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Girinos de espécies de Hyla do grupo "Albosignata" (Amphibia, Anura, Hylidae)

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Academic year: 2021

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í)

MARCIA DOS REIS GOMES

GIRINOS DE ESPÉCIES DE HYLA DO GRUPO "ALBOSIGNATA"

( AMPHIBIA, ANURA, HYLIDAE)

Dissertação apresentada à Coordenação de Pós-Graduação em Zoologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, como parte dos requisitos necessários

à obtenção do gráu de Mestre em Ciências Biológicas - Zoologia

ZOOLOGIA/FCC 186

Rio de Janeiro 1996

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MARCIA DOS REIS GOMES

GIRINOS DE ESPÉCIES DE HYLA DO GRUPO "ALBOSIGNATA"

( AMPHJBIA, ANURA, HYLIDAE)

Banca Examinadora:

Prof. Dr. José Pombal Junior

(Presidente da Banca)

Prof. Dr. Sergio P. de Carvalho e Silva

Prof. Dr. Carlos Alberto G. da Cruz

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(3)

iii

LOCAL DE REALIZAÇÃO DO TRABALHO:

Dissertação desenvolvida no

Laboratório de Herpetologia, Departamento de Zoologia, Instituto de

Biologia, U.F.R.J.

Orientador: Prof Dr. Eugenio Izecksohn

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FICHA CATALOGRÁFICA

GOMES, Mareia dos Reis

Girinos de Espécies de Hyla do Grupo "Albosignata" (Amphibia, Anura, Hylidae) Rio de Janeiro, UFRJ, Museu Nacional, 1996. xii, 92 p.

Tese: Mestre em Ciências Biológicas ( Zoologia )

1. Amphibia 2. Hyla 3. Girinos

I. Universidade Federal do Rio de Janeiro - Museu Nacional II. Teses

(5)

V

Ao "Os" pelo apoio e compreensão, aos meus pais Mário e Ilda pelo incentivo e ao Felipe, o "Bipe", pelas privações de mãe que ele possa ter sofrido.

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Somos especialmente gratos ao nosso orientador Professor Doutor Eugenio Izecksohn, da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, pela paciêncía e orientação neste trabalho.

Ao meu marido e amigo Oswaldo, professor da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, quem nos ensinou objetividade no trabalho herpetológico, por sua ajuda em todas as fases deste trabalho, pelos desenhos, sugestões e apoio nas horas necessárias.

Aos meus pais Mário de Sá Gomes e Ilda dos Reis Gomes, pelo apoio e ajuda com o Felipe meu filho, essencial a realização deste trabalho.

Ao amigo Prof Dr. Sergio Postch de Carvalho e Silva, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, que nos iniciou na herpetologia, por sua ajuda nos trabalhos de campo e nas tabelas.

A amiga Prof Ana Maria Paulino Telles de Carvalho e Silva, da Universidade do Rio de Janeiro, companheira de trabalho, pelas conversas e discussões sobre o tema.

As minhas irmãs Ildinha, Rosinha e Regina, e ao meu irmão Ary, que nos auxiliaram sob diversas formas.

Aos amigos do laboratório da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Richard Sachsse, José Duarte de Barros Filho, Ana Carolina Oliveira de Queiroz Carnaval, Ana Claudia Reis Alves, Luiz Norberto Weber, Miguel Angelo Monteiro de Castro Jr., Adriana Pugliese Martins Neto, Henrique Wogel Tavares e Rodrigo Costa, pelo auxilio nos trabalhos de Campo, sugestões, e várias contribuições.

A amiga bióloga Vania Soares Alves, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, pelo apoio e incentivo.

(7)

vii

Aos Profs. Drs. Oswaldo Luiz Peixoto e Carlos Alberto Gonçalves da Cruz, da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, por nos apoiarem na escolha do tema e empréstimo de material da coleção Eugenio Izecksohn.

A Gustavo Luna Peixoto pela ajuda com as "falhas" do computador. A Sra. Maria Amélia Paulino Telles pelo carinho e apoio logístico em Teresópolis, essencial a este trabalho.

A Sra. Fanny Izecksohn pela boa vontade e simpatia com que nos recebia. A Flavio Luna Peixoto pela "arte final" e diagramação desta dissertação. Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Tecnológico e Científico pela bolsa de mestrado.

(8)

Foram estudados e ilustrados os girinos das cmco espécies do grupo "albosignata", e com base nisso caracterizado o grupo.

Os girinos do grupo foram associados a ambientes de água corrente e altitudes superiores a 800m.

Dois conjuntos de gmnos foram distinguidos morfologicamente: o primeiro constituído por H. a/bosignata e H. cavicola, e o segundo por H. callipygia, H. fluminea e H. /eucopygia.

Foi feita uma chave para a identificação dos girinos do grupo, baseada em padrão de colorido, diferença nas estruturas bucais e outros caracteres morfológicos.

Considerações quanto a aspectos ecológicos e preferências ambientais foram feitas, relacionando ainda algumas, como duração do período reprodutivo e altitude, aos conjuntos de girinos.

Foi observado que esses girinos atingem seu maior tamanho em tomo do estágio 3 8, e que dependendo da espécie a cor verde surge em diferentes estágios e diferentes lugares no girino (cauda ou corpo). H. cavicola é a espécie em que a cor verde surge mais cedo (cauda), no estágio 36, e H. a/bosignata é a espécie em que surge mais tarde (corpo), no estágio 41.

Foi ampliada a distribuição geográfica de H. callipygia, H. cavico/a e H. fluminea.

(9)

HYLA TADPOLES OF THE "ALBOSIGNATA" GROUP {AMPIIlBIA, ANURA, HYLIDAE)

Key words: 1. larval descriptions; 2. biology; 3. habitat information

ABSTRACT

ix

Tadpoles of the five Hyla species belonging to the "albosignata" group were studied and illustrated, and their shared characters used to define the group.

Tadpoles of the "albosignata" group were shown to be associated with mountain streams from 800m to higher elevation.

Two groups of tadpoles have been distinguished, the first involving H. albosignata and H. cavicola and the second H. callipygia, H. fluminea, and H. leucopygia.

A key to the tadpoles of the group was elaborated taking into consideration color pattem, oral features and some other morphological traits.

Some remarks on ecological aspects and environmental prefferences were made, associating some of them as a wider reproductive period and lower altitude streams occupation with the first group of tadpoles.

It was observed that the tadpoles of the "albosignata" group get to their maximum size by stage 3 8, and that the green collor typical of all adults appears at different developmental stages and on different body parts depending on the species considered. Among the five species of the group it was found that H. cavicola shows the green color at the earliest stage (36) and H. albosignata at the later ( 41 ).

The known geographic range for H. callipygia, H. cavicola, and H.

(10)

1. Dedicatória ... ... ... v 2. Agradecimentos ... vi 3. Resumo ... ... viii 4. Abstract ...... .. ... ix 5. Introdução ... 1 6. Material e métodos ... ... ... 3 7. Resultados e Discussão: 7. 1. Descrição dos girinos Hyla albosignata .... ... 8

Hyla callipygia ...... ... 12

Hyla cavicola .... 15

Hyla fluminea ... l 9 Hyla leucopygia .... 22

7.2. Aspectos ecológicos e biológicos Hyla albosignata .... 27

Hyla callipygia .... 29

Hyla cavicola ...... ... 31

Hyla fluminea ...... ... 33

Hyla leucopygia ... 36

7.3. Caracterização dos girinos do grupo ... ... 39

7.4. Diferenciação dos girinos ... .40

7.5. Chave para identificação ... .48

(11)

xi 7. 7. Preferências ambientais ... 50 7. 8. Distribuição sazonal ... ... 51 7.9. Simpátrias ... ... 52 8. Conclusões ... 54 9. Referências bibliográficas ... 56 10. Estampas ... 59 11. Apêndice ... 81

(12)

Girin. hi o potet1co e me 1 as toma as ... ... 7 ' . d .d d H. albosignata (girino). ... ... ... ... .. .... 9 H. callipygia (girino) ... ... ... ... 13 H. cavicola (girino) ... ... ... 16 H. fluminea (girino) ... ... . 20 H. leucopygia (girino) ... : ... 23

Girinos do grupo "albosignata" (vista lateral) ... ... ... ... .41

Girinos do grupo "albosignata" (boca) ... ... .. ... .45

Girinos do grupo "albosignata" (olho) ... .47

Espécies do grupo "albosignata" (mapa de distribuição) ... ... ... 60

Sítio reprodutivo de H. albosignata e H. cavicola ... 62

Sítio reprodutivo de H. callipygia ... 64

Sítio reprodutivo de H. fluminea ... 66

Sítio reprodutivo de H. leucopygia ... 68

Girinos do grupo "albosignata" (padrão de cor) ... ... ... 70

Girinos do grupo "albosignata" (mudança de cor) ... 72

Recem-metamorfoseados (padrão de cor) ... ... 74

H. albosignata eH. callipygia (adultos) ... 76

H. cavicola (adulto). ... ... ... .. ... 78

(13)

INTRODUÇÃO

O gênero Hyla segundo DUELLMAN (1993) reúne cerca de 281

espécies, amplamente distribuídas, das quais a maior parte ocorre na região neotropical. PEIXOTO & CRUZ (1983) chamam a atenção para a complexidade deste gênero, devido ao grande contingente de espécies envolvidas, e sua ampla distribuição

geográfica. Citam o reconhecimento por diversos autores (LUIZ, 1973; DUELLMAN,

1970, entre outros) da existência de grupos de espécies reunindo formas com maior grau de afinidade. Mencionam, ainda, a utilização de caracteres larvários na diagnose destes grupos, ressaltando a necessidade de um maior conhecimento sobre larvas para viabilizar a utilização de tais caracteres.

Há no gênero Hy/a, um grupo de' espécies distribuídas na Mata

Atlântica, que se destaca pela coloração verde. Essas espécies, como Hyla

albomarginata, H. a/bojrenata, H. a/bosignata, H. musica e H. prasina, são agrupadas

por DUELLMAN (1970) no grupo "albomarginata", junto a H. ntfitela, espécie centro­

americana. LUIZ (1973), reune apenas as quatro primeiras, denominando-as "espécies verdes do sudeste brasileiro".

PEIXOTO & CRUZ (1983), descrevem os girinos de H. albomarginata, H. albojrenata e H. albosignata, consideradas como membros do grupo "albomarginata", concluindo que: "Ao contrário dos adultos, que possuem semelhanças acentuadas, as larvas do grupo "albomarginata" não nos permitem reunir um conjunto de caracteres peculiares, sendo apenas possível evidenciar semelhanças marcantes entre a

larva de H. ntfitela, estudada por DUELLMAN (1970), e a de H. albomarginata", e

levantam a hipótese das diferenças serem devido às adaptações das larvas a diversos ambientes.

Posteriormente CRUZ & PEIXOTO (1984, 1985), constatam a existência de mais dois complexos de espécies verdes, e descrevem sete espécies. O grupo

(14)

H. albosignata, H. callipygia, H. cavicola, H. fluminea e H. leucopygia ( est. IX a XI), sendo que H. cavicola e H. leucopygia são subgrupadas pela presença de flap anal; e o grupo "albofrenata" por H. albofrenata, H. arildae, H. ariane, H. musica e H.

weygoldti.

Recentemente larvas de anuros vêm ganhando maior importância nos estudos de sistemática ( DUELLMAN, 1970; ALTIG, 1970; SCOTT & JENNINGS, 1985; ALTIG & JOHNSTON, 1986, e 1989; HERO,1990). Como apontado por ÜRTON (1957), a irradiação adaptativa e a convergência das larvas, criaram uma série de adaptações para a vida em determinados tipos de ambiente, tais como poças, riachos, etc ... . No caso dos riachos, ambiente ocupado pelas larvas do grupo "albosignata", os girinos desenvolveram características ecommfológicas convergentes, tais como espessura da musculatura caudal, forma do corpo, aspectos da morfologia oral, entre outras, que os tomaram de dificil distinção.

Os trabalhos de ALTIG (1970) e de ALTIG & JOHNSTON (1986), vêm facilitar o uso de caracteres larvais, uma vez que além de padronizarem a terminologia, sugerem a utilização de novos caracteres.

No presente trabalho pretendemos descrever e comparar morfologicamente as larvas das espécies do grupo "albosignata", fornecendo ainda dados ecológicos e biológicos, que possibilitem, por estes aspectos, caracterizar o grupo e as espécies, trazendo, assim, subsídios à comparação e diferenciação com as espécies do grupo "albofrenata" e com outras espécies cujas larvas ocorram neste mesmo ambiente.

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MATERIAL E MÉTODOS

Para este trabalho o material reunido consistiu principalmente em vários lotes de girinos que foram coletados em riachos acima de 800m de altitude, em

várias localidades da região sudeste e na região sul do Brasil. Os girinos de Hyla

callipygia foram coletados em Itamonte, no estado de Minas Gerais; os de H. leucopygia e os de H. fluminea foram coletados em Teresópolis, no estado do Rio de

Janeiro; os de H. cavicola, foram coletados em Santa Tereza, no estado do Espirito

Santo; e os de H. albosignata foram coletados em São Bento do Sul, no estado de Santa

Catarina. Foram realizadas, pelo menos, duas excursões a cada localidade, visando a

coleta de material e de dados biológicos. Além de girinos, adultos de algumas espécies

foram oportunamente coletados vocalizando, e nesses casos, dados quanto a atividade reprodutiva foram observados.

Além dos exemplares por nós coletados foram examinados, também, girinos vivos de outras localidades, como Paranapiacaba, no estado de São Paulo e Domingos Martins, no estado do Espírito Santo.

A coleta dos girinos foi feita, a princípio com o uso de peneiras, mas por este método, poucos exemplares eram coletados, devido aos hábitos crípticos das larvas deste grupo e a própria topografia dos locais de coleta ( muitas pedras e reentrâncias). Isso nos levou a optar pelo uso de armadilhas ("funil traps"), que deram um melhor resultado. As armadilhas consistiam em duas garrafas grandes de plástico, cortadas sem o fundo, e colocadas uma dentro da outra, de modo a ficarem os dois gargalos no mesmo sentido. Apenas o gargalo externo, era fechado com uma gaze, e para facilitar o afundamento das armadilhas, foram feitas duas perfurações para a saída do ar e colocados pequenos pesos de pesca. Como elemento atrativo, foi usado principalmente figado acompanhado ou não de algum tipo de ração. Para um melhor rendimento, estas foram colocadas entre pedras, ou enfiadas em_ reêntrancias das

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predominantemente noturnos, sendo retiradas bem cedo pela manhã.

Os girinos foram anestesiados com cloretona a 5% e fixados e conservados em formol a 5%. Os adultos foram anestesiados com cloretona a 10%, fixados em formol a 10%, e posteriormente conservados em álcool 70%. No caso dos girinos anestesiados apenas para observações, foi usado cloretona a 2,5%.

Para observações das estruturas orais, modificamos a técnica descrita por CARVALHO E SILVA & CARVALHO E SILVA (1994). Os girinos foram colocados, numa placa de petri com parafina escavada, em cloretona a 5%; depois de anestesiados e com o ventre virado para cima, parte do líquido (cloretona) foi retirado, com uma seringa, até o disco oral ficar emerso e consequentemente distendido, em seguida foram colocadas algumas gotas de formol a 10%, sendo os girinos mantidos assim até o enrijecimento das estruturas orais.

A medição dos recém-metamorfoseados e algumas medidas dos girinos foram feitas com paquímetro (precisão de 0,05mm). O restante das medidas, foi feito com ocular milimetrada acoplada a microscópio estereoscópico (lupa).

Visando observações biológicas e comportamentais, alguns gmnos foram mantidos vivos em aquários no laboratório. Para acompanhar o crescimento e verificar em que estágio o girino atinge o maior tamanho, eles foram periodicamente anestesiados ( diversos estágios) e medidos. Pela impossibilidade de marcação, estes foram mantidos em recipientes separados e numerados.

A determinação dos estágios dos girinos foi baseada na tabela de GosNER (1960). As abreviações e a forma como as medidas foram feitas se encontram na figura 1. As medidas nas descrições correspondem ao menor e maior valores encontrados entre 1 O exemplares de girinos de cada espécie, no estágio 28, estando as médias entre parênteses.

Uma vez pertencendo os girinos a um grupo de espécies, em que os girinos são castanhos e os adultos tem coloração verde, procurou-se também verificar

(17)

5

em que estágio de desenvolvimento e em que região do corpo do girino a cor verde começava a aparecer em cada espécie.

A coloração da íris, e o padrão de cor do olho, são caracteres importantes na diferenciação entre as espécies deste grupo. A íris, nos adultos, varia desde o rosa ao vermelho intenso e pode ocorrer nela, assim como na dos girinos, um anel de tonalidade diferenciada. Nos girinos, ocorre variação de cor do laranja ao vermelho, além de variação na concentração e distribuição de pontos pretos. Para diferenciar a tonalidade de vermelho do olho, assim como a coloração verde do corpo por espécie, utilizamos o catálogo de cores SMTIHE (1975).

A fórmula dentária e a nomenclatura das estruturas da boca foram baseadas em ALTIG { l 970) e ALTIG& JOHNSTON {l986).

As abreviações utilizadas no texto correspondem as seguintes medidas: ctot ( comprimento total); cc ( comprimento do corpo); lcor (largura do corpo); ccau (comprimento da cauda); acau (altura da cauda); acor (altura do corpo); dna (diâmetro da narina); dol (diâmetro do olho); fsc (distância do focinho ao ponto de surgimento da cauda); ams (altura da membrana superior); ami (altura da membrana inferior); o.o (distância interocular); n.n (distância entre as narinas); n.f (distância da narina ao focinho); o.f (distância do olho ao focinho); es.f (distância do espiráculo ao focinho); lboc (largura da boca); n.o (distância da narina ao olho); es.an (distância do espiráculo ao ânus).

Afim de evitar distorções foram utilizadas proporções ao invés das medidas absolutas, para comparação entre as espécies, assim relacionamos:

a) com comprimento total: comprimento do corpo e comprimento da cauda.

b) com comprimento do corpo: largura do corpo, diâmetro da narina, diâmetro do olho, distância do focinho ao surgimento da cauda, comprimento do corpo subtraída a distância do focinho ao surgimento da cauda, e distância do espiráculo ao focinho.

c) com largura do corpo: altura do corpo e largura da boca.

d) com distância entre as narinas: distância da narina ao olho e da narina ao focinho.

(18)

O material utilizado encontra-se na coleção S. P de Carvalho e Silva (SPCS) depositada no Departamento de Zoologia, Instituto de Biologia, Universidade Federal do Rio de Janeiro. Outras coleções utilizadas foram a coleção Eugenio Izecksohn (EI), depositada na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro; a coleção do Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo (MZUSP) e a Coleção Wemer C. A. Bokerman (WCAB), presentemente depositada na última instituição.

(19)

am,

acor

lcor

Fig. ! : Girino hipotético evidenciando a forma de tomada das medidas usadas.

Abreviações: acau (altura da cauda); acor (altura do corpo); anti (altura da membrana inferior); ams (altura da membrana superior); cc (comprimento do corpo); ctot (comprimento total); dol (diâmetro do olho); es.an (distância do espiráculo ao ânus); es.f (distância do espiráculo ao focinho); fsc (distância do focinho ao ponto de surgimento da cauda); lboc (largura da boca); lcor (largura do corpo); n.f (distância da narina ao focinho): n.n (distância entre as narinas); o.n (distância do olho à narina); o.o (distância interocular).

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Hyla albosignata (SPCS 5598)

( Fig. 2: a, b, c, d; fig. 9 a; est. VI a)

Corpo em vista dorsal ovalado, representando de 27% a 3 1 % (29%) do comprimento total, com largura maior que a altura, representando entre 53% a 67% (59%) do comprimento do corpo; narinas reniformes com uma projeção no bordo interno, mais próximas dos olhos do que da extremidade do focinho, mais afastadas entre si, cerca de 1,5 vezes, do que da extremidade do focinho, e mais afastadas entre si, cerca de 2,5 vezes do que dos olhos; olhos dorsolaterais, contidos aproximadamente cerca de 2, 4 vezes na distância interorbital, mais afastados da extremidade do focinho do que entre si; espiráculo sinistro posicionado entre 57% a 65% (62%) do comprimento do corpo, com abertura ligeiramente voltada para cima; tubo anal mediano, pouco mais longo do que largo com abertura voltada para direita. Cauda representando de 69% a 73% (71%) do comprimento total, altura ultrapassando a do corpo de 0,8mm a 1,4mm ( l , lmm), com seu ponto mais alto no terço anterior e extremidade arredondada. Musculatura caudal moderada; nadadeira dorsal, de controno arqueado, invadindo o corpo em cerca de 1 1 % deste, com altura média de 2,2mm no ponto mais alto (início do terço posterior), e correspondendo a cerca de 30% da altura da cauda; nadadeira ventral mais baixa que a dorsal, com altura variando de 1,4mm a 2,0mm ( 1,8mm) no ponto mais alto (terço posterior).

Boca ventral, ocupando de 37% a 44% (40%) da largura do corpo; prega dérmica interrompida anteriormente, com três reentrâncias no lábio posterior, apresentando uma fileira de papilas na parte anterior e lateral, podendo em alguns

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9

a

Fig. 2: Hyla albosignata, SPCS 5598, gmno estágio 28, São Bento do Sul, estado de Santa

Catarina - a: vista lateral; b: vista dorsal; e: vista ventral; d: boca. Escalas: 1 0mm (girinos); 1 mm (boca).

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com duas fileiras de papilas marginais; fórmula dentária 2(2) / 4(1), sendo que a primeira fileira anterior de dentículos invade a interrupção de papilas, e é de tamanho equivalente a segunda fileira anterior, a primeira fileira posterior de dentículos tem a interrupção pequena, a segunda fileira posterior é pouco maior que a primeira fileira, a terceira pouco mais curta que a segunda e a quarta curta; maxila e mandíbula média em arco largo e "V" amplo.

COLORAÇÃO EM VIDA: Corpo em vista lateral castanho escuro, com uma faixa arqueada escurecida à frente do olho até a extremidade do focinho, e com riscos arqueados nacarados abaixo do espiráculo, dando um aspecto granitado; extremidade do espiráculo esbranquiçada; íris preta com poucos e pequenos pontos alaranjados e um anel estreito alaranjado, "orange yellow" (18), em volta da pupila.

Em vista dorsal o corpo é castanho escuro, com uma faixa enegrecida entre os olhos, e pigmentação escura ao redor das narinas.

Cauda parda com muitas manchas beges claras no terço posterior, com nuance avermelhada marginal nas nadadeiras, mais acentuada na dorsal. Musculatura com uma faixa longitudinal enegrecida na linha média, até o início do terço médio e uma faixa superior enegrecida, longitudinal, contínua até o início do terço posterior, onde a musculatura tem um aspecto marmoreado, pela presença de manchas beges. Nadadeira dorsal transparente com aspecto marmoreado pela presença de manchas pardo-escuras, mais concentradas no terço anterior, e margem avermelhada. Nadadeira ventral transparente com poucas manchas pardas, mais concentradas no terço posterior e com margem levemente avermelhada. Em estágios menos avançados os girinos tem um aspecto geral mais amarelado.

Ventre transparente com nscos arqueados, nacarados, mais concentrados na região da gula, e uma faixa branca iridescente longitudinal e mediana, desde a região posterior a gula até o final do corpo.

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1 1 COLORAÇÃO EM FIXADOR: Corpo em vista dorsal pardo amarelado, algo mais claro na região lateral a uma faixa mediana estreita, castanha, iniciando desde atrás dos olhos até quase ao final do corpo, e numa mancha arredondada, mediana imediatamente atrás dos olhos; entre os olhos uma região escura em forma de cunha, voltada para o focinho e uma mancha da mesma cor em tomo das narinas; em vista lateral a metade anterior e a região à frente dos olhos da mesma cor do dorso; região inferior bege, disco oral e parte distal do espiráculo esbranquiçados; ventre bege com uma faixa mediana transparente, que se estende do final da região guiar até a o final do corpo; região guiar com pigmentação castanha; musculatura caudal bege com pigmentação castanha mais concentrada nos terços finais, com uma faixa mediana castanho escura até o terço médio, e uma faixa dorsal castanha, inicialmente contínua; nadadeira dorsal translúcida, pardo­ amarelada nos terços anteriores e bege no final, com pigmentação castanha dispersa; nadadeira ventral translúcida, bege com pigmentação castanha apenas nos terços posteriores.

MATERIAL EXAMINADO Girinos:

Estado de Santa Catarina, São Bento do Sul: SPCS 5598,

m -

93; SPCS 6966, II - 96. Adultos:

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Hyla callipygia (SPCS 5245, SPCS 5247)

( Fig.3: a, b, c, d; fig.9 b; est. VI b )

Corpo em vista dorsal ovalado, representando de 31 % a 3 7% (34%) do comprimento total, com largura maior que a altura, representando entre 56% e 63% (60%) do comprimento do corpo; narinas reniformes com uma projeção no bordo interno, mais afastadas entre si, cerca de 1,4 vezes, do que da extremidade do focinho , e cerca de 2, 4 vezes mais afastadas entre si do que dos olhos; olhos dorso laterais, contidos aproximadamente 3,1 vezes na distância interorbital, ligeiramente mais afastados do focinho do que entre si; espiráculo sinistro posicionado entre 57% e 66% (61%) do comprimento do corpo, ligeiramente voltado para cima; tubo anal mediano quase tão largo quanto longo, com abertura voltada para a direita. Cauda representando de 65% a 67% (66%) do comprimento total, altura ultrapassando a do corpo de 0,8mm a 2,7mm (1,9mm), tendo seu ponto mais alto no terço anterior, e terminando em ponta arredondada; musculatura caudal moderada; nadadeira dorsal levemente arqueada, invadindo em cerca de 15% o final do corpo, com maior altura no terço médio; nadadeira ventral mais baixa que a dorsal variando em altura de 2,5mm a 3,6mm (3,0mm) no ponto mais alto (final do terço médio), de contorno levemente retilíneo no terço anterior e levemente arqueado nos terços restantes.

Boca ventral, ocupando de 35% a 40% (38%) da largura do corpo; prega dérmica interrompida anteriormente, com três reentrâncias no lábio anterior, apresentando uma única fileira de papilas marginais, podendo em alguns indivíduos apresentar duas fileiras na porção posterior, e muitas papilas submarginais, principalmente na parte lateral e posterior; fórmula dentária 2(2) / 4(1 }, sendo que a primeira fileira anterior de dentículos invade a interrupção de papilas, a segunda fileira anterior é ligeiramente maior que a primeira, a segunda posterior é ligeiramente mais comprida e a quarta um pouco mais curta que as outras, maxila e mandíbula médias, em arco amplo e "V"amplo.

(25)

1 3

a

d

Fig. 3: Hyla callipygia, SPCS 5247, girino estágio 28, Itamonte, estado de Minas Gerais -a: vista lateral; b: vista dorsal; c: vista ventral; SPCS 4837, mesma localidade - d: boca. Escalas: 10mm (girinos); 1 mm (boca).

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COLORAÇÃO EM VIDA: Corpo em vista lateral e dorsal de pardo amarelado à escuro, com pontuações enegrecidas dispersas; uma faixa enegrecida obliqua, iniciando no olho até o canto da boca; alguns indivíduos com uma mancha enegrecida anterior ao espiráculo e outra logo após o mesmo; extremidade distal do espiráculo branca; olhos pretos com pontos alaranjados "chrome orange" (16) e um anel estreito, ao redor da pupila, vermelho "flame scarlet" ( 15).

Musculatura caudal parda com uma nuance grafite, e manchas beges dispersas podendo se estender até a metade da cauda; uma faixa enegrecida mediana e longitudinal até o final do terço anterior e uma faixa enegrecida dorsal, interrompida por áreas beges até o final da cauda. Nadadeiras transparentes com pigmentação grafite principalmente no final da dorsal e nas margens, e uma faixa marginal de tonalidade avermelhada mais intensa na dorsal.

Corpo em vista ventral transparente com manchas nacaradas dispersas, podendo ser mais concentradas na região central logo após o espiráculo, variando em extensão em alguns indivíduos.

COLORAÇÃO EM FIXADOR: Corpo em vista dorsal castanho, com pontuações enegrecidas dispersas, algo mais escuro na região lateral e em uma faixa estreita mediana do final do corpo até atras dos olhos; entre os olhos uma região enegrecida em forma de cunha voltada para o focinho; em vista lateral metade anterior pardo amarelada e metade posterior castanho; parte distal do espiráculo e lábios brancos; ventre esbranquiçado, principalmente na região do intestino com uma estreita faixa mediana transparente; na região posterior à boca uma faixa castanho claro com pontos escuros; musculatura caudal pardo amarelada com algumas manchas amareladas mais concentradas no terço anterior onde há uma faixa mediana castanho; na parte dorsal uma faixa tracejada de cor castanha, que se inicia na metade do terço anterior e vai até o final da cauda, antecedida por pontos castanhos escuros; nadadeira dorsal amarelada translúcida com pigmentação

(27)

(

"

15

castanho dispersa; nadadeira ventral esbranquiçada, translúcida com pigmentação castanho marginal no terço anterior e dispersa nos restantes.

MATERIAL EXAMINADO Girinos:

Estado de Minas Gerais, ltamonte: SPCS 4835, SPCS 4836, SPCS 4837, ill - 92; SPCS 5245, SPCS 5247, IX - 92; SPCS 6880, I - 96.

Estado de São Paulo, Bocaina: SPCS 6255, I - 95; WCAB s/nº, XI - 65; WCAB s/nº, XI - 69.

Adultos:

Estado de Minas Gerais, Itamonte: SPCS 5275/76, IX - 92 , Divisa Estado de Minas Gerais / Estado do Rio de Janeiro, SPCS 5248, EI 9326, IX - 92.

Hyla cavicola

(SPCS 6063)

( Fig. 4: a, b, c, d; fig. 9 c; est. VI c )

Corpo em vista dorsal ovalado, ligeiramente mais largo do que alto, com largura representando entre 53% e 63% (58%) do comprimento; focinho arredondado; narinas reniformes com uma projeção no bordo interno, mais próximas dos olhos que da extremidade do focinho, mais afastadas entre si, cerca de 1 , 4 vezes do que da extremidade do focinho, e cerca de 2,5 vezes mais afastadas entre si do que dos olhos; olhos dorsolaterais, contidos aproximadamente 2, 7 vezes na distância interorbital, tão afastados entre si quanto da extremidade do focinho; espiráculo sinistro, posicionado entre 60% e 67% (64%) do comprimento do corpo, com abertura voltada para trás; tubo anal mediano, quase tão largo quanto longo, com abertura voltada para direita. Cauda

(28)

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Fig. 4: Hyla cavicola, EI 9325, girino estágio 36, Santa Tereza, estado do Espírito Santo -a: vista lateral; b: vista dorsal; c: vista ventral; SPCS 6063, mesma localidade - d: boca. Escalas: 10mm (girinos); 1 mm (boca).

(29)

17

representando de 71% a 73% (73%) do comprimento total, altura ultrapassando a do corpo de 1,2mm a 2,4mm (1,6mm), tendo seu ponto mais alto no final do terço anterior e extremidade arredondada; musculatura caudal desenvolvida; nadadeira dorsal invadindo em cerca de 11 %, o final do corpo, de contorno ascendente, ligeiramente retilíneo até a metade do seu comprimento, com o ponto mais alto no final do terço médio; nadadeira ventral, pouco mais baixa que a dorsal, com altura quase constante, variando de 1,8mm a 2,2mm (1,9mm) no ponto mais alto, início do terço posterior.

Boca ventral, ocupando cerca de 34% a 38% (36%) da largura do corpo; prega dérmica apresentando uma única fileira de papilas marginais, interrompida anteriormente, e com três reentrâncias na parte posterior, poucas papilas submarginais; fórmula dentária 2(2) /4 (1 ), sendo as duas fileiras anteriores de tamanho equivalente, a segunda posterior mais comprida, a terceira curta e a quarta débil e quase sempre deformada; maxila estreita em arco largo e mandíbula média em "V" amplo.

COLORAÇÃO EM VIDA: Corpo, em vista lateral, castanho avermelhado com pequenos riscos nacadados em forma de escamas, mais visíveis abaixo da linha média; espiráculo castanho avermelhado com um anel distal esbranquiçado; uma faixa escurecida à frente do olho até a extremidade do focinho, e abaixo dessa faixa uma mancha irregular escura; na linha do olho até o final do corpo, uma faixa discreta escurecida, que pode variar em extensão nos indivíduos; íris preta com pontos alaranjados, mais concentrados na parte externa, e um anel estreito alaranjado, "spectrum orange" (17), ao redor da pupila.

Em vista dorsal, o corpo é pardo com manchas pretas arredondadas dispersas; uma faixa em forma de V começando nas narinas e outra transversal discreta, entre os olhos, ambas escurecidas.

Cauda castanho avermelhada no terço anterior e acinzentada no restante, após o estágio 37 o acinzentado se toma esverdeado; nos estágios pouco avançados a coloração da cauda é mais homogênea. O dorso da musculatura, em vista lateral, apresenta uma faixa longitudinal escurecida, contínua de extensão variável, que se

(30)

riscos brancos arqueados, em forma de escamas, dos flancos, na linha média uma faixa longitudinal enegrecida e manchas esbranquiçadas dispersas, por toda extensão da musculatura. Nadadeira dorsal avermelhada com uma pigmentação escurecida dispersa, mais concentrada no final, e uma faixa marginal cor de tijolo; nadadeira ventral transparente com uma faixa marginal tijolo no terço posterior.

Ventre transparente no quarto anterior, e o restante com pigmentação nacarada relativamente contínua.

COLORAÇÃO EM FIXADOR: Corpo em vista dorsal pardo, castanho escuro na região mais externa dos terços posteriores, e numa faixa mediana estreita, que vai do terço médio até o meio do terço posterior, entre os olhos uma mancha castanho escura em forma de cunha, dirigida para o focinho, e duas da mesma cor ao lado de cada narina; em vista lateral o corpo é pardo no terço anterior e castanho escuro nos restantes, lábios e parte distal do espiráculo esbranquiçados; ventre esbranquiçado, ligeiramente pardacento na região guiar, onde há duas faixas castanho escuras em forma de arco, saindo de cada canto da boca, e uma faixa muito estreita transparente, na região do intestino; musculatura caudal parda com manchas bege dispersas, com uma faixa mediana, castanho escura até o terço médio, e uma dorsal pardo escura, inicialmente contínua e tracejada até o final da cauda; nadadeira dorsal translúcida com pigmentação parda, formando desenhos no terço anterior; nadadeira ventral translúcida

MATERIAL EXAMINADO Girinos:

Estado do Espirito Santo, Santa Tereza: SPCS 4611, X - 91; SPCS 6063, NN - 94; EI 9325, X - 1980.

(31)

19

Adultos:

Estado do Espírito Santo, Domingos Martins: SPCS 6314, VII - 95.

Hylafluminea

(SPCS 6341, SPCS 6342)

( Fig.5: a, b, c, d; fig. 9 d; est. VI d )

Corpo, em vista dorsal, ovalado, representando entre 31 % e 34% (32%) do comprimento total, com largura maior que a altura, representando entre 53% e 63% (59%) do comprimento do corpo; focinho arredondado; narinas reniformes, com uma projeção no bordo interno, mais afastadas entre si, cerca de 1,5 vezes do que da extremidade do focinho; mais afastadas entre si, cerca de 2,3 vezes do que dos olhos e mais afastadas da extremidade do focinho do que dos olhos; olhos dorsolaterais, ligeiramente mais afastados entre si do que da extremidade do focinho, contidos cerca de 2,8 vezes na distância interorbital; espiráculo sinistro, posicionado entre 50% e 62% (57%) do comprimento do corpo, ligeiramente voltado para acima; tubo anal mediano, quase tão largo quanto longo, com abertura voltada para a direita. Cauda representando entre 66% e 69% ( 68%) do comprimento total, com altura ultrapassando a do corpo desde 0,7mm a 3,4mm (1,8mm), tendo o ponto mais alto entre a metade e o final de seu terço anterior, extremidade da cauda arredondada. Musculatura caudal moderada; nadadeira dorsal invadindo em cerca de 9 ,5% o corpo, com contorno levemente arqueado, correspondendo, em média, a cerca de 35% da altura da cauda e com altura máxima, em média, de 4,0mm no ponto mais alto (início do terço posterior), afilando na extremidade; nadadeira ventral mais baixa que a dorsal, com altura variando entre 2,2mm e 3,4mm (2,9mm) no ponto mais alto (início do terço final).

Boca ventral, ocupando de 3 1 % a 40% (3 5%) da largura do corpo; prega dérmica com uma única fileira de papilas, interrompida anteriorormente, com três reentrâncias no lábio posterior, sendo a do meio bem pronunciada; algumas papilas

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Fig. 5: Hylafluminea, SPCS 4768, girino estágio 37, Parque Nacional da Serra dos Órgãos, Teresópolis, estado do Rio de Janeiro - a: vista lateral; b: vista dorsal; c: vista ventral; SPCS 6658, mesma localidade - d: boca. Escalas: 10mm (girinos); 1mm (boca).

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21

submarginais dispersas; fórmula dentária 2(2) / 4(1 ), sendo que a primeira fileira superior de dentículos invade a interrupção de papilas, a segunda é ligeiramente menor que a primeira, e a primeira inferior é ligeiramente mais curta que a segunda e equivalente a terceira, a quarta é a mais curta; maxila e mandíbula médias em arco largo e "V'' amplo, respectivamente.

COLORAÇÃO EM VIDA: Corpo em vista lateral castanho oliváceo com manchas claras (douradas) e pretas, formando um discreto marmoreado, uma faixa preta sob uma dourada do olho até a extremidade do focinho; olhos pretos com pontos vermelhos "scarlet" (14), mais concentrados ao redor da pupila com uma pequena mancha de pontos "chrome orange" (16) e as vezes um discreto e estreito anel vermelho ao redor da pupila; extremidade do espiráculo dourada; uma mancha enegrecida na transição corpo­ cauda.

Cauda de cor parda, na metade anterior e castanho oliváceo na posterior; uma linha longitudinal enegrecida mediana no terço anterior, que se estende até o terço médio. Manchas douradas esparsas, sendo maiores na metade anterior da musculatura; faixa longitudinal enegrecida, fragmentada na parte superior da musculatura. Nadadeiras castanho oliváceas com manchas douradas dispersas, e nuance avermelhada mais acentuada na dorsal, onde há uma faixa marginal cor de tijolo, na nadadeira ventral a faixa só é nítida no terço posterior.

Ventre enegrecido com manchas douradas irregulares, e uma faixa mediana longitudinal, de igual coloração.

Dorso castanho à pardo com manchas enegrecidas de formato arredondado e manchas douradas irregulares, principalmente no terço anterior do corpo. A partir do estágio 29, aparecem as manchas enegrecidas.

COLORAÇÃO EM FIXADOR: Corpo em vista dorsal castanho, algo mais claro em uma faixa mediana larga, desde atrás dos olhos até o final do corpo, e numa região

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projeção anterior, e duas manchas arredondadas, marrom escuro, entre as narinas; em vista lateral o corpo é castanho na metade superior e anterior, com uma faixa marrom escuro da frente do olho até o canto da boca, e escuro translúcido no restante, parte distal do espiráculo e boca bege claro; ventre esbranquiçado, com uma faixa mediana translúcida, na região do intestino, e algo pardacento na metade anterior ao espiráculo; lateralmente musculatura caudal bege com pigmentação parda, com uma faixa mediana castanha até o terço médio, e outra tracejada dorsal da mesma cor até o final da cauda; nadadeira dorsal e ventral translúcida com pigmentação pardo escura dispersa.

MATERIAL EXAMINADO Girinos:

Estado do Rio de Janeiro, Teresópolis, Parque Nacional da Serra dos Órgãos: SPCS

4768, II - 92; SPCS 634 1, SPCS 6342, IX - 95; SPCS 6658, SPCS 6965, XI -95; SPCS 6984, VI - 96.

Hyla leucopygia

(SPCS 4826, SPCS 6003)

( Fig. 6: a, b, c, d; fig. 9 e; est. VI e )

Corpo em vista dorsal ovalado, representando desde 28% a 33% (3 1 % ) do comprimento total, com largura maior que a altura e representando entre 54% e 62% (57%) do comprimento do corpo; focinho arredondado; narinas reniformes com uma projeção no bordo interno, mais próximas dos olhos do que da extremidade do focinho, mais afastadas entre si, cerca de 1, 4 vezes do que da extremidade do focinho, mais afastadas entre si, cerca de 2, 4 vezes, do que dos olhos; olhos dorso laterais, ligeiramente mais afastados da extremidade do focinho do que entre si, contidos cerca de

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Fig. 6: Hyla leucopygia, SPCS 6003, girino estágio 28, Vale da Revolta, Teresópolis, estado do Rio de Janeiro - a: vista lateral; b:vista dorsal; c:vista ventral; SPCS 48 1 5, mesma localidade - d: boca. Escalas: 10mm (girinos); 1 mm (boca).

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afunilado na extremidade, posicionado entre 61 %, 68% ( 65%) do comprimento do corpo; tubo anal mediano pouco mais longo do que largo, com abertura voltada para o lado direito. Cauda representando de 67% a 72% (69%) do comprimento total, altura ultrapassando a do corpo desde 1,6mm a 4,4mm (3,0mm), tendo seu ponto mais alto no final do terço anterior, terminando em ponta arredondada; musculatura caudal moderada; nadadeira dorsal com origem no corpo, invadindo em cerca de 10% o corpo, arqueada, altura máxima de aproximadamente 4,0mm no final do terço médio, afilando rapidamente na extremidade; nadadeira ventral, mais baixa que a dorsal, com altura relativamente constante, equivalente a 3,0mm em média.

Boca ventral, ocupando de 37% a 47% (42%) da largura do corpo; prega dérmica interrompida anteriormente, com três reentrâncias no lábio posterior, sendo a do meio menos pronunciada, orlada inicialmente por uma única fileira de papilas marginais na parte anterior, que se toma dupla na parte lateral e posterior, onde há papilas submarginais; fórmula dentária 2(2) / 4(1), sendo que a primeira fileira anterior invade a interrupção de papilas, a primeira posterior tem tamanho equivalente a terceira, a segunda ligeiramente maior e e a quarta curta; maxila estreita em arco largo e mandíbula média em "V" amplo.

COLORAÇÃO EM VIDA: Corpo em vista lateral, cinza pardacento (podendo variar para pardo), com aspecto granitado devido à presença de pequenas manchas irregulares pretas; à frente do olho até aproximadamente o canto da boca, uma faixa preta, acompanhada anteriormente por uma outra clara (bege), e uma mancha escurecida mal definida abaixo da linha média, aproximadamente sob os olhos, que pode se juntar à faixa preta. Parte distal do espiráculo branca, e uma mancha preta alongada na base do mesmo; olhos vermelhos "scarlet" (14), com pequenos pontos pretos, sem anel ao redor da pupila.

(37)

1

1

25

Corpo em vista dorsal, pardo acinzentado com pequenas manchas pretas dispersas, e duas manchas pretas grandes ao lado da origem da nadadeira; barras transversais enegrecidas na musculatura.

Cauda pardacenta podendo ter uma variação pequena de claro a escuro, com um aspecto marmoreado devido a presença de manchas claras (bege), que são maiores no terço anterior da musculatura. Na musculatura, lateralmente, há uma faixa dorsal pardo enegrecida tracejada, cujos traços são mais grossos na região anterior próximo ao corpo, e uma faixa enegrecida longitudinal, na linha média do terço anterior, sendo a porção terminal da musculatura caudal enegrecida. Nadadeira dorsal transparente com tonalidade avermelhada, e manchas pardo acinzentadas algumas dispersas e outras concentradas formando uma faixa, na região marginal, onde a tonalidade vermelha é mais intensa. Nadadeira ventral transparente até o terço anterior, apresentando algumas manchas pardo acinzentadas dispersas, e outras formando uma faixa marginal.

O ventre é transparente com aspecto nacarado até a linha do espiráculo, a frente desta, as manchas nacaradas se concentram em alguns pontos, estando ausentes na região central da porção guiar.

COLORAÇÃO EM FIXADOR: Corpo em vista dorsal castanho escuro, principalmente nas laterais, duas faixas largas, medianas de coloração bege com pigmentação castanho escura, que vão desde atras dos olhos até o final do corpo, e a região adiante dos olhos com a mesma coloração das faixas; na região mediana, um pouco atrás dos olhos uma mancha bege arredondada; em vista lateral corpo castanho escuro, algo mais claro na região anterior aos olhos com uma faixa estreita escura da frente do olho até o canto da boca, espiráculo esbranquiçado, principalmente na parte distal, e uma mancha escura na região posterior, limite com a cauda, que se continua com o tracejado da cauda; ventre esbranquiçado na região do intestino e posterior a boca, com manchas castanho escuras

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1

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1

-na região guiar, e desta região até o fi-nal do corpo, uma faixa estreita media-na transparente; musculatura caudal castanha com manchas beges dispersas, maiores na metade superior do terço anterior e formando um marmoreado nos restantes, em toda extensão da cauda, uma faixa dorsal castanho escura, variando de muito tracejada a menos, de acordo com o indivíduo, e outra mediana contínua no terço anterior; nadadeira dorsal esbranquiçada, translúcida, com manchas castanho formando um marmoreado e uma linha estreita marginal, castanha no terço anterior; nadadeira ventral esbranquiçada, translúcida com manchas castanho formando um leve marmoreado, mais nítido na metade posterior.

MATERIAL EXAMINADO Girinos:

Estado do Rio de Janeiro, Teresópolis, Vale da Revolta: SPCS 4761, SPCS 4766, SPCS 4767, SPCS 4815, I/II 92; SPCS 4820, IX 89; SPCS 4824, XII 91; SPCS 4825, II -91; SPCS 4826, II - -91; SPCS 5513, SPCS 5514, I - 93; SPCS 5965, II - -91; SPCS 6003; IV - 94; SPCS 6209, II - 95.

Estado de São Paulo, Paranapiacaba: SPCS 4669, IX - 91.

Adultos:

Estado do Rio de Janeiro, Teresópolis: SPCS 5272/73, IX - 92; SPCS 5514, I - 93; SPCS 6215 II - 95; SPCS 6531, SPCS 6532, X - 95; SPCS 6874/76, II - 96.

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27

ASPECTOS ECOLÓGICOS E BIOLÓGICOS

Hyla albosignata

( Est. II a; est. VII a; est. VIII a )

Os girinos de Hyla albosignata foram coletados em São Bento do Sul, no estado de Santa Catarina, limite sul registrado para a distribuição desta espécie, em um riacho de curso lento a moderado, a cerca de 1000m de altitude, na borda de uma mata, entre um barranco florestado e um campo aberto. O terreno era de pouca inclinação e, em alguns trechos, o riacho não tinha cobertura vegetal. A profundidade máxima era de cerca de 0.8m e a largura era, em média, 1,5m. O fundo era de lama vermelha, com poucas folhas.

Em novembro de 1992, não foram ouvidos machos vocalizando e apenas um girino, ao redor do estágio 35, foi encontrado, em uma área bastante alterada por ação antrópica. Em março de 1993, nenhum adulto de H. albosignata foi coletado ou ouvido vocalizando e a maioria dos girinos estava em estágios ao redor do 27 (apenas um exemplar no estágio 38). Em janeiro e fevereiro de 1996, machos foram ouvidos vocalizando e alguns girinos foram coletados em diversos estágios. De acordo com os dados de campo é provável que a estação reprodutiva, neste local, tenha seu final até março.

Quanto ao início das atividades reprodutivas, não dispomos de dados suficientes para uma avaliação já que em novembro de 1992, em uma área próxima, porém acentuadamente devastada, obtivemos apenas um girino no estágio 35, sem haver registro de vocalizações. Dados disponíveis na literatura (CRUZ & PEIXOTO, 1984),

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agosto, outubro e janeiro. BERT0LUCI (1991), registra vocalizações em janeiro, agosto, setembro, outubro e novembro na região sul de São Paulo (Fazenda Intervales), na Serra de Paranapiacaba.

Como fauna acompanhante, em São Bento do Sul, foram encontrados gmnos de Aplastodiscus perviridis, Proceratophys boiei, Hyla bischoffi, Hyla gr. "circumdata" e Scinax catharinae.

Os girinos atingem seu maior tamanho por volta dos estágios 38 e 39, quando o comprimento total é, de cerca de 52,9mm. No estágio 40 a coloração geral do girino é "sulphur yellow" (57). A coloração verde só começa a aparecer a partir do estágio 41 no corpo, quando a parte anterior ao espiráculo se toma esverdeada, e no estágio 42 na cauda. No estágio 43 o corpo e a cauda estão verdes, sendo que a cauda está levemente azulada. No estágio 41 já aparece a ornamentação cloacal.

O comprimento rostro-anal do recém-metamorfoseado é, de cerca de 17,9mm. A coloração do dorso do recém-metamorfoseado é "parrot green" (60), com um discreto triângulo "yellow green" (58) entre os olhos. Os membros são "apple green" ( 61 ), com as margens dos tarsos, das mãos, quinto artelho, e quarto dedo esbranquiçadas. Uma estreita faixa nas pálpebras, assim como a prega supratimpânica e uma mancha no ângulo da boca são esbranquiçadas. Pontos pretos estão dispersos pelo dorso, mais concentrados no focinho (principalmente no loro ).

O ventre é branco nacarado, sendo azulado na gula e inserção dos braços.

A íris é "flame scarlet" (15) com pontuações pretas exceto no anel ao redor da pupila e em um estreito anel externo "chrome orange" (16).

(41)

29 Após um mês a coloração do dorso muda para "lime green" (159), o olho clareia "chrome orange" (16) e o triângulo entre os olhos muda para a forma losangular.

Hyla callipygia

( Est. III: a, b, c; est. VII b; est. VIII b )

Os girinos de Hyla callypygia foram encontrados em Itamonte, estado

de Minas Gerais, a cerca de 1800m de altitude, em um riacho estreito, de curso lento, cuja largura não ultrapassava 1,20m e a profundidade máxima era de cerca de 0,5m, em uma mata densa com predominância de bambus. O fundo era de argila, coberto por uma lama muito fina, pouco firme e com pouco folhiço, essencialmente folhas de bambu. Os girinos ficavam escondidos no fundo, parcialmente cobertos pelo substrato, ou entre as pedras e as falhas do terreno nas margens.

Em setembro, machos foram encontrados vocalizando em buracos sob pedras grandes, a cerca de 0,3m de profundidade em uma parede inclinada, em noite de muita chuva. Em outro local, estavam vocalizando em um braço do riacho principal, que seguia por uma ravina, onde estavam entre folhas de uma samabaia (Pteridium sp.) posicionados a uns 0,5m acima da superficie da água. Estes dados nos levam a crer que esta espécie também desova em ninhos subterrâneos.

Em março, os girinos coletados se distribuíam equitativamente entre os estágios 31 e 35 e nenhum macho foi ouvido vocalizando. Os girinos obtidos em setembro representavam uma variação maior, desde o estágio 25 até o estágio 36, com predominância de girinos menos desenvolvidos. Estes dados, aliados àqueles sobre

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setembro, e termine antes do mês de março.

Em todas as três coletas, duas em março e uma em setembro encontrou-se como fauna acompanhante apenas um girino de Hylodes sp. e alguns de Phasmahyla cochrane, em outra parte do riacho de água mais corrente. Em janeiro, em um local próximo, Garganta do Registro, na divisa entre os estados do Rio de Janeiro e Minas Gerais, encontramos poucos girinos de H. callipygia em estágios inferiores ao 28, e alguns girinos de H. circumdata e um de Proceratophrys sp, em um ambiente bastante alterado por influência antrópica, onde anteriormente não havíamos encontrado girinos de H. callipygia.

O girino atinge seu maior tamanho no estágio 38 quando tem, em média, cerca de 59,2mm de comprimento total. O aparecimento da cor verde começa a partir do estágio 3 8/3 9, na cauda, estando o corpo ainda pardo-amarelado. Este só vai esverdear a partir do estágio 4 1, juntamente com as patas. No estágio 42 corpo e cauda estão verdes, e no estágio 4 1 já aparece a ornamentação cloacal.

Os recém-metamorfoseados tem cerca de 21mm de comprimento rostro-anal. A coloração do dorso é "peacock green" (162c), com uma área, entre os olhos, correspondente a um triângulo unido pela base a um trapézio, sendo o triângulo amarelado e o trapézio acastanhado. Sobre os olhos estão manchas acastanhadas. Alguns pontos pretos estão dispersos pelo dorso. Os flancos são esbranquiçados com nuance azulada próximo à inserção das patas, e os lados da cabeça são amarelados. Os membros são dorsalmente "peacock green" (162c) exceto os antebraços, mãos, e pés que são "chartreuse" (158). Os olhos são "chrome orange" (16) em anel ao redor da pupila e há pontos pretos uniformemente distribuídos no restante e um anel externo negro. Em cerca de alguns dias o anel ao redor da pupila muda para "spectrum orange" (17). O ventre é

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3 1 branco amarelado, sendo entre os braços e na região guiar azulado. A margem da mandíbula é branco amarelado.

Após um mês, a cor do olho do metamorfoseado muda para "salmon color" (106).

Os machos, quando capturados, emitem vocalização diferente e forte odor de "barata" (Periplaneta americana).

AMPLIAÇÃO GEOGRÁFICA. Esta espécie era conhecida apenas do estado de São Paulo (Bocaina, Campos do Jordão e Cidade Azul), tendo sido agora registrada, em ltamonte, estado de Minas Gerais e na divisa deste estado com o estado do Rio de Janeiro, em Itatiaia.

Hyla cavicola

( Est. II: b, c; est. VII c; est. VIII c )

Os girinos de Hyla cavicola foram encontrados na localidade típica, em Santa Tereza, estado do Espírito Santo, em um riacho pequeno, de correnteza lenta, em região florestada, a cerca de 800m de altitude. Este riacho era intercalado por "catas", escavações feitas para a extração de crisolita, nas quais a largura podia atingir até 2m e a profundidade de água não ultrapassava 0,5m. O fundo era de argila com muito folhiço e matéria em suspensão.

Em outubro de 1991, machos foram ouvidos vocalizando. Nesta ocasião a maioria dos girinos estava em estágios acima do 32 e nenhum girino de outra

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(Trichomycterus sp.).

No final do mês de abril e início do de maio de 1994 poucos machos vocalizavam, entretanto havia uma maior quantidade de girinos, sendo que estes estavam abaixo do estágio 28 (a maioria entre o 26 e o 27). Nesta época a fauna acompanhante consistia em girinos de Hyla parda/is, H. cicumdata, Scinax gr. catharinae e Proceratophrys sp.

Em setembro de 1995, no município de Domingos Martins, no estado do Espírito Santo, região próxima, foram encontrados machos vocalizando enterrados.

De acordo com informações da literatura (CRUZ & PEIXOTO, 1984) e Eugenio Izecksohn

( com. pes. ), na localidade tipo, machos foram encontrados vocalizando desde o mês de agosto, em diversos anos.

As informações de campo referentes a vocalizações e ao estágio de desenvolvimento dos girinos, nos levam a crer que, pelo menos em 1991, o período reprodutivo desta espécie teria começado atrasado, no mês de outubro, e que possivelmente, H. cavicola permanece em atividade até o princípio do mês de maio.

As desovas desta espécie são realizadas em ninhos subterrâneos , onde

os machos foram encontrados vocalizando (CRUZ & PEIXOTO, 1984).

Por nossas observações, os girinos atingem o maior tamanho em tomo do estágio 38, quando tem cerca de 57,2 mm de comprimento total.

As alterações de coloração, referentes à metamorfose, iniciam-se no estágio 36, quando a cauda se toma esverdeada; no corpo a cor verde surge no estágio 39; no estágio 41 corpo e cauda estão totalmente verdes e já há ornamentação cloacal.

Os recém-metamorfoseados medem, cerca de 19,4mm de comprimento rostro-anal. A coloração do dorso é "emerald green" (163), com pontuações pretas,

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33 grandes, dispersas, e um arco losangular levemente amarelado, entre os olhos. As pálpebras e a borda das mandíbulas são esbranquiçadas. Os membros são da cor do corpo, com nuance "turquoise green" (64), inclusive em sua inserção. Uma faixa branca se extende na margem externa do antebraço até o quarto dedo e desde o apêndice calcâneo e tarso até o quinto artelho. Os dedos e artelhos são "pistachio" (161). O ventre é branco-prateado, azulado na gula e "turquoise green" (64) na interseção com os flancos. A íris é "pratt's ruby" (210) ao redor da pupila, com um anel amarelo, fino, externo.

AMPLIAÇÃO GEOGRÁFICA. Até hoje esta espécie só era conhecida de Santa Tereza, estado do Espírito Santo (localidade tipo), e Água Limpa, estado de Minas Gerais, tendo sido agora registrada para Domingos Martins, estado do Espírito Santo.

Hyla fluminea

( Est. IV: a, b, c; est. VII c; est. VIII d )

Os girinos de Hyla fluminea foram coletados, em Teresópolis, estado do Rio de Janeiro, em remansos de um rio, de forte correnteza, com pouco mais de 3 m de largura, localizado a cerca de 1500m de altitude, dentro de floresta. O leito era bastante pedregoso, e sua profundidade variou de 0,5m a 1,5m, durante o período de coleta. Os remansos eram formados por pedras grandes, com fundo de cascalho e folhiço. Os girinos ficavam escondidos entre as pedras, sendo necessário, predominantemente, o uso de armadilhas para a sua captura.

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1995, sendo que apenas em fevereiro foram ouvidos adultos vocalizando. Nesta época, foram encontrados alguns girinos grandes em estágios avançados (superior ao 33) e girinos no estágio 25. No mês de setembro, foram encontrados apenas girinos bem desenvolvidos, entre os estágios 28 e 36, e apenas um exemplar de tamanho menor e no estágio 27. Em novembro, foram coletados girinos desde o estágio 25 (grande número), até o estágio 39.

Em novembro de 1992, coletamos um único exemplar de girino do grupo, que foi criado até a metamorfose e identificado como H. fluminea, e um de Maegaelosia goeldi, num rio pedregoso de forte correnteza, na localidade de Itaipava ,

estado do Rio de Janeiro.

Pelas informações de campo, podemos supor que pelo menos no ano de 1995, em setembro, o período reprodutivo ainda não havia começado, já que além de não haver vocalização, não havia girinos em estágio inicial de desenvolvimento (25); os girinos encontrados eram possivelmente remanescentes da estação reprodutiva anterior. O fato de não haver vocalização em novembro, e haver também girinos em estágio inicial de desenvolvimento, talvez se deva ao fato de que, no período de coleta, a chuva era torrencial, inibindo provavelmente a atividade reprodutiva.

Quanto ao final da estação reprodutiva, só podemos dizer, baseado nas observações de campo, que esta se dá após o mês de fevereiro; as informações retiradas da literatura (CRUZ & PEIXOTO, 1984) apontam, para coletas em janeiro e fevereiro, na

mesma localidade.

Como fauna acompanhante encontramos, no remanso, girinos de Hyla carvalhoi, H. arildae, Phasmahyla guttata, e Scinax albicans. Em outro local do rio, mais acima deste ponto de coleta, encontramos alguns poucos girinos de H. fluminea,

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num remanso dentro de uma "gruta" formada por um grande bloco de pedra. Neste local, os girinos apresentavam uma tonalidade rósea na cauda.

Os girinos de H. fluminea começam a esverdear a partir do estágio 38,

na cauda. O terço posterior da cauda vai perdendo a tonalidade parda ficando, as manchas castanho oliváceas, predominantes sobre o fundo transparente. O mesmo acontece com os girinos, antes de cauda toda rosada (parte de cima do rio). Neste ponto a faixa tijolo da nadadeira é menos visível. No estágio 39 a cauda e o corpo do girino tomam-se mais oliváceos, sendo que o final da cauda fica um pouco mais esverdeado. O verde do corpo e patas aparece no estágio 42, com muitas manchas de tonalidade bege

no corpo e amarelado nas patas. O girino de H. fluminea não chega a ficar com a cauda

verde, apenas verde oliváceo na musculatura próximo ao corpo. A ornamentação cloacal aparece a partir do estágio 41.

Os girinos atingem o maior tamanho por volta do estágio 3 8, quando o comprimento total é de cerca de 65,9mm.

O recém-metamorfoseado tem de comprimento rostro anal, cerca de 23mm. A coloração do dorso é "peacock green" (162c ), apresentando cor amarelada em uma área losangular entre os olhos e em uma faixa sobre os olhos, que se estende pelo canto rostral. Os flancos são esbranquiçados, e os lados da cara são "paris green" (63), sendo a prega supratimpânica do mesmo verde do dorso. Os membros são "peacock green" (162c) com pequenas pontuações esbranquiçadas. A face inferior dos membros, mãos e pés são "pistachio" (161) e os discos adesivos são "peacock green" (162c). O ventre é branco. A região inguinal é "peacock green" (162c), e apresenta uma faixa 'lurquoise blue" ( 65), que se extende até a inserção dos braços. A região guiar é 'lurquoise blue" (65). A íris é "flame scarlet" (14) ao redor da pupila, "cream color" (54) com pontuações pretas, e "scarlet" (14) em um anel externo .

Referências

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