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USO DE FARINHA DE TRIGO E SOJA (80:20) EXTRUSADA NA ELABORAÇÃO DE REQUEIJÃO CREMOSO CONTENDO TRIGO-SOJA COM BAIXO TEOR DE GORDURA*

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ISSN 0103-4235 Alim. Nutr., Araraquara

v.20, n.1, p. 25-33, jan./mar. 2009

USO DE FARINHA DE TRIGO E SOJA (80:20)

EXTRUSADA NA ELABORAÇÃO DE REQUEIJÃO

CREMOSO CONTENDO TRIGO-SOJA COM BAIXO TEOR

DE GORDURA*

Maria Rosa Figueiredo NASCIMENTO** Sin Huei WANG*** Kamila de Oliveira do NASCIMENTO****

* Parte da Dissertação de Mestrado da primeira autora.

** Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de Alimentos – Curso de Mestrado – Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro – UFRRJ – 23890-000 – Seropédica – RJ – Brasil.

*** Departamento de Economia Doméstica – ICHS – UFRRJ – 23890-000 – Seropédica – RJ – Brasil. E-mail:sin-hueiwang@bol.com.br. **** Nutricionista – Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de Alimentos – Curso de Mestrado – Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro – UFRRJ – 23890-000 – Seropédica – RJ – Brasil.

RESUMO: O requeijão cremoso é um produto pertencen-te à classe de queijos processados ou fundidos, cujo pertencen-teor de gordura está em torno de 24-27%. Com o objetivo de redu-zir o teor de gordura sem que houvesse modifi cação das ca-racterísticas sensoriais, foi desenvolvido um requeijão cre-moso usando-se a farinha de trigo-soja (80:20) extrusada. Foram pesquisados, ainda, diferentes parâmetros de extru-são no processo de obtenção desta farinha pré-cozida: umi-dades (26 e 29%), temperaturas do canhão (110 a 150ºC) e velocidades de rotação de parafuso (120 a 210rpm), vi-sando à otimização deste produto. Os produtos elaborados foram submetidos a avaliação sensorial, bem como à de-terminação de composição centesimal, comparando-se com os requeijões cremosos de duas marcas comerciais A e B. Os resultados indicaram que o requeijão cremoso contendo trigo-soja (com 8,34% de gordura) elaborado com a farinha de trigo-soja (80:20) com 29% de umidade e extrusada em 150 rpm a 130ºC foi igualmente preferido ao comparar com aquele da marca comercial A (com amido, com 19,07% de gordura) e mais preferida em relação ao da marca comer-cial B (tradicional, com 20,92% de gordura).

PALAVRAS-CHAVE: Requeijão cremoso semipronto; mistura de trigo e soja; extrusão; características sensoriais.

INTRODUÇÃO

A demanda no mercado o consumidor a procura por alimentos com teor reduzido de gordura, tem aumentado de forma expressiva por estar fortemente associado à saúde. Hoje o consumidor dispõe de alternativas de alimentos de baixo valor calórico e de teores baixos de gordura, devido às indústrias de alimentos utilizarem novas técnicas que substituam a gordura por outros ingredientes e que permi-tem a produção de alimentos com características sensoriais próximas aos tradicionais.6

O requeijão cremoso é um produto nacional, geral-mente, é obtido por fusão de uma massa coalhada, desso-rada e lavada, obtida por coagulação ácida e/ou enzimática do leite, com adição de creme de leite e/ou manteiga e/ou gordura anidra de leite e/ou butter oil.3 A sua composição

básica consiste em: 58-60% de água, 24-27% de gordura, 9-11% de proteína, 1-2% de carboidratos e 1-1,5% de clo-reto de sódio, conforme as normas vigentes.9 Ainda que o

requeijão cremoso apresente um alto teor de gordura, nor-malmente a literatura aponta o conteúdo de umidade e a quantidade de matéria seca desengordurada como os fatores que mais afetam na fi rmeza do queijo fundido, o que faci-lita a elaboração de produtos com teor reduzido de gordura com consistência semelhante aos produtos tradicionais.18

A utilização de alguns tipos de colóides e de concen-trados protéicos tem apresentado resultados satisfatórios na obtenção de requeijão cremoso com baixo teor de gordura. O concentrado protéico de soro (CPS) do leite possui carac-terísticas de cor e sabor totalmente compatíveis com produ-tos lácteos. Além disso, a capacidade de formação de gel, a correta viscosidade, o poder emulsifi cante, a capacidade de retenção de água e a capacidade espumante estão entre as propriedades do CPS do leite que o tornam útil como substituto parcial de gordura na elaboração deste produto com baixo teor de gordura.10, 16

São também conhecidas as vantagens nutricionais5 e

a melhoria de certas propriedades funcionais que a farinha mista de trigo e soja extrusada tem proporcionado para os sistemas alimentares.19, 22, 23 As propriedades funcionais que

se aplicam aos ingredientesalimentares, são defi nidas como todas as propriedades que infl uenciam a utilidade de um in-grediente num alimento. A maior parte destas propriedades afetam nas características sensoriais do alimento, especial-mente, na textura. Nos produtos lácteos como: queijos fun-didos e sorvetes, as propriedades emulsifi cantes, a retenção de gordura, a viscosidade, as propriedades espumantes, a

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gelifi cação e a coagulação são propriedades funcionais im-portantes nas suas formulações.6

Diante do exposto, esta pesquisa teve como objetivo utilizar como ingrediente a farinha de trigo e soja (80:20) extrusada, para reduzir a gordura, no desenvolvimento de um requeijão cremoso, com características sensoriais bem semelhantes às do produto original. Para tanto, foram tam-bém estudados os efeitos dos parâmetros de extrusão da farinha nas características sensoriais dos requeijões cremo-sos, tendo em vista a otimização do processo de obtenção da farinha de trigo e soja pré-cozida utilizada na elaboração do requeijão cremoso com baixo teor de gordura.

MATERIAL E MÉTODOS

As matérias-primas usadas neste estudo foram: fari-nha de trigo, marca LiLi, adquirida do supermercado local, e grãos de soja (Glycine max (L.) Merril), cultivar BRS-155, safra de 2005/2006, fornecidos pela Embrapa-Soja, Londrina, PR.

A obtenção de farinhas extrusadas de trigo e soja e todas as análises químicas foram realizadas em duplicata. Obtenção da Farinha Mista Crua

Os grãos de soja foram decorticados e branquea-dos, usando-se a metodologia de Wang et al.21 Em seguida,

foram misturados com a farinha de trigo na proporção de 20:80 (base seca), sendo acrescentada a água em diferentes quantidades. As misturas foram desintegradas em moinho granulador de facas e martelos da marca Treu 7,5CV mode-lo 112M989, com peneira de 2mm, obtendo-se as farinhas mistas cruas de trigo e soja (80:20) com 26 e 29% de umi-dade, respectivamente.

Composição Centesimal Aproximada

A farinha de trigo, os grãos de soja integrais e decor-ticados, e a farinha mista crua de trigo e soja (80:20), foram analisados quanto aos teores de umidade, extrato etéreo, proteína bruta e cinzas, conforme métodos preconizados pela American Association of Cereal Chemistry.1 A

deter-minação de fi bra bruta foi realizada segundo a metodologia de Kamer & Ginkel.11

Processo de Extrusão e Obtenção da Farinha Mista Ex-trusada

As farinhas mistas cruas com 26 e 29% de umidade foram extrusadas, individualmente, em extrusor Brabender de rosca única, usando velocidade de alimentação constan-te de 2,4 kg.h-1, quatro velocidades de rotação de parafuso

(VRP, Nº3; 120, 150, 180 e 210rpm) e uma matriz circular com diâmetro de 1mm. Os perfi s de temperatura do canhão (TC) do extrusor foram de 60ºC constante na 1ª zona e de 110, 120, 130, 140 e 150ºC nas 2ª e 3ª zonas. Em seguida, os produtos extrusados foram secos em estufa a 60ºC, com circulação de ar até peso constante com, aproximadamente,

8-9% de umidade, sendo moídos em moinho Quadrumat Júnior de rolos da marca Brabender Duisburg 342, com peneira de 0,25 mm, para se obter as farinhas mistas ex-trusadas.

Elaboração do Requeijão Cremoso Contendo Trigo-Soja

As farinhas extrusadas foram misturadas com quei-jo Minas frescal, citrato de sódio, manteiga e sal na res-pectiva proporção de 100:300:28:140:3, e a quantidade do leite líquido usado para o seu preparo foi na proporção de 1,8 partes do leite para uma parte da mistura. Depois dis-so, os requeijões cremosos formulados foram levados ao fogo até fervura, sendo esfriados à temperatura ambiente e batidos num liquidifi cador Walita a alta velocidade por 2 min. Os requeijões cremosos contendo trigo-soja assim ob-tidos, foram guardados na geladeira a 10-15ºC para poste-rior avaliação sensorial. Os requeijões cremosos contendo trigo-soja elaborados e os produtos de duas marcas comer-ciais A (com amido, controle) e B (tradicional, controle) foram servidos aos provadores. Os provadores receberam amostras de requeijão cremoso (± 20g) a 20°C, servidas em copinhos descartáveis codifi cados com números de três dígitos, acompanhados de colherinhas para degustar o pro-duto puro, tendo um copo com água e uma torrada para eliminar resíduos do produto na boca.

Avaliação Sensorial

Antes da avaliação sensorial, os provadores foram selecionados e treinados, previamente, conforme o método de Fernandes et al.8 Foi avaliada a impressão global para os

requeijões cremosos contendo trigo-soja, elaborados com as farinhas mistas extrusadas com diferentes VRP a cada TC e para cada nível de umidade. Foi usada a Escala Estru-turada de 9 pontos (1 = extremamente ruim; 9 = excelente) e uma equipe de 10 provadores treinados. Para cada nível de umidade (26 e 29%) e para cada TC (110, 120, 130, 140 e 150ºC), foi selecionada apenas uma VRP na qual a amos-tra apresentasse a melhor impressão global. Os requeijões cremosos contendo trigo-soja elaborados com as farinhas mistas extrusadas selecionadas anteriormente, foram sub-metidos ao teste sensorial de qualidade (aparência, sabor e textura), usando-se a Escala Estruturada de 9 pontos (1 = extremamente ruim; 9 = excelente) por uma equipe de 10 provadores treinados. Foi assim selecionada a melhor TC para cada nível de umidade, que produzisse a melhor qualidade sensorial. Da mesma maneira, foi selecionado o melhor nível de umidade que propiciasse a melhor qualida-de sensorial. Logo após, os mesmos requeijões cremosos contendo trigo-soja selecionados de dois níveis de umida-de, bem como os produtos de duas marcas comerciais A (com amido) e B (tradicional) foram submetidos à Análise Descritiva Quantitativa (ADQ) para os atributos de aparên-cia, sabor (incluindo sabor residual) e textura, conforme recomendações de Stone & Sidel.17 Foram usadas a Escala

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equi-pe de 8 provadores treinados. Foi também aplicado o teste massal de preferência, usando-se a Escala Hedônica de 9 pontos (1 = desgostei muitíssimo; 9 = gostei muitíssimo) e uma equipe de 120 provadores não treinados.

Composição Centesimal Aproximada

Foram realizadas as seguintes análises: umidade, extrato etéreo, proteína bruta e cinzas nas mesmas amos-tras que foram submetidas a ADQ e à preferência, segundo American Association of Cereal Chemistry,1 e a análise de

fi bra bruta foi feita, segundo Kamer & Ginkel.11

Análise Estatística

Para os resultados de composição centesimal apro-ximada, foi usado o Delineamento Inteiramente Casuali-zado (DIC), onde foram feitas análises de variância, com posterior comparação das diferenças entre as médias pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. Foi usado o Deline-amento de Blocos Incompletos (DBI) em 3 repetições para os testes sensoriais de impressão global e de ADQ com 4 amostras, e em 4 repetições para os parâmetros de qualida-de (aparência, sabor e textura) com 5 amostras. Por outro lado, foi usado o Delineamento de Blocos Casualizados (DBC) para os testes sensoriais de qualidade (aparência, sabor e textura) com 2 amostras e os de preferência com 4 amostras. As diferenças estatísticas entre as amostras foram verifi cadas pela análise de variância e a comparação entre as médias pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. Todas as análises estatísticas foram realizadas, conforme os méto-dos descritos por Pimentel-Gomes14 e Cochran & Cox.7

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A composição centesimal aproximada obtida da fa-rinha de trigo (Tabela 1) foi semelhante à encontrada por Leitão et al.13 O teor de cinzas dos grãos de soja

decorti-cados foi semelhante àquele encontrado para grãos de soja integrais. Entretanto, os teores de proteína bruta e extrato etéreo dos grãos de soja decorticados foram maiores do que aqueles dos grãos de soja integrais. O alto teor de fi bra bru-ta da soja integral indica que a casca contém grande

quanti-dade deste componente. A soja integral e a soja decorticada apresentaram maiores teores de proteína bruta, extrato eté-reo, cinzas e fi bra bruta, quando comparadas com a farinha de trigo. Uma vez que a soja contém menor quantidade de carboidratos do que a farinha de trigo, a farinha mista crua de trigo e soja na proporção de 80:20, apresentou menor teor de carboidratos em relação à farinha de trigo.

A Tabela 2 apresenta médias dos escores da avalia-ção sensorial de impressão global dos requeijões cremosos contendo trigo-soja, elaborados com as farinhas de trigo e soja (80:20) extrusadas por diferentes velocidades de ro-tação de parafuso (VRP) em diferentes combinações de umidade e temperatura do canhão (TC) nas 2ª e 3ª zonas. Pode-se verifi car pela tabela que, exceto para TC de 150°C, os requeijões cremosos contendo trigo-soja apresentaram melhores impressões globais com o aumento da VRP (120 a 210rpm) até certo ponto, o qual variou conforme TC (110 a 140°C) do extrusor e umidade (26 e 29%) usadas. Em TC mais baixas, necessitou-se de uma VRP maior para obter produtos com melhores impressões globais, enquanto em TC mais altas, uma VRP menor foi sufi ciente. Inclusive, a umidade de 29% mostrou uma VRP menor do que a de 26% com a mesma TC.

Conforme Wang et al.,20 o aumento da VRP resulta,

no processo de extrusão, em maior atrito entre as molécu-las devido ao trabalho mecânico, gerando maior calor, o que favorece a gelatinização do amido e a desnaturação de proteínas, melhorando as características sensoriais do bolo esponja. Por outro lado, o excesso de calor, gerado pelo aumento excessivo da VRP somado pelo aumento de TC e umidade, pode causar a hidrólise do amido e das prote-ínas, prejudicando as qualidades sensoriais. Deste modo, explicam-se provavelmente, os resultados encontrados na Tabela 2.

As médias dos escores da avaliação sensorial de aparência, sabor e textura para requeijões cremosos con-tendo trigo-soja, elaborados com as farinhas de trigo e soja (80:20) extrusadas em ótimas VRP e diferentes combina-ções de umidade e TC nas 2ª e 3ª zonas, estão mostradas na Tabela 3, enquanto a Tabela 4 apresenta as médias dos escores da avaliação sensorial de aparência, sabor e textura para requeijão cremosos contendo trigo-soja, elaborados com as farinhas de trigo e soja (80:20) extrusadas, em dois Tabela 1 – Composição centesimal aproximada (% base seca) da farinha de trigo, dos grãos de soja integrais e decorti-cados, e da farinha mista crua de trigo e soja (80:20).

Composição (%) Farinha de trigo Soja integral Soja decorticada Farinha mista crua de trigo e soja (80:20) Proteína bruta 12,80 42,43 45,99 19,40 Extrato etéreo 1,52 18,11 20,23 5,28 Cinzas 0,66 4,78 4,35 1,54 Fibra bruta 0,34 7,26 4,52 1,18 Carboidratos 84,68 27,42 24,91 72,60

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níveis de umidade e suas respectivas temperaturas ótimas do canhão nas 2a e 3a zonas e velocidades ótimas de rotação

de parafuso. Observa-se que o aumento da TC do extrusor causou uma melhoria na aparência, no sabor e na textura dos requeijões cremosos contendo trigo-soja até certo pon-to, que, ao ser ultrapassado, causou a redução de escores na avaliação sensorial. Em dois níveis de umidades estudados, o requeijão cremoso contendo trigo-soja elaborado com a farinha mista extrusada em 29% de umidade, 150rpm e 130°C foi o que apresentou as melhores qualidades

senso-riais, especialmente na textura, o que foi confi rmado nos resultados da Tabela 4, embora não tenha tido diferença signifi cativa na aparência e no sabor nesta tabela.

O efeito da TC do extrusor nas características sen-soriais dos requeijões cremosos contendo trigo-soja elabo-rados com as farinhas de trigo e soja (80:20) extrusadas foi semelhante aos encontrados por Wang et al.22 e Wang

et al.20 em massa de pizza semipronta e bolo esponja,

res-pectivamente. O aumento da TC melhorou a aparência de farinhas mistas extrusadas até certo ponto, além do qual, Tabela 2 – Médias dos escores da avaliação sensorial de impressão global dos requeijões cremosos contendo trigo-soja, elaborados com as farinhas de trigo e soja (80:20) extrusadas por diferentes velocidades de rotação de parafuso (VRP) em diferentes combinações de umidade e temperatura do canhão nas 2ª e 3ª zonas (1).

Identifi cação do requeijão cremoso contendo trigo-soja

Média dos escores de impressão global (2) dos requeijões

cremosos contendo trigo-soja obtidos com farinhas mistas extrusadas em diferentes VRP (rpm) D.M.S. C.V. 120 150 180 210 (%) 26%-110°C 5,57C 6,00B 6,57A 6,70A 0,20 0,80 26%-120°C 5,77C 6,60B 6,73B 7,00A 0,20 0,77 26%-130°C 6,00C 6,77B 7,27A 6,63B 0,23 0,87 26%-140°C 6,63B 7,53A 6,67B 5,60C 0,20 0,76 26%-150°C 7,03A 6,73B 6,27C 5,47D 0,23 0,90 29%-110°C 5,63C 6,00B 6,67A 6,17B 0,20 0,82 29%-120°C 5,90D 6,70C 7,40A 7,13B 0,11 0,42 29%-130°C 6,10D 8,03A 7,73B 6,90C 0,11 0,40 29%-140°C 6,40C 7,40A 6,87B 6,50C 0,11 0,42 29%-150°C 6,30A 5,80B 5,50C 5,13D 0,20 0,88

(1) Temperatura do extrusor na 1ª zona: 60°C (constante).

(2) As médias, na mesma linha, seguidas de letras diferentes, diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey a 5% de

probabili-dade (D.M.S. diferença mínima signifi cativa; C.V. coefi ciente de variação).

Tabela 3 – Médias dos escores da avaliação sensorial de aparência, sabor e textura para requeijões cremosos contendo trigo-soja, elaborados com as farinhas de trigo e soja (80:20) extrusadas em velocidades ótimas de rotação de parafuso (VORP) e diferentes combinações de umidade e temperatura do canhão nas 2ª e 3ª zonas (1).

Identifi cação do requeijão cremoso contendo trigo-soja

VORP Médias dos escores de avaliação (2)

(rpm) Aparência Sabor Textura

26%-110°C 210 6,80c 6,02e 6,20c 26%-120°C 210 7,57b 6,87d 6,52b 26%-130°C 180 7,85a 7,50b 7,35a 26%-140°C 150 7,60b 8,02a 7,37a 26%-150°C 120 6,70c 7,30c 7,42a D.M.S. C.V. ( %) 0,10 0,53 0,10 0,54 0,08 0,41 29%-110°C 180 6,82d 6,00e 6,35c 29%-120°C 180 7,67b 7,35c 7,50b 29%-130°C 150 8,00a 8,32a 7,82a 29%-140°C 150 7,42c 7,50b 7,47b 29%-150°C 120 6,57e 6,25d 6,10d D.M.S. C.V. ( %) 0,14 0,75 0,11 0,60 0,14 0,73 (1) Temperatura do extrusor na 1ª zona: 60°C (constante).

(2) As médias, na mesma coluna, seguidas de letras diferentes, diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey a 5% de

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passou a escurecê-las. Sabe-se que o requeijão cremoso tra-dicional apresenta uma cor branca, ligeiramente amarelada, desta forma, é evidente que uma farinha mista extrusada com cor escurecida, quando usada para a elaboração do produto, pode depreciar a sua aparência. Conforme Savage et al.,15 um processamento térmico adequado pode inativar

completamente a enzima lipoxigenase, eliminando sabores desagradáveis da soja, assim como Kim & Park12 usou o

processo de extrusão para melhorar o sabor do leite de soja. Portanto, acredita-se que no presente estudo as farinhas mistas extrusadas em TC muito baixas podem ter apresen-tado sabores semicrus, enquanto em TC muito elevadas elas poderiam adquirir sabores pouco queimados, indican-do que as melhores TC foram: 130ºC para 29% de umidade e 140°C para 26% de umidade. Quanto à textura, o aumen-to da TC até ceraumen-to ponaumen-to, pode ter melhorado a emulsifi ca-ção, a absorção de gordura, a viscosidade e a gelifi cação da farinha mista extrusada, em conseqüência das modifi cações de estruturas do amido e proteínas, proporcionando uma melhora na textura do requeijão cremoso contendo trigo-soja elaborado, pois de acordo com Cheftel et al.,6 estas

propriedades funcionais permitem uma boa estabilidade de cremosidade no produto fi nal.

A Tabela 5 apresenta as médias dos escores da aná-lise descritiva quantitativa (ADQ) de atributos sensoriais para requeijões cremosos contendo trigo-soja elaborados com as farinhas de trigo e soja (80:20) extrusadas em óti-mas condições do processo, bem como para os produtos de duas marcas comerciais A (com amido) e B (tradicional), enquanto a Tabela 6 mostra as suas respectivas preferências pela equipe massal de provadores.

Observa-se que os requeijões cremosos contendo trigo-soja elaborados com as farinhas mistas extrusadas previamente selecionadas apresentaram uma cor menos branca e mais amarelada, com menos brilho, quando com-parados com aqueles de duas marcas comerciais A (com amido) e B (tradicional) (Tabela 5). O requeijão cremoso contendo trigo-soja elaborado com a farinha mista extrusa-da em 29% de umiextrusa-dade, 150rpm e 130°C mostrou uma cor branca mais intensa e uma cor amarelada menos intensa, porém com brilho semelhante àquele elaborado com a fari-nha mista extrusada em 26% de umidade, 150rpm e 140°C,

embora os dois não tenham tido diferença signifi cativa na aparência encontrada na Tabela 4.

Quanto ao sabor, verifi ca-se que os requeijões cre-mosos de duas marcas comerciais A (com amido) e B (tra-dicional) tiveram sabores de queijo cozido (só marca co-mercial B), leite cozido e manteiga mais intensos do que aqueles contendo trigo-soja elaborados com as farinhas mistas extrusadas previamente selecionadas (Tabela 5). O requeijão cremoso da marca comercial A (com amido) apresentou intensidade de sabor de trigo cozido igual àque-le elaborado com a farinha mista extrusada em 26% de umidade, 150rpm e 140ºC, mostrando a possibilidade da presença da farinha de trigo no produto da marca comercial A (com amido). Somente os requeijões cremosos conten-do trigo-soja elaboraconten-dos com as farinhas mistas extrusadas previamente selecionadas apresentaram sabor de soja, ape-sar de suas baixas intensidades. O sabor adocicado mais intenso foi encontrado nos requeijões cremosos contendo trigo-soja elaborados com as farinhas mistas extrusadas e, praticamente, a mesma intensidade de sabor salgado foi ve-rifi cada para todas as amostras estudadas. O requeijão cre-moso da marca comercial B (tradicional) distinguiu-se dos demais por mostrar maiores valores de sabores queimado, amargo e adstringente, incluindo sabor residual amargo e adstringente (Tabela 5), o que pode explicar a sua menor preferência pela equipe massal de provadores (Tabela 6). O requeijão cremoso contendo trigo-soja elaborado com a farinha mista extrusada em 26% de umidade, 150rpm e 140°C apresentou sabores de trigo cozido, soja cozida, queimado, amargo e sabor residual amargo mais intensos do que aquele elaborado com a farinha mista extrusada em 29% de umidade, 150rpm e 130°C, embora os dois tenham mostrado a mesma intensidade de sabores de queijo cozido, leite cozido, manteiga, adocicado, salgado, adstringente e sabor residual adstringente (Tabela 5). Este fato sugere que o efeito do aumento da TC (130 para 140ºC) do extrusor tenha sido mais relevante do que o do aumento da umidade (26 para 29%) de farinha na depreciação do sabor de re-queijão cremoso contendo trigo-soja elaborado (Tabelas 5), embora não tenha sido possível essa detecção quanto à di-ferença no sabor entre estas duas amostras de diferentes umidades e diferentes TC (Tabela 4).

Tabela 4 – Médias dos escores da avaliação sensorial de aparência, sabor e textura para requeijões cremosos contendo trigo-soja, elaborados com as farinhas de trigo e soja (80:20) extrusadas, em dois níveis de umidade e suas respectivas temperaturas ótimas do canhão (TOC) nas 2a e 3a zonas(1) e velocidades ótimas de rotação de parafuso (VORP).

Identifi cação do requeijão

cremoso TOC VORP Média dos escores de avaliação

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contendo trigo-soja (ºC) (rpm) Aparência Sabor Textura

26%-140°C 140 150 7,55ª 8,00a 7,30b

29%-130°C 130 150 8,10ª 8,45ª 7,80ª

D.M.S. 0,63 0,63 0,001

C.V. (%) 0,64 0,61 0,005

(1) Temperatura do extrusor na 1a zona: 60°C (constante).

(2) As médias, na mesma coluna, seguidas de letras diferentes, diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey a 5% de

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Em relação à textura, os requeijões cremosos con-tendo trigo-soja elaborados com as farinhas mistas extrusa-das previamente selecionaextrusa-das tiveram viscosidade, cremo-sidade, adesividade e recobrimento na boca compatíveis, embora não tenham sido iguais àqueles de duas marcas comerciais A (com amido) e B (tradicional) (Tabela 5), inclusive o requeijão cremoso contendo trigo-soja elabo-rado com a farinha mista extrusada em 29% de umidade, 150rpm e 130°C apresentou viscosidade igual àquele da marca comercial A (com amido) e cremosidade igual àque-les de duas marcas comerciais A (com amido) e B (tradicio-nal), apesar de terem menores adesividade e recobrimento na boca. Dentre os dois níveis de umidade estudados, a umidade de 26% mostrou médias menores de escores para viscosidade, cremosidade, adesividade e recobrimento na boca, quando comparada com a umidade de 29%, confi r-mando os resultados encontrados na Tabela 4.

Pela Tabela 6, verifi ca-se que o requeijão cremoso contendo trigo-soja elaborado com a farinha mista com 29% de umidade e extrusada com 150rpm a 130°C foi igualmente preferido ao comparar com o produto da marca

comercial A (com amido), porém mais preferido quando comparado com o produto da marca comercial B (tradicio-nal). Por outro lado, o requeijão cremoso contendo trigo-soja elaborado com a farinha mista com 26% de umidade e extrusada com 150rpm a 140°C foi menos preferido do que aquele de 29% de umidade, porém mais preferido do que o produto da marca comercial B (tradicional) e menos prefe-rido do que aquele da marca comercial A (com amido). De todas as amostras estudadas, o produto da marca comercial B (tradicional) foi o menos preferido pela equipe massal de provadores. Estes resultados confi rmaram os resultados encontrados nas Tabelas 4 e 5, indicando que o processo de extrusão foi bastante efi ciente por ter melhorado as carac-terísticas tecnológicas e sensoriais de farinhas mistas ex-trusadas, possibilitando o uso destas para a elaboração de requeijões cremosos contendo trigo-soja, bem como pro-porcionando a sua preferência (Tabela 6).

A Tabela 7 mostra a composição centesimal apro-ximada na base úmida e a Tabela 8 na base seca dos re-queijões cremosos contendo trigo-soja elaborados com as farinhas de trigo e soja (80:20) extrusadas em ótimas condi-Tabela 5 – Médias (2) dos escores da análise descritiva quantitativa (ADQ) de atributos sensoriais para requeijões

cre-mosos contendo trigo-soja elaborados com as farinhas de trigo e soja (80:20) extrusadas (1) em ótimas condições do

processo, bem como para os produtos de duas marcas comerciais A (com amido) e B (tradicional).

Atributo sensorial Requeijão cremoso D.M.S. C.V. (%) 26% 140°C 150rpm 29% 130°C 150rpm Marca A (com amido) Marca B (tradicional) Aparência Cor branca 5,69D 6,23C 7,26B 8,14A 0,22 0,83 Cor amarelada 3,46A 2,49B 1,84C 1,28D 0,26 2,87 Brilho 6,73B 6,88B 7,65A 7,58A 0,35 1,23 Sabor Queijo Cozido 4,91B 4,95B 5,08B 6,80A 0,28 1,30 Leite cozido 5,78C 5,80C 6,89B 7,32A 0,12 0,49 Manteiga 3,36B 3,39B 4,06A 3,98A 0,36 2,49 Trigo cozido 2,01A 1,62B 2,13A 1,05C 0,19 2,85 Soja cozida 1,20A 1,06B 0,03C 0,01C 0,10 4,56 Adocicado 1,95A 1,90A 1,41B 1,10C 0,18 2,88 Salgado 3,54A 3,47A 3,61A 3,54A 0,16 1,13 Queimado 1,05B 0,22D 0,61C 2,80A 0,19 4,11 Amargo 1,03B 0,56D 0,90C 2,73A 0,10 1,89 Adstringente 1,57C 1,53C 1,70B 3,46A 0,07 0,81 Residual Amargo 0,92B 0,36D 0,84C 2,97A 0,04 0,91 Adstringente 1,45BC 1,35C 1,62B 3,29A 0,24 3,15 Textura Viscosidade 6,76C 7,09B 7,02B 7,20A 0,11 0,40 Cremosidade 6,83B 7,22A 7,07A 7,14A 0,15 0,55 Adesividade 2,54D 2,63C 2,77B 3,17A 0,04 0,34 Recobrimento na boca 3,67D 3,95C 4,22B 4,72A 0,10 0,59

(1) Temperatura do extrusor na 1ª zona: 60°C (constante).

(2) As médias, na mesma linha, seguidas de letras diferentes, diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey a 5% de

(7)

ções do processo, bem como dos produtos de duas marcas comerciais A (com amido) e B (tradicional).

Verifi ca-se que os teores de umidade e carboidratos dos requeijões cremosos contendo trigo-soja foram maio-res, porém os teores de extrato etéreo (gordura) e proteí-na bruta foram menores do que aqueles dos produtos de duas marcas comerciais A (com amido) e B (tradicional) (Tabela 7). Por outro lado, os teores de cinzas e fi bra bruta foram semelhantes entre as amostras estudadas, exceto o produto da marca comercial A (com amido).

De acordo com Foodbase,9 o requeijão cremoso

tí-pico deve conter o teor de gordura na base úmida em tor-no de 24 a 27%, que corresponde a 45,0 a 54,9% na base seca. O requeijão light ou com baixo teor de gordura deve obedecer a classifi cação estabelecida por Brasil,4 ou seja,

para ser considerado light deverá sofrer redução no míni-mo de 25% do teor de gordura e diferença maior que 3g de gordura/100g de sólidos em relação ao produto tradi-cional. Desta maneira, analisando-se os teores de extrato etéreo (gordura) encontrados nas Tabelas 7 e 8, nota-se que os requeijões cremosos contendo trigo-soja elaborados com

as farinhas mistas extrusadas previamente selecionadas apresentaram teores de gordura que variavam entre 8,70 e 8,34% na base úmida e 29,10 e 28,44% na base seca, os quais corresponderam a mais de 40% de redução daqueles (19,07 e 20,92% na base úmida e 50,00 e 52,94% na base seca) obtidos para produtos de duas marcas comerciais A (com amido) e B (tradicional). Este fato confi rmou que os requeijões cremosos contendo trigo-soja elaborados no pre-sente estudo podem ser chamados de light ou com baixo teor de gordura.

Em relação ao teor de umidade, observa-se que os produtos de duas marcas comerciais A (com amido) e B (tradicional) tiveram valores (61,86 e 60,49%) menores do que aqueles (70,11 e 70,68%) dos requeijões cremosos con-tendo trigo-soja elaborados com as farinhas mistas extrusa-das previamente selecionaextrusa-das (Tabela 7). Estes resultados foram semelhantes àqueles encontrados por Baroni et al.,2

cujos valores foram de 72,39 e 62,50% para requeijão cre-moso com teor reduzido de gordura e tradicional, respecti-vamente. Segundo os mesmos autores, os requeijões light têm uma maior quantidade de água, porém o teor de pro-Tabela 6 – Preferência pelos requeijões cremosos contendo trigo-soja

elaborados com as farinhas de trigo e soja (80:20) extrusadas (1) em

óti-mas condições do processo, bem como pelos produtos de duas marcas comerciais A (com amido) e B (tradicional).

Identifi cação do requeijão

cremoso Preferência

(2)

26%-140°C-150rpm 7,66b

29%-130°C-150rpm 8,37ª

Marca A (com amido) 8,35ª

Marca B (tradicional) 7,10c

D.M.S. 0,22

C.V. (%) 8,43

(1) Temperatura do extrusor na 1ª zona: 60°C (constante).

(2) As médias, na mesma coluna, seguidas de letras diferentes, diferem

estatisti-camente entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade (D.M.S. diferença mínima signifi cativa; C.V. coefi ciente de variação).

Tabela 7 – Composição centesimal aproximada (2) (g/100g, b.u.) dos requeijões cremosos contendo trigo-soja

elabo-rados com as farinhas de trigo e soja (80:20) extrusadas (1) em ótimas condições do processo, bem como dos produtos

de duas marcas comerciais A (com amido) e B (tradicional). Identifi cação do requeijão

cremoso Umidade (%) Extrato etéreo (%) Proteína bruta (%) Cinzas (%) Fibra bruta (%) Carboidratos (3) (%) 26% 140ºC-150rpm 70,11b 8,70c 7,34b 2,37ª 0,11ª 11,37ª 29% 130ºC-150rpm 70,68ª 8,34c 7,19b 2,37ª 0,10ª 11,32ª

Marca A (com amido) 61,86c 19,07b 8,72ª 2,15b 0,05b 8,15b

Marca B (tradicional) 60,49d 20,92ª 8,47ª 2,34ª 0,09ª 7,69b D.M.S. C.V. (%) 0,56 0,21 0,42 0,72 0,28 0,86 0,06 0,69 0,03 8,08 0,91 2,33 (1) Temperatura do extrusor na 1ª zona: 60ºC (constante).

(2) As médias, na mesma coluna, seguidas de letras diferentes, diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey a 5 % de

probabilidade (D.M.S. diferença mínima signifi cativa; C.V. coefi ciente de variação).

(8)

teína no extrato seco é também consideravelmente maior. Esta quantidade maior de proteína deve estruturar a fase aquosa, evitando a separação de gordura e proporcionando a textura desejada ao produto. A proteína confere rigidez ao sistema por causa da formação de uma rede. Enquanto a proteína confere este caráter, a água e a gordura em me-nor proporção devem atuar como plasticizantes, permitindo que as cadeias de proteína deslizem umas sobre as outras com maior facilidade. Estes fatos foram evidenciados nas Tabelas 5 e 8, nas quais mostraram que na base seca os teores de proteína (24,56 e 24,54%) dos requeijões cremo-sos contendo trigo-soja elaborados no presente estudo fo-ram maiores e os teores de extrato etéreo (gordura 29,10 e 28,44%) foram menores do que aqueles dos produtos de duas marcas comerciais A (com amido) e B (tradicional) (22,86 e 21,44% de proteína; 50,00 e 52,94% de gordura), embora os quatros produtos estudados tenham apresentado viscosidade, cremosidade e adesividade compatíveis, indi-cando as contribuições de proteínas nas texturas dos produ-tos elaborados.

CONCLUSÕES

Com o emprego da farinha de trigo e soja (80:20) extrusada na elaboração do requeijão cremoso, obteve-se um produto com teor reduzido de gordura (8,34% na base úmida e 28,44 % na base seca), em comparação com aque-les de duas marcas comerciais (19,07 e 20,92% na base úmida e 50,00 e 52,94% na base seca).

Os parâmetros de extrusão obtidos na otimização do processo de obtenção da farinha de trigo e soja pré-cozida foram: 29% de umidade, velocidade de rotação de parafuso com 150 rpm e temperatura do canhão a 130ºC, de acordo com a preferência nos testes sensoriais. Este produto foi igualmente preferido ao comparar com aquele da marca co-mercial A (com amido) e mais preferido em relação ao da marca comercial B (tradicional).

O requeijão cremoso com baixo teor de gordura ob-tido pela utilização da farinha de trigo e soja pré-cozida por

extrusão pode representar um produto com grande poten-cial para comerpoten-cialização, devido à sua considerável acei-tação do ponto de vista sensorial.

NASCIMENTO, M. R. F.; WANG, S. H.; NASCIMENTO, K. O. Use of extruded wheat-soybean (80:20) fl ours for development of semiready low fat cream cheeses. Alim. Nutr., Araraquara, v.20, n.1, p. 33-41, jan./mar. 2009.

ABSTRACT: Cream cheese is a product which belongs to processed or liquefi ed cheeses type shows fat tenor around 24-27%. With the objective of reducing fat tenor in cream cheese and still maintaining its sensory characteristics, the present work was carried out using extruded wheat-soybean (80:20) fl our to prepare cream cheese. Therefore, different extrusion parameters as mixture moisture contents (26 and 29%), extruder barrel temperatures (110 to 150ºC) and screw speed (120 to 210rpm) were used to obtain different extruded fl ours, which were then formulated in different cream cheese with wheat-soybean. These were evaluated sensorily and had their centesimal composition determined and compared with those of two commercial brands A and B. The results indicate that the cream cheese with wheat-soybean (8.34% of fat) prepared with the mixed fl our containing 29 % moisture and extruded at 150 rpm and at 130ºC was equally preferred when compared with the product of the commercial brand A (with starch, 19.07% of fat), and more preferred than that of the commercial brand B (traditional, 20.92% of fat).

KEYWORDS: Semiready cream cheese; wheat-soybean mixture; extrusion-cooking; sensory characteristics.

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Tabela 8 – Composição centesimal aproximada (2) (g/100g, b.s.) dos requeijões cremosos contendo

trigo-soja elaborados com as farinhas de trigo e trigo-soja (80:20) extrusadas (1) em ótimas condições do processo, bem

como dos produtos de duas marcas comerciais A (com amido) e B (tradicional). Identifi cação do requeijão

cremoso Extrato etéreo (%) Proteína bruta (%) Cinzas (%) Fibra bruta (%) Carboidratos (3) (%) 26%-140ºC-150rpm 29,10c 24,56ª 7,94ª 0,36ª 38,04ª 29%-130ºC-150rpm 28,44c 24,54ª 8,09ª 0,35ª 38,58ª

Marca A (com amido) 50,00b 22,86b 5,63b 0,13c 21,38b

Marca B (tradicional) 52,94ª 21,44c 5,91b 0,24b 19,47c

D.M.S. 1,38 0,84 0,35 0,05 1,21

C.V. (%) 0,85 0,89 1,26 4,70 1,01

(1) Temperatura do extrusor na 1ª zona: 60ºC (constante).

(2) As médias, na mesma coluna, seguidas de letras diferentes, diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey a 5

% de probabilidade (D.M.S. diferença mínima signifi cativa; C.V. coefi ciente de variação).

(9)

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