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Processos psíquicos característicos do período pré-operatório e o papel do psicólogo hospitalar

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Academic year: 2021

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VALERIA BITENCOURT MOROCINI

PROCESSSOS PSÍQUICOS CARACTERÍSTICOS DO PERÍODO

PRÉ-OPERATÓRIO E O PAPEL DO PSICÓLOGO HOSPITALAR

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DEPARTAMENTO DE HUMANIDADES E EDUCAÇÃO – DHE CURSO DE PSICOLOGIA

PROCESSSOS PSÍQUICOS CARACTERÍSTICOS DO PERÍODO

PRÉ-OPERATÓRIO E O PAPEL DO PSICÓLOGO HOSPITALAR

VALERIA BITENCOURT MOROCINI

ORIENTADOR: DANIEL RUWER

Trabalho de conclusão do curso de graduação apresentado ao curso de Psicologia da Universidade Regional Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul-UNIJUÌ como requisito parcial a obtenção do título de Psicólogo.

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AGRADECIMENTOS

Ninguém é uma ilha!

Ninguém é capaz de realizar um estudo deste tipo sozinho. Ou, mesmo que fosse possível, qual seria a vantagem de ser a única envolvido neste trabalho?

A satisfação de saber que existem pessoas amigas que se comprometem em contribuir para o sucesso desta pesquisa é muito grande.

Relacionamentos se solidificam, envolvimentos diversos tornam-se frequentes. Para aqueles que direta ou indiretamente contribuíram na conclusão deste trabalho, deixo aqui meu mais sincero agradecimento.

A minha família, meus irmãos, cunhados, em especial meus pais, Vera (in memoriam) e Morocini que sempre buscaram a união da família como fator de realização pessoal e profissional de todos. Aos meus filhos Cecilia e Giordano, por compreender as minhas ausências e impaciências e por terem estado sempre ao meu lado, amo vocês!

A Patricia Franck Mognhon que se implicou o meu trabalho, e principalmente na minha vida, a nossa amizade é uma predisposição recíproca que torna dois seres igualmente ciosos da felicidade um do outro.

Aos amigos, tenho um carinho muito especial a minha amiga Sônia Mayer que sempre acreditou e apostou no meu potencial, nunca deixou que desistisse com palavras de incentivo, tenho muitas saudades de você.

A minha grande e inesquecível amiga Rosana Ferreira, que mesmo ao longe acompanha meus passos, sеmprе fez entender qυе о futuro é feito а partir dа constante dedicação nо presente!

Aos professores do Curso de Psicologia que contribuíram para meu maior conhecimento, em especial Nilson Heidemann e Daniel Ruwer que puderam me acompanhar em meus dois estágios orientar para o desenvolvimento do meu potencial dentro da área Social e Organizacional.

Gostaria de agradecer ao orientador Daniel, pela presença constante, por todo o apoio, feedback e orientação dada. Por me apoiar em todas as minhas dificuldades e pela paciência em controlar a minha ansiedade e nervosismo, tens o meu eterno agradecimento.

São muitos os agradecimentos a fazer a todos aqueles que me apoiaram ao longo do meu percurso acadêmico. Todos se apresentaram igualmente importantes, não havendo por isso uma hierarquia valorativa face a cada nome referenciado.

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RESUMO

O estudo desenvolve uma reflexão, a partir de uma abordagem qualitativa, interpretativa do trabalho do psicólogo no campo hospitalar. Direciona sua análise para um período específico da internação, a saber, o pré-operatório. Discute as implicações emocionais que o paciente apresenta neste contexto e as possíveis formas de intervenção do psicólogo. Apresenta os principais conceitos que sustentam o trabalho do psicólogo hospitalar e a origem histórica destes. Pensa a interação e o posicionamento do psicólogo na equipe que atende o paciente. Por fim, interroga a repercussão tanto da internação, da doença, do posicionamento da família, quanto do próprio manejo hospitalar do paciente em sua subjetividade.

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ABSTRACT

The study develops a reflection, using a qualitative and interpretive method, about the psychologists work in hospitals. Directs its analysis to a specific period of hospitalization, the pre-surgical. Discusses the emotional implications that the patient has in this context and the possible forms of psychologist intervention. It presents the key concepts that support the work of the hospital psychologist and the historical origin of these. Debate the interaction and the psychologist's position in the team that treats the patient. Finally, questions the impact of hospitalization, illness, family support and the hospital's treatment in the subjectivity of the pacient.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ... 06

1. CONFIGURAÇÕES DA PSICOLOGIA HOSPITALAR NO BRASIL ... 08

1.1. O surgimento da psicologia hospitalar e o processo de humanização ... 08

1.2. O contexto do atendimento psicológico hospitalar no período pré-operatório ... 13

2. O PAPEL DO PSICÓLOGO NO CONTEXTO HOSPITALAR ... 20

CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 31

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INTRODUÇÃO

A Psicologia Hospitalar é uma das áreas de atuação do psicólogo que mais tem crescido no Brasil, na medida em que se enfatiza o caráter preventivo da saúde e amplia-se a compreensão do próprio conceito de saúde, considerando não só os aspectos físicos, como os emocionais envolvidos. Para o desenvolvimento e estruturação de nosso estudo propomos refletir, a partir de uma abordagem teórica, qualitativa e interpretativa, sobre o contexto e características que compõe a atuação do psicólogo na área hospitalar, de modo específico na atenção a paciente no período pré-operatório.

O trabalho dividiu-se em dois capítulos. No capítulo inicial apresentamos alguns dos aspectos mais relevantes que marcam o surgimento da psicologia hospitalar no Brasil. Compreender as origens é fundamental para entender o que é e como se constitui este campo que teve seu início com o trabalho de Matilde Neder, pioneira da área. Seu objetivo inicial foi analisar como os fatores biológicos, comportamentais e sociais influenciam na saúde e na doença e no processo de humanização do tratamento.

Dentro do contexto hospitalar, refletir sobre a humanização é central. Desde a hospitalização, e, considerando o foco deste trabalho, no período que antecede a cirurgia, o paciente é acometido por uma variedade de processos psíquicos. Todos esses sentimentos geram estresse e insegurança, independente do grau de complexidade, o ato cirúrgico poderá ser acompanhado de anseios, dúvidas e medo. Processos psicológicos quando não reconhecidos e atendidos podem trazer consequências para o processo de restabelecimento do sujeito.

O segundo capítulo, proporciona uma reflexão sobre a importância do psicólogo no contexto hospitalar, no sentido de favorecer a compreensão dos aspectos emocionais apresentados pelos indivíduos no período pré-operatório, prevenindo-os quanto à desestruturação emocional e contribuindo com melhor compreensão ao realizar ações humanizadas com o paciente-família-equipe nesse

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ambiente, trabalhando, como facilitador da comunicação e da expressão humana através da escuta, visando a representação e a elaboração do sofrimento em torno do adoecimento.

Ao se deparar com a realidade do adoecimento, o indivíduo pode apresentar-se em uma situação de vulnerabilidade, a qual lhe desperta a percepção de que o controle sobre o mesmo ultrapassa seus limites transformando em medo da morte. Nesse sentido, o estudo discute e identificar as cinco fases do processo de morrer, descritas por Elizabeth Kübler-Ross, a partir da observação de pacientes sob seus cuidados.

Por fim, debatemos a capacidade que o indivíduo possui de suportar o impacto do adoecimento e do processo cirúrgico, abordando o conceito de resiliência. Mostramos assim capacidade do indivíduo/família, de enfrentar e responder de forma positiva a doença e a possibilidade de emergir deste contexto um posicionamento subjetivo, muitas vezes silenciado pela objetalização da condição de paciente.

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1. CONFIGURAÇÕES DA PSICOLOGIA HOSPITALAR NO BRASIL

1. 1 O surgimento da psicologia hospitalar e o processo de humanização

"Quando é que me desato dos laços que me dei? Quando serei um facto? Quando é que me serei?" Fernando Pessoa

A Psicologia Hospitalar é uma das áreas de atuação do psicólogo que mais tem crescido no Brasil, na medida em que se enfatiza o caráter preventivo da saúde e amplia-se a compreensão do próprio conceito de saúde, considerando não só os aspectos físicos, como os emocionais envolvidos. Neste capítulo inicial apresentamos alguns dos aspectos mais relevantes que marcam o surgimento da psicologia hospitalar no Brasil - objeto de estudo deste trabalho – e os principais pressupostos que a sustentam. No decorrer do texto, propomos refletir, a partir de uma abordagem teórica, qualitativa, acerca do contexto e características que compõe a atuação do psicólogo nesta área. Para desenvolver tal tarefa iremos focar nosso estudo em momento específico da prática, qual seja, o acompanhamento de pacientes no período pré-operatório. Todavia, iniciamos pela história. Compreender as origens é fundamental para entender o que é e como se constitui este campo.

Registros do trabalho de psicólogos em hospitais gerais existem desde a década de 1950. O início da Psicologia Hospitalar no Brasil foi marcado no ano de 1954, pela psicóloga Matilde Neder. A pioneira desta área ocupou-se fundamentalmente com o processo de humanização, a equipe multidisciplinar e a defesa da importância do psicólogo hospitalar. Neder percebeu durante sua atuação como psicóloga de uma clínica de Ortopedia e Traumatologia em São Paulo, que o tratamento hospitalar seguia os pressupostos da teoria reducionista. O paciente era visto como uma máquina a ser reparada. O indivíduo não era visualizado como um

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todo. Matilde Neder, dá início à psicologia hospitalar, mostrando que a humanização é um das ferramentas principais para o alívio do sofrimento emocional gerado por pacientes hospitalizados (PSICÓPIO, 2005).

Neder, ao inserir-se no trabalho hospitalar, procurou fazer uma adaptação técnica de seu instrumental teórico, acoplando-o à realidade institucional. Houve então a criação de modelos teóricos de atendimentos que visavam agilizar esses atendimentos afim de torná-los adequados à realidade hospitalar. (ANGERAMI-CAMON, 1995).

No esforço de buscar atender à demanda existente, desenvolveu um trabalho inovador que inaugurou as atividades do psicólogo em hospitais no Brasil. Como primeiros efeitos do trabalho, possibilitou-se que fosse observado pela equipe médica e a de enfermagem do hospital o que a agitação apresentada por algumas crianças após a cirurgia, ocasionava danos às peças de gesso e prejudicava o trabalho de recuperação. O que permitiu que se desenvolvessem os primeiros acompanhamentos psicológicos, direcionados ao período pré e pós-operatório, especificamente de crianças submetidas a cirurgias de coluna e a seus familiares, Neder iniciou com atendimentos individuais e, posteriormente, também foi ampliada a grupos.

Em 1957, a psicóloga Matilde Neder é transferida para trabalhar no Instituto de Reabilitação da USP, onde seu trabalho teve grande reconhecimento. Passou a destacar-se para além da Psicologia Hospitalar, tendo reconhecimento no campo da ciência psicológica em constituição do Brasil (PSICÓPIO, 2005).

A partir de Neder, o termo “humanização” é incluído no campo da saúde. Originalmente, foi conceituado como o ato de tornar mais sociável, o que hoje, pode ser traduzido como levar em consideração as necessidades verdadeiras do individuo no período pré-operatório, sendo elas materiais, psicológicas ou sociais. Procura-se considerar as características e necessidades de cada sujeito. A humanização no bloco cirúrgico abrange desde o contato com o paciente até o atendimento de familiares. Faz-se importante ressaltar para a questão da humanização nesse ambiente onde se utiliza muitos recursos tecnológicos e a equipe deve ser treinada

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para agir atentamente e com eficácia, o que contribui para tratar o paciente como um objeto, sem necessidades e vontades.

Conforme Mezzomo (2003), a psicologia hospitalar faz uso de poderoso instrumental no processo de humanização do paciente internado. Tratar o sujeito de forma humanizada significa em assisti-lo como pessoa que sofre em suas diferentes dimensões, tanto no corpo como no espirito, isto é, em sua totalidade.

A Humanização hospitalar é uma tarefa muito difícil e de grande complexidade, pois envolve mudanças no modo de agir da equipe que atua no bloco cirúrgico ou até mesmo dando suporte para os familiares. Com isso, essas ações humanizadas podem contribuir para a melhora dos pacientes.

O objetivo principal da Humanização hospitalar é dar suporte ao individuo em seu processo de adoecimento, tendo em vista o sofrimento que se estabelece nesse momento gerado pela hospitalização. A Psicologia deve, portanto, contribuir para que haja humanização no período que antecede ao procedimento cirúrgico (pensando em nosso foco – o período pré-operatório), com um olhar diferenciado, sensível e acolhedor. Contribuindo para a adesão ao tratamento, uma boa comunicação entre paciente e profissional e uma diminuição da visão estigmatizada.

Por muitos anos foram utilizados recursos metodológicos e técnicas de outras áreas do saber psicológico, os quais nem sempre eram congruente ao contexto hospitalar. A inexistência de um paradigma claro que pudesse definir estratégias dificultou a oportunidade de legitimação do espaço psicológico nas instituições de saúde. A partir da pluralidade evidenciada no exercício da psicologia hospitalar, iniciou-se um direcionamento de pesquisas e publicações a respeito dessas práticas a fim de fortalecer a identidade do profissional dessa área. (ANGERAMI-CAMON, 2002).

Nesse sentindo a psicologia Hospitalar foi reconhecida como uma especialidade pelo Conselho Federal de Psicologia a partir de 2002. Antes dessa data a fundação da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar (SBPH), em 1997, vem fortalecendo a área nesse contexto ajudando a unificar e regulamentar a

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prática. A sociedade tem por objetivo ampliar o campo de conhecimento científico e promover cada vez mais o profissional que se dedica a este campo. (ISMAEL, 2005).

Segundo Simonetti (2004, p. 33) “[...] na psicologia hospitalar o diagnóstico é o conhecimento da situação existencial e subjetiva da pessoa adoentada em sua relação com a doença”. Nessa perspectiva, é através do diagnóstico em Psicologia Hospitalar, procura-se oferecer uma visão ampla e de várias dimensões sobre os processos psíquicos ao adoecimento do indivíduo. O diagnóstico norteia o psicólogo direcionando-o, onde ele encontrará os dispositivos mais significativos em relação à história, às emoções, aos sintomas e às defesas do indivíduo, servindo como ponto de partida para a sua intervenção.

Sendo assim, a psicologia hospitalar, surge como um suporte aos processos que envolvem as relações entre médico, a equipe, o paciente e seus familiares. Fundamenta-se em uma posição filosófica muito particular, que pode ser compreendida se colocada em perspectiva com a posição filosófica que fundamenta a medicina. Quando se faz isso, a primeira coisa que salta aos olhos é o fato de a psicologia não ser referenciada pelo discurso médico. É certo que, na cena hospitalar, medicina e psicologia se aproximam bastante, articulam-se, coexistem, tratam do mesmo paciente, porém, não se confundem, já que possuem objetos, métodos, e propósitos bem distintos: a filosofia da medicina é curar doenças e salvar vidas, enquanto a filosofia da psicologia hospitalar é reposicionar o sujeito em relação a sua doença. Segundo Simonette (2004):

A psicologia hospitalar surge não para curar a doença da pessoa hospitalizada, pois disso já cuida e, muito bem o faz a medicina, mas escutar a pessoa que está inserida no meio dessa doença, escutar a sua subjetividade porque no fim das contas a cura em si não elimina a subjetividade do sujeito, ou melhor, a subjetividade não tem cura (SIMONETTE, 2004, p.33).

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Nesse cenário existe a necessidade biológica e a necessidade psicológica. Nesse caso, podemos afirmar que o médico trabalha com coisas a fazer e o psicólogo trabalha com coisas a dizer (SIMONETTI, 2004). Ele também acrescenta que

cena hospitalar é rica em conflitos e o psicólogo hospitalar cada vez mais tem sido chamado a prestar seus serviços não ao paciente, mas aos médicos, enfermeiras, equipe administrativa e familiares por meio de programas de controle de estresse, cursos de relações humanas, etc. (SIMONETTI, 2004, p.101 ).

Vale ressaltar também que o objeto de trabalho do psicólogo são as palavras, ele fala e escuta, destacando que a escuta tem um papel principal, pois a angustia, apesar de não ser resolvida, se dissolve nas palavras proferidas pelo sujeito. Assim como diz Simonetti (2004), o psicólogo mantém a angustia do paciente na sua frente para que ele possa falar dela, simbolizá-la, dissolvê-la. Sendo assim, a atenção destinada aos processos psíquicos ocasionados em decorrência de um processo de internação hospitalar é extremamente relevante para que haja uma melhor resposta durante e após a internação, assumindo o psicólogo um importante papel neste contexto.

É importante ressaltar que a função da psicologia no hospital não é melhorar o trabalho da medicina e, tão pouco curar, tem seu valor principal fundado na subjetividade. Acaba ajudando no trabalho de cura, e surgindo como um efeito colateral positivo a fim de que este possa atravessar esse período com resiliência1. A Psicologia Hospitalar "é o campo de entendimento e tratamento dos aspectos psicológicos em torno do adoecimento" (SIMONETTI, 2004, p. 15). Para enfrentar esses processos psíquicos de ordem afetivo/emocional, a psicologia hospitalar é a área da psicologia que proporciona aos indivíduos, familiares e profissionais da equipe de saúde, o saber psicológico, que vem a resgatar a singularidade e a subjetividade, suas emoções, crenças e valores. O objetivo da Psicologia Hospitalar é a elaboração simbólica do adoecimento, ou seja, ajudar o paciente a atravessar a experiência do adoecimento através de sua subjetividade (SIMONETTI, 2004).

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Um ambiente hospitalar é composto por pessoas com diferentes papéis (medico – equipe – psicólogos, pacientes, familiares), os quais estão envoltos por diversas emoções, sentimentos, manifestações conscientes e inconscientes, que são chamadas de processos psíquicos. O papel principal da psicologia é diminuir o sofrimento provocado pela hospitalização. Alguns profissionais da saúde exercem um trabalho sem qualquer sentimento, sendo verdadeiras máquinas de perguntas e respostas, outros estão despreparados não conseguindo lidar com as emoções dos sujeitos. Nas empresas hospitalares os indivíduos são considerados como mercadorias que trazem exclusivamente lucro, não tendo assim, preocupação com o seu sentimento e seus familiares.

Segundo Simonetti (2004) a Psicologia Hospitalar define como objetivo de trabalho não só a dor do paciente, mas também a angústia declarada da família, a angústia disfarçada da equipe e a angústia geralmente negada pelos médicos. Supõe-se que os processos psíquicos devem ser considerados individualmente para facilitar essa relação entre as pessoas envolvidas como um todo, visando não só a doença, mas sim o que permeia o desenvolvimento de tais processos, buscando minimizar o sofrimento psíquico do paciente em adoecimento.

1.2. O contexto do atendimento psicológico hospitalar no período pré-operatório

De acordo com Sebastiani; Maia (2005) referem que o paciente cirúrgico nunca se sente totalmente seguro, pois este procedimento tende a ocasionar um intenso desconforto emocional, manifestando sentimentos de impotência, medo da morte, da dor, da mutilação, de ficar incapacitado, das mudanças na sua imagem corporal. Assim frente à necessidade de realizar uma cirurgia, o paciente sente-se psicologicamente afetado, pois nenhum individuo está preparado, a priori, para um procedimento cirúrgico. O psicólogo deve intervir de maneira a auxiliar na compreensão vivida nesse momento, estabelecendo um elo de confiança entre

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paciente e a equipe de enfermagem, possibilitando a fala referentes as fantasias e devaneios.

Compreende-se então, que nenhum indivíduo está completamente apto para enfrentar um procedimento cirúrgico, sendo importante um acompanhamento psicológico no período pré-operatório. Para SPIELBERGER (1979), se um estímulo interno ou externo ao sujeito for interpretado como perigoso ou ameaçador, este desencadeará uma reação emocional caracterizada como um estado de ansiedade. Nesse sentido, o psicólogo deve atuar com o objetivo de minimizar a angústia e a ansiedade do indivíduo, resgatando a sua particularidade e subjetividade trabalhando na tríade de relação, composta por paciente-família-equipe, projetando um clima de confiança, facilitando a verbalização das fantasias derivadas dos processos psíquicos do procedimento cirúrgico. Contudo, pode-se observar vários aspectos psicológicos confusos e dolorosos que podem acometer os indivíduos a partir do aparecimento da doença e ser agravado no momento do procedimento cirúrgico, transformando em adoecimento.

A doença leva o individuo a uma condição de crise, esse momento rompe com seu equilíbrio físico e psicológico, pois não foi escolhido pelo paciente estar nessa posição, razão porque a doença, por si só, constitui-se como um evento gerador de angústias, medo e ansiedades. A ansiedade é a reação ao perigo ou à ameaça definidas como reação de luta e fuga, ou seja, mecanismos de defesa que tem por finalidade reduzir manifestações que pode colocar em perigo os aspectos psíquicos. É assim porque tende a lutar ou fugir do perigo visando proteger o organismo. No contexto da cirurgia, não é diferente. É possível supor que a antecipação desse evento desencadeia sentimentos potencialmente negativos, baseados na avaliação de cada indivíduo. Além disso, o adoecimento não acomete unicamente o paciente, e sim toda sua família e o círculo social em que convive.

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Uma situação cirúrgica envolve não apenas o ato cirúrgico em si, [...] mas envolve mudança da rotina diária do ser humano, separando-o do contexto a que está habituado e expondo-o ao estresse de uma hospitalização carregada de características e singularidades. Dentre estas características destacam-se a solidão, o medo, a ansiedade, a esperança, a mudança de hábitos e a necessidade imposta de se relacionar com a diversidade de pessoas de princípios desconhecidas, entregando-se aos seus cuidados. (CARRARO, 1997, p.4)

Nesse contexto o indivíduo tem que aceitar o fato de estar doente, enfrentar o processo cirúrgico e se organizar, já que existe uma ruptura em seu cotidiano deixando-o bastante vulnerável ao ambiente hospitalar provocado pela sensação de ausência de controle sobre os procedimentos invasivos. Nesse sentido, prevalecem os exames clínicos, medicamentos administrados, internações entre equipes, afastamento de familiares, a pessoa perde sua liberdade, seu querer, deixa de ser ela mesma, deixa de ser autêntica para ser impessoal, passa a ser submissa e dominada nesse período que antecede a cirurgia.

O período que antecede a cirurgia apresenta uma terminologia específica. Quando o paciente necessita de um procedimento cirúrgico e este é agendado, diz-se que ele diz-se encontra no período perioperatório, que compreende as fadiz-ses: pré-operatório mediato e imediato, transpré-operatório, recuperação anestésica e pós-operatório (SOBECC, 2005). A necessidade de hospitalização e de intervenção cirúrgica potencializa as ameaças pelas quais ele passa, fazendo-o vivenciar um momento de ansiedade que interfere no curso do seu tratamento e na sua recuperação. A ansiedade pode ser vivida pelos pacientes de modos diversificados, podendo interferir no curso do procedimento cirúrgico e na sua recuperação.

Na Hospitalização até o momento do procedimento cirúrgico no bloco, ainda que haja dor física, na maioria das vezes vem acompanhada de processos psíquicos de sofrimento frente a esse novo contexto, Esta dor pode ser apenas física, mas também pode ser uma dor psíquica onde o individuo começa fantasiar sentimentos desconhecidos pelo fato de ter a sua saúde ameaçada. Segundo Simonetti (2011), define esses aspectos psicológicos como as manifestações subjetivas da doença,

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que são as crenças, os sonhos, os conflitos, o estilo de vida, as lembranças e os pensamentos. Ou seja, parafraseando o próprio autor, a doença não fala, o doente sim, esses aspectos podem envolver a doença, transmutando-a em adoecimento, agravando o quadro clínico.

A função do psicólogo diante do indivíduo que se vê no período pré-operatório é de dar suporte a essa nova realidade, onde ele se encontra afastado da família, da rotina, com incertezas quanto ao tratamento, como diz o autor, psicólogo não deve diagnosticar a doença, mas sim o que a doença faz o paciente sentir, é um olhar para além do biológico.

O acompanhamento psicológico ao paciente cirúrgico é abordado por Sebastiani e Maia, que destacam as contribuições da psicologia na atenção ao paciente cirúrgico:

(...) O psicólogo deve atuar com o objetivo de minimizar a angústia e ansiedade do paciente, favorecendo a expressão dos sentimentos e auxiliando na compreensão da situação vivenciada, proporcionando também, um clima de confiança entre o paciente e equipe de saúde, e facilitando a verbalização das fantasias advindas do processo cirúrgico. ( SEBASTIANI, 2005, p. 54)

Em outras palavras a situação de hospitalização será sempre seguida de um sofrimento, de uma dor. Assim, diante da constatação de que a avaliação dos sentimentos ocasionados em decorrência de um processo cirúrgico é extremamente relevante para uma melhor resposta durante e após a cirurgia; e diante também do fato de que o psicólogo assume um importante papel neste contexto.

Conforme Angerami-Camon (2002), mesmo sem a intenção de negar que o passado de uma determinada pessoa irá influenciar não apenas em sua conduta, mas também em sua recuperação física, ainda assim não está errado a afirmação de que a situação de hospitalização é algo único enquanto vivência, não havendo a possibilidade de previsão anterior à sua própria ocorrência.

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Segundo SPIELBERGER (1979), é esperado que indivíduos com alto traço de ansiedade respondam com elevação do estado de ansiedade às situações. Ao ser submetido a um procedimento cirúrgico o ser humano apresenta processos psíquicos relevantes e perceptíveis em relação ao medo. Geralmente tem medo de sentir dor, medo de mostrar medo, da anestesia, medo de uma série de aspectos que compõe as fantasias de mutilação, de ficar desfigurado ou incapacitado, e principalmente, medo de morrer.

A anestesia pode despertar sentimentos ambivalentes no individuo, pois ao mesmo tempo que ela evita dor, ela retira o controle do próprio corpo fazendo o individuo assumir uma posição passiva no procedimento. O próprio termo "submeter-se" a procedimento cirúrgico indica a aceitação de um estado de dependência, maximizando o medo fantasiando que aconteça algo errado e esteja fora do seu controle.

Se considerarmos o pressuposto da evolução das técnicas médicas, o medo que o paciente sente da anestesia deve ser entendido antes como decorrente de suas construções e menos do risco propriamente dito. Nesse sentido, pode-se pensar que esse medo da anestesia deve-se, em grande parte, aos aspectos emocionais que o momento vivenciado pelo individuo está fantasiando.

O procedimento cirúrgico é um ato da medicina que está voltado para a cura das doenças. Se entendemos que apesar do avanço tecnológico nas cirurgias e anestesias não há o sentimento de segurança, precisamos compreender que resta algo do campo subjetivo a ser escutado e trabalhado pela psicologia.

O fato de ser anestesiado implica em uma total perda do controle sobre o próprio corpo, o que pode significar extrema angústia em quem vivencia essa situação. Assim, perante a indispensabilidade de realizar um procedimento cirúrgico, o individuo se sente ameaçado, embora a realidade seja sempre manifestada pela imaginação, esse processo psíquico nunca é totalmente imaginário, ele tem pelo menos em parte uma base concreta. A cirurgia realmente vai acontecer e não existe

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nenhum termo de garantia dizendo que não existe nenhum risco de que alguma coisa possa dar errado.

O período pré-operatório é, portanto, vivenciado pela forma com que o paciente elabora a situação vivida, sendo considerado uma transição na vida do sujeito. O acompanhamento de paciente cirúrgico é campo de atuação desafiador por gerar em cada indivíduo grande instabilidade. Esse processo traz em sua estrutura uma possível desorganização da sua vida, de modo que ocasiona várias alterações em sua subjetividade. Certo medo e ansiedade são reações consideradas normais. Porém, na medida em que essas condições se elevam e se somam à tensão, que o individuo sai do conforto do seu lar e se esbarra com a hospitalização que gera estresse ou outras condições adversas do estado emocional, o sujeito sofre interferências em seu organismo que podem prejudicar o procedimento, deixando profundas alterações, que podem ser passageiras ou permanentes.

Durante o período pré-operatório a identificação de necessidades psicológicas permitem a execução de um plano de intervenções que visem um restabelecimento rápido e seguro dos indivíduos em fase cirúrgica (SEBASTIANI; MAIA, 2005). Neste âmbito, ressalta-se a relevância da psicologia hospitalar no atendimento a indivíduos em fase antecedente ao ato cirúrgico (YAMADA; BEVILACQUA, 2005). Decorre daí a importância do papel desempenhado pelo psicólogo, uma vez que este atua de maneira a proporcionar aos indivíduos institucionalizados suporte emocional frente aos mais variados sentimentos (ANGERAMI-CAMON et al.,1995), assim como referência Simonetti ( 2004), segundo Freud, tratamento psicológico “é o cuidado que qualquer individuo presta ao outro a partir de sua presença em pessoa”.

Durante esta fase o sujeito passa, comumente, por um processo denominado despersonalização, ou seja, perde-se a individualidade. Neste momento a pessoa institucionalizada deixa de possuir seus bens, deixa de ter seu nome e passa a ser chamada pelo número do leito que ocupa ou pela patologia que possui. Situações de constrangimento por exposições de seu corpo durante a realização de determinados procedimentos são aspectos vivenciados por pacientes no pré-operatório. Todas essas e outras situações são momentos presenciados na vida dos enfermos antes do ato cirúrgico (ANGERAMI-CAMON et al.,1995).

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Segundo os autores acima referenciados, a despersonalização do individuo ocasiona alterações no estado emocional dos mesmos, pois acontece uma cisão da sua vida normal. Estas perturbações emocionais podem causar complicações no período de trans e pós–operatório imediato e tardio, pois ao tornar-se paciente, ele torna-se vulnerável aos procedimentos invasivos sem que lhes peçam autorizações e consentimento trazendo assim consequências para seu processo de restabelecimento.

Assim como referência Sebastiani:

Com as rotinas de tratamento, o paciente sente-se, se quisermos falar do aspecto físico, agredido e invadido (invasão que ocorre, por exemplo, através de sondas, cateteres, drenos, etc.), gerando sentimentos de dúvidas, medo, expectativas, sensações estranhas em sua corporeidade, etc., atingindo e, até comprometendo sua identidade (SEBASTIANI, 2005).

É visivelmente notável a quantidade de reações vividas na fase que antecede o procedimento cirúrgico, pode-se inferir que esses momentos são fantasiados pelo individuo de uma forma dramática e assustadora. O medo do desconhecido é a principal causa da insegurança e da ansiedade do paciente pré-cirúrgico. Como referimos, ele teme a morte, a anestesia (temor de acordar no meio da cirurgia e de sentir dor durante o procedimento) o procedimento em si, a recuperação. Frente a essa situação, o profissional psicólogo desempenha uma função de extrema relevância, uma vez que este atua de forma a possibilitar a minimização de tamanho sofrimento (SEBASTIANI E MAIA, 2005; ANGERAMI-CAMON et al., 1995). Assim, para que exerça uma assistência qualificada, é necessário que este atue de forma a contextualizar o paciente em uma dimensão biopsicossocial humanizadora (MEZZOMO et al., 2003). Esta atuação que passamos a discutir no segundo capítulo.

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2. O PAPEL DO PSICÓLOGO NO CONTEXTO HOSPITALAR

“Tão importante quanto conhecer a doença que o homem tem, é conhecer o homem que tem a doença.” (Osler)

A área da psicologia no ambiente hospitalar é relativamente nova, e as instituições hospitalares muitas vezes desconhecem a exata função do psicólogo. Cabe a ele situar à instituição o que pode ser oferecido em termos de atuação e ajuda ao paciente.

O psicólogo hospitalar tem por objetivo observar os aspectos psicológicos do indivíduo doente e sua a subjetividade em torno da doença, sendo eles: sentimentos, emoções, fantasias, sonhos, lembranças e crenças não se limitando apenas ao adoecimento, mas também abrangendo os familiares da pessoa doente e também a equipe médica, trabalhando, assim, os aspectos psicológicos e a subjetividade que eles “carregam” devido ao processo de adoecimento. Além de proporcionar uma melhor ligação entre a tríade paciente-equipe médica-familiares, fortalecendo a relação entre eles (SIMONETTI, 2004).

Considerando a especificidade de nosso tema - a atuação psicológica hospitalar no período pré-operatório - o psicólogo no bloco cirúrgico deve fazer o manejo do vínculo entre o indivíduo e a equipe multidisciplinar. Para que isso aconteça é de vital importância que o psicólogo entenda as atividades que serão desenvolvidas pelos demais componentes que pertence a essa tríade, bem como os limites de cada um, viabilizando uma ação integrada em um único manejo a fim de entender e atender o sofrimento psíquico do ser humano como um todo.

A multidisciplinariedade corre o risco de fragmentação no bloco cirúrgico e consequentemente, a fragmentação do indivíduo. O elo precário que envolve

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paciente e equipe nesse setor pode promover mais sofrimento do que o esperado para o sucesso do procedimento. O psicólogo tem papel fundamental no momento que antecede a cirurgia, juntamente com o indivíduo, atuando como facilitador nessa relação, com o objetivo de favorecer a comunicação, reflexão e conscientização de todos os envolvidos neste difícil processo.

Nesse sentido, o psicólogo no contexto hospitalar não se refere apenas à atenção direta ao paciente, refere-se também atenção que é dispensada à família e a equipe de funcionários do bloco, para que dentro de sua atuação profissional, possa diminuir o sofrimento que a hospitalização e a doença causam ao indivíduo. Estar atento, principalmente, para a maneira como ele reage frente ao período que antecede a cirurgia, como a sua vida psíquica e sua vida social interfere na dinâmica subjetiva, e também como se estabelecem as relações psicológicas entre o paciente, a família e a equipe que compõem o bloco cirúrgico.

Assim sendo, o acompanhamento psicológico no pré-operatório é necessário para que possam identificar e conhecer os sentimentos do indivíduo no momento em que estes podem surgir e, além disso, saber interpretar e auxiliá-lo, para que suas fantasias possam ser controladas e minimizadas, com apoio e compreensão. Lembrando-se desta forma que entrar na instituição não é sinônimo de perder a identidade e aceitar regras impostas, sendo imprescindível resgatar os valores humanos deste paciente, deixando-o decidir sobre seu corpo e a assistência recebida.

Neste contexto alguns conceitos são de vital importância e o psicólogo deve ser um elo especializado do ponto de vista técnico para detectar as necessidades dos indivíduos, familiares e equipe em relação ao momento que estão vivendo. Pois, o objetivo do mesmo é compreender como os fatores biológicos, comportamentais e sociais influenciam na saúde e na doença.

Quando um sujeito tem o diagnóstico de um procedimento cirúrgico, não importa qual seja, a primeira reação é de desespero: "estou doente , vou para uma cirurgia e posso morrer!". Neste momento há uma real percepção da finitude da vida humana, através da antecipação da presença da morte. Este impacto inicial é o

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marco dos processos psíquicos desenvolvidos pelas fantasias causados pelo momento que antecede a cirurgia e o paciente poderá entrar em um processo de luto.

O procedimento cirúrgico, inicialmente, pode ser entendido pelo paciente como "reconfortante", pois através dele, poderá "acabar com isso logo", ele será tratada, finalizando um "problema". No entanto, a "alegria, o alívio" motivado por esta fase que se inicia do tratamento tem um certo tempo de duração, até o momento em que o indivíduo conscientiza-se dos riscos do procedimento, aí pode iniciar-se o luto. Luto pelo corpo que agora fica alienado aos procedimentos invasivos, gerado pelo desamparo e angustia; luto de si mesmo, pela possibilitada, real ou não, de sua morte durante a cirurgia.

Sendo assim, é de vital importância que seja analisados os aspectos psicológicos que envolvem os indivíduos no período que antecedem a cirurgia. Ao receber o diagnóstico, o paciente e a família iniciam alguns processos psíquicos importantes. Para além do tratamento médico são também convocados a lidar com conteúdos emocionais tais como ansiedade, tristeza, angústia, frustrações e esperanças. A grande maioria dos indivíduos se deparam com muitas questões, entre elas o medo da alteração da qualidade de vida, dos efeitos colaterais do tratamento, da não eficácia do tratamento e principalmente o medo de morrer.

Em pesquisa realizada no Hospital Billings da Universidade de Chicago, na década de 1980, a terapeuta Elisabeth Kubler-Ross, investigou o comportamento de pacientes crônicos e terminais, como eles lidavam com o processo da morte. A pesquisadora identificou alguns estágios, que se tornaram clássicos no campo hospitalar, pelos quais os pacientes passam durante do período de tratamento de uma doença grave ou diante do processo de morrer.

Kübler-Ross proporciona uma melhor compreensão do modo como a iminência da morte afeta o indivíduo, os profissionais que o servem, e a sua família, trazendo a esperança a todos os que estão envolvidos no processo, sendo estes: a negação/isolamento, a raiva, a barganha, a depressão e a aceitação. Sendo assim podemos encontrar nos indivíduos que estão no período pré-operatórios esses estágios

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Segundo Kübler-Ross, citada por Simonetti (2011):

Todos os nossos pacientes reagiram quase do mesmo modo com relação às más noticias (o que é típico não só em casos de doença fatal, mas parece ser uma reação humana a pressões fortes e inesperadas), isto é, com choque e descrença. Muitos de nossos pacientes fizeram uso da negação, que podia durar de alguns segundos até muitos meses. Essa negação nunca é uma negação total. Depois dela predominava a raiva e a revolta, manifestadas dos modos mais diversos, como uma inveja dos que podiam viver e agir. Quando os circunstantes conseguiam suportar essa raiva sem assumi-la pessoalmente, ajudavam o paciente a alcançar o estagio temporário de barganha, seguido pela depressão que era o trampolim para a aceitação final. (KÜBLER-ROSS apud SIMONETTI, 2011, p.38-39).

Os estágios, não possuem um tempo predefinido para acontecerem. Abaixo as principais características de cada estágio

1º Estágio: Negação/Isolamento

A fase do diagnóstico é um momento em que o individuo é acometido por um grande choque e não acredita no que está acontecendo. No primeiro estágio, a negação e o isolamento servem como um mecanismo de defesa temporário, um para-choque que alivia o impacto da notícia, uma recusa a confrontar-se com a situação.

Segundo Simonetti (2011), na maioria das vezes o nosso encontro com a doença, é mais parecido com um tropeço inesperado, e que nos desconcerta, do que uma entrevista marcada com antecedência e para a qual podemos nos preparar com vagar. Esse mesmo autor ainda pontua que esse “tropeço” no real faz com que nos defrontemos com uma realidade cruel e absurda porque não existe a possibilidade de representação psíquica da própria morte.

Embora considerado o primeiro estágio, pode aparecer em outros momentos. Muitas vezes também o indivíduo para sustentar seus sentimentos tem necessidade de investigar, recorrer para sites, ter outras opiniões sobre a doença, faz questionamentos sobre os exames e algumas vezes ainda insiste em repeti-los.

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Comportamentos esses, de negação, não são racionais, são mecanismos de defesas que eles utilizam para poder sustentar a situação que se encontram, com isso a negação deve ser respeitada. Normalmente ela é temporária, muitas vezes sendo uma defesa saudável, podendo ser logo substituída por uma aceitação parcial. É de suma importância ressaltar que todo indivíduo em algum momento fará uso da negação e que o isolamento acontecerá mais tarde a negação como um "esconderijo" para se resgatar.

2º Estágio: A raiva

A raiva é a fase na qual surgem sentimentos de ira, revolta, e ressentimento e inveja de quem esta com saúde no momento: “porquê eu?”. Nesse momento o individuo não consegue mais se fixar no estágio da negação com isso, não sendo mais possível negar a doença, a reação passa a ser de revolta, entra em contato com a dura realidade e os sentimentos são substituídos por esse mecanismo de defesa, torna-se mais difícil lidar com o paciente, e ele acaba sendo rotulado como “paciente difícil”, pois a raiva se propaga em todas as direções, projetando-se no ambiente, muitas vezes, sem “razão plausível”. Conforme Simonetti (2011):

O termo “paciente difícil”, tão comum nas enfermarias dos hospitais, não se refere a um paciente cuja doença exija muito da equipe médica quanto à técnica, esse se denomina, na verdade, um caso grave, mas designa o paciente que tem problemas de relacionamento, seja por que esta sempre de cara fechada, não querendo conversar com ninguém, seja por que é muito critico ou sarcástico com os que cuidam de sua saúde, como médicos, enfermeiras ou familiares. O paciente difícil é o protótipo da pessoa na posição de revolta, embora alguns pacientes na posição de pressão também possam receber esse rotulo. (SIMONETTI, 2011, p. 47).

Em momentos como esse, o indivíduo pode apresentar certa agressividade com os que cuidam dele, tanto com equipe de saúde quanto com a família. Essa agressividade pode fazer com que a equipe evite conscientemente ou inconscientemente de lidar com ele.

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De acordo com o mesmo autor,

consciente: “ah, desse daí eu não cuido”; ou inconsciente, por meio de pequenos esquecimentos dos horários de medicação, cuidados muito apressados, silêncio temeroso, etc. Na doença, como na vida, raivosos despertam medo e afastamento. Tratar esses pacientes por esse caminho do isolamento só faz piorar a situação. (SIMONETTI,2011, p. 47).

O importante neste estágio é dedicar tempo e atenção ao paciente com muito respeito, pois logo ele diminuirá sua agressividade e sua raiva, pois nesse momento ele tem dificuldade em lidar com essa nova realidade, Simonetti ( 2011, p 47) nos diz que quando eles podem ser escutados em sua revolta e mal humor, quando podem ter seus sentimentos reconhecidos, seus medos ventilados numa conversa desarmada, geralmente melhoram muito em seus relacionamentos.

3º Estágio: Barganha

Este estágio apresenta-se em um tempo curto, é o menos conhecido. O individuo adota a estratégia de fazer “acordos” e promessas, geralmente com alguma força superior, para adiar.

A maioria das barganhas, geralmente são mantidas em segredo negociadas com Deus. Assumem características de súplicas, pois dificilmente o individuo tem alguma coisa a oferecer a Deus, além de sua vida, e como este parece estar tomando-a.

Normalmente, as promessas podem estar associadas a um processo de culpa, ou seja, a algum comportamento que o indivíduo teve durante a vida e liga a doença a este comportamento e deseja fazer a promessa que não repetirá tal comportamento ou que melhorará como pessoa. Por isso é de vital importância a escuta entre paciente x família e paciente x equipe de saúde, pois estes podem ajudar a diminuir este sentimento de culpa quanto a alguma situação.

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4º Estágio: Depressão

Quando o tratamento não acontece da forma planejada ou que é obrigado a submeter-se a um procedimento cirúrgico. Quando o individuo se entrega passivamente e entra de fato em contato com sua doença, a mesma se agrava, este processo psíquico depressivo pode apresentar-se de muitas formas.

Nessa etapa, trata-se de uma atitude evolutiva, negar não adiantou, agredir e se revoltar também não, fazer barganhas não resolveu. Surge então um sentimento de grande perda. É o sofrimento e a dor psíquica de quem percebe a realidade nua e crua, como ela é realmente, é a consciência plena de que nascemos e morremos sozinhos. Aqui a depressão assume um quadro clínico mais típico e característico; desânimo, desinteresse, apatia, tristeza, choro, etc.

Nessa perspectiva Simontetti (2011), enfatiza que:

Ao contrário da posição negação, com seu pensamento onipotente, a posição de depressão evidencia um pensamento com conteúdo de impotência: é o polo oposto. A pessoa não se acredita capaz de ficar curada nem capaz de enfrentar a situação provocada pela doença, e geralmente percebe seu estado de saúde como sendo mais grave do que realmente é. Outras vezes essa impotência se estende levando a uma descrença nos poderes terapêuticos da medicina e na psicologia. . (SIMONETTI, 2011, p.57).

Os pacientes ficam bastante vulneráveis nessa fase, é necessário e saudável se o paciente entrar num estágio de aceitação. Vale salientar, que existem outros tipos de depressão e que alguns indivíduos já podem ter apresentado outro estado depressivo em outros momentos da vida e que somente um profissional apto poderá investigar e realizar o diagnóstico.

5º Estágio: Aceitação

Nesse estágio o sujeito passa a aceitar a sua situação e seu destino. Deixou de ficar na posição de fantasia e onipotência. Nessa fase se o indivíduo recebeu

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suporte e tiver sido respeitado seu tempo para lidar com as questões que norteiam seu adoecimento e para superar os estágios escritos acima, atingirá uma fase que não sentirá depressão.

Segundo Simonetti (2011 p.63), é como se ela tivesse conseguido esvaziar a doença de todos os seus sentidos imaginários, ficando apenas com seu caroço, um núcleo duro do real que não demanda sentido, e sim pede posicionamento. É um mecanismo de defesa de fuga dos processos psíquicos, como se a dor e os sentimentos se tornassem mais amenos.

Quanto mais o indivíduo resiste ao que está acontecendo, mais difícil é chegar ao estágio de aceitação. Os pacientes que melhor reagem são os que são encorajados a manifestar suas raivas, chorar quando necessitam, a falar seus temores e fantasias. O único sentimento que geralmente persiste em todos os estágios é a esperança.

Segundo Simonetti (2011 p. 67), a esperança é:

o fio que sustenta e conecta as quatro posições (...) ela esta presente, sempre, ate no ultimo instante. A esperança é um fator que se repete em todas as posições, pode ate ter uma “cara” diferente ou vir disfarçada, mas ela esta lá. Na negação é do tipo exagerada, na revolta querelante, exigente, na depressão mínima, quase nada, e no enfrentamento matizada pelo real. (SIMONETTI (2011 p.67).

Kübler-Ross, citada por Simonetti, enfatiza essa questão:

qualquer que fosse o estágio da doença, quaisquer que fossem os mecanismos de aceitação utilizados, todos os nossos pacientes mantiveram, até o ultimo instante, alguma forma de esperança (...) essa esperança deve ser mantida, não importa a forma como seja. (KÜBLER-ROSS apud SIMONETTi, 2011, p.68).

Sendo assim, o único sentimento que geralmente persiste em todos os estágios é a esperança. Ela sustenta psicologicamente o indivíduo que antecede ao procedimento cirúrgico. Porém, nem todos os pacientes passam por todos os estágios e nem necessariamente acontecem nesta ordem, podendo ser até mesmo que regresse para alguma etapa ou nunca vivencie algum estágio.

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A partir do momento que o psicólogo possui conhecimento de qual das fases destes estágios se encontra no período que antecede a cirurgia, fica mais fácil lidar com o indivíduo e seus familiares, pois a família também pode passar pelos estágios, e muitas vezes precisar de suporte para lidar com seus sentimentos e emoções, favorecendo um melhor entendimento da complexidade dos sentimentos vivenciados, tanto pelos familiares quanto pelo paciente diante do adoecimento ou o período que antecede a cirurgia.

Em alguns casos, a família é vista como algo que pode atrapalhar o tratamento. A expectativa que ela tem é que alguém dê uma certeza. É justamente por ser uma situação crítica que ela precisa de cuidados constantes junto ao paciente.

É comum que se produzam desencontros de objetivos que envolvem paciente, família e equipe medica. A este respeito relata Simonetti, no Manual de Psicologia Hospitalar

O paciente que sente a dor quer se livrar dela o mais rápido possível: seu interesse está no sintoma. A Família, angustiada com o sofrimento do paciente, quer se assegurar que a doença não é tão grave e que ele vai ficar bom: seu foco de interesse esta no prognóstico. Já o medico esta muito interessado em descobrir qual a causa da dor do paciente: ele quer descobrir o diagnóstico, pois dele depende para instituir o melhor tratamento.(SIMONETTi, 2011, p.19)

Quando a família tem a demanda de buscar informações, e não é ouvida, é vista como algo que esta solicitando demais, colocando em dúvida o procedimento dos profissionais, criando problemas. Com isso, é de suma importância o acompanhamento dos familiares nesse momento que antecede a cirurgia, essa aliança com ela é apontada como o primeiro dispositivo para o tratamento com o individuo, objetivando, cada um no seu contexto, o melhor suporte emocional para o indivíduo.

Conforme temos constatado em nosso estudo, o adoecimento e a iminência de um procedimento cirúrgico, gera momentos de crises e desestruturação tanto para o paciente quanto para a família. Cada um vivencia esse contexto no qual está

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inserido de maneira diferente, pois as sensações e simbolismos atuais vão depender de experiências anteriores passadas, assim como o tempo que cada pessoa vai necessitar para sua reestruturação psíquica.

Messa (2010), corrobora esta concepção, entendendo que o surgimento de uma doença gera crise e desestrutura a vida não só do paciente, mas também de todo o sistema familiar, pois a família é o primeiro grupo de relações que o indivíduo está inserido. Todos necessitam se organizar e se adaptar a nova situação tornando-se cada vez mais fortes despertando mecanismos de resiliência, conceito de grande relevância na abordagem hospitalar.

A resiliência no âmbito familiar envolve o potencial de crescimento e transformação que pode ser construído nas relações familiares em situações de adversidade. Os processos familiares medeiam o impacto do estresse em todos os membros das famílias e em seus relacionamentos, estimulando a resiliência ou aumentando a vulnerabilidade (WALSH, 2003; 2005).

Esse processo de resiliência faz com que todos envolvidos tenham capacidade de tolerar os acontecimentos e elaborá-lo psiquicamente, ou seja, o indivíduo passa por um processo e tem um acontecimento, tem uma mudança, e mesmo assim tem a capacidade de se reposicionar. Promover as transformações necessárias para alcançar o seu propósito.

Segundo Wielenska

A resiliência, a capacidade de nos refazermos depois de um baque, depende de tolerarmos as frustrações, de conseguirmos assimilar os fatos, de encontrar as alternativas possíveis, negociando com a vida e refazendo nosso caminho. Aceitar as emoções, sem fugir delas, requer um compromisso com as coisas mais essenciais da vida.(WIELENSKA, 2015, n.p.)

Segundo Silva (2005, p.95), o conceito de resiliência é comumente definido como a capacidade do indivíduo, ou a família, de enfrentar as adversidades, ser transformado por elas e conseguir superá-las. A realidade em que o sujeito vive pode ser ameaçadora, colocando em risco a qualidade de seu viver e fazendo-o sofrer, mas ele consegue encontrar recursos que o ajudam a avançar e prosseguir.

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Fernandes (2004)

É a capacidade que algumas famílias possuem como “traços de força”, padrões interacionais flexíveis e recicláveis onde podem aprender com a dor e o sofrimento. Como que um “colete contra balas”, metaforicamente falando.(...) A “lente resiliente” prepara para ver a família ou o casal como desafiante e com capacidade de reparação. (...) O que define família saudável não é a ausência de problemas, mas sim seu poder e habilidade em resolver problemas. (FERNANDES, 2004, n.p).

Então o que pode ser traumático para um indivíduo, pode não ser para outro, que tenha capacidade de tolerar o acontecimento e elaborá-lo psiquicamente e as relações familiares podem ser grande fonte de resiliência nesse período que o individuo esta passando por um processo psíquico no qual será submetido a um procedimento cirúrgico.

É papel do psicólogo, portanto, reconhecer os processos descritos e oferecer suporte para o paciente. Espaço de fala que oportunize a saída de uma posição de mero objeto de intervenção médica, que permita a aceitação da necessidade do tratamento e da intervenção cirúrgica, mas de forma ativa e não na passividade instrumental comumente vigente no campo hospitalar. O reconhecimento dos processos emocionais e familiares envolvidos são fatores fundamentais para que o sujeito possa se colocar e com isso encontrar saída, resilientes para suportar sua condição de paciente.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Nesse trabalho desenvolvemos um relato descritivo e interpretativo sobre Psicologia Hospitalar. Analisamos como foi o seu início na década de 50, e a sua importância do processo de humanização para os indivíduos hospitalizados, que não eram visualizados como um todo, mas sim, exclusivamente pela foco de sua doença. As experiências oriundas da internação e os momentos que antecedem o período pré-operatório são carregados de processos emocionais e comportamentais que podem interferir direta ou indiretamente tanto no tratamento quanto na condição subjetiva global do paciente. Os sentimentos de invasão e agressão, a despersonalização no processo cirúrgico são aspectos mais do que significativos para fundamentar a necessidade de uma intervenção do psicólogo no campo hospitalar.

Os indivíduos em período pré-operatório presenciam muitos sentimentos, sejam estes, medo da anestesia, da morte, angústia, entre outros. Há uma série de dispositivos que podem ser desencadeados ou agravados em decorrência desse momento. Em virtude dos fatos mencionados e da constatação dos sentimentos ocasionados em decorrência de um processo cirúrgico, é extremamente relevante para uma melhor resposta durante e após a cirurgia um acompanhamento, sendo assim, o psicólogo assume um importante papel neste contexto.

Concluímos que, por todos esses aspectos, o psicólogo no momento que antecede a cirurgia promove ao indivíduo uma abordagem humanizada, fornecendo instrumentos terapêuticos para ajudá-lo a diminuir seu sofrimento e ter uma compreensão mais ampla sobre sua condição psíquica, bem como encorajá-lo a criar novas possibilidades de enfrentamento tornando-o mais resiliente. Possibilita-se que esPossibilita-se indivíduo resinifique Possibilita-seu adoecimento e aprenda a lidar melhor com essa transição. Além do paciente, a família se beneficia muito com o acompanhamento, pois esta se encontra quase sempre mobilizada diante da

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situação de risco e sofrimento do familiar, portanto o psicólogo atua como mediador das relações envolvidas.

Concluir esse trabalho não significa encerrar o percurso, mas sim, abrir novas portas, que já não eram as mesmas desde o início. O crescimento em relação as atitudes, decisões, foram decisivos para o amadurecimento como futura profissional de Psicologia.

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REFERÊNCIAS

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WIELENSKA, Regina. Comportamento- Reflexões sobre o indivíduo e sua

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http://www2.uol.com.br/vyaestelar/escapada_imediatista.htm, acessado dia 24/11/2015.

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