Capítulo
VI
sobre
as
formasdos
corpos diáfanosque
sêrvem paraa
refraçãoe
paraa
reflex¡Íodar
suas formas às lentes das lunetasdo
modo exato exigido, como porque existe naprópria
refração uma propriedade que impede a convergência perfeitadoj
raios, comoo
Sr.Neuton [sic]
provoumuito
bempor
su¿rs experiências. Não deixareino
entantode descrever sua invenção, pois ela é oferecida por si mesma, por assim dizer, e porque
ela
confirma
ainda nossateoria da
refração, pela concordância queaqui
se.ttconira
entreo
raio desviado eo
refletido.
Além disso, pode ocorrer que se descubramfutura-mente utilidades que
nio
sÍio vistas no presente para isso4 s .Para
atingir portanto
essas figuras, suponhamos primeiramente que se queiraencon-trar
uma superfície CDE que reúna os raios provenientes de um ponto .4, em umoutro
ponto .8, e queD
seja o ponto da retaAB
no qual termina a superfície. Digo que tantono
casoda
reflexãoquanto
no
da
refração,é
necessário apenasque
essa superfícieseja
tal
queo
caminho daluz, do
ponto,4
até todos os pontos dalinha
curvaCDE,e destes ao
ponto
de reunião (como, aqui,o
caminho pelas retasAC,
CB eAL, LB
eAD,
DB), seja semprefeito
em tempos iguais. Isso torna a invençao dessas curvas muito fácil.4sO exercício geométrico desenvolvido neste capítulo
por
Huygens tem por precedente o
estudo semelha¡te de Descartes, que estudou na $a, Dióptrica superfícies elípticas e parabólicas,
e na Geomettia superfícies formadas pela rotaçalo de certas ovais lá definidas, e por outras
super-frcies. Ver: DESCARTES, IÃ Diopttique (nota
l5),
pp. 89-121 I DESCARTES,R. La Ghmetrie, em ADAMS, C. e Tannery, P. Oeuvres de Descartes. Pa¡is, J. Vrin, 1965, vol. 6, pp. 42940. O84
Christiaan HuYgensNo
que
serefere
como
deve serigual à de
AD
eDB,
Pse.Q
s conhe'cida a proporção
das
deluz
xemPlo,312.
Íl}3l
Como
mostramos, elaé
igual à
proporção dos senos,na
refração. Basta lazerDH
igual a3l2
de DB,
e, depois disso, tendo descrito do centro ,4 qualquer arco.FC,
que
corteDB
emF,
fazerum
outro
de centro .B, com o semidiâmetroBX
igual a213 de
FH.
^
intersecção desses dois arcos seráum
dospontos por onde a curva deve passar. Pois tendo
o
ponto
sido encontrado dessa forma, éfácil
ver queo tempo
porAC
e CB será igual ao tempo potAD
eDB.
Pois
considerandoque a linha
-4D
representao
tempo
empregado pelaluz
para passar essa mesma [distância]AD
no
ar, é evidente queDH,
iguala3f2deDB,rcpre-sentará
o
tempo que
aluz
levará deD
atéB
no
diáfano, pois ela precisará de tanto maistempo quanto
maislento
for
seu movimento. PortantoAH
11041seráo
tempopor
AD
eDB.
Da
mesmaforma, a
linhaAC,ou
l-F,
representaráo tempo
potAC;
e
como
FH é
por
construção igual a 312 deCB,
eia representaráo
tempo parair
deC
atéB
no
diáfano.
E
conseqüentementeAH
serâ tambémo tempo
por
AC
e CB.Por
aí
se vêque
o
tempo
porAC
e CB é igual aotempo
porAD eDB.
Também se veráda
mesmaforma
que seZ
eK
sãooutros
pontos na curva CDE, os tempos porAL, LB e
porAK,
KB
são sempre representadospelalinha
AH,e
pottanto
iguais ao tempo porAD,DB.
Demonstremos agora que as superfícies geradas pela rotação dessas curvas dirigirão todos os raios que incidem sobre elas
do ponto,4.,
de modo que elestenderâ'opuaB.
Suponhamoso
pontoK
na cuwa, mais afastado deD
do que o ponto C, mæ de modoque
a
retaAK
incida
por fora
sobrea
curvaque
serve[l05]
para a refração. Comcentro ,8, descreva-se
o
arco KS, cortando.BD em S, e a rcta CB emR;
e docentro.4
o arco DN, que encontraAK
emN.
Trøtado
þbre
aLuz
g5Como æ soma dos tempos por
AK
eKB
e porAC
e CB são iguais, se da primeirasoma
diminuirmos
o
tempo
gasto emKB,
e daoutra o
tempo gasto em.R-8, restaráo tempo
porAK
igual ao tempo por
AC
e CR. Portanto,
no
tempo em que a
luzveio
por
AK,
eIatan'bém terá
vindo
porAC, e
além disso terá formado uma ondaesférica
particular
no
diáfano, com centro
Ç
ecujo
semidiâmetro seráigual
a
CR. Essa onda toca¡á necessariamente a circunferênciaKS
emR,
pois CB corta essa circun-ferênciaem
ângulos retos.Da
mesma forma,tendo
tomado qualqueroutro ponto
Zna
curva, demonstrar-se-á queno
mesmo tempo de passagem daluz
porAK,
elaterâ
tambémvindo por
AL, e
além disso terá formado uma ondaparticular
de centroZ,
que tocará a mesma circunferência K^S.E
assim para todos os outros pontos da curvaCDE.
Portanto,no
momento em que aluz tiver
chegado aK, o
arcoKRS limitará
omovimento que se espalhou de
,4
sobreDCK. E
assim esse mesmo arco será, nodiáfa-no,
a propagação da onda emanadado ponto.4.
Essa onda pode ser representada pelo arcoDN, ou por
qualqueroutro
maispróximo do
centrode,4.
Mas todos os lugaresdo
arco KR^S se propagam depois seguindo retas quelhe
são perpendiculares, querdi-zer, que
tendem ao centroB
(pois isso se demonstra da mesma forma que provamosacima que
os
pontos das ondas esféricas se propagam seguindo retas que vêm de seucentro), e
essa propagação dospontos
das ondas são os próprios raios deluz.
Vê-se portanto que todos esses raios tendem aqui ao ponto.B.Poder-se-ia também encontrar
o
ponto
C e todos os outros, nessa curva que serve para a refração,dividindo
DA
em G, demodo
queDG
seja2l3deDA,
e descrevendodo
centroB
[106] um
arco qualquerCX
que coúeBD
emX,
eum outro do
centroA,
como
semidiâmetroAF
igual a 312 deGX.
Ou então, tendo descrito, como antes,o
arcoCX,
basta fazerDF
igual
a 312 deDX,
edo
centroA
traçaro
arco.FC; pois essas duas construções,como se pode
perceberfacilmente,
reduzem-seà
primeira que seviu
anteriormente.E
pelaúltima
se torna claro que essa curya é a mesma que oSr.
Des
Cartes forneceu em sua Geometria,e
que ele
chamoude primeira de
suasovais.
Apenas uma parte dessa oval serve para a refração: será a parte
DK,
cujaextremi-dade é
K,
seAK
é a tangente. Quanto à outra parte, Des Cartesnotou
que ela serviriapara as refrações se houvesse alguma matéria especular de
tal
natureza qsepor
ela aforça dos
raios(diríamos: a
velocidade daluz,
o
que ele não podia dizer porquesu-punha que
o
movimento
ocorresseem
um
instante)
aumentassede
3
para2.
Mas provamos que, em nosso modo de explicar a reflexão, isso não pode ser produzido pela matéria do espelho, e que é completamente impossível.Por aquilo que
foi
demonstrado sobre essa oval, seráfácil
encontrar a forma que serve para¡eunir
emum ponto
os raios incidentes paralelos. Pois supondo exatamente a mesma construção, maso
pontoá
infinitamente
distante,o
que dá raios paralelos, nossaoval
setorna
uma verdadeira elipse, cuja construção em nada difere da oval, a não ser porFC
ser aqui uma linha reta, perpendicular aDB,
quando antes era um arcode
círculo.
Pois a onda de luzDN
sendo igualmente representadapor
uma linha reta,mostrar-se-á
que todos
os pontos
dessaonda,
estendendo-seaté
a
superffcieKD
por
paralelas aDB,
avançarão depois parao
pontoB,
eai
chegarão ao mesmo tempo. Quanto à elipse que servia para a reflexão, é claro que ela se torna aqui uma parábola,pois [107]
considera-se seufoco,4
infinitamente
distantedo outro
foco
B,
que
éI
86
Christiaan HuYgensagora
o
foco
da
parábola, parao
qual tendem todas as reflexões de raios paralelos aAB.E
a demonstração desses efeitos é exatamente igual à precedente.E
Encontra-se facilmente pelo cálculo algébrico que
alinha
cuwacDE
que serve paraa refração é uma
elipse cujo
diâmetromaior
está para a distância de seus focos como3
para 2, que é a proporção da refração. Chamemos de ø a distânciaDB,
que é dada, dery3.¿erpendicutaf
indeterminadaDT,
e dey
a distância TC. -EB será a-y,
e CB será,{ñaa
-ay
+
yîoó.
Masanatutezada
cúrva étal
que
213 deZCmaií
CB é igual[1O8]
a DB, como
foi
dito
naúltima
construção.A
equação será,portanto,
entre2l3y
+t[iffiy-yf
e¿, que, sendoreduåda,tornà-si
6f5ay-iy
iguzla'9flxx.
\
(
,/t
I
46Foi
Tratalo
þbre
aLuz
8j
Isso
quer dizer
quetendo feito
N
iguala
615 deD8, o
retânguroDoF
será igual a9/5 do
quadrado deFC.
vê-se assim queDC
é uma elipse,cujo
eixoDo
estáfara
oparâmetro
como
9
para5.
Portantoo
quadrado deDo
está parao
quadrado dadis-tância
entre os
focoscomo
9
para 9-5,
querdizer,4;
e a linhaDO
está.enfim
paraessa distância como
3
paru 2.Se agora supusermos
o
pontoB
infinitamente
distante, ao invés de nossa primeiraoval
encontraremos que CDE é a verdadeira hipérbole, que fará que os raios que vêmdo
ponto
.4
setornem
paralelos.E
conseqüentemente também fará que aqueles que são paralelos no corpo transparente se reúnam fora nopontol.
Ora, deve-se notar queCX
eKS
tornam-se retas perpendiculares a8,4,
pois elas representam arcos de círculocujo
centroB
estáinfinitamente
distante.A
intersecção da perpendicularCX
com o arcoFC
daráo
ponto
Ç
um
daquelespor
onde a curva[109]
deve passar. Todas aspartes da onda de luz
DN
que encontrem a superfícieKDE
avançarÍÍoapultt
daí porparalelas a KS, e chegarã'o a essa reta ao mesmo tempo.
A
demonstração disso é ainda amesma que serviu para a primeira oval. Além disso verifica-se, por um c¿ílculo tão sim-ples quanto
o
precedente,
que CDE é aqui uma hipérbolecujo
eixoDO
é 413 deAD,
e
o
parâmetro igualaAD.Daí
se demonstrafacilmente
queDO
está para a distância entre os focos como 3pua
2./ \
)
Esses são os dois casos de seções cônicas que servem para a
refração
e que são osmesmos explicados
por
Des Cartesem
suaDióptrica.
Elefoi
o primeiro a encontrar ouso
dessaslinhut
.
também das ovais-
das quaisjá
indicamosa pritneira
-
nare-88
Christiaan HuYgens4tsobr"
as ovais de Descartes, ver sua Geometria (nota 45), pp.424'9 (propriedades geomé-tricas) e pp.429-34 (propriedades ópticas)',-Tratado Sobre a
Luz
g9AD
eDB é
igual à
medida das refrações, queaqui
é
de3
para 2. Issofoi
por
rrlirnobservado
há muito
tempo.
como
a quarta só
serviria para reflexões [refrações ?] impossíveis, não é necessário indicá-la.N
A
O Sr.
Des Cartes nãoexplicou o
modo pelo qual encontrou essas linhas, nem nin-guém depois deleo
fez, que eu saiba. Por issodirei aqui
qual me pareceter
sido essemodo.
Suponhamos que se queira encontrara
superfície formada pela revolução dacuwa
KDE,
que,
tecebendoos
raios incidentesque
sobre elaincidem
do ponto,4,
desviaos parao
ponto
-8. Consideremos essa curva comojá
conhecida, e sejaD
suaextremidade
[l
11] na
rctaAB.
Dividamola em
umainfinidade de
pequenas partespelos
pontos G,
C
eF.
T¡acemosde
cadaum
dessespontos
retas dirigidas paraA,
qre
representam os raios incidentes, e outras retas parh.B. sejam além disso descritos os arcos de
círculo GL,
CM,FN
eDO,
decentro,4,
cortando os raios provenientes deA
emL,
M,
N
e O. Dos pontosK,
G,
C e ,F sejam descritos os arcosKQ
GR, C.S eFT
[de centroB],
cortando os raios que vão para.B emI
R, S e Z. E acrescentemos arcIa
HKZ
que corta a curya emK
em ângulos retos.Sendo entâ-o
AK
um
raio incidente, eKB
sua refração dentrodo
diáfano, segue-seda
lei
das refrações, que era conhecida pelo Sr. Des Cartes, que o senodo
fuguloZKA
está parao
senodo
ânguloHKB como3
paø'a2, supondo que esta é a proporção da-90
Cltistíoøn HuYgensrefração do
vidro.
Também se poderia colocar queo
seno de ânguloKGI
tivesse essairesnla
razão parao
senodo
ânguloGKQ,
considerandoKG,
GL
eK0
como retas,por
causade
seu pequeno tamanho. Mas esses senos são as linhasKL
e
GO,Ill2l
tomando
Gl(
como¡aio do círculo.
PortantoLK
deve estar para GQ como 3pua2.
E igualmente
MG
estana paru CR,NC
parc FS eOF
parcDT
na mesma razão. Portanto também a soma de todas as antecedentes estaria para a de todas as conseqüentes como3
paru2.
Ora, prolongandoo
arcoDO
até que ele encontreAK
emX,
KX
é a somados antecedentes.
E
prolongandoo
arcoKQ,
até que ele encontreAD
em
I,
a somados conseqüentes é
DI.
PortantoKX
deveria estar paraDI.
como3
para 2. Assim se percebeque
a
curvaKDE
é detal
natureza qu.e, traçando de qualquerponto
que setome dela, como
K,
as retasKA
eKB, o
excesso deAK
em relaçã'oaAD
estâparao
excesso deDB
em relaçâ'o aKB
como3
para 2. Pois pode-se demonstrar igualmente,tomando
na
curva qualqueroutro
ponto,
comoG,
queo
excesso deAG
em relaçãoa
AD,
queé
VG,
estâ p¿üao
excesso deBD
em relação aDG,
que é DP, nessa mesma razão de 3para2.
E utilizando essa propriedade o Sr. Des Cartes construiu essas curvasem
sua Geometria,e
reconheceufacilmente
que,nos
casosde
raios paralelos, essascurvas se tornavarn hipérboles e elipses.[1
l3]
Voltemos
agoraa
nossométodo,
e
vejamoscomo ele
conduz semdificuldade
aencontrar as linhas que devem
ter
um ladodo vidro,
quandoo
outro
é de uma forma dada-
não
apenasplano
ou
esférico,ou
formado
por
qualquer das seções cônicas(que é a restrição com a qual Des Cartes propôs esse problema, deixando sua solução aos que viessem após ele), mas qualquer uma, em geral
(quer
dizer, que seja formada pelarevoluçio
de qualquerlinha
curva dada, à qual se possam traçar retas tangentes). Seja a fìgura dadafeita
pela rotação de qualquer curva dessetipoAK
emtorno
doeixo.4V,
de
tal
forma que esselado do vidro
¡ecebe raios provenientesdo
pontoZ.
Além
disso, seja dada a espessura.4-B do meio dovidro,
æsim como o pontoF'no
qualTratado
þbre
aLuz
9l
92
Chistiam
Huygensse
quer
que
todos os
raios sejam concentrados perfeitamente, qualquerque
seja aprime ira refração, o corrida na superfície,4K.
Para isso só é necessá¡io que a lirrha
BDK,
que forma a outra superfícié, seja tal queo
caminho daluz, do ponto
L
até a superfícieAK, e
daí à superfícieBDK, e
daí aoponto
,F', sejafeito
sempreem
tempos iguais, e que esse tempo seja sempre igual ao tempo gasto pela luz puua passar pela relaLF,
da qual a parteAB
está dentro do vidro.Seja
IG
um raio
que caia sobreo
arcoAK.
Sua refraçãoGV
seút dada por meio datangente que serátraçada no
ponto
G. Deve-se agora encontrar emGVopontoD,de
modo
que .FD.somado a 312 deDG
eà
retaGL
sejam iguais a -FB mais 312 deBA
ea
retaAL
-
que formamum
comprimento dado.ora,
subtraindo de uma parte e daoutra
o
comprimento deLG,
que também é dado, basta traçarFD
sobre a reta vG, demodo
queFD
mais 312 deDG
seja igual a umalinla
dada-
o
que éum
problemaplano muito
simples.o
pontoD
será entãoum
daqueles por onde deve passar a curyaBDK.
E
da mesmaforma,
tendo traçado umoutro
ruoLM,e
encontrado suarefrafo
Mo,
encontrar-se-á[114]
nessalinha
o
ponto
l/,
e æsimpor
diante, tantos quantosse queira.
Para demonstrar o efeito da curva, seja descrito com centro
L o
arco de círculoAH,
que corteLG
emH,
e do centro ,F o a¡co,BP. E tome-se, emAB,,4.S igual a213 de HG,e SE igual a
GD.
Considerando etftloAH
como uma onda de luz, que partiu do pontoiguais. Mas enquanto este avançar de
E
até.8,o
ponto
da onda que estava emD
terá espalhadono
ar
sua ondaparticular, cujo
semidiâmetroDC
(supondo que essa ondacorte
a
retaDF
emQ
será3l2de.EB,
pois avelocidade daluz fora do
diáfano estápara
a de dentro como
3
pa;a 2.ora,
éfácil
demonstrar que essa onda tocará nesse pontoCo
arco BP. Pois, pela construção,FD
+312DG
*GI
sio
iguaisaFB
+312 BA-F*,4I.
Subtraindo as
quantidades iguais
LH e LA,
restaráFD +
312 DG+GH
iguais
aFB
+
312 BA.
Daí, subtraindo de um lado GH edo
outro
3l2 de AS, que stoiguais, restará
FD
mais 312DG
iguala.FB
mais312deBS.Mæ312 deDG
são iguais a3l2de,ES.
PortantoFD
éigoal a.FB
mais3l2de
BÉ'. MasDC
era igual a3l2deEB.
Portanto,tirando
de umlado
edo outro
esses comprimentos iguais, restarácF
igual a,F'8. Assim vê-se que a onda,
cujo
semidiâmetro é DC, toca o arco.BP no momento emque
aluz
provenientedo
ponto
r
chegou aB
pelaretaLB.
Pode-se demonstrar da mesmaforma
que, nesse mesmo momento, a luz proveniente por qualqueroutro
raio, comoLM, MN,
teú.
espalhado seumovimento que
serálimitado
pelo
arcoBp. Daí
segue-se,como
foi
dito
várias vezes, que a propagaçlo daonda.4f1,
depois de haver passadopela
espessurado vidro,
seráa
onda esféricaBP, da qual todos
os pontos devem avançarpor
linhas retas, que são os raios deluz,
atéo
centro.F.
Isso éo
quedevia ser demonstrado.
Em
todos os casos que se possampropor,
essaslinhæ
curvæserão encontradas
da
mesmaforma, como
severá
por um ou
dois
exemplos queadicionarei. seja dada a superfície do vidro -4K, feita pela revolução da
linha,4K,
cuivaou
reta, emtorno
do
eixo -8,4. Seja também dado no eixo o pontoZ,
e a espessura.BlTrotodo
þbre
aLuz
93
{1.16]
se desejaencontrar a
outra
superfícieKDg
que,BA,
os
desvie demodo
que, após serãm posteriormente ,4K, reúnam-se todos no pontoI.
Do ponto
r
traça-sea
rctaLG
a qualquer ponto da linhaAK
dada. conside¡ando-acomo
um raio
deluz,
encontrar-se-á sua refraçâ'oGD,
que, sendo prolongada, encon_utro
a retaBL,
cnmono
ponto V,
aqui. Seja depois traçadaBC,
que representará uma onda de luã provenienìe Ao påntonoportantoquetodas"-ËlJi:å":iäo"ïä.îå"t#îïï::åïî,,,lîJ;rJffiìi
z,
ou,
inversamente, que tõdas as partes de umu onãa emanadado ponto
r,
cheguem ao mesmotempo
à rela BC.E
para
rar,de
modo
que, traçandoDC
paralel
CDigual a
3l2d,eAB
comAl.Subtrain
out
s.írig que
CD mus
312 deDG
seja igualu
da,t
94
ChistiaanHuYgensdaqueles
por
onde a cuwa deve passar, e a demonstraçío[ll7]
será a mesma que no caso anterior. Por ela se provará que æ ondas que vêm do pontoI,
após haver pæsadoo vidro
KAKB,
tomarão aforma
de linhas retas, comoBC.
Isso éo
mesmo que dizerque os raios se tornarão paralelos.
Daí
se segue reciprocamente que, caindo paralelos sobre a superfícieKDB,
eles se reunirão no pontoI.
Seja ainda dada
a
superfície.dK,
qualquer que seja, formada pela revolução [de uma curva] emtorno
do
eixo,43,
sendo,4Il
a espessurado
meiodo vidro.
SejaTratado
þbre
aLuz
95bém dado
no eixo
o
ponto
L,
atrás do vidro, para o qual se supõe que tendem os raiosque
caem sobrea
superfície,4K.
Trata-sede
encontrar a superfícieBD
tal
que elessejam desviados, ao sai¡ do
vidro,
como se proviessemdo
ponto4
que está diante do vidro.Tome-se qualquer
ponto G
nalinha
AK,
e
seja traçadaaretaIGL.
Sua parteGI
representará um dos raios incidentes,do
qual será encontradaarefraçãoGZ.
Nelade-ve-se encontrar o ponto
D,
um daqueles por onde deve passar a cuwaDB.
Suponhamosque ele seja encontrado, e
do
centro¿
seja descrito o arco decí¡culo
GZ, que corte arcta
AB
em
Z, no
casoem
queIG
sejamaior
do
que2,4.
No
casocontrá¡io
seriapreciso descrever
do
mesmo centroo arcoAH,
quecorta
arctaLG em1L
Esse arcoGT
(ou, no
outro
caso,AII)
representará uma onda daluz
incidente, cujos raios ten-dem paraZ.
Demodo
semelhante,do
centro f'descreva-se o arco do círculoDQ,
que representará uma onda que sai do ponto .F . I I I 8 ]É
necessário quea
onda TG, depois de pæsar pelovidro,
formea
ondaQD.
Pua
isso, vemos queo
tempo daluz
por
GDno interíor do
vidro deve ser igual ao [tempogastol
pelastrês [retas]
TA,
AB
eBQ,
das quais apenasAB
esli' tambémno
vidro.Tomando,4S
igual a 213AT,
vejo que 312 GD devem ser iguais a 312 SB+BQ.
Sub-traindo
um
eoutro
def'D
ouFQ,
obtém-se queFD
menos 3/2 de GD deve ser igual a.FB menos 312 de ^SB. Essa
última
diferença éum
comprimento dado, e basta que, doponto
dado .F', seja traçada aretaFD
sobre VG, de modo que isso assim seja. Este é um problemamuito
semelhanteao
daprimeira
dessas construções, ondeFD
+
312 GD devia ser igual a um comprimento dado.Na
demonstração deve-se observa¡que,
comoo
arco -BC caino
interior
do vidro,deve-se conceber
um
arcoRX
quelhe
seja concêntrico, além de QD. Depois que se mostar queo
ponto G
da ondaGT
chega emD
ao mesmotempo
em queo
ponto
Z
chega a Q,o
qne se deduz facilmente da construção, será depois evidente que a ondaparticular, gerada
do ponto
D,
tocaráo
arcoRX
no momento em que oponto
Qtiver
chegado emR,
e que assim esse arco limitará nesse instante o movimento que provém da onda TG-
de onde se conclui o restante.Tendo mostrado a invenção dessas linhas curvas que servem para produzir uma
con-corrência perfeita dos raios, resta explicar uma coisa
[19]
notável com relação àref¡a-ção desordenada das superfícies esféricas, planas
e
outras4E. Se isso fosse ignorado,poderia
produzir
alguma dúvida sobre o que dissemos muitas vezes, que os raios de luzsão linhas retas que cortam em ângulos retos as ondas que se espalham. Pois os raios
que caem paralelos,
por
exemplo, sobre uma superfície esféricaAFE
se entrecruzam, após sua refração, em pontos diferentes, como representa esta fìgura. Quais poderiam ser as ondasde
luz
nessediáfano, que
fossem cortadas em ângulos retos pelos raios convergentes? Elas não poderão ser esféricas. Como se tornarão essas ondas depois que os citados raios começarem a se encontrar? Ver-se-á, na solução dessa dificuldade, que4EHuyg.ns discuti¡á
96
C'lristiøan Huygensaqui
o,cor¡e algomuito
notáver,e
que as ondas sempre continuem aedstir,
embora elas não passem inteiras, como atravéì dos vidros compostos cuja construção acabamosde ver.
[120]
o
G
z
F/,
t<
lx
-Segundo
o
quefoi
mostrado acima, ar
esfera, perpendicularmente ao seueixo
aos
centros são essespontos.
E
a
superfícieTratado
þbre
aLuz
97 mento em queo
pontoD
chegar a E.uma
linha
curvafeita
pela rotação deHL,
GilI,
FO efc,
que são as refrações doum
fio
encostadoà
convexidade ENC, extremidade,8, a citada
curvafi(ae.
podemonstraremos
que todas as
ondascit
tocarão.
certamente
a
cuwaEK,
e.todas as out¡as que sejam descritas pela evolução da curvaENC,
em
com diferentes comprimentosdo
fio,
ðo.turão todosos
rLiosHL,
GM,FO
etc.ângulos retos, e de modo que suas partes, interceptadas entre duas
derrá,
au*r.,
:ia
do
quefoi
demonstrado em nosso t¡atado ncidentes comoinfinitamente
próxi-RG e TF, e se traçarmos BG perpen-P, seja descrita pela evolução dacur-o ficur-o
se estenda, pode-setomar
suaGF
como
o
ruro GM, e considerar igualmenteo
arcoa
eta.eD
äii:i
ïi?:Í.ï;å:
como
foi
-od
coisa ocorre
em
todos
lfrL
qrruoriláteros queos encerra,
o
ladoparalelo ao
eixo
está para seu oposto como3 puiz-portanto,
tambémasomadeuns
estará para a soma dos outros como3
pa.*2
-
ou
seja,TF
para AS, eDE
paraAK,
e
BE
para srKou
tr'I{
supondo
quev
é
a intersecção da cùrvaEK
como
raioFo.
Mas, fazendo -EB perpendicula¡ abE,
Ámbém estarão como3 pua2BE
para osemi-,F enquanto a luz fora do diáfano
percor-da cortará
o
raioFMno
mesmo pontoV
""
i
i:,ff
'
;*ï
äil",î'.î
J;
îi1,îï1
los
G
.É1etc.:
elas tocarão a curvaEK
no
[I22]
momento em que o pontoD
da ondaADtivet
chegado a.E..
Dire.i aFo.rao
que setornam
essas ondas, depois que os raios começam a secruzar.
A
partir daí
elas se dobram, es
duasparte,
que---
'uma sendo uma curva feita
pela
a
curva ENC emtra
pela evolução da mesmano
im
aondaKE,
afeita pela evoluç
anece presa; e a parte
bc
pela evolução da anece presa. Depois a mesma onda se tornaí
ela se propaga sem se dobrar, mas sempreolução da curva
ENC,
aumentada por uma49
--98
Christiaan HuYgens Nesta curvado
centro da
e esfera.É
a part curvaC,
que équeaqui
éde3Pua2.
Pode-se também encontraÍ todos os pontos desejados da
cuwaiy'Cpor
um teorema quefoi
demonstrado pelo Sr. Barrownal2.a
de suas Lí@es Opticasllectionesoptícae
et
geometicae,16T4l,
embo¡a comoutra
finalidade. Deve-se notar que é possível dar umalinha
reta igual a essa curva. Pois somada à reta iy'E, ela é igual àreta
CK, que éconhecìda, pois
DE
está paraAK
na proporção da refração, e subtraindo EN de CK, o resto será igual à curvaiy'C
o.
soOs historiadores costumam atribui¡ a Ehrenftied
W. Tschi¡nhausen o estudo geométrico da c¡íustica.
A
refe¡ência no¡malmente i¡dicada é um artþo publicado na revista Acta Ertditorum (Leipzig) em outubro de 1682, p. 364, complementado por umacorreçãopublicadanamesmare-vista, em feverei¡o de 1690, p. 71. De modo privado, Huygens acusou Tschirnhausen de plagiador.
Em uma ca-rta que esseveu a Leibniz em 241811690, Huygens se lastima por nalo haver aparecido nenhuma notícia sobre seu livro na Acta, e que, sem citá-lo, o sr. D. T. (De Tschimhausen, como fica claro pelo contexto) publicou logo depois da impressão do livro um novo artþo sobre as cáusticas. Huygens refere-se então à época em que esteve em
hris
(1673), e aluma: "Lemb¡o-me que nesse tempo mostrei ao Sr. D.T. algumas figuras dessas linhas de reflexalo e refraçâo, e creio-Tlatado
þbre
aLuz
99Da
mesmaforma
serão encontradas as ondas dobradasna
reflexlo [123]
cte umespelho côncavo esférico. Seja
ABC a
seção deum
hemisfériooco por
seu eixo DB.cujo
centro éD.
Suponho que os raios de luz incidem pa-ralelamente ao eixo, Todas as reflexões desses raios que caem sobreo
quadranteAB
|ocarl.o umalinha
curvaAFE,
cujo
extremoE
estáno foco do
hemisfério,isto
é,
no
ponto
quedivide
ao meio osemidiâmetro
BD.
Os
pontos
por
onde
deve passar essacurva
serão encontradostomando de.4 um arbo qualquer
AO,
e fazendo o arco OP igoil, ao seu dobro; divide-se sua corda em F', de modo queFP
sejao triplo
deFO,
e -F é um dos pontos pedidos.Como
os
raios
paralelos nadasÍio
senâ'oas
perpendiculares às ondas que caem sobre a superfície côncava, sendo essas ondas paralelasaAD,
descobre-se que à medidaque elas encontram a superfície ,4-8,
foimam,
ao refletir-se, ondas dobradas,compos-tas
por
duas curvas que nascem de duas evoluções opostas das partes dacurvaAFE.
Assim, tomando
AD
como ondaincidente,
quandoa
parteAG
tiver
encontrado a superfícieAI,
querdizer,
quandoo
ponto
Gtiver
atingido 1, a propagação da parteAG
lda
onda]
será formada pelas curvasHF
eFI,
nascidas das evoluções das cu¡vasFA
eFE,
ambas começadas em tr'.Um
pouco depois, quando a parteAK
tive¡encon-trado
a
superfícieAM,
estandolzal
o
ponto
K
emM,
entãoas
curvæLN
eNM
constituirão
juntas
a
propagação dessaparte.
E
assim essa onda dobrada avançará sempre,até
queo
ponto
i/
atinja
o
foco
J', A
curvaAFE
é yista na fumaça ou empoeira suspensa
no
ar, quandoum
espelho côncavo é oposto ao Sol. Deve-se saber queela
não
é
senão aquela que é descritapelo
ponto -E da circunferênciado círculo
EB,quando
eleé
rolado
sobreum outro
círculo cujo
semidiâmetro éED,
e
centroD.
Portanto
éum
tipo
de ciclóide cujos pontos podem ser encontrados geometricamente.Seu comprimento é precisamente igual a 314 do diâmetro da esfera, o que é
encon-trado
e demonstradopor
meio dessas ondas, maisou
menos como a medida da curva precedente-
embra
possa também ser demonstradopor
outros meios, que deixo decitar,
pois isso está fora do assunto. O espaçoAOBEFA,
compreendido entre o arco do quadrante, a retaBE
e aclwa EFA
é um quarto do quadrante de círculoDAB.
que daí vem a semelhança de nossas invenções
-
mas que isso seja dito ent¡e nós, por favor" (carta XV, em LEIBNIZ, Mathematische schriften-
nota2
-
vol. 2, p. 4g). Em sua resposta(carta
XVI,
p.
49), Leibnu também acusa Tschi¡nhausen de haver aproveitado várias de suasiddias e publicá-las como suas. Tendo em vista que o artigo de 16g2 continha erros, pode-se de