1 Perlita grosseira Perlita fina Martensita Ferrita Cementita
Processos de Fabricação I
Aulas 11: Procedimentos para a análise
micrográfica de material metálico
Prof.: Alexandre Pazian
Objetivos
• Apresentação das técnicas e equipamentos • Preparo das amostras
• Uso do microscópio metalográfico
Introdução
Metalografia:• Estudo dos constituintes e das estruturas dos metais • Macrografia (verificação ao olho nu)
• Bolhas, trincas e vazios
• Micrografia (com o uso de microscópios) • Estrutura cristalina, teor de carbono, • Tratamentos térmicos
• Zona térmicamente afetada
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Seccionamento
Escolha da seção a ser estudada • Corte transversal:
Natureza do material
Homogeneidade da amostra Existência de segregações
Forma e dimensões de bolhas e vazios Profundidade de tratamentos térmicos Zona termicamente afetada de soldas • Corte longitudinal
Trabalho mecânico, (se foi laminado, forjado, fundido) Extensão de tratamentos térmicos
Seccionamento
Obtenção da amostraNão utilizar as operações mecânicas que gerem: • Aquecimento e encruamento
Utilizar o corte com disco abrasivo “cut-off” • Com intensa refrigeração
Classificação dos discos abrasivos • Duros p/ materiais moles • Moles p/ materiais duros
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Seccionamento
Procedimentos para o seccionamento 1. Usar EPI (óculos de segurança) 2. Fixar o corpo de prova firmemente 3. Fechar as proteções do equipamento
4. Verificar se o disco está na posição de descanso 5. Ligar o motor do disco/bomba de refrigeração 6. Aplicar pressão moderada até o completo corte 7. Soltar o corpo de prova
Embutimento da amostra
As amostras são montadas em resinas plásticas com o objetivo: • Facilitar a manipulação
• Proteger as mãos do operador • Evitar a danificação das bordas
Dimensões apropriadas para o preparo da amostra:
• Área de 15 à 25mm2 e espessura entre 7 e 10mm
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Embutimento da amostra
Materiais utilizados:Baquelite - baixo custo e elevada dureza (mais usual) Acrílico - caro, característica é a transparência
Epóxi - qualidade inferior ao baquelite, mais barato e prático Resina plástica sintética - cara, estabilidade dimensional
Embutimento da amostra
O embutimento pode ser a quente e a frio
A quente: aplicação de pressão e temperatura p/ a polimerização do polímero (em pó)
Baquelite, acrílico e resina plástica
A frio: para resinas de polimerização rápida (liquido viscoso) Epóxi
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Embutimento da amostra
Procedimentos para o embutimento a quente 1. Subir o embolo da prensa
2. Posicionar a amostra com a face a ser examinada no embolo 3. Descer o embolo
4. Preencher o espaço vazio com o polímero (baquelite) 5. Reposicionar o embolo e fixar a tampa
6. Ligar o equipamento aplicando pressão e temperatura 7. Manter a pressão até a estabilização (de 3 até 5 min) 8. Circular água no cabeçote
9. Retirara amostra 10. Limpar o equipamento
Embutimento da amostra
Procedimentos para o embutimento a quente
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Lixamento de desbaste
Tem como propósito gerar uma superfície plana
Essa preparação exige o uso de lixas com granulometria sucessivamente menor, no qual ao término a superfície deve:
• Estar livre de riscos, manchas e imperfeições • Revelar trincas e fissuras
Lixamento
• Iniciar com uma lixa 220 • Refrigerar com água
• Ao final de cada lixamento, riscos uniformes e paralelos • Girar 90º uma ou duas vezes em cada estágio
Lixamento de desbaste
Procedimento para o lixamento de desbaste: 1. Preparar a lixadeira com a lixa 220 2. Abrir a torneira com fluxo cte
3. Lixar com ambas as mão a face da amostra 4. Esta etapa termina com os riscos paralelos 5. Lavar em água e secar
6. Utilizar lixadeira com lixa 320
7. Girar a amostra de 90º e repetir os passos 2 - 5
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Lixamento intermediário e de acabamento
Visa obter uma superfície com a menor rugosidade possível A subtituição de lixas por granulometria menor ocorre quando:• Os riscos do lixamento anterior forem removidos • Existir apenas os riscos do presente lixamento Obs. Lavar a amostra a cada troca de lixa
Lixamento intermediário e de acabamento
Ao término do lixamento com a lixa 600, deve-se:• Limpar a amostra com álcool absoluto e algodão hidrófilo • Secar com ar quente
• Examinar o aspecto da superfície
• Armazenar a amostra sob vácuo no dissecador Atenção: não tocar a superfície preparada!
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Polimento
Deve resultar em uma superfície:
• Livre de riscos
• Espelhada
• Com mínima rugosidade
São aplicados abrasivos com granulometria muito pequena • Pó de diamante
• Alumina
Lubrificado com água ou álcool absoluto
Rotação da politriz com o abrasivo - entre 150 e 250 rpm Girar a amostra sobre o disco da politriz com pressão reduzida
Polimento
Procedimento para o correto polimento: 1. Operador com mão limpas
2. Aplicar pequena camada de abrasivo, espalhando-o 3. Ligar a politriz e colocar o lubrificante
4. Durante o polimento segurar a amostra com ambas as mãos 5. Desligar e tampar a politriz
6. Limpar a amostra com álcool absoluto e secar com ar quente 7. Não tocar a superfície!
8. Armazenar a amostra sob vácuo no dissecador
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Polimento
Ataque químico
É utilizado para:• Destacar e identificar características microestruturais • Fases presentes
Os reagentes aplicados são em geral: • Ácidos
• Álcalis
Diluídos em água, álcool ou outro tipo de solvente O processo de ataque químico consiste:
• No contato entre a face da amostra com o reagente
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Ataque químico
Principais reagente utilizados em aços:
Ataque químico
Procedimento para o ataque químico:
1. Preparar a quantidade suficiente do reativo (em um vidro) 2. Limpar a amostra com álcool absoluto e secar com ar quente 3. Imergir a face da amostra no reagente
4. Retirar a amostra e neutralizar com álcool absoluto 5. Secar com algodão hidrófilo e ar quente
6. Efetuar a análise microscópica
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Exame ao microscópio
O microscópio metalúrgico revelará:• A imagem geral tridimensional (c/ pequena ampliação) • O exame detalhado será com ampliações entre 50x e 1000x Microscópios eletrônicos de varredura (20.000x)
Microscópios eletrônicos de transmissão (100.000x)
Nos microscópios metalúrgicos a amostra é iluminada pela luz refletida
Exame ao microscópio
Determinação do Tamanho de Grão ASTM:
• Pode ser estimado por comparação (ampliação de 100x) Com as cartas ou oculares com desenhos nas suas lentes • O tamanho de grão ASTM “G" pode ser calculado
N = 2 (G - 1)
onde:
N: número de grãos por polegada quadrada G: tamanho de grão ASTM
Grossos 1 - 5 Finos 5 - 8
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Exame ao microscópio
Interpretação das micrografias: Inclusões:• Fósforo - forma estrias claras (localiza-se na ferrita) • Enxofre - forma de polígonos de coloração cinzenta • O sulfeto de ferro - não aparece nos aços comuns • Manganês - semelhante ao enxofre
• Silício - não é detectado ao microscópio
Exame ao microscópio
Interpretação das micrografias: Microconstituintes:• Ferrita - grãos claros com finos contornos pretos (90x)
• Cementita - clara com contornos pretos (100x)
Cementita proeutetóide branca envolve colonias de perlita Aço com 1,4%p C
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Exame ao microscópio
Interpretação das micrografias: Microconstituintes:• Perlita - lamelas de ferrita e cementita (3000x)
• Martensita - aspecto em placas (1200x)
Forma de agulha martensita Em branco austenita
1- Como é subdividida a metalografia? 2- Qual o objetivo do estudo da micrografia? 3- Qual o objetivo do estudo da macrografia?
4- Do ponto de vista da secção o que pode ser visto com o corte transversal? E do longitudinal?
5- O que deve ser evitado na operação de seccionamento das peças? 6- Qual a classificação dos aplicada aos discos abrasivos?
7- Descreva a operação de seccionamento.
8- O que propicia o embutimento dos corpos de prova?
9- Quais são os materiais utilizados para o embutimento e quais as suas principais características?
10- Quais os processos de embutimentos aplicados a metalografia?
11- Descreva o processo de embutimento.
12- Qual o procedimento de lixamento de desbaste?
13- Descreva o processo de lixamento intermediário e o de acabamento. 14- Comente o processo de polimento.
15- Quais as características devem resultar o correto polimento? 16- Qual o objetivo do ataque químico?
17- Qual o reagente pode ser aplicado aos aços inoxidáveis, qual a composição e o tempo de ataque?
18- Comente o processo de ataque químico. 19- Como proceder com o uso do microscópio? 20- Descreva a estrutura de um aço perlítico.
Bibliografia utilizada:
CALISTER, W. D. Fundamentos da Ciência e Engenharia de Materiais. 2ª edição. LTC, 2006. ISBN: 978-85-2161-515-6.
COLPAERT, H. Metalografia dos produtos siderúrgicos comuns. 4ª ed São Paulo: Edgard Blücher, 2008.
CHIAVERINI, Vicente. Aços e ferros fundidos: características gerais, tratamentos térmicos, principais tipos. 7 ed. São Paulo: Associação Brasileira de Metalurgia e Metais, 1998.