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Visitando o Nordeste na web: um estudo sobre a comunicação dos portais e sites turísticos governamentais

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Academic year: 2021

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(1)CENTRO DE ARTES E COMUNICAÇÃO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM COMUNICAÇÃO. VISITANDO O NORDESTE NA WEB: UM ESTUDO SOBRE A COMUNICAÇÃO DOS PORTAIS E SITES TURÍSTICOS GOVERNAMENTAIS. ROSANA EDUARDO DA SILVA LEAL. Dissertação apresentada como requisito parcial para a obtenção do título de Mestre em Comunicação pela Universidade Federal de Pernambuco, sob a orientação do Prof. Dr. PAULO CARNEIRO DA CUNHA FILHO.. Recife, março de 2006.

(2) UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE ARTES E COMUNICAÇÃO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM COMUNICAÇÃO. Visitando o Nordeste na web: um estudo sobre a comunicação dos portais e sites turísticos governamentais. Rosana Eduardo da Silva Leal. Dissertação. apresentada. ao. Programa de Pós-Graduação em Comunicação Federal. de. da. Universidade. Pernambuco. como. requisito parcial para a obtenção do. título. de. Mestre,. orientação. da. Prof.. Dr.. Carneiro da Cunha Filho.. Recife, março de 2006. sob. a. Paulo.

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(5) A minha mãe, Luziete Eduardo, pela coragem, paciência e amor com que conduziu minha educação. Acima de tudo, por ter vivido plenamente todos, absolutamente todos os meus sonhos, acreditando, antes mesmo de mim, que valeria a pena sonhá-los e realizá-los. A meu querido Fábio, pelo amor, companheirismo e compreensão – sobretudo por ter aceitado o desafio de dividir o nosso primeiro ano de casamento com o processo de construção da dissertação e a preparação para a seleção do doutorado. A minha estimada avó Luzinete, pelas orações, carinho e apoio incondicional..

(6) AGRADECIMENTOS. -. A Jesus, por ter-me permitido concretizar mais um sonho;. -. Ao Prof. Paulo Cunha, pelo equilíbrio e ética com que conduziu minha orientação, bem como pela segurança e tranqüilidade que me foram passadas quando eu as havia perdido;. -. Ao Prof. Dacier Barros, pelos valiosos ensinamentos acadêmicos, bem como pelo estímulo e dedicação;. -. Ao Prof. Momesso, pelos valores humanísticos transmitidos, os quais busco exercitar a cada dia e guardo com carinho;. -. A Diego Rocha do Virtus-UFPE, pelo apoio e disposição em ajudar-me quando as dúvidas eram maiores que as certezas;. -. A José Carlos e Cláudia, pela atenção de sempre, assim como pelo profissionalismo e responsabilidade com que conduzem a Secretaria do PPGCOM;. -. À Profa. Luzia Neide, pela delicadeza, carinho e entusiasmo demonstrados em participar da defesa;. -. À Profa. Cristina Teixeira, pelas refinadas avaliações produzidas e pelo exemplo de docente e ser humano que é;. -. A Prof. Edgard Rebouças, pela coerência, consistência e profissionalismo demonstrados na qualificação;. -. À Prof. Isaltina Gomes, pela atenção e apoio durante todo o mestrado;. -. Aos professores do PPGCOM, que me conduziram a um crescimento não só acadêmico, mas também pessoal e profissional..

(7) “Turismo é um Universo personalizado de megas e diminutas dimensões, onde o Inovador busca realizar um pouco diante dessa infinitude, jamais vislumbra o fim da espiral especulativa de suas reflexões, e recomeça sempre uma nova viagem quando sente a transformação do Universo em seu próprio Ser. Bem-vindos a bordo”. Mário Beni (2002, p.93).

(8) RESUMO. O presente trabalho trata da intrínseca relação existente entre a comunicação e o turismo, mediante estudo dos portais e sites nordestinos. A motivação se deu devido à importância que o ciberespaço tem apresentado para o setor turístico e pela possibilidade de contribuir para a pesquisa acadêmica sobre o tema. A investigação busca entender como o ambiente da internet tem sido utilizado como mecanismo de promoção, informação e prestação de serviços turísticos, a partir das páginas virtuais de organismos oficiais. Para tanto, contou com aportes teóricos da comunicação turística, do turismo e do ciberespaço respectivamente. Como o propósito da pesquisa é examinar de que maneira os governos utilizam a web na comunicação da oferta turística, foram usados como material de análise o conteúdo informacional existente, o repertório representativo dos atrativos naturais e culturais, a interface das home pages e os recursos comunicacionais do ambiente virtual. A hipótese central é que o repertório de promoção e informação governamental ainda não está adaptado ao ambiente multimidiático do ciberespaço, deixando de inserir ferramentas tecnológicas que agregam valor ao conteúdo apresentado. O trabalho faz uma contextualização do desenvolvimento teóricocientífico da comunicação turística, traz à reflexão sobre a influência dos recursos comunicacionais na construção da imagem, na divulgação dos destinos e nas experiências de viagens e discute de que forma a internet, com suas ferramentas e especificidades, tem dado uma nova dinâmica à comunicação no âmbito do turismo.. Palavras-chave: comunicação turística, internet, portais e sites turísticos..

(9) ABSTRACT. The present work treats of the intrinsic relationship that exists between communication and tourism, through the study of the portals and Internet sites from northeastern Brazil. The motivation was originated by the importance that the cyberspace has presented for the tourist sector and for the possibility it has, to contribute to the academic research on the subject. The investigation seeks to understand as the Internet environment has been used as a promotional, informational and tourist services outsourcing mechanism, starting from the virtual pages of official organisms. For that purpose, it counted on theoretical contributions of “Comunicação Turística”(a line of thought), of tourism itself and of cyberspace respectively. As the objective of the research is to examine how the governments use the web in the communication of the touristic offer, the following analysis material was used the existing informational content, the representative repertoire of the natural and cultural attractions, the interface of the home pages and the communicational resources of the virtual environment. The central hypothesis is that the promotional and governmental information repertoire is not still adapted to the multimedia background of cyberspace. Therefore, it stops the insertion of technological tools, which aggregate value to the presented subject matter. The work contextualizes the theoretical-scientific development of “Comunicação Turística” and makes us reflect on the influence of the communicational resources in the construction of the image, in the publication of the touristic destinations and in the tour experiences. It also discusses how the Internet, with its tools and peculiarities, has given a new dynamics to communication in the field of tourism.. Keywords: “Comunicação Turística”, Internet, portals and tourist sites..

(10) LISTA DE FIGURAS Figura 01: Portal da Bahia ................................................................... 57 Figura 02: Recursos interativos do portal da Bahia .................................. 61 Figura 03: Home page de Sergipe ........................................................ 63 Figura 04: Sub home page destinada ao turismo de Sergipe .................... 63 Figura 05: Deficiências técnicas do site de Sergipe ................................. 65 Figura 06: Portal de Alagoas ................................................................ 66 Figura 07: Logomarca do portal alagoano .............................................. 67 Figura 08: Portal de Alagoas inativo ...................................................... 68 Figura 09: Portal de Pernambuco ......................................................... 70 Figura 10: Logomarca da Paraíba ......................................................... 72 Figura 11: Home page do governo da Paraíba ........................................ 73 Figura 12: Sub home page destinada ao turismo da Paraíba ..................... 73 Figura 13: Primeira página de abertura do site do Rio Grande do Norte ...... 75 Figura 14: Segunda página de abertura do site do Rio Grande do Norte ..... 75 Figura 15: Site do Rio Grande do Norte ................................................. 76 Figura 16: Sinalização turística presente no site do Rio Grande do Norte .... 77 Figura 17: Logomarca do Ceará ........................................................... 78 Figura 18: Portal do Ceará .................................................................. 79 Figura 19: Site do Piauí no início da pesquisa ......................................... 81 Figura 20: Site do Piauí redefinido durante a pesquisa ............................. 81 Figura 21: Logomarca do Maranhão ...................................................... 83 Figura 22: Mapa da Região do Quilombos no portal de Alagoas.................. 122 Figura 23: Culinária baiana .................................................................. 123 Figura 24: Baiana na Festa de Iemanjá ................................................. 125 Figura 25: Micarande .......................................................................... 128 Figura 26: Culinária junina .................................................................. 129 Figura 27: Dendê baiano ..................................................................... 130 Figura 28: Bebidas tropicais nordestinas ............................................... 131 Figura 29: Sincretismo religioso ........................................................... 133 Figura 30: Paraíba – o popular e o erudito em equilíbrio ........................... 134.

(11) LISTA DE QUADROS Quadro 1: Sites, portais e órgãos governamentais pesquisados ................. 15 Quadro 2: Conteúdo promocional do Maranhão ....................................... 84 Quadro 3: Home pages e páginas virtuais do Maranhão ........................... 85 Quadro 4: Segmentação da oferta turística nos sites e portais................... 101 Quadro 5: Brincantes nordestinos.......................................................... 126 Quadro 6: Álbum virtual do Maranhão.................................................... 136.

(12) LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS APA’s – Áreas de Proteção Ambiental BAHIATURSA - Empresa de Turismo da Bahia S/A EMPETUR - Empresa de Turismo de Pernambuco FACOM – Faculdade de Comunicação FUNCEME - Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos FUNESC – Fundação Espaço Cultural NE - Nordeste OMT – Organização Mundial do Turismo ONU – Organização das Nações Unidas PIEMTUR - Empresa de Turismo do Piauí PNMT – Programa Nacional de Municipalização do Turismo PNT – Plano Nacional de Turismo PPGCOM - Programa de Pós-Graduação em Comunicação RN – Rio Grande do Norte RPPN’s – Reservas Particulares do Patrimônio Natural UFBA – Universidade Federal da Bahia UFPE - Universidade Federal de Pernambuco W3C - WorldWide Web Consortium WEB - World Wide Web.

(13) SUMÁRIO. INTRODUÇÃO .................................................................................. 13 1. DIMENSÕES CONCEITUAIS DO TURISMO ..................................... 26 1.1 Dimensões classificatórias ......................................................... 28 1.2 Oferta Turística ........................................................................ 33 1.3 Componentes da Oferta Turística ................................................ 33 1.4 Singularidades do Produto Turístico ............................................ 35 2. UMA ABORDAGEM CONCEITUAL-REFLEXIVA SOBRE A RELAÇÃO DA COMUNICAÇÃO COM O TURISMO ..................................................... 38 2.1 Comunicação turística ............................................................... 41 2.2 O papel da imagem no turismo .................................................. 47. 3. A INTERFACE DOS PORTAIS E SITES TURÍSTICOS NORDESTINOS 53 3.1 Análise da interface dos portais e sites ........................................ 56 3.1.1 Bahia ................................................................................ 56 3.1.2 Sergipe ............................................................................. 62 3.1.3 Alagoas ............................................................................. 65 3.1.4 Pernambuco ....................................................................... 69 3.1.5 Paraíba ............................................................................. 71 3.1.6 Rio Grande do Norte ........................................................... 74 3.1.7 Ceará ............................................................................... 77 3.1.8 Piauí .................................................................................. 80 3.1.9 Maranhão .......................................................................... 82.

(14) 4. A COMUNICAÇÃO TURÍSTICA NA WEB: UMA ANÁLISE DO CONTEÚDO INFORMACIONAL DOS SITES E PORTAIS NORDESTINOS ................. 87 4.1 Informações geográficas ........................................................... 92 4.2 Previsão do tempo ................................................................... 93 4.3 Informações histórico-culturais .................................................. 94 4.4 Recomendações de viagem ........................................................ 94 4.5 Informações institucionais ......................................................... 95 4.6 Informações para públicos específicos ......................................... 96 4.7 Telefones úteis ........................................................................ 97 4.8 Programação cultural ................................................................ 98 4.9 Calendário de eventos .............................................................. 99 4.10 Segmentação da oferta turística ............................................... 100 4.11 Transportes ........................................................................... 101 4.12 Vias de acesso e distância entre capitais e municípios .................. 102. 5. O PAPEL DO MEIO AMBIENTE NATURAL NA REPRESENTAÇÃO DOS ESTADOS NORDESTINOS: VELHOS E NOVOS PARADIGMAS .............. 104 5.1 Destinos turísticos:velhos e novos paradigmas ............................. 107 5.2 A concepção do turismo sustentável na promoção do Nordeste ....... 111 5.3 As modalidades do turismo sustentável ....................................... 113 5.4 O sertão redescoberto nos portais e sites ..................................... 115 6. O NE CULTURAL NA WEB: A REGIÃO DA CULTURA POPULAR ........ 118 6.1 Cultura popular e folclore: discussões teóricas .............................. 119 6.2 O Nordeste da cultura popular ................................................... 121. CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................ 137 REFERÊNCIAS ................................................................................. 148 APÊNDICES.

(15) PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM COMUNICAÇÃO VISITANDO O NORDESTE NA WEB: UM ESTUDO SOBRE A COMUNICAÇÃO DOS PORTAIS E SITES TURÍSTICOS GOVERNAMENTAIS. Introdução. A sociedade contemporânea vem dispondo de considerável arsenal de dados informativos jamais compartilhados antes, o que cada vez mais tem permitido a inserção de repertórios de localidades turísticas, por meio de modos de comunicação que foram ampliados de forma excepcional à capacidade de produção, acumulação e veiculação de dados e informações. Isso permite que os bens simbólicos já não escapem da subordinação à nova prática econômica, fato que alimenta o imaginário da maior parte dos seres humanos de todas as etnias, religiões e classes sociais. A informação eletrônica pela web tornou-se fundamental no setor turístico, o que faz com que o estudo sobre o uso da internet pelo setor torne-se um novo campo de estudo e investigação não só pelas suas potencialidades comunicacionais e audiovisuais, mas também pela transformação que se estabelece na informação e promoção turística. Esse veículo vem se tornando uma extensão de empresas públicas e privadas do segmento, configurando-se como uma importante ferramenta de divulgação dos destinos. Na contemporaneidade, as narrativas dos viajantes deram espaço à aparência virtual dos mais diversos recantos e civilizações, ampliando rapidamente a aproximação dos “[...] grupos humanos que até recentemente se valiam da distância como manto protetor de suas singularidades” (WAINBERG, 2003, p. 45). As páginas virtuais passam a disponibilizar uma infinidade de dados sobre a oferta turística local. Para tanto, há uma plena necessidade de se fazer uma reflexão sobre como as empresas turísticas governamentais têm desenvolvido a comunicação turística na web para informar, promover e divulgar as localidades. Nos. últimos. anos,. a. promoção. turística. oficial. tem. se. modificado. substancialmente devido à influência da tecnologia da informação. Isso se deve, sobretudo, ao fato de os governos atentarem para a necessidade de se moldar ao contexto político, econômico e tecnológico da atividade turística. Desse modo, os órgãos oficiais vêm utilizando modernos processos comunicativos para melhor desenvolver o marketing e o sistema informacional de suas localidades.. - 13 -.

(16) PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM COMUNICAÇÃO VISITANDO O NORDESTE NA WEB: UM ESTUDO SOBRE A COMUNICAÇÃO DOS PORTAIS E SITES TURÍSTICOS GOVERNAMENTAIS. A pesquisa buscará compreender como ocorre a articulação entre os bens culturais locais e a cultura universalizante da internet. A partir daí, será discutido o conteúdo apresentado no ambiente virtual, por meio da análise dos múltiplos repertórios, narrativas e hibridações inseridas nas representações dos recursos naturais e culturais, utilizando-se de recursos comunicacionais e tecnológicos característicos do ciberespaço. A pesquisa tem como objeto de estudo os sites e portais turísticos governamentais nordestinos, constituídos por páginas virtuais de empresas oficiais, secretarias, agências e gerências de turismo. A escolha dos endereços eletrônicos se deu pela importância, conteúdo e representatividade das páginas virtuais. Observou-se que as home pages1 dos organismos. governamentais. permitem. um. estudo. mais. aprofundado. da. representação turística dos Estados nordestinos, principalmente pelo papel que exerce na condução da comunicação oficial destinada aos seus diversos públicos.. “Página projetada como ponto de entrada para navegar em um site” (OMT, 2003, p.270). “Página de abertura de um serviço na Internet. É a página inicial de um site. A partir da home page pode-se acessar as demais páginas do site” (FURASTÉ, 2002, p.108).. 1. - 14 -.

(17) PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM COMUNICAÇÃO VISITANDO O NORDESTE NA WEB: UM ESTUDO SOBRE A COMUNICAÇÃO DOS PORTAIS E SITES TURÍSTICOS GOVERNAMENTAIS. Quadro 1: Sites, portais e órgãos governamentais pesquisados Estado. Órgão Governamental Responsável. 2. URL. BAHIATURSA – Empresa de Turismo da Bahia <http://www.bahia.com.br> Bahia S/A Sergipe <http://www.turismosergipe.net> Secretaria de Estado de Turismo de Sergipe Secretaria Executiva de Turismo do Estado de Alagoas <http://www.visitealagoas.al.gov.br> Alagoas EMPETUR - Empresa de Turismo de Pernambuco <http://www.empetur.com.br> Pernambuco Paraíba <http://www.Paraíba.pb.gov.br> Agência Paraibana de Turismo S/A Secretaria de Turismo Rio G. do do Estado do Rio <http://www.setur.rn.gov.br> Norte Grande do Norte Ceará <http://www.setur.ce.gov.br> Secretaria do Turismo do Estado do Ceará Piauí <http://www.piemtur.pi.gov.br> PIEMTUR-Empresa de Turismo do Piauí Maranhão <http://www.turismo.ma.gov.br> Gerência de Turismo do Maranhão. Classificação Portal Site Portal Portal Site Site Portal Site Portal. Neste estudo, os termos portal e site serão utilizados para designar características distintas. No portal, a possibilidade de interação do usuário é maior que no site, podendo abrigar várias páginas virtuais. Sua terminologia é utilizada justamente para identificá-la como a porta de entrada para outros sites. Um portal reúne sites, e sites reúnem páginas. O site, basicamente, é o conjunto de páginas virtuais que disponibiliza arquivos na internet. Conforme já foi dito anteriormente, o ciberespaço – como novo ambiente comunicacional no turismo – vem ampliando suas possibilidades técnicas e audiovisuais no contato com as demandas turísticas, sendo cada vez mais utilizado por empresas públicas e privadas da área. No sentido mercadológico, a internet proporciona hoje uma multiplicidade de serviços que facilita e amplia o contato de empresas turísticas com seus clientes – “Sigla para Uniform Resource Locator. O URL é o termo comum usado para indicar um endereço na internet” (OMT, 2003, p.271). 2. - 15 -.

(18) PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM COMUNICAÇÃO VISITANDO O NORDESTE NA WEB: UM ESTUDO SOBRE A COMUNICAÇÃO DOS PORTAIS E SITES TURÍSTICOS GOVERNAMENTAIS. principalmente hotéis, agências de viagens e empresas aéreas – que têm substituído vários serviços existentes. É o caso, por exemplo, da comercialização de bilhetes aéreos que anteriormente só eram comercializados diretamente nas companhias de aviação e/ou agências de viagens e hoje são vendidos também pela web3. As pesquisas científicas não acompanham o ritmo do mercado, em face de o ciberespaço ainda vir se estabelecendo como um novo campo de estudo. Por isso, diante desse contexto, o problema de pesquisa que se estabelece neste trabalho é buscar compreender como os governos da Região Nordeste. utilizam a web como. meio de informação e promoção da oferta turística dos destinos. O principal objetivo da investigação é analisar os recursos de comunicação, informação e promoção dos portais e sites turísticos governamentais nordestinos. Para isso, buscou-se: •. Avaliar o conteúdo informacional turístico apresentado;. •. Elencar os elementos mais representativos que figuram como atrativos naturais situados nos Estados nordestinos, mediante a identificação dos tipos, espaços e modalidades turísticas ligadas à natureza, para compreender as características naturais promovidas pelos organismos da Região;. •. Pesquisar os elementos constitutivos da cultura popular dos Estados nordestinos, comparando-os e relacionando-os pelas proximidades e distinções apresentadas;. •. Analisar a interface dos portais e sites, utilizando como parâmetros aspectos. como. acessibilidade,. navegabilidade,. interatividade,. multiplicidade, conectividade e tratamento de erros.. “Abreviação de World Wide Web, também conhecida simplesmente como WWW. A web é a parte da Internet formatada por sites da Web” (OMT, 2003, p.271).. 3. - 16 -.

(19) PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM COMUNICAÇÃO VISITANDO O NORDESTE NA WEB: UM ESTUDO SOBRE A COMUNICAÇÃO DOS PORTAIS E SITES TURÍSTICOS GOVERNAMENTAIS. As hipóteses inicialmente lançadas são:. •. Há uma predominância de política governamental direcionada para o turismo de “sol e praia” em relação às outras modalidades turísticas ligadas aos recursos naturais;. •. Ocorre. uma. homogeneização. dos. conteúdos. da. cultura. popular. nordestina, o que não permite identificar as singularidades encontradas em cada Estado; •. Os recursos comunicacionais e informacionais ainda são utilizados de forma restrita, não havendo um tratamento adequado ao ambiente virtual;. A intensa necessidade de informações em relação ao turismo se dá principalmente pelas características intrínsecas do produto turístico, que, por ser abstrato, precisa da presença do cliente no local. Isso faz com que o visitante necessite obter uma maior e mais confiável quantidade de informações para efetuar escolhas de serviços de qualidade e segurança. Essas informações podem ser obtidas em várias fontes, ou seja, empresas prestadoras de serviços turísticos, agências e operadoras, meios de comunicação e/ou organismos oficiais de turismo, sendo este último o objeto de estudo do presente trabalho. As informações turísticas, que podem ser disponibilizadas tanto por meios impressos como também por meios eletrônicos, servem principalmente para possibilitar ao visitante a condição de fazer escolhas adequadas ao perfil da sua viagem, antes e durante a permanência no destino. Para os viajantes que organizam suas viagens de forma independente, ou seja, sem o uso de serviços de empresas intermediárias, como agências de viagens e operadoras de turismo, é. um. instrumento que possibilita redução de riscos durante a viagem e maximização de usufruto da localidade visitada. Sheldon4 (apud O’CONNOR, 2001, p. 13) descreve que a informação é a “força vital” da atividade turística. 4. Sheldon, P. Destination information systems. Annals of Tourism Research 20, p. 633-649.. - 17 -.

(20) PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM COMUNICAÇÃO VISITANDO O NORDESTE NA WEB: UM ESTUDO SOBRE A COMUNICAÇÃO DOS PORTAIS E SITES TURÍSTICOS GOVERNAMENTAIS Assim sendo, o acesso a informações precisas, confiáveis e relevantes é essencial para ajudar os viajantes a fazer uma escolha apropriada, uma vez que eles não podem pré-testar o produto e receber facilmente seu dinheiro de volta se a viagem não corresponder às suas expectativas.. Os sistemas informacionais no turismo estão num contínuo processo de evolução, buscando uma adequação ao mercado. Por isso, apresentam uma variedade. de. modelos,. conteúdos. e. características,. moldados. com. base. na. necessidade de cada localidade. No presente estudo, os parâmetros para a análise da eficácia. informacional. dos. portais. e. sites. pesquisados. foram. identificados. antecipadamente, a partir de elementos pertencentes à oferta turística e por meio de informações pertinentes aos visitantes no período de planejamento e vivência da viagem. Outra. preocupação. que. norteia. este. estudo. fundamenta-se. na. compreensão de como ocorre a promoção turística oficial na internet, tomando como parâmetro os conteúdos referentes aos atrativos naturais e culturais. O tratamento comunicacional e audiovisual também é levado em consideração pela importância desses recursos para a manutenção e atratividade das páginas virtuais. Trata-se de um tema instigante, ao se perceber a relação cada vez mais constante do turismo com as novas tecnologias, fato que possibilita redefinições quanto aos significados, conteúdos e leituras das localidades turísticas quando inseridas em novos espaços comunicacionais. O turismo tem na web a possibilidade de ampliação de divulgação dos destinos, utilizando-se de novas roupagens tecnológicas. As imagens, apresentadas de forma estática na folheteria ou pôsteres, ganham movimento nas páginas virtuais em forma de vídeos, cartões e lembranças das localidades,. ferramentas de. interatividade e de animação amplamente utilizadas. A contribuição do trabalho para o turismo se dá pelo fato de o ciberespaço ser atualmente mais um instrumento de motivação de viagens turísticas, por meio da aproximação das experiências virtuais e reais, o que possibilita a qualquer indivíduo antecipar-se diante da oferta e dos serviços turísticos da localidade que pretende conhecer.. - 18 -.

(21) PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM COMUNICAÇÃO VISITANDO O NORDESTE NA WEB: UM ESTUDO SOBRE A COMUNICAÇÃO DOS PORTAIS E SITES TURÍSTICOS GOVERNAMENTAIS. O desenvolvimento do trabalho foi orientado por discussões teóricas de temas como: •. O turismo na contemporaneidade;. •. O ambiente virtual, a cibercultura e seus recursos tecnológicos;. •. A inserção dos aportes comunicacionais na atividade turística;. •. O papel dos bens culturais no turismo;. •. O meio ambiente como fator influenciador dos fluxos turísticos mundiais.. Espera-se que esta reflexão científica seja uma contribuição introdutória ao tema, do ponto de vista da comunicação, mediante a possibilidade de novas intervenções e abordagens que darão continuidade ao objeto de estudo, permitindo assim novos olhares dos diversos campos científicos. As análises foram feitas tanto com conteúdo apresentado na rede, ou seja, on line, quanto fora, off line A análise on line se deu pela necessidade de investigar o processo de acessibilidade das páginas e seus respectivos aspectos comunicacionais. Houve também a captura e gravação de material para análise posterior sobre os elementos referentes aos recursos naturais e culturais dos destinos. Como a presente investigação contemplou o ambiente virtual, que é por natureza um espaço em constante mudança, optou-se por gravar as páginas virtuais pesquisadas, a fim de se reduzir a possibilidade de contratempos que inviabilizassem a produção do trabalho. Mesmo optando por ações preventivas que garantissem a continuidade da investigação, observou-se o não-funcionamento do portal de Alagoas, que primeiramente mudou de endereço eletrônico e por muitas vezes deixou de funcionar, impossibilitando a análise de alguns recursos avaliados. A falta de uma única metodologia que pudesse contemplar os objetivos da pesquisa. também. figurou. inicialmente. como. um. impasse.. Isso estimulou. o. agrupamento de metodologias distintas que atingissem as necessidades de cada fase da investigação. Foram utilizados os parâmetros de análise de portais turísticos da OMT – Organização Mundial do Turismo, que serviram para adaptar as metodologias à realidade da comunicação turística virtual e identificar elementos capazes de possibilitar um bom funcionamento de sites e portais governamentais turísticos.. - 19 -.

(22) PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM COMUNICAÇÃO VISITANDO O NORDESTE NA WEB: UM ESTUDO SOBRE A COMUNICAÇÃO DOS PORTAIS E SITES TURÍSTICOS GOVERNAMENTAIS. A. escolha. do. corpus. –. que. na. primeira. impressão. pareceu. substancialmente extenso pelo número de páginas visitadas – ocorreu devido à heterogeneidade do conteúdo, que permitiria tornar a análise mais consistente. Temeu-se inicialmente a escolha de alguns portais e sites que não tivessem a devida variedade de mecanismos informacionais, promocionais e tecnológicos para análise. Durante a investigação, constatou-se que a escolha de um site ou portal de cada Estado nordestino constituiu número ideal para se ter a dimensão da comunicação que vem se estabelecendo na web no contexto da Região, o que possibilitaria ter uma visão dos repertórios culturais, naturais, promocionais e informacionais. Não houve a possibilidade de concentrar a investigação na imagem ou no texto, uma vez que foi encontrada em alguns portais e sites a concentração de um desses aspectos na condução da informação e divulgação dos destinos, causando – se houvesse tal escolha – a redução do conteúdo para análise. De acordo com Cunha (2004), a pesquisa pode ser subdividida em fase decisória, construtiva e redacional. A fase decisória, ou seja, de escolha do tema, definição e delimitação do problema ocorreu em julho. A fase construtiva, que se refere ao processo de execução da pesquisa, ocorreu nos meses de agosto de 2005 a janeiro de 2006, quando foram aplicados os formulários de observação. A fase redacional, momento em que foi desenvolvida a análise dos dados colhidos, iniciou-se no fim de setembro, concluindo-se em fevereiro com a produção de relatórios de pesquisa e, posteriormente, artigos científicos que abrangeram cada momento da investigação. Estes últimos foram produzidos tanto para construir os capítulos da dissertação quanto para apresentação e/ou publicação em eventos e revistas científicas. Segundo a abordagem do problema, a pesquisa é de caráter quantitativo e qualitativo. A investigação quantitativa foi realizada, no primeiro momento, pela necessidade de compreensão dos repertórios específicos da oferta turística, com a utilização. de. formulários. de. observação. que. identificaram. a. freqüência. de. informações nos portais e sites, permitindo a investigação objetiva dos dados (ver Apêndices). No segundo momento, teve-se a análise do repertório capturado, de caráter qualitativo, agregando informações que não foram contempladas nos. - 20 -.

(23) PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM COMUNICAÇÃO VISITANDO O NORDESTE NA WEB: UM ESTUDO SOBRE A COMUNICAÇÃO DOS PORTAIS E SITES TURÍSTICOS GOVERNAMENTAIS. formulários, o que permitiu a compreensão dos elementos mais representativos e suas respectivas significações na condução da informação e promoção turística dos destinos pesquisados. Foram analisadas também as implicações da inexistência de certos dados essenciais para os usuários das páginas virtuais. Quanto aos objetivos, a investigação inicialmente se desenvolveu por meio de. pesquisa. exploratória. e. posteriormente. a. partir. de. pesquisa. descritiva.. Inicialmente a pesquisa teve caráter exploratório, sobretudo pela necessidade de produzir interrogações preliminares sobre o objeto, identificando pressupostos teóricos, critérios de avaliação e questões operacionais que deveriam orientar o trabalho de observação, buscando explicitar o problema e aprofundar as idéias do que seria analisado. Foi nessa fase que ocorreu a escolha dos sites e portais que fariam parte da investigação, bem como as páginas virtuais que seriam gravadas para permitir maior segurança durante a pesquisa. A seleção do corpus ocorreu pela identificação das home pages de cada Estado, sobretudo aquelas que serviam tanto para informar quanto para promover a destinação turística. Esse primeiro momento ocorreu nos meses de julho e agosto de 2005. A pesquisa descritiva foi utilizada no segundo momento para observar, registrar, analisar e correlacionar as informações coletadas. Buscou-se características. do. conteúdo. apresentado. e. dos. elementos. descrever. promocionais,. comunicacionais e tecnológicos utilizados, estabelecendo relações entre eles pelas diferenças e proximidades encontradas. Como a investigação foi desenvolvida no ambiente virtual, utilizou-se de observação sistemática como principal técnica de coleta de dados. Esta última foi aplicada de forma estruturada, por meio da identificação de elementos relevantes com a utilização de formulários de observação. Foi utilizado também o caderno de campo para a inserção de conteúdos não contemplados nos formulários. Para analisar o conteúdo pertinente às informações turísticas, foram escolhidos aleatoriamente alguns componentes da oferta turística – já que não seria possível contemplar todos as informações existentes. Os dados pesquisados foram: a) Informações geográficas; b) Previsão do tempo;. - 21 -.

(24) PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM COMUNICAÇÃO VISITANDO O NORDESTE NA WEB: UM ESTUDO SOBRE A COMUNICAÇÃO DOS PORTAIS E SITES TURÍSTICOS GOVERNAMENTAIS. c) Informações histórico-culturais; d) Recomendação de viagem; e) Informações institucionais; f) Informações para públicos específicos; g) Telefones úteis; h) Programação cultural; i) Calendário de eventos; j) Segmentação da oferta turística; k) Transportes; l) Vias de acesso e distância entre capitais e municípios. Para analisar as informações sobre os atrativos turísticos naturais e culturais, buscou-se perceber quais os elementos da natureza e da cultura nordestina mais relevantes na divulgação e informação dos destinos turísticos da Região. Assim, foram utilizados quatro formulários (ver Apêndices I,J,L,M,N) para contemplar os elementos pertinentes ao repertório avaliado. A análise da interface os critérios apresentados no artigo “Cidade, Tecnologia e Interface. Análise de Interfaces de Portais Governamentais Brasileiros. Uma Proposta Metodológica”, coordenado pelo Profº André Lemos, da Facom/UFBA, em que foram elaboradas questões que devem ser avaliadas nos portais e sites visitados, levando-se em conta critérios que permitem um bom funcionamento de uma home page governamental. Lemos (2004, p. 09) esclarece que: Por avaliação de interface baseada na Web, entende-se, resumidamente, qualquer método de análise crítica que objetive a observação de dados empíricos em web sites a partir de um modelo de verificação previamente formulado. Em geral, empregam-se métodos de inspeção que se caracterizam pela não-participação direta dos usuários finais do sistema no processo de verificação. Os avaliadores se baseiam em regras, recomendações, princípios e/ou conceitos preestabelecidos (Melchior5, 1996 apud Lemos) para identificar, por observação direta, os problemas da interface de um web site.. MELCHIOR, E. et al. Usability Study: Handbook for practical usability engineering in TE projects. Brussels-Luxembourg: ECSC-EC-EAEC, 1996. 5. - 22 -.

(25) PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM COMUNICAÇÃO VISITANDO O NORDESTE NA WEB: UM ESTUDO SOBRE A COMUNICAÇÃO DOS PORTAIS E SITES TURÍSTICOS GOVERNAMENTAIS. Foi. utilizado,. também,. como. mecanismo. de. análise. a. proposta. desenvolvida pelo Profº André Neves, referente ao projeto “Análise de Alternativas”, desenvolvido em 1997 para o programa de pós-graduação em Ciências da Computação, do Departamento de Informática da UFPE. Os critérios de avaliação utilizados na pesquisa dizem respeito aos aspectos ligados à acessibilidade, navegabilidade, interatividade, multiplicidade, conectividade e tratamento de erros, elementos utilizados nos dois estudos anteriormente apresentados (ver Apêndices A, B, C, D, E, F, G). •. Acessibilidade: trata-se de um conceito complexo que pode ser definido. de acordo com a área no qual o termo está sendo usado. A acessibilidade no espaço virtual pode ser definida como aspecto que reúne elementos que permitem o primeiro contato com o usuário. O W3C6 “[...] define a noção de acesso universal como sendo a possibilidade para todos os indivíduos de acessar os recursos da web, qualquer que seja seu material ou computador, sua rede de infra-estrutura, seu idioma materno, sua cultura, sua localização geográfica ou suas atitudes físicas ou mentais”. O critério avaliado no trabalho foi a visibilidade na web, que busca verificar a presença dos endereços eletrônicos nos principais sites de busca do Brasil, nesse caso representados pelo Google, Yahoo Brasil!, Radar UOl e MSN, bem como o uso de versões da home page em outros idiomas. •. Navegabilidade: está relacionado à possibilidade de mobilidade do. usuário nas páginas internas da home page. Lemos (2004) especifica três agrupamentos de questões referentes a: página de entrada no site, indicadores de contexto e localização e ferramentas adicionais de auxílio à navegação.. 6. WorldWide Web Consortium - desenvolve tecnologias para a interoperabilidade por meio de especificações, diretrizes, software e ferramentas, com o objetivo último de trabalhar a Web ao seu potencial máximo. Disponível em: <http://www.vecam.org>. Acesso em: 25.jun.2005.. - 23 -.

(26) PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM COMUNICAÇÃO VISITANDO O NORDESTE NA WEB: UM ESTUDO SOBRE A COMUNICAÇÃO DOS PORTAIS E SITES TURÍSTICOS GOVERNAMENTAIS. •. Interatividade: esse critério permite que o usuário possa interferir e. interagir no conteúdo apresentado nas páginas virtuais, além de poder registrar suas opiniões. •. Multiplicidade: trata-se de disponibilizar para a utilização do usuário. vários elementos estimuladores para a transmissão da imagem, tais como: sons, textos, vídeos, imagens estáticas e/ou em movimento. •. Conectividade: segundo Neves (1997), são interligações, também. chamadas de links7, explícitos entre diferentes sistemas, que permitem a inserção de portas que possibilitam novas narrativas sobre o assunto apresentado. •. Tratamento dos erros: preocupa-se em sanar problemas funcionais na. home page e garantir uma utilização adequada. A partir dessa preocupação, tem-se muitas vezes a disponibilização de mecanismos comunicacionais para que o usuário possa estabelecer contato com o organismo turístico na busca da solução de problemas. Muitas vezes os sites e portais disponibilizam canais de comunicação diversos, tais como:. e-mail8, chat9, comunicação com o. webmaster10 ou apresentando páginas de auxílio aos usuários.. “Texto ou imagem em uma página da Internet. Quando se clica nele, o usuário é levado a outra página” OMT, 2003, p. 270).. 7. 8. “Correio eletrônico ou e-mail é o sistema de comunicação baseado no envio e no recebimento de mensagens eletrônicas via Internet. Indica tanto o ambiente da Internet onde você envia mensagens eletrônicas como a própria mensagem eletrônica em si” (Disponível em: <http://www.aisa.com.br/diciona.html>. Acesso em: 01.mar.2006). “Chat significa conversar pela Internet através de <http://www.suapesquisa.com/dicionario/>. Acesso em 01.mar.2006). 9. 10. textos”. (Disponível. em:. “Indivíduo que gerencia um site” (Disponível em: <http://www.aisa.com.br/diciona.html>. Acesso em: 01.mar.2006).. - 24 -.

(27) PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM COMUNICAÇÃO VISITANDO O NORDESTE NA WEB: UM ESTUDO SOBRE A COMUNICAÇÃO DOS PORTAIS E SITES TURÍSTICOS GOVERNAMENTAIS. A home page também foi inserida neste estudo como espaço que agrega os diversos aspectos anteriormente citados. O trabalho encontra-se distribuído em seis capítulos, respectivamente. Na introdução são apresentados os elementos que compuseram o projeto de pesquisa para dar subsídios ao desenvolvimento da pesquisa, como. o objeto de estudo, a. apresentação do problema, objetivos, hipóteses, importância do tema, critérios de análise e estrutura do trabalho. No capítulo 1, buscou-se contemplar as singularidades da atividade turística mediante as dimensões conceituais e classificatórias do produto turístico e suas características. No capítulo 2, tem-se uma abordagem conceitual-reflexiva sobre a relação da comunicação com o turismo, por meio da discussão sobre a comunicação turística e a relação da imagem com o turismo. Nos capítulos 3, 4, 5 e 6, são apresentados os resultados da pesquisa. Primeiramente, tem-se a análise dos aspectos comunicacionais (capítulo 3), logo após há a discussão sobre o conteúdo informacional turístico dos sites e portais (capítulo 4), e em seguida o papel do meio ambiente e da cultura popular na promoção dos destinos nordestinos (capítulos 5 e 6, respectivamente). Nas considerações finais, são encontradas as respostas sobre as hipóteses formuladas e as reflexões conclusivas diante das análises produzidas nos capítulos anteriormente citados.. - 25 -.

(28) PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM COMUNICAÇÃO VISITANDO O NORDESTE NA WEB: UM ESTUDO SOBRE A COMUNICAÇÃO DOS PORTAIS E SITES TURÍSTICOS GOVERNAMENTAIS. Capítulo 1 Dimensões Conceituais do Turismo. Como atividade em intenso processo de desenvolvimento conceitualreflexivo, a definição do turismo constitui um tema ainda controverso, principalmente pela diversidade de propostas que buscam esclarecer esse complexo fenômeno. Trata-se de uma atividade socioeconômica de caráter multidisciplinar, que favorece a ausência de definições conceituais claras para delimitar a atividade e distinguir seus setores (OMT, 2001). O turismo está intimamente ligado ao próprio sentido etimológico do termo “tour”, que significa viagem em circuito; deslocamento de ida e volta. Em francês, significa apenas “movimento circular”. Os ingleses formaram, no século XVIII, as terminologias “tourism” e “tourist”, dando sentido atual ao conceito. Normalmente são encontradas três correntes conceituais para buscar compreender o setor, agregando concepções econômicas, técnicas e holísticas. A primeira preocupa-se primordialmente com A soma das operações, principalmente de natureza econômica, que estão diretamente relacionadas com a entrada, permanência e deslocamento de estrangeiros para dentro e para fora de um país, cidade ou região (SCHULLERN11 apud BENI, 2003, p. 34).. Na perspectiva econômica, o turismo é compreendido como indústria de viagens e lazer, que favorece os negócios e o comércio dos mais variados produtos e serviços. É representado também pelo conjunto de transações (compra e venda de bens e serviços turísticos) efetuadas entre os agentes do setor. As abordagens técnicas são utilizadas principalmente para fins estatísticos. Surgiu a partir do momento que as empresas e organizações governamentais passaram. a. pesquisar. o. mercado. turístico,. necessitando. de. definições. que. favorecessem a mensuração do fluxo de visitantes e permitissem distinguir as. 11 Herman von Schullern foi o primeiro estudioso, segundo Mário Beni, a dar uma definição de turismo sob a ótica econômica, em 1910.. - 26 -.

(29) PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM COMUNICAÇÃO VISITANDO O NORDESTE NA WEB: UM ESTUDO SOBRE A COMUNICAÇÃO DOS PORTAIS E SITES TURÍSTICOS GOVERNAMENTAIS. viagens turísticas das demais, bem como os turistas em relação aos outros viajantes12, por meio de um embasamento conceitual unificado. Essas definições foram oficialmente adotadas pela ONU – Organização das Nações Unidas – e posteriormente publicadas pela OMT, em 1995. Nesse sentido, o turismo é compreendido como [...] as atividades que realizam as pessoas durante suas viagens e estadas em lugares diferentes do seu entorno habitual, por um período consecutivo inferior a um ano, com finalidade de lazer, negócios ou outras (OMT, 2001, p.38).. As definições holísticas “[...] procuram abranger a essência total do assunto” (OMT, 2001, p. 36), reconhecendo o turismo como um campo de estudo multi e interdisciplinar que incorpora teorias e conceitos de áreas afins, como da comunicação, antropologia, psicologia, geografia, sociologia, ciência política, entre outras. O presente trabalho segue as concepções holísticas do turismo, concordando com a visão de Jafar Jafari13, quando diz que É o estudo do homem longe de seu local de residência, da indústria que satisfaz suas necessidades e dos impactos que ambos, ele e a indústria, geram sobre os ambientes físico, econômico e sociocultural da área receptora (apud IGNARRA, 2003, p. 12).. Ele acredita que a amplitude do turismo ultrapassa a economia e desencadeia uma série de práticas, influências e conseqüências nos mais variados aspectos, tanto nos centros emissores quanto receptores, tornando-se assim mais um campo de estudo para a compreensão da realidade da sociedade contemporânea. Beni. (2003) identifica alguns elementos essenciais da atividade, que. normalmente se encontram presentes nas muitas definições do Turismo. •. Viagem ou deslocamento: para haver turismo, deve haver deslocamento. físico do núcleo emissor para o núcleo receptor. Trata-se de um elemento essencial para que a atividade aconteça, que tem na sua essência conceitual a 12. Exemplo de outros viajantes: tripulantes, migrantes e trabalhadores temporários. Editor-chefe da revista Annals of Tourism Research e editor da Tourism Social Science Serie e da Encyclopedia of Tourism, doutor em Antropologia Cultural, professor da Universidade de Wisconsin, Estados Unidos. 13. - 27 -.

(30) PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM COMUNICAÇÃO VISITANDO O NORDESTE NA WEB: UM ESTUDO SOBRE A COMUNICAÇÃO DOS PORTAIS E SITES TURÍSTICOS GOVERNAMENTAIS. mobilidade. Para que isso ocorra, é necessário que o indivíduo tenha tempo livre, recursos financeiros e motivação para realizar a viagem. •. Permanência fora do território domiciliar: a viagem deve ocorrer longe. do local cotidianamente utilizado para moradia. Excluem-se nesse caso as viagens dentro da área habitual de residência e os deslocamentos regulares entre o domicílio e o local de trabalho. •. Temporalidade: o viajante deve ter como princípio que sua viagem terá. uma permanência temporária no local visitado, não devendo fixar residência. Para fins estatísticos, considera-se turista aquele que permanece mais de 24 horas no local visitado. Caso haja a visitação com características turísticas de menos de 24 horas, tem-se o excursionista, que utiliza os mesmos serviços e equipamentos turísticos, mas que não atinge o tempo mínimo para ser considerado turista efetivamente. Trata-se de uma concepção utilizada pela OMT destinada às pesquisas de demanda turística desenvolvidas pelos órgãos oficiais do setor, buscando padronizar o conceito de turista nos vários paísesmembros dessa organização. Existem algumas divergências quanto ao tempo máximo de estada, que pode variar de um mês a um ano. •. Objeto do turismo: Trata-se das empresas turísticas que fornecem os. equipamentos e prestam serviços à demanda turística, sendo responsável pela produção, preparação e distribuição dos bens e serviços. Pode-se acrescentar nesse. campo. empresas. como. agências,. operadoras,. hotéis,. locadoras,. organismos oficiais de turismo, entre outros.. 1.1. Dimensões classificatórias O turismo, como fenômeno social, dinâmico e complexo,. pode ser. apresentado de maneira diversificada, à medida que as motivações turísticas divergem. Sendo assim, buscar-se-á, diante da extensão da classificação existente,. - 28 -.

(31) PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM COMUNICAÇÃO VISITANDO O NORDESTE NA WEB: UM ESTUDO SOBRE A COMUNICAÇÃO DOS PORTAIS E SITES TURÍSTICOS GOVERNAMENTAIS. identificar apenas as que foram contempladas durante pesquisa, a partir de adequações de classificações estabelecidas por autores como Mário Beni (2003) e Margarita Barretto (2002). a) Quanto à motivação dos viajantes: •. Ecoturismo: é o turismo desenvolvido em localidades com potencial. ecológico, de forma conservacionista, procurando conciliar a exploração turística com o meio ambiente, harmonizando as ações com a natureza, bem como oferecendo ao turista um contato íntimo com os recursos naturais e culturais da região, contribuindo para a formação de uma consciência ecológica. Modalidade turística que tem sido promovida freqüentemente pelas páginas virtuais pesquisadas como opção de desenvolvimento sustentável para o turismo nos Estados nordestinos. •. Turismo Rural: é o turismo desenvolvido no meio rural, mediante o. deslocamento de pessoas, com roteiros programados ou espontâneos, para fruição dos cenários e instalações rurícolas. Os Estados nordestinos ainda promovem. pouco. essa. modalidade,. que,. no. caso. dessa. Região,. está. diretamente ligada às fazendas, engenhos e ranchos que vêm se adaptando para receber a demanda turística. •. Turismo de Eventos: aquele que promove feiras, congressos e grandes. espetáculos, envolvendo atividades normalmente ligadas a uma determinada categoria. profissional. ou. datas. comemorativas. específicas.. No. âmbito. profissional, tem sido divulgado sobretudo pela presença dos centros de convenções na informação turística das home pages. Quanto aos eventos comemorativos, os Estados nordestinos promovem essa modalidade por intermédio do calendário de eventos existente. •. Turismo de Negócios: atividade ligada às pessoas do meio empresarial,. que viajam a negócios e necessitam de uma estrutura hoteleira com tecnologia. - 29 -.

(32) PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM COMUNICAÇÃO VISITANDO O NORDESTE NA WEB: UM ESTUDO SOBRE A COMUNICAÇÃO DOS PORTAIS E SITES TURÍSTICOS GOVERNAMENTAIS. de ponta e um alto padrão de qualidade. Essa forma de turismo foi praticamente banalizada pela promoção e divulgação governamental, estando presente em apenas dois Estados (Bahia e Ceará). •. Turismo Cultural: tem como principal produto turístico o legado histórico. e cultural do homem em distintas épocas, representado pelos bens materiais e imateriais. Assim como o ecoturismo, o turismo cultural mantém-se presente nas home pages mediante a relação dos Estados com a cultura popular e o patrimônio arquitetônico. •. Turismo Religioso: é aquele motivado pela fé ou necessidade de cultura. religiosa, seja por meio da visitação a igrejas e santuários, seja por peregrinação, romarias e congressos eucarísticos. O Estado que se destacou nessa modalidade foi o Ceará, que dispõe de dois centros de peregrinação situados nos municípios de Juazeiro do Norte e Canindé. •. Turismo da Melhor Idade: turismo direcionado para pessoas idosas, que. vem expandindo a cada dia seus horizontes com eventos, atividades culturais e de lazer – apenas presente nos Estados de Pernambuco e Ceará, por intermédio do Clube da Melhor Idade, projeto criado pela EMBRATUR, que deveria ser promovido por todos os Estados nordestinos. •. Turismo de Aventura: “denominação dada ao deslocamento de pessoas. para espaços naturais, com ou sem roteiros programados e ausência ou incipiência de equipamentos receptivos, motivadas pela atração exercida pelo desconhecido e desejo de enfrentar situações de desafio físico e emocional” (BENI, 2003, p. 430-431), presente na promoção de quase todos os Estados nordestinos. •. Turismo Social: é aquele que se pratica com o objetivo de facilitar o. turismo interno de classes economicamente menos favorecidas. Surgiu da iniciativa. de. grupos. formados. por. - 30 -. profissionais. liberais,. estudantes,.

(33) PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM COMUNICAÇÃO VISITANDO O NORDESTE NA WEB: UM ESTUDO SOBRE A COMUNICAÇÃO DOS PORTAIS E SITES TURÍSTICOS GOVERNAMENTAIS. professores, operários, que viram no lazer conjunto, por meio do turismo, uma oportunidade para transmitir conceitos e fortalecer o vínculo entre seus membros. O turismo social é realizado por pessoas de menores rendimentos, geralmente subvencionados. pelos governos, associações e sindicatos. Esta. forma de turismo foi promovida apenas pelo portal de Pernambuco, sendo banalizado pelos demais Estados.. b) Quanto à característica da viagem turística: •. Turismo de Massa: utiliza-se de destinações turísticas que a maioria dos. turistas buscam. É desenvolvido a partir de programações individuais e grupais ou mediante a aquisição de programas e pacotes de viagens. Caracteriza-se “[...] pelo deslocamento de grande número de pessoas para os mesmos lugares. nas. mesmas. épocas. do. ano. –. e. conseqüentemente. superdimensionamento dos equipamentos” (RUSCHMANN, 1995, p. 23). Suas principais características são:. -. Utilização de meios de transportes mais econômicos com serviços incluídos nos pacotes comercializados pelas agências de viagens;. -. Percursos mais curtos e permanência menos prolongada;. -. Caráter estacional que coincide com a época de férias;. -. Ocupações de hotel de nível médio;. -. Ampla utilização do sistema de crédito para financiamento da viagem.. •. Turismo Alternativo: surge como resultado da preocupação dos efeitos. danosos causados pelo turismo de massa. Trata-se de um novo segmento do turismo, em que as viagens passam a ser organizadas para lugares que não são tradicionalmente turísticos, com a preocupação ecológica e distanciando-se do turismo de “sol e praia” – sendo chamado de turismo responsável. “[...] O que os caracteriza são as viagens individuais, as atividades relacionadas com a natureza,. o. alojamento. em. estabelecimentos. - 31 -. pequenos,. com. serviços.

(34) PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM COMUNICAÇÃO VISITANDO O NORDESTE NA WEB: UM ESTUDO SOBRE A COMUNICAÇÃO DOS PORTAIS E SITES TURÍSTICOS GOVERNAMENTAIS. personalizados. e,. às. vezes,. até. realizados. pelos. próprios. turistas”. (RUSCHMANN, 1995, p. 23).. c) Quanto ao perfil do viajante turístico: Psicocêntricos. –. perfil. de. visitante. mais. contemplado. no. conteúdo. informacional turístico dos Estados nordestinos. •. Preferem destinos conhecidos;. •. Gostam de atividades típicas de turistas;. •. Preferem se hospedar em cadeias hoteleiras;. •. Preferem atmosferas conhecidas e familiares;. •. Preferem pacotes turísticos fechados com atividades bem-programadas e. bem-previstas.. Alocêntricos – ainda pouco trabalhado no conjunto de informações governamentais dos portais e sites visitados. •. Preferem áreas não-turísticas;. •. Descobrem áreas ainda pouco ou não visitadas;. •. Preferem hospedagem e alimentação convenientes, não necessariamente. em cadeias hoteleiras; •. Divertem-se lidando com a população local;. •. Preferem pacotes turísticos que incluam amplo tempo livre para. atividades diversas.. - 32 -.

(35) PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM COMUNICAÇÃO VISITANDO O NORDESTE NA WEB: UM ESTUDO SOBRE A COMUNICAÇÃO DOS PORTAIS E SITES TURÍSTICOS GOVERNAMENTAIS. 1.2 Oferta Turística A oferta turística constitui tudo o que o destino tem a oferecer aos visitantes efetivos e potenciais. São compostos por atrações naturais e artificiais, além dos bens, serviços e equipamentos turísticos que são postos efetivamente no mercado para satisfação das necessidades dos turistas – de forma singular ou numa gama muito ampla de combinações, resultante das suas solicitações ou desejos. A oferta turística quando percebida isoladamente possui pouco valor turístico e pode inclusive ser utilizada para outras atividades. Quando é vista de maneira agrupada, forma o produto turístico de um destino (IGNARRA, 2003). Esse produto pode ser agrupado por Estados pertencentes a uma região, regiões pertencentes a um país ou mesmo de destinos pertencentes aos Estados. Os organismos oficiais nordestinos apresentam o produto turístico composto por destinos internos e não por agrupamento dos Estados pertencentes à Região Nordeste. É percebida também como “[...] a quantidade de bens e serviços turísticos que as empresas são capazes de oferecer a determinado preço, em determinado período de tempo” (LAGE e MILONE, 2001, p. 72).. 1.3 Componentes da Oferta Turística a) Atrativos turísticos: são todos os lugares, acontecimentos, bens materiais ou imateriais que estimulam o fluxo turístico. Conforme Lage e Milone (2001), podem ser divididos em: 1. Recursos Naturais: tudo que é proveniente da natureza que compõe a destinação, ou “elementos do espaço geográfico que constituem a paisagem” (BENI, 2003, p. 303). Exercem forte atratividade turística e normalmente ajudam a compor a marca do lugar, tais como: clima, hidrografia, relevo, flora e fauna. Na pesquisa, o papel dos recursos naturais para os Estados nordestinos foi evidenciado no conteúdo informacional (sobre a previsão do. - 33 -.

(36) PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM COMUNICAÇÃO VISITANDO O NORDESTE NA WEB: UM ESTUDO SOBRE A COMUNICAÇÃO DOS PORTAIS E SITES TURÍSTICOS GOVERNAMENTAIS. tempo e as informações geográficas) e promocional (pela identificação de recursos naturais diversos e modalidades turísticas ligadas à natureza). 2. Recursos histórico-culturais: todos os bens materiais ou imateriais produzidos pelo homem. A pesquisa contemplou aspectos como monumentos, sítios históricos e científicos, instituições e estabelecimentos de pesquisa e lazer, manifestações, usos tradicionais e populares, priorizando a cultura popular por identificar a intensa presença destes elementos nas diversas páginas pesquisadas (ver Apêndices M e N). 3. Realizações técnicas e científicas contemporâneas: “toda obra ou complexo científico e/ou tecnológico próprio para a exploração nas áreas de mineração, agricultura, pecuária ou da indústria e outras instalações, que, pelas características de elaboração técnica, estimulam o seu aproveitamento como recurso de atração turística” (BENI, 2003, p. 312). 4. Acontecimentos Programados: “são acontecimentos organizados visando ao. intercâmbio. e. à. divulgação. de. matérias. científicas. e. técnicas,. à. comercialização de produtos, ao desenvolvimento e à prática de atividades desportivas e culturais e até assistenciais [...]" (BENI, 2003, p. 314). b) Equipamentos e Serviços Turísticos: denominados também como superestrutura, são compostos pelas instalações de superfície, instalações e serviços indispensáveis às atividades turísticas (LAGE e MILONE, 2001), distribuídos em meios de hospedagem, serviços de alimentação, entretenimentos, outros equipamentos e serviços turísticos (operadoras e agências de viagens, transportadoras turísticas, etc.). c) Infra-estrutura de Apoio Turístico: conjunto de serviços públicos necessários para o consumo turístico. Trata-se de todos os elementos que fazem parte da estrutura e serviços básicos do núcleo receptor, tais como: informações básicas do destino, serviços de transporte, sistemas de comunicações, sistemas de segurança e equipamento médico-hospitalar.. - 34 -.

(37) PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM COMUNICAÇÃO VISITANDO O NORDESTE NA WEB: UM ESTUDO SOBRE A COMUNICAÇÃO DOS PORTAIS E SITES TURÍSTICOS GOVERNAMENTAIS. 1.4 Singularidades do Produto Turístico Para Ruschmann (1995, p. 11): O produto turístico é composto de um conjunto de bens e serviços unidos por relações de interação e interdependência que o tornam extremamente complexo. Suas singularidades o distinguem dos bens industrializados e do comércio, como também dos demais tipos de serviços.. É na verdade a junção de elementos tangíveis e intangíveis de uma determinada destinação, sentida pelo consumidor como uma experiência. Quanto maior for o planejamento, a organização e a ordenação adequada da oferta turística, melhor será o produto turístico da localidade. Cada destinação pode ter vários produtos turísticos a oferecer, de acordo com as características peculiares de cada área, permitindo que o consumidor turístico possa escolher a localidade, as atividades e serviços que deverão ser utilizados durante a viagem. Trata-se do conjunto de várias transformações e produções da oferta turística, com singularidades bem definidas, como segue abaixo: •. Bem de consumo abstrato: trata-se de um bem intangível, do qual seus. consumidores não podem ver nem provar antes da compra. Diferentemente dos bens tangíveis, não pode ser avaliado a partir do tamanho, peso, formato ou cor, por não ser possível fornecer uma amostra do produto ao cliente, não havendo a possibilidade de comparação com outros produtos antes de ser visitado (RUSCHMANN, 1995). •. Superposição da mão-de-obra (produção): os produtos turísticos só. podem ser consumidos no momento da própria viagem ou no processo de prestação do serviço, permitindo ao turista apenas analisá-lo após o usufruto do produto.. - 35 -.

(38) PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM COMUNICAÇÃO VISITANDO O NORDESTE NA WEB: UM ESTUDO SOBRE A COMUNICAÇÃO DOS PORTAIS E SITES TURÍSTICOS GOVERNAMENTAIS. •. Necessidade. da. presença. da. clientela. no. local. da. produção:. o. consumidor é que vai até o produto turístico, e não o inverso, como ocorre com outros bens tangíveis. •. Impossibilidade de estocagem: o produto turístico é perecível, com. consumo imediato por não poder ser estocado após o momento em que foi destinado para ser consumido. •. Serviços turísticos prestados de forma irregular: trata-se de uma cadeia. comercializável de bens e serviços que não permite uma prestação de serviços regular, pela amplitude de empresas e profissionais que trabalham para possibilitar o desenvolvimento da viagem. Ter um serviço homogêneo é praticamente impossível no contexto turístico. •. Complementaridade. dos. componentes:. além. da. irregularidade. da. prestação de serviços, há também uma interdependência entre eles, fazendo com que o mau funcionamento ou mesmo a falta de um dos componentes possa refletir ou mesmo inviabilizar os demais serviços que serão prestados posteriormente. •. Concentração. de. atividades. turísticas. no. espaço. e. no. tempo:. normalmente os fluxos turísticos concentram-se em períodos específicos do ano, sobretudo pela influência das férias escolares, feriados e fins de semana, causando a sazonalidade em determinados períodos. Existem algumas formas de turismo que proporcionam a redução da sazonalidade, como acontece com o turismo de eventos, de negócios e da melhor idade, que ocorrem praticamente durante todo o ano (negligenciados pelos portais e sites nordestinos). •. Instabilidade da demanda: torna-se difícil prever a demanda que será. recebida pelo núcleo receptor, sobretudo porque existem vários fatores que influenciam a escolha do destino e que estão em constante mudança.. - 36 -.

Referências

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