito Monticini (2010) relata que, embora a contribuição do mercado de peixes ornamentais para o comércio mundial em termos de valor seja em geral pequena, o setor desempenha um papel relevante em termos de alívio da pobreza nos países em desenvolvimento e preservação marinha. O autor lembra ainda que mais de 90% dos peixes ornamentais de água doce são criados em cativeiro.

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No tocante ao volume de produção, as estimativas são de que mais de 2 bilhões de peixes ornamentais vivos sejam movimentados anualmente em todo o mundo, embora não seja possível obter um número exato, pois as estatísticas baseiam-se em informações de vários países e os dados variam em termos de confiabilidade e integridade (MORTICINI, 2010). Ainda sobre estatisticas, pode-se dizer que no período entre 2000 e 2011, as exportações mundiais de peixes ornamentais aumentaram de 181 milhões de dolares (dolar americano) para 372 milhões. A maior parte do mercado provém da Ásia, com Cingapura dominando como o principal país exportador do mundo. Em 2013, Cingapura exportou cerca de 56 milhões de dolares em peixes ornamentais para mais de 80 países (FAO, 2017).

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2 OBJETIVOS

2.1 Geral

Com o presente trabalho o objetivo foi acompanhar o processo de produção de peixes ornamentais em sistema intensivo com recirculação de água.

2.2 Específicos

- Descrever as instalações e equipamentos de uma unidade produtiva de peixes ornamentais que utiliza sistema com recirculação de água;

- Listar as espécies de peixes ornamentais de água doce cultivadas na fazenda; - Acompanhar o manejo produtivo de peixes ornamentais cultivados em sistema com recirculação de água.

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3 MATERIAL E MÉTODOS

3.1 Período e local de realização do estágio

O Estágio foi realizado no período de setembro a outubro de 2017 e janeiro de 2018, na Piscicultura Tanganyika Comercio, Importação e Exportação, LTDA – ME, localizada no município de Aquiraz, Estado do Ceará (Figura 1), com coordenadas geográficas de 3°54`32,57” S e 38°22`58,83” W (Figura 2) e acesso pela Rodovia CE 040.

Figura 1 – Mapa dos limites políticos do município de Aquiraz, Ceará, Brasil

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Figura 2 – Localização geográfica da Piscicultura Tanganyika, em Aquiraz, Ceará, Brasil

Fonte: Google Earth (2018)

3.2 Atividades realizadas durante o estágio

Durante o estágio foram realizadas as atividades referentes à produção de peixes ornamentais de água doce em sistema intensivo com recirculação e reuso de água. Dentre as atividades que foram realizadas cita-se:

a) Descrição da infraestrutura da Piscicultura Tanganyika, nas unidades localizadas em Aquiraz, no Estado do Ceará.

b) Descrição das instalações destinadas a criação de peixes ornamentais em sistema de recirculação, sendo possível estabelecer as especificações dos componentes dos sistemas de recirculação existente na fazenda (tanques, filtros e bombas); o tipo de substrato e/ou elemento filtrante utilizado nos filtros mecânicos e biológicos;

c) Listagem das espécies de peixes de água doce criadas na Piscicultura Tanganyika;

d) Acompanhamento do manejo produtivo de peixes ornamentais cultivados em sistema de recirculação de água.

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4. ACOMPANHAMENTO E DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES REALIZADAS

4.1 A infraestrutura da Piscicultura Tanganyika

A Piscicultura Tanganyika foi fundada em 1990 pelo Engenheiro de Pesca José Girão Blanchard Ribeiro Filho, com a finalidade de produzir peixes ornamentais. Em 1998 ela foi oficialmente constituída como empresa. O nome da Empresa é uma homenagem ao Lago Tanganyika, lago esse que atinge os países da Tanzânia (a leste), Zaire (a oeste), Zambia (ao sul) e Burundi (a nordeste), sendo o segundo lago mais profundo do mundo, alcançando uma profundidade máxima correspondente a 1.470 m e uma média correspondente a 572 m (SEABRA, SD). O lago Tanganica (no idioma Suaíli, Tanganyika) é um berço de peixes ciclídeos (NISHIDA, 1991), alguns dos quais criados pela Piscicultura Tanganyika.

A empresa conta com 47 funcionários e mantem sociedade com cinco outros produtores, estabelecendo assim um consórcio que facilita as operações diversas nas unidades produtivas, além da compra de insumos necessários à produção e venda dos peixes. No elenco do grupo há 02 Engenheiros de Pesca.

A Tanganyika possui sete unidades produtivas em Aquiraz/CE e uma em Capuam, distrito de Caucaia/CE e juntas somam cerca de 1,5 ha de área, 2000 tanques e 1500 aquários. Em Aquiraz as unidades somam cerca de 1,0 ha e são identificadas pelas letras A; B; C; D; E; F e G (Figura 3). As unidades A; B; C; E e G estão localizadas em um mesmo terreno, cercado por muro de alvenaria. Em área adjacente, estão às unidades D e F, as quais são administradas por sócios da empresa e onde são produzidos peixes ornamentais de água doce e marinhos. A Unidade G, foi adquirida recentemente e está em processo de preparação, para ampliar a área de produção. A unidade localizada no Distrito de Capuan foi obtida por arrendamento, junto ao antigo criatório de peixes ornamentais Capuan, e tem uma área de 0,5 ha (Figura 4).

As atividades do Estágio se concentraram nas unidades A; B; C e E, que contemplam o manejo reprodutivo e de crescimento de peixes ornamentais de água doce em sistema intensivo. Essas unidades somam um total de 609 tanques, sendo: 83 na Unidade A; 151 na Unidade B; 141 na Unidade C e 234 na Unidade E, conforme detalhado na Figura 5. Os tanques são construídos em alvenaria, sendo alguns mantidos na cor natural do cimento e outros pintados com tinta epox na cor azul (Figuras 6A; B). Os tanques apresentam profundidade média variando entre 0,6 e 0,8 m e capacidade de volume que varia entre 3,0 e 15 m3. As unidades também dispõem de aquários de vidro com capacidade média de 100 L, além de inúmeros recipientes para estocagem de peixes ou para produção de organismos vivos.

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Figura 3 – Unidades produtivas da Piscicultura Tanganyika, localizadas em Aquiraz/CE

Fonte: Google Earth (2018), modificado por MACHADO FILHO, C. S. (2018)

Figura 4 – Unidade da Piscicultura Tanganyika, localizada em Capuan, em Caucaia/CE – antigo Criatório de peixes ornamentais Capúan (UC)

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N G A B E C

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Figura 6 - Tanques de cultivo de peixes ornamentais, mantidos na cor natural (A) ou pintado com resina epox na cor azul (B), na Piscicultura Tanganyika, em Aquiraz/CE

MACHADO FILHO, C. S. (2018)

As edificações das unidades A; B; C e E apresentam paredes de alvenaria, cobertura feita por tela tipo sombrite 50% e em algumas áreas também é adotada a cobertura de telha de fibrocimento. O piso dessas unidades é em terreno natural (unidades A e B) ou em alvenaria (unidades C e E - Figuras 7A; B). As unidades C e E possuem galerias em alvenaria construídas com 1,5 m de profundidade (Figuras 8A a D) com vistas a promover a drenagem da água de descarte dos tanques.

A unidade B dispõe de um galpão onde funciona escritório; depósito de ração, de materiais, equipamentos e insumos; quarentenário com tanques em alvenaria e aquários de vidro para estocagem dos peixes no período de quarentena; e bancadas para as operações de seleção, contagem, profilaxia, embalagem e expedição dos peixes (Figuras 9A a D).

Figura 7 – Vista geral das instalações da Piscicultura Tanganyika, em Aquiraz/CE, onde é possível observar a cobertura em tela sombrite e telha de fibrocimento e o piso em terreno natural (A) ou em alvenaria (B)

Fonte: MACHADO FILHO, C. S. (2018)

A

A B

(24)

Figura 8 – Sistema de drenagem na Piscicultura Tanganyika. Observar: galeria com piso em alvenaria durante esvaziamento (A) e tampas de acesso à galeria (B); piso em terreno natural seco (C) e durante drenagem (D)

Fonte: MACHADO FILHO, C. S. (2018)

Figura 9 – Vista geral das instalações na Unidade B da Piscicultura Tanganyika. Observar: escritório (A); depósito (B); tanques e aquários do quarentenário (C) e bancada para manipulação dos peixes (D)

Fonte: MACHADO FILHO, C. S. (2018)

A B

C D

A B

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A água que abastece a Tanganyika vem de 03 cacimbas artesianas e 03 poços tubulares profundos. As cacimbas tem profundidade média de 12 m, são revestidas com anéis pré-moldados de cimento e areia e apresentam uma vazão média de 700 L h-1 (Figura 10A). Os poços tem profundidade média de 100 m, são revestidos com tubos de PVC (Policloreto de Vinila) de 150 mm de diâmetro e apresentam uma vazão média de 4.000 L h-1 (Figura 10B).

A fazenda dispõe de uma unidade de osmose reversa (RO - do inglês reverse

osmosis), com vazão de 400 L de água tratada por hora. A RO conta com: painel de comandos

elétricos com controle manual de liga/desliga (Figura 11A); painel de controle de tratamento de água (Figura 11B); filtro de partícula que tem por função reter as partículas com granulometria entre 15 e 20 micro; pré-filtro que utiliza cartuchos de polipropileno com grau de retenção de 5 micro para reter sólidos em suspensão e um cartucho de carvão ativado compacto para retirar o cloro da água; sistema purificador por osmose reversa que remove da água até 99% dos sais dissolvidos (íons), partículas, coloides, orgânicos e bactérias; e motobomba (MB) trifásica de 3 CV (Cavalo Vapor) para pressurizar o sistema (Figura 12).

Figura 10 - Vista de uma cacimba (A) e poço tubular (B) usados no abastecimento da Piscicultura Tanganyika, em Aquiraz/CE

Fonte: MACHADO FILHO, C. S. (2018)

A RO conta ainda com uma bomba submersa de 0,5 CV, uma motobomba de 0,5 CV e 04 tanques de alvenaria de 4,0 x 2, 0 x 0,8 m, sendo um para armazenamento de água bruta (água de poço que vai ser tratada na RO), dois para armazenamento da água já tratada (água dessalinizada) e um para o rejeito do processo de dessalinização (Figuras 13A a D).

Para iniciar o processo de tratamento da água na RO, com auxílio da bomba submersa, a água é bombeada de um poço profundo, para o tanque de armazenamento de água bruta. Desse tanque a água bruta é bombeada com auxílio de motobomba para o filtro de partículas, em seguida para o pré-filtro e sistema de purificação por osmose reversa. Após passar pela membrana de osmose reversa, obtém-se dois produtos: água pura (água tratada ou

A B

(26)

dessalinizada) e rejeito. A água tratada é armazenada em dois tanques, sendo então destinada ao abastecimento de tanques de cultivo de peixes que exigem água mole (água com baixa dureza) e com baixo grau de impurezas. O rejeito da RO é armazenado em um tanque e posteriormente é diluído e usado no abastecimento de tanques de cultivo de peixes ou outros organismos aquáticos, que toleram água com maiores concentrações de dureza.

Figura 11 – Componentes da estação de tratamento de água por osmose reversa: Painel de comandos elétricos (acima) com chave liga/desliga (abaixo) (A); e painel de controle do tratamento da água (B)

Fonte: MACHADO FILHO, C. S. (2018)

Figura 12 – Vista geral dos componentes da estação de tratamento de água por osmose reversa: painel de controle do tratamento água (CTA); pré-filtro (PF); filtro de partícula (FP); motobomba de pressurização do sistema de purificação (MBP) e sistema purificador por osmose reversa (SPRO)

Fonte: MACHADO FILHO, C. S. (2018)

PF FP CTA MBP SPRO A B

(27)

Figura 13 – Vista externa da sala da estação de tratamento de água por osmose reversa - RO (A); dos tanques para armazenamento da água bruta –TAB, água tratada - dessalinizada-TAT (B) e rejeito - TR (C) e do poço profundo que alimenta a RO e que localiza-se na própria sala da RO (D)

Fonte: MACHADO FILHO, C. S. (2018)

Para dar suporte às atividades, a fazenda dispõem de uma série de materiais e equipamentos, tais como bombas e sopradores que garantem o abastecimento, recirculação e aeração da água; geradores a gasolina para uso quando há falta de energia elétrica; seladoras e lacradoras das embalagens plásticas usadas no transporte de peixes; cilindros de oxigênio para uso nas operações de transporte; incubadoras para manejo reprodutivo dos peixes (Figuras 14A e B e 15A a D), além de equipamentos para monitoramento da água e dois veículos automotivos. Figura 14 – Equipamentos disponíveis na Piscicultura Tanganyika para uso em atividades gerais: soprador radial com filtro de ar acoplado (A) e bomba centrífuga (B)

Fonte: MACHADO FILHO, C. S. (2018) RO B TAB TAB A TR TAT C D A B Poço

(28)

Figura 15 – Equipamentos disponíveis na Piscicultura Tanganyika para uso em atividades gerais: gerador de energia elétrica (A); lacradora (B) e seladora (C) de embalagens plástica para transporte de peixes; incubadoras cilíndrico-cônicas para incubação de ovos de peixes (D)

Fonte: MACHADO FILHO, C. S. (2018)

4.2 O sistema intensivo com recirculação de água

A Piscicultura Tanganyika adota o manejo intensivo com recirculação de água (RAS) na maior parte das instalações de cultivo. Nesse modelo os tanques de cultivo de peixe são dotados de sistema de abastecimento de água localizado na parte superior dos tanques e feitos por tubos de PVC de 100 a 50 mm de diâmetro, integrado a uma rede de derivação de 25 mm de diâmetro, contendo registros individuais para controlar a vazão de água. Os tanques também dispõem de cano de escoamento, desta feita na parte inferior e, para evitar transbordamento, os tanques ainda contam com sangradouro localizado a 0,10 m da borda superior. A aeração dos tanques é feita mediante troca de águas e aeração mecânica feita por soprador. A rede de distribuição de ar é feita com tubos de PVC de 50; 40 e 32 mm de diâmetro, com mangueiras siliconadas de 5 mm de diâmetro acopladas a estes. A pedra porosa de carburodum é o difusor mais utilizado. Esse tipo de difusor se colmata muito rapidamente e exige manutenção frequente, por isso em muitos tanques as mangueiras siliconadas ficam sem difusores.

A B

D C

(29)

A estrutura do RAS apresenta diferentes layouts, a depender da espécie e da fase da vida do peixe. Para peixes mais exigentes em qualidade da água e manejo, como é o caso de reprodutores de algumas espécies, o RAS é formado por um a dois tanques de cultivo e uma unidade de tratamento de água. Para facilitar o entendimento esse sistema será aqui denominado de RAS individual. Para peixes menos exigentes, principalmente os que estão em fase de crescimento, o sistema de recirculação de água é constituído de uma bateria de tanques de cultivo de peixes e uma unidade de tratamento da água. Para facilitar o entendimento esse sistema será aqui denominado de RAS coletivo.

No RAS individual, a unidade de tratamento de água (UTA) pode localizar-se internamente ou externamente ao tanque de cultivo de peixes (Figura 16A; B) ou de ambas as formas. Quando localizada internamente ao tanque de cultivo, a UTA é formada por um recipiente plástico de 20 L, com tampa perfurada, dentro do qual são colocadas as camadas de lã acrílica (acima), para filtragem mecânica, e cascalhos de tijolo branco (abaixo) como meio de fixação das bactérias nitrificantes, principalmente Nitrossomonas e Nitrobacter. No processo de filtragem a água entra pelos furos da tampa da UTA, em seguida passa pelas camadas de lã acrílica, meio de suporte e retorna para o tanque por meio de um tubo de PVC de 25 mm de diâmetro, posicionado na parte central do recipiente. O fluxo ascendente de água é impulsionado pelas bolhas provenientes da aeração, feita por mangueira siliconadas de 5 mm de diâmetro, introduzida dentro de tubo de PVC.

Figura 16 – Exemplos de unidades individuais de tratamento de água (UTA) localizadas internamente (A) ou externamente (B) aos tanques de peixes ornamentais na Piscicultura Tanganyika

Fonte: MACHADO FILHO, C. S. (2018

UTA

A B

(30)

Quando localizadas externamente ao tanque de cultivo, a UTA é formada por um recipiente plástico de cerca de 60 L, contendo na parte inferior uma camada de substrato para fixação das bactérias nitrificantes. Este substrato em geral é composto de cascalho de tijolo branco (Figura 17A), brita, bioglass, ou combinações destes elementos, dispostos de forma alternada. Na parte superior da unidade de tratamento de água são colocadas camadas de lã acrílica para retenção de resíduos sólidos em suspensão (Figuras 17B). A camada de lã acrílica que fica mais em cima é lavada diariamente, já as que ficam mais embaixo, são lavadas uma vez por semana. Em alguns casos, para melhorar a retenção de resíduos sólidos em suspensão, são utilizadas bolsas de nylon com malha de 300 micro (Figura 17C). O sistema pode contar ainda com uma unidade de tratamento por radiação ultravioleta (UV), com potência de 16; 24 ou 36 Watts, a depender das exigências da espécie cultivada. Conta também com uma bomba submersa, com vazão de 2.000 L h-1, para promover a recirculação da água.

Figura 17 – Cascalho de tijolo branco usado como substrato para fixação de bactérias nitrificantes (A) e camada de lã acrílica (B) e bolsa de nylon de 300 micro (C) utilizadas para retenção de resíduos sólidos na unidade de tratamento de água

Fonte: MACHADO FILHO, C. S. (2018

Para o RAS coletivo a piscicultura conta atualmente com 15 baterias de tanques, sendo 02 na unidade, 08 na Unidade C e 05 na unidade E. Essas unidades apresentam um número variado de tanques com dimensões, capacidade e destinação também variadas. De igual forma existe também uma variação de proposta para a unidade de tratamento de água. Pode-se dizer ainda que em cada bateria um tanque ou bombona de 60 L, ou ambos, se destina a UTA e os demais tanques ao cultivo de peixes ornamentais de diferentes espécies.

No RAS coletivo a UTA apresenta dimensões e desenhos variados, a depender do tamanho e capacidade dos tanques de estocagem de peixes. Nessa proposta a unidade de tratamento de água é construída em alvenaria ou, alternativamente, pode seguir o mesmo padrão estabelecido para o RAS individual. Quando construída em alvenaria, a UTA do RAS coletivo apresenta um filtro mecânico e três ou mais divisórias internas de modo a compor o filtro C

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biológico e o compartimento que acumula a água proveniente do filtro biológico (Figura 18). As conexões entre os compartimentos podem ser feitas com canos ou tijolos de 8 furos posicionados deitados, de forma a permitir a passagem da água. Adicionalmente existe também uma unidade de tratamento por radiação UV (Figura 19).

Figura 18 – Unidade de tratamento de água construído em alvenaria nas baterias do RAS coletivo na Piscicultura Tanganyika. FM = filtro mecânico; CFB = compartimento do filtro biológico; CAA – compartimento de acúmulo de água para posterior bombeamento e retorno para os tanques de cultivo de peixes

Fonte: MACHADO FILHO, C. S. (2018)

Figura 19 – Bateria de tanques do RAS coletivo e componente da unidade de tratamento de água feito por radiação ultravioleta (UV – seta) na Piscicultura Tanganyika

Fonte: MACHADO FILHO, C. S. (2018)

FM

CFB CAA

CFB

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No RAS coletivo o filtro mecânico é formado por um recipiente (caixa plástica vazada de 0,40 x 0,60 x 0,40 m) contendo em seu interior camadas de lã acrílica e uma bolsa confeccionada em tecido de nylon com malha de 300 micro, para retenção de resíduos sólidos. O filtro mecânico, posicionado na entrada do filtro biológico, recebe os efluentes dos tanques de cultivo de peixes, por meio de uma rede coletora feita em tubos de PVC de 75 ou 100 mm de diâmetro. Passando pelo filtro mecânico, a água é conduzida ao compartimento onde fica o filtro biológico, onde se encontram os cascalhos de tijolo branco. Posteriormente, a água segue para o compartimento de acúmulo de água tratada, de onde é bombeada (através de bombas centrífugas e bombas submersas com capacidade de vazão de cerca de 2000 L h-1), podendo ter um retorno ao próprio compartimento (o que auxilia na aeração), e segue para o sistema de tratamento por radiação ultravioleta, que neste caso utiliza lâmpadas UV mais potentes – PL 55 ou 95 watts, mantendo uma relação de um Watts 200 L-1 de água. Após o tratamento UV a água retorna aos tanques de cultivo de peixes, fechando assim o circuito do sistema de recirculação de água.

As especificações dos tanques de cultivo de peixes e unidades de tratamento de água, seja para o RAS individual ou coletivo, são apresentadas na Tabela 1.

A Piscicultura Tanganyika adota ainda outras alternativas para os filtros biológicos e filtragem de água (Figuras 20A; B). Ela também se faz valer de procedimentos que auxiliam os tratamentos de água dos tanques de cultivo de peixes ornamentais aqui já especificados. Um destes é a sifonagem feita, na grande maioria dos casos, uma vez por semana, com mangueiras de 1¼’’, retirando do fundo do tanque todo o material sólido (restos de comida e fezes) decantado (Figura 20C). Em seguida, continua a retirada da água, até completar, em média, 25% do volume do tanque. Após este procedimento, o tanque é reabastecido.

Outra técnica também adotada é a utilização de peixes de hábito alimentar bentófago/detritívoro (cascudos), que ajudam na eliminação de restos de comida, algas e outras matérias orgânicos depositados no fundo dos tanques (Figura 20D). Além disso, ao encerrar um ciclo de cultivo os tanques são esvaziados, higienizados com água e sanitizante (cloro), mantidos por um dia em vazio sanitário e depois reabastecidos com água de poço ou cacimba.

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Tabela 1 - Especificações técnicas das baterias dos tanques de cultivo de peixes ornamentais nas Unidade A; C e E, na Piscicultura Tanganyika

Localiza-ção baterias Nº de

Tanques de cada bateria para cultivo

peixes Unidade de tratamento de água Meio de fixação das bactérias Elementos Filtrantes

Tratame nto com

UVs Peixes criados Dimensões* (m)

Und A 02

09 4,0 x 2,0 x 0,8

01 tanque de

4,0 x 2,0 x 0,8 m Cascalho tijolo branco Lã acrílica Pl 95 W Pangassius 01 bombona de 60 L Brita Lã acrílica

05 3,0 x 2,0 x 0,8 2,0 x 1,5 x 0,6 m 01 tanque de Cascalho tijolo branco Lã acrílica Pl 55 W Cyphotilapia frontosa Red e Aulonocara Red

Und C 08

06 2,0 x 1,5 x 0,6 01 bombona de 60 L Brita Lã acrílica --- Coridora Albina 03 2,0 x 2,0 x 0,6 01 bombona de 60 L Cascalho tijolo branco Bolsa de 300 micro --- Polypellscomum e Morea Firewell,

albino 01 2,0 x 2,0 x 0,8 01 bombona de 60 L Cascalho tijolo branco e brita Lã acrílica --- ----

05 4,0 x 2,0 x 0,8 02 bombonas de 60 L Brita Lã acrílica Pl 55 W Denizona (estoque para venda) 01 2,0 x 2,0 x 0,8 01 bombona de 60 L Cascalho tijolo branco Bolsa de 300 micro Pl 24 W Labio Bicolor albino 01 2,0 x 2,0 x 0,8 01 bombona de 60 L Brita e bolsa de 300 micro Lã acrílica Pl 36 W Peixe Faca 01 2,0 x 2,0 x 0,8 01 bombona de 60 L Brita e Bio Glass Bolsa de 300 micro Pl 16 W Peixe Faca 04 4,0 x 2,0 x 0,8 02 bombonas de 50 e 80 L Cascalho tijolo branco e brita Lã acrílica Pl 55 W Denizona, Peixe Faca, Chenifield comum e

albino

Und E 05

25 1,5 x 1,0 x 0,6 1,5 x 1,0 x 0,6 m 01 tanque de Cascalho tijolo branco Lã acrílica e bolsa de 300 micro Pl 55 W Jack Dempsey Blue 02 2,0 x 1,5 x 0,6 01 bombona de 60 L Cascalho tijolo branco Lã acrílica Pl 36 W Pangassius 02 4,0 x 2,0 x 0,8 01 bombona de 60 L Brita Lã acrílica e bolsa de 300 micro Pl 36 W Denizona 04 4,0 x 2,0 x 0,8 01 bombona de 60 L Brita Lã acrílica e bolsa de 300 micro Pl 36 W Balashark 02 4,0 x 2,0 x 0,8 01 bombona de 60 L Brita Lã acrílica e bolsa de 300 micro Pl 55 W Balashark

(34)

Figura 20 – Alternativas usadas para tratamento de água de cultivo de peixes ornamentais na Piscicultura Tanganyica: filtro biológico com plantas macrófitas em cultivo hidropônico (A); filtro de espuma para remoção de partículas sólidas em suspensão (B); sifonagem de água (C); e peixe bentófago - cascudos (D)

Fonte: MACHADO FILHO, C. S. (2018)

4.3 As espécies e manejo de peixes ornamentais de água doce

A Piscicultura Tanganyika produz mais de 120 espécies de peixes ornamentais de água doce, com os seus diferentes morfotipos. No organograma da empresa (ver Anexo) os peixes são agrupados por afinidade. Assim, vão ser encontrados os ciclídeos africanos, ciclídeos americanos, cascudos e corydoras, molinésias, guppys, barbus e tetras, espadas e platis, além de outros peixes (peixes diversos).

O período de cultivo dos peixes de água doce em geral é dividido em três fases: reprodução larvicultura e crescimento. Os peixes apresentam os mais diferentes tipos de reprodução, quanto a fecundação (ovulípara - fecundação e evolução do embrião externa; ovípara - fecundação interna e evolução do embrião externa; e ovovivípara - fecundação e evolução do embrião é interna sem a participação do organismo materno na evolução do embrião). Quanto aos tipos de desova são produzidos peixes de desova parcelada e de desova total. Para peixes de desova total há os que desovam naturalmente, quando mantidos em ambientes confinados, e outros que precisam de indução hormonal. Entre os que precisam de indução hormonal estão: bala shark (Balantiocheilos melanopterus); barbus denizone (Puntius

A

B

(35)

denisonili); barbus shwhanenfieldii (Barbomynus Shwhanenfieldii); comedor de alga

verdadeiro ou flying fox true (Epalzeorhynchos kalopterus); comedor de alga siamês (Crossocheilus siamensis); labeo bicolor e labeo bicolor albino (Epalzeorhynchos bicolor); labeo frenatus e labeo frenatus albino (Epalzeorhynchos frenatum); e pangassius comum (Pangasiodon hipophthalmus).

A fase de larvicultura de uma forma geral dura em média 10 dias e após esse período os peixes são estocados nos tanques de crescimento, onde são mantidos, a depender da espécie, por período de tempo de 2 e 4 meses, quando seguem então para a venda.

A fase de crescimento invariavelmente é conduzida nos tanques com recirculação de água. Nessa fase as densidades de estocagem e manejo alimentar variam bastante, a depender da espécie de peixe. A densidade inicial pode variar entre 7 e 18 peixes 100 L-1 de água. Essa densidade vai diminuindo progressivamente até o peixe atingir o tamanho de venda. Durante o manejo para redução da densidade, que em geral é feito a cada 10 dias, também é realizado a seleção dos peixes por tamanho e coloração. Para espécies que apresentam dimorfismo sexual, logo que os caracteres sexuais secundários permitem diferenciar o sexo, os peixes são submetidos a uma sexagem manual, sendo dada preferência aos machos, que nesses casos, geralmente são mais exuberantes que as fêmeas.

Os peixes são alimentados com rações comerciais ou com dietas artesanais. As rações comerciais são adquiridas na forma peletizada ou extrusada. Rações em pó são obtidas após moagem das rações extrusadas. As rações obedecem às especificidades dos peixes, seja em valor nutricional ou em aditivos como pigmentos e complexos anti-estresse.

As rações artesanais (caseiras) são apresentadas na forma pastosa (patê) e são a base de produtos de origem animal, tais como fígado de frango, sendo as mesmas destinadas a peixes carnívoros, especialmente reprodutores.

Não há um controle rigoroso dos valores de conversão alimentar. Não há também um manejo biométrico de rotina, uma vez que o foco não é rendimento em termos de crescimento, mas sim de unidades produzidas dentro do padrão estabelecido para a espécie e suas variedades. Nesse sentido, os rendimentos podem ficar em torno de 50% ou abaixo e as perdas podem se dar por morte ou descarte de peixes. O descarte é maior para espécies de peixes cujo interesse é maior para um determinado sexo ou cor.

Em termos limonológicos, pode-se dizer que a maior parte dos peixes produzidos exigem um padrão semelhante de qualidade de água. Assim, para ciclídeos africanos, da américa central, asiáticos e amazônicos, bem como para tetras, corydoras e cascudos, os valores recomendados são: temperatura = 26 a 28 ºC; potencial hidrogeniônico (pH) = 7,0 a 8,0; dureza

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geral (gH) = 0 a 3 mg L-1; dureza de carbonatos (kH) = 0 a 2 mg L-1 e condutividade elétrica = 600 µS cm-1 (Tabela 2).

Tabela 2 – Valores de temperatura, potencial hidrogeniônico (pH), dureza geral (gH), dureza de carbonatos (kH) e condutividade elétrica para a água de cultivo de peixes ornamentais de água doce (ciclídeos africanos, da américa central, asiáticos e amazônicos, bem como para tetras, corydoras e cascudos)

Variável Valores recomendados

Temperatura (°C) 26 - 28

pH (unidade padrão) 7,0 - 8,0

gH mg L-1 0 - 3

kH mg L-1 0 - 2

Condutividade elétrica (µS cm-1) 600

Fonte – Piscicultura Tanganyika LTDA – ME (2018 – informações não publicadas) 4.4 Comercialização

A empresa trabalha com vendas em atacado para o mercado nacional e internacional. No mercado nacional existe um distribuidor em Fortaleza e outros destruidores nos grandes centros como São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Brasília e Belem. No mercado internacional a clientela vem da China, Hong Kong e Taiwan.

Os peixes a serem comercializados passam por um período de depuração de 1 a 2 dias. Nesse período os peixes ficam sob observação e em jejum para limpar o trato digestório e manter a qualidade da água em condições mais adequadas durante o transporte. Os peixes são também examinados quanto ao comportamento, aparência e sanidade, sendo eliminado peixes que apresentem qualquer sinal fora da normalidade.

Para a venda os peixes são acondicionados em sacos plásticos, sendo 1/3 da embalagem preenchida com água e 2/3 com oxigênio puro. Peixes de comportamento mais agressivos ou mais sensíveis, são transportados em embalagens individuais, já os de comportamento mais calmo e menos sensíveis, são embalados em grupo. Os sacos com os peixes são lacrados com anel de alumínio e liga de câmara de ar e são acondicionados em caixas de papelão ou de isopor.

A operação de embalagem dos peixes (Figuras 21A a D) tem início por volta das 06 horas e pode levar até cinco horas, a depender da quantidade de peixes a ser expedida e o destino. Após concluir a operação de embalagem a carga é colocada em veículo apropriado e expedida para o destino final, por terra ou por via área. O transporte para o mercado fora de Fortaleza é feito por via aérea e exige uma logística apurada para evitar problemas no embarque, durante o transporte e na chegada ao destino final.

(37)

A política de vendas da empresa segue um padrão. Assim as encomendas devem ser feitas com antecedência e as informações sobre alteração de voos, notas fiscais, Guia de Trânsito de Peixes com Fins Ornamentais e de Aquariofilia (GTPON), obtida junto ao IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), razão social ou CPF (Cadastro de Pessoa Física), devem ser passados junto com o pedido por e-mail. A empresa concede desconto de 10% no pagamento à vista, exceto para corais e peixes marinhos. Ela também garante a reposição ou arca com os prejuízos decorrentes de mortalidade no transporte. Para isso o cliente deve enviar o comunicado da mortalidade em até 24hrs após o embarque, devendo o mesmo ser acompanhado de fotos dos peixes ainda no saco com o lacre original.

Figura 21 – Vista geral das instalações e operação de embalagem e expedição de peixes na unidade B da Piscicultura Tanganyika, em Aquiraz/CE

Fonte: MACHADO FILHO, C. S. (2018) A

B

C

(38)

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A Piscicultura Tanganyika é uma referência no ramo da aquicultura ornamental e tem um manejo muito complexo, dado aos inúmeros organismos que cultiva. Ela adota em todas as suas unidades de cultivo de peixes ornamentais de água doce o sistema de recirculação de água, fazendo uso de filtro mecânico e biológicos e tratamento adicional por radiação ultravioleta e osmose reversa.

A recirculação da água contribui para reduzir os impactos ambientais advindos da descarga de efluentes sem tratamento prévio, bem como com a redução das demandas de água nova, o que tem permitido a fazenda continuar produzindo mesmo em períodos severos de escassez de água.

A empresa pretende continuar avançando na otimização do uso da água, da terra e da energia e estabeleceu como próxima meta, a redução dos custos com energia. Para isso planeja construir reservatórios de água que possam ser abastecidos no horário noturno (das 21:00 às 06:00h), quando a tarifa de energia é mais barata, e usar essa água para abastecer as unidades produtivas por gravidade.

É possível dizer ainda que, o manejo racional permite a Piscicultura Tanganyika produzir em pequenas áreas, vindo a gerar emprego e renda e proporcionar lazer e bem está aos aficionados pela aquariofilia. Esse sucesso só é possível, porque há muito profissionalismo na condução das atividades e, ao mesmo tempo, um espírito amigável entre os membros da equipe. Atitudes como essa servem de exemplo para os que desejam empreender no negócio da produção de peixes ornamentais.

Para finalizar, é fundamental destacar que a realização do Estagio foi uma oportunidade para retomar a carreira acadêmica e adquirir novos conhecimentos nesse importante segmento da aquicultura que é criação de peixes ornamentais.

(39)

REFERENCIAS

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SEABRA, D. Lago Tanganyika. Disponível em: < http://www.ciclideos.com/lago-tanganyika-a2.html >. Acesso em: 16 de mar 2018.

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ANEXO A – Relação das principais espécies de peixes ornamentais (ciclídeos africanos) de água doce produzidas em sistema intensivo com recirculação de água na Piscicultura Tanganyika no ano de 2017/2018

ID ESPÉCIES (CICLÍDEOS AFRICANOS) NOME CIENTÍFICO NOME VULGAR COD.

1 Altolamprologus calvus Altolamprologus calvus Lamprologus-calvus LCA

2 Altolamprologus compressiceps Golden head gde Altolamprologus compressiceps Altolamprologus compressiceps CGH

4 Aulonocara eureka macho colorido Aulonocara jacobfreibergi White edged peacock AUEC

5 Aulonocara eureka albina macho colorido Aulonocara jacobfreibergi White edged peacock AUEA

7 Aulonocara firefish albina macho colorido Aulonocara nyassae Blue orchid peacock AFFA

6 Aulonocara firefish macho colorido Aulonocara nyassae Blue orchid peacock AFF

8 Aulonocara hansbaenschi red flash macho colorido Aulonocara baenschi Nkhomo benga peacock AR

10 Aulonocara maleri maleri yellow macho colorido Aulonocara baenschi Nkhomo benga peacock AUM

11 Aulonocara nyassae blue orchid macho colorido Aulonocara nyassae Blue orchid peacock AB

606 Aulonocara nyassae blue sky Aulonocara nyassae Blue orchid peacock AB

12 Aulonocara orange blue macho colorido Aulonocara nyassae Blue orchid peacock OB

14 Copadichromis borleyi (kandango) Copadichromis borleyi Red fin HK

15 Cynotilápia afra "white top" macho colorido Cynotilápia afra Cynotilápia afra CWT

16 Cyphotilápia frontosa Cyphotilápia frontosa Humphead cichlid CYF

588 Cyphotilápia frontosa yellow Cyphotilápia frontosa Humphead cichlid

458 Cyphotilápia frontosa red Cyphotilápia frontosa Humphead cichlid SFR

18 Cyprichromis leptosoma kitumba Cyprichromis leptosoma Cyprichromis leptosoma CL

20 Dimidiochromis compressiceps Dimidiochromis compressiceps Malawi eyebiter HC

21 Dimidiochromis compressiceps albino Dimidiochromis compressiceps Malawi eyebiter HCA

22 Eretmodus cyanostictus kabogo Eretmodus cyanostictus Kabogo EC

24 Gephyrochromis moorii Gephyrochromis moorii Yellow- tailed violet cichlid GM

25 Haplochromis eletric blue iceberg Sciaenochromis fryeri Electric blue hap ICE

37 Haplochromis zebra obliquidens Haplochromis obliquidens Haplochromis obliquidens ZO

27 Julidochromis marlieri Julidochromis marlieri Julidochromis marlieri JM

28 Julidochromis ornatus Julidochromis ornatus Golden julie JO

32 Labeotropheus trewavasae Labeotropheus trewavasae Scrapermouth mbuna LT

33 Labeotropheus trewavasae red top albino Labeotropheus trewavasae Scrapermouth mbuna LTA

34 Labidochromis caeruleus super yellow Labidochromis caeruleus Blue streak hap SLY

35 Labidochromis caeruleus white Labidochromis caeruleus Blue streak hap LW

36 Labidochromis caeruleus yellow Labidochromis caeruleus Blue streak hap LY

38 Lamprologus ocellatus gold Lamprologus ocellatos Lamprologus ocellatos LOG

39 Maylandia lombardoi Maylandia lombardoi Pseudotropheus lombardoi LOMB

40 Maylandia zebra borrado Maylandia zebra Zebra mbuna ZB

(42)

ANEXO A - Relação das principais espécies de peixes ornamentais (ciclídeos africanos) de água doce produzidas em sistema intensivo com recirculação de água na Piscicultura Tanganyika no ano de 2017/2018 (continuação)

ID ESPÉCIES (CICLÍDEOS AFRICANOS) NOME CIENTÍFICO NOME VULGAR COD.

42 Maylandia zebra red top Maylandia zebra Zebra mbuna RT

43 Maylandia zebra red top albino Maylandia zebra Zebra mbuna RTA

44 Melanochromis auratus Melanochromis auratus Golden mbuna AUR

45 Melanochromis auratus albino Melanochromis auratus Golden mbuna AA

48 Melanochromis chipokae Melanochromis chipokae Melanochromis chipokae MCH

49 Melanochromis exasperatus Melanochromis exasperatus Exasperatus MEX

50 Melanochromis maingano - auratus azul verdadeiro Melanochromis vermivorus Purple mbuna MM

51 Neolamprologus brichardi Neolamprologus brichardi Neolamprologus brichardi LB

52 Neolamprologus brichardi albino Neolamprologus brichardi Neolamprologus brichardi LBA

56 Neolamprologus leleupi orange Neolamprologus leleupi Neolamprologus leleupi LEL

58 Neolamprologus tretocephalus Neolamprologus tretocephalus Neolamprologus tretocephalus LTR

59 Nimbochromis livingstoni Nimbochromis livingstonii Nimbochromis livingstonii HL

60 Nimbochromis venustus Nimbochromis venustus Venustus HV

64 Pseudotropheus crabro Pseudotropheus crabro Pseudotropheus crabro PC

65 Pseudotropheus demasoni pombo fêmea Pseudotropheus demasoni Pseudotropheus demasoni DPF

66 Pseudotropheus demasoni pombo macho gde Pseudotropheus demasoni Pseudotropheus demasoni DPM

68 Pseudotropheus polit Pseudotropheus tropheops Red top chilumba PP

69 Pseudotropheus saulosi Pseudotropheus saulosi Pseudotropheus saulosi PS

70 Pseudotropheus socolofi Pseudotropheus socolofi Pindani SOC

71 Pseudotropheus socolofi albino Pseudotropheus socolofi Pindani

73 Steatocranus casuarius (bufalo head) Steatocranus casuarius Lionhead cichlid BH

75 Tropheus duboisi Tropheus duboisi Tropheus duboisi DB

76 Tropheus duboisi juvenil Tropheus duboisi Tropheus duboisi DBJ

79 Tropheus moori caramba Tropheus moorii Blunthead cichlid TCA

81 Tropheus moori murago Tropheus moorii Blunthead cichlid TMU

82 Tropheus moorii bemba red Tropheus moorii Blunthead cichlid TBB

83 Tropheus moorii kaizer ikola Tropheus moorii Blunthead cichlid IK

491 Tropheus moorii red moliro balão Tropheus moorii Blunthead cichlid RMB

(43)

ANEXO B – Relação das principais espécies de peixes ornamentais (ciclídeos americanos) de água doce produzidas em sistema intensivo com recirculação de água na Piscicultura Tanganyika no ano de 2017/2018

ID ESPÉCIES (CICLÍDEOS AMERICANOS) NOME CIENTÍFICO NOME VULGAR COD.

87 Acará bandeira albino véu med. Pterophyllum scalare Freshwater angelfish BA

386 Acará bandeira leopardo azul Pterophyllum scalare Freshwater angelfish BLA

90 Acará bandeira leopardo véu md Pterophyllum scalare Freshwater angelfish BL

91 Acará bandeira marmoratus véu md Pterophyllum scalare Freshwater angelfish BM

96 Acará bandeira palhaço perolado véu md Pterophyllum scalare Freshwater angelfish BPÇ

422 Acará bandeira platinum Pterophyllum scalare Freshwater angelfish BPT

86 Acará severum red spotted Heros severus Banded cichlid SRS

103 Jack dempsey blue Rocio octofasciatum Jack-dempsey JDB

104 Mexirica ouro Etroplus maculatus Orange chromide MO

106 Oscar red rubi Astronotus ocellatus Oscar ORR

107 Oscar red rubi albino Astronotus ocellatus Oscar ORRA

108 Oscar red tiger albino Astronotus ocellatus Oscar ORTA

111 Ramirezi eletric blue peq Mikrogeophagus ramirezi Ramirezi azul RA

675 Ramirezi eletric blue balão (novidade) Mikrogeophagus ramirezi Ramirezi azul RAB

676 Ramirezi gold balão (novidade) Mikrogeophagus ramirezi Ramirezi azul RGB

113 Synspillum Paraneetroplus synspilus Syspilum SYS

615 Papagaio verde Amphilophus citrinellus Parrot fish

Referências

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