Proposta de Reforma
do Modelo Brasileiro de
Tributação de Bens e
Serviços
Há um quase consenso de que o melhor modelo de tributação do consumo de bens e serviços é o IVA ▪ Características de um bom IVA estão bem
estabelecidas na literatura
Modelo brasileiro de tributação de bens e serviços afasta-se muito do de um bom IVA
▪ Fragmentação da base de incidência ▪ Incidência cumulativa
▪ Excesso de alíquotas, benefícios e regimes especiais ▪ Cobrança na origem
▪ Complexidade
Introdução
Modelo brasileiro vs IVA
Distorções na tributação de bens e serviços no Brasil têm muitas consequências negativas
▪ Alto grau de litígio sobre matérias tributárias (gerando insegurança jurídica)
▪ Elevado custo de conformidade tributária
▪ Oneração das exportações e dos investimentos ▪ Distorções alocativas
▪ Setoriais ▪ Geográficas
▪ Estrutura e porte das empresas
Consequência: forte redução da produtividade
Introdução
Consequências do modelo brasileiro
Melhorias nos tributos atuais são possíveis, mas seu efeito tende a ser limitado
▪ É impossível ter um bom IVA mantendo a atual fragmentação da base de incidência
▪ Transição pode gerar outras distorções
Custo político de ajustes no sistema atual pode ser tão grande (ou até maior) que o de uma reforma ampla
▪ Redução das alíquotas interestaduais do ICMS
▪ Adoção do regime não-cumulativo de PIS/Cofins para todos os setores
Introdução
Limites à reforma do sistema atual
Também há dificuldades relevantes para uma reforma tributária ampla (migração para modelo IVA)
▪ Modelo federativo brasileiro ▪ Distribuição da receita ▪ Autonomia federativa
▪ Desigualdades regionais (incentivos) ▪ Investimentos já realizados
▪ Competitividade de várias empresas depende de benefícios distorcivos
▪ Excesso de vinculações de receitas
▪ Unificação de tributos pode aumentar rigidez
Introdução
Dificuldades de uma reforma ampla
Proposta do Centro de
Cidadania Fiscal (CCiF)
Proposta busca equacionar dificuldades de uma reforma ampla sem comprometer a qualidade do resultado
Objetivo: substituição de cinco tributos atuais por um único imposto do tipo IVA
Proposta CCiF
Introdução
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PIS/Cofins/IPI/ICMS/ISS Imposto sobre Bens e Serviços (IBS)
O modelo seria complementado por um imposto seletivo, federal, com incidência monofásica sobre bens e serviços com externalidades negativas (como fumo e bebidas)
Proposta CCiF
Transição
8 0% 5% 10% 15% 20% 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 A líq u o ta AnosPIS/Cofins ICMS ISS IPI IBS
Teste
Transição
Período de teste
▪ Ajustes operacionais
▪ Identificação do potencial de arrecadação do IBS
permite transição mantendo a carga tributária
Razões para a transição longa
▪ Adaptação das empresas que realizaram
investimentos
▪ Ajuste de preços relativos
Transição precisa ser curta o suficiente para que
novo modelo seja referência para investimentos
Proposta CCiF
Transição
Principais características do IBS
▪ Incidência não-cumulativa sobre base ampla de
bens, serviços e intangíveis
▪ Desoneração completa das exportações
▪ Ressarcimento tempestivo de créditos (60 dias)
▪ Crédito integral e imediato para investimentos
▪ Crédito financeiro (exceção: consumo pessoal)
▪ Incidência sobre o preço líquido de tributos
▪ Arrecadação centralizada e distribuição da receita
para a União, os Estados e os Municípios
Proposta CCiF
Características gerais
Propõe-se que a alíquota do IBS seja uniforme para
todos bens e serviços
▪ Proposta é politicamente complexa, mas
benefícios são grandes
▪ O fato de um setor ser menos tributado hoje não é
motivo suficiente para alíquota menor no IBS
O IBS não deve ter qualquer benefício fiscal
Mínimo possível de regimes especiais
▪ Substituição tributária limitada a casos clássicos
Proposta CCiF
Alíquota e regimes especiais
O objetivo do IBS deve ser o de arrecadar
▪ Outros objetivos de políticas públicas (sociais/
regionais/setoriais) são alcançados de forma mais
eficiente através de outros instrumentos
▪ Para reduzir a regressividade do IBS, ao invés da
desoneração da cesta básica propõe-se a adoção
do modelo de “isenções personalizadas”
- Cruzamento das informações do CPF fornecido na emissão da nota fiscal com o cadastro único
utilizado na gestão dos programas sociais
Proposta CCiF
Extrafiscalidade e baixa renda
Estados e Municípios terão autonomia na fixação
de sua parcela da alíquota do IBS
▪ Alíquota pode ser fixada acima ou abaixo da alíquota de referência (que repõe a receita do ICMS/ISS)
▪ Operações interestaduais e intermunicipais: alíquota do destino
Distribuição da receita, após transição, será
proporcional ao consumo (princípio do destino)
▪ Distribuição feita com base no imposto apurado por Estado/Município, ajustado pelas transações
interestaduais/intermunicipais
Proposta CCiF
Estados e Municípios
Transição na distribuição da receita entre Estados e
Municípios seria feita ao longo de 50 anos
▪ 20 anos iniciais: manutenção da receita atual, corrigida pela inflação
- Apenas crescimento real da receita seria distribuído pelo destino
▪ 30 anos seguintes: convergência para o destino
Redução das desigualdades exige reforço da
Política de Desenvolvimento Regional
▪ Recursos da União, idealmente aplicados em formas eficientes de redução das desigualdade
Proposta CCiF
Transição para Estados e Municípios
Proposta CCiF
Transição para Estados e Municípios
15 88% 90% 92% 94% 96% 98% 100% 102% 104% 106% 108% 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50
Anos a partir do início da transição Exemplo para estado "perdedor"
Sem ajuste Com ajuste
Para reduzir a rigidez orçamentária, propõe-se a
substituição do atual modelo de vinculações e partilhas Alíquota do IBS seria a soma de várias alíquotas
singulares:
▪ Federais: destinações atuais do PIS, Cofins e IPI ▪ Estaduais: destinações atuais do ICMS
▪ Municipais: destinações atuais do ISS
Alíquotas singulares poderiam ser alteradas por lei da respectiva unidade federada
▪ Pisos para receitas de outras unidades federadas e para a soma de educação e saúde
Proposta CCiF
Vinculações e partilhas
Proposta CCiF
Alíquotas singulares
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Alíquota Singular Tributo Atual
Alíquota total 25%
Gerenciável pela União 9,2%
Parcela Federal
Livre 2,90% PIS/Cofins e IPI
Seguridade Social 4,63% Cofins
FAT - Seg. Des. e Abono 0,58%
FAT - BNDES 0,39% Fundos Regionais 0,04% Parcela Estadual FPE 0,26% FPEx 0,12% Parcela Municipal FPM 0,30% PIS IPI
Proposta CCiF
Alíquotas singulares
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Alíquota Singular Tributo Atual
Gerenciável pelos Estados 13,8%
Parcela Estadual Educação 2,58% Saúde 1,24% Livre 6,51% Parcela Municipal Cota Parte 3,44%
Gerenciável pelos Municípios 2,0%
Parcela Municipal Educação 0,50% Saúde 0,30% Livre 1,21% ICMS ISS
▪ Empresas do SIMPLES teriam duas opções
- Manter o regime atual, sem apropriação ou transferência de créditos
- Adesão integral ao IBS, com redução da alíquota do SIMPLES correspondente aos cinco tributos
substituídos pelo IBS
▪ Empresas do lucro presumido: regime normal do
imposto
Proposta CCiF
Interação com regimes simplificados
▪ Legislação e regulamento: nacionais
▪ Arrecadação gerida por Comitê Gestor Nacional
(representantes das três esferas de governo)
▪ Cobrança e Fiscalização: coordenada e
uniformizada entre União, Estados e Municípios
- Interpretação/consulta: Comitê Gestor Nacional
▪ Contencioso administrativo (específico para o IBS)
- Tripartite com representação independente - Representação dos fiscos da União/Est/Munic