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Influência da ractopamina adicionada à dieta de suínos machos e fêmeas e da imunocastração de machos nas características e composição física das carcaças

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

FACULDADE DE ENGENHARIA DE ALIMENTOS

INFLUÊNCIA DA RACTOPAMINA ADICIONADA À DIETA DE SUÍNOS

MACHOS E FÊMEAS E DA IMUNOCASTRAÇÃO DE MACHOS NAS

CARACTERÍSTICAS E COMPOSIÇÃO FÍSICA DAS CARCAÇAS

ADRIELI MARTINS

Médica Veterinária

Dr. Pedro Eduardo de Felício

Orientador

Dr. Expedito Tadeu Facco Silveira

Co-orientador

CAMPINAS

2012

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

FACULDADE DE ENGENHARIA DE ALIMENTOS

ADRIELI MARTINS

INFLUÊNCIA DA RACTOPAMINA ADICIONADA À DIETA DE SUÍNOS

MACHOS E FÊMEAS E DA IMUNOCASTRAÇÃO DE MACHOS NAS

CARACTERÍSTICAS E COMPOSIÇÃO FÍSICA DAS CARCAÇAS

DISSERTAÇÃO DE MESTRADO

APRESENTADA À FACULDADE DE ENGENHARIA DE ALIMENTOS UNICAMP PARA OBTENÇÃO DO TÍTULO DE MESTRE EM

TECNOLOGIA DE ALIMENTOS

Prof. Dr. Pedro Eduardo de Felício

ORIENTADOR

Dr. Expedito Tadeu Facco Silveira

CO-ORIENTADOR

Este exemplar corresponde à versão final da dissertação defendida por Adrieli Martins, aprovada pela comissão julgadora em 29/02/2012 e orientada pelo Prof. Dr. Pedro Eduardo de Felício.

_____________________ Assinatura do Orientador

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BANCA EXAMINADORA

______________________________________________________________ Prof. Dr. Pedro Eduardo de Felício

FEA/DTA – UNICAMP (Orientador)

______________________________________________________________ Prof.ª Dr.ª Janaína Conte Hadlich

FMVZ – UNESP (Membro Titular)

______________________________________________________________ Dr. Manuel Pinto Neto

CTC – Instituto de Tecnologia de Alimentos (Membro Titular)

______________________________________________________________ Prof.ª Dr.ª Angélica Simone Cravo Pereira

FZEA – USP (Membro Suplente)

______________________________________________________________ Prof. Dr. Júlio César de Carvalho Balieiro

FZEA – USP (Membro Suplente)

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v

“Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim.” Chico Xavier

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AGRADECIMENTOS

Para a realização de um projeto desta dimensão, são necessárias muitas parcerias. Foram muitas pessoas envolvidas em diversos setores, sejam elas financiadores do projeto, todos os que auxiliaram na execução da parte prática, fazendo companhia, aconselhando, ensinando ou dando seu apoio moral.

Em função disso, gostaria de agradecer todos que, de alguma forma, contribuíram para a realização deste projeto:

A Deus pelas minhas conquistas, pela força necessária para suportar os desafios impostos no decorrer do caminho, e por sempre colocar pessoas especiais em minha trajetória.

Aos meus pais, Anildo Martins e Cerli I. Martins pelo amor, dedicação e apoio incondicional em todos os momentos da minha vida, permitindo e incentivando a realização dos meus ideais. Além de todo esforço para que eu me tornasse a pessoa quem sou hoje, pessoal e profissionalmente.

À minha família, que mesmo estando longe, sempre esteve presente.

Ao Prof. Dr. Pedro Eduardo de Felício, pela orientação, incentivo, confiança, e ensinamentos como professor, profissional e pessoa. Pela amizade e imensa compreensão, meus mais sinceros e profundos agradecimentos.

Ao meu co-orientador Dr. Expedito Tadeu Facco Silveira pela batalha para conseguir recursos que viabilizassem o projeto de pesquisa, apoio na condução desse trabalho, e por sua experiência transmitida nos vários anos de convívio.

À Olinto Arruda pela confiança em ceder as instalações e os animais para o desenvolvimento do experimento na Granja Água Branca (Itu/ SP) e Fazenda Estrela (Fartura/ SP). Aos funcionários pela confiança, participação e auxílio durante as etapas do experimento, em especial Carolina Toth, Tiago Araújo, Maurício Fogazza, Fábio Godoy e Benedito R. Ribeiro.

À Agropecuária Bressiani pela gentileza em ceder as instalações e os animais para o desenvolvimento do experimento, Granja Santo André e Frigorífico Frigodeliss (Capivari/ SP). Aos funcionários pela confiança, apoio e auxílio durante todas as etapas do experimento, em especial Mateus e Fábio Bressiani, Renato

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Fischer, Geraldo Menegon, Juliano Sandei, Rogério Bresciani e André B. Sgariboldi.

Ao diretor de operações – Gustavo Goyen – e gerente de qualidade – Luiz Cabral – do Frigorífico Vangélio Mondelli, por incalculável gentileza em permitir que os animais do experimento fossem abatidos no seu estabelecimento, com apenas um dia de antecedência e sem prévia negociação, além de todo auxílio às necessidades do projeto. Aos demais funcionários que permitiram que mais uma etapa do experimento pudesse ser concluída.

À minha colega de graduação, que se tornou minha grande amiga e companheira de projeto Raquel Formighieri, pela amizade, confiança, e pelos momentos de cumplicidade.

Aos meus colegas de projeto Andréia F. S. Iocca, Letícia C. C. e Silva, Giovanna D. Cervo e Daniel S. Lucas, pelo apoio e colaboração durante várias das etapas do projeto.

À minha grande amiga, Mariana M. Guizzo, pelo companheirismo, cumplicidade e amizade, pelos momentos de descontração e alívio, grande auxílio e aconselhamentos para o projeto, além de me proporcionar uma segunda família em Americana.

Ao Fábio C. Vidal pelo amor, carinho, companheirismo, cumplicidade, compreensão e incentivos constantes, e por ser meu porto seguro em Campinas.

Aos pesquisadores científicos do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Carnes do Instituto de Tecnologia de Alimentos Eunice A. Yamada, Luciana Miyagusku, Leonardo Tachibana, pela ajuda, apoio e compreensão durante a execução do projeto, e em especial à Simone R. de Oliveira, pelo auxílio e conselhos durante as dúvidas, além das risadas e amizade cultivada.

Aos funcionários da planta-piloto do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Carnes Larissa W. de Abreu, Dirceu G. e Francis Y. Kawaiti pelo auxílio e apoio durante a parte prática do projeto.

Aos demais funcionários do Centro de Tecnologia de Carnes e do Instituto de Tecnologia de Alimentos, em especial Cláudia G. Pagoto, Célia C. Lira, Fabiana Sabadini, Sérgio L. Dias, José Carlos B. Cruz e José Garbelini pela compreensão e grande colaboração na parte administrativa e burocrática do CTC.

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Aos funcionários do Instituto de Zootecnia José R. Almussa e João do Nascimento pela grande ajuda na execução das atividades e elaboração do projeto, em especial Edson Blanco, pela parceria e descontração proporcionada.

Aos estagiários Jéssica Q. Miane, Mariela Moura, Hugo Morais, Augusto Terra, Carolina T. Santos, Bianca Fatoretto, Márcio A. Pampa, Jinfeng Zheng, Leonardo H. Morales, Aline C. Paes, Thaísa Gomig e Nathália C. Lira pelo inestimável auxílio e colaboração durante várias das etapas do projeto.

Ao Prof. Júlio C. C. Balieiro, por entender e desenvolver a análise estatística do projeto, sendo a “luz no fim do túnel”.

Aos meus colegas Bibiana A. dos Santos, Thaísa Gomig, Sérgio Pflanzer, Carolina Lugnani pelo apoio, amizade, e colaboração burocrática e intelectual.

Às minhas companheiras de departamento de Tecnologia de Alimentos: Vanessa Messias, Tacyane S. Campos, Joyce Marx e Amanda Romano pela amizade e alegria no convívio diário.

Ao técnico do Laboratório de Carnes do departamento de Tecnologia de Alimentos José Roberto pelo apoio e convívio.

Ás empresas Ourofino Agronegócios pelo auxílio financeiro, em especial Giovana B. Magenis pela atenção e apoio; e Pfizer Saúde Animal pelo fornecimento da vacina Vivax, em especial Maurício Andreoli e Rodrigo F. A. Cesar pelo acompanhamento e vacinação.

Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq – pela Bolsa de Mestrado.

Aos mestres Dr. Fábio E. L. Budiño e Dr. Manuel P. Neto pelas sensatas contribuições na qualificação desta dissertação.

Aos membros da banca examinadora, Dr.a Janaína C. Hadlich, Dr. Manuel P. Neto, Dr.a Angélica S. C. Pereira e Dr. Júlio C. C. Balieiro pelo tempo dedicado na avaliação deste trabalho e pelas valiosas sugestões, que enriqueceram o mesmo e que contribuíram para o aperfeiçoamento da tese.

E claro, aos suínos, meu respeito.

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ÍNDICE

ÍNDICE ... ix

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ... x

LISTA DE TABELAS ... xi

LISTA DE FIGURAS ... xii

LISTA DE ANEXOS ... xiii

RESUMO... xiv SUMMARY ... xv 1 INTRODUÇÃO GERAL ... 1 2 REVISÃO DE LITERATURA ... 3 2.1 MÉTODOS DE CASTRAÇÃO ... 3 2.1.1 Castração física ... 3

2.1.1.1 Compostos responsáveis pelo odor sexual ... 4

2.1.2 Imunocastração ... 5

2.1.2.1 Desempenho zootécnico e composição corporal ... 8

2.2 BEM-ESTAR ANIMAL ... 8

2.3 CLORIDRATO DE RACTOPAMINA... 10

2.3.1 Estrutura química e mecanismo de ação ... 10

2.3.2 Receptores e dessensibilização ... 11

2.3.3 Efeitos no tecido adiposo e muscular ... 12

2.3.4 Eficiência da ractopamina ... 14

2.3.5 Desempenho zootécnico e composição corporal ... 14

3 MATERIAL E MÉTODOS ... 17

3.1 ANIMAIS, LOCAL E INSTALAÇÕES ... 17

3.2 AVALIAÇÕES DE QUALIDADE E COMPOSIÇÃO DE CARCAÇA ... 23

4 ANÁLISE ESTATÍSTICA ... 27

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO ... 28

5.1 CARACTERÍSTICAS E COMPOSIÇÃO DE CARCAÇA ... 28

6 CONCLUSÃO GERAL ... 51

7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ... 52

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

%CM Porcentagem de carne magra %GT Porcentagem de gordura total AMPc Adenosina monofosfato cíclica AOL Área do olho do lombo (10ª costela) ATP Adenosina trifosfato

CC Comprimento de meia carcaça CTC Centro de Tecnologia de Carnes

DFD Dark, firm, dry – Escura, firme e seca

EqC Equivalente-carcaça

ET1 Espessura do Toucinho na altura da primeira vértebra Torácica ET2 Espessura de Toucinho na altura da última vértebra Torácica ET3 Espessura de Toucinho na altura da última vértebra Lombar ETM Espessura de Toucinho Média

FAWC Farm Animal Welfare Council

FC Machos Castrados Fisicamente

FE Fêmeas

FSH Hormônio Folículo Estimulante GnRF Fator de liberação de gonadotrofinas GnRH Hormônio liberador de gonadotrofinas

HGP Hennessy Grading Probe

HGPg Profundidade de gordura medida pela pistola Hennessy HGPm Profundidade de músculo medida pela pistola Hennessy IC Machos Imunocastrados

ITAL Instituto de Tecnologia de Alimentos

LD Longissimus dorsi (lombo)

LH ou ICSH Hormônio Luteinizante PCF Peso de meia carcaça fria PCQ Peso de meia carcaça quente

PSE Pale, soft, exsudative – Pálida, flácida e exsudativa

PT10ª Profundidade do Toucinho (10ª costela)

RAC Ractopamina

RTC Ready to cook

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LISTA DE TABELAS

TABELA 1. IDENTIFICAÇÃO DOS ANIMAIS (COLORAÇÃO E NUMERAÇÃO). ... 20 TABELA 2. RESUMO DA ANÁLISE DE VARIÂNCIA PARA VARIÁVEIS DE CARACTERÍSTICAS DE CARCAÇA. ... 30 TABELA 3. RESUMO DA ANÁLISE DE VARIÂNCIA PARA VARIÁVEIS DE COMPOSIÇÃO DE CARCAÇA – PESO DOS CORTES PRIMÁRIOS. ... 31 TABELA 4. RESUMO DA ANÁLISE DE VARIÂNCIA PARA VARIÁVEIS DE COMPOSIÇÃO DE CARCAÇA – PESO DE CARNE MAGRA. ... 32 TABELA 5. RESUMO DA ANÁLISE DE VARIÂNCIA PARA VARIÁVEIS DE RENDIMENTO DOS CORTES PRIMÁRIOS. ... 33 TABELA 6. COMPARAÇÃO MÚLTIPLA DE MÉDIAS ENTRE A FONTE DE VARIAÇÃO GRANJA INDEPENDENTE DO SEXO E DO USO DA RACTOPAMINA NA DIETA PARA AS VARIÁVEIS DE CARACTERÍSTICAS E COMPOSIÇÃO DE CARCAÇA, E DE RENDIMENTO DOS CORTES PRIMÁRIOS. ... 35 TABELA 7. COMPARAÇÃO MÚLTIPLA DE MÉDIAS ENTRE A FONTE DE VARIAÇÃO SEXO INDEPENDENTE DA GRANJA E DO USO DA RACTOPAMINA NA DIETA PARA AS VARIÁVEIS DE CARACTERÍSTICAS E COMPOSIÇÃO DE CARCAÇA, E DE RENDIMENTO DOS CORTES PRIMÁRIOS. ... 37 TABELA 8. COMPARAÇÃO MÚLTIPLA DE MÉDIAS ENTRE O USO DA RACTOPAMINA NA DIETA INDEPENDENTE DA FONTE DE VARIAÇÃO SEXO E GRANJA PARA AS VARIÁVEIS DE CARACTERÍSTICAS E COMPOSIÇÃO DE CARCAÇA, E DE RENDIMENTO DOS CORTES PRIMÁRIOS. ... 39 TABELA 9. TESTE DE COMPARAÇÃO MÚLTIPLA DE MÉDIAS APÓS O DESDOBRAMENTO DA INTERAÇÃO ENTRE OS FATORES GRANJA E SEXO PARA AS VARIÁVEIS DE CARACTERÍSTICAS E COMPOSIÇÃO DE CARCAÇA, E DE RENDIMENTO DOS CORTES PRIMÁRIOS. ... 42 TABELA 10. TESTE DE COMPARAÇÃO MÚLTIPLA DE MÉDIAS APÓS O DESDOBRAMENTO DA INTERAÇÃO ENTRE OS FATORES GRANJA E ADIÇÃO DE RACTOPAMINA PARA AS VARIÁVEIS DE COMPOSIÇÃO DE CARCAÇA – PESO DE CARNE MAGRA E DE RENDIMENTO DOS CORTES PRIMÁRIOS. ... 45 TABELA 11. TESTE DE COMPARAÇÃO MÚLTIPLA DE MÉDIAS APÓS O DESDOBRAMENTO DA INTERAÇÃO ENTRE OS FATORES SEXO E ADIÇÃO DE RACTOPAMINA PARA AS VARIÁVEIS DE COMPOSIÇÃO DE CARCAÇA E RENDIMENTO DOS CORTES PRIMÁRIOS... 47 TABELA 12. TESTE DE COMPARAÇÃO MÚLTIPLA DE MÉDIAS APÓS O DESDOBRAMENTO DA INTERAÇÃO TRIPLA ENTRE OS FATORES GRANJA, SEXO E ADIÇÃO DE RACTOPAMINA PARA AS VARIÁVEIS DE CARACTERÍSTICAS E DE COMPOSIÇÃO DE CARCAÇA – PESO DOS CORTES PRIMÁRIOS. ... 50

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LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 - REPRESENTAÇÃO ESQUEMÁTICA DO GNRF NATURAL E DE SEU ANÁLOGO

SINTÉTICO NA VIVAX . ... 6

FIGURA 2 - REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DOS NÍVEIS DE IMUNIDADE E ODOR AO LONGO DAS APLICAÇÕES DA VACINA VIVAX ... 7

FIGURA 3-ESTRUTURA QUÍMICA DO CLORIDRATO DE RACTOPAMINA . ... 10

FIGURA 4 - ATIVAÇÃO ADRENÉRGICA DA LIPÓLISE EM TECIDO ADIPOSO . ... 13

FIGURA 5 - BAIA DA FASE DE TERMINAÇÃO ... 17

FIGURA 6 - LINHAGEM GENÉTICA TOPIGS CORRESPONDENTE AOS ANIMAIS DA GRANJA A . 18 FIGURA 7 - LINHAGEM GENÉTICA AGROCERES PIC CORRESPONDENTE AOS ANIMAIS DA GRANJA B ... 18

FIGURA 8-PESAGEM E IDENTIFICAÇÃO DOS LEITÕES DURANTE A SELEÇÃO ... 19

FIGURA 9 - IDENTIFICAÇÃO DOS SUÍNOS COM APLICAÇÃO DE BRINCOS. ... 20

FIGURA 10 - VACINAÇÃO COM VIVAX® (PFIZER SAÚDE ANIMAL). ... 20

FIGURA 11-EMBARQUE E TRANSPORTE DOS ANIMAIS PARA O ABATE. ... 21

FIGURA 12-INSENSIBILIZAÇÃO. ... 22

FIGURA 13-TIPIFICAÇÃO ELETRÔNICA. ... 23

FIGURA 14 - COMPRIMENTO DE CARCAÇA. ... 24

FIGURA 15 - ESPESSURAS DE TOUCINHO. ... 24

FIGURA 16-PROFUNDIDADE DE TOUCINHO (A) A ÁREA DE OLHO DE LOMBO (B). ... 25

FIGURA 17-DESDOBRAMENTO DA MEIA CARCAÇA EM SEUS CORTES PRIMÁRIOS. ... 26

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LISTA DE ANEXOS

ANEXO I. TABELA DOS NÍVEIS NUTRICIONAIS DA RAÇÃO DA GRANJA A (TOPIGS). ... 64 ANEXO II. TABELA DOS NÍVEIS NUTRICIONAIS DA RAÇÃO DA GRANJA B (AGROCERES PIC).

... 65 ANEXOIII.VALORES DE MÉDIA, DESVIO PADRÃO (DP), MÍNIMO E MÁXIMO DOS CRITÉRIOS UTILIZADOS PARA A SELEÇÃO DAS CARCAÇAS. ... 66 ANEXO IV. PARECER DO COMITÊ DE ÉTICA DA UNICAMP-CEUA. ... 67

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xiv

RESUMO

Com o objetivo de esclarecer os efeitos combinados da imunocastração e da suplementação com ractopamina (RAC), nas características e composição de carcaça e rendimentos de cortes, trezentos e treze suínos híbridos, de duas granjas comerciais, representando dois grupos genéticos, Topigs da Granja A (n = 203) e Agroceres PIC da Granja B (n = 110), foram utilizados para o estudo. Os animais foram agrupados por sexo, fêmeas (FE), machos fisicamente castrados (FC) e imunocastrados (IC - Vivax, Pfizer Saúde Animal), e RAC, com (7,5 mg/kg, 21d) e sem suplementação. Dez meias carcaças resfriadas de cada combinação sexo e RAC de cada granja (N = 120) foram selecionadas pelo peso de carcaça quente e dados da tipificação eletrônica para as avaliações. O experimento foi realizado em esquema fatorial 2 x 2 x 3 (granja, RAC e sexo). Para os efeitos principais, carcaças de animais da granja B, IC e RAC apresentaram maiores quantidades e rendimentos de carne magra do que os da granja A, FE e FC e não suplementados. A interação granja e sexo foi significante nas variáveis PCQ, PCF, ET3, ETM (P<0,01) e PT10ª (P<0,05); também nos pesos dos cortes carré e fraldinha (P<0,01); pesos de carne magra dos cortes pernil, coxão duro, patinho, carré (P<0,01) e lagarto (P<0,05); e nos rendimentos dos cortes paleta, sobrepaleta e antebraço (P<0,05). Interação significativa também foi detectada entre granja e RAC em carne magra dos cortes barriga, filezinho e perna (P<0,05); e em rendimento do filezinho (P<0,05) e de sexo e RAC nos peso dos cortes antebraço (P<0,05) e ponta de peito (P<0,01), carne magra dos cortes barriga ventral, ponta de peito (P<0,01), alcatra e paleta (P<0,05); e nos rendimentos do corte ponta de peito (P<0,01). A ractopamina aumentou a AOL apenas dos imunocastrados da Granja B em comparação aos não suplementados. As fêmeas suplementadas com RAC tiveram maior AOL do que IC e FC. A utilização de RAC aumentou (P<0,05) a profundidade de gordura (HGPg) dos FC da Granja A, mas diminuiu nos da Granja B. Concluiu-se que a utilização de ractopamina e a imunocastração aumentam a porcentagem de carne magra da carcaça, diminuindo a porcentagem de gordura, e existe um efeito aditivo na combinação desses fatores, que varia entre os cortes avaliados.

Palavras-chave: ractopamina, imunocastração, castração, carcaça suína,

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SUMMARY

In order to clarify the combined effects of immunocastration and supplementation with ractopamine (RAC), on carcass characteristics and composition as well as cuts yield, three hundred and thirteen crossbred pigs from two commercial farms representing distinct genetic crosses, Topigs from Farm A (n = 203) and Agroceres PIC Farm B (n = 110), were used for the study. The animals were grouped by sex, females (FE), physically castrated males (FC) and immunocastrated males (IC - Vivax, Pfizer Animal Health), and RAC, with (7.5 mg/kg, 21d) and without supplementation. Ten chilled half carcasses of each combination, gender and RAC from each farm (N = 120) were selected based on hot carcass weight and data from Hennessy Grading (HGP) for the evaluations purposes. The experiment was carried out as a factorial arrangement of 2 x 2 x 3 (farm, RAC and sex). Considering main effects, carcasses of animals from farm B, IC and RAC, had higher lean meat content and yield (P<0.05) than those from farm A, FE and FC, and non-supplemented. The farm and sex interaction was significant for the carcass traits hot carcass weight (HCW), cold carcass weight (CCW), last lumbar rib fat thickness (FT3), average backfat thickness (ABT) (P<0.01) and 10th rib fat thickness (F10th)

(P<0.05); as well as for anatomic loin and to ventral part of the belly cut weights (P<0.01); lean meat weights from ham, flat, knuckle, loin (P<0.01) and eye of round (P<0.05); and for anatomic cuts yields of shoulder, neck and front shank (P<0.05). Significant interaction was also detected between farm and RAC considering lean meat from belly, tenderloin and hind shank (P<0.05); and for tenderloin yield (P <0.05); and between sex and RAC for anatomic cuts front shank (P<0.05) and jawl (P<0.01), lean meat of to ventral part of the belly, jawl (P<0.01), rump and shoulder (P<0.01); and for jawl yield (P<0.01). Ractopamine increased loin eye area (LEA) only for immunocastrated males from Farm B in comparison to non-supplemented. Females supplemented with RAC had higher LEA than IC and FC. The use of RAC increased (P<0.05) HGP fat depth (HGPg) for FC from Farm A, but decreased in those from Farm B. It was concluded that the use of ractopamine and immunocastration increase carcass lean meat percentage and reduces fat percentage, and there is an additive effect in the combination of these factors, which varies according to the evaluated cuts.

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1

1 INTRODUÇÃO GERAL

A carne suína é a fonte de proteína animal de maior consumo mundial (ABIPECS, 2010). No relatório OECD-FAO (2011) está previsto, para até 2020, um aumento de produção e consumo de carne para 60 milhões de toneladas em RTC (ready to

cook) de aves, e em EqC (equivalente-carcaça) de suínos, bovinos e ovinos,

nessa ordem de importância. Cerca de 78% da produção virá dos países em desenvolvimento e 60% do consumo ocorrerá nos países asiáticos. Ainda segundo o relatório, fatores como o crescimento da renda e a urbanização nas economias emergentes afetarão diretamente o aumento do consumo de proteínas de origem animal.

Por apresentar um sabor particular e grande participação como matéria prima de embutidos, a carne suína é preferida pelos europeus, cujo consumo excede os 40 kg/per capita/ano, e, também, pelos chineses, que consomem 37 kg/per

capita/ano (USDA-FAS, 2010). No Brasil, o consumo da carne suína ainda é

baixo, cerca de 15 kg per capita. Entretanto, a produção suína cresceu 1,5% em 2010 em relação à 2009 (ABIPECS, 2010), aquecida principalmente pelo aumento da população e pela demanda do mercado internacional.

No Brasil, os avanços em melhoramento genético, biotecnologia, sanidade, nutrição e biossegurança são responsáveis pelo salto tecnológico que a suinocultura moderna vem apresentando nas quatro últimas décadas, com melhorias em quantidade, rendimento e qualidade da carne. (BRUNETO, 2011). A carne suína de boa qualidade, para ser aceita internacionalmente deve possuir garantia de origem, que por sua vez seja uma produção consciente de animais razoavelmente livres de estresse, com retorno econômico satisfatório para o produtor. Estes são os objetivos permanentes da suinocultura capazes de atender às exigências do mercado consumidor interno e mundial.

A suinocultura industrial necessita constantemente da aplicação de novas tecnologias que permitam a obtenção de carcaças com maior rendimento de

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2

tecido muscular e menor de tecido adiposo. E é nesse contexto que adquire maior importância a pesquisa com a ractopamina e imunocastração.

A ractopamina é um aditivo beta-adrenérgico amplamente utilizado na alimentação de suínos no período de terminação, pelo aumento da atividade lipolítica e da síntese muscular (AALHUS et al.,1992; ENGESETH et al., 1992). A adição de ractopamina, ao final da terminação, promove melhoria de desempenho zootécnico e características de carcaça (SILVEIRA, 2005; WEBER et al., 2006), como redução da espessura de toucinho, e incrementos na proporção de carne magra (MARINHO et al., 2007) e nos rendimentos de cortes cárneos (STITES et al., 1991; CONVEY et al., 1987), sem prejuízos à qualidade da carne (DUNSHEA et al., 1991; MØLLER & BERTELSEN & OLSEN, 1992).

A imunocastração é um método alternativo para inibição do acúmulo de ferormônios na gordura das carcaças, que suprime temporariamente a função testicular por meio da vacinação contra o hormônio liberador de gonadotrofinas (GnRH) (BONNEAU & ENRIGHT, 1995; BONNEAU et al., 1994). Essa técnica constitui uma ferramenta de melhoria da palatabilidade para o consumidor, ao mesmo tempo em que evita a dor e o estresse causados pelo método de castração física, uma prática comumente realizada com o objetivo principal de evitar o odor de macho inteiro na carne de suínos (ANABEL, 2006).

Assim como a ractopamina, o uso da imunocastração resulta em melhoria de desempenho zootécnico e características quantitativas de carcaça (DUNSHEA et al., 2001; JAROS et al., 2005), como maior ganho de peso médio diário, melhor eficiência alimentar, bem como um incremento de carne magra em cortes comerciais (SILVEIRA et al., 2006).

A cadeia produtiva pode utilizar uma ou outra dessas tecnologias ou ambas, no entanto faltam informações na literatura especializada sobre a interação delas. Este estudo foi planejado para avaliar a inclusão de 7,5 mg/kg de ractopamina (RAC) em dietas de machos imunocastrados, castrados fisicamente e fêmeas, sobre composição de carcaça e rendimentos de carne magra, considerando ainda duas genéticas disponíveis no mercado nacional.

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3

2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 MÉTODOS DE CASTRAÇÃO

2.1.1 Castração física

A castração física de suínos machos é compulsória pela legislação brasileira. A castração constitui um procedimento rotineiro em programas de manejo da reprodução de animais domésticos. Tem por finalidade a extirpação dos testículos devido à potencial presença de substâncias responsáveis pelo odor repugnante da carne, conhecido como “odor sexual” ou “de cachaço” (boar taint), além de facilitar o manejo dos animais, por reduzir comportamentos agressivos (HAFEZ & JAINUDEEN & ROSNINA, 2004).

Recomenda-se castrar os leitões machos na primeira semana de vida, quando outros cuidados são praticados com os recém-nascidos. Deve-se evitar ainda a castração próxima ao período de desmama, administração de vermífugos e outras práticas de manejo. No caso dos machos adultos, esse procedimento é realizado no momento em que seu desempenho fica comprometido (CAVALCANTI, 1984). A castração física de leitões causa um impacto na qualidade de vida e nos rendimentos como produto final, podendo provocar dor aguda e crônica, quantificadas por aspectos comportamentais (anormalidades na locomoção, por exemplo), freqüência cardíaca, vocalização e liberação de hormônios relacionados ao estresse (ZENG et al., 2002; HAYA et al. 2003). Também pode ocorrer perdas de animais e inflamações crônicas ou infecções nesses leitões (POLEZE, 2007a). Além disso, ocasiona profundas alterações no metabolismo, como diminuição da eficiência alimentar, desenvolvimento muscular mais lento e maior deposição de gordura em comparação com machos inteiros (BONNEAU, 1998; OLIVER et al. 2003).

A ação depressiva da castração varia de acordo com as espécies, os indivíduos e os estados fisiológico e comportamental do animal na época da operação (HAFEZ

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4

& JAINUDEEN & ROSNINA, 2004). Como resultado de sua aplicação, o manejo dos animais torna-se mais fácil, diminuindo seu estresse, levando a uma melhoria da cor da carne desses animais, com diminuição do PSE (pale, soft, exsudative – pálida, flácida e exsudativa) com reflexos positivos na qualidade da carne para a indústria (VIANNA, 1977).

2.1.1.1 Compostos responsáveis pelo odor sexual

O odor sexual ocorre em machos inteiros durante o período de maturidade sexual. Os compostos responsáveis por esse odor incluem a androstenona (5α-androst-16-ene-3-one) e o escatol (3-metil-indol), sendo esses compostos lipossolúveis, tendem a se acumular no tecido adiposo e serem liberados na cocção da carne, podendo afetar além do odor, e o sabor em menor intensidade (BONNEAU & SQUIRES, 2004) causando rejeição pelo consumidor (BABOL et al., 2004). Altos níveis de escatol associados à androstenona caracterizam suínos com maior odor perceptível (DORAN et al., 2002).

A androstenona, um hormônio esteróide (ferormônio) produzido pelas células de Leydig nos testículos, apresenta um odor semelhante à urina. O escatol, um produto da degradação do triptofano no intestino, apresenta um odor semelhante ao de fezes (BONNEAU & SQUIRES, 2004).

A contribuição e o respectivo papel de cada composto para a formação do odor sexual têm sido investigados em vários estudos com provadores treinados, e existem muitas controvérsias, devido à sensibilidade individual, o nível de treinamento e a metodologia utilizada. Um estudo internacional, envolvendo consumidores de sete países europeus, teve como principal objetivo esclarecer essas controvérsias (BONNEAU et al., 2000; MATTHEWS et al., 2000). De acordo com os resultados, o escatol contribui mais do que a androstenona para a proporção de consumidores insatisfeitos com o odor sexual em carnes (MATTHEWS et al., 2000). Ou seja, pode-se afirmar que androstenona e o escatol contribuem sinergicamente para o odor e apresenta correlação negativa para o sabor característico favorável (BONNEAU & SQUIRES, 2004).

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2.1.2 Imunocastração

Durante o desenvolvimento sexual, o cachaço (suíno macho inteiro) acumula substâncias em seu tecido adiposo, predominantemente androstenona e escatol, os principais contribuintes do odor na carne (BONNEAU et al., 1982).

O Fator de Liberação de Gonadotrofinas (GnRF) é responsável pelo desenvolvimento, função dos testículos e pelo aparecimento dos compostos característicos do odor sexual. O GnRF é um peptídeo pequeno (decapeptídeo) que se origina no hipotálamo agindo na hipófise anterior para induzir a secreção do LH ou ICSH (Hormônio Luteinizante) e do FSH (Hormônio Folículo Estimulante). Estes irão atuar sobre os testículos estimulando o crescimento e a esterogênese, com liberação de esteróides na circulação sanguínea ou com deposição na gordura, como a testosterona e a androstenona, respectivamente (JAROS et al., 2005; ZENG et al., 2002).

Em países como Austrália e o Reino Unido onde os suínos são abatidos com pesos mais baixos, não é incomum que os suínos machos sejam mantidos inteiros, com o conceito de que o abate dos animais antes da maturidade sexual minimizará o odor de macho inteiro (POLEZE, 2007a). Segundo a atual legislação da União Européia (Regulamentação 64/433EEC, 1993), o abate de suínos machos inteiros com peso de carcaça quente com cabeça de até 80 Kg (equivalente a 100 Kg de peso vivo) é permitido, exigindo o teste compulsório de odor sexual somente para as carcaças acima desse peso (FÁVERO, 2000). Entretanto, na maioria dos outros países (incluindo Estados Unidos e Brasil), todos os suínos machos destinados para produção são castrados fisicamente na primeira semana de vida, para evitar o odor sexual (XUE & DIAL & PETTIGREW, 1996).

Outra forma viável de diminuir as concentrações de androstenona sem redução de desempenho zootécnico e com melhorias na qualidade da carne, é por meio da imunização ativa e seletiva contra a androstenona ou seus precursores (CLAUS & WEILER, 1994). Esse método de castração é aplicado com o uso de

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6

uma vacina que contém uma forma modificada de GnRF (Figura 1), sendo análogo sintético incompleto em veículo aquoso conjugado a uma proteína carreadora inerte, que atua no sistema imunológico estimulando-o a produzir anticorpos naturais contra seu próprio fator de liberação de gonadotrofinas (JAROS et al., 2005). A formulação e o protocolo da vacina permitem aos suínos receber a segunda dose entre 4 a 5 semanas antes do abate (DUNSHEA et al., 2001). Somente após a segunda dose (Figura 2), ocorrerá a inativação de todo o GnRF circulante, visto que são produzidos altos níveis de anticorpos anti-GnRF específicos, o que inibe a produção, liberação (androstenona) com a ocorrência de odor na gordura (POLEZE, 2007b). A recomendação de abate dos animais é no período de 4 a 5 semanas após a aplicação da segunda dose.

Figura 1 - Representação esquemática do GnRF natural e de seu análogo sintético na VIVAX

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7

Figura 2 – Representação gráfica dos níveis de imunidade e odor ao longo das aplicações da vacina Vivax (PFIZER, 2010).

A vacina para a imunocastração foi desenvolvida na Austrália e comercializada desde 1998 no mesmo país e também na Nova Zelândia, e já foi aprovada em mais de 60 países. No Brasil, a vacina está registrada desde 2005, mas apenas em 2007 foi lançada em nível nacional e está comercialmente disponível sob o nome de Vivax

(PFIZER, 2010).

A imunocastração está em consonância com o programa de qualidade exigido pelos mercados importadores e está alicerçado nos princípios de segurança alimentar, proteção ambiental, responsabilidade social e bem-estar animal. Dos princípios citados, o bem-estar é um dos desafios que a produção agropecuária está enfrentando e constitui um fator de embargo comercial de exportação. Aliado a esse fato o bem-estar animal influi positivamente sobre a qualidade da carcaça e carne (BRAUN, 2000; COSTA et al., 2005; ROLLIN, 1995).

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8

2.1.2.1 Desempenho zootécnico e composição corporal

Silveira et al. (2006) demonstraram que animais imunocastrados apresentaram superior desempenho de crescimento, resultando em rápido crescimento e peso de abate significativamente maior, maior ganho de peso médio diário e melhor eficiência alimentar bem como um incremento em carne magra nos cortes comerciais tais como pernil, filezinho, paleta, barriga, barriga ventral, representando vantagens econômicas expressivas para os mercados de cortes frescos e produtos processados. Resultados semelhantes foram encontrados por Crane (2006) em relação à melhoria na eficiência alimentar, ganho de peso médio diário e carcaças mais magras (MACKINNON & PEARCE, 2007).

Entretanto, Zamaratskaia et al. (2007) relataram que castração física resultou em menor ganho de peso diário comparado aos leitões que se mantiveram inteiros. E após a segunda vacinação, os suínos imunocastrados demonstraram maior ingestão alimentar e ganho de peso diário. Já o conteúdo de carne magra foi maior em suínos imunocastrados, quando comparados com os castrados fisicamente, porém mais baixo do que os animais inteiros.

Com a utilização da imunocastração ocorreu melhora de desempenho zootécnico, adição na quantidade de carne (2,42 kg) e acréscimo na carne dos cortes primários nobres de 530 g em pernil, 200 g em carré, 420 g em barriga e 730 g em paleta. Ocorreu, também, a diminuição de gordura na carne, cerca de 0,77 kg (SILVEIRA, 2007). Além disso, a carne de animais imunocastrados foi bem aceita sensorialmente pelos consumidores, observada pela preferência e intenção de compra (SILVEIRA, 2007).

2.2 BEM-ESTAR ANIMAL

Bem-estar é um termo amplo, mas na área de produção refere-se as necessidades do animal, suas liberdades, adaptações, controle, sofrimento, estresse, saúde, entre outros (BROOM & MOLENTO, 2004). Ou seja, o bem-estar animal é um estado de harmonia entre o animal e o ambiente,

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9

caracterizado por condições físicas e fisiológicas ótimas e alta qualidade de vida (HURNIK, 1992). Quando o nível de bem-estar for afetado em algum aspecto, isto pode resultar em um agravo ao animal e, consequentemente, uma diminuição da qualidade do produto final.

A publicação literária Animal Machines, de Ruth Harrison (HARRISON, 1964) denunciou os maus tratos aos quais os animais eram submetidos nos sistemas de confinamento. Este livro provocou grande impacto na sociedade da época, sendo considerado um marco para o bem-estar animal. Motivado pela repercussão do livro, o Parlamento da Grã-Bretanha criou em 1964, o Comitê Brambell, que propôs cinco liberdades mínimas que um animal deveria ter. Anos depois, o governo nomeou um comitê consultivo permanente em bem-estar animal, o Comitê de Bem-bem-estar de Animais de Produção (Farm Animal

Welfare Council - FAWC) do Reino Unido. Em 1993, as cinco liberdades foram

revisadas, e reformuladas pelo FAWC, são elas:

1. Livre de sede, fome e desnutrição pelo pronto acesso à água fresca e uma dieta para manter a plena saúde e vigor.

2. Livre de desconforto, propiciando um ambiente adequado, incluindo abrigo e uma confortável área de descanso.

3. Livre de dor, lesões, doenças e prevenção ou diagnóstico rápido e tratamento.

4. Liberdade para expressar comportamento normal, fornecendo espaço suficiente, instalações adequadas e companhia de animais da própria espécie. 5. Livre de medo e estresse, assegurando condições que evitem o sofrimento mental.

A partir desses acontecimentos, o tema bem-estar animal recebeu maior importância e juntamente com as questões ambientais e a segurança alimentar, é um dos três maiores desafios que a produção agropecuária irá enfrentar nos próximos anos. Portanto, o bem-estar animal influi positivamente sobre a

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qualidade da carne (BRAUN, 2000), evitando problemas como PSE e DFD (dark, firm, dry – escura, firme e seca).

2.3 CLORIDRATO DE RACTOPAMINA

2.3.1 Estrutura química e mecanismo de ação

A ractopamina apresenta estrutura análoga e propriedades químicas e farmacológicas similares as catecolaminas (adrenalina e noradrenalina). É classificada como uma agonista β-adrenérgico que melhora o desenvolvimento e a composição da carcaça, e reagem como os β-adrenérgicos na membrana das células (SQUIRES et al., 1993).

A estrutura da ractopamina (Figura 3) é caracterizada pela presença de anel aromático, cadeia lateral da etanolamina e o nitrogênio alifático (SMITH, 1998). É muito utilizada na produção animal como agentes repartidores, devido à sua capacidade de redirecionar a distribuição normal de nutrientes em função da alteração do metabolismo da célula, e por modificar as taxas de deposição de gordura e proteína do corpo animal (SILVEIRA, 2007; AGOSTINI et al., 2008).

Figura 3 - Estrutura química do Cloridrato de Ractopamina (SMITH, 1998).

A administração se faz via oral, adicionando-a na ração, pois o pH do trato gastrintestinal influencia o local de absorção. Independentemente da espécie

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11

ou da idade do animal, o pH do estômago, favorece a formação de um cátion na amina alifática, enquanto que a natureza mais neutra do duodeno, jejuno e íleo, promovem a redução da extensão da ionização e aumentam a absorção passiva através da mucosa intestinal (SMITH, 1998). Após absorvida, a ractopamina é metabolizada pelo fígado (PALERMO NETO, 2002) e sua eliminação é predominantemente urinária, de aproximadamente 80% em suínos.

2.3.2 Receptores e dessensibilização

Sabe-se que o efeito da ractopamina no metabolismo animal ocorre pela ativação dos β-receptores. Entretanto, ainda não é plenamente elucidado quais dos receptores é efetivamente ativado. A maioria dos autores afirma que a ractopamina age nos receptores β1 (ZAGURY, 2002; SEE et al., 2004; LAWRIE & LEDWARD, 2006), alguns nos receptores β2 (RAMOS & SILVEIRA, 2002) e outros referem-se somente como β receptores, sem especificar o subtipo (MARCHANT-FORDE et al., 2003; BRIDI et al., 2006; STRYDOM et al., 2009). Contudo, ambos subtipos estão presentes em diversos tecidos, acreditando-se que a ractopamina atue em ambos receptores, mas com maior afinidade pelo receptor β1 (PAGE et al., 2004). Em suínos, os receptores β1 são predominantes atingindo quase 80% no tecido adiposo, 72% no coração, 65% nos pulmões, 60% no músculo esquelético e 50% no fígado (McNEEL & MERSMANN, 1999).

O processo de dessensibilização dos receptores é um fator que interfere no mecanismo de ação das catecolaminas. A sensibilidade dos receptores β diminui após longos períodos de exposição aos agonistas (MOODY & HANCOCK & ANDERSON, 2000). O processo ocorre por meio da fosforilação da região C-terminal dos β-receptores, fazendo com que as proteínas G liguem-se a outras proteínas, resultando na desativação dos receptores (PIPPIG et al., 1993).

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2.3.3 Efeitos no tecido adiposo e muscular

A lipogênese e a lipólise são duas vias distintas e antagônicas que controlam o metabolismo lipídico. A lipogênese é o resultado da produção de ácidos graxos livres e da sua esterificação a triglicerídeos, enquanto que a lipólise é a quebra destes triglicerídeos em ácidos graxos livres e glicerol. Portanto, para se estimar a lipólise do tecido adiposo pode-se utilizar a taxa de produção de glicerol (ZAGURY, 2002).

A eficiência dos β-agonistas na redução do tecido adiposo do animal, possivelmente seja mais dependente da atividade de bloqueio da lipogênese, do que do estímulo da lipólise, embora exista uma variação considerável entre os β- agonistas (RUTZ & XAVIER, 1998).

Na membrana dos adipócitos existem receptores α- e β, onde os β-receptores serão ativados pelos agonistas β-adrenérgicos, desencadeando uma série de eventos e levando à maior taxa de quebra dos triglicerídeos a ácidos graxos livres e glicerol (ZAGURY, 2002).

O mecanismo (Figura 4) que aumenta a taxa de lipólise está relacionado à ação da enzima quinasefosforilase, que é responsável pela fosforilação de muitas enzimas (FAIN & GARCIA-SAINZ, 1983). As proteínas G em conjunto com os β-receptores ativam a adenilciclase, que converte a adenosina trifosfato (ATP) em adenosina monofosfato cíclica (AMPc). O AMPc, que age como um sinalizador intracelular, que catalisa a fosforilação da proteína quinasefosforilase, ativando-a, logo em seguida a quinase da fosforilase fosforila e ativa a fosforilase (MOODY & HANCOCK & ANDERSON, 2000). Esta seqüência de fosforilações sucessivas possibilita a amplificação do sinal, levando a respostas fisiológicas. As ações mediadas através dos receptores β-agonistas sinérgicos incluem: estímulos à lipólise, aumento da contração cardíaca, aumento da neoglicogênese, glicogenólise, aumentos da insulina, glucagon e renina, e relaxamento da musculatura lisa (ESPINOSA, 1999).

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Os efeitos atribuídos à ractopamina são o aumento da atividade lipolítica e inibição da lipogênese, a qual inibe a ligação da insulina no β-receptor adrenérgico dos adipócitos, antagonizando a ação da insulina, com consequente diminuição da síntese e deposição de gordura nos suínos (BELLAVER et al., 1991).

Figura 4 - Ativação adrenérgica da lipólise em tecido adiposo (MERSMANN, 1989).

Os efeitos das catecolaminas são atribuídos à ativação dos β-receptores, que resultam na hipertrofia da célula muscular e aumento de carne magra. Alguns autores demonstraram que a utilização de substâncias que ativam os receptores β2, estimulam a síntese e inibem degradação protéica (MOLONEY et al., 1991). Enquanto que, a ativação dos receptores β1 afeta somente a síntese protéica (ZAGURY, 2002).

A maioria dos tecidos musculares contém primariamente, receptores β1, β2, β3, os quais, quando ativados, são responsáveis por uma ação específica no tecido muscular. No metabolismo protéico há um aumento da síntese protéica, principalmente da actina e miosina, e como consequência, há uma melhora da qualidade das carcaças dos animais submetidos à ação da ractopamina (BELLAVER, 1991; WILLIAMS et al., 1994).

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14

2.3.4 Eficiência da ractopamina

Os principais efeitos da ractopamina na carcaça são o aumento de massa muscular e a redução de tecido adiposo (PETERLA & SCANES, 1990), exercendo influência pronunciada sobre as variáveis de desempenho zootécnico e características quantitativas, aumentando principalmente eficiência alimentar, percentual e rendimento de carne magra (STOLLER et al., 2003; ARMSTRONG et al., 2004; CARR et al., 2005; SEE et al., 2004; WEBER et al. 2006). A melhoria no desempenho do crescimento parece ser maior durante as primeiras semanas de administração e tendem a diminuir conforme à variação da dose. Influências significativas da dieta e genótipo foram observadas, mas a natureza dessas interações varia entre as linhagens (BAUMAN et al., 1994).

Sabe-se que ocorre a ligação da ractopamina nos receptores de membranas celulares e acontecem vários eventos que levam a um aumento no diâmetro das fibras musculares, em específico nas fibras brancas e intermediárias (AALHUS et al., 1992; SILVA et al., 2008). Simultaneamente, ocorre uma diminuição na lipogênese e um aumento na lipólise (ENGESETH et al., 1992). Por fim, esses eventos produzem um aumento de deposição muscular e uma diminuição na deposição de tecido adiposo na carcaça suína.

Entretanto, para obter uma resposta ideal em se tratando de maior peso de cores, ao uso do aditivo ractopamina, é necessário disponibilizar na ração níveis adequados de aminoácidos (lisina: 0,90-1,20%) e de proteína (mínimo 16% de proteína bruta) (XIAO et al., 1999; WELDON & ARMSTRONG, 2001; SILVEIRA, 2007).

2.3.5 Desempenho zootécnico e composição corporal

Desde que seu uso foi liberado no Brasil, em 1996, o cloridrato de ractopamina é largamente utilizado pela indústria suinícola nacional. Inúmeros estudos científicos

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15

estão em andamento para avaliar o uso deste aditivo alimentar e seus benefícios na composição da carcaça.

Segundo Zagury (2002), ocorre uma melhoria na conversão alimentar de 15,18% a 16,80% em animais que receberam cerca de 10 a 20 mg/kg de ractopamina. Esta melhor conversão alimentar obtida pode ser explicada em função do direcionamento dos nutrientes para a deposição de tecido muscular, pois requer menos nutrientes do que a síntese de gordura (HAESE & BUZEN; 2005). Já Paltroniere et al. (2005) observaram que utilizando apenas 5 mg/kg de ractopamina ocorreram melhorias em índices de ganho de peso e a conversão alimentar, além de favorecer positivamente nas características de carcaça.

Observou-se que a porcentagem de carne magra em suínos do grupo alimentados com 5 mg/kg de ractopamina foi de 53,9% em relação aos 51,8% dos animais do grupo controle. O grupo de animais que recebem 10 mg/kg de ractopamina obteve 55,6% e o grupo com 20 mg/kg obteve 57,5% (ELANCO, 2000 apud SILVEIRA, 2007). Em outro experimento, obteve-se incremento de 2,63% de carne magra em animais com adição de 5 mg/kg na ração, correspondendo a uma valorização financeira da carcaça comercializada (SILVEIRA, 2007).

Em relação aos cortes correspondentes ao lombo e pernil houve maior rendimento pela adição de ractopamina na ração (STITES et al., 1991). Segundo Silveira (2007), ocorreu um acréscimo na quantidade de carne dos cortes correspondentes ao pernil (1,88 kg), carré (0,92 kg), barriga (0,96 kg) e paleta (0,75 kg) com a adição de 5 mg/kg de ractopamina, representando um aumento médio no peso vivo de 4,53 kg.

Além disso, Uttaro et al. (1993) descreveram um aumento de 3,4 mm do músculo da última costela do animal e uma diminuição de 1,8 mm da espessura de toucinho, também avaliado na última costela, em animais com a adição de 20 mg/kg de ractopamina.

Portanto, a eficiência da ractopamina é maior, quando fornecida a animais mais pesados (CROME et al., 1996) corroborando com a idéia geral de que

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administração de agonistas β-adrenérgicos é mais rentável quando é feita no período final de engorda (RAMOS & SILVEIRA; 2002). Além disso, a ractopamina é dose dependente, apresentando melhora do ganho de peso, eficiência alimentar mesmo quando utilizada em baixa taxa de inclusão (5ppm) (MOODY & HANCOCK & ANDERSON, 2000; BRUMM et al., 2004).

O tipo de tratamento (dose, sexo, duração, idade) é mais importante no rendimento final dos animais do que os “efeitos de repartição” dos agonistas β-adrenérgicos, enquanto a eficácia apresenta algumas variações (MOLONEY & ALLEN, 1992). O sexo pode ocasionar diferenças no desempenho dos animais durante os períodos de crescimento e terminação (UNRUH et al., 1996; LATORRE et al., 2004). As fêmeas respondem melhor ao tratamento com agonistas β-adrenérgicos (SEE et al., 2004; AMARAL et al., 2009), provavelmente devido à maior quantidade e capacidade de mobilizar os lipídios que possuem, e cuja diminuição é evidente principalmente no tecido adiposo subcutâneo e irrisório no tecido adiposo intramuscular (FERRANDO & VANBELLE, 1989; ENGESETH et al., 1992).

Com relação à duração do tratamento, é adequado que ocorra a suplementação de ractopamina no período antes do abate e em animais que já tenham atingido a maturidade, devido à menor capacidade de retenção das proteínas, aumentando assim, a eficácia dos agonistas β-adrenérgicos (MOLONEY & ALLEN, 1992; MOLONEY & BEERMANN, 1996).

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3 MATERIAL E MÉTODOS

3.1 ANIMAIS, LOCAL E INSTALAÇÕES

O projeto foi dividido em dois experimentos (Granja A e B) em que foram analisadas as mesmas variáveis. Porém, cada granja utilizava uma linhagem genética comercial distinta, estando localizadas na cidade de Itu-SP e em Capivari-SP, correspondentes respectivamente à Granja A e B. Os animais foram alojados em baias contendo comedouros semi-automáticos e manuais, bebedouros tipo chupeta, dispondo de uma área de 0,40 m2/animal na creche e 1,00 m2/animal na terminação, para ambas as granjas. As baias com piso de concreto estavam em galpões de alvenaria cobertos com telhas de barro, totalizando 600 m2 na creche e terminação para a granja A; e 250 m2 na creche e 1.800 m2 na terminação para a granja B (Figura 5).

Figura 5 - Baia da fase de terminação

Foram utilizados, inicialmente, um total de 630 suínos provenientes das linhagens genéticas Topigs (Tempo, macho x Topigs, 40 fêmea) para o experimento conduzido na Granja A (Figura 6), e linhagem genética Agroceres PIC (AGPIC

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G337, macho x CB22, fêmea) para o experimento conduzido na Granja B

7).

Figura 6 - Linhagem genética Topigs correspondente aos animais da Granja A

Figura 7 - Linhagem genética Agroceres PIC correspondente aos animais da Granja B

Os leitões foram selecionados pelo peso ao nascer (1,5 a 2,0 kg). Assim, na fase de maternidade (0 a 21 dias) 450 leitões foram selecionados para a granja A e 1 leitões para a granja B (Figura

acordo com o tamanho das baias disponíveis em cada granja comercial. A seleção foi necessária para separar os animais que

que não fossem submetidos à castração física que é realizada com cinco dias de vida.

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fêmea) para o experimento conduzido na Granja B

Linhagem genética Topigs correspondente aos animais da Granja A (TOPIGS, 2011).

Linhagem genética Agroceres PIC correspondente aos animais da Granja B (AGROCERES PIC, 2011).

Os leitões foram selecionados pelo peso ao nascer (1,5 a 2,0 kg). Assim, na fase de maternidade (0 a 21 dias) 450 leitões foram selecionados para a granja A e 1

Figura 8). O número de animais foi determinado de

acordo com o tamanho das baias disponíveis em cada granja comercial. A seleção foi necessária para separar os animais que iriam receber a imunocastraç

que não fossem submetidos à castração física que é realizada com cinco dias de fêmea) para o experimento conduzido na Granja B (Figura

Linhagem genética Topigs correspondente aos animais da Granja A

Linhagem genética Agroceres PIC correspondente aos animais da Granja B

Os leitões foram selecionados pelo peso ao nascer (1,5 a 2,0 kg). Assim, na fase de maternidade (0 a 21 dias) 450 leitões foram selecionados para a granja A e 180 . O número de animais foi determinado de acordo com o tamanho das baias disponíveis em cada granja comercial. A seleção iriam receber a imunocastração, para que não fossem submetidos à castração física que é realizada com cinco dias de

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Figura 8 - Pesagem e Identificação dos leitões durante a seleção

Após o desmame, os leitões foram levados para outro galpão começando a fase de creche. Nesta etapa, os leitões foram divididos em três grupos: machos castrados fisicamente; machos inteiros e fêmeas. Na granja A 150 leitões foram destinados para cada tratamento, e na granja B, 60 animais por tratamento. Os animais foram alojados em três baias distintas com fornecimento de água e ração à vontade.

Os suínos produzidos na granja A, ao atingirem 70 dias de vida, foram transferidos para uma granja parceira localizada no município de Fartura-SP, a 285 km da origem, e foram aleatoriamente distribuídos em 12 baias de 17 a 20 leitões/ baia, com um total de 6 tratamentos e duas repetições. Enquanto que, na granja B foi realizado ciclo completo de produção, com distribuição aleatória em 6 baias de 17 a 19 animais em cada uma. Nas duas granjas houve fornecimento de água e ração à vontade, em condições semelhantes de manejo e plano nutricional equivalente (ANEXO I e ANEXO II). Os galpões apresentavam ventilação natural, baias com piso de concreto, um único comedouro e dois bebedouros, com densidade mínima de 1,0 m2/suíno. Durante esta fase, os animais foram identificados, com brincos em ambas as orelhas, com coloração e centenas diferentes para cada tratamento (Tabela 1 e Figura 9).

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Tabela 1. Identificação dos animais (coloração e numeração). RACTOPAMINA 7,5 mg/kg Controle Fêmeas (FE) 000 - amarelo 100 - azul Machos Fisicamente Castrados (FC) 200 - verde 300 - branco

Machos Imunocastrados (IC) 400 - laranja 500 - vermelho

Figura 9 – Identificação dos suínos com aplicação de brincos.

Nesta fase, os machos designados para serem imunocastrados receberam a primeira dose de vacina (2 ml) com Vivax® oito semanas antes do abate, e a segunda dose a quatro semanas da data programada para o abate, conforme recomendação do fabricante (Pfizer Saúde Animal; Figura 10).

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A ractopamina foi incluída (RAC, 7,5 mg/kg, Ractosuin©, Ourofino Agronegócio) na

ração durante 21 dias (± 2 dias) antes do abate, na dieta convencional à base de milho e soja formuladas com 16% de proteína e 0,91% de lisina.

No fim do período de terminação, os animais da Granja A foram transportados aproximadamente 250 km para um abatedouro comercial (Frigorífico Mondelli em Bauru, SP) e os animais da Granja B foram transportados aproximadamente 10 km para o Frigorífico Bressiani (Capivari, SP) (Figura 11). Durante o transporte dos animais Topigs (Granja A), animais do mesmo tratamento, mas de diferentes baias foram misturados, e após o descarregamento eles foram alojados por tratamento em baias com capacidade para 15-20 indivíduos e densidade aproximada de 2,0 m2/suíno, com água potável disponível durante todo o período.

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Após 8 horas (Planta A) e 12 horas (Planta B) de período de descanso, os animais foram abatidos por atordoamento elétrico (350-450V, 1,2A) seguido de sangria (Figura 12). O abate foi realizado de forma humanitária e conduzido conforme o Regulamento de Inspeção Sanitária e Industrial de Produtos de Origem Animal (BRASIL, 1997).

Figura 12 - Insensibilização.

O critério de seleção das carcaças foi realizado com base no peso de carcaça quente e profundidade de músculo e gordura pela tipificação eletrônica (Hennessy

Grading Probe - HGP). Foram selecionados dez suínos de cada combinação

ractopamina e sexo de cada granja, pertencentes ao intervalo médio de ± 2 desvios padrões, totalizando 120 suínos. O número de observações por tratamento para ambas as granjas foi estabelecido em 10 devido ao custo e disponibilidade de tempo para realização da desossa anatômica.

Após 24 horas no resfriamento a 2ºC, as meias carcaças esquerdas foram transportadas para o Centro de Tecnologia de Carnes (CTC) do Instituto de Tecnologia de Alimentos (ITAL, Campinas-SP), para avaliação de qualidade das carcaças, por meio do peso de carcaça fria e das medidas de comprimento de carcaça e espessuras de toucinho (na primeira e última vértebra torácica, última vértebra lombar, média dessas três medidas). Após coletadas essas informações, as meias carcaças esquerdas foram seccionadas entre a décima e décima primeiras costelas, para expor o Longissimus dorsi (LD) e foram avaliadas

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medidas de área de olho de lombo, comprimento do lombo e profundidade de toucinho.

Para estimar a composição de carcaça e de carne magra, realizou-se a desossa dos 11 cortes anatômicos seguindo a metodologia preconizada pela União Européia (UE) (WALSTRA & MERKUS, 1996).

3.2 AVALIAÇÕES DE QUALIDADE E COMPOSIÇÃO DE CARCAÇA

Tipificação Eletrônica. A tipificação eletrônica foi feita a partir da inserção de um

leitor óptico perpendicularmente à linha mediana da divisão da carcaça (Hennessy©Grading Systems GP4/BP4, DIDAI) na altura da última costela, a 6,0 –

8,0 cm de distância da referida linha, sendo o leitor capaz de diferenciar o tecido claro do escuro (Figura 13). Quando o sensor detecta uma mudança brusca de coloração, significa que houve troca de ambiente de gordura para carne ou vice-versa. As medidas, em milímetros, de espessuras de músculo (HGPm) e gordura (HGPg) são conseqüência da percepção de reflexão de luz do sensor (SAINZ & ARAUJO, 2001).

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Comprimento de Carcaça (CC). Medido em centímetros desde a borda cranial da

sínfise pubiana até a borda cranial da primeira costela (NPPC, 2000; AMSA, 2001) (Figura 14).

Figura 14 - Comprimento de Carcaça.

Espessuras de toucinho (Figura 15). Medidas foram realizadas com paquímetro

digital (Electronic Digital Caliper) na gordura de cada meia carcaça nas seguintes posições: altura da primeira (ET1) e última (ET2) vértebra torácica, última vértebra lombar (ET3), média das três avaliações anteriormente citadas (ET1, ET2 e ET3) (NPPC, 2000; AMSA, 2001).

Figura 15 - Espessuras de Toucinho.

Características de Carcaça. Avaliadas na meia carcaça esquerda através de um

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transversal do músculo LD. O local exato para medir a profundidade de toucinho (PT10a) é imaginar uma reta imaginária que corte outra reta correspondente ao maior diâmetro da superfície exposta do LD a ¾ de distância de sua extremidade dorsal, medindo-se perpendicularmente à pele até o ponto onde a segunda reta cruza o contorno do LD. A área de olho de lombo (AOL) foi medida utilizando-se uma matriz plástica (Grid) formada por quadrados com uma área de 1,0 cm2 cada, obtendo-se a área total a partir da contagem dos quadrados que se encontram na superfície da carne (NPPC, 2000; AMSA, 2001) (Figura 16).

Figura 16 - Profundidade de Toucinho (A) a Área de Olho de Lombo (B).

Composição de Carcaça. Inicialmente, a meia carcaça foi desossada em seus

cortes anatômicos (Figura 17): pernil (separado da carcaça entre 5a e 6a vértebra lombar), carré (separada entre 4a e 5a vértebra torácica), ponta de peito, paleta (destacada da sobrepaleta), antebraço, perna, sobrepaleta (separada cranialmente – 2,0 cm a partir da 1a torácica e caudalmente – 4,0 cm a partir da cartilagem do processo transverso da última vértebra lombar), barriga (separada entre a 4a e 5a costela), barriga ventral (corte iniciando 4,0 cm após a última costela e depois seguindo a linha mamária), fraldinha e filezinho. Após a pesagem desses cortes, foi realizada a desossa dos mesmos, separando assim, a carne, a gordura (subcutânea e intermuscular), a pele e os ossos de cada corte e realizando, posteriormente a pesagem dos mesmos. Além disso, o pernil ainda foi desdobrado nos seguintes cortes (Figura 18): coxão mole (M. adductor,

semimembranous e gracilis), alcatra (M. gluteus medius), coxão duro (M. biceps femoris), patinho (M. quadriceps femoris – rectus femoris, vastus intermedius,

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medialis e lateralis), lagarto (

MERKUS, 1996). O rendimento dos cortes primários foi o peso do corte primário correspondente pelo peso d porcentagem de carne magra foi determinada dividindo desossada pelo peso da meia

(somatória da gordura inter

para obter a porcentagem de gordura

Figura 17 - Desdobramento da

Figura

G. Sub

G. Inter

C. Mole

C. Duro

26

lagarto (M. semitendinosus) e retalho (WASLTRA & O rendimento dos cortes primários foi determinado dividindo o peso do corte primário correspondente pelo peso da meia carcaça fria. porcentagem de carne magra foi determinada dividindo-se o total de carne

meia carcaça fria (%CM), assim como o total de gordura intermuscular e subcutânea) pelo peso da meia

de gordura total (%GT).

Desdobramento da meia carcaça em seus cortes primários (SILVEIRA, 2007)

Figura 18 - Desdobramento do Pernil.

Pernil

G. Inter

Carne

Patinho

Lagarto

Alcatra

Retalho

Osso

Pele

(WASLTRA & determinado dividindo-se carcaça fria. A se o total de carne como o total de gordura meia carcaça fria

(SILVEIRA, 2007).

(42)

27

4 ANÁLISE ESTATÍSTICA

Para a avaliação das variáveis relacionadas às características de carcaça e composição de carcaça (peso dos cortes primários e de carne magra) considerou-se o Delineamento Inteiramente Casualizado, com desdobramento dos graus de liberdade de tratamentos em esquema fatorial 2 x 2 x 3. Nestas análises, o modelo estatístico contemplou os efeitos principais de granja, G (A vs. B), da ractopamina, R (0 vs. 7,5 mg/kg) e da condição sexual, S (fisicamente castrado vs. imunocastrado vs. fêmeas), além das Interações Duplas (G x R, G x S e R x S) e Tripla (G x R x S) entre os efeitos principais. Em caso de interações significativas (P<0,05), procedeu-se o desdobramento de acordo com os efeitos envolvidos, aplicando-se o Teste t de Student como Procedimento para Comparações Múltiplas. As análises estatísticas foram realizadas utilizando-se o procedimento PROC MIXED do programa Statistical Analysis System, versão 9.01 (SAS, 1995).

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28

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO

5.1 CARACTERÍSTICAS E COMPOSIÇÃO DE CARCAÇA

No resumo da análise de variância para característica de carcaça, composição de carcaça – peso dos cortes primários, composição de carcaça – peso de carne magra e rendimento dos cortes primários (Tabelas 2, 3, 4 e 5, respectivamente) nota-se que houve diferença (P<0,01 e P<0,05) para efeitos principais granja, sexo e ractopamina para várias características analisadas. Foram constatadas também interações entre dois ou três fatores, e optou-se por apresentar estas interações em substituição aos mesmos objetivando a melhor visualização dos efeitos combinados sobre os tratamentos estudados.

Para o efeito principal granja (G) houve diferença nas variáveis CC e %GT (P<0,01; Tabela 2); nos pesos dos cortes barriga ventral, sobrepaleta, ponta de peito, antebraço e perna (P<0,01; Tabela 3); nos pesos de carne magra dos cortes coxão mole, alcatra, barriga ventral, fraldinha, sobrepaleta, ponta de peito e antebraço (P<0,01; Tabela 4); e nos rendimentos dos cortes carré, barriga, ponta de peito (P<0,01), fraldinha e perna (P<0,05; Tabela 5). As médias obtidas das variáveis que apresentaram diferença são apresentadas na Tabela 6.

Para o efeito principal sexo (S) observou-se diferença nas variáveis ET1 (P<0,05), %CM e %GT (P<0,01; Tabela 2); nos pesos da paleta e sobrepaleta (P<0,01;

Tabela 3); nos pesos de carne magra da barriga, fraldinha (P<0,05), sobrepaleta e

antebraço (P<0,01; Tabela 4); e nos rendimentos do pernil, barriga ventral (P<0,05) e filezinho (P<0,01; Tabela 5). As estimativas de médias das variáveis que apresentaram diferença são apresentadas na Tabela 7.

Para o efeito principal ractopamina (R) houve diferença nas variáveis PCQ, PCF, HGPm (P<0,01), %CM e %GT (P<0,05; Tabela 2); no peso do carré (P<0,01;

Tabela 3); nos pesos de carne magra do pernil, coxão duro, patinho, carré

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(P<0,05; Tabela 4); e no rendimento da barriga ventral (P<0,05; Tabela 5). As médias obtidas das variáveis com diferença são apresentadas na Tabela 8.

A interação dupla granja e sexo (G x S) foi significante nas variáveis PCQ, PCF, ET3, ETM (P<0,01) e PT10ª (P<0,05; Tabela 2); nos pesos dos cortes carré e fraldinha (P<0,01; Tabela 3); nos pesos de carne magra dos cortes pernil, coxão duro, patinho, carré (P<0,01) e lagarto (P<0,05; Tabela 4); e nos rendimentos da paleta, sobrepaleta e antebraço (P<0,05; Tabela 5). Na Tabela 9 são apresentadas as médias obtidas das variáveis que apresentaram diferenças. Houve interação significativa entre granja e ractopamina (G x R) nos pesos de carne magra da barriga, filezinho e perna (P<0,05; Tabela 4); e nos rendimentos do filezinho (P<0,05; Tabela 5). As médias que apresentaram diferença são apresentadas na Tabela 10.

A interação dupla sexo e ractopamina (S x R) foi significante nos pesos dos cortes antebraço (P<0,05) e ponta de peito (P<0,01; Tabela 3); nos pesos de carne magra dos cortes barriga ventral, ponta de peito (P<0,01), alcatra e paleta (P<0,05; Tabela 4); e no rendimento da ponta de peito (P<0,01; Tabela 5). As médias obtidas das variáveis que apresentaram diferenças são encontradas na

Tabela 11.

Não foram observadas diferenças (P>0,05) para a interação tripla (G x S x R), entretanto as variáveis HGPg, ET2, AOL (Tabela 2); e o peso do corte pernil (Tabela 3) são apresentadas na Tabela 12, por existirem duas interações duplas significativas que envolveram os três fatores estudados.

Referências

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