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As novas metodologias pedagógicas: um ensaio referente a eficácia dos diferentes métodos e técnicas de ensino-aprendizagem no ensino básico de História

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Academic year: 2021

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UNIJUÍ – UNIVERSIDADE REGIONAL DO NORORESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

CAROLINA BEATRIZ SIPP

AS NOVAS METODOLOGIAS PEDAGÓGICAS: UM ENSAIO REFERENTE A EFICÁCIA DOS DIFERENTES MÉTODOS E TÉCNICAS DE

ENSINO-APRENDIZAGEM NO ENSINO BÁSICO DE HISTÓRIA

IJUÍ,

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CAROLINA BEATRIZ SIPP

AS NOVAS METODOLOGIAS PEDAGÓGICAS: UM ENSAIO REFERENTE A EFICÁCIA DOS DIFERENTES MÉTODOS E TÉCNICAS DE

ENSINO-APRENDIZAGEM NO ENSINO BÁSICO DE HISTÓRIA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de História da Universidade Regional do

Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – Unijuí – como requisito parcial para a obtenção do diploma de Licenciatura em História.

UNIJUI – Universidade regional do noroeste do Estado do Rio Grande do sul

DHE – Departamento de humanidades e educação

.

Orientador(a): Prof.ª Sandra Maria do Amaral

Ijuí,

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Dedico esse trabalho a minha família, pelo amor e apoio incondicional. Aos meus amigos, por toda compreensão e paciência e a todos os meus professores e mestres que construíram essa jornada junto comigo, em especial a minha orientadora.

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“Educai as crianças para que não seja necessário punir os adultos” (Pitágoras).

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ... 5

CAPÍTULO 1 – AS METODOLOGIAS DE ENSINO E A FORMAÇÃO DO PENSAMENTO HISTÓRICO ... 8

1.1 Um ensaio sobre os diferentes métodos e técnicas de estudo ... 9

1.1.1 Questionamento elaborativo ... 10 1.1.2 Auto Explicação ... 11 1.1.3 Sumarização... 12 1.1.4 Destacar e sublinhar ... 12 1.1.5 Associação mnemônica ... 13 1.1.6 Visualização ... 14 1.1.7 Releitura ... 14 1.1.8 Testes práticos ... 15

1.1.9 Prática distribuída de estudos ... 15

1.1.10 Prática intercalada de estudos ... 16

CAPÍTULO 2 – UMA ANALISE DO USO DO LIVRO DIDÁTICO DA PRÁTICA DOCENTE DOS PROFESSORES DE HISTÓRIA DO ENSINO BÁSICO ... 18

2.1 O uso do livro didático nas aulas de história no ensino básico sob a perspectiva docente ... 19

2.2 As aulas de história no ensino básico sob a perspectiva discente ... 20

CAPÍTULO 3 – AS NOVAS METODOLOGIAS DE ENSINO E APRENDIZAGEM ... 29

3.1 A tecnologia e as ferramentas de aprendizagem ... 30

3.1.1 REALIDADE VIRTUAL E REALIDADE AUMENTADA ... 30

3.1.2 SALA DE AULA INVERTIDA ... 30

3.1.3 GAMIFICAÇÃO ... 31

3.1.4 APLICATIVOS PARA SMARTHPHONES ... 31

CONCLUSÃO ... 32

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INTRODUÇÃO

O repasse de conhecimento é algo que acompanha a existência humana e animal desde os seus primórdios, e que de certa forma vem garantindo a sua sobrevivência. Uma arte que não é exclusiva daqueles que possuem um título acadêmico de docente, porém, são os professores os profissionais que se preocupam e vivenciam os mais variados métodos de ensino-aprendizagem.

Métodos esses que em até certo ponto, vão sendo melhorados ao longo dos anos em busca do aprimoramento do processo da construção do conhecimento. Entretanto, a estrutura desse processo permanece a mesma, inabalada. Novas tecnologias são implementadas, um ou outro professor testa alguma metodologia diferente, mas as características de uma sala de aula são basicamente as mesmas das que eram frequentadas cinquenta anos atrás.

São poucos os professores que fazem uma análise ou até mesmo uma pesquisa mais aprofundada da real eficácia dos resultados a curto, médio e longo prazo das metodologias que utilizam em sua prática docente. São raros também aqueles que buscam a se adaptar as novas metodologias que emergem. Aprende-se a ensinar de tal maneira, e assim se faz por toda a vida docente, deixando a velha estrutura da sala de aula, cada vez mais inabalada.

Segundo o censo escolar de 2017, entrou-se no quarto ano consecutivo de diminuição de alunos matriculados nas escolas do país. Em algum fator se tem de buscar a explicação para esses dados, que juntamente com as taxas de evasão escolar, se tornam cada vez mais alarmantes.

A principal questão da atual crise educacional brasileira não é que não se saiba ensinar, muito menos o conteúdo que está sendo ensinado nas escolas, mas sim o fato de que já não se sabe mais lidar com quem está sendo ensinado. Um professor, durante o exercício de sua profissão, tem de atuar com alunos de diferentes gerações, com diferentes ideais e propostas para o futuro.

Se é objetivo da escola proporcionar autonomia e criar cidadãos ativos na sociedade, talvez deva ser levado em consideração a sociedade que estes cidadãos queiram participar. Dar voz e espaço a esses estudantes é algo cada vez mais

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essencial para se estabelecer uma boa relação entre escola e aluno. O processo de ensino aprendizagem só funciona se essa relação funciona, pois como diz a crença popular, não adianta ensinar quem não quer aprender.

No que se trata do ensino especifico da disciplina de história, o desafio maior, além daqueles enfrentados pelos professores de qualquer disciplina, está em fazer com que o aluno se identifique com o conteúdo abordado e o relacione com a sua realidade fazendo com que essa matéria ganhe relevância para ele.

Imagine fazer com que uma criança do sexto ano consiga compreender, distinguir e relacionar a civilização egípcia com a sua própria realidade. Fazer com que ela reconheça os legados deixados por essa civilização, como as pirâmides, além de perceber as heranças que perduram até hoje no cotidiano da sociedade atual, como os métodos contraceptivos por exemplo, não é qualquer um que consegue.

Para isso, os professores possuem uma serie de metodologias e práticas pedagógicas que podem ser aplicadas. O único porém é que são poucos os professores que realizam um estudo acerca da real funcionalidade da metodologia utilizada, principalmente a médio e longo prazo.

Para esse estudo, é necessário mais que um simples teste objetivo ou dissertativo. É necessário que o professor busque estudos que comprove a efetividade da metodologia que pretende utilizar, é necessário que o professor reaplique testes para que se saiba a prevalência dos índices de aprendizagem a médio e longo prazo, para ai sim, afirmar a efetividade da metodologia.

Esse trabalho teve como objetivo promover um ensaio sobre os estudos realizados referentes a eficácia das mais variadas técnicas e metodologias de ensino, analisar a forma com que o livro didático é utilizado nas aulas de história no ensino básico assim como sondar o índice de satisfação dos alunos com as aulas de história ofertadas pelas escolas que frequentam.

Para a obtenção dos resultados a serem demonstrados, as metodologias de pesquisa utilizadas foram a pesquisa de referencial teórico, elaboração de entrevistas com professores atuantes no ensino da disciplina de história na educação básica e aplicação de questionário a alunos dos anos finais do ensino fundamental e do ensino médio de escolas da rede pública e privada.

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Para fins de amostragem e melhor interpretação destes resultados foram utilizados gráficos e tabelas.

A principal justificativa para a escolha dessa temática é principalmente a preocupação com a realidade das salas de aulas do país e a inquietude quanto aos resultados que os professores realmente tenham alcançado nos últimos anos nas aulas de história.

Este trabalho é constituído por três capítulos, os quais serão definidos a seguir. O primeiro capitulo se refere as metodologias de ensino e a formação do pensamento histórico trazendo um ensaio referente aos mais diversos métodos e técnicas de estudo e sua eficácia.

O segundo capítulo faz um estudo da utilização do livro didático nas aulas de história, trazendo entrevistas e analise de um questionário com os quais buscou-se fazer uma interpretação da função do livro didático dentro da pratica pedagógica dos professores assim como o índice de satisfação dos alunos.

O terceiro capítulo aborda as novas possibilidades de metodologias de ensino e aprendizagem sob a perspectiva das novas ferramentas pedagógicas possibilitadas pelo avanço da tecnologia.

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CAPÍTULO 1 – AS METODOLOGIAS DE ENSINO E A FORMAÇÃO DO PENSAMENTO HISTÓRICO

O ensino da história, assim como de todas as outras áreas do conhecimento, vai muito além do simples repasse de informação. Ensinar história requer o uso de metodologias e práticas pedagógicas especificas que deverão resultar na construção e formação do pensamento histórico.

Quando são colocados em discussão os recursos didáticos e metodologias utilizadas em sala de aula no ensino da história, se evidencia os desafios a serem superados pelos docentes desta área. Repensar a metodologia utilizada nas salas de aulas é pensar em meios e métodos que estimulem a curiosidade e interesse pelo conhecimento assim como a percepção da necessidade da preservação do passado. SOUSA (2010, p. 733) argumenta que:

O ensino de história nas escolas ratifica o papel da disciplina na formação de uma consciência (histórica) identitária, como elemento fundante da vida humana prática, influenciando o aprendizado de crianças, adultos e jovens.

É papel da disciplina de história e do professor possibilitar que o aluno perceba a importância da preservação de sua identidade e da identidade dos grupos sociais que integra assim como oportunizar a percepção do reflexo do passado no presente e sua influência no futuro, resultando na formação do pensamento histórico. SOUZA (2010 p. 732 – 733) caracteriza a importância da formação do pensamento histórico:

Pensar historicamente diz respeito à formação de uma consciência histórica, responsável e associada diretamente a práxis social e, este pensar, se associa a problemática do ensinar história às gerações vindouras. Ao ensino de história cabe a responsabilidade de uma formação histórica do indivíduo. Ao ensino se associa uma dimensão do saber histórico responsável por princípios da organização social, cultural, política, cultural e econômica contemporânea.

A formação do pensamento histórico é utilizada pela autora como principal justificativa do ensino da história nos níveis básicos do conhecimento, afirmando que ela não se limita a formação do profissional preocupado apenas com a pesquisa e preceitos da forma historiográfica, ela transcende, em direção a construção da consciência das funções da história na escola e outras instituições educacionais.

Sabe-se porem que, o dia-a-dia das salas de aula e as metodologias aplicadas, de um modo geral, não são mais capazes de cumprir essa função de formação do

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pensamento histórico e de desenvolvimento do senso crítico que caberia a disciplina de história, o que resulta na problemática da era da informação onde se tem acesso a uma quantidade imensa de conteúdo, conhecimento e informação sem saber filtrar ou interpretar aquilo que se teve acesso.

Por isso a tamanha importância e urgência em se analisar, debater e repensar as práticas docentes que, de modo generalizado, basicamente não sofrem grande alternância, enquanto o perfil do aluno e até do próprio professor se encontram em constante mudança e definitivamente não são os mesmo de anos atrás.

1.1 Um ensaio sobre os diferentes métodos e técnicas de estudo

As técnicas de estudo consistem nas táticas de estudo e de assimilação do conteúdo utilizadas pelos alunos, tais como resumo, releituras, testes, auto explicações entre outras. Os alunos fazem uso dessas técnicas auxiliados pelo professor, ou como forma de complementação a metodologia usada em sala de aula.

Esta pesquisa visa estudar a eficácia dos diferentes métodos de estudo, que são vastos. Alunos e docentes se utilizam dessas técnicas sem se preocupar em ter a sua real e efetiva eficiência comprovada. No presente documento foram abordados os diferentes métodos de estudo (tabela 1) se baseando nos trabalhos de Dunlosky e Hartwig e demais intelectuais da área para a verificação da eficácia desses métodos quanto a memorização, capacidade de compreensão e aplicação.

TÉCNICA DESCRIÇÃO

Questionamento elaborativo

Consiste na elaboração de perguntas norteadoras da compreensão de conceitos chaves do conteúdo estudado “por que?” “Como se relacionam?” etc

Auto explicação Explicar o conteúdo a si mesmo, de forma autodidata

Sumarização Consiste em escrever sumários dos textos estudados, retirando-se os

pontos principais e excluindo repetições e partes não importantes

Destacar e sublinhar Destacar ou sublinhar as partes principais do texto enquanto se faz a leitura do mesmo

Associação mnemônica Utilização de acrósticos e similares que façam associação aos pontos principais do conteúdo.

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TABELA 1 – Métodos de estudo verificados e uma breve descrição

¹ Tradução autoral, de trecho retirado da obra de Dunlosky et al, 2013.

1.1.1 Questionamento elaborativo

Qualquer pessoa que tenha convívio com uma criança sabe que umas das palavras mais utilizadas por elas é “por que?”. O ser humano é inquisitivo e curioso por natureza, sempre buscando explicações sobre o que acontece ao seu redor.

Dunlosky e Hartwig afirmam que o questionamento elaborativo consiste em fazer com que os alunos criem uma explicação para qualquer fato declarado com base no seu conhecimento prévio. Os autores argumentam que o questionamento elaborativo aumenta a aprendizagem através da integração da nova informação com o conhecimento já adquirido, o que facilita a organização dessa informação. Porém, o autor ressalta que a organização por si só não é suficiente, o aluno também precisa ser capaz de distinguir os fatos relatados para ser preciso quando for identificar ou utilizar a informação aprendida.

Segundo estudos realizados por pesquisadores da área, o questionamento elaborativo se mostrou capaz de melhorar a aprendizagem de alunos do ensino médio, anos finais e iniciais do ensino fundamental, não foram obtidos resultados em alunos do jardim de infância e primário. Outro ponto chave em que os alunos diferem é quanto o nível prévio de conhecimento. Evidencias sugerem que o conhecimento prévio é um importante moderador dos efeitos do questionamento elaborativo, tanto que os efeitos tendem a crescer quando o conhecimento prévio aumenta.

Visualização Criação de uma imagem mental do objeto de estudo

Releitura Após leitura inicial, realização de uma releitura a fim de assimilar os pontos norteadores do texto abordado.

Testes práticos Auto testes ou aplicação de testes ´práticos acerca do conteúdo a ser estudado.

Prática distribuída de estudos

Consiste na distribuição dos estudos em períodos alternados de tempo ( horas, dias, semanas) no lugar de concentrar o estudo em um único período

Prática intercalada de estudos

Alternância entre os tópicos e tipos de problema em meio a sessão

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Quanto a aplicação dessa metodologia, um dos méritos do questionamento elaborativo é que aparentemente exige um treinamento mínimo, além de não fazer uso de nem material caro e requintado, apresentando uma enorme acessibilidade. Porém, uma limitação foi encontrada por Hamilton (1997, apud Dunslosky e Hartwig) que notou que a metodologia, apesar de ser bastante prescrita quando focada em uma lista de sentenças factuais, quando utilizada para fins mais complexos não se sabe para que direção as perguntas deveriam seguir.

Em suma, a metodologia apresentada possui resultados positivos em uma larga faixa etária, de fácil aplicação e acessibilidade, se mostrando uma ótima ferramenta de mediação entre a informação que o professor deseja repassar e o aluno que acaba trabalhando com o seu próprio conhecimento prévio, se tornando o protagonista na construção de seu conhecimento. O porém desta metodologia se encontra na dificuldade de sua aplicação em temáticas mais complexas.

1.1.2 Auto Explicação

Em termos leigos, a auto explicação seria a metodologia que transformaria o aluno em autodidata. Ao se utilizar desse método, os alunos são desafiados a formular explicações referentes ao material estudado, retomando várias vezes o processo da aprendizagem e criando, dessa forma, uma relação entre o conteúdo abordado e o conhecimento já previamente adquirido, se assimilando de alguma maneira ao processo de questionamento elaborativo que também exige a formulação de questionamentos sobre as novas informações obtidas.

Diversos estudos foram realizados a fim de provar a eficácia dessa metodologia nas mais diferentes áreas do conhecimento, havendo a verificação de que a auto explicação poderia ser eficiente na construção da compreensão em duas situações distintas, sendo elas: a) criando uma espécie de raciocínio desenvolvido a partir de indícios, similar ao processo dedutivo b) quando serve de embasamento para a revisão do conhecimento adquirido.

Apesar dos vários pontos positivos da técnica, como sua acessibilidade e maleabilidade que permite sua utilização nos mais variados materiais, faixa etárias e contextos de estudo, sua eficácia ainda é considerada de nível moderado principalmente devido à falta de pesquisas e estudos que comprovem a eficácia da técnica em longo prazo.

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1.1.3 Sumarização

Alunos das mais variadas faixa etárias e dos mais variados níveis de ensino sofrem com um problema em comum, a quantidade de conteúdo e materiais a qual se espera que sejam capazes de absorver. Para que essa absorção ocorra é necessário que o aluno seja capaz de discernir aquilo que possui relevância em um mar de informações sobressalentes. Para isso os alunos se utilizam de variadas técnicas de resumo que consistem basicamente na sintetização do material de estudo utilizado.

A técnica, de uma maneira geral, tem como objetivo fazer com que se retire do texto que esta sendo estudado, através de um resumo, as informações principais e os pontos norteadores

Os resultados obtidos com a técnica são imprecisos devido as inúmeras variações de sua aplicação, o que dificulta a quantificação dos efeitos alcançados. Presume-se porém, que uma boa sumarização é obtida através da identificação dos pontos e conceitos norteadores e da exclusão dos trechos de pouca relevância.

O método pode ser aplicado de inúmeras maneiras, variando de acordo com as orientações recebidas e finalidade desejada. As pesquisas sobre a técnica porem não se voltaram para desvendar “quando” ou “como” as sumarizações e resumos funcionam, mas sim em como desenvolver a habilidade de sumarização.

Na prática a técnica pode ser considerada de baixa eficiência, isso porque muitas vezes, devido à falta de capacidade de classificação da informações relevantes e dos conceitos norteadores, a técnica acaba se transformando em um desserviço ao estudo do aluno, embora seja evidente que possa ser útil a aqueles estudantes que tenham desenvolvido a capacidade de sintetização das informações, mostrando que para que ocorra eficácia na utilização da técnica é necessária que ela ocorra em sala de aula, onde o aluno possa ser orientado

1.1.4 Destacar e sublinhar

Ao analisar o material de grande parte dos estudantes serão encontrados vários textos com trechos destacados, sublinhados, grifados, técnica que tem como finalidade auxiliar na releitura e revisão do material de estudo e que não exige muito mais esforço do que já empenhado durante a leitura inicial, se caracterizando como prática de fácil acesso e sem necessidade de empenhar muito tempo, que acaba por tornar questionável a sua eficácia.

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Segundo Dunlosky, a seleção das informações que ocorre durante o grifo deveria beneficiar a memória mais do que a simples leitura de um texto. Quando o aluno é obrigado a decidir quais são os trechos mais importantes, ele automaticamente é obrigado a repensar no significado do texto em qual está empenhando sua leitura e relacionar os trechos destacados entre si.

Quanto a implementação da técnica, os alunos já estão familiarizados, e muitos deles já a adotam espontaneamente, a questão é que a forma com que os alunos tipicamente se utilizam dessa metodologia, não é efetiva isso porque os alunos não possuem o treinamento adequado para o domínio da técnica. Na prática, os alunos não são capazes de identificar as partes relevantes do material estudado durante a leitura, assim como também não conseguem relacionar os trechos destacados entre si ao revisar o material.

De modo geral, a eficiência da técnica pode ser considerada baixa, mas poderia ser potencializada se realizada após uma primeira leitura e com descriminação por parte dos estudantes uma vez que sua ineficiência se dá justamente pela sua má utilização.

1.1.5 Associação mnemônica

Uma das práticas de aprendizagem muito utilizada é a criação de uma imagem mental do objeto de estudo, onde se tem a criação de relações simples com o objetivo de memorizar conteúdos complexos. A prática vem sendo utilizada desde a antiguidade, onde gregos e romanos se utilizavam dela para relembrar os poemas antes da invenção da escrita. As associações mnemônicas consistem na associação mental de elementos e, podem contemplar estratégias verbais e de imagem.

Dunlosky e Hartwig (2012), exemplificam a utilização da técnica através do caso de um estudante dos Estados Unidos que tinha como objetivo a aprendizagem da língua francesa, ao se deparar com a palavra la dente (dente) a relaciona com um termo inglês de certa similaridade dentist (dentista), e cria a imagem mental de um dentista segurando um dente molar, podendo criar essa associação ao se deparar com o vocabulário.

A maioria das pesquisas acerca associação mnemônica exigiu algum tipo de treinamento, e por detrás do treinamento ainda existe a necessidade da criação de “palavras-chaves” seja por parte dos alunos, professores, ou elaboradores dos livros.

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O que não seria bom uso do tempo dos alunos que poderiam muito bem optar por outra técnica mais prática e acessível com mesmos índices de memorização.

Com base na bibliografia revisada, a técnica é considerada de baixa utilidade. Sua utilização não é recomendada principalmente por não ter sido comprovada sua eficiência, especialmente em maiores períodos de tempo, não construindo um conhecimento durável

1.1.6 Visualização

De acordo Brooks (1967) apud Dunlosky e Hartwig (2012), ao ler ou ouvir alguma informação, os indivíduos costumam formar uma série de imagens mentalmente, a fim de obter uma melhor compreensão. Denis (1982) apud Dunlosky e Hartwig argumenta que certas pessoas conseguem assimilar conhecimentos com mais facilidade ao construir figuras mentalmente enquanto leem. Seguindo esse contexto, se tem a aplicação da técnica de visualização que tem como metodologia estimular o pensamento através da formação de imagens acerca do material estudado, possibilitando uma maior facilidade na assimilação das novas informações.

Em 2009 Leutner, Leopold e Sumfleth apud Dunlosky e Hartwig (2012) realizaram um teste onde estudantes foram solicitados a ler um artigo sobre o caráter dipolo das moléculas de água durante trinta e cinco minutos. Um grupo realizou a leitura para fins de simples compreensão, enquanto um segundo grupo foi desafiado a criar uma imagem mental do conteúdo de cada parágrafo. Após a leitura, foi aplicado um teste de múltipla escolhas sobre os tópicos abordados no artigo, se obtendo como resultado um percentual de 70¨% de acertos do grupo que se utilizou da técnica de visualização e 65% de acertos daqueles que realizaram a leitura simplificada.

Embora pesquisas, como a retratada acima, demonstrem resultados positivos na utilização da técnica, supõem-se que sua aplicabilidade não seja muito abrangente, pois só funciona com materiais que possibilitem a formação de imagens mentais, caracterizando a metodologia de visualização como de baixa utilidade.

1.1.7 Releitura

A releitura é uma das técnicas mais utilizadas por estudantes de todos os níveis de escolarização. Entre as justificativas de sua utilização tão popular se encontra a possibilidade de ajudar na organização conceitual e compreensão do material, porém pouco se sabe acerca de sua real eficácia.

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Não são muitos os trabalhos de pesquisa relacionado ao assunto, as que se destacam e foram analisadas por Dunlosky e Hartwig (2012) não chegam a uma relação clara entre os resultados obtidos e os métodos de estudo utilizados

Entre os benefícios da técnica, se tem a relativa facilidade de sua utilização, tendo em vista que não requer instruções acerca sua utilização, entretanto o maior benefício do uso da técnica se verifica após segunda leitura do material, de acordo com os estudos de Rothopf (1968) apud Dunlosky e Hartwig (2012).

A técnica é considerada de baixa utilidade considerando que em comparação ao limitado consumo de tempo em consideração a outras técnicas analisadas, se apresenta significativa perda do grau de eficiência.

1.1.8 Testes práticos

Parece ser unanimidade entre os estudantes em geral, a anteposição em realizar o mínimo de testes possíveis principalmente por serem vistos como parte indesejável porem indispensável do processo de aprendizagem. Apesar da falta de popularidade são um dos métodos comprovadamente mais eficientes ao alcance dos alunos podendo aumentar potencialmente a compreensão e retenção dos mais variados tópicos de estudo.

Diferente dos testes avaliativos tradicionais aplicados pelas escolas que tem como o objetivo a avaliação e quantificação do conhecimento adquirido pelo aluno, a técnica dos testes práticos é desenvolvida pelo próprio estudante, que tem como objetivo testar a si mesmo.

Pesquisas da área defendem a tese de que os testes práticos um alto índice de eficiência, justamente por viabilizarem novos caminhos neurais ativando a memória e auxiliando na organização das ideias recebendo assim a classificação de alta utilidade. Pesquisas realizadas com os mais variados perfis de alunos, de diferentes contextos educacionais e abordando diferentes temáticas atestam a aplicabilidade da técnica, acrescentando a esses fatores o fato de não tomar muito tempo e nem fazer uso de treinamentos complexos para sua utilização.

1.1.9 Prática distribuída de estudos

A maioria dos alunos costuma concentrar todo o seu estudo em um único e longo período e muitos deles acreditam que seja até mais efetivo, se o que for levado

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em consideração for o resultado de um teste por exemplo. Entretanto, estudos indicam que distribuir os estudos em sessões menores e intercaladas, a pratica distribuída de estudos, podem gerar grandes frutos a longo prazo. Estudos analisados por Dunlosky et., al 2013 estendem esse prazo para até cinco anos se distribuída corretamente em um prazo de seis meses a um ano.

A utilidade da técnica de prática distribuída é considerada alta levando em conta critérios como acessibilidade, praticidade e flexibilidade do método, se caracterizando por sua extrema simplicidade de aplicação cujo desempenho depende diretamente de uma boa utilização da técnica por parte do aluno como atestam estudos realizados por Carpenter et al (2009), K. C. Bloom e Shuell (1981), Fishman et al (1968) entre outros tantos.

1.1.10 Prática intercalada de estudos

É comum entre os estudantes dar início ao estudo de determinado tópico, finaliza-lo, para só então seguir a diante. Porém estudos sugerem que ao estudar de forma intercalada, misturando tópicos, conteúdos e disciplinas, pode contribuir para que o estudante consiga reter de forma mais eficaz o conteúdo estudado.

Em 2007, Rohrer e Taylor realizaram um experimento com universitários que foram desafiados a resolver exercícios de geometria. Divididos em dois grupos, parte dos estudantes resolvia os exercícios e formulas em sessões únicas, o segundo grupo intercalava as formulas e exercícios. Dos resultados obtidos se tem um percentual de 98% de acerto para o primeiro grupo em contraposição a 68% do segundo grupo, porém, em um novo teste realizado um dia após a prática, aqueles que realizaram os exercícios de forma intercalada obtiveram um percentual de 77% de acertos enquanto aqueles que realizaram em um bloco único obtiveram um percentual de apenas 38% de precisão.

As explicações encontradas pelos intelectuais para o bom desempenho daqueles que se utilizam da prática intercalada se baseiam em um suposto gatilho que a conduta fornece a memória, partindo do princípio de que os alunos fixavam as formulas conforme iam realizando os exercícios pois precisariam delas novamente.

Não se tem certeza quanto a real eficácia dessa metodologia, principalmente devido ao limitado acervo de pesquisas que se dediquem a comprovação de sua eficiência, se caracterizando assim de utilidade moderada.

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Apesar dos diferentes níveis de eficiência das técnicas apresentadas, de maneira geral, o resultado obtido através de sua utilização depende muito do estágio em que o aluno se encontra. Quanto maior o domínio da técnica, maior a autonomia daquele que a utiliza e melhores os resultados.

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CAPÍTULO 2 – UMA ANALISE DO USO DO LIVRO DIDÁTICO DA PRÁTICA DOCENTE DOS PROFESSORES DE HISTÓRIA DO ENSINO BÁSICO

O livro didático é uma das mais conhecidas ferramentas pedagógicas, amplamente utilizada por grande maioria dos docentes. O que estará sendo posto em discussão é a forma com que os professores se utilizam dessa ferramenta dentro de sua prática pedagógica, através de uma análise da estruturação dos livros didático e o quanto a prática docente é delimitada ou incrementada por essa ferramenta.

A utilização do livro didático em sala de aula é justificada pela praticidade e estabilidade que ele traz ao trabalho do professor, universalizando e dosando o conteúdo proposto para cada série, servindo como uma base sobre a qual o professor poderá apoiar a sua prática docente CALLAI (2003, p. 15) comenta:

(...)Todos os alunos com um mesmo livro oferece maior segurança na programação das atividades de ensino. Há a garantia de que os alunos tenham ao seu alcance um texto para leitura e o professor uma proposta de seriação e dosagem do conteúdo (CALLAI, 2003, p.15)

Seguindo essa perspectiva, o livro didático é uma ferramenta muito efetiva no que se trata da construção de uma grade curricular comum e unificada, o que é muito importante para que o aluno não seja prejudicado em relação ao conteúdo ao se transferir de escola por exemplo, mas quando se pensa na construção do conhecimento, sobre ir além do mero repasse de informações, sabemos que cada escola, cada aluno, possui uma realidade diferente, cada qual com suas vivências distintas e problemas a serem superados

A prática docente deve sempre ser adaptada a realidade escolar e do aluno, fazendo com que o aluno possa se identificar e vivenciar aquilo que é repassado nas salas de aula, e não existe maneira disso acontecer através de uma ferramenta que universaliza e generaliza a grade curricular, sem atender a parte específica de cada realidade.

Durante a realização da pesquisa, foram realizadas algumas entrevistas e a aplicação de um questionário, cujos resultados e analises serão apresentadas a seguir, para a melhor percepção de como se dá a utilização do livro didático no ensino básico de história.

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2.1 O uso do livro didático nas aulas de história no ensino básico sob a perspectiva docente

Para se ter uma maior noção sobre o parecer dos docentes quanto a utilização do livro didático nas aulas de história no ensino básico entrevistou-se dois professores atuantes em escolas públicas da rede estadual, possuindo regência em turmas das séries finais do ensino fundamental e turmas do ensino médio. O intuito das entrevistas foi averiguar a função e a importância do livro didático na prática docente desses profissionais, buscando compreender como os professores organizam e adaptam suas metodologias ao fazer uso do livro didático em suas aulas.

Quanto aos entrevistados, ambos possuem mais de uma década de regência em sala de aula na disciplina de história, um graduado em Geografia pela Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUÍ e outro possuí licenciatura em 1º grau em Estudos Sociais e licenciatura plena em Geografia, evidenciando a falta de especialização no campo da história dos professores atuantes nas escolas da rede estadual. Ressaltando que não foram encontrados professores graduados em história atuando nas escolas onde realizou-se a pesquisa.

Ambos docentes entrevistados constantemente se utilizam do livro didático em suas práticas docentes, basicamente uma resposta a praticidade e facilidade que o livro didático proporciona ao trabalho do professor, que tem em mãos um material, que além de abranger grande parte do conteúdo que deseja trabalhar em sala de aula, é acessível a todos os alunos, principalmente ao que se trata das escolas públicas, onde a distribuição dos livros didáticos é garantida pelos órgãos governamentais.

Quanto a escolha dos livros didáticos a serem adquiridos pela escola, e posteriormente utilizados nas aulas, ambos entrevistados afirmaram que participam da seleção, buscando o livro que melhor atende as propostas, metodologia e plano de estudo da escola e do professor. Nesse contexto, ambos professores acreditam que o plano de estudos e conteúdos trabalhados em sala de aula sofrem influência do livro didático, assim como o plano de estudos e conteúdos interferem na escolha do livro didático, tornando-o o material base das aulas.

Quando os docentes entrevistados foram questionados sobre como caracterizariam a função que livro didático desempenha em sua prática docente, o

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definiram como “peça fundamental, importante como subsidio na prática pedagógica” e “um complemento de grande importância.”

Tais afirmações feitas pelos docentes, apenas confirmam o papel do livro didático como principal modulador do fazer pedagógico. É ferramenta primordial no embasamento de seus alunos acerca daquilo que pretende expor em sala de aula, facilitando a organização do conteúdo e o acesso a informação.

2.2 As aulas de história no ensino básico sob a perspectiva discente

Para a averiguação da opinião discente acerca das aulas ofertadas na disciplina de história pelas escolas, foi elaborado um questionário abordando os principais aspectos que englobam o resultado final do trabalho do professor, a aula que o aluno tem a oportunidade de assistir, e consequentemente, a construção da aprendizagem.

O questionário foi aplicado de forma virtual e enviado para vinte alunos (20) do ensino médio e anos finais do fundamental, frequentadores de escolas privadas, estaduais, municipais e federias. Se obteve retorno de onze (11) alunos, que responderam o questionário de forma integral ou parcial. A pesquisa teve como prioridade o estudo do nível de satisfação desses alunos quanto as aulas de história ofertadas pela escola. A primeira questão foi em relação ao sexo dos entrevistados, resultando nas seguintes porcentagens:

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GRÁFICO 1 – Sexo dos alunos entrevistados

Fonte: elaboração autoral, com base nos resultados obtidos através de aplicação de questionário Considerando-se que nem um dos entrevistados optou pela opção “prefiro não especificar” e nem recusou-se a responder a questão, o percentual acima afirmado corresponde a um total de 7 entrevistados sendo do sexo feminino e 4 do sexo masculino.

O gráfico seguinte traz a relação das idades dos candidatos, devendo-se ressaltar que o público alvo da pesquisa foram estudantes dos anos finais do ensino fundamental e alunos do ensino médio e considerando que um dos entrevistados optou por não responder a questão

63.3 36.4

SEXO

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GRÁFICO 2 – Idade dos entrevistados

FONTE: elaboração autoral, com base nos resultados obtidos através de aplicação de questionário

A faixa etária dos entrevistados variou entre os 15 aos 18 anos, obtendo-se uma média de 16,1 anos. Com a seguinte informação conclui-se que grande maioria dos alunos que participaram da pesquisa encontram-se dentro da faixa etária estimada para a série que estão cursando.

Tal fato é complementado pelo gráfico seguinte que mostra o nível de escolaridade atual dos entrevistados, cujo resultado condiz exatamente com a média de idade obtida no gráfico anterior. Deve considerar-se que um dos entrevistados optou por não responder essa questão em específico

3 4 2 1

IDADE

15 16 17 18

(24)

GRAFÍCO 3 – Nível de escolaridade atual dos entrevistados

Fonte: elaboração autoral, com base nos resultados obtidos através de aplicação de questionário

Grande maioria dos que responderam a essa questão, nove (9) dos dez (10) entrevistados, já frequentam o Ensino Médio, enquanto apenas um deles ainda se encontra nos anos finais do ensino fundamental, justificando a média de idade mais elevada encontrada no gráfico anterior.

O quarto gráfico traz a representação de qual a jurisdição da escola que o entrevistado atualmente frequenta, isto é, se é uma escola privada, da rede municipal, estadual ou federal. Grande parte dos entrevistados que responderam a essa questão (70%) são frequentadores de escola privada e o restante frequentam escolas da rede estadual, sendo que nem um entrevistado atualmente frequenta escolas das redes municipais e federais ou outra jurisdição.

90% 10%

NÍVEL DE ENSINO

(25)

GRÁFICO 4 – REDE A QUAL PERTENCE A ESCOLA QUE O ALUNO ATUALMENTE FREQUENTA

FONTE: Elaboração autoral, com base nos dados obtidos através de aplicação de questionário

Uma das questões de maior relevância do questionário, foi o índice de satisfação dos entrevistados quanto as aulas de história ofertadas em sua escola. Surpreendentemente, dos que responderam essa questão, 40% tem história como uma de suas matérias favoritas, outros 20% gostam da disciplina porém trocariam de professor, 30% gosta do professor que ministra a disciplina, mas não gosta da matéria e os outros 10% não se encontram satisfeitos nem insatisfeitos com as aulas ministradas.

30%

70%

REDE DA ESCOLA ATUALMENTE FREQUENTADA

(26)

GRÁFÍCO 5 – índice de satisfação dos entrevistados com as aulas de história ofertadas

FONTE: Elaboração autoral, com base nos dados obtidos através de aplicação de questionário

Dos alunos que tem história como uma de suas matérias favoritas, três (3) estudam em escola privada, um (1) em escola da rede estadual, sendo que três (3) deles já se encontram no ensino médio e um finalizando o ensino fundamental. Assim, a massiva dos alunos que se encontram realmente satisfeitos com as aulas de história ofertadas são alunos de ensino médio das escolas privadas.

O índice de alunos que gosta da disciplina, mas que trocaria de professor é bem baixo, apenas dois, sendo que um frequenta escola da rede estadual e o outro da rede privada, ambos cursando o ensino médio. Tal informação mostra que o desempenho dos docentes de ambas as esferas, pública e privada, se aproximam.

Outra questão a qual buscou-se uma análise durante a pesquisa foi a frequência com que o livro didático é utilizado nas aulas de história, e como o uso do livro se relaciona nos índices de satisfação dos estudantes com as aulas ofertadas.

Dos alunos que responderam que o livro didático é usado em basicamente todas as aulas ou com grande frequência, massiva maioria são frequentadores de

40%

20% 30%

10%

ÍNDICE DE SATISFAÇÃO

simplesmente minha matéria favorita gosto da matéria, mas não do professor gosto do professor, mas não da matéria não estou satifesito nem insatisfeito

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escolas da rede estadual, assim como grande parte dos alunos das escolas privadas responderam que raramente se faz o uso do livro didático ou apostilas nas aulas. Apesar de certamente ocorrerem divergências de metodologias entre as escolas da rede pública e privada, esse fato se deve principalmente à acessibilidade aos livros didáticos que os alunos da rede pública possuem, uma vez que o governo disponibiliza os livros didáticos as escolas, garantindo material didático gratuitamente aos seus alunos.

GRÁFICO 6 – A frequência com a qual os entrevistados utilizam o livro didático de história

FONTE: Elaboração autoral, com base nos dados obtidos através de aplicação de questionário

Após o estudo da frequência com que os alunos utilizam o livro didático nas aulas de história, buscou-se saber a frequência com que os professores fazem uso de documentários, filmes, músicas ou outros materiais complementares. Pouco mais que 70% dos entrevistados afirmaram que basicamente toda aula o professor aparece com algum material diferente, ou que frequentemente o professor se utiliza de documentários, filmes ou outro material como forma de complementar o conteúdo abordado em suas aulas. Cerca de 27% dos estudantes que responderam o questionário afirmam que o professor raramente utiliza algum tipo de material didático em suas aulas além do livro.

Curiosamente, maioria dos que afirmaram que o professor raramente se utiliza de materiais didáticos complementares frequentam escolas da rede estadual. Fato

36.40%

18.20% 45.50%

FREQUÊNCIA DO USO DO LIVRO DIDÁTICO

Usado em basicamente todas as aulas

usado com certa frequencia, complementando demais materiais raramente utilizado

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esse que até explicaria o “comodismo” que o livro traz aos professores, tão comentado por aqueles que fazem oposição ao uso do livro didático. Mas não é algo que pode-se afirmar através despode-se simples questionário, considerando-pode-se que múltiplos fatores devem ser levados em consideração, como por exemplo, ter-se-ia acesso à internet para que o aluno realize sua pesquisa? Acesso a ferramentas midiáticas para que o professor possa criar um trabalho através de um filme, ou até mesmo desafiar os alunos a criação de um vídeo ou música? Tudo isso deve ser considerado antes de culpar exclusivamente a metodologia utilizada pelo professor.

GRÁFICO 7 – Frequência com que se utiliza materiais didáticos complementares ao livro.

FONTE: Elaboração autoral, com base nos dados obtidos através de aplicação de questionário

Se não é uma boa estratégia didática basear-se apenas no livro, o mais surpreendente foi descobrir que os alunos que mais sentiam dificuldade com a metodologia adotada pelo seu professor, foram aqueles que quase não se utilizam do livro durante suas aulas, que deixaram os seguintes comentários acerca das aulas de história ofertadas por sua escola:

“Basicamente assistimos vídeos durante as aulas, nas provas ele coloca mais de 6 capítulos do livro para estudarmos... acho que ele poderia situar onde esta cada conteúdo no livro pra pelo menos estudarmos com antecedência em casa”

“divertidas, embora só olhamos slides ou vídeos”

63.30% 9.10%

27.30%

FREQUENCIA DA UTIIZAÇÃO DE MATERIAIS

COMPLEMENTARES

(29)

Enquanto que, aqueles que utilizam frequentemente o livro didático deixaram comentários muito positivos acerca das aulas ofertadas e da metodologia utilizada. “Excelentes, devido ao método adotado pela professora ao transmitir o conteúdo” “Adoro as aulas de história, ainda mais com o meu professor.”

Tais respostas mostram que o livro didático traz segurança e autonomia ao aluno, principalmente quando se trata de retomar o que foi exposto pelo professor em sala de aula. Uma ferramenta que garante uma fonte segura de informação, em uma estrutura bem organizada, otimizando o tempo de estudo, poupando o aluno de buscar a informação em outras fontes e averiguar a sua veracidade.

(30)

CAPÍTULO 3 – AS NOVAS METODOLOGIAS DE ENSINO E APRENDIZAGEM

A tecnologia se transforma e evolui em ritmos exorbitantes, se tornando cada vez mais portátil e acessível. O professor passando o conteúdo no quadro, disputa a atenção de cada um de seu alunos com um mar de distrações. Sem falar na exorbitante quantidade de informações a qual se tem acesso em apenas alguns cliques, tornado muito fácil fazer com que o alune questione aquilo que está sendo dito pelo professor.

Por esses motivos, um grande número de docentes se recusa a incrementar novas metodologias, principalmente as baseadas em tecnologias, em suas práticas pedagógicas.

O preocupante, entretanto, é que a tecnologia vem se tornando cada vez mais a realidade do cotidiano dos alunos. Ao se afastar o processo de ensino-aprendizagem da realidade dos alunos, fica difícil fazer com que esse seja capaz de relacionar o conteúdo abordado ao seu cotidiano, as suas vivências, comprometendo a construção do conhecimento.

Mudamos a forma como nos comunicamos, fazemos nossas compras e pagamos nossas contas, a forma com que assistimos um filme ou ouvimos música. Até mesmo a forma como guardamos nossas recordações de momentos especiais se transformaram nas últimas décadas. Se vivemos nessa constante revolução tecnológica, a educação é a última coisa que deve ficar estagnada no tempo.

Um desafio diário enfrentado pelos professores, é incorporar a tecnologia em sua prática, utilizando celulares, tablets e redes sociais no espaço da sala de aula. Enxergar esses elementos como algo inoportuno não resolve em nada esse dilema, justamente pelo contrário, o que fica evidente nos índices de evasão escolar que se tem vivenciado.

Toda essa “guerra” por atenção apenas mostra que o aluno de hoje já não cabe mais na sala de aula convencional. As metodologias tradicionais já não são mais suficientes para que o aluno seja protagonista da construção da sua aprendizagem.

É preciso que os professores sejam capazes de saírem de sua zona de conforto, saibam repensar e reinventar suas práticas pedagógicas incrementando cada vez mais seus saberes e fazeres. Que as tecnologias, cada vez mais

(31)

indispensáveis no cotidiano dos alunos, deixem de ser algo inoportuno para os professores e se transformem em mais uma ferramenta pedagógica.

3.1 A tecnologia e as ferramentas de aprendizagem

A tecnologia cada vez mais vem tomando espaço em nosso cotidiano, e na área da educação a tendência não é muito diferente. Além de promover o acesso ilimitado a informação e a comunicação instantânea ela vem se aprimorando e criando ferramentas especificas para o campo educacional, além daquelas que podem facilmente ser adaptadas para este fim.

As técnicas abordadas a seguir representam o resultado de toda a pesquisa, treinamento e adaptações realizadas ao longo da minha prática docente para tornar possível a integração da tecnologia em minha prática pedagógica.

3.1.1 REALIDADE VIRTUAL E REALIDADE AUMENTADA

Embora sejam duas coisas diferentes, ambas as tecnologias foram criadas primeiramente para serem aplicadas em consoles de vídeo games mas apresentam grande potencial para o ensino, principalmente das disciplinas mais teóricas.

Apenas imagine se você pudesse ilustrar de forma mais realista possível, através da realidade virtual ou dos hologramas da realidade aumentada os primórdios da civilização humana. Basicamente uma viagem no tempo.

3.1.2 SALA DE AULA INVERTIDA

Esse é o conceito completamente oposto as metodologias tradicionais onde os alunos possuem um ambiente virtual de estudo onde recebem todo o material teórico que deverão estudar (através de textos, vídeo aulas, atividades etc) que deverão prepara-lo para o encontro presencial com seu professor e colegas, onde poderá debater e tirar suas dúvidas.

A principal prioridade dessa metodologia é deixar a aula menos expositiva, possibilitando um maior espaço para a participação do aluno, que na metodologia tradicional possui um papel passivo dentro da sala de aula.

Além de uma maior participação ativa da aula, a sala de aula invertida possibilita ao aluno uma maior autonomia devido a maior flexibilidade. Esses fatores aliados, contribuem para que o aluno seja cada vez mais o protagonista da construção do seu conhecimento.

(32)

3.1.3 GAMIFICAÇÃO

Nessa metodologia o aluno é desafiado a superar desafios e a interagir com os demais colegas através da dinâmicas dos jogos transformando o ato de aprender em uma verdadeira brincadeira além de promover a integração social

3.1.4 APLICATIVOS PARA SMARTHPHONES

São inúmeros os aplicativos que foram desenvolvidos visando auxiliar a vida dos estudantes, seja tanto na questão de organização, otimização do tempo de estudos além dos aplicativos específicos criados para treinar determinada área do conhecimento.

Essas novas possibilidades metodológicas não possuem a função de substituir as ferramentas pedagógicas tradicionais. Elas surgem como uma complementação da prática docente, cuja a importância de sua utilização se dá na aproximação com a realidade vivenciada pelo aluno

Se utilizar dessas técnicas significa olhar para a crise educacional sob a perspectiva de que o problema não é o conteúdo que está sendo trabalhado nas salas de aula, mas sim, a forma que este conteúdo está sendo repassado.

(33)

CONCLUSÃO

Ensinar história é um desafio constante, principalmente no contexto atual onde as acusações de doutrinação surgem de todos os lados. A função do ensino da história na educação básica é principalmente a formação do pensamento histórico, que aliado ao pensamento crítico, fará com que esse aluno saia da escola sentindo-se parte atuante da sociedade que integra.

A doutrinação, de que tanto acusam os docentes da área, é mais nada que os estudantes colocando em prática o seu senso crítico. Eles sentem a necessidade de serem ouvidos, e quando existe o debate, o embate de ideias, é porque se tem pessoas querendo participar ativamente da sociedade a qual fazem parte. E por trás de tudo isso, provavelmente existe um professor qualificado entre eles, que desempenha muito bem a sua função.

O presente trabalho abordou uma reflexão em torno das mais variadas técnicas de ensino aprendizagem e a comprovação da eficácia das mesmas. Além disso, buscou-se analisar o papel do livro didático na prática docente dos professores da educação básica, especificamente na disciplina de história e o índice de satisfação dos alunos com as aulas.

Ao fim desse trabalho, conclui-se que tão importante quanto os professores repensarem e reinventarem suas práticas docentes, é o estudo da real eficácia de seus métodos e técnicas de ensino aprendizagem para que que a construção do conhecimento não só ocorra, mas também perdure e seja otimizada.

Das técnicas estudadas nesse trabalho, algumas se mostraram mais eficazes do que outras, mas todas possibilitaram maiores resultados quando aplicadas por docentes que realmente tinham conhecimento sobre a técnica que utilizavam. É fundamental que o professor estude, pesquise e compreenda os mecanismos de suas metodologias pedagógicas, para que seja capaz de compreender os resultados que obtém de seus alunos.

Quanto o papel do livro didático na prática docente, mostrou-se de grande riqueza pedagógica quando bem utilizado. Professores o consideram uma das mais importantes ferramentas pedagógicas de sua prática docente, e os alunos o consideram essencial para que consigam uma melhor organização. Tanto é que

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alunos de professores que se utilizam do livro didático se mostraram maioria entre os satisfeitos com as metodologias utilizadas nas aulas de história.

O que não pode acontecer é que toda essa praticidade e organização que o livro didático proporciona se transforme em comodismo. Assim, é importante ressaltar que o professor não deve utilizar o livro apenas para o repasse de informações aos seus alunos, mas percebê-lo como um material qualificado e desenvolver o debate e a argumentação.

Assim, através da pesquisa aqui exposta, justifica-se a relevância de se estudar a efetividade das metodologias utilizadas em sala de aula, assim como se atesta o papel do livro didático como ferramenta pedagógica. E, ainda, buscou-se dar voz a esses alunos para que pudessem analisar o seu processo de formação histórica. Para vencer os índices cada vez mais alarmantes de evasão escolar é preciso incorporar novas formas de ensinar.

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Referências

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